Nc administracao-pub_teoria e questões_2015.1 - completa
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Johni Santhiago
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Mariane dos Reis
PROFESSOR: Alexandre Gomes
TEORIA E EXERCÍCIOS
MATERIAL CONTENDO
PERMANENTE - 2015
2. SUMÁRIO
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA......................................................................................................05
1. A ESTRUTURA DA MÁQUINA ADMINISTRATIVANO BRASIL DESDE 1930: DIMENSÕES ESTRUTURAIS E
CULTURAIS .........................................................................................................................................................06
1.1 −−−− MAX WEBER, AS FORMAS DE DOMINAÇÃO E OS TIPOS DE SOCIEDADE............................................................06
1.2 −−−− OS MODELOS TEÓRICOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ..............................................................................................08
1.3 −−−− PATRIMONIALISMO ................................................................................................................................................................09
CAIU EM PROVA ..................................................................................................................................................................................11
1.4 −−−− BUROCRACIA..........................................................................................................................................................12
CAIU EM PROVA ..................................................................................................................................................................................16
1.5 −−−− GERENCIALISMO.....................................................................................................................................................18
CAIU EM PROVA ..................................................................................................................................................................................21
GABARITO.............................................................................................................................................................................................23
1.6 −−−− QUADRO RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DOS MODELOS PATRIMONIALISTA, BUROCRÁTICO E GERENCIAL......23
1.6.1 − QUADRO RESUMO DOS PRESIDENTES DO BRASIL.......................................................................................................25
1.7 −−−− HISTÓRICO DE REFORMAS ADMINISTRATIVAS NO BRASIL ...................................................................................26
1.7.1 − A REFORMA BUROCRÁTICA DE VARGAS.....................................................................................................................26
CAIU EM PROVA ......................................................................................................................................................................29
1.7.2 − JK, O PLANO DE METAS E A ADMINISTRAÇÃO PARALELA.......................................................................................29
CAIU EM PROVA ......................................................................................................................................................................31
1.7.3 − O GOVERNO MILITAR, O DL200/67 E A REFORMA GERENCIAL..............................................................................31
CAIU EM PROVA ......................................................................................................................................................................34
1.7.4 − O PROGRAMA NACIONAL DE DESBUROCRATIZAÇÃO E A TENTATIVA DE REVITALIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA..................................................................................................................................................................................35
CAIU EM PROVA ......................................................................................................................................................................36
1.7.5 − A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E O RETROCESSO BUROCRÁTICO...............................................................36
CAIU EM PROVA ......................................................................................................................................................................37
1.7.6 − O GOVERNO COLLOR E A DESAGREGAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.................................................37
1.7.7 − A REFORMA GERENCIAL DE FHC....................................................................................................................................38
CAIU EM PROVA ......................................................................................................................................................................44
1.7.8 − O GOVERNO LULA E O COMBATE AO DÉFICIT INSTITUCIONAL..............................................................................44
CAIU EM PROVA ......................................................................................................................................................................45
GABARITO.................................................................................................................................................................................46
1.8 −−−− LINHA DO TEMPO: PRINCIPAIS FATOS NO CONTEXTO DAS REFORMAS ADMINISTRATIVAS..............................47
2. CONVERGÊNCIA E DIFERENÇAS ENTRE A GESTÃO PÚBLICA E GESTÃO PRIVADA..............................50
CAIU EM PROVA................................................................................................................................................................52
GABARITO..........................................................................................................................................................................53
3. EXCELÊNCIA NOS SERVIÇOS E NA GESTÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS................................................54
3.1 −−−− HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DOS MODELOS DE EXCELÊNCIA DA GESTÃO PÚBLICA BRASILEIRA......................54
3.2 −−−− MODELO DO GESTÃO PÚBLICA .............................................................................................................................58
3.3 −−−− MODELO DE EXCELÊNCIA DA GESTÃO (MEG) .....................................................................................................63
3.4 −−−− DECRETO 5.378 DE 2005 .........................................................................................................................................65
3.5 −−−− O PARADIGMA DO CLIENTE NA GESTÃO PÚBLICA ..............................................................................................67
3.6 −−−− AGENDA COMUM DE GESTÃO PÚBLICA UNIÃO-ESTADOS..................................................................................68
CAIU EM PROVA ..................................................................................................................................................................................69
GABARITO.............................................................................................................................................................................................73
3. 4. NOVAS TECNOLOGIAS GERENCIAIS – REENGENHARIA E QUALIDADE .................................................74
4.1 −−−− REENGENHARIA ......................................................................................................................................................74
4.2 −−−− EVOLUÇÃO DA QUALIDADE −−−− TEÓRICOS .............................................................................................................75
4.3 −−−− OS 14 PRINCÍPIOS DA QUALIDADE DE DEMING ...................................................................................................77
CAIU EM PROVA ..................................................................................................................................................................................79
GABARITO.............................................................................................................................................................................................80
4.4 −−−− GESTÃO DA QUALIDADE ........................................................................................................................................81
CAIU EM PROVA ..................................................................................................................................................................................91
GABARITO.............................................................................................................................................................................................92
5. GESTÃO DE PROCESSOS...............................................................................................................................93
5.1 −−−− EMPODERAMENTO................................................................................................................................................103
5.2 −−−− CONCEITOS DE EFICIÊNCIA, EFICÁCIA, EFETIVIDADE, ECONOMICIDADE, EXCELÊNCIA, EXECUÇÃO E
ACCOUNTABILITY..................................................................................................................................................104
5.3 −−−− GESTÃO DE RESULTADOS NA PRODUÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS .................................................................108
5.4 −−−− INDICADORES .......................................................................................................................................................110
CAIU EM PROVA ................................................................................................................................................................................113
GABARITO...........................................................................................................................................................................................117
6. BATERIA DE EXERCÍCIOS DO CESPE – 100 QUESTÕES .................................................................................118
GABARITO −−−− BATERIA DE EXERCÍCIOS DO CESPE .........................................................................................................123
7. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................................124
4. PROF. ALEXANDRE GOMES
O CURSO PERMANENTE que mais APRO
ADMINI
O que é Administração
A palavra administração vem do latim
Vários autores definem de diversas maneiras a administração.
