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UFCD 3502 – Turismo
descoberta
Formadora: Carla Susana
UFCD 3502 – Turismo descoberta
Objetivos
 Identificar e implementar atividades de Turismo Descoberta.
UFCD 3502 – Turismo descoberta
Conteúdos:
• Recursos
• Aspetos rurais, urbanos e regionais
• Itinerários de descoberta
• Descoberta e turismo
• Atividades de turismo descoberta
UFCD 3502 – Turismo descoberta
1 – Recursos
UFCD 3502 – Turismo descoberta
Recursos Turísticos. O que são??
Em todos os países, existe uma multiplicidade de recursos e condições
que possibilitam uma variada definição de produtos turísticos, podendo
conceber-se tantos quantos os distintos recursos existentes.
UFCD 3502 – Turismo descoberta
Recursos Turísticos. O que são??
Todo o elemento natural, toda a atividade humana ou resultado da
mesma que possa gerar um deslocamento por motivos, essencialmente,
de ocio.
• Os recursos são muitos e existem em todas as partes;
• Não devemos confundir recurso com produto;
• O produto turístico forma-se a partir da seguinte equação:
Recursos turísticos + infraestructuras + equipamentos e serviços
= producto turístico
• O produto turístico consume-se onde se produz e não “desaparece”.
UFCD 3502 – Turismo descoberta
São “matéria prima” para as atrações.
UFCD 3502 – Turismo descoberta
• Tal como afirmou Glare Gunn, investigador norte americano en la
revista Tourism Educators News Letter, “se não houver locais
interessantes, divertidos e que valham a pena visitar, não há
necessidade de serviços de hospedagem e restauração”.
• Ou seja, deve-se ter em conta que o recurso turístico é o elemento
básico para poder desenvolver um destino como atrativo turístico e
assim se diferenciar;
• É à volta destes atrativos que se podem criar serviços como:
• Hotéis, restaurantes, centros de diversão, entre outros…
UFCD 3502 – Turismo descoberta
UFCD 3502 – Turismo descoberta
• É de grande importância uma correta
análise do potencial de aproveitamento que
têm estes recursos, com a finalidade de que
se faça um bom uso dos mesmos e não se
“explorem” de maneira a que possam sofrer
danos permanentes.
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Classificação dos recursos turísticos
Ana García Silberman, geógrafa mexicana, num trabalho intitulado:
“Clasificación de los Recursos Turísticos”, dividiu os recursos turísticos
em dois grandes grupos:
 recursos naturais
 recursos culturais (forma mais aceitada de classificação).
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Classificação dos recursos turísticos
Recursos Naturais:
São aqueles criados pela natureza, cujas características propias
viabilizam que sejam visitados por turistas. Não podem ser criados pelo
homem mas podem ser modificados.
- recursos geomorfológicos,
- biogeográficos
- Mistos.
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Recursos Geomorfológicos: Formados pela ação da natureza durante a
evolução do planeta e dividem-se de acordo com a região em que se
encontram localizados:
• Litorais (praias, ilhas).
• Lagoas e depósitos de agua.
• Correntes de agua (grutas, cenotes).
• Vulcanismo (crateras, geisers).
• Relevos (montanhas, planícies, dunas).
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Recursos Biogeográficos: Manifestações de vida sobre a terra; flora e
fauna.
• Grupo vegetais (selvas, florestas, arvores, campo de flores).
• Grupo animal (espécies raras, zonas de corais, zonas de caça e pesca).
Mistos: Combinação dos anteriores; por exemplo,
montanhas e florestas, planícies e estepes, paisagens
subaquáticas, oásis e desertos, etc.
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Recursos Socio-culturais e económicos:
Desenvolvimento económico = desenvolvimento turístico
São elementos que envolvem a mão do homem. São criados pelo
homem e podem ser históricos ou contemporâneos.
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• Atrativos históricos: são expressões culturais que se transmitem de
geração em geração, requerem práticas de conservação e restauração
para que possam subsistir. O seu aproveitamento requer campanhas
publicitárias que promovam o turismo até eles.
• Exemplos:
• Arquitetura no moderna.
• Construções e sítios históricos
• Regiões de interesse etnográfico (festas, folclore).
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• Atrativos contemporâneos não comerciais: tem uma finalidade cultural ou
de serviço e não de atração;
• Obras artísticas.
• Salas de conferencias e congressos.
• Instituições de ensino.
• Museus.
• Zoológicos.
• Atrativos contemporâneos comerciais: são temporais, criados com um fim
específico (normalmente para atrair visitantes e oferecer distração);
• Parques de diversões.
• Espetáculos (teatros, estádios desportivos, cinemas).
• Exposições nacionais e internacionais
• Comércios e mercados.
• Centros de saúde.
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Inventário dos recursos Turísticos
É o catálogo ordenado dos lugares, objectivos ou acontecimentos de
interesse turístico de uma determinada área.
A sua elaboração implica dois passos:
1 – Registo da informação
2 – Avaliação dos atractivos turísticos.
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Inventário dos recursos Turísticos
Consiste no levantamento, identificação e registro dos atrativos
turísticos, dos serviços e equipamentos turísticos e da infraestrutura de
apoio ao turismo.
Estes servem como instrumento base de informações para fins de
planeamento, gestão e promoção da atividade turística. Possibilitam
assim a definição de prioridades (diretrizes) para os recursos disponíveis
e o incentivo ao turismo sustentável.
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A diferença entre RECURSO e ATRATIVO turístico:
“Os recursos, em sua forma original, seriam a matéria prima do turismo,
sendo o elemento principal para o desenvolvimento da atração
turística. Somente quando esses elementos estiverem em localidades
acessíveis, formatados para receber turistas e devidamente divulgados,
poderão ser considerados atrativos turísticos.”
Geralmente, para tal, recebem apoio da oferta técnica/derivada e da
infraestrutura geral e de apoio turístico.
