O documento descreve o Ano Santo da Misericórdia decretado pelo Papa Francisco, incluindo a abertura da Porta Santa como sinal da misericórdia de Deus. O texto também discute os desafios atuais da violência e individualismo e como a misericórdia pode trazer esperança nesse contexto.
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março de 2016
1. Ao anunciar oAno Santo da Mise-
ricórdia no início do ano passado, o
PapaFranciscoescreveunabulaMise-
ricordiae Vultus (O Rosto da Miseri-
córdia): “Na festa da Imaculada Con-
ceição, terei a alegria de abrir a Porta
Santa. Será então uma Porta
da Misericórdia onde qual-
quer pessoa que entre poderá
experimentar o amor de Deus
que consola, perdoa e dá espe-
rança”.Compreende-seaemo-
ção do Pontífice porque a data
recorda o cinquentenário da
conclusão do Concílio Vatica-
no II, o maior evento da Igreja
do século XX. Também per-
mitiu que o gesto se repetisse
em todas as dioceses do mun-
do. Ela permanecerá aberta
durantetodooAno Santo,sim-
bolizando o Coração de Jesus,
a verdadeira Porta que nunca
está fechada para quem dele
se aproxima. Magnífico sinal
doAno Santo da Misericórdia
oferecido à Igreja como um
presente para esse momento.
O mundo precisa ouvir pala-
vras suaves queabafemaspro-
postas de desamor ouvidas a cada ins-
tante. A hora é grave: as famílias se
desmancham como bolhas de sabão.
Aviolência aumenta num tecido soci-
al de competição, consumismo e indi-
vidualismo.
Nesse terreno hostil, é lançada a
semente da misericórdia pelo profeta
Francisco que crê no poder renovador
do Espírito. É fantástica a sua confi-
ança na Igreja: “A primeira verdade
da Igreja é o amor de Cristo. É deste
amor, que vai até o perdão e o dom de
si mesmo, que a Igreja faz-se media-
dora junto à humanidade. Por isso,
onde a Igreja estiver presente, aí deve
ser evidente a misericórdia do Pai.
Onde houver cristãos, qualquer pes-
soa deve encontrar um oásis de mise-
ricórdia”.
O Papa Francisco desce à prática,
sugerindo o que fazer para vivermos
num contexto menos desumano que o
nosso: “QueremosviveresteAno Jubi-
lar à luz desta palavra do Senhor:
Misericordiosos como o Pai”. Na
Bula, ele apresenta fundamentos
de um programa de vida que cor-
responda ao lema do evento.
Como primeira sugestão, pede
que escutemos a Palavra de Deus
porquesó elanos apontaráodevi-
do caminho para a vivência da
misericórdia.Obstáculosnãofal-
tarão, mas, na certeza de que o
Senhor está conosco, enfrentare-
mos com coragem todos os con-
flitos. Basta termos a humildade
decolocá-loànossa frenteedesa-
parecer atrás dele, revestidos da
sua compaixão.
Na nossa Arquidiocese, a
Porta Santa foi aberta na Basílica
do Senhor do Bonfim, e, no
Recôncavo baiano, no Santuário
de Santo Antônio Galvão, em
Belém,Cachoeira.
O desafio do Ano Santo da
Misericórdia é imenso, meus
paroquianos, paroquianas e lei-
tores do Folha. Maior, porém, é a oni-
potência de Deus, que quer transfor-
mar este mundo numa antessala do
céu. Desejo que vocês façam essa
experiência de fé, atravessando a
Porta Santa. Uma santa Quaresma e
umaPáscoademuitosdons.
Padre Aderbal Galvão de Sousa
Padre Aderbal celebra e rende
graças a Deus pelos 100 anos de
Monsenhor Gaspar Sadoc.
Página 5
Troquemos a dureza de coração
pela misericórdia, sugere-nos
Yvette Amaral no seu artigo na
página 7
Papa Francisco nos convida a
participar ativamente da Campanha
da Fraternidade Ecumênica. Leia
mensagem do Pontífice na página 8
2. Atento à solicitação do Papa Francisco, o Folha de
SãoPedroprosseguecomareflexãosobre asvirtudesdes-
tacadas noAcróstico composto por ele sobre a Misericór-
dia e endereçado a “todos aqueles que querem tornar
fecundaasua consagraçãoouoseuserviçoàIgreja”.
LetraI–IdoneidadeeSagacidade
Se Idoneidade – como esclarece o dicionário -, é sinô-
nimo de competência, aptidão, capacidade, então idônea
é a pessoa preparada e adequada para exercer um cargo e
realizar um serviço. Entretanto, a idoneidade daqueles
que se comprometem com o anúncio do Evangelho vai
muito além de competência e preparo intelectual exigi-
dos pelo mundo. Embora requeira um esforço pessoal,
conhecimento das coisas do mundo, da natureza e reali-
dade humanas, o missionário idôneo é antes de tudo um
vocacionado, vez que os requisitos essenciais para exer-
cer a missão de anunciar o amor e a misericórdia de Deus
não são encontrados nas instituições humanas, mas parte
de uma resposta afirmativa ao chamado divino. E disso
quem nos fala muito bem é São Paulo na carta aos gála-
tas: “Deus, porém me escolheu antes de eu nascer e me
chamou por sua graça, quando ele resolveu revelar em
mim o seu Filho, para que eu o anunciasse entre os
pagãos...”(Gl1,15-16).