Administrar é gerir, governar, alocar
Vejamos como Antonio Maximiano define o ato de administrar:
“Administrar é o processo de tomar, realizar e alcançar ações que utilizam recursos
para alcançar objetivos. Embora seja importante em qualquer escala de aplicação
de recursos, a principal razão para o estudo da administração é seu impacto sobre
o desempenho das organizações. É a forma como são administradas que tornam as
organizações mais ou menos capazes de utilizar corretamente seus recursos para
atingir os objetivos c
O que é Administração Pública
É um conceito que abrange pelo menos três sentidos distintos, podendo ser entendido como o conjunto de
estruturas estatais voltadas para o atendimento de necessidades da coletividade, como o conjunto de
relacionadas com a gestão da máquina estatal e como área do
Em sentido prático ou subjetivo, administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado,
bem como das demais pessoas coletivas públicas (tais como
necessidades coletivas variadas, tais como a segurança, a cultura, a saúde e o bem estar das populações. Uma
pessoa empregada na administração pública diz
A administração pública também designa o conjunto de funções desempenhadas para organizar a administração
do Estado em todas as suas instâncias, funções essas regidas por um sistema de
Já o gestor público tem como função gerir, administrar de forma é
pública, seja esta órgãos, departamentos ou políticas públicas visando o bem comum da
destina e em consonância com as normas legais e administrativas vigentes.
Quanto aos modelos de Administração Pú
nórdico (Dinamarca, Finlândia, Suécia e Países Baixos), o modelo anglo
ou continental (Áustria, Bélgica, França,
e Espanha).
Fora da Europa, países de colônia inglesa quase em sua totalidade adotam o modelo anglo
América Latina a preferência é o modelo mediterrâneo, a exemplo do
Coreia do Sul adotam um modelo semelhante ao renano e ao mediterrâneo.
Modelo mediterrâneo
O modelo mediterrâneo é mais focado no sistema de carreira, se caracteriza pelo baixo status do funcionalismo
forte intervenção da política na administração
Modelo nórdico e anglo-saxão
O modelo nórdico e anglo-saxão são semelhantes com algumas diferenças, é mais focado no sistema de
emprego, adota o alto status do funcionalismo público, baixa intervenção da política
de empregabilidade e seguro-desempregro. Em relação aos níveis de emprego, os modelos nórdico e anglo
apresentam níveis elevados, sendo o nórdico melhor para a redução das desigualdades. No caso nórdico, é adotada
uma alta descentralização e independência dos serviços (modelo de agência).
Modelo renano ou continental
O modelo renano apresenta um meio termo, adota elevado status do funcionalismo público com alta
interferência de sindicatos, que são cons
ROVA!
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister (subordinação ou obediência).
Vários autores definem de diversas maneiras a administração. Uma definição bem moderna:
gerir, governar, alocar.
Vejamos como Antonio Maximiano define o ato de administrar:
“Administrar é o processo de tomar, realizar e alcançar ações que utilizam recursos
para alcançar objetivos. Embora seja importante em qualquer escala de aplicação
cursos, a principal razão para o estudo da administração é seu impacto sobre
o desempenho das organizações. É a forma como são administradas que tornam as
organizações mais ou menos capazes de utilizar corretamente seus recursos para
atingir os objetivos corretos”
Pública
um conceito que abrange pelo menos três sentidos distintos, podendo ser entendido como o conjunto de
estruturas estatais voltadas para o atendimento de necessidades da coletividade, como o conjunto de
da máquina estatal e como área do conhecimento científico
Em sentido prático ou subjetivo, administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado,
bem como das demais pessoas coletivas públicas (tais como as autarquias locais) que asseguram a satisfação das
necessidades coletivas variadas, tais como a segurança, a cultura, a saúde e o bem estar das populações. Uma
pessoa empregada na administração pública diz-se servidor público ou funcionário público.
dministração pública também designa o conjunto de funções desempenhadas para organizar a administração
do Estado em todas as suas instâncias, funções essas regidas por um sistema de normas.
gestor público tem como função gerir, administrar de forma ética, técnica e transparente a coisa
pública, seja esta órgãos, departamentos ou políticas públicas visando o bem comum da
destina e em consonância com as normas legais e administrativas vigentes.
