1. O documento discute conceitos fundamentais de religião como medo da morte, busca de respostas, natureza paradoxal do ser humano.
2. Apresenta diferentes formas de conhecimento incluindo o mítico e religioso para entender o mundo.
3. Aborda tipologias de divindades em religiões como animismo, panteísmo, politeísmo e monoteísmo e suas relações com o homem.
2. RELIGIÃO
1. Termo epistemologicamente deriva do latim “Relegere”,
segundo Cícero, “reler”.
2. Segundo Santo Agostinho, significa inicialmente reeleger
(eleger – escolher) e depois “religar” unir, resgatando a
aliança entre o homem (imanente) e o transcendente.
3. Medo da morte, incompreensão, ausência de respostas.
4. Incapacidade do homem de compreender totalmente a si
mesmo e o universo.
5. Humano como ser paradoxal, o sujeito é ao mesmo tempo
outro e ele mesmo (sagrado x profano).
6. Ser está ao mesmo tempo presente e ausente (Ser x devir)
7. “Esse “eu” que está em mim é mais eu que eu mesmo”.
3.
4. BUSCA DO CONHECIMENTO
1. Problema ser/devir = estimula a
busca de uma ligação fora dos
limites do corpo.
2. Não nos identificamos
completamente com nosso corpo,
parece que transgredimos a ele.
3. Além do conhecimento científico,
racional, empírico, há o
conhecimento mítico, o religioso e
o intuitivo.
4. Compreendemos que cada coisa é
mais que a somatória de suas
partes.
5. CONHECEMOS O MUNDO
ATRAVÉS DA:
1. A dimensão concreta (física,
material) desenvolvida pelo
pensamento racional,
objetivo, científico,
pragmático, empirista.
2. E a dimensão simbólica
(intuitiva, sensitiva, mítica)
desenvolvida pelos mitos,
ordens simbólicas,
metafóricas, sentimentais,
sensitivas e emotivas.
6. Mito
1. O mito religioso tem um significado profundo =
responder o que não possui resposta,
possibilitar clareza e segurança em situações de
extremo estresse.
2. O mito procura explicar metaforicamente ou
através de símbolos algo ao longo dos tempos,
evitando que seja esquecido.
3. É uma resposta em forma de metáfora e
metonímia para questões fundamentais que não
possuem respostas: a morte, o sentido da vida,
o motivo do sofrimento, o princípio e o fim...
4. O mito usa um sistema de símbolos ( como um
criptograma) para transmitir mensagens pré-
lógicas.
5. Possibilita a segurança, o aconchego e a
calma...
9. Crença
• Uma afirmação
• Defender uma
ideia
• Exterioriza para
os outros
• Convencer
• Converter
• Doutrina –
dogma
• Base da
RELIGIÃO
Fé
• Sentimento silente
• Não pode ser
traduzido em
palavras
• Estado alterado de
consciência
• Gera paz,
segurança
• Sentimento
subjetivo
• Íntimo
• Base da
RELIGIOSIDADE
10. Questões:
Posso cultivar a religiosidade
sem ter religião?
Posso ter uma religião sem
cultivar a religiosidade?
Posso cultivar a religiosidade e
ter uma religião?
13. ATEISMO
• Ausência de crenças na
existência de divindades
• Céticos em acreditar em
informações com falta de
evidência empírica.
• Ateísmo irreligioso:
Modo de vida ocidental
e moderno (séc. XVIII)
• Ceticismo científico:
Racionalismo,
materialismo,
evolucionismo, niilismo
AGNOSTICISMO
• Postura filosófica que
entende que a verdade
total e absoluta está fora
do alcance da razão
humana
• A – não
• Gnosto – conhecimento
• Não conseguimos provar
por vias racionais
nenhuma das proposições:
“Deus existe” / “ Deus Não
existe”.
• Ética – não devemos
pretender saber o que não
conseguimos saber.
• Diferenciar o campo do
saber (episteme) do
campo da crença (doxa).
14. AGNOSTICISMO
Palavra cunhada por Thomas Henry Huxley,
defensor de Darwin, 1825 – 1895.
A noção de agnosticismo surge com Protágoras
(séc. V a. C.)
“ O homem é a medida de todas as coisas, das
coisas que são, enquanto são, das coisas que não
são, enquanto não são...”
Se contrapõe a noção de Sócrates de que a verdade
existe e deve ser buscada pelo homem.
