O documento discute a corrupção nos governos e palácios terrenos, comparando-os com João Batista e os crentes. Afirma que Deus julgará a iniquidade encontrada nas nações através de fogo, destruindo palácios e fortalezas. Também diz que a justiça mundana não agrada a Deus, e que a vitória espiritual não vem de reformas políticas, mas da santificação pessoal por meio da fé em Cristo.
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
Os juízos de Deus contra a iniquidade dos poderosos e seus palácios
1. A474
Alves, Silvio Dutra
As Batalhas Espirituais Finais – Parte 11 / Silvio Dutra Alves.
- 1ª edição - Fundamentado no tratado de William Gurnall
Rio de Janeiro, 2021.
101p; 14,8 x 21 cm
1. Teologia. 2. Vida Cristã. I. Título
CDD 230
2. “7 Então, em partindo eles, passou Jesus a dizer ao
povo a respeito de João: Que saístes a ver no
deserto? Um caniço agitado pelo vento?
8 Sim, que saístes a ver? Um homem vestido de roupas
finas? Ora, os que vestem roupas finas assistem nos
palácios reais.
9 Mas para que saístes? Para ver um profeta? Sim, eu
vos digo, e muito mais que profeta.
10 Este é de quem está escrito: Eis aí eu envio diante da
tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu
caminho diante de ti.
11 Em verdade vos digo: entre os nascidos de
mulher, ninguém apareceu maior do que João
Batista; mas o menor no reino dos céus é maior do
que ele.” (Mateus 7.11)
Nestas palavras de nosso Senhor Jesus Cristo
relativas a João Batista e aos crentes na Nova
Aliança, nós pretendemos destacar as expressões:
“roupas finas” e “palácios”, porque é no contraste
que Jesus faz com o fato de não ser achado um
profeta em roupas finas, e assistindo nos palácios
segundo o modo mundano costumeiro dos
cortesãos, que encontraremos uma resposta
definitiva para a questão que se levanta em todas
as épocas, e das quais a nossa não é uma exceção,
mas talvez seja a que mais confirme esta regra,
em razão das grandes riquezas e poder que são
acumulados por aqueles que regem o mundo, e os
quais são via de regra obtidos por meios que em
2
3. nada levam em conta aquilo que é prescrito por
Deus em Sua Palavra, como regras de justiça,
verdade, amor, misericórdia e paz, a serem
seguidas na conduta diária de todos aqueles que
são retos diante dEle.
Temos aqui um profundo contraste estabelecido
por Jesus entre João Batista, os crentes, e todos
estes que são tidos na conta de os grandes
benfeitores do mundo.
Se alguém dentre os servos de Deus se levanta
para agir no meio da grande maioria destes
poderosos segundo o mundo, e começa a tentar
colocar perante eles um procedimento de
chamada à honestidade material e moral, à
pureza de caráter e probidade, e a condenar toda
forma de corrupção e desvio de conduta, ele não
precisará sequer apontar para a justiça de Deus
que se revela no evangelho, e que é mais
profunda ainda do que tudo isto, e que consiste na
conversão a Jesus e em uma vida santificada de
temor e reverência a Deus, para que receba uma
grande resistência e perseguição da parte
daqueles que não comungam com ele, e que
pretendem justificar seus ganhos ilícitos e
desculpar seu comportamento irregular e
grandemente pecaminoso, por meio de intrigas e
armadilhas, assim como os grandes da Pérsia
haviam feito contra Daniel no passado.
O mundo e a carne jamais se dobrarão aos anseios
populares por justiça, até porque grande parte
destes anseios se resume em apenas não
concordar com que sejam desviados os recursos
3
4. do erário público para a locupletação de quem
quer que seja, e não propriamente para defender
o modo de vida que seja rigorosamente
evangélico, conforme revelado na Bíblia.
Então, ao longo de toda a história da humanidade
sempre se revelaram vãos todos os esforços para
tentar implantar ainda que apenas governos,
parlamentos e magistérios em nada dados à
corrupção, porque esta está ligada à natureza
humana decaída no pecado, e se revela
amplamente na grande maioria daqueles cujos
corações não foram transformados por Deus de
coração de pedra em coração de carne.
Este é um fato inconteste desde a mais remota
antiguidade, e vemos este espírito altivo e
arrogante que se levanta contra Deus, na
construção por parte do homem de suas torres de
babéis para com elas tentarem superar o próprio
céu, e estas torres sempre estão debaixo de juízos
divinos, e revelam a sua existência temporária,
conforme permitido por Ele, até que todas estas
fortalezas sejam desfeitas nas gerações seguintes,
porque são edificadas pela soberba e visando-se à
perpetuação no poder, à custa da opressão do
próximo.
Especialmente pela grande iniquidade que foi
achada nos governantes e cortesãos, a fortaleza
de vários palácios foi reduzida a pó pelo Senhor no
passado, e não será diferente para as fortalezas
(não propriamente de pedras, mas de todas as
formas de expressão de poder terreno em nossos
4
5. dias) também o serão por ocasião da volta de
Jesus.
“17 Por isso, o SENHOR fez subir contra ele o rei
dos caldeus, o qual matou os seus jovens à espada,
na casa do seu santuário; e não teve piedade nem
dos jovens nem das donzelas, nem dos velhos
nem dos mais avançados em idade; a todos os deu
nas suas mãos.
18 Todos os utensílios da Casa de Deus, grandes e
pequenos, os tesouros da Casa do SENHOR e os
tesouros do rei e dos seus príncipes, tudo levou ele
para a Babilônia.
19 Queimaram a Casa de Deus e derribaram os
muros de Jerusalém; todos os seus palácios
queimaram, destruindo também todos os seus
preciosos objetos.” (II Crônicas 36.17-19)
“19 Babilônia, a joia dos reinos, glória e orgulho
dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra,
quando Deus as transtornou.
20 Nunca jamais será habitada, ninguém morará nela
de geração em geração; o arábio não armará ali a sua
tenda, nem tampouco os pastores farão ali deitar os
seus rebanhos.
21 Porém, nela, as feras do deserto repousarão, e as
suas casas se encherão de corujas; ali habitarão os
avestruzes, e os sátiros pularão ali.
22 As hienas uivarão nos seus castelos; os chacais,
nos seus palácios de prazer; está prestes a chegar
5
6. o seu tempo, e os seus dias não se prolongarão.”
(Isaías 13.19-22)
“13 Eis a terra dos caldeus, povo que até há pouco
não era povo e que a Assíria destinara para os
sátiros do deserto; povo que levantou suas torres,
e arrasou os palácios de Tiro, e os converteu em
ruínas.
14 Uivai, navios de Társis, porque é destruída a
que era a vossa fortaleza!” (Isaías 23.13,14)
“12 Já não haverá nobres para proclamarem um
rei; os seus príncipes já não existem.
13 Nos seus palácios, crescerão espinhos, e urtigas
e cardos, nas suas fortalezas; será uma habitação
de chacais e morada de avestruzes.” (Isaías
34.12,13)
“19 Porque uma voz de pranto se ouve de Sião:
Como estamos arruinados! Estamos sobremodo
envergonhados, porque deixamos a terra, e eles
transtornaram as nossas moradas.
20 Ouvi, pois, vós, mulheres, a palavra do SENHOR, e
os vossos ouvidos recebam a palavra da sua boca;
ensinai o pranto a vossas filhas; e, cada uma à sua
companheira, a lamentação.
21 Porque a morte subiu pelas nossas janelas e
entrou em nossos palácios; exterminou das ruas
6
7. as crianças e os jovens, das praças.” (Jeremias
9.19-21)
“Mas, se não me ouvirdes, e, por isso, não
santificardes o dia de sábado, e carregardes
alguma carga, quando entrardes pelas portas de
Jerusalém no dia de sábado, então, acenderei fogo
nas suas portas, o qual consumirá os palácios de
Jerusalém e não se apagará.” (Jeremias 17.27)
“25 Como está abandonada a famosa cidade, a
cidade de meu folguedo!
26 Portanto, cairão os seus jovens nas suas praças;
todos os homens de guerra serão reduzidos a silêncio
naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos.
27 Acenderei fogo dentro do muro de Damasco, o
qual consumirá os palácios de Ben-Hadade.”
(jeremias 49.25-27)
“1 Como o Senhor cobriu de nuvens, na sua ira, a
filha de Sião! Precipitou do céu à terra a glória de
Israel e não se lembrou do estrado de seus pés, no
dia da sua ira.
2 Devorou o Senhor todas as moradas de Jacó e não se
apiedou; derribou no seu furor as fortalezas da filha de
Judá; lançou por terra e profanou o reino e os seus
príncipes.
3 No furor da sua ira, cortou toda a força de Israel;
retirou a sua destra de diante do inimigo; e ardeu
contra Jacó, como labareda de fogo que tudo consome
em redor.
4 Entesou o seu arco, qual inimigo; firmou a sua
destra, como adversário, e destruiu tudo o que era
7
8. formoso à vista; derramou o seu furor, como fogo, na
tenda da filha de Sião.
5 Tornou-se o Senhor como inimigo, devorando
Israel; devorou todos os seus palácios, destruiu as
suas fortalezas e multiplicou na filha de Judá o
pranto e a lamentação.” (Lamentações 2.1-5)
“Porque Israel se esqueceu do seu Criador e
edificou palácios, e Judá multiplicou cidades
fortes; mas eu enviarei fogo contra as suas
cidades, fogo que consumirá os seus palácios.”
(Oseias 8.14)
Muitas outras passagens das Escrituras de igual
teor apresentam os juízos de Deus contra a
iniquidade das nações, inclusive aquela que foi
achada por Ele na própria nação escolhida de
Israel.
Deus tem uma contenda contra todo pecado, seja
na forma em que for encontrado, e ainda que seja
escondido ou intitulado com belos nomes por
seus praticantes ou defensores, uma vez que o
Senhor não olhará para os títulos ou acordos de
paz feitos entre os homens, mas segundo aquilo
que é definido por Ele segundo a regra da Sua
própria justiça e santidade.
Ninguém se iluda portanto, pensando que as
batalhas espirituais do bom combate da fé
consistem em se empenhar na luta contra os
sistemas corrompidos das nações, ainda porque
isto não passa de uma grande ilusão e quimera.
Não é possível fazer com que aquele que está
acostumado ao mal, tenha o seu coração
8
9. inclinado para o bem real, conforme definido por
Deus em Sua Palavra.
O que foi proferido contra os grandes de Israel no
passado, encontra um paralelo muito grande com
as condições que prevalecem em todas as nações
da Terra:
“9 Ouvi, agora, isto, vós, cabeças de Jacó, e vós,
chefes da casa de Israel, que abominais o juízo, e
perverteis tudo o que é direito,
10 e edificais a Sião com sangue e a Jerusalém,
com perversidade.
11 Os seus cabeças dão as sentenças por suborno,
os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os
seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se
encostam ao SENHOR, dizendo: Não está o
SENHOR no meio de nós? Nenhum mal nos
sobrevirá.
12 Portanto, por causa de vós, Sião será lavrada
como um campo, e Jerusalém se tornará em
montões de ruínas, e o monte do templo, numa
colina coberta de mato.” (Miqueias 3.9-12)
Para Deus, algum bem nunca será melhor do que
nenhum, porque ele impõe para ser agradado que
lhe seja dado e consagrado todo o nosso coração,
para ser por ele inteiramente purificado e
santificado.
De maneira que a justiça pela qual o mundo luta
com as armas do próprio mundo não passa de
restolho diante da perfeita e eterna justiça de
Deus que está sendo oferecida gratuitamente no
9
10. evangelho a todo o que crer em Cristo, mas a
maneira pela qual opera é com vistas à santidade
perfeita e glorificação futura. Jesus não lutou e
nem seus apóstolos para estabelecer o reino do
Céu em bases de dominação terrena, e bem
fariam os crentes de todas as épocas em seguir tal
exemplo.
O mundo em que vivemos, desde que o primeiro
homem pecou ficou sujeito às trevas e ao governo
de Satanás, que é o Príncipe que rege sobre tudo o
que é pecaminoso e mundano.
É contra os principados e potestades do mal que o
crente deve vestir toda a armadura de Deus,
porque sua luta não é contra carne e sangue, pois
é eminentemente de caráter espiritual, para que o
crente possa permanecer firme e inabalável em
sua santificação diante de Deus.
Não será portanto pela simples instalação de
governos justos e honestos que se atingirá a
vitória pretendida por Deus para todos os seus
filhos, e na verdade, Ele sequer os empenhará
com tal propósito, porque o Senhor sabe
perfeitamente que o mundo não pode ser
corrigido enquanto estiver sob o governo geral do
diabo sobre os ímpios, e que se multiplicam em
números cada vez maiores em todas as nações.
