António de Oliveira Salazar foi um estadista e professor português que governou Portugal como ditador entre 1932 e 1968 através do Estado Novo. Ele saneou as finanças públicas portuguesas e implementou políticas nacionalistas e autoritárias, mantendo Portugal neutro durante a Segunda Guerra Mundial. No final de seu governo, Portugal enfrentou uma guerra colonial e Salazar sofreu um acidente que levou à sua remoção do poder.
2. António de Oliveira Salazar nasceu dia 28 de Abril de 1889
em Stª Comba Dão e morreu em Lisboa dia 27 de Julho de
1970.
Foi estadista, um importante político português, e foi
professor na Universidade de Coimbra. Notabilizou- se pelo
facto de ter exercido, de forma autoritária e em ditadura, o
poder político, em Portugal, entre 1932 e 1968.
Foi também Ministro das finanças entre 1932 e 1968,
procedendo ao saneamento das finanças públicas
portuguesas.
Instituidor do Estado Novo (1933-1974) e da sua organização
política de suporte, a União Nacional , Salazar dirigiu os
destinos de Portugal , como Presidente do Conselho de
Ministros, entre 1932 e 1968.
Apoiando-se na doutrina social da Igreja Católica, Salazar
orienta-se para um corporativismo de Estado autoritário.
O seu nacionalismo económico levou- o a tomar medidas de
proteccionismo e isolacionismo de natureza fiscal, tarifária,
alfandegária, para Portugal e suas colónias, que tiveram
grande impacto sobretudo até aos anos sessenta.
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3. Em 1900 , após completar os seus estudos na escola
primária, com 11 anos de idade, Oliveira Salazar ingressou
no Seminário de Viseu, onde permaneceu por oito anos. Em
1908 , o seu último ano lectivo no seminário, tomou
finalmente contacto com toda a agitação que reinava em
Viseu e também em todo o país. Surgiam artigos que
atacavam o Governo, o Rei e a Igreja Católica . Foi também
nesse ano que se deu o assassínio do Rei D. Carlos e do seu
filho, o Príncipe D. Luís Filipe. Não ficando indiferente a
esses acontecimentos, Salazar, católico praticante,
começou a insurgir- se contra os republicanos jacobinos em
defesa da Igreja, escrevendo vários artigos nos jornais.
Em 1914 , concluiu o curso de Direito com a alta
classificação de 19 valores, acabando por se doutorar em
1918 .
Durante esse período em Coimbra, materializa o seu pendor
para a política no Centro Académico da Democracia Cristã
onde faz amigos. Combate o anticlericalismo da Primeira
República através de artigos de opinião que escreve para
jornais católicos.
Com a crise económica e a agitação política da 1ª República
(que se prolongou inclusive após o Golpe militar de 28 de
Maio de 1926 ), a Ditadura Militar chamou o Dr. Salazar em
Junho de 1926 para a pasta das finanças ; passados treze
dias renuncia ao cargo e retorna a Coimbra por não lhe
haverem satisfeito as condições que achava indispensáveis
ao seu exercício.
Em 27 de Abril de 1928 , após a eleição do Marechal Carmona
e na sequência do fracasso do seu antecessor em conseguir
um avultado empréstimo externo com vista ao equilíbrio das
contas públicas, reassumiu a pasta, mas exigindo o controlo
sobre as despesas e receitas de todos os ministérios.
Satisfeita a exigência, impôs forte austeridade e rigoroso
controlo de contas, conseguindo um "milagre" nas finanças
públicas logo no exercício económico de 1928- 29.
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4. Na imprensa, que era controlada pela censura , Salazar seria
muitas vezes retratado como salvador da pátria. O prestígio
ganho, a propaganda, a habilidade política na manipulação
das correntes da direita republicana, de alguns sectores
monárquicos e dos católicos consolidavam o seu poder.
Em 1932 era publicado o projecto de uma nova Constituição
que seria aprovada em 1933 através de um plebiscito. Com
esta constituição, Salazar, como Presidente do Conselho de
Ministros, cria o Estado Novo, uma ditadura antiliberal e
anticomunista, que se orienta segundo os princípios
conservadores autoritários: Deus, Pátria e Família . Portugal
afirmava-se como "um Estado pluricontinental e
multirracial". Durante o Estado Novo, os Presidentes da
República, que foram regularmente eleitos por sufrágio
universal até 1958, tinham na prática funções meramente
cerimoniais. O detentor real do poder era o Presidente do
Conselho de Ministros e era ele que dirigia os destinos da
Nação.
Na Guerra Civil Espanhola , deflagrada em Julho de 1936,
Salazar alinhou-se com o General Francisco Franco , enviando
forças militares portuguesas para Espanha (o que nunca foi
reconhecido oficialmente).
Salazar adopta um regime de separação de poderes entre o
Estado e a Igreja , que virá a ficar definido na Concordata
entre a Santa Sé e Portugal, em 1940.
Oliveira Salazar assumira a pasta dos negócios estrangeiros
desde a Guerra Civil Espanhola. Com a Segunda Guerra
Mundial o imperativo do governo de Salazar é manter a
neutralidade. A hábil gestão desta neutralidade trouxe-lhe,
no final da guerra, os benefícios da paz sem ter de pagar o
preço da guerra. As exportações ultrapassaram as
importações, facto que não se verificava desde dezenas de
anos. Portugal serviu de refúgio a muitas pessoas de várias
proveniências. Um desses refugiados foi o arménio Calouste
Gulbenkian .
Em Portugal, embora se reconhecesse o mérito da obra de
Salazar no que respeita à reorganização financeira, à
restauração económica e à defesa da paz, muitos
entenderam que tinha chegado a oportunidade de mudança
política.
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5. Militarmente Portugal foi membro fundador da NATO em
1949.
Apesar de não ter relações diplomáticas com países do bloco
Comunista, manteve relações comerciais com a República
Popular da China e outros países Asiáticos Comunistas.
Desde o final da Segunda Guerra Mundial , em 1945, que a
comunidade internacional e a ONU vinham a defender a
implementação de uma política de descolonização em todo o
mundo. Salazar, defensor de uma política colonialista, não
cedeu querendo manter as chamadas províncias ultramarinas
sob a bandeira portuguesa. A Guerra Colonial teve como
consequências milhares de vítimas entre os povos que
acabariam por se tornar independentes e entre portugueses.
Este facto abalou as estruturas políticas e sociais do País,
tendo sido uma das causas da queda do regime e do 25 de
Abril.
O princípio do fim de Salazar começou a 3 de Agosto de
1968, no terraço do Forte de Santo António, no Estoril. A
queda de uma cadeira de lona, deixada em segredo primeiro,
acabou por ditar o seu afastamento do Governo.
Há quem diga que Salazar não caiu de uma cadeira, e sim de
uma banheira.
Foi afastado do Governo em 1968 após ser vitimado por um
hematoma craniano, que lhe causou danos cerebrais graves,
após a queda, quando passava férias no forte de S. António
do Estoril .
Américo Tomás então Presidente da República chamou,
então, a 27 de Setembro de 1968, Marcelo Caetano para
substituir Salazar.
Até morrer, em 1970, continuou a receber visitas como se
fosse ainda Presidente do Conselho, nunca manifestando
sequer a suspeita de que já o não era.
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