O filme The Soloist conta a história real de um jornalista que se torna amigo de um ex-músico que sofre de esquizofrenia e vive nas ruas. O filme mostra a amizade entre os dois homens e como a música ajuda o sem-teto a lidar com sua doença mental. Apesar de alguns pontos ficarem clichês, o filme recebe elogios pela interpretação dos atores e por levantar questões sociais importantes sobre saúde mental e moradores de rua.
Resenha do filme O Solista (The Soloist) - Drama biográfico sobre amizade e superação
1. Resenha do filme: O Solista (The
Soloist, 2009)
Venho aqui fazer-lhes uma nova indicação sobre algo interessante que encontrei tempo
de analisar melhor e escrever em meio a todo o caos diário que posso chamar de “minha
vida”. Vamos recapitular um pouco como foi o encontro deste filme, fui a vídeo
locadora neste fim de semana para ver se encontrava algum filme “agradável” de se
assistir e que não fosse uma “perca de tempo”. Indo e vindo nas prateleiras encontrei o
filme O Solista (The Soloist) no qual me chamou a atenção pela sinopse, capa e demais
“dados técnicos” que verifico antes de locar um filme.
O filme O Solista (The Soloist) é de gênero drama dirigido por Joe Wright o filme é
uma adaptação da história real de Steve Lopez e Nathaniel Ayers. Um colunista no
jornal Los Angeles Times e de um sem teto que é um ex-músico que sofre de
esquizofrenia, apaixonado por Beethoven e “prodígio” em violino e violoncelo. A trama
nos mostra o sentido do resgate de dignidade e saber enfrentar e vencer os nossos
próprios limites, em conjunto da amizade, da força de vontade de duas pessoas solitárias
que tem parâmetros sociais e psicológicos diferentes, no qual mostram ao espectador
um sentido maior da força de uma amizade que veio do acaso e que pode se tornar pura
e verdadeira, só dependendo de cada um.
O Solista (The Soloist) é estrelado por Jamie Foxx (Nathaniel Ayers), Robert Downey
Jr. (Steve Lopez) e também por Catherine Keener (Mary Weston). Joe Wright mais
uma vez conseguiu surpreender num longa metragem (Orgulho e Preconceito e Desejo
e Reparação), tirando-nos da mesmice do cinema atual, apesar do filme em alguns
pontos se tornar monótono grande parte dele nos mostra belos diálogos e imagens,
porem o que mais me chamou a atenção foi um belo roteiro e belas interpretações, com
um final magnífico (que não irei contar, pois não sou um Spoiler Man), apesar de ser
um final feliz (como na maioria dos filmes do gênero).
Percebemos no filme (pelo menos quem já o assistiu) que Wright explorou em parte ao
tema original do filme a redenção de uma alma através da salvação de outra e que as
duas em conjunta harmonia poderiam se completar e melhorar. Outro ponto que me
chamou atenção foi o fato de usarem a esquizofrenia como um dos temas centrais no
filme, que foi bem apontado não ficando para trás de filmes como Uma Mente
Brilhante ouShine – Brilhante. A música (principalmente de Bach e Beethoven) são
como se fosse o único refúgio de Nathaniel que foi corrompido pela doença e que
encontra forças com o apoio de Steve em melhorar novamente sua vida, o que faz
ressaltar que o filme possui uma grande trilha sonora.
Por muitas vezes o filme leva o espectador a momentos de lirismo e reflexão, ao mesmo
tempo em que há uma crítica racional totalmente perceptível ao decorrer do longa
metragem, eu discordo do que muitos que criticaram o diretor Joe Wright por ele ter
2. jogado durante o longa, uma série de críticas sociais e políticas, sem fazer muita
distinção entre suas relações e sem dar tempo para que o espectador respire e possa
refletir sobre elas. Pelo contrário ao meu ver ele introduziu estas críticas sociais e
políticas nos momentos corretos do filme, explicando os fatos envolvendo os
personagens em determinadas cituações que são mais facilmente entendidas através da
forma que Wrigth escolheu introduzir no filme.
pesar de alguns pontos do filme fugirem um pouco para os lados clichês que as
produções do gênero enfrentam, ele consegue superar estes pontos negativos com sua
surpreendente história e ponto moral em defesa de assuntos como a esquizofrenia, os
moradores sem teto, as disputas sociais, a vida sem um objetivo real, com um grande
disparo contra nossa sabedoria e conhecimento sobre como devemos saber enfrentar e
vencer os nossos próprios limites, em conjunto de amizade verdadeira que pode nos
trazer a “redenção”.