Quanto aos modelos de Administração Pública existem basicamente quatro modelos de gestão, o modelo
nórdico (Dinamarca, Finlândia, Suécia e Países Baixos), o modelo anglo-saxão (Reino Unido e Irlanda), o modelo renano
, Alemanha e Luxemburgo) e o modelo mediterrâneo (
, países de colônia inglesa quase em sua totalidade adotam o modelo anglo
a preferência é o modelo mediterrâneo, a exemplo do Brasil. Na Ásia, especialmente no
adotam um modelo semelhante ao renano e ao mediterrâneo.
O modelo mediterrâneo é mais focado no sistema de carreira, se caracteriza pelo baixo status do funcionalismo
na administração e níveis elevados de proteção ao emprego
saxão são semelhantes com algumas diferenças, é mais focado no sistema de
emprego, adota o alto status do funcionalismo público, baixa intervenção da política na administração, níveis elevados
desempregro. Em relação aos níveis de emprego, os modelos nórdico e anglo
apresentam níveis elevados, sendo o nórdico melhor para a redução das desigualdades. No caso nórdico, é adotada
e independência dos serviços (modelo de agência).
O modelo renano apresenta um meio termo, adota elevado status do funcionalismo público com alta
, que são considerados uma categoria especial.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
5
(subordinação ou obediência).
Uma definição bem moderna:
“Administrar é o processo de tomar, realizar e alcançar ações que utilizam recursos
para alcançar objetivos. Embora seja importante em qualquer escala de aplicação
cursos, a principal razão para o estudo da administração é seu impacto sobre
o desempenho das organizações. É a forma como são administradas que tornam as
organizações mais ou menos capazes de utilizar corretamente seus recursos para
um conceito que abrange pelo menos três sentidos distintos, podendo ser entendido como o conjunto de
estruturas estatais voltadas para o atendimento de necessidades da coletividade, como o conjunto de funções
conhecimento científico-social.
Em sentido prático ou subjetivo, administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado,
as autarquias locais) que asseguram a satisfação das
necessidades coletivas variadas, tais como a segurança, a cultura, a saúde e o bem estar das populações. Uma
se servidor público ou funcionário público.
dministração pública também designa o conjunto de funções desempenhadas para organizar a administração
tica, técnica e transparente a coisa
pública, seja esta órgãos, departamentos ou políticas públicas visando o bem comum da comunidade a que se
existem basicamente quatro modelos de gestão, o modelo
saxão (Reino Unido e Irlanda), o modelo renano
editerrâneo (Grécia, Itália, Portugal
, países de colônia inglesa quase em sua totalidade adotam o modelo anglo-saxão. Na
, especialmente no Japão e na
O modelo mediterrâneo é mais focado no sistema de carreira, se caracteriza pelo baixo status do funcionalismo,
emprego.
saxão são semelhantes com algumas diferenças, é mais focado no sistema de
na administração, níveis elevados
desempregro. Em relação aos níveis de emprego, os modelos nórdico e anglo-saxão
apresentam níveis elevados, sendo o nórdico melhor para a redução das desigualdades. No caso nórdico, é adotada
O modelo renano apresenta um meio termo, adota elevado status do funcionalismo público com alta
5. PROF. ALEXANDRE GOMES
O CURSO PERMANENTE que mais APRO
1 −−−− A ESTRUTURA DA MÁQUINA ADMINISTRATIVANO BRASIL DESDE 1930:
DIMENSÕES ESTRUTURAIS E CULTURAIS
Os conceitos amplamente difundidos na bibliografia especializada identificam três grandes modelos teóricos
de administração, que se fizeram presentes no aparelho estatal brasileiro:
gerencial. No entanto, é absolutamente equivocado supor que esses três modelos se sucederam de forma linear e
indiscutível e que cada um deles eliminou, totalmente, as
Na verdade, esses modelos convivem e sempre conviveram simultaneamente no âmbito da administração
pública brasileira. Na melhor das hipóteses, é possível identificar momentos em que a prevalência de algum dos três
modelos é mais acentuada. Por isso, os modelos patrimonial, burocrático e gerencial sempre compartilharam o
ambiente cultural da administração pública brasileira.
