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MORDEDURAS DE COBRA
RENATA DHIRAJLAL
MÉDICA RESIDENTE DE CIRURGIA PEDÁTRICA
MAIO/2022
SUMÁRIO
• INTRODUÇÃO
• EPIDEMIOLOGIA
• ESPÉCIES
• TAXONOMIA
• TOXICOLOGIA
• FISIOPATOLOGIA
• QUADRO CLÍNICO
• EXAMES COMPLEMENTARES
• TRATAMENTO
INTRODUÇÃO
• O envenenamento por cobra constitui uma emergência clínica.
• Estima-se que 5,4 milhões de pessoas são mordidas a cada ano com
até 2,7 milhões de envenenamentos.(OMS)
• Trabalhadores agrícolas e crianças são os mais afectados.
• As crianças sofrem por vezes efeitos mais graves que os adultos,
devido à sua menor massa corporal.
EPIDEMIOLOGIA
• Cobras são poliquilotérmicas  maior incidência nos meses quentes.
• Moçambique : descritas 96 tipos de cobras, das quais 21 venenosas
ESPÉCIES
COBRAS
VENENOSAS
oCABEÇA TRIANGULAR
oPUPILAS ELÍPLTICAS
oFOSSETAS FACIAIS SENSÍVEIS AO CALOR
oPRESAS ANTERIORES GRANDES E RETRÁCTEIS
oÚNICA FILA DE ANÉIS CÓRNEOS (ESCAMAS)
SUBCAUDAIS
NÃO
VENENOSAS
CABEÇA ARREDONDADA
PUPILAS CIRCULARES
NÃO POSSUEM PRESAS
DUPLA FILA DE ESCAMAS SUBCAUDAIS
TAXONOMIA
• As cobras venenosas são classificadas em
4 famílias:
• Colubridae – cobra cuspideira
moçambicana, King, Krait
• Elapidae - Mambas
• Viperidae – Víbora, Crotalíneas
• Hidrophidae
TOXICOLOGIA
• 1)VENENO
• Mecanismo de defesa
• Captura de presas
• Olfacto Apurado
• Língua bifurcada
TOXICOLOGIA
• 2)DENTIÇÃO
• Aglifas
• Opistoglifas
• Proteroglifas
• Solenoglifas
TOXICOLOGIA
TOXICOLOGIA
• 3)QUANTIDADE E LETALIDADE DO VENENO VARIA COM:
• Época do ano
• Espécie
• Idade da cobra
TOXICOLOGIA
• 4)COMPOSIÇÃO DO VENENO
• Complexo de peptídeos e enzimas.
PEPTÍDEOS
Danificam o endoltélio vascular  aumento da permeabilidade  edema 
choque hipovolémico.
ENZIMA MECANISMO
Hialunoridase Facilita a disseminação do veneno
Fosfolipase A2 Danifica eritrócitos e miócitos
Proteases , l-aminoácidos oxidase Necrose tecidual
Endonuclease, fa, fosfatase ácida e
colinesterase
Lesões locais, efeitos no Sistema CV,
Pulmonar, Renal e Nervoso
FISIOPATOLOGIA
• O veneno da cobra varia na sua potência e acção, causando diversos
efeitos que podem ser distinguidos:
oEfeito Neurotóxico
oEfeito Hematotóxico
oEfeito Citotóxico
FISIOPATOLOGIA
• Efeito Neurotóxico
• Acção pré-sináptica impedindo a libertação de acetilcolina 
bloqueio neuromuscular.
