SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 38
Baixar para ler offline
Aula 2
Vazão, Teorema do transporte de Reynolds e
Equação da Continuidade.
1)Conceito de Vazão
Seja S uma superfície estacionária qualquer no espaço. Sobre S temos
um elemento de área infinitesimal dS caracterizado por um versor
normal n

e em cujo centróide temos o vetor da velocidade 

.
Ao longo de um intervalo t
 um volume de fluido 
 passa através do
elemento superficial dS. O volume 
 é igual à área de sua base
multiplicada por sua altura. Assim:
dS
H



A altura H é igual à projeção na direção normal ao elemento de área dS
do produto entre o vetor da velocidade e o intervalo de tempo t
 . Assim:
t
n
H 



.

Logo, o volume 
 é dado por:
dS
t
n 




.


O volume de fluido por unidade de tempo que instantaneamente
atravessa o elemento superficial dS é dado por:
dS
n
t
dQ


.






Chamamos dQ de vazão volumétrica, fluxo de volume ou simplesmente
vazão. dQ é a vazão volumétrica através de dS. A vazão volumétrica
total através da superfície S será:


S
dS
n
Q


.

Dimensionalmente,   1
3 
 T
L
Q e sua unidade SI é m3
/s.
A velocidade média V sobre uma superfície S é dada pela divisão entre a
vazão Q e a área superficial S. Assim:



S
dS
n
S
S
Q
V


.
1

Assim como temos uma vazão volumétrica que representa a quantidade
de volume de fluido por unidade de tempo que atravessa
instantaneamente a superfície S, podemos falar em vazão em massa
quando queremos saber a quantidade de massa de fluido por unidade de
tempo que atravessa instantaneamente a superfície S. O volume 
 tem
uma massa dada por 
 

m , onde  é a massa específica.
Assim, a vazão em massa através de dS é dada por:
dS
n
t
m
m
d


 .






E a vazão em massa ou fluxo de massa através da superfície S é dada
por:


S
dS
n
m


 .


Dimensionalmente,   1

 T
M
m
 e sua unidade SI é kg/s.
Assim como temos um fluxo de massa através de uma superfície,
podemos ter também fluxos de Energia Cinética e Quantidade de
movimento.
O fluxo de Energia Cinética C através da superfície S é dado por:


S
dS
n
C


.
2
2



Em termos dimensionais,   3
2 
 T
ML
C e sua unidade SI é J/s ou W.
O fluxo de Quantidade de Movimento 

é dado por:


S
dS
n




.




Em termos dimensionais,   2

MLT
 e sua unidade SI é N.
Generalizando, o fluxo  de uma grandeza física N qualquer, inerente a
uma certa quantidade de massa de fluido (propriedade extensiva, ou
seja, depende da extensão da massa da amostra) pode ser representado
por:
dS
n
S
N


.






Onde  é a grandeza N por unidade de massa do fluido (propriedade
intensiva, ou seja, não depende da massa da amostra).
N  N

massa m 1 m

Energia
Cinética 2
2

m
2
2
 C
Quantidade de
Movimento


m 





S
dS
n
m


 .

 

S
dS
n
C


.
2
2





S
dS
n




.




Exemplo: Em condutos industriais de seção circular, o perfil de
velocidades é dado por:
 
7
/
1
max 1 







R
r
V
r

Onde Vmax é a velocidade na linha de centro, r é uma coordenada radial e
R é o raio do conduto. Obtenha uma expressão para a velocidade média
V.
Solução: Se tomarmos um elemento de coroa de círculo de espessura
infinitesimal dr e área dr
r
dS 
2
 , poderemos considerar a velocidade
constante sobre o elemento. Assim, sobre esse elemento de área:
  dr
r
r
dS
r
dQ 

 2
)
(


A vazão Q será:
  



R
S
dr
r
r
dS
r
Q
0
2
)
( 


E a velocidade média será:
  



R
S
dr
r
r
R
dS
r
S
V
0
2
2
)
(
1
1




Assim:
 







R
dr
r
R
r
V
R
V
0
7
/
1
max
2
2
1
1


Isso resulta:
 







R
dr
r
R
r
R
V
V
0
7
/
1
2
max 1
2
Fazendo
R
r

 , 
d
R
dr  :
 
 