Desde os anos 1930, o setor público brasileiro tem vivenciado várias iniciativas de transformação
modernização. Apesar disso, ainda persiste a manutenção de uma estrutura bastante inflexível e fechada sobre si
mesma, que tem resistido fortemente à evolução e democratização da sociedade.
A evolução por que passou a administração pública brasileir
ou como o que se costuma chamar de burocracia estatal) não foi única e linear. Pelo contrário. A trajetória de
evolução da administração pública representa uma construção histórica sujeita a reveses, mudanças de
períodos de completa inércia e outras situações.
1.1 −−−− MAX WEBER, AS FORMAS DE DOMINAÇÃO E OS TIPOS DE SOCIEDADE
Antes de iniciarmos o estudo do assunto específico, faz
conceitos, inerentes ao ramo da sociologia, que serviram de base teórica para a estruturação dos modelos de
administração pública adotados no Brasil.
O conhecimento acerca desses conceitos torna
relacionadas às diversas formas de organização da máquina pública estatal.
Poder, Dominação e Disciplina
Vejamos os conceitos de poder, dominação e disciplina, formulados pelo sociólogo e autor alemão Max
Weber e amplamente utilizados no estudo da Administração Pública.
Poder
De acordo com Max Weber, poder significa toda probabilidade de impor a própria vontade em uma
relação social, mesmo contra eventuais resistências impostas a essa vontade. Todas as qualidades imagináveis de
uma pessoa podem proporcionar a alguém condições de impor sua
Dominação
Dominação, para o autor, é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem de determinado
conteúdo, dento de um determinado grupo de pessoas. Esse conceito está intimamente ligado à própria ideia que o
autor tem de poder. A situação de dominação está ligada à presença efetiva de algum indivíduo mandando
eficazmente em outros.
Disciplina
A disciplina, segundo Weber, está relacionada à probabilidade de encontrar obediência pronta, automática
esquemática a uma ordem, entre uma pluralidade indicável de pessoas. O conceito de disciplina inclui o treino na
obediência em massa, livre de crítica e de resistência.
FormasIdeaisdeDominação
No cerne das relações sociais, moldadas por lutas entre as mais variadas
dominação está assentada em uma verdadeira constelação de interesses, monopólios econômicos, dominação
estabelecida na autoridade, ou seja, no poder de dar ordens.
Em virtude disso, ele acrescenta a cada tipo de atividade
dominação particular. Weber definiu as dominações como a oportunidade de encontrar uma pessoa pronta a
obedecer a uma ordem de conteúdo determinado.
ROVA!
A ESTRUTURA DA MÁQUINA ADMINISTRATIVANO BRASIL DESDE 1930:
DIMENSÕES ESTRUTURAIS E CULTURAIS
Os conceitos amplamente difundidos na bibliografia especializada identificam três grandes modelos teóricos
am presentes no aparelho estatal brasileiro: o modelo patrimonialista, o burocrático e o
No entanto, é absolutamente equivocado supor que esses três modelos se sucederam de forma linear e
indiscutível e que cada um deles eliminou, totalmente, as características de seu antecessor.
Na verdade, esses modelos convivem e sempre conviveram simultaneamente no âmbito da administração
pública brasileira. Na melhor das hipóteses, é possível identificar momentos em que a prevalência de algum dos três
os é mais acentuada. Por isso, os modelos patrimonial, burocrático e gerencial sempre compartilharam o
ambiente cultural da administração pública brasileira.
Desde os anos 1930, o setor público brasileiro tem vivenciado várias iniciativas de transformação
modernização. Apesar disso, ainda persiste a manutenção de uma estrutura bastante inflexível e fechada sobre si
mesma, que tem resistido fortemente à evolução e democratização da sociedade.
A evolução por que passou a administração pública brasileira (entendida esta como o aparelho do estado
ou como o que se costuma chamar de burocracia estatal) não foi única e linear. Pelo contrário. A trajetória de
evolução da administração pública representa uma construção histórica sujeita a reveses, mudanças de
períodos de completa inércia e outras situações.
MAX WEBER, AS FORMAS DE DOMINAÇÃO E OS TIPOS DE SOCIEDADE
Antes de iniciarmos o estudo do assunto específico, faz-se necessária uma explicação acerca de alguns
sociologia, que serviram de base teórica para a estruturação dos modelos de
administração pública adotados no Brasil.
O conhecimento acerca desses conceitos torna-se indispensável para se entender as teorias que estão
ganização da máquina pública estatal.
Vejamos os conceitos de poder, dominação e disciplina, formulados pelo sociólogo e autor alemão Max
Weber e amplamente utilizados no estudo da Administração Pública.
m Max Weber, poder significa toda probabilidade de impor a própria vontade em uma
relação social, mesmo contra eventuais resistências impostas a essa vontade. Todas as qualidades imagináveis de
uma pessoa podem proporcionar a alguém condições de impor sua vontade em uma determinada situação.