Daí Jesus ter afirmado expressamente que o seu
reino não é deste mundo, assim como ele e os
crentes não são do mundo. Os crentes estão no
mundo mas não pertencem a ele. Em Sua oração
sacerdotal em João 17 ele destacou claramente
10
11. que sua intercessão não era em favor do mundo
mas daqueles que lhe foram dados pelo Pai para
ser o Senhor deles.
“6 Manifestei o teu nome aos homens que me
deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e
eles têm guardado a tua palavra.
7 Agora, eles reconhecem que todas as coisas que me
tens dado provêm de ti;
8 porque eu lhes tenho transmitido as palavras
que me deste, e eles as receberam, e
verdadeiramente conheceram que saí de ti, e
creram que tu me enviaste.
9 É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo,
mas por aqueles que me deste, porque são teus;
10 ora, todas as minhas coisas são tuas, e as tuas
coisas são minhas; e, neles, eu sou glorificado.
11 Já não estou no mundo, mas eles continuam no
mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai
santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para
que eles sejam um, assim como nós.
12 Quando eu estava com eles, guardava-os no teu
nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum
deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para
que se cumprisse a Escritura.
13 Mas, agora, vou para junto de ti e isto falo no
mundo para que eles tenham o meu gozo
completo em si mesmos.
11
12. 14 Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os
odiou, porque eles não são do mundo, como
também eu não sou.
15 Não peço que os tires do mundo, e sim que os
guardes do mal.
16 Eles não são do mundo, como também eu não
sou.
17 Santifica-os na verdade; a tua palavra é a
verdade.
18 Assim como tu me enviaste ao mundo, também
eu os enviei ao mundo.” (João 17.6-18)
O crente é portanto chamado por Deus a brilhar
como luz neste mundo de trevas, de modo que o
Seu santo nome seja glorificado pelo bom
testemunho deles em sua conduta santificada.
O caminho que este testemunho deve percorrer
não é o da política, porque o objetivo divino nunca
será atingido por ele, senão exclusivamente pela
autonegação e carregar diário da cruz, seguindo
os passos de Jesus.
César sempre reclamará para gerir o que lhe
pertence, a saber, o que é mundano, e deve ter o
que lhe é devido em termos de respeito à
autoridade (quando não tentar impedir que o
crente conceda a Deus o que é devido a Deus), em
pagamento de impostos, de obediência às leis
governamentais etc. Mas daí, querer que César
aja nos mesmos termos de Jesus Cristo, é desejar
12
13. o quase impossível, a menos que o governo geral
da nação esteja sob servos de Deus
reconhecidamente consagrados a Ele, e
santificados, mas isto não durará por muito
tempo, porque o mundo lutará até ao sangue pelo
que é seu, e Satanás levantará grande oposição
contra tais governantes, e deve-se ter em conta
que o próprio povo em geral não deseja isto,
porque há forte aversão a Jesus, ao evangelho e
aos crentes, por parte dos que são do mundo, e
isto tem sido comprovado ao longo de toda a
história da humanidade.
E ao que esta aversão intestina conduzirá senão à
condução do Anticristo ao governo global?
Haverá algum movimento popular que poderá lhe
convencer ao uso de formas mais justas e
liberais? O ideal de igualdade, liberdade e
fraternidade será proposto a ele? Haverá alguma
esperança de serem atendidos? Lembremos que o
clímax sempre será seguido neste mundo pelos
seus muitos protótipos que se encontram em
operação desde os dias em que o evangelho
começou a ser pregado em toda a Terra.
“3 Ninguém, de nenhum modo, vos engane,
porque isto não acontecerá sem que primeiro
venha a apostasia e seja revelado o homem da
iniquidade, o filho da perdição,
4 o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama
Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no
santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o
próprio Deus.
13
14. 5 Não vos recordais de que, ainda convosco, eu
costumava dizer-vos estas coisas?
6 E, agora, sabeis o que o detém, para que ele seja
revelado somente em ocasião própria.
7 Com efeito, o mistério da iniquidade já opera e
aguarda somente que seja afastado aquele que agora o
detém;
8 então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o
Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o
destruirá pela manifestação de sua vinda.
9 Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia
de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da
mentira,
10 e com todo engano de injustiça aos que perecem,
porque não acolheram o amor da verdade para serem
salvos.
11 É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a
operação do erro, para darem crédito à mentira,
12 a fim de serem julgados todos quantos não
deram crédito à verdade; antes, pelo contrário,
deleitaram-se com a injustiça.” (II
Tessalonicenses 2.3-12)
É para esta falta de amor à verdade para a
salvação, referida pelo apóstolo Paulo, que
Satanás e os demônios sobretudo despacham os
seus dardos inflamados, de maneira a manter as
mentes de homens subjugadas à injustiça e ao
erro, segundo o mistério da iniquidade que opera
no mundo através do engano satânico que se
14
15. manifesta sobretudo nas grandes potestades
levantadas pelo Inimigo com o propósito de
desviar a muitos do conhecimento da verdade de
Deus pela qual poderiam ser libertados e salvos.
Há muita sutileza e segredo em todo este
processo, de maneira que somente a alguns é
dado por Deus poder discerni-lo em suas
operações enganosas e falaciosas, transitando
com a aparência de coisas boas e justas, sob os
títulos mais atrativos ao gosto mundano.
A honra ao matrimônio e o leito sem mácula,
ordenados por Deus à humanidade, são
derrubados para que em seu lugar seja erigido um
modelo de promiscuidade sexual sob a capa de
respeito à liberdade de escolha de cada pessoa. Só
que o Deus que nunca muda o tem definido como
abominação que ele julgará devidamente no Dia
do Juízo Final:
“Digno de honra entre todos seja o matrimônio,
bem como o leito sem mácula; porque Deus
julgará os impuros e adúlteros.” (Hebreus 13.4).
O evangelho impõe o amor ao próximo e a todos
os pecadores, sejam eles de qual condição forem,
mas ordena que não sejam imitadas as suas más
obras por parte daqueles que são de Cristo, por
meio da fé nEle.
É expressamente afirmado nas Escrituras por
nosso Senhor Jesus Cristo a necessidade de um
novo nascimento do Espírito Santo para se ver o
reino de Deus (João 3.3,5), e que somente os puros
de coração verão a Deus (Mateus 5.8), e com base
15
16. nisto e em várias outras passagens das Escrituras,
inclusive do Antigo Testamento, inspirado pelo
Espírito Santo o apóstolo afirma em Hebreus 12.14
a necessidade de seguirmos a santificação,
porque sem ela não é possível ver a Deus.
Evidentemente a visão aqui referida não é de
caráter físico, mas eminentemente espiritual,
porque Deus é espírito e importa conhecê-lo
também em espírito. Ele busca uma adoração e
comunhão espirituais com aqueles cujo coração é
totalmente dele, e para isto precisam ser
purificados do pecado, e permanecerem
santificados, porque só pode ser discernido
estando nós em santidade de vida, tanto no que se
refere à Sua pessoa divina, quanto em tudo o que
se refira ao seu reino, que não nos vem com
aparência visível, porque se manifesta dentro de
nós.
Daí Jesus ter dito que não se manifestaria ao
mundo, nos termos referidos de comunhão
espiritual, mas somente àqueles que o amassem e
que são definidos por ele como aqueles que
guardam os seus mandamentos. (João 14.19-24).
Tanto isto é verdadeiro, que depois de sua
ressurreição, ele se manifestou pelo espaço de 40
dias somente aos seus discípulos, quando poderia,
se assim o quisesse se revelar visivelmente ao
mundo de ímpios, especialmente àqueles que
haviam atuado na sua crucificação para
convencê-los que de fato era Deus conforme lhes
havia dito tantas vezes. Mas qual seria o proveito
disso? Poderiam eles em sua impiedade
perceberem-no e terem um discernimento
correto da sua aparição a eles? E é por esse
16
17. mesmo motivo que Deus não tenta convencer a
qualquer pessoa por meio de ser visto por elas de
modo visível aos olhos da carne, porque quer ser
conhecido no íntimo do ser daqueles que o
temem e amam, dando-lhes para tal propósito a
habitação do Espírito Santo.
Então temos esta ordem de seguir a santificação.
E o que vem a ser este verbo seguir em sua
aplicação às palavras do apóstolo? No original, o
citado verbo tem o sentido de perseguir, de correr
atrás de algo até alcançá-lo. E é exatamente assim
que se deve fazer em relação à nossa santificação,
porque sem um dedicado esforço em se vencer o
pecado e em se revestir das virtudes de Cristo,
não atingiremos o alvo que nos é proposto por
Deus para que possamos desfrutar da intimidade
e comunhão espiritual com ele.
Como somos chamados a andar e a viver por fé e
não por vista, daí Jesus ter dito a Tomé que bem
aventurados são os que creem e não
propriamente os que veem com os olhos naturais,
a realidade da Sua presença em Sua vida
ressurrecta.
Muitos israelitas pereceram eternamente apesar
de terem visto Jesus, o autor da vida, em seu
ministério terreno, porque ouviram suas
palavras, mas não as misturaram com a fé, e por
isso foram impedidos de entrarem no descanso
de Deus, e a isto o autor de Hebreus se refere em
sua epístola, e aponta aos crentes o grande perigo
que há em apostatar da fé. E é com o mesmo
propósito de lhes advertir do citado perigo que
17
18. escreveu as coisas do sexto capítulo quanto a se
permitir decair da fé, e que sem fé é impossível
agradar a Deus, depois de lhes ter falado dos
muitos que haviam alcançado o testemunho de
terem agradado a Deus, por meio da fé, no 11º
capítulo, para que escapassem da condição por
ele referida anteriormente no 10º capítulo do
horror que aguarda por todos aqueles que vivem
deliberadamente no pecado, apesar de terem sido
iluminados com o conhecimento da verdade nas
Escrituras relativa à pessoa e obra de Jesus para a
nossa salvação. E conclui dizendo que horrível
coisa é cair nas mãos do Deus vivo, quando há
somente uma terrível expectativa de um fogo de
juízo prestes a devorar os que se lhe opõem, não
havendo mais qualquer esperança de livramento
da referida condição.
Mas nunca devemos esquecer que o nosso Deus é
inteiramente longânimo, bondoso, amoroso,
misericordioso, e sempre nos ajudará em nossas
fraquezas para que sejamos levantados por meio
da fé nele. Jesus jamais lançará fora a qualquer
que vier a ele, e não apagará o pavio fumegante ou
quebrará a cana rachada, enquanto houver em
ambos o empenho para ser aceso ou curado, e ele
o fará mediante a nossa fé nele, para que sejamos
santificados.
Então o caminho pelo qual devemos seguir a
santificação é o caminho da fé que se apoia
somente em Jesus e nos seus mandamentos;
sabendo que sem nos dedicarmos à meditação e
prática da Palavra não haverá nenhuma
18
19. santificação, porque a fé vem por se ouvir a
Palavra, e somente quando se mistura a ela,
dando inteiro crédito às promessas e juízos de
Deus.
Alguém poderá indagar porque em nossas
ministrações sobre a Palavra de Deus não
focamos principalmente em política, em artes,
em tendências do pós-modernismo etc, e a isto
podemos responder que como crentes temos
recebido a missão de pregar e ensinar o
evangelho, cuja mensagem não consiste em nada
além daquilo que nos foi ordenado por Jesus.
E considere-se que falar de coisas diferentes do
evangelho não produz a fé verdadeira, e por
conseguinte a ninguém pode salvar e santificar, o
que é dado apenas à Palavra de Deus para ser
feito, porque somente ela possui tal poder.
E o foco de nosso ensino de pregação está
delimitado a ser somente Cristo, e este
crucificado, ou seja, expor tudo aquilo que se
refere à obra de salvação que Ele consumou por
nós em sua morte na cruz.
Assim, enquanto uma pessoa andar com
sinceridade diante de Deus, com espírito contrito
e humilde, temendo e tremendo pela Sua Palavra,
há não somente boa esperança para ela em sua
aceitação por Deus, como também para receber o
perdão de seus pecados pela cobertura do
precioso sangue de Jesus.
19
20. Quando Jesus morreu na cruz para fazer expiação
do nosso pecado, Ele não o fez por pessoas justas e
perfeitas, mas por ímpios que é a condição de
qualquer descendente de Adão, e que são por
natureza inimigos de Deus e da Sua vontade.
Assim, se o próprio Senhor não nos atrair a Si para
sermos justificados e regenerados e santificados,
a nossa condição perante Deus é a de não sujeição
à Sua Lei, e nem mesmo podemos estar sujeitos a
ela em razão da nossa natureza pecaminosa.
É somente quando há a intervenção da graça de
Jesus, livrando-nos do domínio do diabo e do
pecado, que somos introduzidos no estado de
reconciliação com Deus, em que a antiga
inimizade é desfeita, e o Seu amor é derramado
em nossos corações pelo Espírito Santo que passa
a habitar em nós.