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Avaliação dos recursos turísticos
As potencialidades de desenvolvimento turístico de uma localidade são
função dos recursos mas o seu crescimento depende da capacidade de
os valorizar e da criação de novos fatores de atracão.
Deste modo cada localidade ou cada recurso dispõe de um potencial
que difere de outro em vários aspetos que necessitam de ser avaliados.
Para o efeito torna-se necessário, em primeiro lugar, proceder à
inventariação dos recursos e à sua classificação.
Uma vez realizada esta inventariação pode proceder-se à avaliação do
potencial turístico com o objetivo de estabelecer uma medida de valor
que permita fundamentar as decisões relativas ao aproveitamento de
certos territórios ou recursos.
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Os principais
produtos
turísticos
2 – Aspetos
rurais, urbanos
e regionais
região Norte, região
centro, região de Lisboa e
Vale do tejo, região do
Alentejo, região do
Algarve, região dos Açores,
região da Madeira
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Fatores explicativos da distribuição da população
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Fatores Naturais
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Caraterísticas demográficas
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3 – Itinerários
de descoberta
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Definições no âmbito dos itinerários
O conceito de itinerário confunde-se muitas vezes com outros termos
que podem ter diferentes leituras.
ITINERÁRIO:
Descrição de um caminho ou de uma rota especificando os lugares de
passagem e propondo uma série de atividades e serviços durante a sua
duração.
Definição que poderá englobar Circuito, Visita e Rota.
CIRCUITO:
Entende-se aquela viagem combinada em que intervêm vários serviços:
transportes, alojamento, guia, ..., que se realiza de acordo com um itinerário
programado e com um desenho circular sempre que seja possível (o ponto
departida e de chegada serão coincidentes), de modo a que se passe por um
caminho anteriormente percorrido.
Conjunto de caminhos e visitas que se complementam constituindo um
itinerário fechado, que tem inicio e término no mesmo local.
VISITA:
Reconhecimento, exame ou inspeção de um lugar de paragem incluído num
itinerário. A visita representa cada uma das paragens que compõem um
itinerário.
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ROTA:
Sinónimo de itinerários, em sentido restrito, em que a saída e a chegada não
são coincidentes no mesmo ponto. O conceito de Rota e Itinerário podem
ser considerados sinónimos embora seja de realçar o facto de Rota estar
associada a uma direção, a um percurso dirigido. Por outro lado, o conceito
de Rota tem sido usado preferencialmente em termos institucionais e
promocionais. Relativamente ao conceito de Roteiro está quase sempre
associado a uma descrição, mais ou menos exaustiva, dos aspetos mais
relevantes da viagem e, particularmente, dos principais locais de interesse
turístico.
FORFAIT:
Nome técnico utilizado para um tipo de Itinerário organizado cujo preço
inclui todos os serviços.
TIPOS DE ITINERÁRIOS TURÍSTICOS
As tipologias e classificações de itinerários variam conforme o critério
utilizado.
Assim, podemos
classificar os itinerários segundo a motivação subjacente e,
nesse sentido segundo o tipo de produto turístico, ou segundo o tipo de
transporte utilizado. Outro tipo de classificação pode ser baseado na
forma de organização.
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ITINERÁRIOS SEGUNDO O PRODUTO TURÍSTICO
A) DESPORTIVOS
Este é um tipo de itinerário cada vez mais procurado e capaz de mover
um grande número de pessoas.
Aqui podemos incluir o turista passivo, isto é, o turista espectador de
eventos desportivos, por exemplo dos Jogos Olímpicos ou o turista ativo
que é sem dúvida o segmento mais importante neste tipo de itinerários.
Destes podemos referir os praticantes (ou aprendizes) de ski, windsurf,
golfe, ténis, vela, caça, pesca, parapente, pára-quedismo e muitas
outras atividades desportivas que despertam cada vez mais o interesse
de um grande número de pessoas que procuram férias ativas.
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ITINERÁRIOS SEGUNDO O PRODUTO TURÍSTICO
B) CULTURAIS
A motivação cultural é sem dúvida das mais importantes motivações associadas ao turismo
e que tem dado origem a itinerários temáticos muito interessantes
baseados nas especificidades de cada região.
De facto, a elaboração destes itinerários (e de uma maneira geral de todos os outros) deve
ter em conta a autenticidade das regiões, aquilo que as torna únicas e diferentes. Dentre
este grande grupo podemos então distinguir:
- Históricos: podem-se encontrar fios condutores históricos que dão origem a
rotas interessantes, recorrendo a lugares frequentados por pessoas de reconhecido valor,
evocando personalidades e revivendo as respetivas épocas históricas.
- Literários: rotas que tenham por base alguma personagem – escritor, poeta ou
corrente literária concreta.
- Artísticos: a arte atrai muitas pessoas. É possível, por exemplo, unir monumentos
do mesmo estilo que permitam dar uma ideia global do mesmo.
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ITINERÁRIOS SEGUNDO O PRODUTO TURÍSTICO
B) CULTURAIS
Folclore: representações folclóricas, festivais, festas, jogos populares, bailes
e festas tradicionais.
Artesanato: as artes e ofícios tradicionais podem ser o fio condutor na
conceção de uma rota.
Gastronómicos: baseados nas tradições gastronómicas de cada região, este
tipo de itinerário salienta os pratos típicos e produtos alimentares de cada região
assim como os vinhos.
Arquitetura Popular: suscita um grande interesse as formas e modos de
viver de cada região, refletidos nas construções e conjuntos de edifícios mais
representativos.
Educacionais: nesta categoria estão incluídas todas as viagens organizadas
com objetivo de aprender sobre uma temática relacionada com conteúdos
curriculares e/ou questões profissionais.