Dominação, para o autor, é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem de determinado
conteúdo, dento de um determinado grupo de pessoas. Esse conceito está intimamente ligado à própria ideia que o
utor tem de poder. A situação de dominação está ligada à presença efetiva de algum indivíduo mandando
A disciplina, segundo Weber, está relacionada à probabilidade de encontrar obediência pronta, automática
a uma ordem, entre uma pluralidade indicável de pessoas. O conceito de disciplina inclui o treino na
obediência em massa, livre de crítica e de resistência.
No cerne das relações sociais, moldadas por lutas entre as mais variadas classes, Max Weber percebe que a
dominação está assentada em uma verdadeira constelação de interesses, monopólios econômicos, dominação
estabelecida na autoridade, ou seja, no poder de dar ordens.
Em virtude disso, ele acrescenta a cada tipo de atividade tradicional, afetiva ou racional, um tipo de
dominação particular. Weber definiu as dominações como a oportunidade de encontrar uma pessoa pronta a
obedecer a uma ordem de conteúdo determinado.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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A ESTRUTURA DA MÁQUINA ADMINISTRATIVANO BRASIL DESDE 1930:
Os conceitos amplamente difundidos na bibliografia especializada identificam três grandes modelos teóricos
o modelo patrimonialista, o burocrático e o
No entanto, é absolutamente equivocado supor que esses três modelos se sucederam de forma linear e
características de seu antecessor.
Na verdade, esses modelos convivem e sempre conviveram simultaneamente no âmbito da administração
pública brasileira. Na melhor das hipóteses, é possível identificar momentos em que a prevalência de algum dos três
os é mais acentuada. Por isso, os modelos patrimonial, burocrático e gerencial sempre compartilharam o
Desde os anos 1930, o setor público brasileiro tem vivenciado várias iniciativas de transformação e de
modernização. Apesar disso, ainda persiste a manutenção de uma estrutura bastante inflexível e fechada sobre si
a (entendida esta como o aparelho do estado
ou como o que se costuma chamar de burocracia estatal) não foi única e linear. Pelo contrário. A trajetória de
evolução da administração pública representa uma construção histórica sujeita a reveses, mudanças de rotas,
MAX WEBER, AS FORMAS DE DOMINAÇÃO E OS TIPOS DE SOCIEDADE
se necessária uma explicação acerca de alguns
sociologia, que serviram de base teórica para a estruturação dos modelos de
se indispensável para se entender as teorias que estão
Vejamos os conceitos de poder, dominação e disciplina, formulados pelo sociólogo e autor alemão Max
m Max Weber, poder significa toda probabilidade de impor a própria vontade em uma
relação social, mesmo contra eventuais resistências impostas a essa vontade. Todas as qualidades imagináveis de
vontade em uma determinada situação.
Dominação, para o autor, é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem de determinado
conteúdo, dento de um determinado grupo de pessoas. Esse conceito está intimamente ligado à própria ideia que o
utor tem de poder. A situação de dominação está ligada à presença efetiva de algum indivíduo mandando
A disciplina, segundo Weber, está relacionada à probabilidade de encontrar obediência pronta, automática e
a uma ordem, entre uma pluralidade indicável de pessoas. O conceito de disciplina inclui o treino na
classes, Max Weber percebe que a
dominação está assentada em uma verdadeira constelação de interesses, monopólios econômicos, dominação
tradicional, afetiva ou racional, um tipo de
dominação particular. Weber definiu as dominações como a oportunidade de encontrar uma pessoa pronta a
6. PROF. ALEXANDRE GOMES
O CURSO PERMANENTE que mais APRO
Importante ressaltar que essas formas de dominação são denom
ideais”, ou “tipos puros”. Ou seja, constituem um recurso metodológico que o cientista utiliza toda vez que necessitar
compreender um fenômeno formado por um conjunto histórico ou uma sequência de acontecimentos, os quais
podem ser encontrados na realidade, em seu estado puro, mas, que se situam apenas no plano da abstração
teórica.
Nada mais é do que um recurso científico
realidade ou um fenômeno dado. Segundo o autor, existem três tipos de dominação legítima, as quais estudaremos a
seguir.
Dominação Tradicional
Fundamentada na crença cotidiana na santidade das tradições vigentes desde sempre e na legitimidade
daqueles que, em virtude dessas tradições, r
crença na rotina de todos os dias como uma inviolável norma de conduta. Nesse tipo de dominação, que é
extremamente conservador, os usos e os costumes são as fontes primordiais de poder.
Na dominação tradicional, há obediência à pessoa do senhor, nomeado pela tradição e vinculado a esta,
em virtude de devoção aos hábitos costumeiros. Os subordinados, que constituem o quadro administrativo desse
“senhor”, não são funcionários, mas, “servidor
escravos, os colonos, os servos, os vassalos etc.
Esse senhor é determinado em virtude de regras tradicionais. A ele se obedece em razão da dignidade
pessoal que lhe atribui a tradição. O domin
normalmente, companheiros tradicionais ou súditos.