Mas por nossa condição mutável de criaturas que
somos, estamos sujeitos a decaimentos na graça,
e quando isto acontece a nossa comunhão com
Deus fica prejudicada e não somente a nossa
comunhão como também o nosso crescimento
espiritual pode ficar detido caso não nos
levantemos desta citada condição decaída pela
confissão e pelo arrependimento.
São os puros de coração que veem a Deus? Isto é
uma regra geral? Sim. Mas puros de coração não
por termos um coração absolutamente limpo de
qualquer pecado, mas pela condição de pureza
que é segundo o evangelho, que leva em conta a
nossa busca sincera de um coração puro, e por
20
21. nossa rejeição e luta contra todo tipo de pecado,
como sendo o próprio coração puro que é
requerido por Deus, pois Ele nos vê pela cobertura
do sangue de Jesus, e por nossa fé nEle, e assim
nos recebe em Seu seio para nos abençoar.
De forma que não somos incentivados pela
Palavra a fugirmos da presença de Deus quando
pecamos, mas a exercermos a nossa fé no sangue
de Jesus para sermos perdoados, e capacitados a
andar na luz.
“5 Ora, a mensagem que, da parte dele, temos
ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e
não há nele treva nenhuma.
6 Se dissermos que mantemos comunhão com ele e
andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a
verdade.
7 Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz,
mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue
de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.
8 Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós
mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós.
9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e
justo para nos perdoar os pecados e nos purificar
de toda injustiça.” (I João 1.5-9)
É, pela santidade e justiça de Deus, imposto um
andar constante na luz por parte dos crentes, e
sempre pelo exercício de confissões e
arrependimentos constantes pelo pecado, sempre
que necessário, porque apesar de terem a
cobertura do sangue do sacrifício de Jesus, não há
21
22. previsão para que o sangue seja eficaz onde
houver uma prática deliberada do pecado, sem a
busca da necessária conversão a Deus. Isto nós
podemos ver claramente na epístola aos Hebreus:
“24 Consideremo-nos também uns aos outros,
para nos estimularmos ao amor e às boas obras.
25 Não deixemos de congregar-nos, como é costume
de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais
quanto vedes que o Dia se aproxima.
26 Porque, se vivermos deliberadamente em pecado,
depois de termos recebido o pleno conhecimento da
verdade, já não resta sacrifício pelos pecados;
27 pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e
fogo vingador prestes a consumir os adversários.
28 Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas
ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de
Moisés.
29 De quanto mais severo castigo julgais vós será
considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho
de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi
santificado, e ultrajou o Espírito da graça?
30 Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim
pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O
Senhor julgará o seu povo.
31 Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo.”
Disso depreendemos quão fundamental e
necessária a santificação da qual se diz que sem
ela ninguém verá o Senhor (Heb 12.14).
22
23. Satanás é o príncipe do mundo, e juntamente com
todos os principados e potestades que se
encontram sob o seu comando, dardos
inflamados de incredulidade, e de toda a sorte de
tentações são disparados continuamente
sobretudo contra os crentes, e somente o escudo
da fé que compõe a armadura de Deus pode
capacitar o crente a apagá-los. E ao modo de se
manejar este escudo da fé, já nos tendo referido a
isto na parte anterior deste livro, estaremos agora
dando seguimento à apresentação de sua parte
final, conforme a extraímos do tratado de William
Gurnall, intitulado O Cristão na Armadura
Completa.
SEGUNDO PODER ALIMENTANTE DA FÉ.
Os dardos inflamados de Satanás de apavorantes
tentações e o poder da fé para apagá-los. Tendo
assim despachado o primeiro tipo de dardos
inflamados - tentações que são atraentes e
sedutoras - nós agora prosseguimos para o
segundo tipo, como aqueles de natureza
assustadora, pelos quais Satanás desanimaria o
cristão. E minha tarefa nisso ainda é a mesma, a
saber, mostrar o poder da fé em apagar esses
dardos inflamados.
Doutrina. Essa fé, e somente a fé, pode apagar os
dardos inflamados das terríveis tentações de
Satanás. Este tipo de dardo de fogo é a reserva de
nosso inimigo. Quando o outro, agradar as
tentações, sem sucesso, então ele abre esta aljava
e envia uma chuva dessas flechas para incendiar a
23
24. alma,se não do pecado,mas do terror e do horror.
Quando ele não pode levar uma alma ir rindo para
o inferno através do encantamento das tentações
agradáveis, ele se esforçará para fazê-lo ir para o
céu lamentando, surpreendendo-o com o outro
tipo de dardo de fogo. Você sabe que um inimigo
que mantém um castelo irá preservá-lo, desde
que ele possa segurá-lo; mas quando ele vê que
deve sair, então ateia fogo, para torná-lo, se
possível, inútil para aqueles que vierem depois
dele. Enquanto o homem forte pode manter sua
casa sob seu próprio poder, ele trabalha para
mantê-la em paz; ele apaga o fogo da convicção de
que o Espírito muitas vezes está atirando na
consciência; mas, quando ele percebe, que não é
mais sustentável, quando o motim aumenta, e há
um sussurro secreto na alma de se render a
Cristo, agora ele trabalha para incendiar a alma
por suas terríveis tentações. Muito mais ele se
esforça para fazer isso quando Cristo tirou o
castelo de suas mãos e o mantém pelo poder de
sua graça contra ele. É muito observável que
todos os dardos disparados contra Jó eram desse
tipo. Ele quase não fez uso do outro tipo. Quando
Deus permitiu que ele praticasse sua habilidade,
por que ele não o tentou com alguma maçã de
ouro do lucro, ou prazer, ou algo parecido com
tentações atraentes? Certamente o alto
testemunho que Deus deu a este eminente servo
desencorajou Satanás deste método; sim, sem
dúvida ele havia provado a maturidade de Jó antes
disso, e o achou muito difícil; de modo que agora
ele não tinha nenhuma outra maneira provável de
alcançar seu desígnio, a não ser este. Vou me
24
25. contentar com três exemplos deste tipo de dardos
inflamados, mostrando como a fé os extingue a
todos - tentações para o ateísmo, blasfêmia e
desespero. A primeira tentação apavorante de
Satanás - O dardo de fogo do ateísmo. Primeiro
dardo de tentações apavorantes. A primeira das
terríveis tentações de Satanás é sua tentação para
o ateísmo, que, por sua natureza horrível, pode
muito bem ser chamado de dardo de fogo; em
parte porque com isso ele torna tão ousada uma
tentação, golpeando o ser do próprio Deus; como
também por causa da consternação que ele
produz em uma graciosa alma ferida com isso. É
verdade que o diabo, que não pode se tornar ateu,
é muito menos capaz de fazer um filho de Deus,
um ateu, que não só tem em comum com outros
homens a marca indelével de uma divindade em
sua consciência, mas tal escultura da natureza
divina em seu coração, que demonstra
irresistivelmente um Deus; sim, representa um
santo Deus, de quem é a imagem; de modo que é
impossível que um coração santo seja totalmente
vencido por esta tentação, tendo uma discussão
além de todo o mundo dos próprios homens
ímpios e demônios para provar uma divindade,
uma nova natureza nele,'criado segundo Deus em
justiça e verdadeira santidade', pela qual, mesmo
quando ele é esbofeteado com injeções ateístas,
ele diz em seu coração, 'Há um Deus', embora
Satanás no paroxismo de sua tentação, obscurece
sua faculdade de raciocínio por enquanto com
essa fumaça do inferno, que mais ofende e
amedronta do que persuade seu coração gracioso
a abraçar tal princípio como ocorre em um
25
26. homem ímpio; quem,quando,pelo contrário,ele é
instado por sua consciência a crer em um Deus,
'diz em seu coração que não há Deus', isto é, ele
gostaria que houvesse nenhum. E isso pode
confortar excessivamente um santo - que, apesar
de tais injeções ao ateísmo, se apega a Deus em
suas afeições, e não ousa por um mundo se
permitir pecar contra ele, não, não quando mais
oprimido com esta tentação - que ele não passará
por ateu na conta de Deus, seja o que for que
Satanás o faça crer. Como os ímpios não serão
purificados do ateísmo por sua confissão nua de
uma divindade, contanto que esses pensamentos
de Deus são tão soltos e fracos que não os obrigam
a obedecer aos seus mandamentos - 'a
transgressão do ímpio diz dentro do seu coração,
que não há temor de Deus diante de seus olhos,'
Sl. 36: 1; o santo profeta argumenta desde a
maldade da vida do pecador até o ateísmo de seu
coração - então, ao contrário, a vida santa de uma
pessoa graciosa diz em seu coração que o temor
de Deus está diante de seus olhos; parece
claramente que ele acredita em um Deus e
reverencia aquele Deus que ele acredita existir.
Bem, embora um coração gracioso nunca possa
ser vencido, ainda assim ele pode estar
tristemente assombrado e inquieto com isso.
Agora, em seguida, vou mostrar-lhe como o
cristão pode apagar esse dardo de fogo, e isso
somente pela fé. Como a fé extingue o dardo de
fogo do ateísmo.
Pergunta. Mas que necessidade há de fé? A razão
não servirá para parar a boca do diabo neste
26
27. ponto? Não podem os olhos da razão espiarem
uma divindade, a menos que olhe através dos
óculos da fé?
Resposta. Admito que este é uma parte da teologia
natural, e a razão é capaz de demonstrar a
existência de um Deus. Onde as Escrituras nunca
vieram, uma divindade é reconhecida: 'Pois todas
as pessoas caminharão, cada uma em nome de
seu deus,' Miquéias 4: 5, onde se supõe que cada
nação possui alguma divindade e tem uma
adoração a esse deus. No entanto, em um furioso
ataque de tentação, é a fé somente que é capaz de
manter o campo e apagar o fogo deste dardo.
1. Aquela luz que a razão proporciona é sombria e
confusa, servindo pouco mais do que em geral
para mostrar que há um Deus; nunca dirá quem
ou o que é esse Deus. Até que Paulo trouxe os
atenienses a conhecerem o verdadeiro Deus,quão
pouco deste primeiro princípio na religião era
conhecido entre eles, embora aquela cidade fosse
então o próprio olho do mundo para o
aprendizado! E se os olhos do mundo eram tão
escuros a ponto de não conhecer o Deus que eles
adoravam, o que então era a própria escuridão do
mundo - aqueles lugares bárbaros, quero dizer,
que tinham falta de todo o cultivo e a cultura da
humanidade para avançar e aperfeiçoar seus
entendimentos? Esta é uma noção das Escrituras;
e assim é o objeto da fé em vez de raciocinar,
'Aquele que vem a Deus deve crer que ele existe',
Heb. 11: 6. Marque isso, ele 'deve acreditar'. Agora
a fé vai com o crédito da palavra, e tudo depende
27
28. da confiança de sua autoridade. Ele 'deve
acreditar que ele existe'; que, como o Sr. Perkins
disse sobre o local, não é abertamente saber que
existe um Deus, mas saber que Deus é Deus - o
que a razão por si mesma nunca pode fazer. Tal é a
cegueira e corrupção de nossa natureza, que
temos muitos pensamentos deformados sobre
ele, até que com os olhos da fé vejamos seu rosto
no espelho da palavra; e portanto, o próprio
homem erudito não tem medo de afirmar que
todos os homens que já vieram de Adão - somente
Cristo em exceção - são ateus por natureza,
porque ao mesmo tempo que reconhecem um
Deus, negam-lhe o seu poder, presença e justiça, e
permitem que ele seja apenas o que agrada a si
mesmos. Na verdade, é natural para todos os
homens desejarem acomodar suas luxúrias com
as concepções de Deus que possam ser mais
favoráveis a eles, e se adequar melhor com eles.
Deus designa alguns para isso: 'Tu pensaste que
eu era totalmente tal como tu,' Sl. 50:21 -
pecadores fazendo com Deus como os etíopes
com anjos, a quem eles retratam com rostos
negros para que possam ser como eles próprios.
2. Suponha que você fosse capaz de demonstrar o
que Deus é, mas seria perigoso entrar na lista e
disputar isso por tua razão nua com Satanás, que
tem, embora a pior causa, mas a cabeça mais ágil.
