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PAULO FREIRE E O MÉTODO DE ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS
Professor Elias Celso Galvêas
Introdução
O analfabetismo no Brasil é uma mancha que envergonha a Nação. Embora não
existam estatísticas atualizadas, acredita-se que, hoje, numa população de mais de
160 milhões de habitantes, cerca de 20% ou quase 30 milhões de brasileiros não saber
ler e escrever. Isto explica, em grande parte, o atraso cultural e o subdesenvolvimento
econômico e social do País, eis que o analfabeto é um deficiente mental, que não
convive com a civilização e não progride no trabalho nem evolui socialmente. O
analfabetismo é um fator de atraso político e altamente impeditivo do desenvolvimento
econômico-social.
Dados Gerais sobre Paulo Freire
Paulo Reglus Neves Freire nasceu em Recife, em 1921. Aos 15 anos era considerado
um estudante atrasado, que escrevia mal e errado. É impressionante o sucesso que
teve em sua carreira de educador, pois em 1970, vivendo em Genebra, dava aulas nas
Universidades suíças.
Contra seu método de alfabetização de adultos surgiram muitas críticas. O ex-reitor da
Universidade de Brasília, o físico José Carlos Azevedo, assegura que o método nem
mesmo é dele, é de professores franceses, e não funciona, é inviável. A ex-deputada
Sandra Cavalcanti considera a proposta de Paulo Freire demagógica e O Globo, em
artigo de Carlos Swan, alertava a Nação para o fato de que seu método era um
programa intensivo de comunização no Nordeste.
Paulo Freire é totalmente contra as idéias neo-liberais que advogam a preparação
técnica e cient ífica do aluno, para lhe dar uma profissão. “Isto é o esgotamento trágico
da educação”, diz ele.
Paulo Freire, como Karl Marx, acredita que a sociedade só se transforma pela
revolução, pela luta de classes. As classes dominantes impõem uma educação para o
trabalho, com o objetivo de manter o homem dominado, sem escolha, sem liberdade.
Daí que a educação liberadora é a “educação como prática da liberdade”, cujo objetivo
é transformar o trabalhador em um agente político, que pensa, que vota, que elege
seus pares, para que eles sejam a classe dominante. “A arma do homem é a palavra.”
É através da palavra que o homem pode conquistar sua liberdade.
Paulo Freire, hoje, se dedica, exclusivamente, a participar de um curso de pós-
graduação de pedagogos, na PUC de São Paulo.
Pelas suas idéias e pregação revolucionárias, Paulo Freire foi cassado pela Revolução
de 1964 e passou 16 anos no exílio. Hoje, ele é cidadão honorário de 9 cidades
brasileiras, além de Los Angeles, nos Estados Unidos, e doutor honoris causa por 28
universidades brasileiras e estrangeiras. Suas principais obras estão traduzidas em
duas dezenas de línguas, inclusive grego e chinês.
Um pouco de História
A educação de adultos no Brasil ganhou maior importância a partir de 1932, com a
Cruzada Nacional de Educação, seguido da Cruzada ABC, em 1952, de inspiração
evangélica. Todavia, o programa mais importante foi o MOVIMENTO BRASILEIRO DE
ALFABETIZAÇÃO – MOBRAL, criado em 1967. Em 1981, o MOBRAL foi substituído pela
Fundação EDUCAR, que passou a dar prioridade ao ensino pré-escolar. Em 1990, o
Governo lançou o PROGRAMA NACIONAL DE ALFABETIZAÇÃO, praticamente sem
resultados.
Educação e Educação de Adultos – conceituação e pressupostos teórico-
práticos
Conforme assinalamos na Introdução deste trabalho, o Brasil ainda é, entre os países
em processo rápido de crescimento, um dos mais atrasados em matéria de educação,
ostentando a cifra vergonhosa de cerca de 15% de analfabetos entre a população
adulta acima de 20 anos.
