2. 12Quem é que vos pede sacrifícios quando vocês não
se sentem abatidos pelos vossos pecados?
13O incenso que me trazem é como um cheiro mau
que me sobe até ao nariz.
14As vossas celebrações sagradas quando das luas
novas, assim como os sábados, e os vossos dias
especiais de jejum, tudo isso para mim é uma fraude!
Não quero mais saber dessas coisas. Repudio tudo isso.
Estou cansado de ter que as suportar.
15Daqui em diante quando orarem de mãos
estendidas para o céu, não olharei nem escutarei nada.
Ainda mesmo que multipliquem as orações, não as
ouvirei, porque as vossas mãos são as de assassinos;
estão manchadas com o sangue de vítimas inocentes.
16Oh! Lavem-se! Limpem-se! Que eu não vos veja
mais a praticar toda essa maldade. Acabem com a vossa
má conduta.
17Aprendam a prática do bem; aprendam a ser
justos, a ajudar os oprimidos, os órfãos e as viúvas.
18Venham então ter comigo e conversemos! - diz o
Senhor. Por mais profundas que sejam as manchas do
vosso pecado, eu poderei tirá-las, e tornar-vos tão
limpos como a neve ao cair. Ainda que essas manchas
sejam vermelhas como o carmezim, poderei tornar-vos
brancos como a mais branca lã!
19Se quiserem e se me ouvirem, se me obedecerem,
terão tudo o que há de melhor!
20Mas se continuarem a voltar as costas e a recusar
ouvir-me, serão devorados pelos vossos inimigos. Eu, o
Senhor, é quem vos diz isto.
21Jerusalém foi em tempos para mim como uma
esposa fiel. Agora, tornou-se como uma prostituta! Anda
atrás de outros deuses! Já foi, uma vez, a cidade da
justiça, e agora fez-se uma cidade de assassinos.
22Foi em tempos como prata genuína; e tornou-se
agora numa liga inferior, de metais sem valor!
Antigamente tão pura, e presentemente sem qualidade
nenhuma, tal como um vinho misturado de água.
23Os seus chefes são rebeldes, são companheiros de
ladrões; todos eles se deixam subornar, e são incapazes
de fazerem justiça aos órfãos; nem se interessam sequer
pela causa das viúvas.
24-25Por isso, eis o que tem para dizer o Senhor dos
exércitos celestiais, o poderoso de Israel: Trasbordarei a
minha ira sobre vocês, que são inimigos! Eu próprio vos
fundirei num cadinho e deitarei fora a escória.
4. 6O Senhor te rejeitou por causa de te teres associado a
estrangeiros do Oriente, que praticam a magia e
comunicam com os espíritos, tal como fazem os
filisteus.
7-8Israel tem vastos tesouros de prata e de ouro,
assim como grande quantidade de cavalos e de carros; e
também está repleta de ídolos - há disso por toda a
terra! São fabricados pelos homens. E mesmo assim
inclinam-se para adorar aquilo que fizeram as suas
próprias mãos!
9Assim eles serão humilhados e abatidos. Deus não
lhes perdoará esse pecado.
10Mete-te já dentro das cavernas das rochas, e
esconde-te da presença espantosa do Senhor, e da sua
gloriosa majestade,
11porque virá o dia em que os vossos olhares altivos
serão abatidos, e só o Senhor será exaltado.
12Naquele dia o Senhor dos exércitos celestiais será
contra o orgulhoso e o altivo, para que sejam abatidos.
13-16Todos os altos cedros do Líbano e os poderosos
carvalhos de Basã se abaixarão até à terra; todas as
altas montanhas e colinas, as altas torres, as muralhas,
os altivos navios que cruzam os mares e as belas
embarcações nos portos - todos serão destruídos
perante o Senhor nesse dia.
17Toda a altivez da humanidade será humilhada; o
orgulho dos homens baixará até ao pó da terra, e só o
Senhor será exaltado.
18Todos os ídolos serão completamente abolidos e
desaparecerão.
19Quando o Senhor se levantar do seu trono para
abalar a Terra, os seus inimigos enfiarão de terror pelos
buracos das rochas e nas cavernas, por causa da glória
da sua majestade,
20e largarão por fim os seus ídolos de ouro e de prata
às toupeiras e aos morcegos.
21Meter-se-ão pelas fendas das rochas, esconder-se-
ão por entre as penhas agrestes, e no cimo dos
penhascos, tentando escapar ao terror do Senhor e à
glória da sua majestade, quando se levantar para
assombrar a Terra!
22Pobre do ser humano! Frágil como a sua própria
respiração! Não merece nada que se confie nele!
8. 8Ai dos que vão comprando propriedade atrás
propriedade, a tal ponto que depois os outros não têm
mais onde viver. As vossas casas são construídas em
grandes latifúndios, de tal forma que podem ficar a viver
sozinhos no meio da terra! Mas o Senhor dos exércitos
celestiais já garantiu o vosso terrível destino;
9ouvi-o com os meus próprios ouvidos dizer, Muitas
dessas belas e grandes habitações ficarão desertas, e os
seus proprietários serão mortos e desaparecerão.
10Dois hectares não chegarão a produzir senão uns
vinte litros de vinho! Dez medidas de semente não
chegarão a produzir mais do que uma só!
11-12Ai dos que se levantam de manhã cedo para
apanhar grandes bebedeiras que se prolongam até tarde
na noite; andam sempre a cair de bêbedos. Vocês fazem
ouvir bela música com instrumentos nas vossas festas e
recepções. Mas com o Senhor não se preocupam
minimamente.