Há mais probabilidades entre ti e Satanás -
embora a razão e a compreensão de muitos dos
mais maduros juízos fossem encontrados em ti -
do que entre o idiota mais fraco e o maior
estudioso do mundo. Agora, quem colocaria uma
28
29. causa de tão grande importância para tal perigo
como tu deves fazer,ao raciocinar o ponto com ele
que até agora te supera? Mas há uma autoridade
divina na palavra sobre a qual a fé se baseia,e isso
tem um trono na consciência do próprio diabo,ele
voa nisso; por essa causa, Cristo, embora ele fosse
capaz de ter confundido o diabo,mas para nos dar
um padrão de quais armas usar para nossa defesa
em nossos conflitos com Satanás, ele o repele
apenas por levantar o escudo da palavra. 'Está
escrito,' diz Cristo, Lucas 4: 4, e novamente, 'está
escrito', verso 8. E é muito observável como a
palavra citada por Cristo foi poderosa para não
mais prosseguir o diabo; de modo que ele não
tinha uma palavra para resposta a qualquer
escritura que foi trazida, mas se retirava com a
simples menção da palavra e era forçado a ir para
outro argumento. Se Eva tivesse resistido à sua
primeira resposta: 'Deus disse: Não comereis dela',
Gênesis 3: 3, ela teria sido muito difícil para o
diabo; mas deixando seu aperto de mão que ela
tinha pela fé na palavra, ela caiu nas mãos de seu
inimigo. Assim, neste particular, quando o cristão
no calor da tentação pela fé permanece em sua
defesa, interpondo a palavra entre ele e os golpes
de Satanás - creio que Deus existe; embora eu não
possa compreender sua natureza, nem responder
a seus sofismas, mas creio no testemunho que a
palavra dá de Deus; Satanás pode incomodar tal
pessoa, mas ele não pode machucá-la. Não, é
provável que não a incomode por muito tempo. A
antipatia do diabo é tão grande para a palavra,que
adora não ouvi-la soar em seus ouvidos. Mas, se
você derrubar o escudo da palavra, e pensar pela
29
30. força ou força de tua razão cortar teu caminho
através da tentação, tu poderás em breve ver-se
cercado por seu inimigo sutil e colocado além de
uma retirada honrosa. Este é o motivo, eu
concebo, por que, entre aqueles poucos que se
professaram ateus,a maioria deles foram grandes
pretendentes ao raciocínio, como aqueles que
negligenciaram a palavra e avançaram no orgulho
de seu próprio entendimento, pelo qual, por meio
do justo julgamento de Deus, eles finalmente
disputaram a si mesmos até o ateísmo absoluto.
Enquanto eles deram as costas a Deus e sua
palavra, e pensamento, cavando nos segredos e
entranhas de natureza,para serem admirados por
seu conhecimento acima dos outros, que se
abateu sobre eles, o que às vezes faz aqueles em
minas que penetram muito nas entranhas da
terra - uma umidade do julgamento secreto de
Deus veio para apagar aquela luz que a princípio
ele carregou com eles; e assim que o apóstolo
afirma sobre eles: 'Onde está o disputador deste
mundo? Deus não tornou louca a sabedoria deste
mundo?', I Cor. 1:20. Na verdade, é a sabedoria de
Deus que o mundo pela sua sabedoria - a sua
própria confiança,não deve conhecer a Deus.
3. Aquele que concorda com esta verdade, que
existe um Deus, meramente com base na razão e
não na fé, e descansa nisso não extingue a
tentação; porque ele ainda é um infiel e um ateu
na Escritura. Ele não acredita que há é um Deus
no testemunho da palavra de Deus, mas no
testemunho de sua razão; e assim, de fato, ele
apenas acredita em si mesmo e não em Deus, e
30
31. nisso se faz deus, preferindo o testemunho de sua
própria razão ao testemunho da palavra de Deus,o
que é perigoso.
Pergunta. Mas, podem alguns dizer, não há uso da
razão em princípios como este que estão dentro
de sua esfera? Não posso usar a minha razão para
me confirmar nesta verdade de que Deus existe?
Resposta. Está fora de qualquer dúvida que existe
uso da razão. Por que motivo Deus estabeleceu tal
luz senão para guiar-nos? Mas deve manter seu
próprio lugar, e isso é seguir a fé, não ser a base
dela, ou dar a lei a medida para isso. Nossa fé não
deve depender de nossa razão,mas nossa razão da
fé. Eu não devo acreditar no que a palavra diz
apenas porque combina com a minha razão, mas
acreditar na minha razão porque é adequada para
a palavra. O mais perfeito é governar menos.
Agora, a luz da palavra - que segue a fé - é mais
clara ou certa do que a razão é ou pode ser; pois
portanto estava escrito, porque a luz natural do
homem era muito defeituosa. Vós lestes na
palavra que há um Deus, e que ele fez o mundo.
Teu olho da razão vê isso também. Mas tu ponhas
a ênfase de tua fé na palavra,não na razão. E assim
também para outras verdades. O carpinteiro
estabelece suas regras para a madeira, e por seus
olhos vê que está certa ou torta; no entanto, não é
o olho,mas a regra que é a medida- sem a qual seu
olho pode falhar. Tudo o que direi mais para
aqueles que estão irritados com injeções ateístas
é isto, fixe sua fé fortemente na palavra, pela qual
você será capaz de vencer este Golias, e quando
você estiver mais livre e composto,e a tempestade
31
32. terminada, farás bem em apoiar tua fé no que
puderes com tua razão. Que a palavra, como a
pedra de Davi na funda da fé, primeiro prostre a
tentação; e então, como ele usou a espada de
Golias para cortar sua cabeça, então você pode
com mais facilidade e segurança fazer uso de sua
razão para completar a vitória sobre essas
sugestões ateístas.
Segunda tentação apavorante de Satanás - O
dardo de fogo da blasfêmia.
Segundo dardo de tentações apavorantes. O
segundo dardo de fogo com o qual ele assusta o
cristão é a sua tentação de blasfêmia. Todo
pecado, em um sentido amplo, é blasfêmia; mas
aqui nós o consideramos mais estritamente.
Quando um homem faz, fala ou pensa qualquer
coisa depreciativa à natureza sagrada ou às obras
de Deus,com a intenção de reprovar a ele ou seus
caminhos, isso propriamente é uma blasfêmia. A
esposa de Jó era a advogada do diabo, para
provocar seu marido a este pecado: 'Amaldiçoe
Deus', disse ela, 'e morra.' O diabo foi tão atrevido
como para agredir o próprio Cristo com este
pecado, quando ele ordenou-lhe a 'prostrar-se e
adorá-lo'. Mas ele tem a vantagem de se
aproximar mais de um santo do que ele pediu a
Cristo. Tudo o que ele podia fazer com ele era
ofender seu ouvido sagrado com um movimento
externo. Não seria para ficar com a dignidade ou
santidade da pessoa de Cristo para deixá-lo ir mais
longe. Mas ele pode atirar este dardo de fogo na
imaginação de um santo,para grande perturbação
32
33. de seus pensamentos, esforçando-se assim para
incitar alguns pensamentos indignos de Deus
nele - embora estes comumente não sejam mais
bem-vindos para uma alma graciosa do que para
as rãs que se arrastavam para o quarto do Faraó
eram para ele. Duas coisas que Satanás visa com
essas injeções.
1. Para definir o santo como um difamador de
Deus, que ele adora ouvir. Mas se isso falhar,
então,
2. Ele se contenta em baixar o jogo, e pretende
vexar o cristão, forçando esses hóspedes
indesejáveis sobre ele. Ora, a fé, e só a fé pode
apagar esses dardos de fogo em ambos os
aspectos. Como a fé extingue o dardo inflamado
da blasfêmia,e o duplo desígnio de Satanás nisso.
Primeiro Desígnio. Satanás visa, pelo despertar de
pensamentos profanos, fazer do santo um
difamador de Deus. Existe uma disposição natural
de todo homem ímpio para blasfemar contra
Deus. Que Deus cruze com um desgraçado carnal
desta forma, e então deixe Satanás vencer sua
corrupção, e ele logo fugirá na face de Deus. Se a
suposição do diabo tivesse sido verdade - como
era de fato muito falso - que Jó era um hipócrita,
então aquela história que ele trouxe contra ele
para Deus teria sido verdade também - 'Estenda a
mão agora, e toque tudo o que ele tem, e ele irá
amaldiçoar-te a ti na face,' Jó 1:11. Se Jó fosse o
homem por quem ele pensava, o diabo não
mentiria; porque é natural para todo ímpio ter
pensamentos baixos de Deus; e, quando
33
34. provocado, o rancor dentro de seu coração
aparecerá na impureza de sua língua - 'Este mal é
do Senhor; e por que devo esperar pelo Senhor
por mais tempo?', II Reis 6:33 – a alta blasfêmia,
cuja semente é encontrada em todo incrédulo. Só
existe um espírito de maldade nos pecadores,
como apenas um espírito de graça nos santos.
Simão, o Mago, ele estava 'em fel de amargura',
Atos 8:23; isto é, em um estado de pecado. Todo
incrédulo tem um espírito amargo contra Deus e
tudo que leva seu nome. Não há confiança no
mais manso de todos eles,embora encerrado pela
graça restritiva. Deixe o leão fora de sua grade e
ele logo mostrará sua natureza sangrenta. Um
incrédulo não tem mais nele para extinguir tal
tentação,do que a madeira seca tem para apagar o
fogo que lhe foi posto. Mas agora,vamos ver o que
a fé pode fazer para extinguir este dardo de fogo,e
como a fé faz isso. Geralmente é impedindo a
alma de entreter qualquer inconveniente ou
blasfemo pensamentos de Deus; mas,
1. A fé coloca Deus diante da alma - dentro da
visão e audição de todos os seus pensamentos e
caminhos; e isso mantém a alma com admiração,
que não se atreve a por nada indigno de Deus em
seus pensamentos mais secretos. Davi dá a razão
pela qual os ímpios são tão ousados, 'Eles não te
puseram perante eles,' Sl. 54: 3. Tais como difamar
e blasfemar o nome de outras pessoas geralmente
fazem isso pelas costas. O pecado, nesta vida,
raramente atinge a maturidade a ponto de
blasfemar Deus na cara dele. Esta é propriamente
a linguagem do inferno. Existe uma mistura de
34
35. ateísmo com a blasfêmia de pecadores enquanto
estavam na terra. Eles agem com Deus como
aqueles infelizes desgraçados fizeram com Cristo;
eles cobrem seu rosto e em seguida, o ferem;
extraem uma cortina por alguns princípios
ateístas entre Deus e eles, e então eles arrotam
suas blasfêmias contra aquele Deus em cuja
onisciência eles não acreditam. Agora a fé olha
para Deus de olho na alma, e assim a preserva.
'Nem no teu pensamento amaldiçoes o rei, nem
tampouco no mais interior do teu quarto, o rico;
porque as aves dos céus poderiam levar a tua voz,
e o que tem asas daria notícia das tuas palavras.'
Ec. 10:20. A fé não usa esse tipo de linguagem
blasfema. Não, a fé diz: ó minha alma, o Deus do
céu; tu podes até mesmo sussurrar tão baixinho,
que a voz é ouvida em seu ouvido, que está mais
perto de ti do que tu mesmo. E,portanto, quebra o
laço do diabo. Esses discursos que ficam mal que
caíram da boca de Jó, através da extensão de seus
problemas, embora não constituíssem blasfêmia,
ainda, quando Deus se apresentou a ele em sua
majestade, eles logo desapareceram, e ele cobriu
o rosto de vergonha diante do Senhor - 'Agora
meus olhos te veem. Por isso me abomino e me
arrependo no pó e na cinza',Jó 42: 5,6
2. A fé não credita nenhum relato de Deus, a não
ser da própria boca de Deus; e assim extingue as
tentações de blasfêmia. Isto é impossível que uma
alma tenha apenas pensamentos santos e leais de
Deus, que molda suas apreensões dele pela
palavra de Deus,que é o único espelho verdadeiro
para contemplar Deus, porque só ela o apresenta
35
36. como ele mesmo em todos os seus atributos, que
Satanás, por seu pecado de blasfêmia, de uma
forma ou de outra, difama. A fé concebe suas
noções de Deus pela palavra, resolve todos os
casos de consciência e decifra todas as
providências que Deus escreve em figuras
misteriosas, pela palavra; por falta de habilidade,
Satanás leva a criatura muitas vezes a ter
pensamentos difíceis sobre Deus, porque
atualmente ele não consegue entender bem suas
administrações no mundo. Assim, tem havido
aqueles que tolamente acusaram a justiça de
Deus, porque alguns pecadores ultrajantes não
foram surpreendidos com o julgamento rápido
que eles merecem. Outros acusaram
profundamente seu cuidado e fidelidade em não
prover nada melhor para seus servos,a quem eles
viram mantidos por muito tempo sob as
escotilhas de grandes aflições; Como aquele, que
vendo uma companhia de cristãos em roupas
pobres e esfarrapadas, disse que não serviria a
esse Deus que tratava seus servos tão mal. Estes,e
outros semelhantes, são os vidros quebrados com
os quais Satanás apresenta a Deus, para que ele
possa desfigurá-lo aos olhos da criatura; e, na
verdade,se não procurarmos mais,mas julgarmos
Deus como ele parece ser por eles, em breve
condenaremos o Santo e estaremos no
redemoinho desta perigosa tentação.
3. A fé extingue as tentações de blasfêmia, pois é
louvável. Ela dispõe o cristão a bendizer a Deus na
condição mais triste que pode acontecer a ele.