Assim comoaidoneidadedeJesus seconcentravapri-
meiro naquilo que ele era, assim também a idoneidade do
discípulo missionário concentra-se naquilo que ele se
torna mediante o batismo: membro do Corpo Místico de
Jesus Cristo e pedra viva da Igreja por Ele fundada. E se
“a Igreja é fruto do sonho missionário de Jesus”, nós, os
batizados, somos os encarregados de dar vida a esse
sonho.
Em dado momento de sua vida pública, Jesus chamou
72 discípulos – pessoas que O conheciam e conviviam
com Ele – e enviou-os em missão, dois a dois, com a
ordem de fazerem tudo aquilo que Ele ensinou e fez (Cf
Mt 10,7-8). Diante de uma missão aparentemente impos-
sível, é Paulo quem mais uma vez vem em nosso auxílio e
faz a todos nós que almejamos ser missionários idôneos a
recomendação que fez aos filipenses: “Tenham em vocês
os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo” (Fl
2,5).
Jesus dava testemunho da verdade, porque vivia em
sintonia com o Pai e procurava fazer, em tudo, Sua vonta-
de; era um profundo conhecedor das Escrituras, mas tam-
bém da natureza humana e das realidades e costumes do
povo. Tinha convicção de sua missão, era objetivo, acre-
ditava no que anunciava e vivia de acordo com o que fala-
va; não esperava que as pessoas viessem até Ele, mas saía
ao encontro delas nas periferias existenciais, como gosta
de frisar, Francisco. Compassivo com os famintos, doen-
tes e marginalizados, era terno e bondoso com todos,
porém enérgico com os hipócritas; falava de verdades
eternas a partir das realidades simples do cotidiano dos
queoouviam;aoinvésdecondenaçõesediscursos mora-
listas, preferia falar do amor do Pai, suscitar esperança no
coração das pessoas e se comprazia em apresentar solu-
ções que as conduzissem à felicidade. A ninguém discri-
minava, pelo contrário, garantiu a salvação a todos que
livremente aceitassem Sua proposta e O seguissem.
Nunca impôs sua Verdade, mas manifestou-se como o
Caminho,aVerdadeeaVida.
Nesse mundoemquevivemos,aespertezaestátãolar-
gamente voltada para o crime, a violência e a corrupção
que até relutam em vê-la como uma virtude. Entretanto, a
presença de espírito e presteza para responder e resolver
situações que requerem respostas e ações imediatas e
urgentes torna-se uma preciosa virtude quando, ilumina-
da pelo Espírito Santo, é usada para servir ao próximo,
construir um mundo mais justo e para o anúncio da Boa
NovadoReinodeDeus.
Os evangelistas narram que as lideranças religiosas,
incomodadas com a pregação de Jesus, tramavam arma-
dilhas com a intenção de forçá-Lo a contradizer a Lei
Mosaica e, assim, desacreditá-Lo junto ao povo. Mas
Jesus, extremamente sagaz, percebia a maldade deles e
dava respostas tão bem formuladas que deixava os inter-
locutoresperplexosesemsaída.
Não basta que sejamos missionários ternos e idôneos.
Porque precisamos também de muita sagacidade, que é a
recomendação de Jesus para os discípulos de seu tempo,
“Sejam espertos como as serpentes, mas simples como as
pombas” (Mt 10,16), chega até nós hoje com a mesma
forçaevigordevinteséculosatrás.
zelia.vianna@yahoo.com.br
Zélia Vianna
3. GRUPO DE ORAÇÃO NOSSA SENHORA DO
CENÁCULO: 2, 9, 16, 23 e 30 de março, às 8h, na Igreja
Nossa SenhoradaConceiçãodaLapa.
ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO: 3 de
março, às 11h, na Igreja de São Raimundo, sob a
responsabilidadedaParóquiadeSãoPedro.
HORA SANTA E MISSA DO SAGRADO CORAÇÃO DE
JESUS: 4 de março. Hora santa às 9h e missa às 10h, na Igreja
deSãoPedro.
VIA SACRA: 4, 11 e 18 de março, às 11h e 16h, na Igreja de
São Pedro; e às 15h30, na Igreja Senhor Bom Jesus dos
Aflitos.
24HORAS DEORAÇÃO PARAO SENHOR: 4demarço.
CATEQUESE PAROQUIAL: Encerramento das inscrições, 5
de março. Início: 12 de março, às 14h, na Igreja Nossa Senhora
daConceiçãodaLapa.
PREPARAÇÃO DE PAIS E PADRINHOS PARA O
BATISMO DE CRIANÇAS: 5 e 19 de março, às 15h, na Igreja
deSãoPedro.
BATISMO DE CRIANÇAS: 6 e 20 de março, às 9h, na Igreja
deSãoPedro.
UNÇÃO DOS ENFERMOS: 5 de março, na missa das 15h, na
Igreja de São Pedro. As inscrições devem ser feitas com
antecedêncianasecretariaparoquial.
ENCONTRO DOS MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS
DA SAGRADA COMUNHÃO: 5 de março, das 8h30 às 11h,
naIgrejaNossa SenhoradaConceiçãodaLapa.