1
0
7
/
1
2
max 1
2


 Rd
R
R
V
V
Isso resulta:
 
 

1
0
7
/
1
max 1
2 

 d
V
V
Fazendo     








 7
/
8
7
/
1
1
8
7
1 
 
d
d :
 
   










 
























 








1
0
7
/
8
1
0
7
/
8
max
1
0
7
/
8
max
1
8
7
1
8
7
2
1
8
7
2










d
d
d
V
d
d
d
V
V
Isso resulta:
 






 







1
0
7
/
8
max 1
8
7
2 
 d
V
V
Integrando:
 
1
0
7
/
15
max 1
15
7
8
7
2 













 
V
V
Isso resulta:















120
49
0
2 max
V
V
Logo:
max
60
49
V
V 
2) Teorema do Transporte de Reynolds
Seja uma grandeza extensiva N(t) qualquer relacionada com uma certa
quantidade de massa m de um volume de fluido móvel e deformável
)
(t
 . Podemos dizer que N é dado por:
 

 )
(
)
(
t
d
t
N 

Suponha agora que, no instante t, o volume de fluido )
(t
 ocupa uma
posição no espaço coincidente com um volume arbitrário )
(t
C
 ,
também móvel e deformável. O contorno de )
(t
C
 é chamado de
Superfície de controle )
(t
SC .
Entre os pontos da superfície do volume )
(t
 e da superfície )
(t
SC do
volume de controle )
(t
C
 existe uma diferença de velocidade, ou seja, o
volume )
(t
 tem uma velocidade relativa r


em relação ao volume
)
(t
C
 .
Devido a essa velocidade relativa entre os dois volumes, em t
t 
 eles
não serão mais coincidentes.
Suponha agora que queremos estudar a variação temporal da grandeza N
da massa móvel de fluido. Assim:
t
t
N
t
t
N
dt
dN
t 






)
(
)
(
lim
0
Isso pode ser escrito como:
t
d
d
dt
dN t
t
t
t 
 

 







)
(
)
(
0
lim



Isso resulta:
t
d
d
dt
dN t
t 
 

 







)
(
0
3
2
lim



Vamos agora somar e subtrair na expressão acima o termo
t
d

 
1


:











 


 


 

 








 t
d
t
d
t
d
d
dt
dN t
t
1
2
3
1 )
(
0
lim






Lembrando que )
(
3
1 t
t
C 





 e :
)
(
)
( t
C
t 













 


 


 

 








 t
d
t
d
t
d
d
dt
dN t
C
t
t
C
t
1
2
)
(
)
(
0
lim






O primeiro termo representa a variação temporal da grandeza C
N não
mais da massa móvel de fluido, mas do volume de controle C
 :
 




 

 






 )
(
)
(
)
(
0
lim
t
C
t
C
t
t
C
t
d
t
t
d
d




O segundo termo representa a quantidade da grandeza N que deixou o
volume de controle através da superfície S2 por unidade de tempo.
Portanto, é o fluxo da grandeza N para fora do volume de controle
através de S2:
dS
n
t
d
S
r
t
2
0
.
lim
2
2 




 







O terceiro termo representa a quantidade da grandeza N que entrou no
volume de controle através da superfície S1 por unidade de tempo.
Portanto, é o fluxo da grandeza N para dentro do volume de controle
através de S1:
dS
n
t
d
S
r
t
1
0
.
lim
1
1 




 








O sinal negativo se deve ao fato de que o sentido da velocidade relativa
sobre a superfície S1 aponta para dentro do volume, enquanto 1
n

aponta
para fora, portanto o produto escalar será negativo.
Como a soma das superfícies S1 e S2 é a própria superfície de controle
do fluido:
dS
n
d
t
dt
dN
t
SC
r
t
C


 



 )
(
)
(
.





Se o volume de controle for estacionário a velocidade relativa entre
fluido e volume de controle será a própria velocidade absoluta,
resultando:
dS
n
d
t
dt
dN
SC
C


 






.



3)Equação da Continuidade ou Conservação da Massa
Se aplicarmos o Teorema do Transporte de Reynolds para uma massa
móvel e fixa de fluido em movimento ( o que chamamos de sistema) de
modo que N=m e 1

 , teremos, por definição:
0

dt
dm
0
. 


