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Ninguém duvida que a redução das
emissões de gases de efeito estufa é
hoje imprescindível para garantir a
sobrevivência humana na Terra.
Normalmente, esses gases que compõem a
atmosfera, como o dióxido de carbono,
ajudam a manter a temperatura do planeta. O
que preocupa são as emissões adicionais,
provocadas por alguns tipos de atividade
humana, como a queima de combustíveis de
carros, fábricas, usinas e queimadas. Por sua
importância, e depois de muita pressão
mundial, o tema foi transformado em tratado
internacional, conhecido como Protocolo de
Kyoto. Em vigor desde 2005, e válido até
2012, o acordo prevê uma redução da ordem
de 5% nas emissões de gases poluentes por
parte dos países industrializados. Os países
denominados “em desenvolvimento” como
o Brasil, se comprometem com a adoção de
medidas para que o crescimento de suas
emissões seja contido, contando para isso
com recursos financeiros e tecnologia dos
primeiros.
Uma das estratégias que estão sendo
utilizadas para isso é o Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL), que
permite que os países ricos invistam em
projetos de redução de emissões em países
que não têm de cumprir metas. Podem
adquirir “créditos de carbono” que os
auxiliam a cumprir seus compromissos.
Indústrias e usinas térmicas na Europa ou no
Japão, que dificilmente poderiam substituir
sua matriz energética a curto prazo, pagam
para o funcionamento, em outros países, de
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Para que um projeto se encaixe
dentro das regras do MDL é preciso cumprir
o critério de adicionalidade, ou seja, precisa
absorver carbono da atmosfera ou evitar o
lançamento de gases de efeito estufa para
compensar a poluição provocada pela
empresa que o está financiando. Diferentes
projetos já foram aprovados no Brasil que
evitam o lançamento de gases em áreas de
cogeraçãodeenergiaedeaterrossanitários.
Embora, em princípio, seja uma boa
idéia, é mais difícil encaixar a conservação e
o manejo florestal dentro dos pré-requisitos
para a obtenção de créditos de carbono. No
caso da conservação de florestas não há
adicionalidade, pois ela já absorvia carbono
naturalmente mesmo sem o projeto. Mas
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discutida, e já existem algumas bolsas de
participação voluntária que negociam estes
créditos, fora do mercado vinculado ao
Protocolo de Kyoto. Uma dessas bolsas é a
Chicago Climate Exchange. Existem
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de projeto, como o BioCarbon Fund, do
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e x e c u t i v o d a o r g a n i z a ç ã o n ã o
governamental SPVS (Sociedade de
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produzir carvão vegetal em área que estaria ocupada por
pastagem na ausência do projeto. Com esse projeto, a
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chaminés de sua fabrica de ferro-gusa, que deixaria de usar
coque ou biomassa não renovável. O plantio, no caso de
eucaliptos, e a produção de carvão vegetal são objeto de
controle socioambiental por meio de sistemas de
certificação florestal e do monitoramento do Banco
Mundial. Ao longo de 28 anos, o projeto fará com que se
deixe de emitir 12,8 milhões de toneladas de Co2.
A Sociedade de Pesquisa
em Vida Selvagem e
Educação Ambiental
(SPVS), em parceria com
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Conservancy e empresas
como a General Motors,
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série de projetos de
conservação da Mata Atlântica no Paraná que
prevêem também o seqüestro de carbono”, ou seja,
manter áreas naturais bem preservadas e, no caso de
florestas degradadas, permitir sua regeneração ou
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próprias da SPVS (foto), localizadas na Área de
Proteção Ambiental de Guaraqueçaba (litoral norte
do estado), e abrangem aproximadamente 19 mil
hectares. Segundo Pedro Orlando Bentancourt,
gerente de Relações Industriais e Governamentais
da General Motors, quando houver um mercado
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Uma experiência desenvolvida pela Peugeot na
Fazenda São Nicolau (foto), às margens do rio
Juruena, em Mato Grosso, serve para medir como e
em que quantidade o reflorestamento com espécies
nativas tropicais absorve o carbono da atmosfera e
influencia o clima. Iniciada em 1999, a experiência
envolve o plantio de 10 milhões de árvores,
recuperando a floresta em uma área de 5 mil hectares
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transformada em pastagem. O trabalho está sendo
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ONG Pro-Natura lnternational. Durante os 40 anos
previstos para a duração da experiência, ser possível
acompanhar minuciosamente o processo de captura e
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Redução de emissões de gases de efeito estufa essencial para garantir sobrevivência humana

