O documento apresenta um resumo da vida de São João da Cruz em três parágrafos. Descreve sua origem humilde, seu ingresso na Ordem do Carmo e seu encontro com Santa Teresa de Ávila que levou à fundação da reforma carmelita. Relata também sua prisão por outros frades e seu falecimento aos 49 anos, deixando uma vasta obra poética e mística.
1.
PARÁGRAFO DE SÃO JOÃO DA CRUZ
Avi s o s
16 Bem-aventuda Maria dos Anjos
(1661 - 1717).
18 17:45 | Reunião do Grupo de Oração.
ChAMA
DO CARMO
DE VIANA DO CASTELO
DOMINGO III DO ADVENTO | A
207
DEZEMBRO 15 2013
23 Abertura da Exposição de Presépios.
24 00:00 | Missa do Galo.
[ SÃO JOAO DA CRUZ ]
Carta à Irmã Catarina de Jesus,
Cermelita Descalça:
Que Jesus esteja na sua alma, minha filha
Catarina.
Embora não saiba onde se encontra,
quero escrever-lhe estas linhas, confiando
que a Nossa Madre [Teresa de Jesus]
lhas fará chegar, caso não ande com ela.
E se não andar, alegre-se comigo porque
mais desterrado e sozinho estou por estas
bandas. Depois que aquela baleia me trouxe e
me vomitou neste desconhecido porto
[prisão de Toledo], nunca mais tive a sorte
de a ver nem aos santos daí. Deus fez tudo
bem, pois o abandono é como uma lima e o
passar pelas trevas acaba em grande luz.
Queira Deus que não andemos nelas!
Quantas coisas tinha para lhe dizer! Mas,
como estou a escrever muito às cegas, por
julgar que não a irá receber, fico-me sem a
terminar. Reze a Deus por mim. E daqui
nada mais tenho a dizer-lhe, porque não me
apetece.
Baeza, 6 de Julho de 1581.
SÃO JOAO DA CRUZ (1542 - 1591)
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Telefone 258 822 264
viana@carmelitas.pt
COM A BÊNÇÃO DAS GRÁVIDAS
queremos manifestar-lhes a solidariedade
e a gratidão da Igreja pelo contributo
imprescindível e, quem sabe, heróico,
que estão a dar para a vida da sociedade
e da Igreja.
Queremos que se sintam realmente
abençoadas pelo Deus da vida,
aquele Deus que, num amor ilimitado,
nos deu o seu Filho, que para nós se fez
homem no seio da Virgem Santa Maria,
Senhora da Expectação.
D. ANACLETO OLIVEIRA
Oração
LITURGIA DAS HORAS
• Semana III do Saltério.
A Palavra
DOMINGO III DO ADVENTO
• Isaías 7:10-14.
• Salmo 23:1-6.
• Romanos 1:1-7.
• Mateus 1:18-24.
( 22 DE DEZEMBRO )
Era, afinal, um homem
pequenino!
2. João da Cruz. O Advento é Deus que vem e nós que vamos. Mas é sobretudo Deus que vem. Sem esquecer que nós
temos de ir. Nós vamos, e cada um vai ao encontro do Senhor que vem. Não vamos sós. Vamos em comunidade, e vamos
com os Santos que sempre nos animam a correr para Deus. E dentre os Santos alguns são muito especiais porque são
figuras imperdíveis no caminho do Advento. Assim conto nada mais nada menos que cinco: Isaías o profeta, João o
baptista, a Virgem Maria, São Nicolau (!) e São João da Cruz. Parecem-nos nomes estranhos e as suas vidas
desconhecidas? Talvez, mas ninguém como eles para interpelar a nossa caminhada de Advento. Ora queira você descobrir
brevemente como São João da Cruz nos pode ajudar.
Era, afinal, um homem pequenino!
João da Cruz nasceu ao lado de um tear que não
chegou a parar quando nasceu. Quero crer fosse
de linho branco. Os pais pobres, o tear pobre, o
linho alvo e puro. É o místico mais puro e o poeta
mais elevado da literatura ibérica. É o poeta mais
santo e o santo mais poeta.
Nasceu no 24 de Junho de 1542, em Fontiveros
(Ávila, Espanha). É de lá, mas os poetas e os
místicos transcendem as fronteiras não importa
o barro donde sejam feitos. É pois também de cá.
E donde o lerem e amarem. A confiar nas medidas
da igreja paroquial que ainda existe, Fontiveros
foi lugar avantajado, próspero e afortunado.