F E S T A D E S Ã O J O Ã O D E D E U S E D I A
INTERNACIONALDAMULHER:8demarço.
REUNIÃO DA PASTORAL DA VISITAÇÃO AOS
DOENTES E IDOSOS: 8 de março, às 16h, na Igreja Nossa
SenhoradaConceiçãodaLapa.
REUNIÃO DACOMISSÃO DAFESTADE SÃO PEDRO: 9
demarço,às18h,naIgrejadeSãoPedro.
DIADOS BIBLIOTECÁRIOS: 12demarço.
R E U N I Ã O D A E Q U I P E D E R E C E P Ç Ã O E
ATENDIMENTO: 12 de março, às 9h, na Igreja Nossa
SenhoradoRosário.
ANIVERSÁRIO DE ELEIÇÃO DO PAPA FRANCISCO (3
anos):13demarço.
MISSA EM AÇÃO DE GRAÇAS PELOS DOADORES
DOS BAZARES DA PARÓQUIA: 13 de março, às 12h, na
IgrejadeSãoPedro.
FESTA DE SANTO ANTÔNIO DE CATEGERÓ: 14 de
março, missa às 8h, 10h, 12h, 15h, 17h e 18h30, na Igreja de
sãoPedro.
REUNIÃO DOS MONITORES DAS COMUNIDADES
BÍBLICAS: 15demarço,às17h30,naIgrejadeSãoPedro.
FESTADESÃO JOSÉ: 19demarço.
ANIVERSÁRIO DE ORDENAÇÃO DE PADRE ÁUREO:
21demarço.
ANIVERSÁRIO DACIDADE DO SALVADOR (467 anos):
29demarço.
REUNIÃO DOS ANUNCIADORES DA PALAVRA: 29 de
março,às15h30,naIgrejadeSãoPedro.
ANIVERSÁRIO DE ORDENAÇÃO EPISCOPAL DE
DOM ESTEVAM: 30demarço.
01: Hora Santa e missa do Sagrado Coração de
Jesus;
02: Encontrão das Comunidades Bíblicas e
Confraternização da Páscoa;
02 e 16: Preparação de pais e padrinhos para o
batismo de crianças;
02: Unção dos Enfermos;
03 e 17: Batismo de crianças;
06, 13, 20 e 27: Grupo de Oração Nossa Senhora do
Cenáculo;
07: Adoração ao Santíssimo Sacramento na Igreja
de São Raimundo;
09: Reunião da Equipe de Recepção e Atendimento;
10: Aniversário de nascimento de Dom Estevão;
10: Missa em Ação de Graças pelos doadores dos
bazares paroquiais;
11: Aniversário de nascimento do diácono Lourival;
12: Reunião da Pastoral da Visitação a Doentes e
Idosos;
19: Reunião dos Monitores das Comunidades
Bíblicas;
21: Tiradentes – Feriado – Igrejas fechadas;
26: Reunião dos Anunciadores da Palavra;
27: Dia dos Empregados do Lar;
28: Aniversário de ordenação episcopal de Dom
Murilo Krieger;
29: Reunião do Apostolado da Oração.
PROGRAMAÇÃO PARAA SEMANA SANTA
DOMINGO DE RAMOS: 20 de março. Caminhada de Ramos, do Campo Grande à Praça Municipal, às 7h.
Missas na Igreja de São Pedro às 10h e 12h.
ORAÇÃO E SÚPLICA PELA MISERICÓRDIA: 23 de março, às 9h, 11h, 14h e 16h, na Igreja de São Pedro.
QUINTA-FEIRA SANTA: 24 de março, Adoração ao Santíssimo Sacramento, das 8h às 16h. Missa da Ceia do
Senhor, às 17h, na Igreja de São Pedro.
SEXTA-FEIRA SANTA: 25 de março, Adoração ao Santíssimo Sacramento, das 8h às 11h30; Liturgia da
Paixão, às 17h, na Igreja de São Pedro.
SÁBADO SANTO: 26 de março, missa da Vigília da Páscoa, às 18h, na Igreja de São Pedro.
DOMINGO DE PÁSCOA: 27 de março, missa às 8h, 10h e 12h, na Igreja de São Pedro.
CONVITE
No próximo dia 2 de abril, das 8h às 12h30, na Igreja Nossa Senhora da Conceição da Lapa, haverá o Encontrão das
Comunidades Bíblicas da nossa Paróquia, aberto à participação de todos os paroquianos, terminando com um almoço de
confraternização da Páscoa.
Inscrições na secretaria paroquial.
4. FESTA DE NOSSA SENHORA DAS
CANDEIAS
Em 2 de fevereiro passado, em todas as missas na
Igreja de São Pedro, foi celebrada a Festa de Nossa
Senhora das Candeias.Aliturgiafazmemóriada Festa da
Apresentação do Senhor, inicialmente chamada de Festa
da Purificação de Nossa Senhora, uma das mais antigas
do cristianismo, celebrada desde o século IV. A Festa de
Nossa Senhora das Candeias lembra o gesto do velho
profeta Simeão, quando Jesus foi apresentado ao Tem-
plo,comoaLuzqueveioparailuminarasnações.
