O documento discute a Vespa velutina, uma espécie invasora que representa riscos para a apicultura, agricultura, ambiente e segurança pública. Ele fornece detalhes sobre o ciclo de vida da vespa, seus impactos, o plano de ação para vigilância e controle, e a necessidade de mais pesquisa sobre o controle da espécie.
8. Espécie diurna, com um ciclo biológico anual,
com máxima actividade no verão, quando ataca em massa as colmeias
9. Devido a uma estratégia de reprodução muito agressiva e elevada capacidade de
disseminação a presença da Vespa velutina representa:
risco para a apicultura:
Efeito directo - predação directa
Efeito indirecto - diminuição da actividades das abelhas perante a presença da Vespa
velutina com enfraquecimento e morte final da colmeia
risco para a produção agrícola:
Efeito indirecto - diminuição da actividade polinizadora das abelhas
Efeito directo - impacto sobre culturas de fruteiras
risco para o ambiente:
Efeito directo - impactos na biodiversidade (espécies de vespas nativas/populações de
outros insectos)
Efeito indirecto - diminuição da entomofauna autóctone e redução na polinização de
espécies da vegetação natural ou cultivada.
risco para o bem estar e a segurança dos cidadãos:
Agressividade - individualmente não é mais agressiva para o ser humano do que a vespa
autóctone mas, perante uma ameaça ou vibração até 5 metros, produz-se uma resposta
de grupo que pode perseguir a fonte da ameaça durante cerca de 500 metros
Grande tamanho dos ninhos/localização em zonas urbanas ou periurbanas - receio por
parte dos cidadãos
10. • Apresentado publicamente em Janeiro de
2015
• Revisto em Janeiro de 2018, na sequência de
despacho do MAFDR
• Despacho n.º 8813/2017 do MAFDR, de
06.10.2018, cria a Comissão de
Acompanhamento para a Vigilância,
Prevenção e Controlo da Vespa velutina
(CVV)
• Despacho n.º 11351/2017, de 27.12.2018,
altera o anterior, para integrar
representantes das Regiões Autónomas
11. Objetivos:
garantir o bem estar e a segurança dos cidadãos
proteção da atividade agrícola
proteção do efetivo apícola
minimização dos impactos sobre a biodiversidade
Medidas/actividade:
Desenho e implementação de um sistema de vigilância
Identificação de formas de controlo
Formação dos intervenientes no plano
Destruição dos ninhos detectados
Actualização contínua da informação
Divulgação e sensibilização pública
15. Comunicação de suspeitas/detecções
• Participação online, através do portal www.sosvespa.pt, acessível
diretamente ou a partir dos portais do ICNF, da DGAV, do INIAV, das
DRAP, do SEPNA/GNR e de algumas Câmaras Municipais.
• Comunicação via Smartphone
(www.sosvespa.pt), temporariamente
fora de serviço
16. • Preenchimento de formulário
(Anexo IV do Plano de Ação para a
Vigilância e Controlo da Vespa
velutina em Portugal), disponível
online para impressão nos locais
já indicados, bem como
disponível nas Juntas de
Freguesia.
• Contacto através da linha SOS AMBIENTE (808 200 520) - o
observador será informado do procedimento a seguir para a
efectiva comunicação da suspeita.
19. • A localização dos ninhos é tarefa difícil, pois normalmente estão
localizados nas copas das árvores, a alturas que podem atingir os 30 m
• A localização dos ninhos é particularmente importante ocorrer antes
do final de Julho/Agosto, altura em que se inicia a criação de
fundadoras nos ninhos
• Um ninho embrionário ou definitivo bem destruido, com eliminação
total da colónia, interrompe definitivamente o ciclo reprodutivo da
Vespa velutina
• A adequada destruição de ninhos é o combate mais eficaz contra a
Vespa velutina
• A destruição de ninhos só deve ser feita por pessoal devidamente
protegido e instruído para o efeito.
Localização e destruição de ninhos
20. Cuidados a ter
• SENTIDO DE RESPONSABILIDADE: Um ninho de vespas não justifica
que alguém se coloque em situação de risco de acidente. A
segurança das pessoas está em primeiro lugar
• Destruir um ninho não é o mesmo que destruir uma colónia. Destruir
uma colónia significa matar a(s) fundadora(s) existente(s) no ninho,
bem como todas as obreiras e machos lá existentes
• Ao cair da noite todas os indivíduos estão no ninho, podendo então
actuar-se com máxima eficácia, destruindo toda a colónia, o que é
fundamental para evitar a relocalização do ninho
• Independentemente da técnica utilizada na destruição de ninhos é
importante proceder à monitorização da presença (ou não) de vespas
originárias do ninho num período de 24 horas
Localização e destruição de ninhos
21. • Destruição por meios mecânicos (captura e esmagamento)
• Destruição por incineração (com maçarico a gás – potência mínima
de 150 kw)
• Destruição com biocidas (insecticidas/pesticidas homologados)
• Destruição com S02 (anidrido sulfuroso)
Evitar:
• Destruição de ninhos durante o dia, por ser menos eficaz
• Utilização de jacto de água, armas de fogo ou qualquer outro método
que não destrua a totalidade da colónia, incluindo a ou as fundadoras
desse ninho, pondo em perigo a integridade física dos cidadãos nos
dias seguintes
Localização e destruição de ninhos
22.
