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Histórico
 Deriva do latim “regere”, composta pelo radical “reg”, que
deu origem a outras palavras como regente, regência, regra
etc.
 “regione” no Imp. Romano era a denominação para áreas
que dispunham de uma administração local, mas estavam
subordinados às regras gerais de Roma.
 Filósofos interpretam este conceito como um momento
histórico em que surge a relação entre a centralização do
poder em um local e a extensão dele sobre uma área de
diversidade social, cultural e espacial.
 Estado moderno Europeu – Discurso de união regional face
a um inimigo comercial, cultural ou militar exterior.
Mudança do conceito
 Antiguidade Clássica – relacionado a questão da relação
entre a centralização administrativa e a diversidade espacial
(diversidade física, cultural, econômica e política).
 Contemporaneidade – redefinição do papel do Estado,
quebra de pactos territoriais, ressurgimento de questões
regionais (nacionalismo/regionalismo fragmentado)
 Por uma nova centralidade dos focos hegemônicos de uma
político-econômica imposta pelo capitalismo mundial vemos
o desejo de autonomia
Diversas noções de regiões
 Senso Comum - Relacionada a dois princípios:
localização e extensão.
 Unidade administrativa – Divisão regional relacionada
a hierarquia e controle na administração do Estado.
 Ciências – Associada à localização de um certo
domínio (espécie, afloramento, clima, bioma etc).
 Geografia – Região natural nasce da ideia de o
ambiente tem certo domínio sobre a orientação do
desenvolvimento da sociedade (determinismo).
 A natureza pode influenciar e moldar certos gêneros
de vida, mas é sempre a sociedade que tem a
responsabilidade da escolha (Possibilismo).
 “O meio ambiente propõe, o homem dispõe” (L. Fébvre,
1922).
 As regiões existem como unidades básicas do saber
geográfico, não como unidades morfológicas e
fisicamente pré-constituídas mas sim como o resultado
do trabalho humano em um determinado ambiente.
 Assim, estudos regionais passam a analisar e a
descrever as características físicas e depois humanas.
 Hartshore (1939) propõe a Geografia Idiográfica e a
Nomotética.
 Idiográfica
 Descritiva, únicos e compreendidos por suas
particularidades; não há leis ou normas gerais.
 Nomotética
 Fatos que são regulares e comuns; estabelece modelos
que podem antecipar resultados a partir de variáveis
fundamentais.
 Geografia ciência Idiográfica, visto que estudava o
espaço terrestre que é diferenciado e único em cada
paisagem (Hettner, Séc XIX).
 Ciências naturais estão mais próximas do modelo
nomotético, enquanto as ciências sociais, pelo caráter
único dos fenômenos que estudam se identificam
muito mais ao modelo idiográfico (Hastshore, 1939).
 Duas décadas como referência fundamental nas
discussões metodológicas na geografia.
 Renovações na década de 1950.
 Crítica da e à Geografia Clássica:
 A Geografia na perspectiva regional – descritiva, Sem
status de ciência, se limitava à descrição sem
estabelecer relações ou análises.
 O estabelecimento de regiões passa a ser uma técnica
da Geografia, um meio para demonstração de uma
hipótese e não mais um produto final do trabalho de
pesquisa.
 Regionalização passou a ser tarefa de dividir o espaço
segundo diferentes critérios e que variam segundo as
intenções explicativas de cada pesquisa.
 Surgindo assim, dois tipos fundamentais de região:
 Homogêneas
 Variáveis de análise definindo espaços homogêneos
 Funcionais ou polarizadas
 Apresentam ligações de fluxos e redes
 Atualmente há diversos recortes regionais:
 Grupos de Estados (UE; Nafta);
 Parcelas subnacionais;
 Parcelas supranacionais, com forte identidade cultural
(Mundo árabe).
O IBGE e a divisão regional oficial do Brasil -
antecedentes
 Nasce em 1934, sob a designação de Instituto
Nacional de Estatística;
 1936 – início das atividades
 1938 - nome se altera para Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística
 Contexto histórico: governo ditatorial de Getúlio
Vargas (1930-1945); planejamento territorial e
integração nacional como fundamentos.
Divisões regionais do Brasil segundo o IBGE
 Ao longo de sua existência, o IBGE adotou divisões
regionais do Brasil, a última delas (1990) resultante da
criação de Tocantins e de sua inserção na Região
Norte;
1913
A primeira proposta de
divisão regional do
Brasil surgiu em 1913,
para ser utilizada no
ensino de geografia.
