Este documento fornece um resumo sobre o Espiritismo no Brasil em três pontos:
1) O Espiritismo fundamenta-se na imortalidade da alma, reencarnação e comunicação entre espíritos vivos e mortos.
2) Existem várias divisões do Espiritismo no Brasil, incluindo o Kardecismo, Umbanda e Candomblé.
3) O Espiritismo se expandiu no Brasil devido à saudade dos mortos, fachada cristã e promessas de cura.
6. O espiritismo, de um modo geral, fundamenta-se
nos seguintes pontos:
o homem é um espírito temporariamente ligado a
um corpo;
a alma é o espírito enquanto se encontra ligado ao
corpo;
o espírito, compreendido como individualidade
inteligente da Criação, é imortal;
a reencarnação é o processo natural de
aperfeiçoamento dos espíritos;
7. os espíritos encarnados ("vivos") e os espíritos
desencarnados ("mortos") podem se comunicar
entre si através da mediunidade;
Pluralidade dos Mundos Habitados, a Terra não
é o único planeta com vida inteligente.
Lei de Causa-Efeito, ligada à reencarnação, esta
lei define que recebemos na medida do que
demos (bom e mau) em existências passadas ou
nesta existência.
8. História
A Doutrina Espírita é uma corrente de
pensamento - nascida em meados do
século XIX - que se estruturou a partir de
diálogos estabelecidos entre o pedagogo
francês Hippolyte Léon Denizard Rivail e o
que ele e muitos pesquisadores da época
concluíram tratarem-se de espíritos de
pessoas falecidas (desencarnados), a
manifestar-se através de diversos médiuns
.
9. Allan Kardec
(1804-1869), o codificador da Doutrina
Espírita.
12. O Livro dos Espíritos (Le Livre des Esprits) é o
primeiro livro sobre a doutrina espírita publicado
pelo educador francês Denizard Rivail, em
18 de abril de 1857, sob o pseudônimo
Allan Kardec. É uma obra básica do espiritismo,
e foi lançado por Kardec após seus estudos
sobre os fenômenos, segundo muitos
pesquisadores da época, de origem mediúnica,
que se difundiram por toda a Europa durante o
século XIX.
13. Apresenta-se na forma de perguntas,
dirigidas ao que Kardec defendia serem
espíritos, e respostas, totalizando 1.019
tópicos. Foi o primeiro de uma série de
cinco livros editados pelo pedagodo sobre
o mesmo tema.
A 1 de maio de 1864 a Igreja Romana
coloca a obra no Index - o catálogo das
obras cuja leitura é vedada aos seus fiéis
14. 1. Que é Deus?
“Deus é a inteligência suprema, causa
primária de todas as coisas.”1 (Vide Nota
Especial nº 1, da Editora (FEB), à pág.
604.)
2. Que se deve entender por infinito?
“O que não tem começo nem fim: o
desconhecido; tudo o que é desconhecido
é infinito.”
15. 50. A espécie humana começou por um
único homem?
“Não; aquele a quem chamais Adão não foi
o primeiro, nem o único a povoar a Terra.”
16. 55. São habitados todos os globos que se movem no
espaço?
“Sim e o homem terreno está longe de ser, como supõe,
o primeiro em inteligência, em bondade e em perfeição.
Entretanto, há homens que se têm por espíritos muito
fortes e que imaginam pertencer a este pequenino globo o
privilégio de conter seres racionais. Orgulho e vaidade!
Julgam que só para eles criou Deus o Universo.”
17. O "Kardec Brasileiro"
Expoente do Espiritismo no Brasil, Adolfo
Bezerra de Menezes Cavalcanti
nasceu em Riacho do Sangue (atual
Solonópole), Ceará, Brasil, em
29 de agosto de 1831, e morreu a
11 de abril de 1900, no Rio de Janeiro
18. As Várias Divisões Do Espiritismo
No Brasil
A) Espiritismo Comum: Caracteriza-se pela utilização de
práticas “sociais”, sem os elementos comuns às sessões
mediunicas ou de terreiros. Algumas das sua divisões
são:
1 - Astrologia: “arte ou ciência” de predizer o futuro
humano pôr meio dos astros. Sua maior criação é o
popularissimo horóscopo.
2 - Cartomancia: adivinhação pelas cartas de jogar.
3 - Quiromancia: adivinhação pelo estudo das linhas da
mão
4 - Quiromancia: adivinhação por intermédio da água.