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ITINERÁRIOS SEGUNDO O PRODUTO TURÍSTICO
C) ECOLÓGICOS OU DA NATUREZA
Este tipo de itinerários vem suscitando um interesse crescente motivado, em
parte, pelo ritmo da vida moderna das grandes cidades. O objetivo é proporcionar aos
participantes o usufruto e o contacto com a natureza e valores do património natural
(e cultural) que estes espaços encerram. As Áreas Protegidas são, pelas suas características,
locais privilegiados para a realização deste tipo de itinerários o que obviamente deve ter em
consideração critérios de conservação e salvaguarda dos recursos naturais.
D) RELIGIOSOS
A Religião foi uma das primeiras motivações de viagem da Humanidade e que, nos dias de
hoje continua a motivar um grande número de pessoas a viajar para locais relacionados
com as manifestações religiosas e locais de culto religioso.
O Caminho de Santiago de Compostela é, ainda hoje, um exemplo célebre, apresentando-
se como um dos itinerários mais importantes de origem religiosa
tendo sido declarado pelo Conselho da Europa, o primeiro itinerário cultural europeu pela
sua importante contribuição para o desenvolvimento da cultura europeia.
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ITINERÁRIOS SEGUNDO O PRODUTO TURÍSTICO
E) TURISMO DE SAÚDE
Os itinerários relacionados com esta temática incluem não só as termas e os
equipamentos associados como também locais relacionados com o climatismo e a
talassoterapia. Estes são, de facto, produtos com um grande crescimento e que
podem ser conjugados com programas de atividades de recuperação da forma, de
combate ao stress através, por exemplo da hidroterapia, desporto, dietética e
higiene da forma de viver.
F) DE AVENTURA
Associado a uma tendência crescente face a um turismo ativo em que se procura
cada vez mais emoções e novas experiências, os itinerários baseados na
aventura procuram ser alternativas em que a tónica está nas atividades propostas e
na respetiva “intensidade de emoções”.
Estão normalmente associados a desportos radicais e incluem uma grande
variedade de modalidades possíveis dos quais se destacam: parapente, trekking,
para-quedismo, Rafting, escalada, rotas todo o terreno, etc.
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ITINERÁRIOS SEGUNDO O PRODUTO TURÍSTICO
G) TURISMO SOCIAL
O turismo social pretende criar as condições necessárias para que os sectores da
população, que por razões económicas ou por falta de hábito, educação ou
informação, têm permanecido até ao momento fora do movimento turístico
tenham assim acesso ao turismo.
H) DE FÉRIAS OU DE LAZER
Trata-se de uma designação genérica em que a motivação principal não está
relacionada com nenhum interesse específico dos participantes. O objetivo é
simplesmente sair do ambiente habitual, descansar e recuperar forças durante o
período de férias. Baseiam-se normalmente em estâncias de praia ou no interior
em que se combina um alojamento fixo com excursões e atividades nos arredores.
UFCD 3502 – Turismo descoberta
ITINERÁRIOS SEGUNDO O MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO
Cada meio de transporte utilizado imprime um carácter e um estilo de
viagem diferente. Atualmente, o autocarro e o avião são os meios mais
utilizados, sendo a flexibilidade e a mobilidade as vantagens do
primeiro e a velocidade e o conforto as do segundo. O comboio e o
barco têm conotações mais românticas dado que são os meios mais
antigos e, por isso, também, quando utilizados, imprimem alguma
originalidade e autenticidade. Também o automóvel assume a sua
importância, principalmente quando falamos de “Auto Férias
UFCD 3502 – Turismo descoberta
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES
Podemos, ainda, considerar outras classificações baseadas em diferentes critérios:
Grupo I: segundo o tipo de atracões e atividades propostas
Itinerários Gerais: apresentam grande variedade de atracões.
Itinerários Especializados ou Temáticos: destinados a grupos de turistas
com interesses e motivações específicas, propõem tipos de atracões também
específicas.
Grupo II: segundo a forma de organização
Itinerários Lineares: quando se pernoita em meios de alojamento
diferentes, isto é, o ponto de partida e de chegada é diferente.
Itinerários Nodais: quando os pontos de partida e de chegada coincidem.
Grupo III: segundo o âmbito geográfico
Itinerários Locais / Itinerários Regionais / Itinerários Nacionais /
Itinerários Internacionais
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OUTRAS CLASSIFICAÇÕES
Grupo IV: segundo a duração - Curta duração, Média duração, duração
normal ou Longa duração.
Grupo V: segundo o destino – Montanhas, Cidades, Praias
Grupo VI: segundo o segmento de mercado – Culturais, Aventura, 3ª
Idade
Grupo VII: segundo o nº de participantes - Individuais(só uma pessoa),
Pequenos grupos (até 15 pax) e Grandes grupos.
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4 – Descoberta
e Turismo
UFCD 3502 – Turismo descoberta
O sector turístico assenta na existência e exploração de
recursos – naturais, culturais e humanos - e pode provocar
grandes transformações nos locais onde se desenvolve. Se, por
um lado, é assumido como uma fonte de receitas e emprego,
por outro, poderá representar uma ameaça para a estrutura e
organização social existente, bem como para o património
natural e cultural de que depende. Estas potencialidades e
vulnerabilidades levaram à necessidade de criar novas formas
de turismo, como o Turismo de Natureza, que surge com
objetivos de conservação ambiental e de promoção do
desenvolvimento socioeconómico da comunidade local.
UFCD 3502 – Turismo descoberta
A consciencialização dos impactes do turismo, a evolução das políticas e
da legislação em matéria de ambiente, a crescente exigência de
qualidade ambiental por parte dos clientes e a sua necessidade de
contacto com a natureza, levou ao desenvolvimento de novas formas de
turismo, que encara a sustentabilidade como facto fundamental de
valor. O Turismo de Natureza surge, neste contexto, movido por
objetivos de conservação da natureza e da biodiversidade e de
promoção de benefícios para a população local.