Agora, esses dois, bênção e blasfêmia, são os mais
36
37. contrários. Por aquele se pensa e fala mal, e pelo
outro bem, de Deus; e, portanto, eles não podem
habitar sob a mesma cobertura. Eles são como
melodias contrárias. Eles não podem ser tocados
no mesmo instrumento sem alterar todas as
cordas. Está além da habilidade de Satanás dar um
golpe tão duro como a blasfêmia, em uma alma
ajustada e pronta para louvar a Deus. Agora, a fé
faz isso: 'Meu coração está firme', disse Davi. Lá
estava sua fé. Então segue,'Eu cantarei e louvarei,'
Sl. 57: 7. Foi a fé que transformou seu espírito e
definiu suas afeições no caminho do louvor. E não
pensou você que seria uma tarefa difícil Satanás
ter feito Davi blasfemar de Deus enquanto seu
coração estava em uma moldura de louvor?
Agora,duas maneiras pelas quais a fé faz isso.
(1.) A fé vê misericórdia na maior aflição - um olho
branco na mais triste mistura de providência; de
modo que quando o diabo provoca a blasfêmia do
mal que a criatura recebe de Deus, a fé mostra
mais bem recebido do que o mal. Assim,Jó apagou
este dardo que Satanás atirou nele da língua de
sua esposa. 'Devemos receber o bem na mão de
Deus, e não receberemos o mal?' Será que alguns
problemas atuais serão um túmulo para enterrar
a lembrança de todas minhas misericórdias
passadas e presentes? - Você fala como uma
daquelas mulheres tolas. O que Deus tira de mim
é menos do que devo a ele,mas o que ele me deixa
é mais do que ele me deve. Salomão nos diz: 'No
dia da adversidade considere,' Eclesiastes. 7:14.
Nossos pensamentos e palavras imprudentes de
Deus são o produto de um espírito precipitado e
37
38. imprudente. Agora a fé é uma graça que
considera; 'Aquele que crê não se apressará' - não,
para não pensar ou falar de Deus. A fé tem uma
boa memória e pode contar ao cristão muitas
histórias de misericórdias antigas; e quando sua
refeição atual é diminuída, pode entreter a alma
com um prato frio, e não reclamar que Deus
também mantém uma casa ruim. Desse modo
Davi se recuperou quando estava caindo da colina
da tentação. 'Então,disse eu: isto é a minha aflição;
mudou-se a destra do Altíssimo. Recordo os feitos
do SENHOR, pois me lembro das tuas maravilhas
da antiguidade.' Sl. 77:10, 11. Portanto, cristão,
quando estiveres nas profundezas da aflição, e
Satanás tentar-te a aspergir a Deus como se ele se
esquecesse de ti, fecha a sua boca com isto, 'Não,
Satanás, Deus não tem esquecido de fazer por
mim,mas esqueci o que ele fez por mim,ou então
não poderia questionar o cuidado de meu Pai por
mim no momento!' Vá, cristão, brinque com suas
velhas lições. Louve a Deus pelas misericórdias
passadas; e não será muito antes de você ter uma
nova canção colocada em sua boca para a
misericórdia presente.
(2.) Assim como a fé espia misericórdia em todas
as aflições, ela mantém uma expectativa na alma
por mais misericórdia; qual confiança dispôs a
alma para louvar a Deus, como se a misericórdia
estivesse então no ser. Daniel, quando no própria
sombra da morte - a trama que o plano traçou
para tirar sua vida - 'três vezes por dia ele orava e
dava graças diante de seu Deus.' Ouvi-lo orar
naquele grande estreito não teria proporcionado
38
39. tanta admiração; mas ter o coração em sintonia
para a ação de graças em uma hora tão triste, isso
era admirável, e sua fé o capacitou, Dan. 6:10. A
misericórdia na promessa é como a maçã na
semente. A fé vê isso crescendo, a misericórdia
chegando. Agora, uma alma na expectativa de
libertação,como desprezará uma noção blasfema!
Quando o alívio é conhecido por ser o caminho de
uma guarnição sitiada, levanta seus espíritos; eles
não darão ouvidos ao movimento traidor do
inimigo. É quando a incredulidade é o
conselheiro, e a alma sob dúvidas e suspeitas do
coração de Deus para isso, que Satanás é bem-
vindo em tal missão. Temos um exemplo
excelente para ambos em um capítulo, Isa. 8.
Encontramos, no verso 17, qual é o efeito da fé, e
isso é uma espera alegre em Deus em
dificuldades - 'Eu esperarei no Senhor, que
esconde o seu rosto da casa de Jacó, e eu o
procurarei;' e, verso 21, temos o fruto de
incredulidade - e isso não é menos do que
blasfêmia - 'E acontecerá que, quando eles
tiverem fome,eles se aborrecerão e amaldiçoarão
seu rei e seu Deus, e olharão para cima.' A fé
mantém o crente esperando postura; e a
incredulidade torna o pecador uma maldição
tanto a Deus quanto ao homem. Ninguém escapa
do chicote que o atravessa em seu caminho, mas
não o próprio Deus. (Se é da natureza da fé colocar
a obediência e sujeição do crente à vontade de
Deus especialmente nas tribulações e
perseguições que lhe são trazidas pela
Providência, assim como sucedeu a Jó, como
então justificar que crentes estejam murmurando
39
40. e se queixando amargamente de suas presentes
condições neste mundo,sejam elas de qual ordem
forem, como por exemplo pela má administração
de maus governantes? - o comentário é nosso).
4. A fé extingue este dardo de fogo, purificando o
coração daquela inimizade contra Deus que, na
corrupção da natureza do homem, é o
combustível para tal tentação. 'Caluniadores,
aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos,
presunçosos, inventores de males,' estão unidos,
Rom. 1:30. Não é de se admirar que um homem
cujo espírito está cheio de rancor contra outro
seja facilmente persuadido a insultá-lo. Cada
crente é um inimigo de Deus, e por isso está em
uma disposição para blasfemar de Deus quando
sua vontade ou luxúria é cruzada por Deus. Mas a
fé mata essa inimizade do coração; sim, produz
amor na alma a Deus, e então trabalha por este
amor. Ora, é uma propriedade do amor 'não
pensar mal', I Cor. 13: 5. Ou seja, um homem não
vai tramar qualquer mal contra ele, nem suspeita
facilmente de qualquer mal tramado por ele
contra si mesmo. O amor lê as ações de um amigo
através de óculos claros de franqueza e
engenhosidade, que farão uma impressão escura
parecer justa. Ele interpreta tudo o que ele faz
com tanta doçura e simplicidade, que essas
passagens em seu comportamento em relação a
ele, que para outro pareceriam intrincados e
suspeitos, são simples e agradáveis para ele. O
crente não se atreve a traçar qualquer maldade do
pecado contra Deus, a quem, pela notícia que a fé
faz dele à sua alma, ele tanto ama. E, como o amor
40
41. não permitirá que ele se torne um traidor de um
Deus bom,também não permitirá que ele abrigue
qualquer pensamento incorreto em seu coração
de Deus para com ele, como se ele, que foi o
primeiro amante, ensinasse a alma a amá-lo por
tê-la amado primeiro, e depois de tudo isso,
enquadrasse qualquer enredo de crueldade real
contra ele. Não,esse pensamento,embora Satanás
possa forçá-lo de alguma maneira sobre o cristão
e pressionar violentamente para o seu
entretenimento, sob a vantagem da prova de
alguma providência carrancuda, que parece
tolerar tal suspeita, mas nunca pode encontrar
um bem-vindo, na medida em que seja creditado
na alma onde o amor a Deus tem tudo a ver. E
certamente não há temor de que essa alma será
perversamente persuadida a lançar blasfêmias
contra Deus, que tanto abomina presumir a
menor suspeita de Deus em seus pensamentos
mais secretos.
Segundo projeto. Satanás visa, com essas
tentações blasfemas,causar problemas e vexames
aos cristãos. Embora ele não ache o cristão tão
amável a ponto de receber esses seus convidados
e dar-lhes alojamento por sua causa, no entanto,
ele sabe que não vai perturbar um pouco e
interromper seu descanso para tê-los
continuamente batendo e batendo em sua porta;
sim,quando ele não pode poluir o cristão obtendo
o seu consentimento para eles, mesmo assim ele
espera criar neles não pouca inquietação e
distração, acusando-o de algo que ele não
cometerá; e então de um profanador – que ao
41
42. contrário, ele teria sido - ele é forçado a se tornar
um caluniador e um falso acusador. Assim, a
prostituta às vezes acusa o homem honesto,
apenas para se vingar dele, porque ele não cederá
para satisfazer sua luxúria. José não iria se deitar
com a mulher de Potifar e ela levanta uma
mentira horrível sobre ele. O diabo é o
blasfemador, mas o pobre cristão, porque não se
unirá a ele no fato, terá o nome e carregará a
culpa por isso. Enquanto os judeus obrigaram
Simão de Cirene a carregar a cruz de Cristo,então
Satanás obrigaria o cristão tentado a carregar a
culpa de seu pecado por ele. E a muitos ele assim
fez generosamente, e com tanta prestidigitação,
transferiu-o a partir das costas do cristão, para
que ele, pobre criatura, não perceba a arte do
malabarista de transmiti-la a ele, mas vai
reclamando apenas da baixeza de seu próprio
coração. E como às vezes acontece, que um
verdadeiro homem em cuja casa foram achados
os bens roubados, sofre, porque não consegue
descobrir o ladrão que os deixou ali; então o
cristão sofre muitos terrores tristes com a mera
presença desses pensamentos horríveis em seu
seio,porque ele não é capaz de dizer de quem são -
se atirado por Satanás, ou o pelo vapor de seu
próprio coração. O cristão humilde tende a temer
o pior de si mesmo, ainda quando não está
consciente de si mesmo; como os patriarcas, que,
quando a taça foi encontrada no saco de
Benjamin, levaram a culpa para si mesmos,
embora fossem inocentes no fato. E tal é a
confusão às vezes nos pensamentos do cristão,
que ele está pronto para cobrar com aqueles
42
43. pirralhos que deveriam ser colocados em outra
porta - de Satanás, quero dizer. Agora aqui vou
mostrar como a fé apaga este segundo projeto do
diabo nestes movimentos blasfemos. E isso ela faz
de duas maneiras.
1. Por ajudar o cristão a discernir as injeções de
Satanás nos movimentos de seu próprio coração.
2. Ao ajudá-lo, embora eles surjam de seu próprio
coração.
1. A fé ensina o cristão a discernir e distinguir as
bolas de fogo das tentações que são lançadas em
sua janela por Satanás, daquelas faíscas de
corrupção que voam de sua própria lareira e
atiram fogo em seu próprio coração pecador. E
certamente aqueles pensamentos blasfemos, dos
quais muitas almas graciosas fazem tão triste
reclamação, irão ser encontrados muitas vezes
sendo do primeiro tipo, como pode parecer mais
provavelmente se considerarmos:
(1.) O momento em que eles primeiro agitam e são
mais ocupados.
(2.) A maneira como eles vêm. E,
(3.) O efeito que eles têm sobre o coração do
cristão.
(1.) O momento em que eles começam a se mexer
e a alma a ser assombrada por eles; e isso é
normalmente quando a obra de conversão passou
recentemente ou está ocorrendo. Quando a
criatura cai fora de sua velha conduta pecaminosa
para abraçar a Cristo, e declarar por ele contra o
43
44. pecado e Satanás,este é o momento em que essas
blasfemas sugestões começam a fazer sua
aparição, e esses vermes são vistos rastejando no
seio do cristão – uma forte probabilidade de que
eles não se reproduzam lá, mas são enviados por
Satanás como forma de vingança pela revolta da
alma dele. O diabo lida com o cristão nisso, e não
muito diferente do que seus próprios servos
jurados – feiticeira, eu me refiro - são conhecidas
por fazer, que expressam seu rancor contra
aqueles que as cruzam, às vezes os leva a enxame
de piolhos, ou qualquer tipo de verme, para torná-
los repugnantes para si mesmos. E, como aquele
que nunca encontrou tal verme rastejando sobre
ele antes, pode muito bem se perguntar ao se ver
tão repentinamente abastecido com uma
multidão deles, sim, pode preferir imputá-lo à
malícia da feiticeira do que à corrupção de seu
próprio corpo que os gerou. Então neste caso. Na
verdade,é muito improvável pensar que a criatura
deveria, nesta conjuntura do tempo, acima de
tudo cair em desgraça com Deus por pecar contra
ele a um ponto tão elevado como este. É provável
que ele possa, enquanto ele está chorando pelos
pecados de sua vida passada, ter cometido um
pecado maior do que qualquer um dos que ele
lamentou? Ou que ele ousa, enquanto ele está
clamando por perdão e misericórdia com um
coração trêmulo, bloquear o caminho para suas
próprias orações e endurecer o coração de Deus
em uma negação deles, por pecados horríveis
como estes? Em uma palavra, não parece
estranho, que o tempo todo ele era um estranho
para,sim um inimigo contra,Deus,ele não ousava
44
45. se aventurar neste pecado para a natureza
prodigiosa, e que agora ele começa a amar a Deus
aquelas blasfêmias deveriam caber em sua boca
que antes eram grandes e horríveis para ele para
se intrometer nelas?