Os critérios utilizados
para esse processo foram
apenas aspectos físicos –
clima, vegetação e relevo.
Dividia o país em cinco
regiões: Setentrional,
Norte Oriental, Oriental,
Meridional.
1940
O IBGE elaborou uma nova
proposta de divisão para o país
que, além dos aspectos físicos,
levou em consideração aspectos
socioeconômicos.
Norte: Amazonas, Pará,
Maranhão, Piauí e o território do
Acre.
Nordeste: Ceará, Rio Grande do
Norte, Pernambuco, Paraíba e
Alagoas.
Centro: Goiás, Mato Grosso e
Minas Gerais.
Leste: Bahia, Sergipe e Espírito
Santo.
Sul: Paraná, Santa Catarina, Rio
Grande do Sul, São Paulo e Rio de
Janeiro.
1945
O Brasil possuía sete
regiões: Norte, Nordeste
Ocidental, Nordeste
Oriental, Centro-Oeste,
Leste Setentrional, Leste
Meridional e Sul.
Norte: Criado o território
de Rio Branco (RR); o
Amapá.
MT perdeu uma porção a
noroeste (batizado como
território de Guaporé) e
outra ao sul (chamado
território de Ponta Porã).
No Sul, PR e SC foram
cortados a oeste e o
território de Iguaçu foi
criado.
1950
Os territórios de Ponta Porã e
Iguaçu foram extintos e os
estados do Maranhão e do Piauí
passaram a integrar a região
Nordeste.
Leste: Bahia, Minas Gerais,
Espírito Santo, Rio de Janeiro.
1960 - Brasília foi criada e o
Distrito Federal, e a capital virou
Estado da Guanabara.
1962 - Acre tornou-se estado
autônomo e o território de Rio
Branco ganhou o nome de
Roraima.
1970
O Brasil ganhou o desenho
regional atual.
Sudeste: São Paulo e Rio de
Janeiro sendo agrupados a
Minas Gerais e Espírito
Santo.
Nordeste: recebeu Bahia e
Sergipe.
Centro-Oeste: Goiás, Mato
Grosso, dividido alguns anos
depois, dando origem ao
estado de Mato Grosso do
Sul.
1990
Constituição de 1988.
Divisão de Goiás em GO e
TO, este se incorpora a
região Norte.
Roraima, Amapá e Rondônia
tornaram-se estados
autônomos.
Fernando de Noronha
deixou de ser federal e foi
incorporado a Pernambuco.
Aplicabilidade da divisão regional oficial
 elaboração de políticas públicas;
 subsídio ao sistema de decisões quanto à localização de
atividades econômicas, sociais e tributárias;
 subsídio ao planejamento, estudos e identificação das
estruturas espaciais de regiões metropolitanas e outras
formas de aglomerações urbanas e rurais.
Outras propostas
 O conhecimento é um produto histórico =
desenvolvimento teórico sobre um objeto +
conhecimento do objeto
 Autor, obra e época são mutuamente explicativos.
Daí a necessidade de não dissociar “produtor,
produzido e contexto da produção”. (Moraes, 2005)
Roberto Lobato Corrêa e os 3 Brasis
Geógrafo pela UFRJ e especializações em Geografia
Humana e Econômica na França e EUA.
Pressupostos da proposta do Lobato Corrêa
 Processos sociais e econômicos pós década de 1950
geraram uma nova regionalização caracterizada
por 3 grandes regiões:
 Centro-Sul (MG, ES, RJ, SP, PR, SC, RS, MS, GO e
DF)
 Nordeste (PI, CE, RN, PB, PE, SE, AL e BA)
 Amazônia (PA, AP, AM, RR, AC, RO, MT, TO e
MA)
Regionalização do Brasil segundo Roberto Lobato
Corrêa – 1989.
Fonte: SILVA, Simone Affonso, 2010.