UFCD 3502 – Turismo descoberta
Para que as atividades de Turismo de Natureza se desenvolvam a partir
de uma utilização equilibrada dos recursos, é importante compatibilizar
a sua crescente procura turística com a preservação ambiental e o
desenvolvimento local, promovendo uma abordagem sustentável ao
nível da sua gestão. Esta gestão passa também pela educação para o
ambiente, favorecida pelo contacto das pessoas com a natureza.
UFCD 3502 – Turismo descoberta
O conceito de turismo sustentável, segundo a Organização Mundial de
Turismo (OMT) é “aquele ecologicamente suportável a longo prazo,
economicamente viável, assim como ética e socialmente equitativo
para as comunidades locais, mantendo a integridade cultural, os
processos ecológicos essenciais, a diversidade biológica e os sistemas
de suporte de vida”.
UFCD 3502 – Turismo descoberta
A OMT definiu um conjunto de princípios que o desenvolvimento do
turismo deverá seguir (UNEP e UNWTO, 2005:11): o Uso eficiente de
recursos naturais, pois eles constituem um elemento chave para o
desenvolvimento do turismo, devendo, por isso, ser mantidos os
processos ecológicos essenciais e assegurada a conservação do
património natural e da biodiversidade; o Respeitar a autenticidade
sociocultural das comunidades locais, conservando o seu património
vivo e construído, bem como os seus valores tradicionais, e
contribuindo para o diálogo intercultural e a tolerância; o Assegurar a
viabilidade económica a longo prazo, garantindo que os benefícios
socioeconómicos são equitativamente distribuídos por todos os
stakeholders, incluindo emprego estável, oportunidade de negócio e
serviços sociais às comunidades locais, contribuindo para a diminuição
da pobreza.
UFCD 3502 – Turismo descoberta
5 – Atividades
de turismo
descoberta
UFCD 3502 – Turismo descoberta
Nos últimos anos, tem-se verificado um aumento de praticantes de
atividades de ar livre em Portugal. Entre as várias razões que explicam
este crescimento, destacam-se a procura de atividades de lazer ou
férias ativas que envolvam novas experiências, o aumento da oferta de
atividades inovadoras e de ocupação de tempos livres, a diversidade de
recursos naturais do nosso país, o gosto pela natureza associado a uma
maior consciência ambiental e também um novo tipo de culto e
proteção da saúde.
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Consideram-se atividades de ar livre as que são praticadas para fruição
e descoberta da natureza.
Do parapente à caminhada, passando pela espeleologia, escalada,
passeios de BTT e birdwatching, canoagem, mergulho, rafting,
bodyboard, surf, windsurf ou canyoning, muitas são as atividades que
atualmente estão ao dispor do público em geral, seja no ar, na terra ou
na água.
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Os produtos de Turismo de Natureza compreendem diversas práticas,
incluindo o:
- usufruto da natureza através de um passeio à prática de caminhadas;
- escalada,
- espeleologia,
- orientação,
- passeios de bicicleta ou a cavalo,
- atividades aquáticas e subaquáticas,
- o contacto com o ambiente rural e culturas locais (através da sua
gastronomia e manifestações etnográficas, rotas temáticas,
nomeadamente históricas, arqueológicas e ou gastronómicas, e a estada
em casas tradicionais)
UFCD 3502 – Turismo descoberta
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Quem pode organizar atividades de ar livre?
Em Portugal, a organização e comercialização de atividades de ar livre é
objeto de enquadramento jurídico no setor turístico, que define as
entidades habilitadas para o efeito e que regras devem cumprir. De
acordo com a legislação em vigor - Decreto-Lei n.º 108/2009, de 15 de
maio - estas entidades denominam-se “Empresas de Animação
Turística” e têm como objeto a organização e a venda de atividades
recreativas, desportivas ou culturais, em meio natural ou em instalações
fixas destinadas ao efeito, de caráter lúdico e com interesse turístico
para a região em que se desenvolvem.
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Elaboração e realização de um itinerário turístico
A elaboração e realização de um itinerário turístico são o resultado de um
longo processo de estudo e análise de possibilidades e de um conhecimento
prévio de dados.
A metodologia utilizada vai depender obviamente do público alvo - já que
é isso que deverá determinar as várias opções bem como os serviços e
atividades incluídas. Interessa pois distinguir a metodologia utilizada quer se
trate de um forfait para a procura (viagem por medida) ou de um forfait para
a oferta (viagem organizada). A diferença fundamental é que no primeiro
caso é possível saber, com algum rigor, as necessidades do cliente e, por isso,
todos os serviços são direcionados nesse sentido. No caso da viagem
organizada trata-se de conceber e desenvolver um
produto que será posteriormente comercializado pelos canais de distribuição
habituais e que será dirigido a um público mais ou menos alargado.
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Elaboração e realização de um itinerário turístico
Neste caso, a metodologia é orientada por objetivos muito específicos e
por isso deve envolver as seguintes etapas:
• Identificação dos objetivos de elaboração do circuito;
• Identificação do mercado-alvo;
• Determinação das vantagens para o desenvolvimento da região,
nomeadamente do sector turístico;
• Caracterização da região a vários níveis (económico, social, físico, turístico,
etc.);
• Caracterização e análise da oferta e procura turística da região (cruzamento de
dados previamente levantados e análise SWOT);
• Seleção dos elementos / atrativos que irão integrar o circuito e definição da
temática, de acordo com o mercado-alvo;
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Elaboração e realização de um itinerário turístico
• Elaboração das várias cartas de infraestruturas (representação a cores dos
vários recursos);
• Análise da carta de oferta (quantidade, qualidade, diversidade de recursos e
respetiva distribuição espacial);
• Pesquisa no local (acessibilidade, disponibilidade, segurança, interesse,
pedagogia, etc.);
• Definição e determinação das necessidades de intervenção ao nível das
infraestruturas e atividades (animação, etc.);
• Determinação do circuito principal e, eventualmente, de outros
complementares (dependendo do interesse da oferta e do mercado);
• Determinação do Preço do Circuito
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Elaboração e realização de um itinerário turístico
Definição da estratégia de marketing:
- Produto:
• desenho e descrição do circuito principal e complementares (fontes
documentais, lendas e tradições, meios de transporte, acessibilidades, etc.)