(2.) A maneira como essas blasfêmias surgem nos
pensamentos do cristão aumentará a
probabilidade de que elas são injeções de Satanás
por fora, em vez de movimentos do próprio
coração do cristão por dentro. Elas são
comumente violentas e repentinas. Elas vêm
como um raio, brilhando nos pensamentos do
cristão antes que ele tenha tempo de deliberar
consigo mesmo o que está fazendo. Considerando
que aquela luxúria, que é a ebulição de nossos
próprios corações, é ordinariamente gradual na
proposta; ele se move de uma maneira mais ainda
adequada à natureza do homem; ele o faz seduzir
a alma, e, aos poucos, astutamente o induz a um
consentimento; fazendo primeiro as afeições do
seu lado, que então emprega para corromper o
entendimento,e impedi-lo de aparecer contra ele,
arrancando seu olho com algum suborno de
prazer sensual e lucro; e assim, por esses passos,
chega finalmente a ter um acesso mais fácil e
sucesso sobre a vontade, que agora sendo privada
de sua guarda, cede mais cedo ao chamado que a
luxúria faz. Mas esses súbitos dardos de
pensamentos blasfemos fazem uma entrada
forçada na alma, sem qualquer aplicação usada
para obter sua boa vontade para entrar. A direção
deles é como a direção daquele Jeú infernal. É o
diabo que é colocado na caixa; quem mais poderia
45
46. dirigir tão furiosamente? Sim, não apenas sua
rapidez e violência, mas incoerência com os
pensamentos e o curso anteriores do cristão
ainda aumentam a probabilidade de que sejam
dardos atirados da proa do diabo. Pedro já foi
conhecido por ser da companhia de Cristo pela
sua voz: 'Tua fala', dizem eles, 'te denuncia.' Ele
falava como eles, portanto foi julgado um deles.
Pelo contrário,podemos dizer desses movimentos
blasfemos, 'Eles não são dos cristãos, sua
linguagem os engana para serem, ao invés, os
arrotos de um demônio do que a voz de um santo.
Se fossem tecidos pela alma, seriam algo como a
peça inteira da qual eles são cortados.'
Normalmente existe uma dependência em nossos
pensamentos. Nós pegamos a dica para um
pensamento do outro. À medida que o círculo se
eleva fora do círculo na água movida, o mesmo
ocorre com o pensamento fora do pensamento,
até que eles se espalhem em um discurso. Agora,
o cristão não pode se maravilhar ao ver - pode ser
quando ele está adorando a Deus, e assumindo
meditações sagradas e celestiais - um
pensamento blasfemo de repente aparece no
meio de tal companhia para qual é tão grande
estranho? E também como deve entrar entre
eles? Se um pensamento santo nos surpreender
em um repentinamente, quando ficamos como
que de costas para o céu, e não há nada no
discurso em que nossos corações os presentes
estão se segurando para introduzi-lo, podemos
considerá-lo um puro movimento do Espírito de
Cristo. Quem, de fato, senão ele, pode estar tão
cedo no meio da alma quando a porta é fechada,
46
47. mesmo antes que a criatura possa voltar seus
pensamentos para abrir para ele? E
provavelmente essas blasfêmias, que se
precipitam sobre ti, ó cristão, em um momento
em que tua alma está o mais longe possível de tais
pensamentos, sim, navegando para o ponto
contrário,em tua oração e louvando a Deus,são as
irrupções daquele maligno, e que
propositalmente te interrompem naquele
trabalho que de todos os outros, ele mais teme e
odeia.
(3.) O efeito que essas noções blasfemas têm no
coração pode nos fazer pensar que são pirralhos
de Satanás, em vez do que o nascimento do
próprio coração do cristão; - e isso é um terrível
horror e consternação para os espíritos cristãos,
que frequentemente chegam à perturbação do
corpo. Porque uma aparição do demônio ao seu
olho físico, não poderia assustá-lo mais do que
essas blasfêmias que andam em sua imaginação.
Sim, elas não apenas causam um horror, mas
despertam uma indignação veemente e repulsa,
na alma em sua presença. Se agora elas são o
nascimento do próprio coração do cristão,por que
esse horror? De onde vem essa indignação? Esses
movimentos que surgem de nós mesmos para nos
agradar melhor. É natural que os homens amem
os filhos de seus próprios lombos, embora
deformados; e é muito natural gostar das
concepções de suas próprias mentes. Salomão
descobriu a verdadeira mãe por sua ternura para
com a criança. Se essas blasfêmias fossem o
problema do coração,familiaridade com elas pode
47
48. ser esperado em vez de horror ao vê-las;
favorecem a elas, em vez de aborrecê-las. Não
seria mais provável,pobre alma,que tu as beijasse,
se fossem tuas, do que tentasse matá-las? Daria o
peito para amamentá-las, do que empunhar a
espada do Espírito para destruí-las? E se assim for,
diz a fé, que estes sejam os pirralhos de Satanás,
por que então vocês estão preocupados porque
ele os coloca à sua porta? É a mulher casta mais
prostituta, porque alguma língua suja a chama
assim? Tenha um pouco de paciência, o juiz está
na porta, e quando ele vier, serás chamado pelo
teu verdadeiro nome. Não te sintas mais ferido
em tua alma com seu dardo, e incomodando-te
com o pecado do diabo, mas vai e queixe-se dele a
teu Deus; e quando você espalhou as suas
blasfêmias diante do Senhor, como Ezequias fez
quanto a Rabsaqué,console-se com isso,que Deus
espalhará a sua causa contra este falso acusador,e
o mandará embora com tanta vergonha e tão
pouco sucesso quanto ele fez com aquele cão
chamado Rabsaqué que estava latindo e que tanto
insultou a Deus e ao seu povo. Mas,
2. Suponha que essas noções blasfemas sejam os
próprios pecados do cristão, criados em seu
próprio coração, e não da parte dos pirralhos do
diabo falsamente gerados por ele; ainda aqui a fé
alivia o cristão quando angustiado com a culpa
deles,e Satanás trabalha mais para agravá-los.
Agora, o socorro que a fé traz à alma aqui é
múltiplo.
48
49. (1.) Socorro. A fé pode assegurar à alma no fundo
sólido das Escrituras que esses pensamentos
blasfemos são perdoáveis. 'Todo tipo de pecado e
blasfêmia serão perdoados aos homens: mas a
blasfêmia contra o Espírito Santo não será
perdoado aos homens,' Mat. 12:31. E seria estranho
se a tua fantasia fosse tão selvagem e melancólica
ao pensar que você vê esta única blasfêmia
imperdoável, que é sempre marcada na testa com
impenitência final e ódio desesperado contra
Deus, naqueles pensamentos soltos e errantes
que nunca poderiam ganhar qualquer
consentimento do teu coração para eles, mas
continua a rejeitá-los e protestar contra eles. Eu
digo que seria muito estranho que você pudesse
por muito tempo confundir aqueles hóspedes
indesejáveis com aquele pecado perverso. Agora,
para o teu conforto, tu ouves todo tipo de
blasfêmia além daquela que será perdoada. O
perdão para eles pode ser processado no tribunal
de misericórdia, quão terríveis e surpreendentes
sejam as circunstâncias para a tua alma trêmula.
E se a criatura acredita nisso,o dardo de Satanás é
apagado; pois seu objetivo é fazer uso dessas
tentações como uma armadilha pela porta da qual
ele pode deixar tua alma cair em desespero.
(2.) Socorro. A fé confirma à alma que a ebulição
de tais pensamentos não é inconsistente com o
estado de graça; e se a alma estiver bem satisfeita
neste ponto, o dardo de fogo do diabo perdeu sua
cabeça envenenada, que usa muito para beber o
espírito do cristão. A inferência comum com que
ele faz as almas tentadas atrair a presença desses
49
50. pensamentos nelas é: 'Certamente não sou um
santo. Este não é o lugar dos filhos de Deus.' Mas a
fé é capaz de refutar isso e desafia Satanás a
mostrar - tão culto quanto nas Escrituras – um
texto em toda a Bíblia que apoie tal conclusão. Na
verdade, não há nenhum. É verdade a blasfêmia
das blasfêmias - quero dizer, o pecado contra o
Espírito Santo - com isso o maligno nunca tocará
um verdadeiro crente. Mas eu não conheço
nenhum tipo de pecado,exceto aquele,do qual ele
tenha qualquer proteção ou imunidade, como o
torna impossível que ele por um tempo seja
frustrado por ela. Todo o corpo do pecado está
enfraquecido em cada crente,e uma ferida mortal
dada pela graça de Deus à sua natureza corrupta,
que nunca será arrancada, mas finalmente
morrerá por isto. No entanto, como uma árvore
moribunda pode dar alguns frutos, embora não
tanto, nem tão cheios e maduros como antes; e
um homem moribundo pode mover seus
membros, embora não tão fortemente como
quando ele estava com saúde; então a corrupção
original em um santo irá estar se mexendo,
embora fracamente, e mostrando seus frutos,
embora seja apenas quebradiço e verde. E tu não
tens causa para desânimo que ele se mexa; mas
para ser confortado que ele pode apenas se mexer.
Oh, seja grato por você ter vencido o seu inimigo,
que mesmo agora era o mestre do campo, e tinha
te amarrado à sua carruagem triunfante,agora ele
mesmo está em seus joelhos sob a espada
vitoriosa de Cristo e sua graça, pronto para cair
em sua sepultura, embora levantando sua mão
contra ti para mostrar que sua inimizade continua
50
51. quando seu poder falha em fazer a execução como
ele faria.
(3.) Socorro. A fé pode esclarecer para a alma que
esses pensamentos blasfemos, visto que são
comumente entretidos em um santo, não são
pecados tão grandes na conta de Deus como
alguns outros que passam por menos em nossa
conta. O cristão comumente contrai mais culpa
por alguns pensamentos orgulhosos, impuros e
cobiçosos do que por muitos pensamentos
blasfemos, porque o cristão raramente obtém
uma vitória tão clara sobre aqueles como sobre a
blasfêmia. Os dardos inflamados da blasfêmia
podem assustar mais os cristãos, mas os desejos
ardentes ferem mais cedo e mais profundamente.
Foi o sol quente que fez o viajante abrir seu manto
que o vento forte o faz envolver. As tentações de
prazer atraem o coração para elas, enquanto a
natureza horrível do outro incita o cristão a uma
resistência mais valente a eles. Ó, o cristão logo é
dominado por eles; eles são como veneno em
vinho doce, eles caem antes que ele seja
consciente e difundido rapidamente em suas
afeições, envenenando o espírito do cristão. Mas
esses de blasfêmia são como veneno em alguma
poção amarga; ou é cuspido antes de cair, ou
vomitado pelo cristão antes de ter se espalhado
profundamente em suas afeições. Os pecados são
grandes ou pequenos pela participação que a
vontade tem em sua atuação. E pensamentos
blasfemos, geralmente tendo menos vontade e
afeição do cristão do que o outro, não podem ser
um pecado maior.
51
52. (4.) Socorro. A fé diz à alma que Deus pode ter,sim,
sem dúvida tem, fins graciosos em permitir que
ele seja assombrado por tais hóspedes
problemáticos, ou então eles não deveriam ser
enviados para atacá-lo. Possivelmente Deus viu
algum outro pecado em que estivesses em grande
perigo, e ele envia Satanás para te perturbar com
estas tentações, com que ele não pode te superar
no outro. E embora um gesso ou cataplasma
sejam muito ofensivos e repugnantes,ainda assim
é melhor aguentar isso um pouco do que uma
doença que arriscará sua vida. Melhor tremer ao
ver um blasfemo pensamento do que pavonear-se
no orgulho de seu coração ao ver seus dons e
privilégios. O primeiro fará te considerares tão vil
como o próprio diabo aos teus próprios olhos; mas
o outro te tornará prodigiosamente perverso e,de
fato,como o diabo aos olhos de Deus.
(5) Socorro. A fé colocará o cristão em algumas
nobres façanhas de Deus, para assim se justificar
e provar a acusação do diabo é uma mentira,
como aquele que é acusado de algum desígnio
traidor contra seu príncipe, para varrer aquela
calúnia com algum empreendimento notável
para a honra de seu príncipe. Esta, de fato é a
vingança mais completa que o cristão pode tomar
tanto de Satanás por incomodá-lo com tais
injeções, quanto de seu próprio coração por
emitir tais fluxos impuros. Quando Davi preferiu a
vida de Saul na caverna em vez de um reino, que
um golpe forte poderia tê-lo procurado, ele
provou que todos os seus inimigos eram
mentirosos que o haviam colocado sob suspeita
52
53. na coorte do rei. Desse modo, cristão, prefira a
honra de Deus quando ela vier em competição
com o pecado e o eu, e tu calas a boca do diabo,
que às vezes está pronto para te deixar com ciúme
de ti mesmo,como se fosses um blasfemador. Tais
atos heroicos de zelo e abnegação falariam mais
por sua purificação diante de Deus e de sua
própria consciência do que esses pensamentos
repentinos podem fazer contra ti.