Fundamentos
As grandes regiões são uma expressão da DTT:
“A nova divisão territorial do trabalho desfaz e refaz a
organização espacial e a cada etapa a desigualdade
sócio-espacial é refeita; a regionalização é refeita,
desfazendo antigas regiões que tiveram existência sob
outros processos e condições.” (Corrêa, 2001)
Elementos da diferenciação espacial
 Distintas especializações produtivas
 Distintos modos e intensidade da circulação, do
consumo e da gestão de atividades
 Distintos arranjos espaciais
 Distintos níveis de articulação interna
Região Centro-Sul
 Concentração dos principais centros de gestão
econômica e política do país (SP, RJ e Brasília)
 Concentração da produção industrial
 Alto grau de urbanização/metropolização
 Densa rede de circulação
 Principal área agropecuária do país
 Grande mobilidade interna
 Concentração de renda
 Força política
Região Nordeste
 Importância declinante da agropecuária no
contexto nacional
 Perda demográfica
 Atividades mais dinâmicas voltadas “para fora”
 Pequeno grau de articulação interna/pequena
divisão inter-regional do trabalho
 Baixo nível de renda da população
 Menor variedade e densidade das formas espaciais
 Importância política ‘desmesurada’
Amazônia
 Fronteira do capital
 Apropriação dos recursos naturais
 Dizimação física e cultural da base social prévia
 Receptora de correntes migratórias, sobretudo de
nordestinos
 Investimentos pontuais de capital
 Integração ao Centro-Sul
 Diferentes tipos de conflitos sociais
Milton Santos e os 4 Brasis
Pressupostos da proposta de Milton Santos
As diferenciações no território:
“ A noção de desigualdade territorial persiste nas
condições atuais. Todavia, produzir uma tipologia de
tais diferenciações é, hoje, muito mais difícil do que
nos períodos históricos precedentes. As desigualdades
territoriais do presente têm como fundamento um
número de variáveis bem mais vasto, cuja
combinação produz uma enorme gama de situações
de difícil classificação (Santos, 2001)
Esboço da proposta
Regionalização do Brasil segundo Santos e Silveira,
1999.
Região Concentrada
 O meio técnico-científico-informacional se implantou
sobre um meio mecanizado, portador de um denso sistema
de relações, decorrente, em parte de uma urbanização
importante, ao padrão de consumo das empresas e das
famílias e a uma vida comercial mais intensa;
 Atividades ligadas à globalização, aumento da importância
dos capitais fixos, dos capitais constantes e da circulação.
Região Centro-Oeste
 Área de “ocupação periférica” recente;
 O meio técnico-científico-informacional se estabelece
sobre um território praticamente “natural” ou “pré-técnico”,
onde a vida de relações era rala e precária;
 Região produtora de uma agricultura globalizada, com alto
consumo de fertilizantes e defensivos agrícolas e utilização
de tecnologia de ponta.
Nordeste
 Área de povoamento antigo, onde a constituição de um
meio mecanizado se deu de forma pontual e pouco densa;
 Agricultura de subsistência e com baixos níveis de
mecanização;
 Numerosos núcleos urbanos, mas com uma urbanização
“raquítica”
Amazônia
 Última a ampliar sua mecanização;
 Forte participação do transporte aéreo de cargas em função
de sua geografia;
 Sua ocupação decorre de um conhecimento fundado em
modernos satélites e radares;
 Existências de áreas de agricultura moderna e “cidades-
cogumelo”;
 Convivência entre sistemas de movimento modernos e
rápidos e sistemas de movimento lentos (estes a serviço de
atividades tradicionais).
Lobato e Santos: leituras em confronto
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Regionalização, Análise Regional
Pedro Pinchas Geiger
Pressupostos da proposta do Pedro Pinchas Geiger
 Processo histórico de formação do território brasileiro
 Regiões: semelhanças históricas, econômicas e culturais →
complexos regionais
 Centro-Sul (MG, ES, RJ, SP, PR, SC, RS e parte de GO e MT)
 Nordeste (PI, CE, RN, PB, PE, SE, AL, BA, parte do MA e
norte de MG)
 Amazônia (PA, AP, AM, RR, AC, RO, parte do MT, de GO e
do MA)
As regiões geo-econômicas de Pedro Pinchas Geiger frente a divisão
regional de Lobato Corrêa
Fundamentos
“...a regionalização decorre do fato de que, em qualquer forma
de organização, estabelece-se um núcleo e uma periferia
com interação. Verifica-se que no espaço pode resultar,
desta interação, a criação de novos núcleos na periferia, em
geral de hierarquia inferior ao primeiro; evolui-se, portanto,
para um sistema hierarquizado de núcleos e periferias.”
(Geiger, 1970 apud Bezzi, 1999)
Região Centro-Sul
 Região economicamente mais dinâmica
 Principal destino de migrantes do país
 Região mais industrializada
 Agricultura de exportação
Região Nordeste
 Região mais pobre do país
 Indicadores sociais ruins
 Concentração populacional na faixa litorânea
 Riqueza cultural
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 Baixa densidade demográfica/vazios demográficos
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 Economia baseada no extrativismo
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Discussões a cerca do conceito região

  • 1.