13Por isso vos mandarei para o exílio, para bem
longe, porque nem sabem nem se interessam em saber
tudo o que fiz por vocês. A gente grande, da alta
sociedade, morrerá de fome; e os do povo morrerão de
sede.
14Por isso o inferno já está a abrir a boca toda, só
com o apetite que lhe dá este belo pedaço que é
Jerusalém. Os grandes tanto como os pequenos que
nela moram serão engolidos, tal como aqueles magotes
de embriagados.
15Nesse dia, o orgulhoso será abatido até ao pó da
terra, e o altivo humilhado.
16Mas o Senhor dos exércitos será exaltado acima de
tudo, porque só ele é santo, justo e bom.
17Nesses dias os rebanhos pastarão por entre as
ruínas. Cordeiros, bezerros e cabritos pastarão ali à
vontade!
18-19Ai dos que arrastam os seus pecados atrás de
si com cordas de maldade e as suas injustiças com
tirantes de carroças. Ousam até gracejar com o santo de
Israel e dizer ao Senhor que os castiga. Vá, avia-te e
castiga-nos, ó Deus!, dizem. Sempre queremos ver o que
fazes!
20Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; dos
que dizem que as trevas são luz, e a luz trevas; e dos
que fazem do amargo doce e do doce amargo!
21Ai dos que se fazem passar por sábios e astutos
aos seus próprios olhos!
22Ai dos que se consideram heróis quando se trata
de beber, e se gabam de todo o álcool que são capazes
de ingerir.
11. 1Durante o reinado de Acaz (filho de Jotão e neto de
Uzias) Jerusalém foi atacada pelo rei Rezim da Síria e
pelo rei Peca de Israel (este último filho de Remalias).
Mas não chegou a ser tomada. A cidade resistiu.
2Quando chegou à corte a notícia de que a Síria se
tinha aliado com Israel contra a cidade, os corações,
tanto do rei como do povo, tremeram de medo como
árvores dum bosque, abaladas por um vendaval.
3Então o Senhor disse a Isaías: Vai encontrar-te com
o rei Acaz. Vai tu e teu filho Sear-Jasube . Hão-de
encontrá-lo no fim do aqueduto que vai da fonte de Gião
até ao reservatório superior, perto da estrada que desce
até ao campo do lavandeiro.
4Diz-lhe que deixe de se angustiar, que não precisa
de estar com medo da fúria de Rezim e de Peca; são dois
indivíduos falhados.
5-6É verdade que esses dois, os reis da Síria e de
Israel, virão contra ti dizendo: 'Vamos invadir Judá e
pôr essa população em pânico, para podermos depois
facilmente tomar Jerusalém e instalar lá o filho de
Tabeel como rei'.
7Mas o Senhor responde-lhes que esse plano não
resultará, porque Damasco continuará a ser a capital
da Síria, e o rei Rezim nunca chegará a aumentar as
suas fronteiras.
8-9É verdade que dentro de 65 anos Efraim também
será derrotada e aniquilada. Mas até lá, Samaria se
manterá a única grande cidade, a capital de Efraim, e o
poder do rei Peca não virá a aumentar. Se não crerem
em mim não poderão ficar firmes, e não poderei ajudar-
vos.
10Não muito depois disto, o Senhor mandou mais
esta mensagem ao rei Acaz:
11Pede-me um sinal que te prove que na realidade
esmagarei os teus inimigos, tal como tinha dito. Pede o
que quiseres, no céu ou na terra.
12Mas o rei recusou: Não, não peço. Não poria o
Senhor à prova.
13Então Isaías disse: Ó casa de David, não estás
satisfeita em esgotar a minha paciência, como ainda
cansas a paciência do Senhor?
14Está bem, então. O Senhor, ele próprio, escolherá
o sinal: Um menino será dado à luz por uma virgem; o
seu nome será Emanuel .
15-16Na altura em que este menino for desmamado,
e antes que saiba escolher entre o bem e o mal, os dois
reis que tanto temes ambos estarão mortos.
13. honestas, para que viessem ver-me a escrever isso, de
forma a poderem depois testemunhar em como as tinha
realmente escrito.
3Depois juntei-me com minha mulher, ela concebeu
e teve um filho. O Senhor disse: Chama-lhe Maer-Salal-
Has-Baz.
4Este nome profetiza que dentro de algum tempo,
antes que o menino seja capaz de dizer Papá e Mamã, o
rei da Assíria invadirá tanto Damasco como a Samaria,
levando depois consigo os despojos que saqueou.
5Depois o Senhor falou-me outra vez:
6-8Visto que o povo de Jerusalém rejeitou as águas
de Siloé, que correm brandamente , e pede com alegria
que o rei Rezim e o rei Peca venham ajudá-los, por isso,
hei-de fazer submergir o meu povo com as torrentes
impetuosas do Eufrates; o rei da Assíria e todos os seus
poderosos exércitos se enfurecerão contra eles. Esse rio
transbordará as suas margens e inundará a tua terra de
Judá, ó Emanuel, submergindo-a duma extremidade à
outra.
9-10Façam tudo o que quiserem de mal, ó Síria e
Israel, nossos inimigos, mas não terão sucesso - serão
despedaçados. Ouçam bem, vocês todos que são os
nossos inimigos: Preparem-se para nos fazerem guerra -
contudo hão-de morrer! Sim, hão-de morrer!