• Disfunção dos nervos cranianos
• Perda de reflexo de tendões profundos
• Depressão respiratória
• Paralisia
• Ptose palpebral
FISIOPATOLOGIA
• Efeito Hematotóxico
• Disseminaçao hematogénica do veneno
• Equimoses
• Trombos nos pequenos vasos
• Coagulopatia disseminada
• Conversão de fibrinogénio em fibrina
• Activação do facor X
• Consumo de fibrinogénio
• Consumo dos factores V,VII e plaquetas  Coagulação Intravascular
disseminada
FISIOPATOLOGIA
• Efeito Citotóxico
• Desvitalização dos tecidos circundantes à mordedura
• Necrose dos tecidos ( pele, músculo e periósteo)
• Rabdomiólise
QUADRO CLÍNICO
• MANIFESTAÇÕES LOCAIS
• 20% das picadas são secas (s. injecção de veneno)
• Ferimentos penetrantes / lacerações
• Dor mínima
QUADRO CLÍNICO
• MANIFESTAÇÕES LOCAIS
• Envenenamento verdadeiro:
• Dor em queimação em minutos
• Edema e eritema  equimoses e flictenas hemorrágicas
• Comprometimento do sistema linfático  linfangite e linfadenopatia
QUADRO CLÍNICO
• MANIFESTAÇÕES SISTÉMICAS:
• Astenia, náuseas, vómitos
• Partestesias periorais, paladar metálico
• Edema conjuntival, distúrbios visuais
• Tremores
• Edema pulmonar, hipotensão, choque
• Arritmias
• Casos graves: coagulopatia de consumo em ≃ 1 h
• Insuficiência renal aguda
QUADRO CLÍNICO
• MANIFESTAÇÕES SISTÉMICAS:
• Parestesias
• Confusão mental
• Ptose, Oftalmoplegia, Anosmia
• Afonia
• Paralisia muscular
• Fascilulações, Rigidez
EXAMES LABORATORIAIS
• HEMOGRAMA: Anemia, Trombocitopenia, hemoconcentração
• FACTORES DE COAGULAÇÃO:Tempos prolongados de Protrombina e
Tromboplastina Parcial
• BIOQUÍMICA:Aumento de Creatinina e Creatininafosfoquinase
• URINÁLISE: Proteinúria, hematúria
• Pacientes idosos e vítimas de envenenamento grave: RX Tórax e ECG
TRATAMENTO
• TRATAMENTO DE CAMPO
• Remoção do paciente da zona de perigo
• Limpeza da ferida e imobilização a nível do coração
• Prejudicial: crioterapia, sucção, torniquetes e choque eléctrico
• Técnica australiana de imobilização por pressão
• Medidas de campo não devem adiar o transporte ao hospital mais
próximo
TRATAMENTO
• TRATAMENTO HOSPITALAR
• História rápida e detalhada do incidente, tipo de cobra, tratamento
prévio e antídoto.
• Avaliação física: sinais vitais, situação cardiopulmonar, exame
neurológico, aparência e tamanho da ferida.
TRATAMENTO
• TERAPIA COM ANTÍDOTO
• Visa julgamento clínico substancial
• Riscos: reacção anafilática / doença do soro
• Antídoto:
• 1) Antivenom (Crotalidae) ACP
• 2) CroFab
• 3)North American Coral Snake Antivenin
• O antídoto pode ser Monovalente, Bivalente ou Polivalente.
TRATAMENTO
• CUIDADOS COM A FERIDA
• Lavar com água e sabão
• Imobilização e elevação do membro
• Desbridamento cirúrgico
• VAT
• Antibióticos
• Derivados sanguíneos
• Fasciotomia :está contra-indicada no caso de veneno hematotóxico
COMPLICAÇÕES
• Infecção : polimicrobiana
• Celulite
• Fasceíte necrotizante
• Osteomielite
• Malignização das úlceras
• Insuficiência renal crónica
• Do soro antiofídico: insuficiência adrenal
PROGNÓSTICO
• Depende do efeito causado
• Disabilidade e disfunção.
