1. Páscoa. O notícia da ressurreição de Jesus causa ainda hoje surpresa até mesmo aos inimigos da Luz.
Que a morte tenha sido derrotada foi uma notícia que ninguém ousara sonhar, ninguém ousara desejar.
Porque ninguém sabia pedi-la. Por isso, todos foram apanhados de surpresa.
A poesia ainda hoje procura captar a surpresa da notícia. Homens e mulheres crentes de todos os tempos
procuraram dar corpo ao impacto da surpresa: como foi possível a Ressurreição? Como não cantá-la ela
que tanto nos enche e alegria? Seguem-se quatro poemas. São quatro das muitas versões do mesmo jubilo!
Afinal, o Senhor é mesmo senhor e já não está preso pelos laços da morte!
Poesia de Páscoa
ELE VIVE
«Ele não está aqui, porque já ressuscitou!»
Até hoje estas palavras soam bem
aos ouvidos.
O meu Jesus tão querido
não está pregado na cruz.
Quando o anjo disse às mulheres:
Vinde e vede o lugar onde o Senhor jazia.
Eu imagino a alegria
de Madalena e Maria.
Lá do alto um som se ouvia
eram anjos em cantoria
e em aramaico diziam:
Ressurrecto é o Senhor!
Hull de la Fuente
DOMINGO DE PÁSCOA
(O terceiro dia)
Tenho-vos dito isto para que em Mim tenhais paz:
no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo,
Eu venci o mundo( João 16: 33 )
Pequeno, olho para Ti, ó ser Altíssimo
e apesar de virem ao peito Tuas dores
este dia é a vitória sobre os algozes
a assombrosa manhã da tessureição
na qual todos obteremos a salvação
mediante a nossa fé e nossa acção
é a vitória da vida sobre a morte
é a chave que abre da morte o grilhão
é o poder do Espírito sobre a carne
que por amor desceu e se fez homem
é o júbilo da cumprida profecia
é a alegria da manhã de um novo dia!
Ana C.
RESSURREIÇÃO
Senhor!
Eu bem Te vejo, apesar
da escuridão!
Inda me não tocou a Tua Mão,
mas bem a sinto, em meus cabelos,
numa carícia igual a um perfume ou um perdão.
Senhor!
Eu bem te vejo, apesar
da escuridão!
Que já se abriram cinco
(ou cinquenta?
ou são quinhentas?)
Estrelinhas azuis no Céu azul
– as Tuas cinco, ou não sei quantas, feridas
lavadas pelas águas lá de Cima.
Vejo-Te ainda incerto e vago
como um desenho sumido,
mas esta é, Jesus, a última das noites.
Há já três
(não Te lembras, Senhor, das bofetadas
e dos cravos nos pés ?)
que Te pregaram numa cruz
e que morreste.
Até logo, Senhor!
(Deixa ser longa a Noite e o Logo longo,
Que é de noite que eu seco os meus espinhos
e cavo, na minh’alma o Teu jardim.
Rompa tarde a Manhã de ao fim
de Tua-minha Noite derradeira.
– Não quero é que Te rasgues novamente,
quando, no terceiro Dia longe-perto,
misericordiosamente,
ressuscitares em mim.)
Sebastião da Gama