Inúmeras tentativas foram realizadas visando a alfabetização de adultos, entre as
quais se destaca o MOBRAL. Todas essas iniciativas fracassaram, inclusive a do
MOBRAL, que conseguiu alfabetizar alguns milhões de brasileiros, mas não teve
continuidade, de modo que o pouco que aprenderam foi rapidamente esquecido.
A população adulta é a que trabalha e que vota, elegendo seus representes políticos.
Daí a sua importância sob dois aspectos:
1º) com o objetivo de preparar o trabalhador para melhor desempenhar o seu
trabalho, podendo ler e interpretar os manuais de operação dos equipamentos. No
mundo moderno, o conhecimento técnico é indispensável para adquirir alguma
especialização, que aumenta a produtividade do trabalhador e lhe garante melhores
salários.
2º) com o objetivo de preparar o trabalhador para o exercício da cidadania,
conferindo-lhe status político e lhe permitindo que, através da politização, possa
participar do poder diretamente ou através da eleição de seus representantes.
A ênfase que se dá à alfabetização de adultos, nas escolas socialistas, se deve ao fato
de que só o adulto detém o poder do voto e pode influenciar politicamente.
O Pensamento pedagógico crítico de Paulo Freire - “A Pedagogia do Oprimido”, A
Educação como Prática da Liberdade” e “A Pedagogia da Esperança”.
Conforme vimos antes, Paulo Freire investe contra o discurso liberal em matéria de
educação, condenando a educação puramente técnica e cient ífica.
Para ele, o trabalhador precisa adquirir uma consciência política, para desempenhar
com inteira liberdade sua cidadania. É significativo o trecho da “Apresentação” de seu
livro “Pedagogia do Oprimido”:
“Aos que constróem juntos o mundo humano (trabalhadores), compete assumirem a
responsabilidade de dar-lhe direção. Dizer a sua palavra equivale a assumir
conscientemente, como trabalhador, a função de sujeito de sua história, em
colaboração com os demais trabalhadores – o povo”.
Paulo Freire considera o conceito de “educação bancária”, dizendo que o educando
funciona como um “fundo bancário”, onde o educador vai fazendo “depósitos” de
informação (arquivo). O educando memoriza os dados mecanicamente e os repete. O
educador é o sujeito do processo e os educandos são meros objetos. Citando Simone
de Beauvoir, Paulo Freire continua sua crítica, afirmando que o que pretendem os
opressores é transformar a mentalidade dos oprimidos e não a situação que os oprime,
e, isto, para que, melhor adaptando-os a esta situação, melhor os domine.
Por isso, a educação libertadora do homem visa a construir o diálogo, através do qual
os oprimidos possam confrontar os opressores.
A educação como ato político-sócio-cultural
Recentemente, afirmava Paulo Freire que “nos anos 60 a educação era tida como
mágica, tudo podia; nos anos 70 e 80 era tida como negativa, nada podia. Agora,
talvez estejamos chegando a uma condição de humildade, aceitando que a educação
não é a chave de transformação da sociedade”.
De qualquer modo, apesar dessa nova visão sobre a educação no Brasil, Paulo Freire
sustenta que seu método é, hoje, até mais atual que há três décadas atrás.
No fundo, os educadores socialistas brasileiros entendem que a estrutura econômica
do País, comandada pelos grandes capitalistas, é que determina a estrutura do Poder
político, dividindo a sociedade brasileira em dois grupos (classes), o da minoria que
detém a riqueza e o poder e o da grande maioria que nada tem e vive à margem do
progresso.
A influência marxista foi muito grande nos meios culturais brasileiros e,
particularmente na área educacional. Conforme assinala Arnaldo Niskier, em Filosofia
da Educação, “o praxis marxista assumiu várias tendências; ora é a pedagogia do
conflito, ora é a educação transformadora (escola popular) ou ainda a educação
contestat ória (escola progressista).
Seus defensores atribuem à educação um caráter essencialmente político.
A maioria dos críticos de esquerda considera que o sistema de educação nacional foi
organizado para servir ao capitalismo e aos empresários, contra os interesses do povo
massa e, por isso, deve mudar. Mudar revolucionariamente. A crítica de fundo
socialista vai contra não só a escola tradicional, conservadora, humanística, como a
escola científica, tecnicista, cujo objetivo é preparar o homem para o trabalho.