QUARESMA: TEMPO DE CONVERSÃO
O início da Quaresma na nossa comunidade foi mar-
cado pelas missas da Quarta-feira de Cinzas, realizadas
no último dia 10 de fevereiro, nas igrejas de São Pedro e
Nossa Senhora da Conceição da Lapa. A missa das 17h,
na Igreja de São Pedro, foi presidida pelo nosso pároco,
padre Aderbal Galvão, contando com a presença do diá-
cono LourivalAlmeida. Na homilia, padreAderbal refle-
tiu sobre a liturgia da Palavra do dia, ressaltando o convi-
te do profeta Joel para que nos voltemos para Deus; o
pedido do apóstolo Paulo para que nos deixemos conver-
ter para sermos embaixadores de Cristo; e o evangelho,
através do qual Jesus nos convida a vivermos os exercíci-
os quaresmais(jejum,esmolaeoração)semhipocrisia.
FESTA DE NOSSA SENHORA DE LOURDES
Em 11 de fevereiro último, foi celebrada a Festa de
Nossa Senhora de Lourdes na Igreja Nossa Senhora do
Rosário. Nesse dia, a Igreja celebra também o Dia Mun-
dial dos Enfermos. Por essa razão, durante a missa, padre
Aderbal, que presidiu a celebração, administrou a Unção
dos Enfermosàspessoas doentes.
RETIRO DA QUARESMA
Abordando o tema da Campanha da Fraternidade
Ecumênica deste ano “Casa comum, nossa responsabili-
dade”, foi realizado, no último dia 13 de fevereiro, o
Retiro da Quaresma, na Igreja Nossa Senhora da Concei-
ção da Lapa. O Retiro contou com a presença do nosso
pároco, padre Aderbal, do diácono Lourival, de mem-
bros das pastorais e movimentos religiosos da Paróquia e
dos representantes da Família Excelsior Vida. Os
momentos de oração e exposições foram conduzidos
pela equipe responsável pela divulgação da Campanha
na Paróquia: Zélia Vianna, Ubereanã Cortês Umbelino e
o casal André Luiz e Maria do Carmo Viana. O encerra-
mento do Retiro foi presidido por padreAderbal com um
momento de adoração ao Santíssimo Sacramento. A
Equipe de Eventos da Paróquia providenciou a infraes-
trutura necessária para tornar o momento mais acolhe-
dor.
5. Ao celebrar os 100 anos de nascimento de um irmão
no sacerdócio tão querido, agradeço e louvo a Deus
por tê-lo conhecido e experimentado o seu testemu-
nho sacerdotal. Em 20 de março de 1916, em Santo
Amaro da Purificação, Monsenhor Gaspar Sadoc da
Natividade abriu os olhos para a luz do mundo e come-
çou a ver coisas maravilhosas que não conhecia por-
que, até então, sua retina só gravara a escuridão do
ventre materno. E que coisas lindas ele viu: o sorriso
de sua mãe, o olhar emocionado do seu pai, a alegria
no rosto das visitas que recebeu e tudo mais de bom
que a terra nos oferece.
Foi crescendo, revelando seus desejos, conhecendo
gente, admirando o ambiente, abrindo-se para a vida,
vivendo. Como toda criança, o pequeno Gaspar foi para
a escola, aprendeu a ler e a escrever, fez amigos.
Enquanto esses fatos ocorrem, ele vai descobrindo Deus
nas orações que a mamãe ensina, na bondade dos que o
cercam, na catequese escolar, na preparação para a Pri-
meira Eucaristia. Adolescente, percebe que existe um
mundo fora do lar, que as pessoas não são iguais e cami-
nham por atalhos diferentes. Chega a hora de decidir o
seu futuro e percebe que Deus o convoca para um estado
de vida que não corresponde ao da maioria. Pensa em
ser padre. Reza, medita, estuda e se convence de que a
escolha vai dar certo. E, em 30 de novembro de 1941,
ouve de Deus e da Igreja a definição do que ele deve ser:
“Tuéssacerdosinaeternum”(sacerdoteparasempre).
Inicia-se um novo trecho na sua estrada, que não
passa apenas por Santo Amaro, mas tem o seu fim nos
confins da terra. É o tempo da consagração, da entrega,
do plantio e da colheita. É impossível, num simples
depoimento, fruto de admiração e amizade, resumir a
vida de Monsenhor Sadoc, o seu total compromisso com
o Senhor, num cotidiano de receber e partilhar a graça e
as bênçãos da sua vida sacerdotal, assim como o que
significa para mim sua amizade fraterna e o seu testemu-
nhodevida.
Muito teria a sublinhar dessa história de 100 anos.
Limito-me a destacar duas marcas da sua maneira de ser
padre. Foram carismas que ele multiplicou com muita
generosidade. Deus o agraciou com o dom da palavra.
Desde cedo, demonstrou esse seu dote, pois, já na juven-
tude, era convidado a falar em diversas solenidades.
Tornou-se comum, tanto nas missas festivas como em
outras celebrações, ele falar num português elegante,
correto e bem trabalhado. Mas o seu discurso não valia
como a decoração de um bolo. Sempre havia mensagens
preciosas através das quais ele realizava a sua missão de
evangelizar. A idade avança, e o orador prossegue bri-
lhante, empolgante e convincente. Os anos se multipli-
cam e hoje, embora tetraplégico, Monsenhor Sadoc
continua na fidelidade da sua missão, aconselhando e
rezando com todos aqueles que o visitam, dando sempre
a nós, sacerdotes, uma palavra de incentivo ao ministé-
rio. Também ele dirige diariamente a todo o povo de
Deus sua palavra através da Rádio Excelsior da Bahia,
dando testemunho do ardor missionário e, assim, parti-
cipando da construção do Reino de Deus com a força da
palavraqueoSenhorlhedeu.