19. B) Baixo Espiritismo: Teve suas origens
nas crenças trazidas da África pelos
escravos associados às crenças indígenas,
católicas-romanas e kardecistas.
Caracteriza-se pelos rituais compostos de
músicas e danças, uso de amuletos e
bebidas além de sacrifícios de animais.
Segue algumas divisões:
20. 1 - Vodu: culto praticado na Antilhas, ilhas do Pacífico,
principalmente no Haiti.
2 - Candomblé: Este culto de origem africana tem como
suas principais divindades, Oxum, Iemanjá e Ogum.
3 - Quimbanda: Conhecida também como magia negra.
Nada mais é do que uma variante da umbanda. É a linha
que mais trabalhas com os exus. A quimbanda pode ser
entendida como o inverso da umbanda.
4 - Umbanda: É tradicionalmente brasileira, pois não é
totalmente africana, nem européia, sendo um produto
sincrético.
5 - Catimbó: Ele corresponde à pajelança amazônica
mas é diferente dos candomblés da Bahia e da umbanda
do Rio de Janeiro.
6 - Cultura Racional: Nasceu dentro de um centro de
Umbanda no Rio de Janeiro tentando dar um lado
cientifico para a umbanda.
21. C) Espiritismo Cientifico: Também
chamado de “Espiritualismo” , divide-se
em vários ramos, apresentando-se como
“sociedade” ou “entidades” beneficente,
cientificas, filosóficas, que apelam ora
para o intelectual ora para o espiritual.
Entre outras destacamos as seguintes:
22. 1 - L.B.V: Legião da Boa Vontade, voltada para
assistência social, mantém atualmente creches,
asilos, orfanatos, escolas, programas de TV e
rádio.
2 - Rosa-Cruz: Sociedade secreta semelhante a
maçonaria.
3 - Maçonaria: Sociedade secreta baseada na
cabala, astrologia, numerologia etc.
4 - Teosofia: Conjunto de doutrinas religioso-
filosóficas, cujo lema principal é a união do
homem com a divindade.
5 - Movimento Cristão Gnóstico Universal:
Movimento baseado no conhecimento espiritual
e filosófico que procura elevar o homem a
divindade.
23. 6 - Esoterismo: Doutrina ou atitude de espírito
que frisa que o ensinamento da verdade deve
reservar-se aos iniciados, escolhidos por sua
inteligência e valor moral..
7 - Pró-Vida: Movimento responsável pela maior
divulgação das idéias da Nova Era no Brasil.
8 - Eubiose: Movimento baseado no
conhecimento filosófico-religioso que também
procura elevar o homem a sua divindade.
24. D) Espiritismo Kardecista: Esta baseado
nas revelações de Alan Kardec. É a classe
de espiritismo que mais cresce no nosso
país. Também conhecido como “Alto
Espiritismo”. Movimento baseado nas
doutrinas principais que são:
reencarnação, comunicação com os
mortos e salvação pelas boas obras. O
Kardecismo também está dividido em
várias tendências:
25. 1 - Tendência ortodoxa: É o Kardecismo mais
puro, exclusivo que não permite ulterior
desenvolvimento, nem tolera a presença de
outro espiritismo.
2 - Tendência Rusteinista: João Batista
Roustaing discípulo de Alan Kardec que recebeu
uma mensagem assinada pôr “Mateus, Marcos,
Lucas e João, assistidos pelos”, na qual os
quatro evangelistas se prontificavam a dar a
“Revelação da Revelação”, que deu origem a sua
famosa obra “Os Quatro Evangelhos””.
26. 3 - Tendência Ubaldista: Pietro Ubaldi desde
muito cedo começou a ouvir uma voz. Esta
misteriosa “voz” lhe ditou os seguintes livros: “A
Grande Síntese”, “As Noúres”, “Ascese Mística”,
“História de um Homem”, “A Nova Civilização do
Terceiro Milênio”, “Deus e o Universo” etc.
4 - Racionalismo Cristão: A reação mais violenta
dentro do Espiritismo Kardecista surgiu em 1910
com o Sr. Luiz de Mattos que deu um lado
cientifico e racional das comunicações com o
“mundo astral”.
