O documento resume as principais características do Realismo e do Naturalismo na literatura, destacando sua ênfase na análise da realidade e retrato fiel da sociedade da época. Influências como o Positivismo, Evolucionismo e Socialismo Científico enfatizaram um olhar objetivo e determinista sobre os seres humanos. Autores como Flaubert, Zola, Azevedo e Machado de Assis produziram obras representativas desses movimentos literários no Brasil e na Europa no século XIX.
2. Realismo e Naturalismo
• Segunda metade do séc. XIX – início do séc. XX;
• Reação contra o Romantismo:
▫ Movimento antirromântico;
• Análise da realidade.
Contexto histórico
• 2ª revolução industrial:
▫ Grandes complexos industriais;
▫ Massa operária urbana → acentuação das
diferenças sociais + efeitos do capitalismo.
3. Influências
• Positivismo (Comte):
▫ FATO, razão, cientificismo, “ordem e progresso”;
▫ OBJETIVIDADE;
▫ Positivo: útil, real, certo, preciso.
• Evolucionismo (Darwin):
▫ Origem das espécies – seleção natural;
▫ Nega a origem divina.
• Socialismo científico (Marx e Engels):
▫ Análise crítica e científica do capitalismo;
▫ Materialismo histórico:
Modo de produção material condiciona processo de
vida social, político e intelectual.
4. Literatura (Europa - França)
• 1857 – Madame Bovary (Gustave Flaubert):
▫ Primeiro romance realista da literatura universal;
▫ Temática: adultério, crítica à burguesia;
▫ Características psicológicas da personagem.
• 1867 – Therese Raquin (Émile Zola):
▫ Inaugura o romance naturalista;
▫ Temática: adultério, vingança, assassinato.
“(...) Eu quis estudar alguns temperamentos. Eis aí todo o
livro. Escolhi personagens soberanamente dominados
por seus nervos e sangue, desprovidos de livre-arbítrio,
levados a cada ato de suas vidas pelas fatalidade da
carne. (...) Começamos, espero, a compreender que meu
objetivo foi científico."
5. Contexto - BRASIL
• Segundo Reinado (D. Pedro II);
• Decadência da monarquia + ideais republicanos;
• 1888 – Lei Áurea (“abolição” da escravatura);
• 1889 – Proclamação da República
Literatura
• 1881 – O mulato (Aluísio Azevedo) - Naturalismo;
• 1881 – Memórias Póstumas de Brás Cubas
(Machado de Assis) - Realismo.
6. Realismo - Características
• Veracidade e busca da verossimilhança;
• Retrato da vida contemporânea:
▫ Diferente do Romantismo, não há evasão para o
passado ou para o futuro;
• Retrato fiel das personagens:
▫ Qualidades e defeitos, descrição, caráter;
• Detalhismo – busca por precisão;
• Materialização do amor;
• Denúncia das injustiças sociais;
• Determinismo:
▫ Ser humano como produto do meio, das circunstâncias
e da hereditariedade;
• Linguagem simples, natural, clara, correta;
• Crítica aos costumes da burguesia.
7. Naturalismo - Características
• Assume as características do realismo e acrescenta
outras;
• Humano comparado ao animal:
▫ Comportamento também influenciado pelos instintos;
▫ Humano = animal (zoomorfismo, animalismo);
• Cientificismo:
▫ Análise objetiva do comportamento humano;
• Detalhismo: descrição > ação;
• Ênfase no patológico;
• Análise social;
• Preferência por ambientes pobres e por tipos
marginalizados ou “degradados” pela sociedade.
8. Principais autores no Brasil
• REALISMO:
▫ Machado de Assis
• NATURALISMO:
▫ Aluísio Azevedo;
▫ Júlio Ribeiro.
• REALISTA E NATURALISTA:
▫ Raul Pompéia
Apresenta, em sua obra O ateneu, características tanto
realistas quanto naturalistas, enquadrando-se nas
duas “vertentes” da época.