- Preço:
• circuito, transporte, alojamento e restauração
- Distribuição:
• locais e mercados a atingir
- Promoção:
• operadores, logótipo, sinalização, etc.
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Itinerários de descoberta e recursos turísticos em Portugal

  • 1. UFCD 3502 – Turismo descoberta Formadora: Carla Susana
  • 2. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 3. Objetivos  Identificar e implementar atividades de Turismo Descoberta. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 4. Conteúdos: • Recursos • Aspetos rurais, urbanos e regionais • Itinerários de descoberta • Descoberta e turismo • Atividades de turismo descoberta UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 5. 1 – Recursos UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 6. Recursos Turísticos. O que são?? Em todos os países, existe uma multiplicidade de recursos e condições que possibilitam uma variada definição de produtos turísticos, podendo conceber-se tantos quantos os distintos recursos existentes. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 7. Recursos Turísticos. O que são?? Todo o elemento natural, toda a atividade humana ou resultado da mesma que possa gerar um deslocamento por motivos, essencialmente, de ocio. • Os recursos são muitos e existem em todas as partes; • Não devemos confundir recurso com produto; • O produto turístico forma-se a partir da seguinte equação: Recursos turísticos + infraestructuras + equipamentos e serviços = producto turístico • O produto turístico consume-se onde se produz e não “desaparece”. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 8. São “matéria prima” para as atrações. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 9. • Tal como afirmou Glare Gunn, investigador norte americano en la revista Tourism Educators News Letter, “se não houver locais interessantes, divertidos e que valham a pena visitar, não há necessidade de serviços de hospedagem e restauração”. • Ou seja, deve-se ter em conta que o recurso turístico é o elemento básico para poder desenvolver um destino como atrativo turístico e assim se diferenciar; • É à volta destes atrativos que se podem criar serviços como: • Hotéis, restaurantes, centros de diversão, entre outros… UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 10. UFCD 3502 – Turismo descoberta • É de grande importância uma correta análise do potencial de aproveitamento que têm estes recursos, com a finalidade de que se faça um bom uso dos mesmos e não se “explorem” de maneira a que possam sofrer danos permanentes.
  • 11. UFCD 3502 – Turismo descoberta Classificação dos recursos turísticos Ana García Silberman, geógrafa mexicana, num trabalho intitulado: “Clasificación de los Recursos Turísticos”, dividiu os recursos turísticos em dois grandes grupos:  recursos naturais  recursos culturais (forma mais aceitada de classificação).
  • 12. UFCD 3502 – Turismo descoberta Classificação dos recursos turísticos Recursos Naturais: São aqueles criados pela natureza, cujas características propias viabilizam que sejam visitados por turistas. Não podem ser criados pelo homem mas podem ser modificados. - recursos geomorfológicos, - biogeográficos - Mistos.
  • 13. UFCD 3502 – Turismo descoberta Recursos Geomorfológicos: Formados pela ação da natureza durante a evolução do planeta e dividem-se de acordo com a região em que se encontram localizados: • Litorais (praias, ilhas). • Lagoas e depósitos de agua. • Correntes de agua (grutas, cenotes). • Vulcanismo (crateras, geisers). • Relevos (montanhas, planícies, dunas).
  • 14. UFCD 3502 – Turismo descoberta Recursos Biogeográficos: Manifestações de vida sobre a terra; flora e fauna. • Grupo vegetais (selvas, florestas, arvores, campo de flores). • Grupo animal (espécies raras, zonas de corais, zonas de caça e pesca).
  • 15. Mistos: Combinação dos anteriores; por exemplo, montanhas e florestas, planícies e estepes, paisagens subaquáticas, oásis e desertos, etc. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 16. Recursos Socio-culturais e económicos: Desenvolvimento económico = desenvolvimento turístico São elementos que envolvem a mão do homem. São criados pelo homem e podem ser históricos ou contemporâneos. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 17. • Atrativos históricos: são expressões culturais que se transmitem de geração em geração, requerem práticas de conservação e restauração para que possam subsistir. O seu aproveitamento requer campanhas publicitárias que promovam o turismo até eles. • Exemplos: • Arquitetura no moderna. • Construções e sítios históricos • Regiões de interesse etnográfico (festas, folclore). UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 18. • Atrativos contemporâneos não comerciais: tem uma finalidade cultural ou de serviço e não de atração; • Obras artísticas. • Salas de conferencias e congressos. • Instituições de ensino. • Museus. • Zoológicos. • Atrativos contemporâneos comerciais: são temporais, criados com um fim específico (normalmente para atrair visitantes e oferecer distração); • Parques de diversões. • Espetáculos (teatros, estádios desportivos, cinemas). • Exposições nacionais e internacionais • Comércios e mercados. • Centros de saúde. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 19. Inventário dos recursos Turísticos É o catálogo ordenado dos lugares, objectivos ou acontecimentos de interesse turístico de uma determinada área. A sua elaboração implica dois passos: 1 – Registo da informação 2 – Avaliação dos atractivos turísticos. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 20. Inventário dos recursos Turísticos Consiste no levantamento, identificação e registro dos atrativos turísticos, dos serviços e equipamentos turísticos e da infraestrutura de apoio ao turismo. Estes servem como instrumento base de informações para fins de planeamento, gestão e promoção da atividade turística. Possibilitam assim a definição de prioridades (diretrizes) para os recursos disponíveis e o incentivo ao turismo sustentável. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 21. A diferença entre RECURSO e ATRATIVO turístico: “Os recursos, em sua forma original, seriam a matéria prima do turismo, sendo o elemento principal para o desenvolvimento da atração turística. Somente quando esses elementos estiverem em localidades acessíveis, formatados para receber turistas e devidamente divulgados, poderão ser considerados atrativos turísticos.” Geralmente, para tal, recebem apoio da oferta técnica/derivada e da infraestrutura geral e de apoio turístico. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 22. Avaliação dos recursos turísticos As potencialidades de desenvolvimento turístico de uma localidade são função dos recursos mas o seu crescimento depende da capacidade de os valorizar e da criação de novos fatores de atracão. Deste modo cada localidade ou cada recurso dispõe de um potencial que difere de outro em vários aspetos que necessitam de ser avaliados. Para o efeito torna-se necessário, em primeiro lugar, proceder à inventariação dos recursos e à sua classificação. Uma vez realizada esta inventariação pode proceder-se à avaliação do potencial turístico com o objetivo de estabelecer uma medida de valor que permita fundamentar as decisões relativas ao aproveitamento de certos territórios ou recursos. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 23. UFCD 3502 – Turismo descoberta Os principais produtos turísticos