Tipos de Dominação Tradicional
• Gerontocracia: governo em que o poder cabe aos mais velhos. Suas bases não são somente tradicionais,
mas, também, familiares e hereditárias.
• Patriarcalismo: casos em que o poder é determinado pelo pertencimento a uma determinada família,
normalmente sendo a dominação exercida por um indivíduo chefe da comunidade doméstica, determinado
segundo regras de sucessão.
• Sultanismo: forma de dominação que está calcada no arbítrio livre do governante, munido de um aparato
administrativo próprio para fazer valer suas ordens.
• Feudalismo: forma de dominação baseada em um contrato de status, em termos de vassalo
regidos pelo sentimento de fidelidade pessoal entre ambos (ideia de honra).
• Patrimonialismo: dominação exercida com base em um direito pessoal, embora decorrente de laços tradicionais,
obedecendo-se ao chefe por uma sujeição instável e íntima, deriva
assim sempre ocorreu”). Surge com o aparecimento de um quadro administrativo.
patrimonial apóia-se não só na tradição, mas, também, no domínio de escravos, servos, colonos etc., de
forma que seu arbítrio é muito maior do que a que ocorre
Dominação Racional
Também chamada de dominação legal, é baseada na crença na legitimidade das or
direito de mando daqueles que, em virtude dessas ordens, estão nome
dominação é baseado em estatutos e regulamentos. Obedece
aos superiores previamente determinados, em virtude da legalidade formal de suas disposições.
Para Weber, considerada do ponto de vista formal, a administração burocrática é a forma mais racional de
exercício de dominação, porque nela se alcança tecnicamente o máximo de rendimento em virtude de precisão,
continuidade, disciplina, rigor e confiabilidad
universal a todas as espécies de tarefas. Na época em que formulou sua teoria, Weber acreditava no formalismo, no
procedimento, na padronização das tarefas como forma de gerar rendi
Dominação Carismática
Tem como base a veneração extraordinária da santidade, do poder heróico ou do caráter exemplar de
uma pessoa e das ordens por ela reveladas ou criadas. Enfim, a dominação carismática é aquel
origem o “carisma”.
ROVA!
Importante ressaltar que essas formas de dominação são denominadas por Weber como sendo “tipos
ideais”, ou “tipos puros”. Ou seja, constituem um recurso metodológico que o cientista utiliza toda vez que necessitar
compreender um fenômeno formado por um conjunto histórico ou uma sequência de acontecimentos, os quais
podem ser encontrados na realidade, em seu estado puro, mas, que se situam apenas no plano da abstração
Nada mais é do que um recurso científico-metodológico de que se vale o pesquisador para compreender uma
gundo o autor, existem três tipos de dominação legítima, as quais estudaremos a
Fundamentada na crença cotidiana na santidade das tradições vigentes desde sempre e na legitimidade
daqueles que, em virtude dessas tradições, representam a autoridade. Ou seja, baseia
crença na rotina de todos os dias como uma inviolável norma de conduta. Nesse tipo de dominação, que é
extremamente conservador, os usos e os costumes são as fontes primordiais de poder.
a dominação tradicional, há obediência à pessoa do senhor, nomeado pela tradição e vinculado a esta,
em virtude de devoção aos hábitos costumeiros. Os subordinados, que constituem o quadro administrativo desse
“senhor”, não são funcionários, mas, “servidores”, entre os quais se encontram os empregados domésticos, os
escravos, os colonos, os servos, os vassalos etc.
Esse senhor é determinado em virtude de regras tradicionais. A ele se obedece em razão da dignidade
pessoal que lhe atribui a tradição. O dominador não é um superior, mas, um senhor pessoal. Os dominados são,
normalmente, companheiros tradicionais ou súditos.
: governo em que o poder cabe aos mais velhos. Suas bases não são somente tradicionais,
também, familiares e hereditárias.
: casos em que o poder é determinado pelo pertencimento a uma determinada família,
normalmente sendo a dominação exercida por um indivíduo chefe da comunidade doméstica, determinado
: forma de dominação que está calcada no arbítrio livre do governante, munido de um aparato
administrativo próprio para fazer valer suas ordens.
: forma de dominação baseada em um contrato de status, em termos de vassalo
regidos pelo sentimento de fidelidade pessoal entre ambos (ideia de honra).
: dominação exercida com base em um direito pessoal, embora decorrente de laços tradicionais,
se ao chefe por uma sujeição instável e íntima, derivada do direito consuetudinário (“porque
Surge com o aparecimento de um quadro administrativo.
se não só na tradição, mas, também, no domínio de escravos, servos, colonos etc., de
trio é muito maior do que a que ocorre no patriarcalismo visto acima.