Convoquem os vossos conselhos de guerra, estudem
estratégias, preparem os vossos planos de ataque - ao
fim e ao cabo serão destruídos! Porque Deus é
connosco.
Temer só a Deus
11-12O Senhor me avisou de forma categórica: Em
circunstância nenhuma te deixes levar pelos planos de
Judá de se entregar à Síria e a Israel. Não permitas que
o povo venha a clamar-te de traidor; mantém-te fiel a
Deus. Não caias em pânico, como acontece com tantos
dos teus compatriotas ao pensarem que a Síria e Israel
vos vão atacar.
13Só o Senhor dos exércitos celestiais devem temer!
Se o temerem, não terão razão para temer mais
ninguém. Ele será a vossa segurança.
14Ele será, tanto para o reino de Israel como para o
de Judá, um santuário. Mas também será uma pedra de
tropeço, uma rocha que os fará cair; será como uma
armadilha ou uma cilada para o povo em Jerusalém.
15Muitos deles tropeçarão; serão despedaçados;
serão apanhados em ciladas e ficarão cativos.
16Escreve todas estas coisas -diz o Senhor- e sela-as
Confia-as aos meus discípulos.
15. 6Porque um menino nos nasceu; foi-nos dado um
filho. Ser-lhe-á dada a responsabilidade de governar.
Estes serão os seus títulos: Maravilhoso, Conselheiro,
Deus Forte, Pai para sempre, Príncipe da Paz.
7O seu governo de paz e de desenvolvimento nunca
mais terá fim. Ele chefiará com uma justiça e uma
honestidade perfeitas, desde o trono de seu pai David.
Trará verdadeira justiça e paz a todas as nações do
mundo. Isto acontecerá mesmo, porque é o próprio
Senhor dos exércitos celestiais quem está especialmente
empenhado em que tal se realize!
A zanga do Senhor contra Israel
8-10O Senhor falou contra este Israel presunçoso que
anda a dizer que mesmo se a nossa terra for arruinada,
a reconstruirá melhor do que dantes. As figueiras
bravas foram cortadas, mas havemos de as substituir
por cedros!, dizem eles.
11-12A resposta do Senhor à vossa altivez é fazer
com que os inimigos vos ataquem - os sírios pelo leste,
os filisteus pelo oeste. Com as suas bocas
escancaradas, devorarão Israel. E mesmo assim a ira do
Senhor contra vocês não ficará cumprida - a sua mão
manter-se-á suspensa, pronta a esmagar-vos.
13Porque mesmo depois de todo este castigo, não se
arrependerão nem hão-de querer voltar-se de novo para
o Senhor dos exércitos celestiais.
14Por isso num mesmo dia o Senhor cortará em
Israel a cabeça e a cauda, a palma e o junco.
15O ancião e o homem de respeito são a cabeça; o
profeta que ensina mentira, esse é a cauda.
16Os líderes deste povo enganam-no, e os que são
conduzidos ficam desfeitos.
17Esta é a razão porque o Senhor não tem alegria
nos seus jovens, nem piedade pelas viúvas e pelos
órfãos, porque são todos gente que fala sujamente; são
maus e mentirosos. É por isso que a sua ira ainda não
está satisfeita, e que o seu punho está pronto a esmagá-
los a todos.
18Ele queimará toda esta maldade, todos estes
espinhos e sarças; as chamas, depois, virão a consumir
florestas também, e o fumo subirá em rolos por cima do
vasto incêndio.
19A terra ficará enegrecida pelo fogo, como
consequência da cólera do Senhor dos exércitos
celestiais. O próprio povo serve também de combustível
para o fogo.
17. 12Depois do Senhor ter usado o rei da Assíria para
realizar os seus planos, então se voltará contra os
assírios para os castigar igualmente a eles, porque são
gente altiva e orgulhosa.
13-14Gabam-se dizendo: Foi com todo o nosso poder
e com a nossa sabedoria que ganhámos estas guerras
todas. Somos grandes e célebres. Com a nossa própria
força derrubámos muralhas, vencemos povos e
pilhámos os seus tesouros. Pela nossa grandeza
assaltámos os ninhos de riqueza deles; e acumulámos
reinos conquistados, tal como o camponês junta os seus
ovos; ninguém ousa mexer um dedo sequer, ou abrir a
boca para dizer uma palavra contra nós!
15Mas o Senhor diz: Será normal que o machado se
gabe de ter mais poder do que aquele que o emprega? E
a serra, será ela mais poderosa do que o serrador?
Poderá uma vara bater sem que uma mão a mova? Uma
cana é capaz de andar sozinha?
16Por causa de toda essa tua lisonja, ó rei da Assíria,
o Senhor dos exércitos celestiais mandará uma praga
que se disseminará no meio dessa tua tropa orgulhosa,
que os abaterá.
17-19Deus, que é a luz e o santo de Israel, se fará
como uma chama e como fogo que os destruirá. Numa
só noite fará arder esses espinheiros, essas sarças que
são os assírios que destruíram a terra de Israel. O vasto
exército da Assíria é como uma imensa floresta, e será
mesmo assim destruída. O Senhor os desfará, corpo e
alma; serão como uma pessoa doente que perde os
sentidos. Só uns poucos escaparão, de todo esse
poderoso exército; serão tão poucos que uma criança os
saberá contar!
O remanescente de Israel
20Então por fim, os que ficarem, de Israel e de Judá, se
entregarão ao Senhor, o santo de Israel, e não mais
temerão os assírios.
