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Coloca-se uma questão crucial: a dificuldade de atenção prejudica a
criança de forma clara?
De acordo com Sosin e Myra (2006), Polaino-Lorente e Ávila (2004), a atenção
é um requisito fundamental para o processo de aprendizagem, devendo ser seletiva e
contínua, isto é, orientada para um estímulo relevante de entre outros e manter-se nele
por um período alargado. Quando existe dificuldades a este nível, a aprendizagem fica
comprometida. Para além da falta de concentração e distração, as crianças com esta
perturbação costumam apresentar com frequência dificuldades de organização (do
tempo e do espaço), dificuldades de reter e assimilar conhecimentos, adiamento de
tarefas (procrastinação), impulsividade (falar sem pensar e se adiantar nas respostas)
e dificuldades a nível linguístico e lógico-matemático.
https://www.vittude.com/blog/deficit-de-atencao/
Nesse sentido, é importante recorrer a estratégias de intervenção que possam
minimizar ou atenuar estas dificuldades e tornar a criança integrada na sociedade e no
processo de ensino-aprendizagem.
De acordo com Lopes (2003), apesar das dificuldades e divergências quanto à
etiologia e quanto à intervenção mais adequada, os estudos apontam de uma forma
cada vez mais consensual três abordagens fundamentais: medicação (baseada em
psicofármacos), com efeitos mais eficazes e prolongados; intervenções
comportamentais, coadjuvantes da medicação (baseado em técnicas de modificação de
conduta); e as intervenções cognitivo-comportamentais.
Alunos com Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção – Intervenção
Educativa, Cátia Almeida, Lisboa 2012
Antunes (2021), refere que a intervenção na Perturbação da Hiperatividade e
défice de atenção deverá basear-se na intervenção farmacológica e na intervenção
psicossocial criança/família/escola.
Em contexto escolar e segundo Ana Garcia (2013) há determinadas estratégias
de intervenção aconselhadas em alunos com PHDA (Estratégias de intervenção
educativa em alunos com PHDA -, Ana Rute Garcia, ESE Almeida Garrett / 2013)
Disposição da sala de aula:
 Sentar o aluno na sala nas carteiras da frente para evitar distrações
(Lopes e Silva, 2010)
 Colocar-se de modo que o aluno veja bem a linguagem corporal e
expressões faciais enquanto o professor está a falar (Vásquez, 1997)
 Sentar o aluno junto de um ou mais alunos exemplares (modelo positivo)
(Sosin (2006); Robin (2009)
Instruções
 Dar instruções claras e precisas (Sosin, 2006)
 Reforçar as instruções mantendo o contacto visual (Antunes, 2009)
 Simplificar as indicações complicadas. Dividi-las em etapas (Kutsher,
2011)
Comunicação
 Estabelecer uma comunicação frequente com a família (Sosin, 2006);
 Utilizar elogios em detrimento de críticas (Robin, 2009)
Aulas
 Usar a associação visual e a repetição escrita para melhorar a memória
(Lopes e Silva, 2010)
 Utilizar os meios multimédia (Lopes e Silva, 2010)
 Manter discursos verbais curtos e objetivos (Lopes e Silva, 2010)
 Usar o envolvimento direto, a manipulação física e as atividades manuais
para melhorar a motivação, o interesse e a memória (Lopes e Silva, 2010)
 Incluir várias atividades em cada aula (Sosin, 2006)
 Incentivar a aprendizagem cooperativa e o acompanhamento pelos
colegas (Sosin, 2006)
 Proporcionar pausas periódicas durante as aulas (Dendy, 2011)
 Permitir algum movimento físico (ex.: abanar as pernas, ir ao quadro)
(Dendy, 2011)
 Utilizar alguns programas de computador para trabalhar problemas
(Dendy, 2011)
Trabalhos
 Dar mais tempo para a realização dos testes (Sosin, 2006)
 Dividir os trabalhos de pesquisa em pequenos segmentos (DendY,
(2011)
 Estabelecer datas diferentes para a entrega de cada segmento (Robin,
2009)
Organização
 Tornar as capacidades de organização e de estudo parte do programa
educativo (Sosin, 2006) & (Robin, 2009)
 Utilizar agendas para registo das tarefas (Kutsher, 2011)
 Utilizar calendários bem visíveis nos locais de trabalho com a inscrição
das datas de testes e apresentação de trabalhos (Antunes, 2009)
Em suma, o sucesso do aluno com PHDA na sala de aula, na opinião de
Chadd (2000), citado por Barkley (2006) e Bromberg e Benczik (2008), pode implicar
uma série de intervenções que podem incluir adaptação do currículo, modificação do
ambiente estrutural e regras da sala de aula, flexibilidade na realização de tarefas,
adequação do tempo de atividades e se necessário um acompanhamento na
administração de medicação. Contudo é igualmente importante a intervenção dos pais,
bem como dos técnicos especializados, em todo este processo.