 



dS
n
d
t SC
C





Esta última equação é a chamada Equação da Continuidade ou Equação
da Conservação da Massa.
Essa equação admite uma série de simplificações:
a)Regime Permanente: em cada volume elementar 
d a massa
específica permanece constante ao longo do tempo. Isso significa que:
0

 


C
d
t

A equação da continuidade se resume a:
0
. 
 dS
n
SC




Como temos uma superfície lateral impermeável, só teremos fluxos de
massa através das superfícies S1 e S2:
0
.
.
2
1



 dS
n
dS
n
S
S








Na superfície S2 o produto escalar 


.
n é positivo e na superfície S1 é
negativo. Assim:
0
1
2 
m
m 

Se a massa específica for uniforme nas superfícies S1 e S2, podemos
escrever Q
m 

 e teremos:
1
1
2
2 Q
Q 
 
b)Escoamento Incompressível
Nesse caso a massa específica é constante no tempo e uniforme no
espaço, e a equação da continuidade resulta:
0
. 
 dS
n
SC



Para o volume de controle ilustrado na última figura:
0
.
.
2
1



 dS
n
dS
n
S
S






Resultando:
1
2 Q
Q 
Ou:
1
1
2
2 S
V
S
V 
Exercício: Na seção (1), temos um perfil de velocidades do tipo:
 
7
/
1
max 1 







R
r
V
r

Onde Vmax = 0,122 m/s. O conduto é circular, com D1=0,5m e D2=0,1m.
Calcule a velocidade média na seção (2) considerando escoamento
incompressível.
Solução:
Para um escoamento incompressível da continuidade temos que:
2
2
1
1
2
1 S
V
S
V
Q
Q 


De exercício anterior,

 max
1
60
49
V
V m/s
100
,
0
122
,
0
60
49
1 


V
Da equação da continuidade:
2
2
1
1
2
2
2
2
2
1
1
4
4









D
D
V
V
D
V
D
V


Assim:









2
2
1
,
0
5
,
0
100
,
0
V m/s
5
,
2
2 
V
Exercício: Um foguete queima  kg/s de combustível. Se mo é a massa
inicial de combustível do foguete, S é a área do bocal de saída dos gases,
 é a densidade dos gases no bocal e V é a velocidade relativa de saída
dos gases em relação ao foguete, obtenha uma expressão para V.
Solução: da continuidade, 0
.
)
(
)
(



 



dS
n
d
t t
SC
r
t
C




 .
A primeira integral representa a massa do C
 .Assim:
0
.
)
(




  dS
n
t
m
t
SC
r
C 



Mas a massa do volume de controle é dada por:
t
m
m o
C 



Assim:
0
0
.
)
(








  VS
dS
n
t
m
t
SC
r
C 





Que resulta:
S
V



Bibliografia:
Bistafa, S.R., “Mecânica dos Fluidos, Noções e Aplicações”, 2ª Edição,
Ed. Blucher, 2016.
White, F.M., “Mecânica dos Fluidos”, 5º edição, Ed. McGraw Hill,
2010.
Potter, M.C.; Wiggert, D.C., “Mecânica dos Fluidos”, Ed. Thomson
Learning, 2004.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Aula_2_Vazao_Continuidade.pdf

Aula de física movimento, repouso, velocidade média
Aula de física  movimento, repouso, velocidade médiaAula de física  movimento, repouso, velocidade média
Aula de física movimento, repouso, velocidade média
luam1969
 

Semelhante a Aula_2_Vazao_Continuidade.pdf (20)

6 fator de atrito
6   fator de atrito6   fator de atrito
6 fator de atrito
 
Secao6 s1 Incropera 6ed
Secao6 s1 Incropera 6edSecao6 s1 Incropera 6ed
Secao6 s1 Incropera 6ed
 
Coordenadas cartesianas, deslocamento, distância e velocidade média
Coordenadas cartesianas, deslocamento, distância e velocidade médiaCoordenadas cartesianas, deslocamento, distância e velocidade média
Coordenadas cartesianas, deslocamento, distância e velocidade média
 
Fisica moderna relatividade restrita
Fisica moderna   relatividade restritaFisica moderna   relatividade restrita
Fisica moderna relatividade restrita
 
Aula 3 mruv
Aula 3  mruvAula 3  mruv
Aula 3 mruv
 
Apostila de Hidrologia (Profa. Ticiana Studart) - Capítulo 11: Propagação de ...
Apostila de Hidrologia (Profa. Ticiana Studart) - Capítulo 11: Propagação de ...Apostila de Hidrologia (Profa. Ticiana Studart) - Capítulo 11: Propagação de ...
Apostila de Hidrologia (Profa. Ticiana Studart) - Capítulo 11: Propagação de ...
 