27. Por que O Espiritismo Se Expande
Tanto No Brasil
a) “Você é um médium: precisa
desenvolver sua mediunidade”.
b) A Saudade dos parentes falecidos.
c) Fachada cristã.
d) Religião mais cômoda.
f) As promessas de cura.
g) Curiosidade.
h) Propaganda espírita.
28. EXISTEM 20 MILHOES DE
ESPIRÍTAS NO BRASIL,
FORA OS QUE TÊM O
ESPIRITISMO COMO 2a.
RELIGIÀO.
34. O espiritismo fala em
“evangelizar”, em “consciência
cristã”, em “espiritismo cristão”.
Para sabermos se o espiritismo é
ou não cristão, nada melhor do
que fazermos o confronto de suas
doutrinas com as do cristianismo.
35. A Divindade de Jesus
O que ensina o cristianismo:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com
Deus, e o Verbo era Deus. O Verbo se fez carne, e
habitou entre nós”
(Jo 1.1,14).
“Quem me vê a mim, vê o Pai” (Jo 14.9; cf. Jo
8.19).
“Eu e o Pai somos um. Sendo homem, te fazes
Deus a ti mesmo” (Jo 10.30-33).
36. A Divindade de Jesus
“Em verdade, em verdade eu vos digo:
Antes que Abraão existisse, Eu Sou” (Jo
8.58).
“E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu
és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt
16.16; cf Mt 14.33; Lc 1.35; Jo 1.49).
37. A Divindade de Jesus
O título `O Filho de Deus´, não recusado
por Jesus, designa uma relação eterna
entre o Filho e o Pai na Deidade. O Verbo,
isto é, o Filho, estava com Deus no
princípio e era Deus. “Ele é considerado
`Filho´, não porque em certo tempo
começou a derivar ser do Pai (em tal caso,
Ele não poderia ser coeterno com o Pai),
mas porque Ele é e sempre foi a
expressão do que o Pai é (cf. Jo 14.9).
38. As palavras em Hebreus 1.3: `O qual
[Jesus], sendo o resplendor da sua glória
[de Deus], e a expressa imagem da sua
pessoa [de Deus], são definições do que
significa Filho de Deus” (Notes on
Galatians, de Hogg e Vine, pp.99,100,
citado pelo Dicionário VINE).
39. O que ensina o espiritismo:
“Esta passagem dos Evangelhos [Jo 1.1,14] é a
única que, à primeira vista, parece encerrar
implicitamente uma idéia de identificação entre
Deus e a pessoa de Jesus. Não exprimem senão
uma opinião pessoal [de João]. Jesus pode,
pois, estar encarregado de transmitir a palavra
de Deus sem ser Deus” (Obras Póstumas, Alan
Kardec, 1993, 1a edição, p. 145 e 146).
40. A Ressurreição de Jesus
O que ensina o cristianismo:
“Mas, depois de eu ressuscitar, irei adiante
de vós para a Galiléia” (Mt 26.32; Mc
14.28 = Jesus).
“E o entregarão [o Filho do homem] aos
gentios para que dele escarneçam, e o
açoitem, e crucifiquem, e ao terceiro dia
ressuscitará” (Mt 20.19 = Jesus).
41. “Derribai este templo, e em três dias o
levantarei” (Jo 2.19 = Jesus).
“Quando, pois, ressuscitou dos mortos, os
seus discípulos lembraram-se de que lhes
dissera isso” (Jo 2.22
42. A Ressurreição de Jesus
“Desde então, começou Jesus a mostrar aos
seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e
padecer muito dos anciãos, e dos principais dos
sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e
ressuscitar ao terceiro dia” (Mt 16.21).
“Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como
tinha dito. Vinde e vede o lugar onde o Senhor
jazia. Ide, pois, imediatamente, e dizei aos seus
discípulos que já ressuscitou dos mortos” (Mt
28.6-7).
43. “Porque foi para isto que morreu Cristo, e
ressurgiu, e tornou a viver, para ser
Senhor, tanto dos mortos, como dos
vivos” (Rm 14.9).
44. A Ressurreição de Jesus
Vejam o que o Apóstolo diz: “E que foi
sepultado, e que ressuscitou ao terceiro
dia, segundo as Escrituras” (1 Co 15.4);
“Depois foi visto, uma vez, por mais de
quinhentos irmãos...por Tiago, por todos
os apóstolos, por mim” (vv.6,7,8). Em tom
de repreensão, prossegue: “Ora, se se
prega que Cristo ressuscitou dentre os
mortos, como dizem alguns dentre vós
que não há ressurreição de mortos? ...
45. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a
nossa pregação, e também vã a nossa
fé...mas de fato Cristo ressuscitou entre
os mortos e foi feito primícias dos que
dormem” (vv.12-20). O significado de
ressuscitar: “Fazer voltar à vida. Tornar a
viver, após ter morrido” (Mini Dicionário
Aurélio).
46. O que ensina o espiritismo:
“A reencarnação fazia parte dos dogmas dos
judeus, sob o nome de ressurreição....
Designavam pelo termo ressurreição o que o
Espiritismo, mais judiciosamente, chama de
reencarnação. A ressurreição dá idéia de voltar à
vida o corpo que já está morto, o que a Ciência
demonstra ser materialmente impossível,
sobretudo quando os elementos desse corpo já
se acham desde muito tempo dispersos e
absorvidos” (O Evangelho Segundo o Espiritismo
(E.S.E.), Allan Kardec, cap. IV, item 4).
47. As Aparições de Jesus
O que ensina o cristianismo:
“E eles, espantados e atemorizados, pensavam
que viam algum espírito. E Jesus lhes disse: Por
que estais perturbados e por que sobem tais
pensamentos aos vossos corações? Vede as
minhas mãos e os meus pés, que sou eu
mesmo. Apalpai-me e vede, pois um espírito não
tem carne nem ossos, como vedes que eu
tenho. Tendes aqui alguma coisa que comer?
48. Então eles apresentaram-lhe parte de um
peixe assado, e um favo de mel. O que Ele
tomou, e comeu diante deles” (Lc
24.37-43). “Jesus disse a Tomé: Põe aqui
o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega
a tua mão, e põe-na no meu lado; e não
sejas incrédulo, mas crente” (Jo 20.27).
49. O que ensina o espiritismo:
“As aparições de Jesus depois de sua morte são
narradas por todos os evangelistas com detalhes
circunstanciados que não permitem duvidar da
realidade do fato. Aliás, elas se explicam
perfeitamente pelas leis fluídicas e pelas
propriedades do perispírito, e nada apresentam
de anômalo... Reconhece-se nelas [nas aparições]
todos os caracteres de um ser fluídico. Aparece
inopinadamente e desaparece da mesma forma; é
visto por uns e por outros sob aparência, que não
o fazem reconhecido, nem mesmo por seus
discípulos.
50. Sua linguagem não tem a vivacidade de
um ser corporal; tem o tom breve e
sentencioso... Jesus mostrou-se, pois, com
seu corpo perispiritual, o que explica não
ter sido visto por aqueles a quem desejava
mostrar-se; se estivesse em seu corpo
carnal, teria sido visto por todos, como
quando era vivo” (A Gênese, Allan Kardec,
14a edição, 1985, cap XV-61, p. 300/301).
51. “Depois de sua ressurreição, quando ele
quis deixar a Terra, não morre; seu corpo
se eleva, se desvanece e desaparece sem
deixar nenhum sinal, prova evidente de
que esse corpo era de outra natureza que
não aquele que pereceu sobre a cruz; de
onde será forçoso concluir que se Jesus
pôde morrer, é que tinha corpo carnal”
(Ibidem, p. 303-304).
53. Não ficou bem clara a posição de Allan
Kardec a respeito do corpo carnal de
Jesus. Se o corpo ressurreto “era de outra
natureza”, isto é, diferente do que foi
crucificado, é forçoso perguntarmos onde
foi parar o corpo carnal. Ora, o próprio
autor da tese espírita declara que Jesus
“tinha corpo carnal”. Eis suas explicações:
54. “O desaparecimento do corpo de Jesus após sua
morte foi objeto de numerosos comentários... Uns
viram neste desaparecimento um fato milagroso;
outros supuseram uma remoção clandestina.
Segundo outra opinião, Jesus não teria jamais
revestido um corpo carnal, mas somente um
corpo fluídico...e dizem que assim se explica que
seu corpo, retornado ao estado fluídico, pôde
desaparecer do sepulcro, e foi com este mesmo
corpo que ele se teria mostrado depois de sua
morte. Sem dúvida, um fato destes não é
radicalmente impossível...A questão é, pois, de
saber se tal hipótese é admissível, se ela é
confirmada ou contraditada pelos fatos” (Ibidem,
cap XV-64, p.302-303).