9. Machado de Assis
• 1º MOMENTO (Romântico):
1870 (Contos Fluminenses) → 1878 (Iaiá Garcia)
• Padrões do Romantismo;
• Características do Realismo:
▫ Crítica social (burguesia);
▫ Ironia;
▫ Relações de interesse;
• + produção de poesia.
10. Machado de Assis
• 2º MOMENTO (Realista):
1881 (Memórias póstumas de Brás Cubas) → 1906 (Relíquias da Casa Velha)
• Ruptura da narrativa linear;
• Metalinguagem narrativa / digressão:
▫ Narrador participativo;
• Pessimismo / Ironia;
• Análise psicológica;
• Crítica → “máscaras sociais” (burguesia);
• Linguagem equilibrada, correta, precisa;
• + produção de prosa.
▫ Poesia → características parnasianas.
11. Aluísio Azevedo
• Influência de Émile Zola (França) e Eça de
Queirós (Portugal);
• Conotação social;
• Classes marginalizadas;
• Crítica → conservadorismo, clero e classes
dominantes:
▫ Ideal republicano;
• Grupos humanos;
• Materialista, positivista e determinista:
▫ Pressão social;
▫ Degradação das classes marginalizadas.
13. (PAS 2 – UnB – 2011)
61 O estilo realista de Machado de Assis aproxima-se muito do
naturalismo, como evidencia a peremptória defesa de teses
acerca da sociedade brasileira.
65 Machado de Assis é um dos primeiros autores regionalistas
brasileiros, como demonstra sua preocupação em retratar, com
fina ironia e sob um prisma realista, relações sociais e
paisagens das áreas não urbanizadas do Brasil do século XIX.
66 A fórmula machadiana para a representação da sociedade
brasileira do século XIX envolve a escolha de protagonistas das
classes populares, sobretudo naquelas obras que ficaram
conhecidas como romances de segunda fase.
14. (PAS 2 – UnB – 2011)
61 O estilo realista de Machado de Assis aproxima-se muito do
naturalismo, como evidencia a peremptória defesa de teses
acerca da sociedade brasileira. E
65 Machado de Assis é um dos primeiros autores regionalistas
brasileiros, como demonstra sua preocupação em retratar, com
fina ironia e sob um prisma realista, relações sociais e
paisagens das áreas não urbanizadas do Brasil do século XIX. E
66 A fórmula machadiana para a representação da sociedade
brasileira do século XIX envolve a escolha de protagonistas das
classes populares, sobretudo naquelas obras que ficaram
conhecidas como romances de segunda fase. E
Que é determinante; definitiva ou
decisiva.
15. (PAS 2 – UnB – 2013)
35 Em Dom Casmurro, há evidente influência do Romantismo, em
especial da obra de José de Alencar, como demonstra a trajetória da
heroína Capitu, que passa por diversas provações e, ao final,
encontra a redenção pelo amor, tal como ocorre com a protagonista
do romance Senhora.
38 Uma comprovação formal da afirmação de que o ciúme é o tema
principal de Dom Casmurro e o ensimesmamento narrativo,
condição básica para que o ciúme seja expresso como determinante
das ações do protagonista em narrativa em primeira pessoa.
39 Depreende-se do fragmento apresentado que, para o autor do
texto, a força da narrativa machadiana reside, em grande medida, na
capacidade de Machado de Assis de fazer persistir nos leitores a
sensação de dúvida.
40 A comparação da literatura com uma “máquina de produzir
perguntas inovadoras” aplica-se, em especial, ao modelo ficcional
naturalista, em voga na época de Machado de Assis.