Outro traço destacado da sua personalidade é a soli-
dariedade sacerdotal que ele manifesta aos seus irmãos
padres quando enfrentam alguma adversidade. No pas-
sado, quando dispunha de integridade física, era sempre
uma presença ao lado dos sacerdotes doentes, idosos e
daqueles que passavam por qualquer dificuldade voca-
cional. A sua voz era sempre ouvida nas reuniões do
clero, na defesa da Igreja da Arquidiocese e dos irmãos
sacerdotes. Hoje, certamente, seu coração intercede
muitoemfavordos responsáveispelavinhadeJesus.
Monsenhor Sadoc, como seu parceiro no presbitério
de Salvador, alegro-me com o seu centenário de nasci-
mento. Agradeço as pedras que o senhor colocou na
edificação da Igreja em nossa Arquidiocese. Pessoal-
mente, como diretor da Rádio Excelsior da Bahia, sou
grato pela sua valorização do nosso trabalho na comuni-
cação e pela sua disponibilidade em servir à emissora
queéa“VozdoSenhordoBonfim”.
Sempre me marcou quando, todas as vezes que o
encontro, o senhor faz questão de reservar um momento
para rezar a Ave Maria, saudando à Virgem, Mãe de
Deus. E, nesse momento, a ela me dirijo, suplicando que
o envolva com o seu manto materno e interceda ao seu
FilhoJesus pelodomdasuavida.
SeuirmãonoCristoJesus,
6. 01-M.ª HELOÍSAAGUIAR PIRES
01-M.ª ROSA B. PEDRAL SAMPAIO
01-M.ª CRISTINA LE PINTO
02-ESMERALDA DOS SANTOS
02-GUILHERME C. MATOS DE BARROS
02-IVONE SANTANA SANTOS
02-LÊDA L. NETAANDRADE
02-LÚCIO CLÁUDIO SILVA PIRES
02-M.ª DA SOLEDADE M. MARIANO
02-THEREZA MOTTA DA FONSECA
03-CLEUSA VELOSO DA SILVA
03-GUIOMAR BISPO DOS SANTOS
03-LIONILA I. N. DE OLIVEIRA
03-MAÍRA LUIZA SILVA DE FREITAS
03-MARINA SANTOS DE MENEZES
04-EDMILSON DOS ANJOS
04-MARGARIDA M.ª COUTINHO FONSECA
05-M.ª AMÉLIA GONÇALVES DA SILVA
05-M.ª DE LOURDES RAMOS DE FREITAS
05-M.ª ROMILDES DOS REIS
05-ORDÉLIA RAMOS DA SILVA
06-CÉLIA M.ª L. CASTELLO BRANCO
06-GILCÉLIA JESUS DA SILVA
06-JOÃO MELO DOS SANTOS
06-M.ª NILDA OLIVEIRA SILVA
07-CLÁUDIO TRINDADE DE MELO
07-ECLÉA SANTOS DO COUTO
08-LUIZA DE FÁTIMA DA CUNHA
08-M.ª LEITE ALVES DE OLIVEIRA
08-SABINO JOSÉ SOARES
09-RUTH CARNEIRO DE OLIVEIRA
09-WALDO PEREIRA DE CARVALHO
10-ÁLVARO CLEMENTE NETO
10-DJANIR LEMOS BASTOS
10-GERALDO PEDRAL SAMPAIO
10-JOSÉ NEVES DA COSTA
10-M.ª DE LOURDES F. DA SILVA
10-ZENAIDE ELESBÃO DOS SANTOS
11-ANTÔNIO ROSENDO SACRAMENTO
11-FIRMINA RIBEIRO DE ALMEIDA
11-INA MÁRCIA DE OLIVEIRA
11-MARIA SANTOS DE SOUZA
11-ZAIDA MIRANDA DE SÁ
12-MARLENE P. DE M. MONTEIRO
12-MARTINIANA DE JESUS SANTOS
12-VANDERLICE A. M. DE FREITAS
13-ANA LUIZA DIAS DE OLIVEIRA
13-ANDRÉ LUIZ V. DIAS DOS SANTOS
14-MONICK S. DAANUNCIAÇÃO SILVA
15-HAYDÉE ANTUNES FRANÇA
15-JANILDA DE S. NASCIMENTO
16-ISABEL CRISTINA D. DE JESUS
16-RITA DE CÁSSIA R. CONCEIÇÃO
16-RITA FRANÇA
17-M.ª DA PURIFICAÇÃO P. COUTINHO
17-SOLANGE M.ª O. SENA MOREIRA
18-CONSTANÇA BARBOSA LEMOS
18-M.ª DE LOURDES DA CUNHA
18-M.ª LIMA P. DE CARVALHO
18-NIVALDO C. DOS SANTOS JÚNIOR
19-GÉRSON CARDOSO DOS SANTOS
19-JOSELITA M. BATISTA DE OLIVEIRA
19-M.ª AUXILIADORA CHÉ DE MIRANDA
19-M.ª JOSÉ NERI ANDRADE
19-M.ª LOURDES FERREIRA DE ASSIS
19-Mª JOSÉ NASCIMENTO SANTOS
20-FÁBIO SANTOS DE ALMEIDA
20-JORGE MANOEL MUNIZ FERREIRA
20-LUCIENE SANTOS DA CRUZ
20-MARCOS ANTÔNIO C. DE ARAÚJO
20-MARIANA QUADROS ANDRADE
20-OSWALNITA DE SOUZA TEIXEIRA
20-SÉRVULO ASSIS DE SOUZA
21-BENEDITO SANTIAGO DE QUEIROZ
21-CLÁUDIA SOARES VIEIRA
21-ELIEDISON SILVA DOS SANTOS
21-JOELITA GUERRA VIEIRA
21-LUIS ALBERTO OLIVEIRA RIBEIRO
21-MARLIETE M.ª M. MEIRA DA SILVA
22-IVANY LIMA DOS SANTOS
23-M.ª DA GLÓRIA B. P. SAMPAIO
23-VALDELICE FREITAS DOS SANTOS
24-DOMINGAS M.ª M. BOAVENTURA