“The Soloist usa com grande honra uma série de sequências cinematograficas
belíssimas, de pura poesia, como o vôo dos pássaros pela cidade enquanto Ayers
experimenta novamente o prazer de tocar um violoncelo; ou quando ele, ainda criança,
toca um instrumento imaginário de forma visceral depois que vê um carro em chamas
descendo pela rua em que ele morava – ainda que não seja um tema evidente no filme,
mas a segregação entre brancos e negros está presente na história.” (segundo
cita Alessandra no Blog Moviesense).
O Solista (The Soloist) é um bom filme, para quem tem paciência e uma mente mais
aberta a assuntos mais bem elaborados no roteiro do filme, além do que é uma poderosa
narrativa sobre a incessante luta entre a genialidade e a esquizofrenia (que muitos
chamam de “Loucura”). Aconselho que assistam o filme e se puderem, o assistam
prestando muita atenção nos diálogos, nas imagens e nos sons do filme que merecem
uma nota muito boa pela sua elaboração e também que a todos que leram muitas criticas
pessoais, principalmente visando a mudança de estilo de filme do diretor Joe Wright,
que assistam o filme pois vocês ao assistirem o filme e criarem sua própria linha de
pensamento em relação sobre algo estarão visando totalmente a sua própria
interpretação de um filme, o que dará um ponto crítico em relação há obra.
Curiosidades do filme:
* A história de Nathaniel e de Steve na realidade aconteceu em meados de 2005;
* Do contato e da consequente amizade entre eles, surgiram várias colunas escritas por
Lopez no Los Angeles Times, o livro comentado anteriormente, este filme e, ainda, um
episódio do conhecido programa 60 Minutes da CBS que foi exibido no dia 22 de março
de 2009;
* Em 2008, depois de toda a evidência que a história de Nathaniel teve nos Estados
Unidos, sua irmã, Jennifer, lançou a The Nathaniel Anthony Ayers Foundation
(organização destinada a debater nacionalmente a questão das doenças mentais e a
3. capacidade da arte em auxiliar no tratamento das pessoas que passam por alguma destas
doenças);
* a maioria dos moradores de rua apresentados no filme, de fato são moradores de rua;
* Jamie Foxx interpretou pela segunda vez um deficiente em filmes, o primeiro papel
dele foi o de Ray Charles (Ray, 2004), ganhando o Oscar de melhor Ator;
* The Soloist teria custado US$ 60 milhões de dólares;
* A roteirista Susannah Grant se baseou no livro The Soloist: A Lost Dream, an
Unlikely Friendship, and the Redemptive Power of Music (O Solista: Um Sonho
Perdido, uma Amizade Improvável, e o Poder Redentor da Música) lançado por Steve
Lopez em abril de 2008;
*The Soloist não conseguiu um resultado muito bom na opinião do público e da crítica
especializada;
* Os usuários do site IMDb, por exemplo, deram a nota 7 para o filme. Os críticos que
tem textos linkados no Rotten Tomatoes dedicaram que o filme The Soloist possuia 79
textos positivos e 66 negativos, o que lhe garante uma aprovação de 54%;
* O site oficial do filme apresenta as notas de produção como os de uma peça de música
clássica. Começamos com o “prologue”, seguimos por “adagio” até chegar a “allegro
molto” e o “finale”. Pelo site, é possível saber de cada detalhe do filme, da vida de
Nathaniel e Steve e sobre a realidade dos moradores de rua de Los Angeles e dos
Estados Unidos.