16. (PAS 2 – UnB – 2013)
35 Em Dom Casmurro, há evidente influência do Romantismo, em
especial da obra de José de Alencar, como demonstra a trajetória da
heroína Capitu, que passa por diversas provações e, ao final,
encontra a redenção pelo amor, tal como ocorre com a protagonista
do romance Senhora. E
38 Uma comprovação formal da afirmação de que o ciúme é o tema
principal de Dom Casmurro e o ensimesmamento narrativo,
condição básica para que o ciúme seja expresso como determinante
das ações do protagonista em narrativa em primeira pessoa. C
39 Depreende-se do fragmento apresentado que, para o autor do
texto, a força da narrativa machadiana reside, em grande medida, na
capacidade de Machado de Assis de fazer persistir nos leitores a
sensação de dúvida. C
40 A comparação da literatura com uma “máquina de produzir
perguntas inovadoras” aplica-se, em especial, ao modelo ficcional
naturalista, em voga na época de Machado de Assis. E
17. (1º Vestibular – UnB – 2011)
Na verdade, o mestre fitava-nos. Como era mais severo para
o filho, buscava-o muitas vezes com os olhos, para trazê-lo
aperreado. Mas nós também éramos finos, metemos o nariz no livro,
e continuamos a ler. Não esqueçam que estávamos então no fim da
regência, e que era grande a agitação pública. Policarpo tinha,
decerto, algum partido, mas nunca pude averiguar esse ponto. O
pior que ele podia ter, para nós, era a palmatória. E essa lá estava,
pendurada no portal da janela, à direita, com os seus cinco olhos do
diabo. Era só levantar a mão, despendurá-la e brandi-la, com a força
do costume, que não era pouca. E daí, pode ser que, alguma vez, as
paixões políticas dominassem nele a ponto de poupar-nos uma ou
outra correção. [...]
Machado de Assis. Conto de Escola. São Paulo: Cosac & Naify, 2002, p. 13 e 24.
18. (1º Vestibular – UnB – 2011)
109 No trecho “Não esqueçam que estávamos, então no fim da
Regência”, o narrador dirige-se aos leitores, utilizando a linguagem
em sua função conativa, como evidencia o emprego do modo
imperativo no início do período.
112 O trecho reproduzido acima é representativo da estética realista
de Machado de Assis, caracterizada pela observação crítica da
sociedade e pelo tratamento não idealista das personagens.
113 Os contos machadianos são conhecidos pela habilidade ficcional
narrativa que frequentemente se une à alusão a fatos históricos do
século XIX, como acontece nos Contos de Escola.
114 A exemplo de Dom Casmurro, romance da segunda fase
machadiana, a obra Contos de Escola extrai sua força ficcional do
recurso narrativo do fluxo de consciência.
115 A relação entre a política e o castigo empregado pelo “mestre” é
sublinhada com fina ironia pelo narrador, como se pode perceber no
último período do primeiro parágrafo.
19. (1º Vestibular – UnB – 2011)
109 No trecho “Não esqueçam que estávamos, então no fim da
Regência”, o narrador dirige-se aos leitores, utilizando a linguagem
em sua função conativa, como evidencia o emprego do modo
imperativo no início do período. C
112 O trecho reproduzido acima é representativo da estética realista
de Machado de Assis, caracterizada pela observação crítica da
sociedade e pelo tratamento não idealista das personagens. C
113 Os contos machadianos são conhecidos pela habilidade ficcional
narrativa que frequentemente se une à alusão a fatos históricos do
século XIX, como acontece nos Contos de Escola. C
114 A exemplo de Dom Casmurro, romance da segunda fase
machadiana, a obra Contos de Escola extrai sua força ficcional do
recurso narrativo do fluxo de consciência. E
115 A relação entre a política e o castigo empregado pelo “mestre” é
sublinhada com fina ironia pelo narrador, como se pode perceber no
último período do primeiro parágrafo. C
20. Cynthia Funchal
http://www.portuguesatodaprova.com.br
• A reprodução, alteração e utilização dos slides e textos é livre para fins
didáticos, porém, recomenda-se a citação da fonte. É expressamente
proibida, para distribuição comercial, a veiculação deste material.