Contrariamente, a escola político-militante, também chamada de progressista,
considera que o objetivo da educação é preparar o indivíduo para o exercício da
cidadania, ou seja, para sua participação política.
A obra de Paulo Freire, tem, visivelmente, essa conexão marxista. Seus principais
livros, “A Educação como Prática da Liberdade”, o “Papel da Educação na Humanidade”
e a “Pedagogia do Oprimido” enfocam a luta de classes, entre oprimidos e dominantes.
O Método de Alfabetização proposto por Paulo Freire
As idéias de Paulo Freire em relação ao processo de alfabetização de adultos começa
com a crítica do sistema tradicional que tinha a “Cartilha” como base. A velha
“Cartilha” ensinava pela repetição de palavras aleat órias formadas pela junção de uma
consoante e uma vogal.
Vejamos o caso da consoante “V”:
“Eva viu a uva
A ave é do Ivo
Ivo vai à roça”.
Era um método abstrato, pré-fabricado e imposto. A partir daí, Paulo Freire procurou
os caminhos para encontrar um jeito mais humano de ensinar-aprender a ler e
escrever.
Conforme assinala Carlos Rodrigues Brandão, em “O que é o método
Paulo Freire”, “a educação deve ser um ato coletivo, solidário, um ato de amor”.
As “palavras geradoras”
A primeira etapa pedagógica de construção do método foi chamada por Paulo Freire de
vários nomes: “levantamento do universos vocabular”, “descoberta do universo
vocabular”, “pesquisa do universo vocabular” e “investigação do universo temático”.
Citada por Carlos Rodrigues Brandão, vejamos o que disse Arenice Cardoso:
“O contato inicial e direto que estabelecemos com a comunidade é durante do pesquisa
do “universo vocabular – etapa realizada no campo e que é a primeira do Sistema
Paulo Freire de Educação de Adultos... Não é uma pesquisa de alto rigor científico, não
vamos testar nenhuma hipótese. Trata-se de uma pesquisa simples que tem como
objetivo imediato a obtenção dos vocábulos mais usados pela população a se
alfabetizar”.
Uma vez composto o universo das palavras geradoras, trata-se de exercitá-las com a
participação ou co-participação dos elementos da comunidade.
Na verdade, esse exerc ício é muito semelhante ao método tradicional de forma ção e
aprendizagem das palavras através da formação de sílabas básicas.
O método prático
As palavras geradoras, como dissemos, são escolhidas após pesquisa no meio
ambiente. Assim, por exemplo, numa comunidade que vive em favela, a palavra
FAVELA é geradora porque, evidentemente, está associada às necessidades
fundamentais do grupo, tais como: habitação, alimentação, vestuário, transporte,
saúde e educação.
Se houver possibilidade de utilizar um “slide”, projeta-se a palavra FAVELA e, logo em
seguida a sua separação em sílabas: FA-VE-LA. O educador passa, ent ão, a pronunciar
as sílabas em voz alta, o que é repetido, várias vezes, pelos educandos.
Em seguida, projeta-se a palavra dividida em sílabas, na posição vertical:
FA
VE
LA
completando o quadro com os respectivos fonemas:
FA FE FI FO FU
VA VE VI VO VU
LA LE LI LO LU
A partir daí, o grupo passa a criar outras palavras, como FALA, VALA, VELA, VOVO,
VIVO, LUVA, LEVE, FILA, VILA.
Outro exemplo, adaptável ao meio ambiente, é a palavra TRABALHO OU SALÁRIO.
TRA TRE TRI TRO TRU
BA BE BI BO BU
LHA LHE LHI LHO LHU
E assim por diante, vai-se fazendo, também a formação de palavras com fonemas já
usados em palavras apresentadas anteriormente. Essas palavras constituem o que se
chama FICHAS DE CULTURA, que podem ser acompanhadas de desenhos respectivos.