Protágoras a verdade está fora do nosso alcance,
somos muito poucos para alcança-la.
15.
16.
17. ATEÍSMO RELIGIOSO OU
RELIGIÕES DE BASE ATEÍSTA:
Religiões ateias são as que não estimulam a
crença ou não falam de divindades.
BUDISMO e JAINISMO não defendem a crença
em deuses.
Alguns textos hindus, tal como o RIG VEDA
(principalmente o mito de criação), não reporta-
se a uma origem divina (!).
UPANISHADES estimula o auto exame, auto
reflexão e não a dependência em divindades.
Deuses como símbolos, metáforas, da alma, do
corpo...
24. RELIGIÕES TRIBAIS: deve-se atender aos desejos da natureza.
Honrar os animais (os ancestrais, TÓTEN).
ANTIGUIDADE GREGA: é arrogância dos homens quererem se
aproximar dos deuses.
TAOISMO: busca do equilíbrio e da harmonia com as forças
da natureza (YING / YANG).
HINDUÍSMO: buscar a fusão com a energia suprema e
superação do Samsara (BRAHMAN - ATMAN).
JUDAÍSMO: o homem deve se submeter às leis de deus pai e
obedecer seus desígnios.
ISLAMISMO: o homem deve cumprir as obrigações para com
deus e para com Maomé (Corão).
RELAÇÕES DO HOMEM
COM O DIVINO
25. ANIMISMO
Ordem comum nas religiões de sociedades simples =
sociedades de bandos e de tribos.
Vínculo estreito com a natureza
Animus = alma/ essência espiritual = agem
intencionalmente
Existe em diversas sociedades atuais polinésia, Oceania,
sociedades indígenas americanas e tribais africanas...
Energia dos ancestrais (Totem)
Energia telúrica, cósmica, magnética = direcionar a
energia vital para a cura/ mudança...
Tempo cíclico – sociedades ágrafas – oro borós lemiska
29. Leminiskata – sol
Eterno retorno – ciclos
da natureza.
Não há linearidade
vetorial.
Não é uma sociedade
escatológica
30.
31. PANTEÍSMO
Pan = tudo / Theos = divindade
As força divina faz-se presente em todo o universo e
premeia todas as coisas que nele existe.
A divindade não é personaficada
A experiência da divindade é impessoal = alma do
universo
Não há separação entre o sagrado/profano. Tudo é
sagrado
Deus = universo (realidades conexas, integradas)
Não há deus pessoal, antropomórfico sem separado
em um espaço sagrado.
O universo está contido em Deus, mas deus é maior
que o Universo
33. POLITEÍSMO
Inicialmente zoomórfico (Egito)
Passou do zoomorfisimo para o antropomorfismo
conforme avança a agricultura.
Sociedades agrícolas
Vários deuses, cada um com uma função e esfera de
atuação diferente.
O mundo dos deuses é organizado de acordo com o
mundo dos homens em famílias e estados de poder
Assim como os homens, os deuses possuem defeitos de
caráter, vícios, paixões...
As divindades indo-europeias se estruturam em 3 classes:
34. Rei (Zeus, Júpter, Odim) deus
supremo do céu, do clima das
forças da natureza
Aristocracia = filhos, esposa, irmãos
(Hera, Afrodite, Athenas, Ares,
Hades...)
Profissões
Deus do comércio (Hermes)
Deus do artesanato (Efestos)
Deusa da agricultura (Deméter)
Deusa da caça (Artemis)
35. OS DEUSES SÃO
VENERADOS DE
ACORDO COM A
POSIÇÃO DO FIEL
NA ESCALA
SOCIAL
HOJE AINDA É
ASSIM, EM
RELAÇÃO AOS
SANTOS
36. Deuses do céu
faziam par com
divindades
femininas
• Sociedades matriarcais
e/ou matrilineares
• Sociedades agricultura
incipiente
Sociedades
agrícolas
Matrilineares
O filho advém da
mãe
• O pai era apenas um
estimulador, jardineiro.
• Céu/Pai + Terra/Mãe
38. MONOTEÍSMO
Surge na sociedade pastoril
Convívio próximo do homem com o animal
(ovelha, cabra, carneiro...) entende-se o papel
do homem na procriação.
Na religião ocorre o desaparecimento da figura
da mãe/terra e surge um deus sem par que cria
a partir dele mesmo.