21-22Um resto deles se voltará para o Deus
poderoso, ainda que Israel seja agora tão numeroso
como a areia das praias, apenas alguns deles ficarão
para se converterem, nesse tempo.
23Deus decidiu justamente destruir o seu povo. Sim,
está já decidido pelo Deus dos exércitos consumi-los.
24-25Contudo o Senhor Deus dos exércitos celestiais
diz: Ó meu povo de Jerusalém, não tenhas receio dos
assírios quando vos oprimirem como vos fizeram os
egípcios há muito tempo atrás. Não durará muito isso.
Ao fim de pouco tempo a minha ira contra vocês
acabará e então me levantarei contra eles e os
destruirei.
19. contrário, defenderá com justiça os pobres e com
equidade os explorados.
5Porque se revestirá de justiça e de verdade na
cintura e no tronco.
6Nesse dia o lobo e o cordeiro deitar-se-ão juntos, o
leopardo e o cabrito viverão em paz; bezerros e gordas
ovelhas estarão em segurança no meio de leões, e uma
criança os guiará.
7Os bois pastarão juntamente com os ursos,
enquanto os respectivos filhotes ficarão deitados uns
com os outros. Também o leão comerá erva como os
bois.
8Haverá bebés gatinhando sem perigo por entre
serpentes venenosas, e crianças que põem
despreocupadamente a mão dentro dum ninho de
víboras, retirando-a depois sem a mínima mordedura.
9Não se fará mal nem destruição de espécie alguma
no meu monte santo, porque tal como as águas enchem
o fundo dos mares, assim também a Terra se encherá
do conhecimento do Senhor.
10Nesse dia, aquele que é a raiz de Jessé será como
uma bandeira para todo o mundo. As nações se
juntarão a ele, e a terra onde ele vive será um lugar
glorioso.
11-12Nesse tempo o Senhor fará regressar pela
segunda vez à terra de Israel um resto do seu povo,
trazendo-os da Assíria, do Alto e do Baixo Egipto, da
Etiópia, do Elão, da Babilónia, de Hamate e de terras
distantes de além mar. Levantará uma bandeira entre
as nações para os chamar e reunir. Juntará assim os
israelitas dispersos pelos quatro cantos do mundo.
13Então, terminará enfim a rivalidade entre Israel e
Judá; nunca mais se defrontarão.
14Juntos voarão contra as nações, conquistando as
suas terras a leste e a oeste, unindo forças para as
destruir, vindo a ocupar as nações de Edom, de Moabe
e de Amom.
15-16O Senhor fará secar um caminho através do
Mar Vermelho, levantará a sua mão sobre o rio
Eufrates, mandando um forte vento que o divida em
sete braços que qualquer pessoa poderá atravessar
mesmo calçado. Aplanará um largo caminho desde a
Assíria, para que venha por ele o resto que ainda lá vive,
tal como fez há muito tempo para Israel poder regressar
do Egipto.
21. 5Foi o Senhor dos exércitos celestiais quem os trouxe
aqui, vindos de terras distantes. São as suas armas
contra ti, ó Babilónia. São os instrumentos que ele
usará para destruir toda a tua terra.
6Grita de terror, porque chegou o tempo do Senhor, a
altura em que o poderoso te vai esmagar.
7-8Os teus braços descaem paralisados de terror; o
coração dos mais valentes desfalece de medo. O pavor
aperta-te com terríveis angústias, como uma mulher
antes do parto. Olham uns para os outros
absolutamente desamparados, enquanto as chamas da
cidade a arder se reflectem nas vossas faces
empalidecidas.
9-10Vejam como o dia do Senhor está a chegar, o
terrível dia do seu juízo, da sua tremenda ira. A terra
será destruída e com ela todos os pecadores. Os céus
tornar-se-ão negros por cima da cidade; luz alguma lhes
virá seja do Sol ou da Lua ou das estrelas.
11Castigarei o mundo pela sua maldade, e o pecador
pela sua iniquidade. Esmagarei a arrogância do
orgulhoso e a altivez do rico. Poucos sobrevirão após eu
ter terminado a minha acção.
12Os homens tornar-se-ão mais raros do que o ouro -
serão mais raros do que o ouro de Ofir.
13Porque farei abalar os céus com a minha cólera e
terrível ira, e até a Terra alterará a sua posição no
universo.
14Os exércitos de Babilónia desgastar-se-ão até
ficarem exaustos, batendo em retirada para a sua terra,
como uma corça perseguida por cães de caça, ou então
vagueando perdidos como ovelhas cujo pastor fugiu.
15-16Aqueles que não fugirem serão abatidos. Os
seus meninos serão despedaçados contra o chão à vista
deles; as suas casas serão saqueadas, e as mulheres
violadas pelas hordes atacantes.
17-18Incitarei os medos contra Babilónia, e nem
prata nem ouro algum os poderá demover dessa acção.
Os exércitos atacantes não terão compaixão nem dos
jovens, nem das crianças, nem dos bebés de Babilónia.
19Então Babilónia, o mais glorioso dos reinos, a flor
da cultura da Caldeia, será destruída tão
completamente como o foram Sodoma e Gomorra, as
cidades sobre as quais Deus mandou fogo do céu.
20Nunca mais será reconstruída e habitada. Novas
gerações se sucederão umas às outras, mas naquela
terra nunca mais viverá ninguém. Nem sequer os
nómadas ali acamparão, nem os pastores deixarão os
rebanhos lá passar a noite.