Por exemplo: CA-AS
As palavras geradoras não precisam ser muitas: de 16 a 23 é o bastante. No conjunto,
elas devem atender a três critérios básicos de escolha:
- a riqueza fonêmica da palavra geradora;
- as dificuldades fonéticas da língua; e
- o sentido pragmático dos exercícios.
Na medida em que o aprendizado vai se desenvolvendo, forma -se um “circuito de
cultura entre educadores e educandos, possibilitando a colocação de temas geradores
para discussão através do diálogo.
Dessa forma, o objetivo da alfabetização de adultos vai levando a educando à
conscientização dos problemas que o cercam, à compreensão do mundo e ao
conhecimento da realidade social. Fica claro, então, que a alfabetização é o início do
programa de educação.
Uma idéia desse contexto pode ser visualizada na discussão da palavra geradora
SALÁRIO. Vejamos:
1) Idéias para discussão:
- valorização do trabalho e recompensa;
- finalidade do salário: manutenção do trabalhador e de sua família;
- horário de trabalho;
- o salário mínimo, o 13º salário;
- repouso semanal e férias.
2) Finalidade da conversa:
- discutir a situação do salário dos trabalhadores;
- despertar no grupo o conhecimento das leis trabalhistas;
- levar o grupo a exigir salários justos.
Evidentemente, o sentido pedagógico do método Paulo Freire é a politização do
trabalhador, único meio de fortalecer a classe dos oprimidos e dar-lhe armas para lutar
pela revolução social, contra as desigualdades e a favor da liberdade.
BIBLIOGRAFIA
Freire, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Editora Paz e Terra, Rio, 1970.
Educação como Prática da Liberdade – Editora Paz e Terra, Rio 1975.
Brandão, Carlos Rodrigues. O Que É o Método Paulo Freire – Ed. Brasiliense – São
Paulo, 1996.
Niskier, Arnaldo. Filosofia da Educação – Ed. Traço + Linha – Rio, 1992.
Confederação Nacional do Comércio. A Educação no Brasil – Coletânea de diversos
autores, Rio 1995.
Revista VEJA – nº de 29/06/96. Paiva, Vanilda Pereira. Paulo Freire e o Nacionalismo
Desenvolvimentista – 1980.

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Paulo freire e_o_metodo_de_alfabetizacao_de_adultos

  • 1. PAULO FREIRE E O MÉTODO DE ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS Professor Elias Celso Galvêas Introdução O analfabetismo no Brasil é uma mancha que envergonha a Nação. Embora não existam estatísticas atualizadas, acredita-se que, hoje, numa população de mais de 160 milhões de habitantes, cerca de 20% ou quase 30 milhões de brasileiros não saber ler e escrever. Isto explica, em grande parte, o atraso cultural e o subdesenvolvimento econômico e social do País, eis que o analfabeto é um deficiente mental, que não convive com a civilização e não progride no trabalho nem evolui socialmente. O analfabetismo é um fator de atraso político e altamente impeditivo do desenvolvimento econômico-social. Dados Gerais sobre Paulo Freire Paulo Reglus Neves Freire nasceu em Recife, em 1921. Aos 15 anos era considerado um estudante atrasado, que escrevia mal e errado. É impressionante o sucesso que teve em sua carreira de educador, pois em 1970, vivendo em Genebra, dava aulas nas Universidades suíças. Contra seu método de alfabetização de adultos surgiram muitas críticas. O ex-reitor da Universidade de Brasília, o físico José Carlos Azevedo, assegura que o método nem mesmo é dele, é de professores franceses, e não funciona, é inviável. A ex-deputada Sandra Cavalcanti considera a proposta de Paulo Freire demagógica e O Globo, em artigo de Carlos Swan, alertava a Nação para o fato de que seu método era um programa intensivo de comunização no Nordeste. Paulo Freire é totalmente contra as idéias neo-liberais que advogam a preparação técnica e cient ífica do aluno, para lhe dar uma profissão. “Isto é o esgotamento trágico da educação”, diz ele. Paulo Freire, como Karl Marx, acredita que a sociedade só se transforma pela