A terceira tentação apavorante de Satanás - O
dardo de desespero.
Terceiro dardo de tentações apavorantes. O
terceiro dardo de fogo que Satanás lança contra o
cristão é sua tentação de desespero. Este maldito
demônio pensa que não pode se vingar mais de
Deus, nem gravar sua própria imagem mais
profundamente na criatura, do que por este
pecado; que imediatamente lança o maior
desprezo sobre Deus, e traz a criatura mais
próxima da pele de demônios e almas
condenadas, que, por deitarem continuamente
sob a ira de Deus, na zona horrível do inferno,
estão totalmente enegrecidos pelo desespero.
Este é o pecado que Satanás visa principalmente.
Outros pecados são apenas disposições prévias
para introduzi-los e tornar a criatura mais
receptiva a tais tentações. Como a lã tem uma
tintura de algumas cores mais claras, antes de
poder ser tingida em um profundo grão, então
Satanás tem seus pecados mais leves e agradáveis,
os quais ele a princípio incita, para que possa o
melhor dispor a criatura para isso. Mas isso é
53
54. mantido por ele com um grande segredo do
conhecimento da criatura. O diabo é um
passarinheiro astuto demais para lançar sua rede
à vista do pássaro que pretende pegar. O
desespero é a rede. Outros pecados são apenas
estilhaços, pelos quais ele a cobre, e assim os
lisonjeia, o que feito, ele os mantém a salvo para a
eternidade. Isto, acima de todos os pecados,
coloca o homem em uma espécie de posse real do
inferno. Outros pecados ligam-se à ira, por meio
da qual ele a cobre, mas isso incendeia o
ameaçador e acende uma chama de terror na
alma. Como é excelência da fé dar um ser à
palavra da promessa; então é a crueldade do
desespero que dá existência aos tormentos do
inferno na consciência. Esta é a flecha que bebe o
espírito e torna a criatura algoz para si mesma. O
desespero coloca a alma além de todo alívio; a
oferta de perdão chega tarde demais para aquele
que se desligou da escada. Outras tentações
conseguem escapar. A fé e a esperança podem
abrir uma janela para deixar a fumaça sair que
ofende o cristão em qualquer condição, mesmo
que atualmente nunca seja tão triste e doloroso;
mas então a alma deve ser sufocada, quando está
fechada nos pensamentos desesperadores de
seus próprios pecados, e nenhuma fenda é
deixada para ser uma saída para qualquer um
daqueles horrores com que a enchem.
Como a fé extingue o dardo de fogo de desespero
derivado da grandeza do pecado.
54
55. Eu poderia aqui exemplificar naqueles muitos
meios de comunicação ou argumentos que
Satanás usa para disputar almas em desespero, e
como a fé é capaz, e somente a fé pode responder
e apagá-los. Mas vou me contentar com um deles
para dilatar- que é a principal força de Satanás - e
que é tirada de toda a grandeza e multidão dos
pecados da criatura. Isso quando a criatura é
iluminada para ver e ter a força de sua
consciência reduzida para sentir remorso,e então
Deus, senão permita que Satanás use sua retórica
para declamar contra a abominação deles, deve
estar em uma condição dolorosa, e
necessariamente afundar nas profundezas do
desespero, pois toda a ajuda que pode encontrar
em si mesmo ou em qualquer outra criatura sem
portas de saída. Talvez alguns de vocês, que têm
pensamentos leves sobre seus próprios pecados,
acho que provam apenas um espírito infantil
impotente nos outros estar tão perturbado por
causa deles; e com isso você mostra que nunca
esteve nas mãos de Satanás, dominado por suas
tentações. Quem tem sido falará em outra língua,
e lhe dirá que os pecados que você não sente são
como uma montanha sobre seus espíritos. Ó,
quando uma violação é feita na consciência, e as
ondas de culpa caem sobre a alma,logo ultrapassa
todas as mudanças da criatura e desculpas, como
o dilúvio fez com o velho mundo, que cobriu as
árvores mais altas e as montanhas mais altas.
Como nada então era visível, exceto a água e o
céu; então em tal alma, nada além de pecado e
inferno. Seus pecados o encaram de frente, como
com os olhos de tantos demônios, prontos para
55
56. arrastá-lo no poço sem fundo. Cada mosca tola
ousa rastejar sobre o leão enquanto dorme, cuja
voz faz todas as feras na floresta estremecerem
quando ele acorda. Os tolos podem zombar do
pecado quando os olhos da consciência estão fora
ou fechados. Eles podem então dançar sobre isso,
como os filisteus sobre o cego Sansão. Mas
quando Deus arma o pecado com a culpa, e deixa
esta serpente colocar seu aguilhão na
consciência, então o pecador mais orgulhoso de
todos foge diante dela. Agora é a fé a única que
pode lidar com o pecado em sua força; o que faz
de várias maneiras.
Primeiro. A fé dá à alma uma visão do grande
Deus.
Segundo. A fé extingue este dardo de desespero
tirado da grandeza do pecado, por opor-se a isso
pela grandeza das promessas.
Terceiro. A fé ensina a alma a se opor à grandeza
deste pecado de desespero com maior grandeza
do que a todos os seus outros pecados. À grandeza
do pecado, a fé se opõe com uma visão do grande
Deus.
Primeiro. A fé dá à alma uma visão do grande
Deus. Ensina a alma a colocar Sua onipotência
contra o pecado magnitude, e Sua infinitude
contra a multidão do pecado; e assim extingue a
tentação. A razão pela qual o pecador presunçoso
teme tão pouco, e a alma desesperada tanto, é por
falta de conhecer a Deus como grande. Portanto,
para curar os dois, a consideração séria de Deus
56
57. sob esta noção é proposta. 'Fique quieto, e saiba
que eu sou Deus,' Sl. 46:10. Como se ele tivesse
dito: 'Saibam,ó ímpios,que eu sou Deus,que posso
vingar-me quando me agradar a você, e pare de
me provocar por seus pecados para sua própria
confusão.' Ainda, 'conheçam vocês, almas
trêmulas, que sou Deus e, portanto, capaz de
perdoar os maiores pecados; e pare de me
desonrar por seus pensamentos incrédulos de
mim.' Agora,somente a fé pode mostrar que Deus
é Deus. Duas coisas são necessárias para a
concepção correta de Deus.
1. A fim de conceber corretamente Deus,devemos
dar-lhe a infinitude de todos os seus atributos;
isto é, concebê-lo não apenas como sábio - pois
esse pode ser o nome de um homem - mas
infinitamente sábio; não poderoso, mas todo
poderoso,etc.
2. Esta infinitude que damos a Deus, devemos
negar a todos além dele, o que ou quem quer que
seja. Agora a fé só pode perceber e fixar este
princípio no coração de forma que a criatura deve
agir apropriadamente em relação a isso. Na
verdade, ninguém seria tão perverso que não
diria, que se você vai acreditar neles, que eles
acreditam que Deus é infinito em seu
conhecimento, e onipresente - em seus
calcanhares, onde quer que vão; infinito em seu
poder, não precisando mais de efetuar sua ruína
do que falar. Mas, eles iriam então, em vista disso,
pecar tão ousadamente? Eles também se
atreveriam a executar sua entrada em um forno
57
58. de fogo,como o faz em face de tal princípio. Então,
outros; eles acreditam que Deus é infinito em
misericórdia. Mas, será que eles carregariam um
inferno em chamas em seus seios com desespero,
enquanto eles têm misericórdia infinita em seus
olhos? Não, é claro que Deus não aparece em sua
verdadeira grandeza para os tais. O desespero
rouba a Deus de sua infinitude. Por meio dela, a
criatura diz que seu pecado é infinito e Deus não é
- muito parecido com aqueles israelitas
descrentes: 'Eles não se lembram da multidão de
tuas misericórdias; mas o provocou no mar,
mesmo no mar Vermelho,' Sl. 106: 7. Eles não
podiam ver o suficiente em Deus para servir sua
vez em tal aperto; eles viram uma multidão de
egípcios para matar, e multidão de águas para
afogá-los, mas não podia ver multidão suficiente
de misericórdias para libertá-los. Desse modo o
desesperado vê uma infinidade de grandes
pecados para condenar, mas não uma infinidade
de misericórdias para salvá-lo.
Razão, infelizmente! É de baixa estatura, como
Zaqueu, e não pode ver misericórdia em uma
multidão e pressão de pecados. É a fé sozinha que
eleva a promessa; então, e não antes disso, a alma
verá Jesus. A fé atribui misericórdia a Deus com
um excesso, 'Ele irá abundantemente perdoar,'
Isa. 55: 7 - multiplicará para perdoar,como está no
hebraico. Ele liberará perdões para com a maioria
dos nossos pecados. 'Ele subjugará nossas
iniquidades, e lançará todos os nossos pecados
nas profundezas do mar'. Isto é da linguagem da
fé; ele perdoará com uma misericórdia
58
59. transbordante. Jogue uma pedra no mar, e ela não
fica mal coberta, mas enterrada muito
profundamente. Deus perdoará os teus maiores
pecados, diz a fé, como o mar esconde uma pedra.
Alguns pecados derramados sobre a consciência -
como um balde d'água derramado no chão -
parece uma grande inundação; mas os maiores
derramados no mar da misericórdia de Deus são
engolidos e não vistos. Assim, quando 'a
iniquidade de Israel será buscada', diz a Escritura,
'e não haverá nenhuma; e os pecados de Judá, e
eles não serão encontrados.' E por que? 'Pois eu
vou perdoar,' Jer. 50:20. Essa é a razão.
Objeção. 'Oh, mas', diz a alma trêmula, 'a
consideração da infinitude de Deus,
especialmente em dois de seus atributos, me leva
mais rápido ao desespero. De todos os outros
meus pensamentos perplexos,quando penso quão
infinitamente Deus é santo, posso não temer o
que acontecerá com um desgraçado profano?
Quando novamente, eu o considero justo, sim,
infinitamente apenas, como posso pensar que ele
vai perdoar erros tão grandes como eu fiz ao seu
nome glorioso?'
Resposta. A fé irá, e ninguém, exceto os dedos da
fé pode,desatar este nó e dar à alma uma resposta
satisfatória para essa questão.
1. Atributo - A santidade de Deus. Para esse
atributo,a fé tem duas coisas para responder.
Resposta. (1.) Que embora a santidade infinita da
natureza de Deus o faça odiar veementemente o
59
60. pecado, ainda assim o mesmo inclina fortemente
seu coração para mostrar misericórdia aos
pecadores. O que há na criatura que o torna
insensível senão o pecado? 'As ternas
misericórdias dos ímpios são cruéis',Prov. 12.10. Se
perverso, então cruel, e quanto mais santo o mais
misericordioso. Daí é que atos de misericórdia e
perdão são com tanta dificuldade realizados,
muitas vezes,daqueles que são santos; até mesmo
como leite de peito premiado; porque há vestígios
de corrupção neles, que fazem com que alguns
tenham dureza de coração e indisposição para
esse trabalho. 'Não te deixes vencer do mal, mas
vence o mal com o bem’, Rom. 12:21 - implicando
que é um trabalho árduo, que não pode ser feito
até que a vitória tenha superado o próprio coração
do cristão; que tem paixões contrárias, que se
oporá fortemente a tal ato. Quantas vezes,
infelizmente! Ouvimos tal linguagem daqueles
que são graciosos! 'Minha paciência acabou; eu
não aguento mais, e não perdoo mais.' Mas Deus,
que é pureza sem impurezas, santidade sem o
mínimo apaziguamento e mistura de pecado, tem
nada para azedar seu coração com qualquer falta
de misericórdia. 'Se vós, pois, sendo maus', disse
Cristo, 'sabeis como dar boas coisas a vossos
filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus,
dará boas coisas àqueles que pedirem a ele?' Mat.
7:11. O desígnio de Cristo neste lugar é ajudá-los a
apreensões maiores a respeito da misericórdia do
coração de Deus; o que ele pode fazer,ele os dirige
aos pensamentos de sua santidade como aquilo
que demonstraria infalivelmente o mesmo. Como
se Cristo tivesse dito: 'Vocês podem persuadir
60
61. seus corações, destemperados com compaixões
pecaminosas, para ser gentil com seus filhos?
Quanto mais fácil é pensar que Deus, que é a
própria santidade, será assim para suas pobres
criaturas prostradas a seus pés por misericórdia?'