Também chamada de dominação legal, é baseada na crença na legitimidade das or
mando daqueles que, em virtude dessas ordens, estão nomeados para exercer a dominação. Esse tipo de
ominação é baseado em estatutos e regulamentos. Obedece-se à ordem impessoal, objetiva e legalmente estatuída
aos superiores previamente determinados, em virtude da legalidade formal de suas disposições.
a Weber, considerada do ponto de vista formal, a administração burocrática é a forma mais racional de
exercício de dominação, porque nela se alcança tecnicamente o máximo de rendimento em virtude de precisão,
continuidade, disciplina, rigor e confiabilidade, intensidade e extensibilidade dos serviços e aplicabilidade formalmente
universal a todas as espécies de tarefas. Na época em que formulou sua teoria, Weber acreditava no formalismo, no
procedimento, na padronização das tarefas como forma de gerar rendimento e resultados para a administração.
Tem como base a veneração extraordinária da santidade, do poder heróico ou do caráter exemplar de
uma pessoa e das ordens por ela reveladas ou criadas. Enfim, a dominação carismática é aquel
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
7
inadas por Weber como sendo “tipos-
ideais”, ou “tipos puros”. Ou seja, constituem um recurso metodológico que o cientista utiliza toda vez que necessitar
compreender um fenômeno formado por um conjunto histórico ou uma sequência de acontecimentos, os quais não
podem ser encontrados na realidade, em seu estado puro, mas, que se situam apenas no plano da abstração
metodológico de que se vale o pesquisador para compreender uma
gundo o autor, existem três tipos de dominação legítima, as quais estudaremos a
Fundamentada na crença cotidiana na santidade das tradições vigentes desde sempre e na legitimidade
epresentam a autoridade. Ou seja, baseia-se no tradicionalismo, na
crença na rotina de todos os dias como uma inviolável norma de conduta. Nesse tipo de dominação, que é
a dominação tradicional, há obediência à pessoa do senhor, nomeado pela tradição e vinculado a esta,
em virtude de devoção aos hábitos costumeiros. Os subordinados, que constituem o quadro administrativo desse
es”, entre os quais se encontram os empregados domésticos, os
Esse senhor é determinado em virtude de regras tradicionais. A ele se obedece em razão da dignidade
ador não é um superior, mas, um senhor pessoal. Os dominados são,
: governo em que o poder cabe aos mais velhos. Suas bases não são somente tradicionais,
: casos em que o poder é determinado pelo pertencimento a uma determinada família,
normalmente sendo a dominação exercida por um indivíduo chefe da comunidade doméstica, determinado
: forma de dominação que está calcada no arbítrio livre do governante, munido de um aparato
: forma de dominação baseada em um contrato de status, em termos de vassalo-suserano,
: dominação exercida com base em um direito pessoal, embora decorrente de laços tradicionais,
da do direito consuetudinário (“porque
Surge com o aparecimento de um quadro administrativo. O poder do senhor
se não só na tradição, mas, também, no domínio de escravos, servos, colonos etc., de
no patriarcalismo visto acima.
Também chamada de dominação legal, é baseada na crença na legitimidade das ordens estatuídas e do
ados para exercer a dominação. Esse tipo de
se à ordem impessoal, objetiva e legalmente estatuída e
aos superiores previamente determinados, em virtude da legalidade formal de suas disposições.
a Weber, considerada do ponto de vista formal, a administração burocrática é a forma mais racional de
exercício de dominação, porque nela se alcança tecnicamente o máximo de rendimento em virtude de precisão,
e, intensidade e extensibilidade dos serviços e aplicabilidade formalmente
universal a todas as espécies de tarefas. Na época em que formulou sua teoria, Weber acreditava no formalismo, no
mento e resultados para a administração.
Tem como base a veneração extraordinária da santidade, do poder heróico ou do caráter exemplar de
uma pessoa e das ordens por ela reveladas ou criadas. Enfim, a dominação carismática é aquela que tem por
7. PROF. ALEXANDRE GOMES
O CURSO PERMANENTE que mais APRO
Weber conceitua carisma como uma qualidade pessoal considerada extra cotidiana (por exemplo, os
profetas, os sábios, os heróis de guerra etc.) e em virtude da qual se atribuem a uma pessoa poderes ou qualidades
sobrenaturais, sobre-humanos, ou, pelo menos, extra cotidianos.
Assim, há algo de misterioso e de mágico no indivíduo, que lhe confere poder. O grande líder político, o
capitão de indústria, o herói, os chefes de expedições pioneiras são frequentemente consideradas
poder carismático.
Nesse tipo de dominação, obedece
confiança pessoal em revelação, heroísmo ou exemplaridade, dentro do âmbito da crença nesse seu carisma.
A dominação carismática é um poder sem base racional. A legitimidade de seu domínio baseia
crença e na devoção ao extraordinário, que é valorizado por extrapolar as qualidades humanas convencionais.
Tipos de sociedade
Tendo como base sua teoria sobre os tipos de domi
• Sociedade Tradicional: nesse tipo de sociedade, predominam características patriarcais e patrimonialistas,
como a família, o clã, a sociedade medieval etc.