24-M.ª DE FÁTIMA DA CUNHA
24-NELSON SANTOS SOUZA MAIA
24-NIVALDINA JOSÉ CARDOSO
24-OSMAR GOMES DE CARVALHO
24-ZEZILDA CONCEIÇÃO REIS
26-CAMILA Q. DÓREA ESTRELA
26-FRANCISCO J. S. DOS SANTOS
26-M.ª NILZA CALAZANS SILVA
27-ANGELITA SOUZA LEAL
27-FRANCISCO ROBERTO VITTI
27-M.ª JOSÉ PINTO DE JESUS
27-NILSON ROSA BARROS
27-SÍLVIO FÉLIX DE CERQUEIRA
27-VALDECIR ALBERTO CASSANEI
27-VANDREGISILA DE O. ATHAYDE
28-AIDÊE PEREIRA DA SILVA
28-ELEN GREICE MELO AMORIM
28-FÁTIMA M.ª DE SOUZA MATOS
28-GIRLENE DOS SANTOS DA SILVA
28-IZABEL CRISTINA S.S. FERREIRA
28-NEIANE SOUZA BOMFIM
29-ANA CRISTINA P. DOS SANTOS
29-JOSÉ ANTÔNIO MOTA DA SILVA
29-JOSÉ VALMIR LIMA OLIVEIRA
29-LEDA MARIA MOREIRA
29-LUCIENE NASCIMENTO MOURA
29-M.ª VITÓRIA T. DE SOUSA FREITAS
30-MARLENE SOLEDADE TEIXEIRA
30-MAURÍCIO JOSÉ CHAGAS DE JESUS
31-LUIZ CARLOS DE SOUZA
31-VAGNER APARECIDO A. CABRAL
A você, meu irmão, minha irmã, que assume esta Paróquia como dizimista e se compromete com o trabalho
pastoral, parabéns! Como presente do seu aniversário, a comunidade paroquial estará unida a você, seus amigos e
familiares, nesse dia tão especial, para celebrar esta data.
Venha participar, nesse dia, da Santa Missa, às 8h, na Igreja de São Pedro.
PARÓQUIA DE SÃO PEDRO
MOVIMENTO FINANCEIRO
JANEIRO/2016
RECEITAS
Dízimos .............................................. 35.796,00
Espórtulas de missas ............................ 4.624,00
Espórtulas de batizados ............................ 360,00
Espórtulas de matrimônios ........................ 355,00
Taxas de certidões ....................................... 70,00
Coletas ordinárias ................................... 8.570,00
Donativos ............................................... 1.800,00
Rendimento do bazar ............................. 7.916,00
Rendimento do restaurante .................... 8.675,49
Aluguéis .................................................1.200,00
TOTAL ...............................................69.366,49
DESPESAS
Manutenção e conservação .................. 5.766,71
Material litúrgico ........................................ 492,40
Promoção humana/formação ...................4.939,48
Ajuda pastoral a moradores de rua ..........1.000,00
Ajuda pastoral a mulheres marginalizadas .880,00
Ajuda social ............................................. 5.400,00
Salários ................................................. 20.813,91
Vale refeição ......................................... 6.637,50
Vale transporte ......................................... 1.821,60
Encargos sociais .................................... 10.588,96
Côngrua ao pároco ...................................2.800,00
Material de expediente ..................................92,10
Correios ...................................................1.214,00
Água, energia e telefonia ..........................3.131,41
Serviços contábeis ......................................715,00
Impostos municipais ....................................236,65
Tarifa bancária ...............................................57,60
Taxa do programa SGCP ....................... 97,50
Repasse de taxa à Cúria ........................ 4.113,50
Outras despesas .................................... 301,11
TOTAL ............................................. 71.099,43
SALDO DO MÊS negativo 1.732,94
Dízimo é opção pastoral e não
campanha financeira.
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PAROQUIAL!
7. yvettealemosmaral@gmail.com
O processo de hipertrofia benigna da próstata insta-
la-se na região chamada zona transicional, no interior
desse órgão, bem próxima à parte prostática da uretra.