23.
24. Há vários modelos de armadilhas para a Vespa velutina:
• Comerciais ( várias empresas especializadas)
• Artesanais ( modelos desenvolvidos por processos de construção
simples e com materiais acessíveis e baratos)
Utilização como:
- meio de luta
- vigilância activa
A captura em massa descontrolada poderá provocar efeitos colaterais
noutras espécies, pelo que este método só deve ser utilizado local e
excepcionalmente para limitar o impacto caso haja predação em apiários.
A armadilhagem poderá ser interessante para a captura de fundadoras,
não existindo ainda um atractivo específico (nomeadamente feromonas).
25.
26.
27. • Dados da Plataforma SOSVespa
Extraídos a
11 Dez 2018
Vespas Ninhos
Total validados Total validados destruídos %
Até 31.12.2014 15 14 208 203 187 92,1
2015 498 494 3400 3363 2422 72,0
2016 251 161 2858 2646 1937 73,2
2017 594 313 6470 5412 4229 78,1
2018 509 237 5804 4970 3762 75,7
Total Nacional 1867 1219 18740 16594 12538 75,6
28. Os dados da Plataforma SOSVespa ilustram a progressão da Vespa
velutina de norte para sul e de oeste para este concentrada na zona
litoral, evidenciando um movimento progressivo através da
dispersão natural em virtude da capacidade de voo das vespas
adultas (30km por dia das “rainhas”) e também uma dispersão
descontínua (aos saltos), para territórios não contínuos, devido
certamente a movimentos mediados pelas actividades humanas
(transporte de bens e mercadorias).
Esta dispersão induzida pelo homem é imprevisível. A
implementação de um sistema nacional de detecção precoce e
resposta rápida, alargada em rede a todo o território, poderá
permitir a detecção de populações emergentes e contribuir para
uma possível erradicação - rede de vigilância activa.
29. Rede de captura permanente com a localização dos
centróides numa malha de 30x30 = 900km² Previa-se a
instalação de 90 armadilhas entomológicas na zona
tampão (ZTA), 3 por cada malha, 34 armadilhas (1 por cada
malha) na zona invadida sujeita a intervenções de
destruição (ZIN) e 63 (uma por malha), na zona não
invadida (ZNI), totalizando o número de 187 .
Utilizam-se armadilhas e iscos comerciais
disponíveis no mercado nacional em toda a
rede de monitorização a instalar. O modelo foi
escolhido tendo por base a disponibilidade e a
homogeneidade exigida para uma rede de
vigilância extensível a toda a zona de
intervenção, assegurando a possibilidade de
análise comparativa dos dados, dando
consistência científica aos dados recolhidos.
Vigilância activa
30. Vigilância activa
1. Conhecimento do ciclo biológico;
2. Comportamento biológico nas áreas de disseminação/ocupação;
3. Definição do plano de capturas;
4. Redefinição medidas preventivas e de luta de uma forma mais efetiva.
A monitorização das áreas já afectadas permitirá, por outro lado, a
avaliação das respostas da espécie às medidas de controlo entretanto
implementadas
31. Gesvespa - POSEUR-03-2215-FC-000008
• envolvimento
– instituições do SI&ID regional (IPB, IPVC e UTAD)
– Comunidades Intermunicipais (Alto Minho, Ave, Cávado e Tâmega e Sousa)
– FNAP
– DGAV
• NUT Norte e os concelhos adjacentes da NUT Centro
• 178 apiários sentinela
• Ficha de Identificação – “Vespa crabro Linnaeus, 1758 e Vespa velutina
Lepeletier, 1836 Características para identificação, com lupa binocular”
http://www.iniav.pt/fotos/editor2/ficha_identificacao_vespa_velutina_
vespa_crabro_marco_2015.pdf
• brochura em formato A5 com 30 páginas (em curso)
• filme de 4 minutos (em curso)
32. Necessidades de investigação:
• Reprodução, etologia, genética e sanidade da Vespa velutina;
• Avaliação de potenciais riscos sanitários para o efetivo apícola;
• Análise da estrutura paisagística enquanto factor que influencia a
disseminação da espécie;
• Modelos preditivos para a evolução da disseminação da espécie;
• Metodologias para a detecção precoce de ninhos;
• Métodos de controlo (eliminação de espécimes e destruição de
ninhos) com realce para iscos biocidas, feromonas e utilização de
drones.
Inverno: as rainhas fundadoras hibernam fora do ninho, principalmente em árvores, rochas ou no solo.
Fevereiro–março: as rainhas que sobreviveram ao inverno abandonam o local de hibernação para fundar a sua própria colónia (fundadoras). Inicia-se a postura (ninho primário) e nascem as obreiras .
Mudam-se para um ninho secundário construído em locais de grande altitude sendo as obreiras responsáveis pela alimentação das novas larvas, bem como da rainha.
Com a saída das obreiras, o crescimento do ninho e da colónia é exponencial.
Duração da vida média das obreiras: variável em função das temperaturas - entre 30 e 55 dias.
Duração da vida média das rainhas: cerca de um ano.
Junho–setembro: maior pressão de predação, associada ao crescimento dos ninhos pelo que o crescimento exponencial da colónia no verão e no outono está associado a ataques a apiários da abelha europeia (Apis mellifera).