revolução, pela luta de classes. As classes dominantes impõem uma educação para o trabalho, com o objetivo de manter o homem dominado, sem escolha, sem liberdade. Daí que a educação liberadora é a “educação como prática da liberdade”, cujo objetivo é transformar o trabalhador em um agente político, que pensa, que vota, que elege seus pares, para que eles sejam a classe dominante. “A arma do homem é a palavra.” É através da palavra que o homem pode conquistar sua liberdade. Paulo Freire, hoje, se dedica, exclusivamente, a participar de um curso de pós- graduação de pedagogos, na PUC de São Paulo. Pelas suas idéias e pregação revolucionárias, Paulo Freire foi cassado pela Revolução de 1964 e passou 16 anos no exílio. Hoje, ele é cidadão honorário de 9 cidades brasileiras, além de Los Angeles, nos Estados Unidos, e doutor honoris causa por 28 universidades brasileiras e estrangeiras. Suas principais obras estão traduzidas em duas dezenas de línguas, inclusive grego e chinês. Um pouco de História A educação de adultos no Brasil ganhou maior importância a partir de 1932, com a
  • 2. Cruzada Nacional de Educação, seguido da Cruzada ABC, em 1952, de inspiração evangélica. Todavia, o programa mais importante foi o MOVIMENTO BRASILEIRO DE ALFABETIZAÇÃO – MOBRAL, criado em 1967. Em 1981, o MOBRAL foi substituído pela Fundação EDUCAR, que passou a dar prioridade ao ensino pré-escolar. Em 1990, o Governo lançou o PROGRAMA NACIONAL DE ALFABETIZAÇÃO, praticamente sem resultados. Educação e Educação de Adultos – conceituação e pressupostos teórico- práticos Conforme assinalamos na Introdução deste trabalho, o Brasil ainda é, entre os países em processo rápido de crescimento, um dos mais atrasados em matéria de educação, ostentando a cifra vergonhosa de cerca de 15% de analfabetos entre a população adulta acima de 20 anos. Inúmeras tentativas foram realizadas visando a alfabetização de adultos, entre as quais se destaca o MOBRAL. Todas essas iniciativas fracassaram, inclusive a do MOBRAL, que conseguiu alfabetizar alguns milhões de brasileiros, mas não teve continuidade, de modo que o pouco que aprenderam foi rapidamente esquecido. A população adulta é a que trabalha e que vota, elegendo seus representes políticos. Daí a sua importância sob dois aspectos: 1º) com o objetivo de preparar o trabalhador para melhor desempenhar o seu trabalho, podendo ler e interpretar os manuais de operação dos equipamentos. No mundo moderno, o conhecimento técnico é indispensável para adquirir alguma especialização, que aumenta a produtividade do trabalhador e lhe garante melhores salários. 2º) com o objetivo de preparar o trabalhador para o exercício da cidadania, conferindo-lhe status político e lhe permitindo que, através da politização, possa participar do poder diretamente ou através da eleição de seus representantes. A ênfase que se dá à alfabetização de adultos, nas escolas socialistas, se deve ao fato de que só o adulto detém o poder do voto e pode influenciar politicamente. O Pensamento pedagógico crítico de Paulo Freire - “A Pedagogia do Oprimido”, A Educação como Prática da Liberdade” e “A Pedagogia da Esperança”. Conforme vimos antes, Paulo Freire investe contra o discurso liberal em matéria de educação, condenando a educação puramente técnica e cient ífica. Para ele, o trabalhador precisa adquirir uma consciência política, para desempenhar com inteira liberdade sua cidadania. É significativo o trecho da “Apresentação” de seu livro “Pedagogia do Oprimido”: “Aos que constróem juntos o mundo humano (trabalhadores), compete assumirem a responsabilidade de dar-lhe direção. Dizer a sua palavra equivale a assumir conscientemente, como trabalhador, a função de sujeito de sua história, em colaboração com os demais trabalhadores – o povo”. Paulo Freire considera o conceito de “educação bancária”, dizendo que o educando funciona como um “fundo bancário”, onde o educador vai fazendo “depósitos” de informação (arquivo). O educando memoriza os dados mecanicamente e os repete. O