  • 2. Histórico  Deriva do latim “regere”, composta pelo radical “reg”, que deu origem a outras palavras como regente, regência, regra etc.  “regione” no Imp. Romano era a denominação para áreas que dispunham de uma administração local, mas estavam subordinados às regras gerais de Roma.  Filósofos interpretam este conceito como um momento histórico em que surge a relação entre a centralização do poder em um local e a extensão dele sobre uma área de diversidade social, cultural e espacial.  Estado moderno Europeu – Discurso de união regional face a um inimigo comercial, cultural ou militar exterior.
  • 3. Mudança do conceito  Antiguidade Clássica – relacionado a questão da relação entre a centralização administrativa e a diversidade espacial (diversidade física, cultural, econômica e política).  Contemporaneidade – redefinição do papel do Estado, quebra de pactos territoriais, ressurgimento de questões regionais (nacionalismo/regionalismo fragmentado)  Por uma nova centralidade dos focos hegemônicos de uma político-econômica imposta pelo capitalismo mundial vemos o desejo de autonomia
  • 4. Diversas noções de regiões  Senso Comum - Relacionada a dois princípios: localização e extensão.  Unidade administrativa – Divisão regional relacionada a hierarquia e controle na administração do Estado.  Ciências – Associada à localização de um certo domínio (espécie, afloramento, clima, bioma etc).
  • 5.  Geografia – Região natural nasce da ideia de o ambiente tem certo domínio sobre a orientação do desenvolvimento da sociedade (determinismo).  A natureza pode influenciar e moldar certos gêneros de vida, mas é sempre a sociedade que tem a responsabilidade da escolha (Possibilismo).  “O meio ambiente propõe, o homem dispõe” (L. Fébvre, 1922).
  • 6.  As regiões existem como unidades básicas do saber geográfico, não como unidades morfológicas e fisicamente pré-constituídas mas sim como o resultado do trabalho humano em um determinado ambiente.  Assim, estudos regionais passam a analisar e a descrever as características físicas e depois humanas.
  • 7.  Hartshore (1939) propõe a Geografia Idiográfica e a Nomotética.  Idiográfica  Descritiva, únicos e compreendidos por suas particularidades; não há leis ou normas gerais.  Nomotética  Fatos que são regulares e comuns; estabelece modelos que podem antecipar resultados a partir de variáveis fundamentais.
  • 8.  Geografia ciência Idiográfica, visto que estudava o espaço terrestre que é diferenciado e único em cada paisagem (Hettner, Séc XIX).  Ciências naturais estão mais próximas do modelo nomotético, enquanto as ciências sociais, pelo caráter único dos fenômenos que estudam se identificam muito mais ao modelo idiográfico (Hastshore, 1939).  Duas décadas como referência fundamental nas discussões metodológicas na geografia.
  • 9.  Renovações na década de 1950.  Crítica da e à Geografia Clássica:  A Geografia na perspectiva regional – descritiva, Sem status de ciência, se limitava à descrição sem estabelecer relações ou análises.  O estabelecimento de regiões passa a ser uma técnica da Geografia, um meio para demonstração de uma hipótese e não mais um produto final do trabalho de pesquisa.
  • 10.  Regionalização passou a ser tarefa de dividir o espaço segundo diferentes critérios e que variam segundo as intenções explicativas de cada pesquisa.  Surgindo assim, dois tipos fundamentais de região:  Homogêneas  Variáveis de análise definindo espaços homogêneos  Funcionais ou polarizadas  Apresentam ligações de fluxos e redes
  • 11.  Atualmente há diversos recortes regionais:  Grupos de Estados (UE; Nafta);  Parcelas subnacionais;  Parcelas supranacionais, com forte identidade cultural (Mundo árabe).
  • 12.
  • 13. O IBGE e a divisão regional oficial do Brasil - antecedentes  Nasce em 1934, sob a designação de Instituto Nacional de Estatística;  1936 – início das atividades  1938 - nome se altera para Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística  Contexto histórico: governo ditatorial de Getúlio Vargas (1930-1945); planejamento territorial e integração nacional como fundamentos.