Med Vaz
Med VazMed Vaz
Med Vaz
 
Hidrometria
HidrometriaHidrometria
Hidrometria
 
fisica aula de ondulatoria para o enem 2023
fisica aula de ondulatoria para o enem 2023fisica aula de ondulatoria para o enem 2023
fisica aula de ondulatoria para o enem 2023
 
Equações integrais_6fenomenosdetras.pptx
Equações integrais_6fenomenosdetras.pptxEquações integrais_6fenomenosdetras.pptx
Equações integrais_6fenomenosdetras.pptx
 
Fundamentos da convecção
Fundamentos da convecçãoFundamentos da convecção
Fundamentos da convecção
 
Aulas cap1 - Fenômenos de Transporte
Aulas cap1 - Fenômenos de TransporteAulas cap1 - Fenômenos de Transporte
Aulas cap1 - Fenômenos de Transporte
 
Hidrostática hidrodinâmica
Hidrostática hidrodinâmicaHidrostática hidrodinâmica
Hidrostática hidrodinâmica
 
Mruv
MruvMruv
Mruv
 
Aula 4 - Hidrodinâmica.pptx
Aula 4 - Hidrodinâmica.pptxAula 4 - Hidrodinâmica.pptx
Aula 4 - Hidrodinâmica.pptx
 
Aula de física movimento, repouso, velocidade média
Aula de física  movimento, repouso, velocidade médiaAula de física  movimento, repouso, velocidade média
Aula de física movimento, repouso, velocidade média
 
Rota derivadas
Rota derivadasRota derivadas
Rota derivadas
 
Apostila
ApostilaApostila
Apostila
 
Apostila de física impacto (1)
Apostila de física   impacto (1)Apostila de física   impacto (1)
Apostila de física impacto (1)
 