  • 3. educador é o sujeito do processo e os educandos são meros objetos. Citando Simone de Beauvoir, Paulo Freire continua sua crítica, afirmando que o que pretendem os opressores é transformar a mentalidade dos oprimidos e não a situação que os oprime, e, isto, para que, melhor adaptando-os a esta situação, melhor os domine. Por isso, a educação libertadora do homem visa a construir o diálogo, através do qual os oprimidos possam confrontar os opressores. A educação como ato político-sócio-cultural Recentemente, afirmava Paulo Freire que “nos anos 60 a educação era tida como mágica, tudo podia; nos anos 70 e 80 era tida como negativa, nada podia. Agora, talvez estejamos chegando a uma condição de humildade, aceitando que a educação não é a chave de transformação da sociedade”. De qualquer modo, apesar dessa nova visão sobre a educação no Brasil, Paulo Freire sustenta que seu método é, hoje, até mais atual que há três décadas atrás. No fundo, os educadores socialistas brasileiros entendem que a estrutura econômica do País, comandada pelos grandes capitalistas, é que determina a estrutura do Poder político, dividindo a sociedade brasileira em dois grupos (classes), o da minoria que detém a riqueza e o poder e o da grande maioria que nada tem e vive à margem do progresso. A influência marxista foi muito grande nos meios culturais brasileiros e, particularmente na área educacional. Conforme assinala Arnaldo Niskier, em Filosofia da Educação, “o praxis marxista assumiu várias tendências; ora é a pedagogia do conflito, ora é a educação transformadora (escola popular) ou ainda a educação contestat ória (escola progressista). Seus defensores atribuem à educação um caráter essencialmente político. A maioria dos críticos de esquerda considera que o sistema de educação nacional foi organizado para servir ao capitalismo e aos empresários, contra os interesses do povo massa e, por isso, deve mudar. Mudar revolucionariamente. A crítica de fundo socialista vai contra não só a escola tradicional, conservadora, humanística, como a escola científica, tecnicista, cujo objetivo é preparar o homem para o trabalho. Contrariamente, a escola político-militante, também chamada de progressista, considera que o objetivo da educação é preparar o indivíduo para o exercício da cidadania, ou seja, para sua participação política. A obra de Paulo Freire, tem, visivelmente, essa conexão marxista. Seus principais livros, “A Educação como Prática da Liberdade”, o “Papel da Educação na Humanidade” e a “Pedagogia do Oprimido” enfocam a luta de classes, entre oprimidos e dominantes. O Método de Alfabetização proposto por Paulo Freire As idéias de Paulo Freire em relação ao processo de alfabetização de adultos começa com a crítica do sistema tradicional que tinha a “Cartilha” como base. A velha “Cartilha” ensinava pela repetição de palavras aleat órias formadas pela junção de uma consoante e uma vogal. Vejamos o caso da consoante “V”:
  • 4. “Eva viu a uva A ave é do Ivo Ivo vai à roça”. Era um método abstrato, pré-fabricado e imposto. A partir daí, Paulo Freire procurou os caminhos para encontrar um jeito mais humano de ensinar-aprender a ler e escrever. Conforme assinala Carlos Rodrigues Brandão, em “O que é o método Paulo Freire”, “a educação deve ser um ato coletivo, solidário, um ato de amor”. As “palavras geradoras” A primeira etapa pedagógica de construção do método foi chamada por Paulo Freire de vários nomes: “levantamento do universos vocabular”, “descoberta do universo vocabular”, “pesquisa do universo vocabular” e “investigação do universo temático”. Citada por Carlos Rodrigues Brandão, vejamos o que disse Arenice Cardoso: “O contato inicial e direto que estabelecemos com a comunidade é durante do pesquisa do “universo vocabular – etapa realizada no campo e que é a primeira do Sistema Paulo Freire de Educação de Adultos... Não é uma pesquisa de alto rigor científico, não vamos testar nenhuma hipótese. Trata-se de uma pesquisa simples que tem como objetivo imediato a obtenção dos vocábulos mais usados pela população a se alfabetizar”. Uma vez composto o universo das palavras geradoras, trata-se de exercitá-las com a participação ou co-participação dos elementos da comunidade. Na verdade, esse exerc ício é muito semelhante ao método tradicional de forma ção e aprendizagem das palavras através da formação de sílabas básicas. O método prático As palavras geradoras, como dissemos, são escolhidas após pesquisa no meio ambiente. Assim, por exemplo, numa comunidade que vive em favela, a palavra FAVELA é geradora porque, evidentemente, está associada às necessidades fundamentais do grupo, tais como: habitação, alimentação, vestuário, transporte, saúde e educação. Se houver possibilidade de utilizar um “slide”, projeta-se a palavra FAVELA e, logo em seguida a sua separação em sílabas: FA-VE-LA. O educador passa, ent ão, a pronunciar as sílabas em voz alta, o que é repetido, várias vezes, pelos educandos. Em seguida, projeta-se a palavra dividida em sílabas, na posição vertical: FA VE LA completando o quadro com os respectivos fonemas:
  • 5. FA FE FI FO FU VA VE VI VO VU LA LE LI LO LU A partir daí, o grupo passa a criar outras palavras, como FALA, VALA, VELA, VOVO, VIVO, LUVA, LEVE, FILA, VILA. Outro exemplo, adaptável ao meio ambiente, é a palavra TRABALHO OU SALÁRIO. TRA TRE TRI TRO TRU BA BE BI BO BU LHA LHE LHI LHO LHU E assim por diante, vai-se fazendo, também a formação de palavras com fonemas já usados em palavras apresentadas anteriormente. Essas palavras constituem o que se chama FICHAS DE CULTURA, que podem ser acompanhadas de desenhos respectivos. Por exemplo: CA-AS As palavras geradoras não precisam ser muitas: de 16 a 23 é o bastante. No conjunto, elas devem atender a três critérios básicos de escolha: - a riqueza fonêmica da palavra geradora; - as dificuldades fonéticas da língua; e - o sentido pragmático dos exercícios. Na medida em que o aprendizado vai se desenvolvendo, forma -se um “circuito de cultura entre educadores e educandos, possibilitando a colocação de temas geradores para discussão através do diálogo. Dessa forma, o objetivo da alfabetização de adultos vai levando a educando à conscientização dos problemas que o cercam, à compreensão do mundo e ao conhecimento da realidade social. Fica claro, então, que a alfabetização é o início do programa de educação. Uma idéia desse contexto pode ser visualizada na discussão da palavra geradora SALÁRIO. Vejamos: 1) Idéias para discussão: - valorização do trabalho e recompensa; - finalidade do salário: manutenção do trabalhador e de sua família; - horário de trabalho; - o salário mínimo, o 13º salário; - repouso semanal e férias. 2) Finalidade da conversa: - discutir a situação do salário dos trabalhadores; - despertar no grupo o conhecimento das leis trabalhistas; - levar o grupo a exigir salários justos. Evidentemente, o sentido pedagógico do método Paulo Freire é a politização do
  • 6. trabalhador, único meio de fortalecer a classe dos oprimidos e dar-lhe armas para lutar pela revolução social, contra as desigualdades e a favor da liberdade. BIBLIOGRAFIA Freire, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Editora Paz e Terra, Rio, 1970. Educação como Prática da Liberdade – Editora Paz e Terra, Rio 1975. Brandão, Carlos Rodrigues. O Que É o Método Paulo Freire – Ed. Brasiliense – São Paulo, 1996. Niskier, Arnaldo. Filosofia da Educação – Ed. Traço + Linha – Rio, 1992. Confederação Nacional do Comércio. A Educação no Brasil – Coletânea de diversos autores, Rio 1995. Revista VEJA – nº de 29/06/96. Paiva, Vanilda Pereira. Paulo Freire e o Nacionalismo Desenvolvimentista – 1980.