23. ao mais alto trono. Governarei a partir do monte da
assembleia, lá para as bandas do norte. Subirei aos
mais altos céus e serei semelhante ao Altíssimo.
15Mas em vez disso serás levado para a cova do
inferno, lá bem para as profundezas do abismo.
16-17Todos os que lá te virem, perguntarão
espantados: Então é este quem fazia tremer a terra e as
nações do mundo? É este quem tudo arrasou e fez da
terra um açougue; quem demoliu as grandes cidades,
sem ter a mínima compaixão pelos prisioneiros?
18-20Os reis, os grandes chefes das nações jazem,
cada um deles, no seu pomposo mausoléu; mas quanto
a ti, o teu corpo foi lançado para a sepultura como se
fosse um pau seco que não presta. E ali está, de cova
aberta, coberto com os cadáveres dos que foram mortos
nos combates, tão desprezado como o corpo morto dum
animal atropelado na estrada, pisado pelas rodas.
Ninguém terá a ideia de te levantar qualquer momento,
porque destruíste a tua nação, assassinaste o teu povo.
Nunca o teu filho te sucederá como rei.
21Matem os filhos desse malvado. Não deixem que
venham a levantar-se, a reconquistar a terra e a tornar
a encher o mundo de cidades reconstruídas.
22Eu próprio me levantarei contra ele, diz o Senhor
dos exércitos celestiais, e tirarei aos seus filhos e aos
seus netos toda e qualquer possibilidade de virem a
ocupar o trono.
23Reduzirei Babilónia a uma terra desolada, cheia de
porcos espinhos, de charcos fétidos e de pântanos
insalubres. Varrerei aquela terra com a vassoura da
destruição, diz o Senhor dos exércitos celestiais.
Profecia contra a Assíria
24O Senhor jurou, e estes são os seus propósitos e os
seus planos:
25Decidi destruir os exércitos da Assíria enquanto se
encontram em Israel, na minha terra, e esmagá-los
enquanto ocupam as minhas montanhas. O meu povo
não mais será escravo deles.
26E este é o meu plano a aplicar em toda a terra.
Farei isso pela minha força poderosa que é capaz de
actuar no mundo inteiro.
27O Senhor, o Deus da batalha, foi quem falou -
quem poderá alterar os seus planos? Quando o seu
braço se estende para actuar, haverá alguém capaz de o
impedir?
Profecia contra os filisteus
29. 12Que foi que aconteceu aos teus sábios
conselheiros, ó Faraó? Para onde se foi afinal a
sabedoria deles? Se eles são assim tão sábios, que te
digam o que o Senhor vai fazer ao Egipto.
13Os sábios de Zoã são igualmente loucos, e os de
Menfis estão profundamente errados. Eles podem
constituir a elite da sua sociedade, mas o certo é que
arruinaram o Egipto com os seus conselhos
disparatados.
14O Senhor enviou-lhes um espírito de loucura, de
forma que todas as suas sugestões são erradas; fazem
assim com que o Egipto ande incerto e tropeçando como
um bêbado perdido.
15Não, o Egipto não poderá ser salvo por coisa
nenhuma nem por ninguém - não há quem possa
mostrar-lhe o caminho.
16Nesse dia os egípcios serão tão fracos como
mulheres, tremendo de medo sob a mão estendida de
Deus.
17A terra de Judá será um terror para o Egipto; todo
o que mencionar Judá ficará trémulo de medo; pois que
o Senhor dos exércitos celestiais já estabeleceu os seus
planos contra eles.
18Nesse tempo haverá cinco cidades do Egipto que
tomarão a decisão de seguir o Senhor dos exércitos
celestiais, e começarão até a falar a língua dos hebreus.
Uma delas será chamada a Cidade de Destruição.
19-20E haverá um altar em honra do Senhor no
coração do Egipto nesses dias, e um monumento ao
Senhor na sua fronteira. Isto será um sinal de lealdade
ao Senhor dos exércitos celestiais. E então quando
clamarem ao Senhor, pedindo ajuda contra aqueles que
os oprimem, ele lhes enviará um salvador que os
libertará.
21Nesse dia o Senhor se dará a conhecer aos
egípcios. Com efeito eles ficarão a conhecer o Senhor e
apresentar-lhe-ão sacrifícios e ofertas; farão promessas
a Deus e cumpri-las-ão.
22O Senhor ferirá o Egipto, mas depois curá-lo-á!
Porque os egípcios se voltarão para o Senhor, e ele
ouvirá as suas orações e os sarará.
23Naquele dia o Egipto e a Assíria estarão ligados por
uma larga estrada; as populações de ambos poderão
deslocar-se livremente entre um e o outro país, e
adorarão o mesmo Deus.
24Israel será aliado deles; juntar-se-ão os três e
Israel será para eles uma bênção.
31. 3Até o meu próprio estômago se contrai, o meu
íntimo se angustia; dores agudas me oprimem, como
quando uma mulher está para dar à luz.
4Desfaleço quando me dou conta do que Deus
planeia fazer. Todo este horror quase que me cega. A
minha mente como que cambaleia, o meu coração bate
descompassadamente. Estou cativo dum terrível pavor.
O descanso de noite, que era tão sossegado para mim,
foi-se; fico a tremer sem conseguir dormir.
5Vejam! Estão a preparar um grande banquete!