55. O espiritismo afirma que Jesus
não foi reconhecido e não foi visto
em suas aparições por tratar-se de
um “ser fluídico”. O que diz o
cristianismo:
56. “Abriram-se-lhes os olhos [de dois discípulos a
caminho de Emaús], e o conheceram...” (Lc
24.31). Jesus, aos onze discípulos: “Vede as
minhas mãos e os meus pés, que sou eu
mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não
tem carne nem ossos, como vedes que eu
tenho” (Lc 24.39). Jesus não se declara como
um “ser fluídico”, um perispírito ou um
fantasma. Jesus foi reconhecido por Maria
Madalena (Jo 20.16); reconhecido por Tomé:
“Porque me viste, Tomé, creste” (Jo 20.27-29);
57. reconhecido por alguns discípulos junto ao
mar de Tiberíades: “E nenhum dos
discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és
tu? sabendo que era o Senhor” (Jo 21.12);
e “foi visto, uma vez, por mais de
quinhentos irmãos...” (1 Co 15.6).
58. O espiritismo diz que Jesus mostrou-se
com o seu “corpo perispiritual”. O próprio
Jesus responde: “Espírito [ou perispírito]
não tem carne nem ossos, como vedes
que eu tenho” (Lc 24.39).
59. O Corpo de Jesus
O que teria acontecido com o corpo carnal
de Jesus? O espiritismo afirma que ele
tinha um corpo carnal e um corpo fluídico,
como todos os homens têm. Entendo que
isto seja traduzido como corpo e espírito. O
espírito, na Sua morte, foi entregue ao Pai
(Lc 23.46). O Seu corpo foi guardado no
sepulcro (Lc 23.53).
60. O espiritismo não firma uma posição sobre o
assunto. Apenas informa que o
“desaparecimento do corpo de Jesus após sua
morte foi objeto de numerosos comentários”;
que os evangelistas declaram que o corpo não
foi encontrado no sepulcro; que uns viram nisso
um fato milagroso; outros supuseram uma
remoção clandestina (A Gênese, cap. XV-64, p.
302).
61. O cristianismo afirma que o corpo de
Jesus foi muito bem guardado por
soldados fortemente armados, e a entrada
do sepulcro foi fechada com uma pedra
que recebeu o selo imperial romano (Mt
27.64-66). Por se tratar de algo
completamente fora de cogitação, não
prosperou a mentira dos judeus sobre o
furto do corpo (Mt 28.11-15). A resposta
para o “desaparecimento” do corpo é
simples:
62. (1) “Desde então, começou Jesus a mostrar aos
seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e
padecer muito dos anciãos, e dos principais dos
sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e
ressuscitar ao terceiro dia” (Mt 16.21);
(2) O Filho do homem “ressuscitará ao terceiro
dia” (Mt 20.19; Lc 9.22). A ressurreição corporal
de Jesus é a essência do cristianismo. Por fim,
ouçamos o apóstolo Paulo:
63. “Porque primeiramente vos entreguei o que
também recebi; que Cristo foi sepultado, e que
ressuscitou ao terceiro dia, segundo as
Escrituras, e que foi visto por Cefas e depois
pelos doze. Depois, foi visto por mais de
quinhentos irmãos... Ora, se se prega que Cristo
ressuscitou dos mortos, como dizem alguns
dentre vós que não há ressurreição de mortos.
E, se não há ressurreição de mortos, também
Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não
ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e
também vã a nossa fé. Cristo ressuscitou dos
mortos e foi feito as primícias dos que dormem”
(1 Co 15.3-20).
64. A Bíblia Sagrada
O que ensina o cristianismo:
“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a
verdade” (Jo 17.17 = Jesus).
“Eles [os irmãos do rico que estava em
tormentos] têm Moisés e os profetas; ouçam-nos”
(Lc 16.29 = Jesus). Jesus validou o Pentateuco e
os Livros Proféticos.
“Não penseis que vim destruir a Lei ou os
profetas; eu não vim destruir, mas cumprir; nem
um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo
seja cumprido” (Mt 5.17,18).
65. “Toda a Escritura divinamente é inspirada por Deus e útil
para o ensino, para a repreensão, para a correção e
para a instrução na justiça, para que o homem de Deus
seja apto e plenamente preparado para toda boa obra”
(2 Tm 3.16-NVI). Paulo está dizendo que a Bíblia é o
padrão para nossa vida cristã, nossa bússola, nossa
regra de fé.
“Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de
Deus” (Mt 22.29 = Jesus). Para o cristão é fundamental
conhecer a Bíblia. O Apóstolo não deixa por menos:
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro
que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a
palavra da verdade” (2 Tm 2.15).
66. O que ensina o espiritismo:
“Diremos, pois, que a Doutrina Espírita, ou o Espiritismo,
tem por princípio as relações do mundo material com os
Espíritos, ou seres do mundo invisível. Os adeptos do
Espiritismo serão os espíritas ou, se se quiser, os
espiritistas. O Livro dos Espíritos contém especialmente a
doutrina ou teoria do espiritismo que, num sentido geral,
pertence à escola espiritualista, da qual apresenta uma
das fases” (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, 1997,
Introdução, p. 11).
67. Allan Kardec está ensinando que os
adeptos do espiritismo deverão ser
chamados “espíritas” ou “espiritistas”, e
que a doutrina espírita está contida em O
Livro dos Espíritos, isto é, não está na
Bíblia. Continua Kardec:
68. “Muitos pontos dos Evangelhos, da Bíblia e dos
autores sacros em geral são ininteligíveis,
parecendo alguns até disparatados, por falta da
chave que faculte se lhes aprenda o verdadeiro
sentido. Essa chave está completa no
Espiritismo... As instruções que promanam dos
Espíritos são verdadeiramente as vozes do céu
que vêm esclarecer os homens e convidá-los à
prática do Evangelho” (E.S.E. introdução, 90a
edição, p. 27,28).
69. PREGAÇAO DO EVANGELHO
A prática do Evangelho via pregação do
espiritismo é inteiramente inviável, como se vê
no confronto das duas doutrinas. A “chave” para
facilitar o entendimento dos evangelhos teria
chegado com um atraso de muitos séculos. As
Boas Novas foram trazidas pelo Verbo
encarnado, e a Igreja recebeu a missão de dar
prosseguimento à obra (Mt 4.23; Mt 11.5;
24.14; 26.13; Mc 16.15). O Apóstolo advertiu os
gálatas das investidas dos que “querem
transtornar o evangelho de Cristo”.
70. Não usa de meias palavras: “Mas, ainda que nós
mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro
evangelho além do que já vos tenho anunciado,
que seja amaldiçoado. Porque não o recebi, nem
aprendi de homem algum, mas pela revelação
de Jesus Cristo” (Gl 1.7,8,12). O esclarecimento
do evangelho não teve início nos tempos
modernos através dos “espíritos”. Paulo
começou a ensiná-lo e a esclarecê-lo há quase
dois mil anos. Até hoje as cartas paulinas são
orientação segura para cristãos do mundo
inteiro. A Bíblia foi escrita por homens tementes
a Deus e conscientes de suas responsabilidades:
71. O Espírito Santo
O que ensina o cristianismo:
“E rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para
que fique convosco para sempre” (Jo 14.16). A palavra
“outro”, traduzida do grego “allon”, significa “outro da
mesma espécie”; e “consolador”, do grego “parakletos”,
tem o sentido de “alguém chamado para ficar ao lado de
outro para o ajudar”. Jesus explica quem é o Consolador:
“Aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará
em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará
lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (Jo 14.26). O
Espírito Santo é o que nos convence do pecado, da justiça
e do juízo (Jo 16.8).
72. O Consolador é o Espírito de Juízo (Is 4.4);
Espírito de Sabedoria, de Conselho, de
Inteligência, de Poder (Is 11.2); Espírito do
Senhor (Is 61.1); Espírito de Deus (Mt 3.16); o
Espírito da Verdade (Jo 14.17); Espírito de
Santidade (Rm 1.4); Espírito de Vida (Rm 8.32);
Espírito do Filho (Gl 4.6); Espírito Eterno (Hb
9.14); Espírito de Graça (Zc 12.10). o Espírito da
Profecia (Ap 19.10). Seus atributos são os
mesmos da Divindade: eternidade (Hb 9.14);
onipresença (Sl 139.7-10); onipotência (Lc
1.35); onisciência (1 Co 2.10).