Identificação dos comportamentos de alunos com Perturbação de Hiperatividade e
Défice de Atenção: Perceção dos Professores, Teresa Maria Afonso de Matos Viseu,
2013
https://www.vittude.com/blog/deficit-de-atencao/
Alunos com Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção – Intervenção
Educativa, Cátia Almeida, Lisboa 2012
Estratégias de intervenção educativa em alunos com PHDA -, Ana Rute Garcia, ESE
Almeida Garrett / 2013)
Identificação dos comportamentos de alunos com Perturbação de Hiperatividade e
Défice de Atenção: Perceção dos Professores, Teresa Maria Afonso de Matos Viseu,
2013

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  • 1. Coloca-se uma questão crucial: a dificuldade de atenção prejudica a criança de forma clara? De acordo com Sosin e Myra (2006), Polaino-Lorente e Ávila (2004), a atenção é um requisito fundamental para o processo de aprendizagem, devendo ser seletiva e contínua, isto é, orientada para um estímulo relevante de entre outros e manter-se nele por um período alargado. Quando existe dificuldades a este nível, a aprendizagem fica comprometida. Para além da falta de concentração e distração, as crianças com esta perturbação costumam apresentar com frequência dificuldades de organização (do tempo e do espaço), dificuldades de reter e assimilar conhecimentos, adiamento de tarefas (procrastinação), impulsividade (falar sem pensar e se adiantar nas respostas) e dificuldades a nível linguístico e lógico-matemático. https://www.vittude.com/blog/deficit-de-atencao/ Nesse sentido, é importante recorrer a estratégias de intervenção que possam minimizar ou atenuar estas dificuldades e tornar a criança integrada na sociedade e no processo de ensino-aprendizagem. De acordo com Lopes (2003), apesar das dificuldades e divergências quanto à etiologia e quanto à intervenção mais adequada, os estudos apontam de uma forma cada vez mais consensual três abordagens fundamentais: medicação (baseada em psicofármacos), com efeitos mais eficazes e prolongados; intervenções comportamentais, coadjuvantes da medicação (baseado em técnicas de modificação de conduta); e as intervenções cognitivo-comportamentais. Alunos com Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção – Intervenção Educativa, Cátia Almeida, Lisboa 2012 Antunes (2021), refere que a intervenção na Perturbação da Hiperatividade e défice de atenção deverá basear-se na intervenção farmacológica e na intervenção psicossocial criança/família/escola. Em contexto escolar e segundo Ana Garcia (2013) há determinadas estratégias de intervenção aconselhadas em alunos com PHDA (Estratégias de intervenção educativa em alunos com PHDA -, Ana Rute Garcia, ESE Almeida Garrett / 2013) Disposição da sala de aula:  Sentar o aluno na sala nas carteiras da frente para evitar distrações (Lopes e Silva, 2010)  Colocar-se de modo que o aluno veja bem a linguagem corporal e expressões faciais enquanto o professor está a falar (Vásquez, 1997)  Sentar o aluno junto de um ou mais alunos exemplares (modelo positivo) (Sosin (2006); Robin (2009)
  • 2. Instruções  Dar instruções claras e precisas (Sosin, 2006)  Reforçar as instruções mantendo o contacto visual (Antunes, 2009)  Simplificar as indicações complicadas. Dividi-las em etapas (Kutsher, 2011) Comunicação  Estabelecer uma comunicação frequente com a família (Sosin, 2006);  Utilizar elogios em detrimento de críticas (Robin, 2009) Aulas  Usar a associação visual e a repetição escrita para melhorar a memória (Lopes e Silva, 2010)  Utilizar os meios multimédia (Lopes e Silva, 2010)  Manter discursos verbais curtos e objetivos (Lopes e Silva, 2010)  Usar o envolvimento direto, a manipulação física e as atividades manuais para melhorar a motivação, o interesse e a memória (Lopes e Silva, 2010)  Incluir várias atividades em cada aula (Sosin, 2006)  Incentivar a aprendizagem cooperativa e o acompanhamento pelos colegas (Sosin, 2006)  Proporcionar pausas periódicas durante as aulas (Dendy, 2011)  Permitir algum movimento físico (ex.: abanar as pernas, ir ao quadro) (Dendy, 2011)  Utilizar alguns programas de computador para trabalhar problemas (Dendy, 2011) Trabalhos  Dar mais tempo para a realização dos testes (Sosin, 2006)  Dividir os trabalhos de pesquisa em pequenos segmentos (DendY, (2011)  Estabelecer datas diferentes para a entrega de cada segmento (Robin, 2009) Organização  Tornar as capacidades de organização e de estudo parte do programa educativo (Sosin, 2006) & (Robin, 2009)  Utilizar agendas para registo das tarefas (Kutsher, 2011)  Utilizar calendários bem visíveis nos locais de trabalho com a inscrição das datas de testes e apresentação de trabalhos (Antunes, 2009)
  • 3. Em suma, o sucesso do aluno com PHDA na sala de aula, na opinião de Chadd (2000), citado por Barkley (2006) e Bromberg e Benczik (2008), pode implicar uma série de intervenções que podem incluir adaptação do currículo, modificação do ambiente estrutural e regras da sala de aula, flexibilidade na realização de tarefas, adequação do tempo de atividades e se necessário um acompanhamento na administração de medicação. Contudo é igualmente importante a intervenção dos pais, bem como dos técnicos especializados, em todo este processo. Identificação dos comportamentos de alunos com Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção: Perceção dos Professores, Teresa Maria Afonso de Matos Viseu, 2013 https://www.vittude.com/blog/deficit-de-atencao/ Alunos com Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção – Intervenção Educativa, Cátia Almeida, Lisboa 2012 Estratégias de intervenção educativa em alunos com PHDA -, Ana Rute Garcia, ESE Almeida Garrett / 2013) Identificação dos comportamentos de alunos com Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção: Perceção dos Professores, Teresa Maria Afonso de Matos Viseu, 2013