Essa doença afeta homens a partir da quarta década de
vida, podendo intensificar-se na sexta e oitava década,
sendo considerada uma condição natural do envelheci-
mento masculino. O crescimento da próstata determina
o aparecimento dos sintomas do trato urinário inferior.
Esses sintomas afetam negativamente a qualidade de
vida, interferindo nas atividades diárias e convívio soci-
al. Eles ainda afetam o sono reparador e provocam esta-
do de ansiedade, podendo também afetar as funções
sexuais.
Como o nome já diz, é uma doença benigna, diferen-
te do câncer de próstata, que se revela maligno e atinge
outras partes do organismo através de metástases. Devi-
do ao crescimento benigno do tecido da próstata, essa
enfermidade resulta em obstrução da uretra, prejudican-
do o esvaziamento da bexiga. A reação excessiva do
músculo detrusor e os estímulos neuronais também con-
tribuem para o deficiente esvaziamento urinário. Outras
complicações decorrentes da hipertrofia benigna da
próstata são: infecção urinária frequente, cálculos na
bexiga, retenção urinária aguda, hidronefrose, insufi-
ciência renal crônica e necessidade de cirurgia, afetando
maisaindaaqualidadedevidado paciente.
Para o diagnóstico, é preciso que, na consulta médi-
ca, sejam relatados os desconfortos urinários, tais como:
aumento da frequência e urgência para urinar (principal-
mente à noite), incontinência urinária, jato fraco da uri-
na,esforçoexageradoparaurinar,entreoutros.
Assim, através da história e do exame físico, o médi-
co assistente irá conduzir o paciente aos meios diagnós-
ticoseindicarotratamentoaserrealizado.
HIPERTROFIA BENIGNA DA PRÓSTATA
Yvette Amaral
É muito conhecida a parábola tra-
dicionalmente denominada do filho
pródigo que hoje se nomeia do pai
misericordioso. Na verdade, o com-
portamento do segundo filho é de
tanta humildade e confiança no pai
que sensibilizou sempre os comenta-
dores. Entretanto, neste Ano Santo da
Misericórdia, a atitude paterna tão
compassiva merece atenção especial,
sobretudo,confrontando-acomadure-
zadecoraçãodo filhomaisvelho.
É verdade que a atitude rebelde do
caçula não merece aplauso. Ele exigiu
do pai a antecipação da herança, saiu
de casa, deixando o velho desolado,
mas esperando pacientemente o seu
retorno. Somos muito tocados pela
misericórdia paterna, que perdoa o
filhoinsensatosemnadaexigirdele.
Entretanto, um terceiro persona-
gem participa da composição: é o
filho mais velho que sempre 'andou
certinho', sem criar embaraços no lar.
Permaneceuaoladodopaicomocons-
tante colaborador, seguindo-o fiel-
mente. Na vida familiar, porém, acon-
tece um fato que leva o primogênito a
revelar um traço escondido do seu
caráter: a inveja motivada pelos ges-
tos do pai ao acolher o seu irmão que
abandonara o lar. Ele foi mesquinho,
duro, ciumento. Condenou o pai que
celebrou com tanta alegria e afeto a
volta do seu filho. Alma mesquinha,
cobra o serviço que deu à família e
não consegue ultrapassar a justiça do
“olho por olho, dente por dente” da
lei. Ele tinha valor pessoal, mas, na
sua maleta de viagem, faltou aquilo
que carimba o ser cristão: a misericór-
dia. Vencido pela insensibilidade, não
revelou nenhuma compreensão pelo
irmão.
Os discípulos de Jesus devem ser
exigentes consigo mesmos, contudo,
prudentes em julgar o irmão. Não lhes
cabe jogar pedras, porém estender a
mão. Devem andar em linha reta sem,
contudo, incriminar a sinuosidade da
condutados maisfracos.
O filho mais moço dispunha no lar
de tudo que o poderia fazer feliz. Foi
carente, porém, do amor fraterno. Se
contasse com ele, talvez não tivesse
abandonado o lar. No mundo, há mui-
tos primogênitos 'bem comportados',
mas não ungem com o óleo da tolerân-
cia as suas atitudes. Agem com reti-
dão, mas não temperam a eficiência
com a doçura da misericórdia. Não
têm aquela largueza de coração que
esquece as faltas dos outros e anteci-
pam o perdão antes de ser este pedido.
O filho mais velho é um tronco robus-
to, contudo não aceita a fragilidade
dos ramos. Prefere crescer desnudo,
isolado no seu orgulho a se cobrir de
pequenas folhas. Morre estéril sem
nunca produzir os frutos que dão con-
tinuidade à vida. O filho mais novo é o
ser humano que erra, mas, quando
reconhece sua fraqueza, não se enver-
gonha de pedir perdão. O pai é um
oásis de misericórdia em que o beduí-
no mata a sede, cochila sob a verde
folhagem e haure mais energia para
novamente enfrentar a secura do
deserto.