  • 1. Ninguém duvida que a redução das emissões de gases de efeito estufa é hoje imprescindível para garantir a sobrevivência humana na Terra. Normalmente, esses gases que compõem a atmosfera, como o dióxido de carbono, ajudam a manter a temperatura do planeta. O que preocupa são as emissões adicionais, provocadas por alguns tipos de atividade humana, como a queima de combustíveis de carros, fábricas, usinas e queimadas. Por sua importância, e depois de muita pressão mundial, o tema foi transformado em tratado internacional, conhecido como Protocolo de Kyoto. Em vigor desde 2005, e válido até 2012, o acordo prevê uma redução da ordem de 5% nas emissões de gases poluentes por parte dos países industrializados. Os países denominados “em desenvolvimento” como o Brasil, se comprometem com a adoção de medidas para que o crescimento de suas emissões seja contido, contando para isso com recursos financeiros e tecnologia dos primeiros. Uma das estratégias que estão sendo utilizadas para isso é o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que permite que os países ricos invistam em projetos de redução de emissões em países que não têm de cumprir metas. Podem adquirir “créditos de carbono” que os auxiliam a cumprir seus compromissos. Indústrias e usinas térmicas na Europa ou no Japão, que dificilmente poderiam substituir sua matriz energética a curto prazo, pagam para o funcionamento, em outros países, de empreendimentosmenospoluentes. Para que um projeto se encaixe dentro das regras do MDL é preciso cumprir o critério de adicionalidade, ou seja, precisa absorver carbono da atmosfera ou evitar o lançamento de gases de efeito estufa para compensar a poluição provocada pela empresa que o está financiando. Diferentes projetos já foram aprovados no Brasil que evitam o lançamento de gases em áreas de cogeraçãodeenergiaedeaterrossanitários. Embora, em princípio, seja uma boa idéia, é mais difícil encaixar a conservação e o manejo florestal dentro dos pré-requisitos para a obtenção de créditos de carbono. No caso da conservação de florestas não há adicionalidade, pois ela já absorvia carbono naturalmente mesmo sem o projeto. Mas essa possibilidade está sendo amplamente discutida, e já existem algumas bolsas de participação voluntária que negociam estes créditos, fora do mercado vinculado ao Protocolo de Kyoto. Uma dessas bolsas é a Chicago Climate Exchange. Existem também alguns fundos que apóiam esse tipo de projeto, como o BioCarbon Fund, do BancoMundial,eoClimateCare. Plantar árvores ou proteger áreas ameaçadas de florestas? O que é mais viável para conciliar a conservação das florestas com o combate ao aquecimento global? para Clóvis Ricardo Schrappe Borges, diretor- e x e c u t i v o d a o r g a n i z a ç ã o n ã o governamental SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental), que há 20 anos atua no Paraná, as duas ações são importantes. “O que precisa ser discutido é à prioridade para a proteção da região a ser trabalhada. Só plantar árvores, sem a garantia de que essas arcas serão realmente protegidas, é uma ação quepodeser facilmentecontestada.” EMPRESAS DESENVOLVEM PROJETOS DE REFLORESTAMENTO QUE PODEM SER CANDIDATOS AOS CRÉDITOS DE CARBONO DO TRATADO CONTRA O EFEITO ESTUFA DOSSIÊ / FLORESTAS SUSTENTÁVEIS >
  • 2. Um dos projetos, que aguardam a definição das regras do MDL para reflorestamento está situado em Curvelo, Minas Gerais, onde a Plantar está investindo US$ 50 milhões no cultivo de uma floresta de 23.100 hectares (foto) para produzir carvão vegetal em área que estaria ocupada por pastagem na ausência do projeto. Com esse projeto, a empresa espera reduzir os gases de efeito estufa das chaminés de sua fabrica de ferro-gusa, que deixaria de usar coque ou biomassa não renovável. O plantio, no caso de eucaliptos, e a produção de carvão vegetal são objeto de controle socioambiental por meio de sistemas de certificação florestal e do monitoramento do Banco Mundial. Ao longo de 28 anos, o projeto fará com que se deixe de emitir 12,8 milhões de toneladas de Co2. A Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), em parceria com a ONG The Nature Conservancy e empresas como a General Motors, American Electric Power e Chevron, mantém uma série de projetos de conservação da Mata Atlântica no Paraná que prevêem também o seqüestro de carbono”, ou seja, manter áreas naturais bem preservadas e, no caso de florestas degradadas, permitir sua regeneração ou restauração por meio de plantio de árvores nativas. Esses projetos são desenvolvidos em reservas próprias da SPVS (foto), localizadas na Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba (litoral norte do estado), e abrangem aproximadamente 19 mil hectares. Segundo Pedro Orlando Bentancourt, gerente de Relações Industriais e Governamentais da General Motors, quando houver um mercado bem estruturado provavelmente contaremos com todos os créditos necessários para participarmos do MDL e os comprovantes necessários para isso”. Uma experiência desenvolvida pela Peugeot na Fazenda São Nicolau (foto), às margens do rio Juruena, em Mato Grosso, serve para medir como e em que quantidade o reflorestamento com espécies nativas tropicais absorve o carbono da atmosfera e influencia o clima. Iniciada em 1999, a experiência envolve o plantio de 10 milhões de árvores, recuperando a floresta em uma área de 5 mil hectares que teve a cobertura vegetal original devastada e transformada em pastagem. O trabalho está sendo executado pela Agência Nacional de Florestas e pela ONG Pro-Natura lnternational. Durante os 40 anos previstos para a duração da experiência, ser possível acompanhar minuciosamente o processo de captura e liberação de carbono em uma área definida, coberta por uma massa vegetal também controlada. A troca de carbono entre a floresta e a atmosfera é medida por antenas especiais, instaladas na fazenda. O objetivo é construir um modelo a ser multiplicado em outras regiões do País e do mundo para implantação de plantios florestais integrados a outras atividades. Preservação no Paraná Medindo a absorção de carbono Carvão vegetal na siderugia