  • 14. Divisões regionais do Brasil segundo o IBGE  Ao longo de sua existência, o IBGE adotou divisões regionais do Brasil, a última delas (1990) resultante da criação de Tocantins e de sua inserção na Região Norte;
  • 15. 1913 A primeira proposta de divisão regional do Brasil surgiu em 1913, para ser utilizada no ensino de geografia. Os critérios utilizados para esse processo foram apenas aspectos físicos – clima, vegetação e relevo. Dividia o país em cinco regiões: Setentrional, Norte Oriental, Oriental, Meridional.
  • 16. 1940 O IBGE elaborou uma nova proposta de divisão para o país que, além dos aspectos físicos, levou em consideração aspectos socioeconômicos. Norte: Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e o território do Acre. Nordeste: Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Centro: Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais. Leste: Bahia, Sergipe e Espírito Santo. Sul: Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro.
  • 17. 1945 O Brasil possuía sete regiões: Norte, Nordeste Ocidental, Nordeste Oriental, Centro-Oeste, Leste Setentrional, Leste Meridional e Sul. Norte: Criado o território de Rio Branco (RR); o Amapá. MT perdeu uma porção a noroeste (batizado como território de Guaporé) e outra ao sul (chamado território de Ponta Porã). No Sul, PR e SC foram cortados a oeste e o território de Iguaçu foi criado.
  • 18. 1950 Os territórios de Ponta Porã e Iguaçu foram extintos e os estados do Maranhão e do Piauí passaram a integrar a região Nordeste. Leste: Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro. 1960 - Brasília foi criada e o Distrito Federal, e a capital virou Estado da Guanabara. 1962 - Acre tornou-se estado autônomo e o território de Rio Branco ganhou o nome de Roraima.
  • 19. 1970 O Brasil ganhou o desenho regional atual. Sudeste: São Paulo e Rio de Janeiro sendo agrupados a Minas Gerais e Espírito Santo. Nordeste: recebeu Bahia e Sergipe. Centro-Oeste: Goiás, Mato Grosso, dividido alguns anos depois, dando origem ao estado de Mato Grosso do Sul.
  • 20. 1990 Constituição de 1988. Divisão de Goiás em GO e TO, este se incorpora a região Norte. Roraima, Amapá e Rondônia tornaram-se estados autônomos. Fernando de Noronha deixou de ser federal e foi incorporado a Pernambuco.
  • 21. Aplicabilidade da divisão regional oficial  elaboração de políticas públicas;  subsídio ao sistema de decisões quanto à localização de atividades econômicas, sociais e tributárias;  subsídio ao planejamento, estudos e identificação das estruturas espaciais de regiões metropolitanas e outras formas de aglomerações urbanas e rurais.
  • 22. Outras propostas  O conhecimento é um produto histórico = desenvolvimento teórico sobre um objeto + conhecimento do objeto  Autor, obra e época são mutuamente explicativos. Daí a necessidade de não dissociar “produtor, produzido e contexto da produção”. (Moraes, 2005)
  • 23. Roberto Lobato Corrêa e os 3 Brasis Geógrafo pela UFRJ e especializações em Geografia Humana e Econômica na França e EUA.
  • 24. Pressupostos da proposta do Lobato Corrêa  Processos sociais e econômicos pós década de 1950 geraram uma nova regionalização caracterizada por 3 grandes regiões:  Centro-Sul (MG, ES, RJ, SP, PR, SC, RS, MS, GO e DF)  Nordeste (PI, CE, RN, PB, PE, SE, AL e BA)  Amazônia (PA, AP, AM, RR, AC, RO, MT, TO e MA)
  • 25. Regionalização do Brasil segundo Roberto Lobato Corrêa – 1989. Fonte: SILVA, Simone Affonso, 2010.