Relatório 1
Relatório 1Relatório 1
Relatório 1
 

Aula_2_Vazao_Continuidade.pdf

  • 1. Aula 2 Vazão, Teorema do transporte de Reynolds e Equação da Continuidade.
  • 2. 1)Conceito de Vazão Seja S uma superfície estacionária qualquer no espaço. Sobre S temos um elemento de área infinitesimal dS caracterizado por um versor normal n  e em cujo centróide temos o vetor da velocidade   .
  • 3. Ao longo de um intervalo t  um volume de fluido   passa através do elemento superficial dS. O volume   é igual à área de sua base multiplicada por sua altura. Assim: dS H    A altura H é igual à projeção na direção normal ao elemento de área dS do produto entre o vetor da velocidade e o intervalo de tempo t  . Assim: t n H     .  Logo, o volume   é dado por: dS t n      .  
  • 4. O volume de fluido por unidade de tempo que instantaneamente atravessa o elemento superficial dS é dado por: dS n t dQ   .       Chamamos dQ de vazão volumétrica, fluxo de volume ou simplesmente vazão. dQ é a vazão volumétrica através de dS. A vazão volumétrica total através da superfície S será:   S dS n Q   .  Dimensionalmente,   1 3   T L Q e sua unidade SI é m3 /s.
  • 5. A velocidade média V sobre uma superfície S é dada pela divisão entre a vazão Q e a área superficial S. Assim:    S dS n S S Q V   . 1  Assim como temos uma vazão volumétrica que representa a quantidade de volume de fluido por unidade de tempo que atravessa instantaneamente a superfície S, podemos falar em vazão em massa quando queremos saber a quantidade de massa de fluido por unidade de tempo que atravessa instantaneamente a superfície S. O volume   tem uma massa dada por     m , onde  é a massa específica.
  • 6. Assim, a vazão em massa através de dS é dada por: dS n t m m d    .       E a vazão em massa ou fluxo de massa através da superfície S é dada por:   S dS n m    .   Dimensionalmente,   1   T M m  e sua unidade SI é kg/s.
  • 7. Assim como temos um fluxo de massa através de uma superfície, podemos ter também fluxos de Energia Cinética e Quantidade de movimento. O fluxo de Energia Cinética C através da superfície S é dado por:   S dS n C   . 2 2    Em termos dimensionais,   3 2   T ML C e sua unidade SI é J/s ou W.
  • 8. O fluxo de Quantidade de Movimento   é dado por:   S dS n     .     Em termos dimensionais,   2  MLT  e sua unidade SI é N.
  • 9. Generalizando, o fluxo  de uma grandeza física N qualquer, inerente a uma certa quantidade de massa de fluido (propriedade extensiva, ou seja, depende da extensão da massa da amostra) pode ser representado por: dS n S N   .       Onde  é a grandeza N por unidade de massa do fluido (propriedade intensiva, ou seja, não depende da massa da amostra).
  • 10. N  N  massa m 1 m  Energia Cinética 2 2  m 2 2  C Quantidade de Movimento   m       S dS n m    .     S dS n C   . 2 2      S dS n     .    
  • 11. Exemplo: Em condutos industriais de seção circular, o perfil de velocidades é dado por:   7 / 1 max 1         R r V r  Onde Vmax é a velocidade na linha de centro, r é uma coordenada radial e R é o raio do conduto. Obtenha uma expressão para a velocidade média V.
  • 12. Solução: Se tomarmos um elemento de coroa de círculo de espessura infinitesimal dr e área dr r dS  2  , poderemos considerar a velocidade constante sobre o elemento. Assim, sobre esse elemento de área:   dr r r dS r dQ    2 ) (  
  • 13. A vazão Q será:       R S dr r r dS r Q 0 2 ) (    E a velocidade média será:       R S dr r r R dS r S V 0 2 2 ) ( 1 1    
  • 14. Assim:          R dr r R r V R V 0 7 / 1 max 2 2 1 1   Isso resulta:          R dr r R r R V V 0 7 / 1 2 max 1 2 Fazendo R r   ,  d R dr  :
  • 15.      1 0 7 / 1 2 max 1 2    Rd R R V V Isso resulta:      1 0 7 / 1 max 1 2    d V V Fazendo               7 / 8 7 / 1 1 8 7 1    d d :
  • 16.                                                     1 0 7 / 8 1 0 7 / 8 max 1 0 7 / 8 max 1 8 7 1 8 7 2 1 8 7 2           d d d V d d d V V Isso resulta:                  1 0 7 / 8 max 1 8 7 2   d V V Integrando:
  • 17.   1 0 7 / 15 max 1 15 7 8 7 2                 V V Isso resulta:                120 49 0 2 max V V Logo: max 60 49 V V 
  • 18. 2) Teorema do Transporte de Reynolds Seja uma grandeza extensiva N(t) qualquer relacionada com uma certa quantidade de massa m de um volume de fluido móvel e deformável ) (t  . Podemos dizer que N é dado por:     ) ( ) ( t d t N   Suponha agora que, no instante t, o volume de fluido ) (t  ocupa uma posição no espaço coincidente com um volume arbitrário ) (t C  , também móvel e deformável. O contorno de ) (t C  é chamado de Superfície de controle ) (t SC .
  • 19. Entre os pontos da superfície do volume ) (t  e da superfície ) (t SC do volume de controle ) (t C  existe uma diferença de velocidade, ou seja, o volume ) (t  tem uma velocidade relativa r   em relação ao volume ) (t C  .