Enchem as mesas de comida; preparam tudo para se
instalarem à volta das mesas. Mas depressa, depressa,
corram antes a pegar nas armas e preparem-se para a
batalha! Vocês estão a ser atacados!
6Entretanto o Senhor disse-me: Põe um vigia sobre a
muralha da cidade, para que grite aquilo que ele vir.
7Quando vir cavaleiros aos pares montados em
jumentos e em camelos, diz-lhe: Aqui está! É isto
mesmo!
8-9Pus assim o vigia sobre a muralha; e passados
tempos ele gritou: Senhor, tenho estado aqui dia após
dia, noite após noite, no meu posto. Mas agora sim,
estou a ver cavaleiros aproximando-se aos pares! Então
ouvi uma voz gritando: Caiu Babilónia, caiu! Todos os
ídolos de Babilónia estão partidos pelo chão.
10Ó povo meu, batido e espancado, comuniquei-vos
tudo quanto o Senhor dos exércitos celestiais, o Deus de
Israel, disse.
Profecia contra os edomitas
11Esta é a mensagem de Deus para Edom: Alguém do
vosso meio me grita continuamente: Guarda, que se
passa de noite? Guarda, que se passa de noite? Que
tempo falta ainda?
12E o guarda replica: Está já a amanhecer o dia do
vosso julgamento. Voltem-se para Deus, para que possa
dar-vos notícias mais encorajadoras. Procurem-no, e
então venham perguntar-me outra vez.
Profecia contra a Arábia
13Esta é a mensagem de Deus referente à Arábia: Ó
caravanas de Dedam, ainda terão de se esconder nos
desertos da Arábia.
14-15Ó gente de Tema, venham trazer comida e água
a estes cansados fugitivos! Eles estão a fugir das
espadas nuas, das agudas flechas e dos horrores da
guerra!
16-17Mas daqui a um ano, diz o Senhor, a grande
força do inimigo deles, a poderosa tribo de Quedar,
34. Isaías 23
Profecia contra Tiro
1Esta é a mensagem de Deus para Tiro:
2Chorem, ó navios de Tiro que regressam a casa
vindos de terras distantes! Chorem pelo vosso porto,
porque desapareceu! Os rumores preocupantes que vos
tinham chegado aos ouvidos em Chipre eram afinal
certos!
3Pesa por toda a parte um silêncio de morte. A calma
reina no vosso porto, onde antes fervilhava a agitação
dos barcos que vinham de Sidom, trazendo mercadorias
de além dos mares, do Egipto e do Nilo. Vocês eram os
donos do comércio dos mares e do mundo.
4Envergonha-te, Sidom, a fortaleza do mar. Porque
perdeste os teus filhos!
5Quando o Egipto ouvir estas notícias, haverá grande
tristeza.
6Fujam a chorar para Tarsis, gente de Tiro.
7Estas ruínas silenciosas é tudo quanto resta da
vossa terra que pulsava de alegria. Que triste história a
vossa! Pensem só em todos os colonos que mandaram
para terras tão longínquas!
8E afinal quem foi que trouxe tamanho desastre
sobre Tiro, a cidade edificadora de impérios, a sede do
comércio mundial?
9Foi o comandante dos exércitos celestiais quem o
ordenou para destruir o vosso orgulho e se opor à
altivez dos homens.
10Façam-se ao mar, ó barcos de Tarsis, naveguem
porque o vosso porto desapareceu.
11O Senhor estende a sua mão sobre os mares; faz
tremer as nações da terra. Ele falou contra esta grande
cidade comercial, para desfazer a sua força.
12Diz ele: Nunca mais, ó desonrada virgem, filha de
Sidom, te alegrarás e serás forte. Ainda que fujas para
Chipre, nem por isso encontrarás repouso.
13Serão os babilónios e não os assírios quem
entregará Tiro aos animais selvagens. Sitiá-la-ão,
arrasarão os seus palácios, farão dela um montão de
ruínas.
14Uivem, navios que cruzam os oceanos, porque o
vosso porto de origem foi destruído!
15-16Durante setenta anos Tiro será esquecida. E
então, nos dias doutro rei, a cidade voltará de novo à
vida. Tornará a cantar canções sentimentais, tais como
38. Isaías 26
Uma canção de louvor
1Ouçam, como eles cantam! Naquele dia toda a terra
de Judá cantará este cântico:
A nossa cidade é bem forte! Estamos protegidos pelas
muralhas da salvação de Deus!
2Abram os portões para que por eles entre o povo
recto, e que cumpre aquilo que diz.
3Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme
em ti, porque confia em ti!
4Confiem sempre no Senhor Deus, porque no Senhor
Jeová está, para sempre, toda a vossa força.
5-6Ele humilha o altivo e derriba a orgulhosa cidade
até ao pó, que é pisada pelos pobres, calcada pelos sem
defesa.
7Mas para os justos, o caminho não é trabalhoso e
escarpado, porque Deus lhes suaviza a estrada na sua
frente.
8Ó Senhor, desejamos de todo o coração fazer a tua
vontade! O nosso maior desejo é glorificar o teu nome.
9Durante toda a noite te procuro; fervorosamente
busco Deus. Na verdade só quando a tua justiça é
aplicada na Terra é que as gentes deixarão a sua
maldade e farão o que é recto.
10Ainda que te mostres bom para com os maus, isso
não os fará serem mais justos; até na terra de rectidão
eles continuam a praticar a maldade, e não atentam
para a tua grandeza, ó Senhor.