73. que ensina o espiritismo:
“Jesus promete outro Consolador: o Espírito de
Verdade, que o mundo ainda não conhece, por
não estar maduro para o compreender,
consolador que o Pai enviará para ensinar todas
as coisas e para relembrar o que o Cristo há
dito... O Espiritismo vem, na época predita,
cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu
advento o Espírito de Verdade. Ele chama os
homens à observância da lei: ensina todas as
coisas fazendo compreender o que Jesus só
disse por parábolas...
74. O Espiritismo vem trazer a consolação suprema aos
deserdados da Terra... Assim, o Espiritismo realiza o que
Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das
coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para
onde vai e por que está na Terra; atrai para os
verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e
pela esperança” (E.S.E., cap. VI, itens 3 e 4, p.
134-135).
No particular, a palavra do espiritismo destoa totalmente
do ensino de Jesus. Se fôssemos esperar o ensino
espírita para podermos compreender o que Jesus nos
revelou, teríamos perdido dezenove séculos, levando em
conta que O Livro dos Espíritos foi publicado em 1857.
75. O Juízo Final
O que ensina o cristianismo:
(1)“Aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo
depois disso o juízo” (Hb 9.27). Esta palavra é uma pedra
no caminho da reencarnação porque contesta a teoria de
muitas mortes e muitos nascimentos e assegura que após a
morte segue-se o juízo.
(2) “O Senhor sabe livrar os piedosos da provação e
manter em castigo os ímpios para o Dia do Juízo” (2 Pe
2.9).
(3) “Uma certa expectação horrível de juízo” (Hb 10.27).
(4) “Para a ressurreição da condenação” (Jo 5.29).
76. (5) “Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que
os homens disserem hão de dar conta no Dia do Juízo”
(Mt 12.36 = Jesus).
(6) “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal
de Cristo” (2 Co 5.10)
(7) “E os mortos foram julgados pelas coisas que
estavam escritas nos livros, segundo as suas obras” (Ap
20.12). No final dos tempos, os ímpios ressuscitarão e
serão condenados ao castigo eterno (Jo 5.29; Ap 20.5).
“E aquele que não foi achado escrito no livro da vida [do
Cordeiro] foi lançado no lago de fogo” (Ap 20.15; 13.8).
A salvação ocorre pela graça, mediante a fé na Pessoa
do Senhor Jesus Cristo (Ef 2.8-9, cf. Jo 3.18 e Rm 10.9).
77. O que ensina o espiritismo:
“A doutrina de um julgamento final, único e
universal, que coloca fim a toda a humanidade,
repugna à razão, no sentido em que ela
implicaria a inatividade de Deus durante a
eternidade que precedeu a criação da Terra, e a
eternidade que se seguirá à sua destruição; Não
há, pois, falando corretamente, julgamento final,
mas há julgamentos gerais, em todas as épocas
de renovação parcial ou total da população dos
mundos...” (A Gênese, cap. XVII-64, 67, p.
342-343).
78. “Deus dá ao homem oportunidade nas novas
existências, a fim de reparar os erros passados”
(O Livro dos Espíritos, quesito 964, p.318). “O
fim da reencarnação é o melhoramento
progressivo da Humanidade” (Ibidem, quesito
167). “As encarnações sucessivas são sempre
muito numerosas, porque o progresso é quase
infinito”; “Depois da última encarnação, o
Espírito se torna feliz, e é considerado um
Espírito puro” (Ibidem, quesitos 169 e 170, p.
94/95).
79. Todos se melhoram passando pelos diferentes
graus da hierarquia espírita. Esta melhora se
efetua por meio da encarnação, que é imposta a
uns como expiação, a outros como missão. A
vida material é uma prova que lhes cumpre
sofrer repetidamente, até que hajam atingido a
absoluta perfeição moral. Deixando o corpo, a
alma volve ao mundo dos Espíritos, donde saíra,
para passar por nova existência material, após
um lapso de tempo mais ou menos longo,
durante o qual permanece em estado de Espírito
errante.
80. Tendo o Espírito que passar por muitas
encarnações, segue-se que todos nós temos tido
muitas existências e que teremos ainda outras,
mais ou menos aperfeiçoadas, quer na Terra,
quer em outros mundos. A encarnação dos
Espíritos se dá sempre na espécie humana; seria
erro acreditar-se que a alma ou Espírito possa
encarnar no corpo de um animal. As diferentes
existências corpóreas do Espírito são sempre
progressivas e nunca regressivas; mas, a rapidez
do seu progresso depende dos esforços que faça
para chegar à perfeição.