  • 26. Fundamentos As grandes regiões são uma expressão da DTT: “A nova divisão territorial do trabalho desfaz e refaz a organização espacial e a cada etapa a desigualdade sócio-espacial é refeita; a regionalização é refeita, desfazendo antigas regiões que tiveram existência sob outros processos e condições.” (Corrêa, 2001)
  • 27. Elementos da diferenciação espacial  Distintas especializações produtivas  Distintos modos e intensidade da circulação, do consumo e da gestão de atividades  Distintos arranjos espaciais  Distintos níveis de articulação interna
  • 28. Região Centro-Sul  Concentração dos principais centros de gestão econômica e política do país (SP, RJ e Brasília)  Concentração da produção industrial  Alto grau de urbanização/metropolização  Densa rede de circulação  Principal área agropecuária do país  Grande mobilidade interna  Concentração de renda  Força política
  • 29. Região Nordeste  Importância declinante da agropecuária no contexto nacional  Perda demográfica  Atividades mais dinâmicas voltadas “para fora”  Pequeno grau de articulação interna/pequena divisão inter-regional do trabalho  Baixo nível de renda da população  Menor variedade e densidade das formas espaciais  Importância política ‘desmesurada’
  • 30. Amazônia  Fronteira do capital  Apropriação dos recursos naturais  Dizimação física e cultural da base social prévia  Receptora de correntes migratórias, sobretudo de nordestinos  Investimentos pontuais de capital  Integração ao Centro-Sul  Diferentes tipos de conflitos sociais
  • 31. Milton Santos e os 4 Brasis
  • 32. Pressupostos da proposta de Milton Santos As diferenciações no território: “ A noção de desigualdade territorial persiste nas condições atuais. Todavia, produzir uma tipologia de tais diferenciações é, hoje, muito mais difícil do que nos períodos históricos precedentes. As desigualdades territoriais do presente têm como fundamento um número de variáveis bem mais vasto, cuja combinação produz uma enorme gama de situações de difícil classificação (Santos, 2001)
  • 34. Regionalização do Brasil segundo Santos e Silveira, 1999.
  • 35. Região Concentrada  O meio técnico-científico-informacional se implantou sobre um meio mecanizado, portador de um denso sistema de relações, decorrente, em parte de uma urbanização importante, ao padrão de consumo das empresas e das famílias e a uma vida comercial mais intensa;  Atividades ligadas à globalização, aumento da importância dos capitais fixos, dos capitais constantes e da circulação.
  • 36. Região Centro-Oeste  Área de “ocupação periférica” recente;  O meio técnico-científico-informacional se estabelece sobre um território praticamente “natural” ou “pré-técnico”, onde a vida de relações era rala e precária;  Região produtora de uma agricultura globalizada, com alto consumo de fertilizantes e defensivos agrícolas e utilização de tecnologia de ponta.
  • 37. Nordeste  Área de povoamento antigo, onde a constituição de um meio mecanizado se deu de forma pontual e pouco densa;  Agricultura de subsistência e com baixos níveis de mecanização;  Numerosos núcleos urbanos, mas com uma urbanização “raquítica”
  • 38. Amazônia  Última a ampliar sua mecanização;  Forte participação do transporte aéreo de cargas em função de sua geografia;  Sua ocupação decorre de um conhecimento fundado em modernos satélites e radares;  Existências de áreas de agricultura moderna e “cidades- cogumelo”;  Convivência entre sistemas de movimento modernos e rápidos e sistemas de movimento lentos (estes a serviço de atividades tradicionais).
  • 39. Lobato e Santos: leituras em confronto
  • 40.  Atual nas áreas de Geografia Urbana, Regionalização, Análise Regional Pedro Pinchas Geiger
  • 41. Pressupostos da proposta do Pedro Pinchas Geiger  Processo histórico de formação do território brasileiro  Regiões: semelhanças históricas, econômicas e culturais → complexos regionais  Centro-Sul (MG, ES, RJ, SP, PR, SC, RS e parte de GO e MT)  Nordeste (PI, CE, RN, PB, PE, SE, AL, BA, parte do MA e norte de MG)  Amazônia (PA, AP, AM, RR, AC, RO, parte do MT, de GO e do MA)
  • 42. As regiões geo-econômicas de Pedro Pinchas Geiger frente a divisão regional de Lobato Corrêa
  • 43. Fundamentos “...a regionalização decorre do fato de que, em qualquer forma de organização, estabelece-se um núcleo e uma periferia com interação. Verifica-se que no espaço pode resultar, desta interação, a criação de novos núcleos na periferia, em geral de hierarquia inferior ao primeiro; evolui-se, portanto, para um sistema hierarquizado de núcleos e periferias.” (Geiger, 1970 apud Bezzi, 1999)
  • 44. Região Centro-Sul  Região economicamente mais dinâmica  Principal destino de migrantes do país  Região mais industrializada  Agricultura de exportação
  • 45. Região Nordeste  Região mais pobre do país  Indicadores sociais ruins  Concentração populacional na faixa litorânea  Riqueza cultural
  • 46. Amazônia  Baixa densidade demográfica/vazios demográficos  Concentração populacional em Manaus e Belém  Economia baseada no extrativismo  Destaque para a industrialização no PIM