Porém, aqueles foram dias de pragas, de colheitas
minguadas e de fome, de muita fome: daquela que
mata. Da que mata muito. E muitos morreram: o
pai Gonçalo e o irmão Luis morreram. Além do
caçula Joãozinho sobreviveram à fome mas não
ao duro vaivém da vida quási escrava a mãe
Catarina e o irmão Francisco.
Como se imagina João passou a infância à volta
de panelas vazias; e de brincadeiras, quando
havia no corpo um pouco mais de ânimo. A
juventude viveu-a vergada pelo trabalho. E pelo
estudo. Sim, pelo estudo, que o rapaz parece que
tinha uma luzinha a alumiá-lo!
Em 1551 o que restava da família emigrou para
Medina del Campo, cidade comercial e de feiras
ricas. Foi aí que iniciou a sua formação
profissional e cultural frequentando o Colégio
dos Doutrinos, uma espécie de IPSS para meninos
órfãos e desprotegidos — quem pode agora dizer
que das margens aonde encalham os restos
famintos e desprezados das sociedades não
podem surgir luzeiros que guiem 500 anos de
história?
(Enquanto estudava trabalhava como moço de
recados no Hospital das Bubas: o pior da cidade,
tinha de ser! Parece sina...)
O braseiro do estudo, do trabalho e da oração
forjaram João da Cruz, homem pequenino,
grande de têmpera, gigante ao olho de Deus.
O desejo de que a sua vida honrasse a Virgem
Nossa Senhora levou-o a escolher a Ordem do
Carmo. E foi assim que no ano de 1563, aos vinte e
um anos de idade, bateu à porta do Convento de
Santa Ana de Medina del Campo. Ali vestiu o
hábito carmelita e recebeu o nome de Frei João de
São Matias. Professou no ano seguinte.
Seguiu-se a frequência da Universidade de
Salamanca. É ali que o surpreende o ano de 1567,
um ano especialíssimo na sua vida: em Julho, no
fim do ano lectivo, mas não no fim do curso
teológico que não chegará a concluir, recebeu a
ordenação sacerdotal em Salamanca; no mês
seguinte cantou a sua primeira Missa, em Medina
del Campo, onde vivia a mãe e o irmão; e algures
num dos dias de setembro ou outubro conheceu a
Irmã Teresa de Jesus, cuja finura soube carreá lo
para a sua obra fundacional.
Quase inadvertidamente sem nada bulir
demasiado — que a brisa da tarde era mesmo
muito suave! — encontraram-se no pequenino
locutório do Carmelo dois dos maiores gigantes
de todos os tempos. Ele não falou muito, ela
muito não falou. E ficou assente que o início da
acção seria rápida.
Depois de mais um ano na Universidade Frei João
regressou em 1568 a Medina e coseram juntos os
planos que há um ano haviam ficado
alinhavados.
A sua vida que está por vir dava um filme, e na
verdade já deu vários! Em Janeiro de 1576 foi
feito prisioneiro, mas foi liberto quase por
milagre de imediato. No dia 2 de Dezembro de
1577 o golpe foi mais certeiro e ele bateu com os
costados na escassa prisão conventual do Carmo
de Toledo. Prisoneiro sem culpa ali ficou nove
meses até que fugiu ou o ódio dos frades
carcereiros teria dado boa conta dele. Não sei se
saltou muros ou se voou, pois era agora um outro
homem! Fugiu fisicamente muito debilitado, mas
incandescido espiritualmente porque o alumiava
uma Luz mais certeira que a do meio-dia!
Por fim, em Julho de 1591 pagam-lhe toda a
bondade e ternura de pai fecundíssimo com um
desterro mal disfarçado: ia como missionário
para o México! Não chegou a ir porque em
Setembro caiu doente. Para se curar escolheu o
mais obscuro convento da Ordem. E foi numa
cama que passou os últimos meses de vida. Ali
(sob)reviveu ignorado por quase todos, menos
pelos pequeninos que sempre sabem reconhecer o
valor das almas pequenas.
(Que, afinal, são espantosamente grandes!)
Morreu santamente na noite de 13 para 14 de
Dezembro. Tinha uns abreviados 49 anos de
idade — para o Céu, porém, estava maduro e era
até das suas mais suaves margaridas. Viveu de
Deus e em Deus, e não falou mais do que de Deus.
Aconselhando a renunciar às distracções do
mundo ensinava os seus discípulos a reconciliarse com Deus e a não temer caminhar
valorosamente sob seu olhar (de amor).
O caminho (que tantos santos fez) ainda hoje é
válido! Siga por ele.