Sociedades aguerrida, papel importante do
homem no combate.
Surge o patriarcado e a família patrilinear
(desparece o matriarcado e a mulher ganha
novo status social)
39. Patriarcado
Sociedade supera o modelo agrário (perde a terra é
obrigado a migrar)
O filho é do pai
O sagrado passa a ser unicamente masculino
O profano passa a ser o feminino
O corpo da mulher passa a ser domínio do homem
(primeiro do pai e depois do marido)
Corpo da mulher é onde mora o pecado, o desejo =
precisa ser controlado... Purificado pelo sacramento
do casamento,,,
40.
41. CORPO DA MULHER -
VIRGINDADE
Corpo feminino é entendido coo um “forno” ou “panela”
que fecunda a semente que vem do homem.
Exige controle maior sobre o corpo da mulher e sobre o
seu desejo
Todos passam a vigiar as mulheres da sociedade
Única certeza para saber que o filho é do marido é
casando com uma mulher virgem
Primeiro responsável por manter o corpo da filha intacto é
o Pai, depois esse entrega a filha para o marido.
O primeiro filho, primogênito é o filho dileto.
A linhagem passa a ser do pai, não mais da mãe.
45. MITO NÓRDICO
Deuses conseguem matar o gigante Ymir, de seu
corpo o mundo é formado.
Os dentes = rochas
Carne = terra
Sangue = rio
Primeiro homem ASK + primeira mulher EMBLA
= advém de duas toras de madeira encontradas
na praia,
IGDRAZIL árvore da vida = galhos forma o
cosmos, tronco forma a terra, raízes as
profundezas.
47. MITO GREGO
Início era o caos e a escuridão
O poder divino separa a luz das trevas e a
água da terra
Do caos surge o cosmo
Gaia terra
Urano céu
Titãs derrotados (titanomaquia) = inicia era
olimpiana
Deuses moram no monte Olimpo = Zeus deus
do céu, Poseidon do mar e Hades das
profundesas.
Reia + Cronos = Zeus
e seus irmãos
48.
49. Mito egípcio e indiano
Ovo celestial
O mundo surge de
um ovo que rompe-
se formando o céu
e a terra
Braman - atman
Brana – Vishnu –
Shiva (Trimurti)
51. Mito Judeu
Criação do nada
Deus onipotente
e tudo cria por
meio da palavra
(sopro)
Deus disse: haja
luz e a luz se fez.
52. CONCEITO DE HOMEM
1. Dualismo: criador x criatura
2. Homem é criação da divindade
3. Contem em si o divino
4. Sopro divino em barro da terra (madeira,
água)
5. Terra é corpo
6. Alma é sopro de deus (céu)
7. Morte = etapa da existência, ponte no
caminho da vida
8. O que continua é a alma, o corpo volta
para a terra.
53. REFERÊNCIAS
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ARMSTRONG, K. Uma história de Deus: Quatro milênios de busca do judaísmo,
cristianismo e islamismo. São Paulo: Companhia das Letras 1994.
BERGER, P
. L. O Dossel Sagrado: Elementos para uma Teoria Sociológica da Religião. São
Paulo: Paulus, 1985.
CAMPBELL, Joseph. As Máscaras de Deus: Mitologia Criativa, p.1 a 155. Ed. Palas Athena,
São Paulo, 2010.
ELIADE, M. Tratado de História das Religiões. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
ELIADE, Mircea, História das crenças e das ideias religiosas. Rio de Janeiro: Zahar
Editores, 1978- 1984, Tornos I a III.
FUNARI, Pedro Paulo (Org.) As religiões que o mundo esqueceu. Como egípcios,
gregos, celtas, astecas e outros povos cultuavam seus deuses. São Paulo: Contexto,
2013.
GRESCHAT, Hans-Jürgen. O que é Ciência da Religião. São Paulo: Paulinas, 2006.
HELLERN, Victor; NOTAKER, H; GAARDER, J. O livro das religiões. São Paulo: Cia das
Letras, 2002.
KÜNG. H. Religiões do mundo. Campinas: Verus, 2004.
LAMBERT, Yves. O nascimento das religiões: da pré-história às religiões universalistas.
São Paulo: Loyola, 2011;
PROTHERO, S. As grandes religiões do mundo. Rio de Janeiro: Campus 2010.
SAMUEL, A. As religiões hoje. São Paulo: Paulus, 1997.