11Não ligam às tuas ameaças, nem lhes interessa
sequer que o teu punho já esteja estendido. Mostra-lhes
como amas o teu povo; talvez que isso os envergonhe!
Sim, os teus adversários arderão com o fogo que lhes
reservas.
12Ó Senhor, dá-nos a paz, porque tudo o que temos
e que somos vem de ti!
13Ó Senhor nosso Deus, uma vez, em tempos,
adorámos na verdade outros deuses; mas agora é só a ti
que adoramos.
14Aqueles que servimos antes morreram, foram-se;
nunca voltarão à vida. Vieste contra eles e os destruíste;
já há muito estão esquecidos.
15Oh, louvem o Senhor! Tornaste esta nação muito
grande. Aumentaste largamente as fronteiras da nossa
terra!
16Senhor, na sua tristeza eles procuraram-te.
Quando o teu castigo estava sobre eles, lançaram-te
uma íntima oração.
41. 5Então por fim o Senhor dos exércitos do céu, ele
próprio se tornará a glória dela, a coroa de beleza do
seu povo, daqueles que escaparam.
6Ele dará aos seus juízes um grande desejo de
justiça e uma grande coragem aos seus soldados, os
quais se batem até à última gota de sangue, fazendo
recuar o combate até às portas da cidade.
7-8No entanto Jerusalém, neste momento, é
governada por bêbedos! Os seus sacerdotes e os seus
profetas cambaleiam, vacilam e tropeçam, cometendo
erros e enganos absolutamente estúpidos. As suas
mesas estão cobertas de vómitos. Por toda a parte há
sujidade.
9-10Mas afinal, Isaías, quem pensa ele que é, diz o
povo, para falar assim, desta maneira? Seremos nós
criancinhas, ainda mal sabendo falar? Anda aqui a
dizer-nos sentenças e mais sentenças, e sempre aos
bocadinhos, uma linha de cada vez, e em palavras
muito simples!
11-12Na verdade por lábios estranhos e por outra
língua falará a este povo, a quem disse: Este é o lugar
de descanso; dêem repouso ao que está cansado. Este é
o lugar do alívio. Mas não quiseram ouvir.
13Então o Senhor tornará a soletrar tudo novamente
para eles, repetindo uma e outra vez aquilo em palavras
muito simples; e mesmo assim, com essa mensagem
simples e tão directa, eles tropeçarão, cairão, serão
apanhados e capturados.
14Portanto, ouçam a palavra do Senhor, governantes
escarnecedores, que dominam este povo que está em
Jerusalém:
15Fizemos um pacto com a morte, uma aliança com
o inferno, dizem vocês, quando o flagelo destruidor
passar, não nos apanhará. Porque fizemos da mentira o
nosso refúgio, e da falsidade um esconderijo.
16Mas o Senhor Deus diz: Olhem bem: vou pôr uma
pedra fundamental de construção em Sião, uma pedra
segura; será uma preciosa pedra de esquina, base de
construção. Aquele que nele crer não ficará
decepcionado.
17Pegarei na linha e no prumo da justiça para
verificar a verticalidade da muralha que estão a
construir. E a saraiva varrerá o refúgio da mentira; a
avalanche inundará o esconderijo da falsidade.
18Anularei o vosso acordo com a morte e com o
mundo dos mortos, de tal forma que quando vier o
flagelo destruidor, serão esmagados.
43. 4A tua voz será como um sopro, como um débil
gemido, porque sairá debaixo da terra onde jazes
enterrada.
5-6No entanto, repentinamente, os teus implacáveis
inimigos voarão para longe, como pó miúdo levado pelo
vento. Num instante, eu, o Senhor dos exércitos, cairei
sobre eles com raios, tremores de terra, tufões e fogo.
7Todas as nações que combatem Israel
desaparecerão como um sonho!
8Tal como uma pessoa morrendo de fome sonha com
comer, mas continua esfomeada, e um indivíduo cheio
de sede sonha com beber, mas permanece enfraquecido
com a sede ao acordar, assim os teus inimigos sonharão
com uma conquista vitoriosa, mas que de maneira
nenhuma alcançarão.
9Vocês estão admirados e incrédulos? Não acreditam
nisso? Pois então, já que o querem, continuem assim
cegos e vão por diante! O vosso entendimento está
obtuso - e não é de vinho, de maneira nenhuma!
Cambaleiam, mas não é por terem bebido!
10É porque o Senhor derramou sobre vocês um
espírito de profundo adormecimento. Fechou os olhos
dos vossos profetas e pregadores;
11-12por isso todos estes acontecimentos futuros são
como um livro fechado para eles. Dá-se esse livro a
alguém que sabe ler, e dirá: Não posso lê-lo, está
fechado e selado. Dá-se a outra pessoa que não sabe
ler, e dirá: Tenho pena, mas nem sequer sei ler.
13Assim, o Senhor diz: Este povo aproxima-se de
mim só com os lábios, mas tem o seu coração afastado
para longe de mim. Honra-me apenas com tradições
humanas, aprendidas de cor.
14Por isso continuarei a fazer uma obra de espanto
com eles: a sabedoria dos seus sábios falhará, a
capacidade dos seus técnicos será um malogro!
15Ai dos que tentam esconder os seus planos de
Deus, que tentam agir às escuras, para que Deus não
veja! Deus não há-de ver-nos, dizem para consigo
mesmos. Ele não sabe o que vamos fazendo!