(2.) A fé pode dizer à alma que a santidade de Deus
não é inimiga da misericórdia perdoadora; pois é
a santidade de Deus que o obriga a ser fiel em
todas as suas promessas. E isso, de fato, é um seio
de consolação tão cheio quanto eu sei qualquer
para uma pobre alma trêmula. Quando a alma em
dúvida lê aquelas muitas promessas preciosas que
são feitas para pecadores que retornam, por que
ele não se consola com elas? Certamente é
porque a verdade e fidelidade de Deus para
executá-los ainda está sob alguma disputa em sua
alma. Agora, o argumento mais forte de que a fé
tem para colocar essa questão sem dúvida,e fazer
o pecador aceitar a promessa como uma palavra
verdadeira e fiel, é aquela que é tirada da
santidade de Deus, que é o fazedor de promessas.
Deve ser verdade, diz a fé, o que a promessa fala;
não pode ser outro, porque um Deus santo o faz.
Portanto, Deus, para ganhar mais crédito à
verdade de sua promessa nos pensamentos de
seu povo, prefixa tantas vezes este atributo à sua
promessa, 'Eu te ajudarei, diz o Senhor, e teu
redentor, o Santo de Israel,' Isa. 41: 1 4. Aquilo que
em hebraico é misericórdia, na Septuaginta
costuma ser "coisas sagradas”. Veja Isa. 55: 3. Na
verdade,as misericórdias de Deus são baseadas na
santidade, e portanto, são misericórdias seguras.
A razão da infidelidade do homem nas promessas
61
62. procede de alguma falta de santidade em seu
coração. Quanto mais santo um homem é, mais
fiel podemos esperar que ele seja. Um bom
homem, dizemos, será tão bom como sua palavra.
Para ter certeza de que um bom Deus o fará.
Quantas vezes Labão mudou o salário de Jacó após
a promessa em contrário? Mas a aliança de Deus
com ele foi inviolavelmente mantida,embora Jacó
não fosse tão fiel de sua parte como deveria – e
por que? Senão porque ele não tinha a ver com
um Deus santo nisso, mas com um homem
pecador no outro, cujas paixões alteraram seus
pensamentos e mudou seu semblante em relação
a ele; como vemos as nuvens e o vento fazem a
face dos céus e o temperamento das estações.
2. Atributo. Chegamos ao segundo atributo que
assusta a alma tentada, e parece tão pouco para
ser amigo deste ato de perdão da misericórdia de
Deus; e essa é a sua justiça. Isso costuma ser
motivo de espanto para os despertos pecadores ao
invés de encorajamento, especialmente quando
os pensamentos sérios disso dominam seu
coração. Na verdade,meus irmãos,a consideração
nua e crua deste atributo se rompe do outro, e a
reflexão sobre ele sem um comentário do
evangelho - através do qual ele pode ser
seguramente e confortavelmente visto por uma
alma ferida pelo pecado - deve precisar apavorá-lo
e desanimá-lo, seja ele quem for, sim, acendam
um fogo de horror em seu peito; para a criatura,
não vendo caminho que Deus tem que vindicar
sua justiça provocada, mas pela eterna destruição
e condenação do pecador, não pode, sem uma
62
63. consternação universal de todos os poderes de
sua alma, pensar naquele atributo que traz a seus
pensamentos tão temerosos uma expectativa e
procura de julgamento. Hemã, embora um
homem santo, ainda assim foi abalado em sua
firmeza de fé com meditações sobre este triste
assunto. 'Ando aflito e prestes a expirar desde
moço; sob o peso dos teus terrores, estou
desorientado. Por sobre mim passaram as tuas
iras, os teus terrores deram cabo de mim.,' Sl.
88:15, 16. Mas a fé pode fazer um bom trabalho
com isso também. A fé capacitará a alma a andar
neste atributo ígneo com seus confortos não
cantados, como aqueles três jovens amigos de
Daniel, Dan. 3, na fornalha flamejante; enquanto
pecadores descrentes são queimados, sim,
engolido sem desespero, quando eles apenas vêm
em seus pensamentos perto da boca disso. Há
uma consideração tripla com o que a fé alivia a
alma quando o terror desse atributo toma conta
dela.
(1.) Mostra de fé,e isso em uma melhor evidência,
que Deus pode perdoar o maior pecador, se
penitente e crente, sem o mínimo prejuízo à sua
justiça.
(2.) A fé vai além, e mostra que Deus, ao perdoar o
pecador crente, não apenas salva sua justiça, mas
promove a honra dela.
(3.) A fé mostra que Deus não apenas salva e
avança sua justiça em perdoar uma alma crente;
mas,do jeito que as coisas estão agora,ele não tem
outra maneira de garantir sua justiça a não ser
63
64. por perdoar a alma crente de seus pecados. Nunca
sejam tão bons. Esses três bem digeridos, irão
renderizar este atributo tão amável e confortável
para os pensamentos de um crente, quanto o da
própria misericórdia.
Uma consideração tripla com a qual a fé alivia a
alma do terror da justiça de Deus.
Consideração 1. A fé mostra à alma - e com base
na melhor evidência - que Deus pode perdoar
seus pecados, embora nunca seja tão grande e
montanhoso, com segurança para a justiça de
Deus. Essa questão não é para ser agora disputado,
se Deus pode ser justo e justificador em perdoar
pecadores. Isso, diz a fé, foi debatido e
determinado há muito tempo,no conselho do céu
pelo próprio Deus, antes de uma votação, sim, um
pensamento, poderia passar do coração de Deus
para o benefício dos pobres pecadores. Deus
expressa muito na promessa: 'Eu irei desposar-te
comigo para sempre; sim, desposar-te-ei comigo
em retidão e juízo', Oséias 2:19. Com quem Deus
pretende se casar? Aquele que havia interpretado
a prostituta, como aparece na parte anterior do
capítulo. O que ele quer dizer com noivado?
Nenhum outro senão que ele perdoará seus
pecados e os receberá nos braços de seu amor e
favor peculiar. Mas como pode o Deus justo tirar
alguém que foi imundo deitar em seu seio? -
noivar-se com um povo tão prostituto, e perdoar
esses pecados altíssimos? Como? Marque, ele vai
fazer isso 'em juízo e justiça'. Como se Deus tivesse
dito: 'Não incomode seus pensamentos para
64
65. limpar minha justiça no agir. Eu sei o que faço. O
caso está bem avaliado por mim. Não é como as
partidas repentinas que são amontoadas por
homens em um dia, e se arrependeram no dia
seguinte; mas é o resultado do conselho de minha
santa vontade de fazer assim'. Agora quando
Satanás fala abertamente contra o crente com
esta objeção: 'O quê! Um desgraçado como tu
encontras favor aos olhos de Deus?' A fé pode
facilmente replicar: 'Sim, Satanás, Deus pode ser
tão justo em me perdoar como em condenar-te.
Deus me diz que é 'em juízo e justiça'. Deixo-te,
portanto, para disputar este caso com Deus, que
pode justificar seu próprio ato.' Agora, embora
isso na massa fosse suficiente para repelir
Satanás, ainda assim a fé é fornecida com uma
evidência mais particular, para a vindicação da
justiça e retidão de Deus neste ato de perdão. E
isso é baseado na plena satisfação que Cristo deu
a Deus por todo o mal que o crente lhe cometeu
com o seu pecado. Na verdade, foi o grande
empreendimento de Cristo trazer a justiça para
beijar a misericórdia, para que não houvesse um
atributo dissidente em Deus quando este voto
deveria passar, mas o ato de perdoar da
misericórdia realizado claro,nullo contradicente -
sem uma voz dissidente. Portanto,Cristo,antes de
solicitar a causa do pecador a Deus, realiza
primeiro o outro de satisfação pelo sacrifício. Ele
paga e, em seguida, pleiteia pelo que pagou -
apresentando sua petição no nome dos pecadores
crentes escritos com seu próprio sangue,para que
a justiça não desdenhe de lê-la ou concedê-la. eu
não vou questionar se Deus poderia, por uma
65
66. prerrogativa de misericórdia,sem uma satisfação,
emitir um ato de perdão; mas desta forma de
satisfação, a justiça de Deus, tenho certeza, pode
ser vindicada na consciência do maior pecador da
terra; sim, o próprio diabo é apenas um fraco
disputante quando a fé o aperta com este
argumento; é uma trincheira que ele não
consegue escalar. Na verdade,Deus colocou nossa
salvação neste método, que até nós, os fracos,
talvez possamos justificá-lo, justificando-nos, à
cabeça do demônio mais malicioso do inferno.
Percorra aquele lugar incomparável, que contém
bálsamo o suficiente para curar as feridas de
todas as consciências sangrentas no mundo,onde
há apenas fé para deixá-lo cair; e para sempre
apagar o fogo deste dardo, que é dirigido contra a
justiça de Deus. 'Sendo justificados gratuitamente,
por sua graça, mediante a redenção que há em
Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue,
como propiciação, mediante a fé, para manifestar
a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância,
deixado impunes os pecados anteriormente
cometidos; tendo em vista a manifestação da sua
justiça no tempo presente, para ele mesmo ser
justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus.'
Rom. 3: 24-26 . Oh, que trabalho a fé fará por esta
escritura! Uma alma fortificada com essas
paredes é inexpugnável.
(a) Observe,Cristo é aqui chamado de propiciação,
ou, se você preferir, um propiciatório - Está
aludindo ao propiciatório, onde Deus prometeu
encontrar seu povo para conversar com eles, sem
temor de sua majestade cai sobre eles, Êx. 25.
66
67. Agora, você sabe, o propiciatório foi colocado
sobre a arca, para ser uma cobertura para isso,
sendo a arca em que a santa lei de Deus foi
mantida, de cuja violação todos os temores de
uma alma culpada surgem. Portanto,é observável
que as dimensões de um foram proporcionais ao
outro. O propiciatório deveria ser tão longo e
largo ao máximo quanto a arca, para que
nenhuma parte dela pudesse ser deixada de fora
pelo mesmo, verso 10, em comparação com verso
17. Assim, Cristo nosso verdadeiro propiciatório
cobre toda a lei, que mais viria para acusar o
crente; mas nenhuma ameaça agora pode
prendê-lo, enquanto esta tela permanecer para a
fé para interpor-se entre a ira de Deus e a alma. A
justiça agora não tem nenhum alvo a ser nivelado.
Deus não pode ver o pecador por Cristo que o
esconde. 'este não é o homem', diz a ira, 'que devo
atacar. Veja como ele foge para Cristo, e leva o
santuário em sua satisfação, e assim está fora do
meu alcance e alcance, sendo um lugar
privilegiado onde não devo vir prender ninguém.'
É comum, você sabe, em batalhas, usar uma fita,
lenço, ou algo parecido, para distinguir amigos de
inimigos. A satisfação de Cristo pela fé é o sinal
que distingue os amigos de Deus dos seus
inimigos. O fio escarlate na janela de Raabe
manteve a espada destruidora fora de sua casa; e o
sangue de Cristo, pleiteado pela fé, evitará que a
alma receba qualquer dano das mãos da justiça
divina.
(b) Observe de que mão Cristo recebeu sua
comissão: 'a quem Deus apresentou para ser uma
67
68. propiciação por meio de fé em seu sangue.' Cristo,
como vemos,é a grande ordenança do céu; aquele
que o Pai selou; ele é escolhido de todos os outros,
anjos e homens, e apresentado como a pessoa
escolhida por Deus para fazer expiação pelos
pecadores,como o cordeiro era tirado do rebanho
e separado para a páscoa. Quando, portanto,
Satanás apresenta os pecados do crente em
batalha contra ele, e o confronta com sua
grandeza, então a fé corre sob o abrigo deste
castelo nos buracos desta rocha. Certamente,diz a
fé, meu Salvador é infinitamente maior do que
meus maiores pecados. Eu deveria contestar a
sabedoria da escolha de Deus para pensar o
contrário. Deus, quem sabia o quão grande peso
que ele tinha que colocar sobre os ombros, estava
plenamente satisfeito com sua força para suportá-
lo. Aquele que recusou o sacrifício e holocausto
por sua insuficiência, não o teria chamado se ele
não fosse totalmente suficiente para a obra. Na
verdade,aqui está o peso de todo o edifício; uma fé
fraca pode salvar, mas um salvador fraco não
pode. Fé tem Cristo para suplicar por isso, mas
Cristo não tem ninguém para suplicar por ele. A
fé se apoia no braço de Cristo,mas Cristo se apoia
em suas próprias pernas,e se ele tivesse afundado
sob o peso de nossos pecados, ele estaria além do
alcance de qualquer criatura no céu ou na terra
para ajudá-lo.
(c) Observe o motivo pelo qual Deus escolheu esta
maneira de emitir sua misericórdia perdoadora; e
isso é 'declarar seu direito para a remissão de
pecados.' Marque! Não declarar sua misericórdia.
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