Dr. Getúlio Tanajura Machado
gemachado@bol.com.br - tel. 71-3328-5633
8. Informativo da Paróquia de São Pedro
Praça da Piedade, 11 - São Pedro - CEP: 40.060-300 - Salvador - Bahia - Brasil - Fone: (55)(0*71) 3329-3280
Site: www.paroquiadesaopedro.org - E-mail: padreaderbal@ig.com.br
Direção e Coordenação: Padre Aderbal Galvão de Sousa
Diagramação e Revisão: Equipe da Pastoral da Comunicação
Colaboração: Getúlio Machado, Yvette Amaral e Zélia Vianna
Ilustrações: Internet, Getúlio Machado e Marcel Lago
Impressão: Gráfica e Editora Polikron - E-mail: florisvaldo.vitale@yahoo.com.br
Expediente:
Jornalista responsável: Maria Alcina Pipolo - MTb/DRT/BA 915
Tiragem: 10 mil exemplares Distribuição Gratuita
Arquidiocese de São Salvador da Bahia - Brasil
Queridos irmãoseirmãsdo Brasil!
Em sua grande misericórdia, Deus não se cansa de nos
oferecer sua bênção e graça e de nos chamar à conversão e
ao crescimento na fé. No Brasil, desde 1963, se realiza,
durante a Quaresma, a Campanha da Fraternidade. Ela
propõe cada ano uma motivação comunitária para a con-
versão e a mudança de vida. Ela tem como tema: “Casa
comum, nossa responsabilidade”. Seu lema bíblico é
tomado pelo Profeta Amós: “Quero ver o direito brotar
como fonte e a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,
24).
É a quarta vez que a Campanha da Fraternidade se rea-
liza com as Igrejas que fazem parte do Conselho Nacional
das Igrejas Cristãs do Brasil (Conic). Mas, desta vez, ela
cruza fronteiras: é feita em conjunto com a Misereor, ini-
ciativa dos católicos alemães que realizam a Campanha
da Quaresma desde 1958. O objetivo principal deste ano é
o de contribuir para que seja assegurado o direito essenci-
al de todos ao saneamento básico. Para tanto, apela a todas
as pessoas, convidando-as a se empenharem com políti-
cas públicas e atitudes responsáveis que garantam a inte-
gridadeeo futurodenossa CasaComum.
Todos nós temos responsabilidade por nossa Casa
Comum, ela envolve os governantes e toda a sociedade.
Por meio desta Campanha da Fraternidade, as pessoas e
comunidades são convidadas a se mobilizar a partir dos
locais em que vivem. São chamadas a tomar iniciativas
em que se unam as Igrejas e as diversas expressões religi-
osas etodasaspessoas deboavontadenapromoçãodajus-
tiça e do direito ao saneamento básico. O acesso à água
potável e ao esgotamento sanitário é condição necessária
para a superação da injustiça social e para a erradicação da
pobreza e da fome, para a superação dos altos índices de
mortalidade infantil e de doenças evitáveis, e para a sus-
tentabilidadeambiental.
Na encíclica Laudato Si', recordei que “o acesso à água
potável e segura é um direito humano essencial, funda-
mental e universal, porque determina a sobrevivência das
pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros
direitos humanos” (n. 30), e que a grave dívida social para
com os pobres é parcialmente saldada quando se desen-
volvem programas para prover de água limpa e sanea-
mentoaspopulaçõesmaispobres (cf.ibid.).E,numapers-
pectiva de ecologia integral, procurei evidenciar o nexo
queháentreadegradaçãoambientaleadegradaçãohuma-
na e social, alertando que “a deterioração do meio ambi-
ente e a da sociedade afetam de modo especial os mais frá-
geisdoplaneta”(n.48).
Aprofundemos a cultura ecológica. Ela não pode se
limitar a respostas parciais, como se os problemas estives-
semisolados.Ela“deveriaserumolhardiferente,umpen-
samento, uma política, um programa educativo, um estilo
de vida e uma espiritualidade que oponham resistência ao
avanço do paradigma Tecnocrático” (Laudato si', 111).
Queridos irmãos e irmãs, insisto que o rico patrimônio da
espiritualidade cristã pode dar uma magnífica contribui-
ção para o esforço de renovar a humanidade. Eu os convi-
do, principalmente durante esta Quaresma: motivamos,
pela Campanha da Fraternidade Ecumênica, a redescobrir
como nossa espiritualidade se aprofunda quando supera-
mos “a tentação de ser cristãos, mantendo uma prudente
distância das chagas do Senhor”, e descobrimos que Jesus
quer “que toquemos a carne sofredora dos outros” (Evan-
gelii gaudium, 270), dedicando-nos ao “cuidado generoso
e cheio de ternura” (Laudato Si', 220) de nossos irmãos e
irmãsedetodaacriação.
Eu me uno a todos os cristãos do Brasil e aos que, na
Alemanha, se envolvem nessa Campanha da Fraternidade
Ecumênica, pedindo a Deus: “ensinai-nos a descobrir o
valor de cada coisa, a contemplar com encanto, a reconhe-
cer que estamos profundamente unidos com todas as cria-
turas no nosso caminho para a vossa luz infinita.
Obrigado porque estais conosco todos os dias. Sustentai-
nos, por favor, na nossa luta pela justiça, o amor e a paz”
(Laudato si', 246).Aproveito a ocasião para enviar a todos
minhas cordiais saudações com votos de todo bem em
Jesus Cristo, único Salvador da humanidade, e pedindo
que,porfavor,nãodeixemderezarpormim!
Vaticano,22dejaneirode2016
Francisco