16Como é possível ser-se tão estúpido! Não será ele,
o oleiro, muito maior do que vocês, os vasos de barro
que ele faz? Serão vocês capazes de dizer: Não foi ele
quem nos fez? Uma máquina dirá do seu inventor: Não
percebe de nada?
17Em breve o deserto do Líbano se tornará de novo
num campo fér til, numa viçosa e abundante floresta.
45. atravessando aquela zona árida e perigosa, onde vivem
leões e rápidas serpentes venenosas.
7E afinal, o Egipto nada lhes dará em troca! Pois que
as promessas do Egipto são sem valor nenhum! Animal
inútil é como eu lhe chamo!
8Então, vai e escreve estas minhas palavras com
respeito ao Egipto, para que fiquem escritas para
sempre, até ao fim dos tempos, como um acto de
acusação contra a descrença de Israel.
9Porque além de rebeldes, são teimosos. Não querem
ouvir a lei do Senhor.
10Dizem aos meus profetas: Cala-te já! Não
queremos mais dos teus discursos! Ou então: Não
queremos cá dessas coisas da verdade, assuntos
desagradáveis. Queremos ouvir coisas mais suaves,
mais aprazíveis, mesmo que não sejam bem a verdade,
mesmo que sejam mentiras.
11Põe já de parte toda essa negrura que andas para
aí a lançar. Estamos fartos de ouvir falar do teu Santo
de Israel e de tudo o que ele diz!
12Mas aqui está a resposta do Santo de Israel: Visto
que desprezam o que vos digo e acreditam mais em
enganos e mentiras, e que não querem arrepender-se,
então cairão calamidades repentinamente sobre vocês.
13Será como um muro velho cheio de fendas e meio a
cair já. Dum momento para o outro desmorona-se e
desfaz-se por terra.
14Deus vos desfará como um vaso rachado, sem
misericórdia! Não ficará um só bocado aproveitável, que
sirva sequer para apanhar brasas no fogo ou para trazer
um pouco de água do poço.
15É por isso que o Senhor Deus, o santo de Israel
diz: Só voltando para mim e confiando em mim serão
salvos. No descanso e na confiança está a vossa força.
Mas vocês não quiseram nada disso.
16Não, dizem. Obteremos a ajuda do Egipto, que nos
há-de dar rápidos cavalos para podermos correr para a
batalha. Se querem rapidez hão-de vê-la sim, mas será
a dos vossos inimigos perseguindo-vos!
17Um só deles chegará a perseguir mil fugitivos!
Cinco deles, apenas, conseguirão dispersar-vos de tal
forma que nem mesmo dois de vocês poderão fugir
juntos. Serão como árvores solitárias lá no cimo
distante duma montanha.
18Mas mesmo assim o Senhor espera que venham
para ele, para que possa mostrar-vos o seu amor. Ele
quer conquistar-vos para poder abençoar-vos, tal como
46. já disse. E o Senhor é fiel às suas promessas. Felizes
serão todos aqueles que esperam pela ajuda dele.
19-20Ó meu povo de Jerusalém, vocês não hão-de
chorar mais, porque Deus seguramente terá compaixão
de vocês perante os vosso rogos. Ele vai responder-vos.
Mesmo tendo-vos dado o pão da adversidade e a água
da aflição, ele será convosco para vos ensinar: os vossos
mestres não se esconderá mais; vê-los-ão com os vossos
próprios olhos.
21E se vierem a desviar-se do caminho de Deus e a
seguir noutras direcções, ouvirão então uma voz atrás
de vocês dizendo: Não! O caminho é este - vão antes por
aqui; e nunca mais se desviem nem para um lado nem
para o outro.
22E hão-de destruir todos os vossos ídolos de prata,
as vossas imagens de ouro, deitando-as fora como
coisas imundas, que até vos meterá nojo tocar-lhes.
Fora com isto daqui!, dirão vocês.
23Nessa altura Deus vos abençoará com chuva na
altura em que dela necessitarem, com maravilhosas
colheitas e com ricas pastagens para o vosso gado.
24Os bois e os jumentinhos que ajudam a lavrar a
terra comerão grão puro, já todo limpo da palha pelo
vento.
25Nesse dia, em que Deus intervier para destruir os
vossos inimigos, dar-vos-á correntes de água que
jorrarão de cada montanha, de cada colina.
26A Lua será tão luminosa como o Sol, e a luz deste,
tão intensa como o brilho de sete dias juntos! Será pois
assim, quando o Senhor começar a curar o seu povo e a
sarar as chagas com que o feriu.
27-28Reparem, o Senhor vem de longe, ardendo em
ira, rodeado duma espessa nuvem de fumo. Seus lábios
estão cheios de indignação; as suas palavras são um
fogo consumidor, a sua ira jorra como uma torrente
sobre eles, para os varrer para bem longe. Ele peneirará
as nações orgulhosas; pôr-lhes-á um freio que as fará
extraviarem-se.
29Contudo o povo de Deus cantará cânticos de santa
alegria, como nas reuniões de culto ou quando se
realizam celebrações solenes de adoração. O seu povo
terá alegria no coração, como quando o flautista conduz
uma peregrinação de Jerusalém até à montanha do
Senhor, a rocha de Israel.
30E o Senhor fará ouvir a sua voz majestosa e
gloriosa, e deixará cair o seu poderoso braço sobre os
seus inimigos, com forte indignação, com chamas
devoradoras, com ciclones, fortes tempestades e
tremendas saraivadas.