  • 24. 2 – Aspetos rurais, urbanos e regionais região Norte, região centro, região de Lisboa e Vale do tejo, região do Alentejo, região do Algarve, região dos Açores, região da Madeira UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 25. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 26. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 27. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 28. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 29. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 30. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 31. Fatores explicativos da distribuição da população UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 32. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 33. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 34. Fatores Naturais UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 35. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 36. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 37. UFCD 3502 – Turismo descoberta Caraterísticas demográficas
  • 38. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 39. 3 – Itinerários de descoberta UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 40. UFCD 3502 – Turismo descoberta Definições no âmbito dos itinerários O conceito de itinerário confunde-se muitas vezes com outros termos que podem ter diferentes leituras. ITINERÁRIO: Descrição de um caminho ou de uma rota especificando os lugares de passagem e propondo uma série de atividades e serviços durante a sua duração.
  • 41. Definição que poderá englobar Circuito, Visita e Rota. CIRCUITO: Entende-se aquela viagem combinada em que intervêm vários serviços: transportes, alojamento, guia, ..., que se realiza de acordo com um itinerário programado e com um desenho circular sempre que seja possível (o ponto departida e de chegada serão coincidentes), de modo a que se passe por um caminho anteriormente percorrido. Conjunto de caminhos e visitas que se complementam constituindo um itinerário fechado, que tem inicio e término no mesmo local. VISITA: Reconhecimento, exame ou inspeção de um lugar de paragem incluído num itinerário. A visita representa cada uma das paragens que compõem um itinerário. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 42. UFCD 3502 – Turismo descoberta ROTA: Sinónimo de itinerários, em sentido restrito, em que a saída e a chegada não são coincidentes no mesmo ponto. O conceito de Rota e Itinerário podem ser considerados sinónimos embora seja de realçar o facto de Rota estar associada a uma direção, a um percurso dirigido. Por outro lado, o conceito de Rota tem sido usado preferencialmente em termos institucionais e promocionais. Relativamente ao conceito de Roteiro está quase sempre associado a uma descrição, mais ou menos exaustiva, dos aspetos mais relevantes da viagem e, particularmente, dos principais locais de interesse turístico. FORFAIT: Nome técnico utilizado para um tipo de Itinerário organizado cujo preço inclui todos os serviços.
  • 43. TIPOS DE ITINERÁRIOS TURÍSTICOS As tipologias e classificações de itinerários variam conforme o critério utilizado. Assim, podemos classificar os itinerários segundo a motivação subjacente e, nesse sentido segundo o tipo de produto turístico, ou segundo o tipo de transporte utilizado. Outro tipo de classificação pode ser baseado na forma de organização. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 44. ITINERÁRIOS SEGUNDO O PRODUTO TURÍSTICO A) DESPORTIVOS Este é um tipo de itinerário cada vez mais procurado e capaz de mover um grande número de pessoas. Aqui podemos incluir o turista passivo, isto é, o turista espectador de eventos desportivos, por exemplo dos Jogos Olímpicos ou o turista ativo que é sem dúvida o segmento mais importante neste tipo de itinerários. Destes podemos referir os praticantes (ou aprendizes) de ski, windsurf, golfe, ténis, vela, caça, pesca, parapente, pára-quedismo e muitas outras atividades desportivas que despertam cada vez mais o interesse de um grande número de pessoas que procuram férias ativas. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 45. ITINERÁRIOS SEGUNDO O PRODUTO TURÍSTICO B) CULTURAIS A motivação cultural é sem dúvida das mais importantes motivações associadas ao turismo e que tem dado origem a itinerários temáticos muito interessantes baseados nas especificidades de cada região. De facto, a elaboração destes itinerários (e de uma maneira geral de todos os outros) deve ter em conta a autenticidade das regiões, aquilo que as torna únicas e diferentes. Dentre este grande grupo podemos então distinguir: - Históricos: podem-se encontrar fios condutores históricos que dão origem a rotas interessantes, recorrendo a lugares frequentados por pessoas de reconhecido valor, evocando personalidades e revivendo as respetivas épocas históricas. - Literários: rotas que tenham por base alguma personagem – escritor, poeta ou corrente literária concreta. - Artísticos: a arte atrai muitas pessoas. É possível, por exemplo, unir monumentos do mesmo estilo que permitam dar uma ideia global do mesmo. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 46. ITINERÁRIOS SEGUNDO O PRODUTO TURÍSTICO B) CULTURAIS Folclore: representações folclóricas, festivais, festas, jogos populares, bailes e festas tradicionais. Artesanato: as artes e ofícios tradicionais podem ser o fio condutor na conceção de uma rota. Gastronómicos: baseados nas tradições gastronómicas de cada região, este tipo de itinerário salienta os pratos típicos e produtos alimentares de cada região assim como os vinhos. Arquitetura Popular: suscita um grande interesse as formas e modos de viver de cada região, refletidos nas construções e conjuntos de edifícios mais representativos. Educacionais: nesta categoria estão incluídas todas as viagens organizadas com objetivo de aprender sobre uma temática relacionada com conteúdos curriculares e/ou questões profissionais. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 47. ITINERÁRIOS SEGUNDO O PRODUTO TURÍSTICO C) ECOLÓGICOS OU DA NATUREZA Este tipo de itinerários vem suscitando um interesse crescente motivado, em parte, pelo ritmo da vida moderna das grandes cidades. O objetivo é proporcionar aos participantes o usufruto e o contacto com a natureza e valores do património natural (e cultural) que estes espaços encerram. As Áreas Protegidas são, pelas suas características, locais privilegiados para a realização deste tipo de itinerários o que obviamente deve ter em consideração critérios de conservação e salvaguarda dos recursos naturais. D) RELIGIOSOS A Religião foi uma das primeiras motivações de viagem da Humanidade e que, nos dias de hoje continua a motivar um grande número de pessoas a viajar para locais relacionados com as manifestações religiosas e locais de culto religioso. O Caminho de Santiago de Compostela é, ainda hoje, um exemplo célebre, apresentando- se como um dos itinerários mais importantes de origem religiosa tendo sido declarado pelo Conselho da Europa, o primeiro itinerário cultural europeu pela sua importante contribuição para o desenvolvimento da cultura europeia. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 48. ITINERÁRIOS SEGUNDO O PRODUTO TURÍSTICO E) TURISMO DE SAÚDE Os itinerários relacionados com esta temática incluem não só as termas e os equipamentos associados como também locais relacionados com o climatismo e a talassoterapia. Estes são, de facto, produtos com um grande crescimento e que podem ser conjugados com programas de atividades de recuperação da forma, de combate ao stress através, por exemplo da hidroterapia, desporto, dietética e higiene da forma de viver. F) DE AVENTURA Associado a uma tendência crescente face a um turismo ativo em que se procura cada vez mais emoções e novas experiências, os itinerários baseados na aventura procuram ser alternativas em que a tónica está nas atividades propostas e na respetiva “intensidade de emoções”. Estão normalmente associados a desportos radicais e incluem uma grande variedade de modalidades possíveis dos quais se destacam: parapente, trekking, para-quedismo, Rafting, escalada, rotas todo o terreno, etc. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 49. ITINERÁRIOS SEGUNDO O PRODUTO TURÍSTICO G) TURISMO SOCIAL O turismo social pretende criar as condições necessárias para que os sectores da população, que por razões económicas ou por falta de hábito, educação ou informação, têm permanecido até ao momento fora do movimento turístico tenham assim acesso ao turismo. H) DE FÉRIAS OU DE LAZER Trata-se de uma designação genérica em que a motivação principal não está relacionada com nenhum interesse específico dos participantes. O objetivo é simplesmente sair do ambiente habitual, descansar e recuperar forças durante o período de férias. Baseiam-se normalmente em estâncias de praia ou no interior em que se combina um alojamento fixo com excursões e atividades nos arredores. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 50. ITINERÁRIOS SEGUNDO O MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO Cada meio de transporte utilizado imprime um carácter e um estilo de viagem diferente. Atualmente, o autocarro e o avião são os meios mais utilizados, sendo a flexibilidade e a mobilidade as vantagens do primeiro e a velocidade e o conforto as do segundo. O comboio e o barco têm conotações mais românticas dado que são os meios mais antigos e, por isso, também, quando utilizados, imprimem alguma originalidade e autenticidade. Também o automóvel assume a sua importância, principalmente quando falamos de “Auto Férias UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 51. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES Podemos, ainda, considerar outras classificações baseadas em diferentes critérios: Grupo I: segundo o tipo de atracões e atividades propostas Itinerários Gerais: apresentam grande variedade de atracões. Itinerários Especializados ou Temáticos: destinados a grupos de turistas com interesses e motivações específicas, propõem tipos de atracões também específicas. Grupo II: segundo a forma de organização Itinerários Lineares: quando se pernoita em meios de alojamento diferentes, isto é, o ponto de partida e de chegada é diferente. Itinerários Nodais: quando os pontos de partida e de chegada coincidem. Grupo III: segundo o âmbito geográfico Itinerários Locais / Itinerários Regionais / Itinerários Nacionais / Itinerários Internacionais UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 52. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES Grupo IV: segundo a duração - Curta duração, Média duração, duração normal ou Longa duração. Grupo V: segundo o destino – Montanhas, Cidades, Praias Grupo VI: segundo o segmento de mercado – Culturais, Aventura, 3ª Idade Grupo VII: segundo o nº de participantes - Individuais(só uma pessoa), Pequenos grupos (até 15 pax) e Grandes grupos. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 53. 4 – Descoberta e Turismo UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 54. O sector turístico assenta na existência e exploração de recursos – naturais, culturais e humanos - e pode provocar grandes transformações nos locais onde se desenvolve. Se, por um lado, é assumido como uma fonte de receitas e emprego, por outro, poderá representar uma ameaça para a estrutura e organização social existente, bem como para o património natural e cultural de que depende. Estas potencialidades e vulnerabilidades levaram à necessidade de criar novas formas de turismo, como o Turismo de Natureza, que surge com objetivos de conservação ambiental e de promoção do desenvolvimento socioeconómico da comunidade local. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 55. A consciencialização dos impactes do turismo, a evolução das políticas e da legislação em matéria de ambiente, a crescente exigência de qualidade ambiental por parte dos clientes e a sua necessidade de contacto com a natureza, levou ao desenvolvimento de novas formas de turismo, que encara a sustentabilidade como facto fundamental de valor. O Turismo de Natureza surge, neste contexto, movido por objetivos de conservação da natureza e da biodiversidade e de promoção de benefícios para a população local. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 56. Para que as atividades de Turismo de Natureza se desenvolvam a partir de uma utilização equilibrada dos recursos, é importante compatibilizar a sua crescente procura turística com a preservação ambiental e o desenvolvimento local, promovendo uma abordagem sustentável ao nível da sua gestão. Esta gestão passa também pela educação para o ambiente, favorecida pelo contacto das pessoas com a natureza. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 57. O conceito de turismo sustentável, segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT) é “aquele ecologicamente suportável a longo prazo, economicamente viável, assim como ética e socialmente equitativo para as comunidades locais, mantendo a integridade cultural, os processos ecológicos essenciais, a diversidade biológica e os sistemas de suporte de vida”. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 58. A OMT definiu um conjunto de princípios que o desenvolvimento do turismo deverá seguir (UNEP e UNWTO, 2005:11): o Uso eficiente de recursos naturais, pois eles constituem um elemento chave para o desenvolvimento do turismo, devendo, por isso, ser mantidos os processos ecológicos essenciais e assegurada a conservação do património natural e da biodiversidade; o Respeitar a autenticidade sociocultural das comunidades locais, conservando o seu património vivo e construído, bem como os seus valores tradicionais, e contribuindo para o diálogo intercultural e a tolerância; o Assegurar a viabilidade económica a longo prazo, garantindo que os benefícios socioeconómicos são equitativamente distribuídos por todos os stakeholders, incluindo emprego estável, oportunidade de negócio e serviços sociais às comunidades locais, contribuindo para a diminuição da pobreza. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 59. 5 – Atividades de turismo descoberta UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 60. Nos últimos anos, tem-se verificado um aumento de praticantes de atividades de ar livre em Portugal. Entre as várias razões que explicam este crescimento, destacam-se a procura de atividades de lazer ou férias ativas que envolvam novas experiências, o aumento da oferta de atividades inovadoras e de ocupação de tempos livres, a diversidade de recursos naturais do nosso país, o gosto pela natureza associado a uma maior consciência ambiental e também um novo tipo de culto e proteção da saúde. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 61. Consideram-se atividades de ar livre as que são praticadas para fruição e descoberta da natureza. Do parapente à caminhada, passando pela espeleologia, escalada, passeios de BTT e birdwatching, canoagem, mergulho, rafting, bodyboard, surf, windsurf ou canyoning, muitas são as atividades que atualmente estão ao dispor do público em geral, seja no ar, na terra ou na água. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 62. Os produtos de Turismo de Natureza compreendem diversas práticas, incluindo o: - usufruto da natureza através de um passeio à prática de caminhadas; - escalada, - espeleologia, - orientação, - passeios de bicicleta ou a cavalo, - atividades aquáticas e subaquáticas, - o contacto com o ambiente rural e culturas locais (através da sua gastronomia e manifestações etnográficas, rotas temáticas, nomeadamente históricas, arqueológicas e ou gastronómicas, e a estada em casas tradicionais) UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 63. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 64. Quem pode organizar atividades de ar livre? Em Portugal, a organização e comercialização de atividades de ar livre é objeto de enquadramento jurídico no setor turístico, que define as entidades habilitadas para o efeito e que regras devem cumprir. De acordo com a legislação em vigor - Decreto-Lei n.º 108/2009, de 15 de maio - estas entidades denominam-se “Empresas de Animação Turística” e têm como objeto a organização e a venda de atividades recreativas, desportivas ou culturais, em meio natural ou em instalações fixas destinadas ao efeito, de caráter lúdico e com interesse turístico para a região em que se desenvolvem. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 65. Elaboração e realização de um itinerário turístico A elaboração e realização de um itinerário turístico são o resultado de um longo processo de estudo e análise de possibilidades e de um conhecimento prévio de dados. A metodologia utilizada vai depender obviamente do público alvo - já que é isso que deverá determinar as várias opções bem como os serviços e atividades incluídas. Interessa pois distinguir a metodologia utilizada quer se trate de um forfait para a procura (viagem por medida) ou de um forfait para a oferta (viagem organizada). A diferença fundamental é que no primeiro caso é possível saber, com algum rigor, as necessidades do cliente e, por isso, todos os serviços são direcionados nesse sentido. No caso da viagem organizada trata-se de conceber e desenvolver um produto que será posteriormente comercializado pelos canais de distribuição habituais e que será dirigido a um público mais ou menos alargado. UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 66. Elaboração e realização de um itinerário turístico Neste caso, a metodologia é orientada por objetivos muito específicos e por isso deve envolver as seguintes etapas: • Identificação dos objetivos de elaboração do circuito; • Identificação do mercado-alvo; • Determinação das vantagens para o desenvolvimento da região, nomeadamente do sector turístico; • Caracterização da região a vários níveis (económico, social, físico, turístico, etc.); • Caracterização e análise da oferta e procura turística da região (cruzamento de dados previamente levantados e análise SWOT); • Seleção dos elementos / atrativos que irão integrar o circuito e definição da temática, de acordo com o mercado-alvo; UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 67. Elaboração e realização de um itinerário turístico • Elaboração das várias cartas de infraestruturas (representação a cores dos vários recursos); • Análise da carta de oferta (quantidade, qualidade, diversidade de recursos e respetiva distribuição espacial); • Pesquisa no local (acessibilidade, disponibilidade, segurança, interesse, pedagogia, etc.); • Definição e determinação das necessidades de intervenção ao nível das infraestruturas e atividades (animação, etc.); • Determinação do circuito principal e, eventualmente, de outros complementares (dependendo do interesse da oferta e do mercado); • Determinação do Preço do Circuito UFCD 3502 – Turismo descoberta
  • 68. Elaboração e realização de um itinerário turístico Definição da estratégia de marketing: - Produto: • desenho e descrição do circuito principal e complementares (fontes documentais, lendas e tradições, meios de transporte, acessibilidades, etc.) - Preço: • circuito, transporte, alojamento e restauração - Distribuição: • locais e mercados a atingir - Promoção: • operadores, logótipo, sinalização, etc. UFCD 3502 – Turismo descoberta