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  • 1. MORDEDURAS DE COBRA RENATA DHIRAJLAL MÉDICA RESIDENTE DE CIRURGIA PEDÁTRICA MAIO/2022
  • 2. SUMÁRIO • INTRODUÇÃO • EPIDEMIOLOGIA • ESPÉCIES • TAXONOMIA • TOXICOLOGIA • FISIOPATOLOGIA • QUADRO CLÍNICO • EXAMES COMPLEMENTARES • TRATAMENTO
  • 3. INTRODUÇÃO • O envenenamento por cobra constitui uma emergência clínica. • Estima-se que 5,4 milhões de pessoas são mordidas a cada ano com até 2,7 milhões de envenenamentos.(OMS) • Trabalhadores agrícolas e crianças são os mais afectados. • As crianças sofrem por vezes efeitos mais graves que os adultos, devido à sua menor massa corporal.
  • 4. EPIDEMIOLOGIA • Cobras são poliquilotérmicas  maior incidência nos meses quentes. • Moçambique : descritas 96 tipos de cobras, das quais 21 venenosas
  • 5. ESPÉCIES COBRAS VENENOSAS oCABEÇA TRIANGULAR oPUPILAS ELÍPLTICAS oFOSSETAS FACIAIS SENSÍVEIS AO CALOR oPRESAS ANTERIORES GRANDES E RETRÁCTEIS oÚNICA FILA DE ANÉIS CÓRNEOS (ESCAMAS) SUBCAUDAIS NÃO VENENOSAS CABEÇA ARREDONDADA PUPILAS CIRCULARES NÃO POSSUEM PRESAS DUPLA FILA DE ESCAMAS SUBCAUDAIS
  • 6.
  • 7.
  • 8. TAXONOMIA • As cobras venenosas são classificadas em 4 famílias: • Colubridae – cobra cuspideira moçambicana, King, Krait • Elapidae - Mambas • Viperidae – Víbora, Crotalíneas • Hidrophidae
  • 9. TOXICOLOGIA • 1)VENENO • Mecanismo de defesa • Captura de presas • Olfacto Apurado • Língua bifurcada
  • 10. TOXICOLOGIA • 2)DENTIÇÃO • Aglifas • Opistoglifas • Proteroglifas • Solenoglifas
  • 11.
  • 12.
  • 13.
  • 15.
  • 16. TOXICOLOGIA • 3)QUANTIDADE E LETALIDADE DO VENENO VARIA COM: • Época do ano • Espécie • Idade da cobra
  • 17. TOXICOLOGIA • 4)COMPOSIÇÃO DO VENENO • Complexo de peptídeos e enzimas. PEPTÍDEOS Danificam o endoltélio vascular  aumento da permeabilidade  edema  choque hipovolémico.
  • 18. ENZIMA MECANISMO Hialunoridase Facilita a disseminação do veneno Fosfolipase A2 Danifica eritrócitos e miócitos Proteases , l-aminoácidos oxidase Necrose tecidual Endonuclease, fa, fosfatase ácida e colinesterase Lesões locais, efeitos no Sistema CV, Pulmonar, Renal e Nervoso
  • 19. FISIOPATOLOGIA • O veneno da cobra varia na sua potência e acção, causando diversos efeitos que podem ser distinguidos: oEfeito Neurotóxico oEfeito Hematotóxico oEfeito Citotóxico
  • 20. FISIOPATOLOGIA • Efeito Neurotóxico • Acção pré-sináptica impedindo a libertação de acetilcolina  bloqueio neuromuscular. • Disfunção dos nervos cranianos • Perda de reflexo de tendões profundos • Depressão respiratória • Paralisia • Ptose palpebral
  • 21. FISIOPATOLOGIA • Efeito Hematotóxico • Disseminaçao hematogénica do veneno • Equimoses • Trombos nos pequenos vasos • Coagulopatia disseminada • Conversão de fibrinogénio em fibrina • Activação do facor X • Consumo de fibrinogénio • Consumo dos factores V,VII e plaquetas  Coagulação Intravascular disseminada
  • 22. FISIOPATOLOGIA • Efeito Citotóxico • Desvitalização dos tecidos circundantes à mordedura • Necrose dos tecidos ( pele, músculo e periósteo) • Rabdomiólise
  • 23. QUADRO CLÍNICO • MANIFESTAÇÕES LOCAIS • 20% das picadas são secas (s. injecção de veneno) • Ferimentos penetrantes / lacerações • Dor mínima
  • 24. QUADRO CLÍNICO • MANIFESTAÇÕES LOCAIS • Envenenamento verdadeiro: • Dor em queimação em minutos • Edema e eritema  equimoses e flictenas hemorrágicas • Comprometimento do sistema linfático  linfangite e linfadenopatia
  • 25.