81. O Juízo Final não significa extermínio da
humanidade. Deus é Deus dos vivos. O
espiritismo não considera a verdade bíblica da
ressurreição. Ora, como Jesus disse, os salvos
ressuscitarão para viverem eternamente com
Deus (Jo 5.29). Como vimos, ao ensinar que
todos terão a mesma oportunidade de atingir a
perfeição, o espiritismo nega a realidade bíblica
do Juízo Final. Vale lembrar as palavras do
Mestre, em oposição a tal ensino: “Apartai-vos
de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado
para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41).
82. A Volta de Cristo e o
Arrebatamento da Igreja
O que ensina o cristianismo:
O cristianismo ensina que o Senhor Jesus
voltará para buscar a sua Igreja, a partir do
que terão início os demais acontecimentos
escatológicos que culminarão com o Juízo
Final. Jesus nos garantiu: "E, se eu for e vos
preparar lugar, virei outra vez e vos levarei
para mim mesmo, para que, onde eu estiver,
estejais vós também" (Jo 14.3). "Não vos
deixarei órfãos; voltarei para vós" (Jo 14.18).
83. "Aquele que testifica estas coisas diz:
certamente, cedo venho" (Ap 22.20). Palavras
de dois anjos: "Esse Jesus, que dentre vós foi
recebido no céu, há de vir, assim como para o
céu o vistes ir" (At 1.11).
Jesus fala do arrebatamento: "E ele enviará os
seus anjos, com rijo clamor de trombeta, os
quais ajuntarão os seus escolhidos..."(Mt 24.31;
cf. 1 Ts 4.13-18).
84. O que ensina o espiritismo:
“Jesus anuncia seu segundo advento [a
Sua volta], mas não diz que virá sobre a
terra com um corpo carnal, nem que o
Consolador será personificado nele” (A
Gênese, cap. XVII-45, p.334). “Este
quadro [Mt 24.15-22; 6-8; 11-14; 29-34;
37-38] do fim dos tempos é
evidentemente alegórico como a maior
parte dos que Jesus apresenta.
85. As imagens que ele contém são, por sua
energia, de molde a impressionar as
inteligências ainda subdesenvolvidas. O
Filho do homem vindo sobre as nuvens do
céu, com grande majestade, rodeado de
seus anjos e com o ruído das trombetas,
lhes parecia muito mais imponente que
um ser investido apenas de poder moral”
(Ibidem, XVII-54, p. 338).
86. No entender de Kardec, Jesus foi a
“segunda revelação de Deus”
(E.S.E., cap I-6, p. 59) e que veio
em missão divina nos ensinar a
elevada moral evangélica. Logo,
Suas palavras têm uma
significativa importância para o
espiritismo.
87. Deveriam ter, pois a Sua promessa de
retornar é inconfundível. A Sua vinda e o
conseqüente “resgate” dos seus são
promessas bastante claras: “Eu virei outra
vez e vos levarei para mim mesmo”. As
vezes em que Jesus falou em parábolas foi
para transmitir através delas uma
realidade espiritual, e não uma inverdade.
88. O arrebatamento da igreja, incompatível com a
teoria da reencarnação, não é uma palavra
figurativa. Jesus levaria para Si pessoas que
ainda não completaram o ciclo de encarnações?
Como ficariam na vinda de Jesus os espíritos
ainda sujeitos a novas vidas corpóreas para
expungir suas impurezas? A verdade do
cristianismo é que os que morreram em Cristo
estão salvos; não dependem de sacrifícios pós-
morte (Lc 16.22; cf. 1 Ts 4.16-17).
89. Hierarquia Espiritual
O Espiritismo não adota qualquer tipo de divisão
desse tipo. Apenas mostra que os Espíritos são distintos
por seu nível intelectual e moral, ou seja, pelo maior ou
menor conhecimento das coisas e pela maior ou menor
disposição em fazer o bem. Não adota distinção entre
"Falange X" ou "Falange Y", simplesmente entre
elevação espiritual que demonstra pertencer por seu
linguajar, sua postura e o conteúdo de sua mensagem.
Além disso, os Espíritos designam-se pelos nomes de
suas últimas encarnações ou os nomes que queiram,
sem assumirem "cargo" algum. O máximo que há é a
assinatura das mensagens como "Um amigo" ou "Um
Espírito amigo da casa", etc.