  • 20. Devido a essa velocidade relativa entre os dois volumes, em t t   eles não serão mais coincidentes. Suponha agora que queremos estudar a variação temporal da grandeza N da massa móvel de fluido. Assim: t t N t t N dt dN t        ) ( ) ( lim 0 Isso pode ser escrito como: t d d dt dN t t t t              ) ( ) ( 0 lim   
  • 21. Isso resulta: t d d dt dN t t              ) ( 0 3 2 lim    Vamos agora somar e subtrair na expressão acima o termo t d    1   :                                  t d t d t d d dt dN t t 1 2 3 1 ) ( 0 lim      
  • 22. Lembrando que ) ( 3 1 t t C        e : ) ( ) ( t C t                                     t d t d t d d dt dN t C t t C t 1 2 ) ( ) ( 0 lim       O primeiro termo representa a variação temporal da grandeza C N não mais da massa móvel de fluido, mas do volume de controle C  :                   ) ( ) ( ) ( 0 lim t C t C t t C t d t t d d    
  • 23. O segundo termo representa a quantidade da grandeza N que deixou o volume de controle através da superfície S2 por unidade de tempo. Portanto, é o fluxo da grandeza N para fora do volume de controle através de S2: dS n t d S r t 2 0 . lim 2 2              
  • 24. O terceiro termo representa a quantidade da grandeza N que entrou no volume de controle através da superfície S1 por unidade de tempo. Portanto, é o fluxo da grandeza N para dentro do volume de controle através de S1: dS n t d S r t 1 0 . lim 1 1                O sinal negativo se deve ao fato de que o sentido da velocidade relativa sobre a superfície S1 aponta para dentro do volume, enquanto 1 n  aponta para fora, portanto o produto escalar será negativo.
  • 25. Como a soma das superfícies S1 e S2 é a própria superfície de controle do fluido: dS n d t dt dN t SC r t C         ) ( ) ( .      Se o volume de controle for estacionário a velocidade relativa entre fluido e volume de controle será a própria velocidade absoluta, resultando: dS n d t dt dN SC C           .   
  • 26. 3)Equação da Continuidade ou Conservação da Massa Se aplicarmos o Teorema do Transporte de Reynolds para uma massa móvel e fixa de fluido em movimento ( o que chamamos de sistema) de modo que N=m e 1   , teremos, por definição: 0  dt dm 0 .         dS n d t SC C     
  • 27. Esta última equação é a chamada Equação da Continuidade ou Equação da Conservação da Massa. Essa equação admite uma série de simplificações:
  • 28. a)Regime Permanente: em cada volume elementar  d a massa específica permanece constante ao longo do tempo. Isso significa que: 0      C d t  A equação da continuidade se resume a: 0 .   dS n SC    
  • 29. Como temos uma superfície lateral impermeável, só teremos fluxos de massa através das superfícies S1 e S2: 0 . . 2 1     dS n dS n S S         Na superfície S2 o produto escalar    . n é positivo e na superfície S1 é negativo. Assim: 0 1 2  m m   Se a massa específica for uniforme nas superfícies S1 e S2, podemos escrever Q m    e teremos: 1 1 2 2 Q Q   
  • 30. b)Escoamento Incompressível Nesse caso a massa específica é constante no tempo e uniforme no espaço, e a equação da continuidade resulta: 0 .   dS n SC    Para o volume de controle ilustrado na última figura: 0 . . 2 1     dS n dS n S S      
  • 32. Exercício: Na seção (1), temos um perfil de velocidades do tipo:   7 / 1 max 1         R r V r  Onde Vmax = 0,122 m/s. O conduto é circular, com D1=0,5m e D2=0,1m. Calcule a velocidade média na seção (2) considerando escoamento incompressível.
  • 33. Solução: Para um escoamento incompressível da continuidade temos que: 2 2 1 1 2 1 S V S V Q Q    De exercício anterior,   max 1 60 49 V V m/s 100 , 0 122 , 0 60 49 1    V
  • 34. Da equação da continuidade: 2 2 1 1 2 2 2 2 2 1 1 4 4          D D V V D V D V   Assim:          2 2 1 , 0 5 , 0 100 , 0 V m/s 5 , 2 2  V
  • 35. Exercício: Um foguete queima  kg/s de combustível. Se mo é a massa inicial de combustível do foguete, S é a área do bocal de saída dos gases,  é a densidade dos gases no bocal e V é a velocidade relativa de saída dos gases em relação ao foguete, obtenha uma expressão para V.
  • 36. Solução: da continuidade, 0 . ) ( ) (         dS n d t t SC r t C      . A primeira integral representa a massa do C  .Assim: 0 . ) (       dS n t m t SC r C     Mas a massa do volume de controle é dada por: t m m o C    
  • 37. Assim: 0 0 . ) (           VS dS n t m t SC r C       Que resulta: S V   
  • 38. Bibliografia: Bistafa, S.R., “Mecânica dos Fluidos, Noções e Aplicações”, 2ª Edição, Ed. Blucher, 2016. White, F.M., “Mecânica dos Fluidos”, 5º edição, Ed. McGraw Hill, 2010. Potter, M.C.; Wiggert, D.C., “Mecânica dos Fluidos”, Ed. Thomson Learning, 2004.