  • 26. QUADRO CLÍNICO • MANIFESTAÇÕES SISTÉMICAS: • Astenia, náuseas, vómitos • Partestesias periorais, paladar metálico • Edema conjuntival, distúrbios visuais • Tremores • Edema pulmonar, hipotensão, choque • Arritmias • Casos graves: coagulopatia de consumo em ≃ 1 h • Insuficiência renal aguda
  • 27. QUADRO CLÍNICO • MANIFESTAÇÕES SISTÉMICAS: • Parestesias • Confusão mental • Ptose, Oftalmoplegia, Anosmia • Afonia • Paralisia muscular • Fascilulações, Rigidez
  • 28. EXAMES LABORATORIAIS • HEMOGRAMA: Anemia, Trombocitopenia, hemoconcentração • FACTORES DE COAGULAÇÃO:Tempos prolongados de Protrombina e Tromboplastina Parcial • BIOQUÍMICA:Aumento de Creatinina e Creatininafosfoquinase • URINÁLISE: Proteinúria, hematúria • Pacientes idosos e vítimas de envenenamento grave: RX Tórax e ECG
  • 29. TRATAMENTO • TRATAMENTO DE CAMPO • Remoção do paciente da zona de perigo • Limpeza da ferida e imobilização a nível do coração • Prejudicial: crioterapia, sucção, torniquetes e choque eléctrico • Técnica australiana de imobilização por pressão • Medidas de campo não devem adiar o transporte ao hospital mais próximo
  • 30. TRATAMENTO • TRATAMENTO HOSPITALAR • História rápida e detalhada do incidente, tipo de cobra, tratamento prévio e antídoto. • Avaliação física: sinais vitais, situação cardiopulmonar, exame neurológico, aparência e tamanho da ferida.
  • 31. TRATAMENTO • TERAPIA COM ANTÍDOTO • Visa julgamento clínico substancial • Riscos: reacção anafilática / doença do soro • Antídoto: • 1) Antivenom (Crotalidae) ACP • 2) CroFab • 3)North American Coral Snake Antivenin • O antídoto pode ser Monovalente, Bivalente ou Polivalente.
  • 32. TRATAMENTO • CUIDADOS COM A FERIDA • Lavar com água e sabão • Imobilização e elevação do membro • Desbridamento cirúrgico • VAT • Antibióticos • Derivados sanguíneos • Fasciotomia :está contra-indicada no caso de veneno hematotóxico
  • 33. COMPLICAÇÕES • Infecção : polimicrobiana • Celulite • Fasceíte necrotizante • Osteomielite • Malignização das úlceras • Insuficiência renal crónica • Do soro antiofídico: insuficiência adrenal
  • 34. PROGNÓSTICO • Depende do efeito causado • Disabilidade e disfunção.

Notas do Editor

  1. Se tratamento demorar nestes casos : quadro grave e necrose dos tecidos
  2. Drenagem capilar difusao leva ao edema pulmonar. Insuficiencia renal ( nefrotoxinas, colapso circulatório, mioglobinúria e coagulopatia de consumo)
  3. Drenagem capilar difusao leva ao edema pulmonar. Insuficiencia renal ( nefrotoxinas, colapso circulatório, mioglobinúria e coagulopatia de consumo)
  4. COBRAS MORTAS PODEM TER REFLEXO DE MORDIDA ATE APOS 1 H APOS O ABATE Marcar a ferida pode ajudar a avaliar a progressao do edema
  5. 1 – produzido em carneiros
  6. De acordo c o hist´ørico de imunização do pte