• Sociedade Carismática: nesse tipo, predominam car
como nos grupos revolucionários, nos partidos políticos, nas nações em revolução etc.
• Sociedade Racional-legal ou Burocrática
racionalidade na escolha dos meios e dos fins, como nas grandes empresas, nos estados modernos, nas
organizações militares etc.
Weber traçou um paralelo entre esses tipos de sociedade e a forma ideal de dominação predominante em
cada uma delas. Essa relação pode ser vi
1.2 −−−− OS MODELOS TEÓRICOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
De acordo com Bresser Pereira, enquanto transitávamos de um regime político oligárquico para um regime
democrático, passando pelo regime autoritário
fazíamos a crítica da administração patrimonialista do Estado, iniciávamos sua substituição por uma administração
pública burocrática e terminávamos o século já em plena transição para uma administração públi
Em síntese, no plano político transitamos do Estado oligárquico ao Estado democrático; no administrativo, do
Estado patrimonial ao Estado gerencial; no plano social, da Sociedade Senhorial para a Sociedade Pós
A tabela abaixo, elaborada por Bresser Pereira, ajuda a entender, de forma geral, as diversas transformações
políticas e administrativas por que passou o Estado brasileiro:
Sociedade Características
Tradicional
Patriarcal e
patrimonialista.
Conservadorismo
C
fa
so
m
Carismática
Personalista,
mística e
arbitrária.
Revolucionária.
G
re
ri
p
p
n
re
Burocrática
Racionalidade
dos meios e dos
objetivos
E
m
g
e
o
m
ROVA!
Weber conceitua carisma como uma qualidade pessoal considerada extra cotidiana (por exemplo, os
profetas, os sábios, os heróis de guerra etc.) e em virtude da qual se atribuem a uma pessoa poderes ou qualidades
humanos, ou, pelo menos, extra cotidianos.
Assim, há algo de misterioso e de mágico no indivíduo, que lhe confere poder. O grande líder político, o
capitão de indústria, o herói, os chefes de expedições pioneiras são frequentemente consideradas
Nesse tipo de dominação, obedece-se ao líder carismaticamente qualificado como tal, em virtude de
confiança pessoal em revelação, heroísmo ou exemplaridade, dentro do âmbito da crença nesse seu carisma.
tica é um poder sem base racional. A legitimidade de seu domínio baseia
crença e na devoção ao extraordinário, que é valorizado por extrapolar as qualidades humanas convencionais.
Tendo como base sua teoria sobre os tipos de dominação, Weber distingue três tipos de sociedade:
: nesse tipo de sociedade, predominam características patriarcais e patrimonialistas,
como a família, o clã, a sociedade medieval etc.
nesse tipo, predominam características místicas, arbitrárias e personalísticas,
como nos grupos revolucionários, nos partidos políticos, nas nações em revolução etc.
legal ou Burocrática: tipo de sociedade em que se predominam normas impessoais
na escolha dos meios e dos fins, como nas grandes empresas, nos estados modernos, nas
Weber traçou um paralelo entre esses tipos de sociedade e a forma ideal de dominação predominante em
cada uma delas. Essa relação pode ser vista de forma resumida na tabela abaixo:
OS MODELOS TEÓRICOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
De acordo com Bresser Pereira, enquanto transitávamos de um regime político oligárquico para um regime
democrático, passando pelo regime autoritário-modernizador de Getúlio Vargas e depois de Castelo Branco,
fazíamos a crítica da administração patrimonialista do Estado, iniciávamos sua substituição por uma administração
pública burocrática e terminávamos o século já em plena transição para uma administração públi
Em síntese, no plano político transitamos do Estado oligárquico ao Estado democrático; no administrativo, do
Estado patrimonial ao Estado gerencial; no plano social, da Sociedade Senhorial para a Sociedade Pós
laborada por Bresser Pereira, ajuda a entender, de forma geral, as diversas transformações
políticas e administrativas por que passou o Estado brasileiro:
Exemplos Dominação Características Legitim
Clã, tribo,
amília,
ociedade
medieval
Tradicional
Não é racional.
O poder é
herdado ou
delegado.
Baseada no
respeito ao
“senhor”
Tradição
hábitos,
e costum
Grupos
evolucioná-
ios,
artidos
olíticos,
nações em
evolução.
Carismática
Não é racional.
O poder não é
herdado nem
delegado, e sim,
baseado no
“carisma”
Caracter
pessoais
carismá
do líder
(heroísm
magia, p
mental)
Estados
modernos,
randes
mpresas e
rganizações
militares
Racional-
legal /
Burocrática
Legal, racional,
impessoal e
formal. Baseada
na meritocracia.
Justiça d
Regulam
tação de
normas
previam
definida
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
8
Weber conceitua carisma como uma qualidade pessoal considerada extra cotidiana (por exemplo, os
profetas, os sábios, os heróis de guerra etc.) e em virtude da qual se atribuem a uma pessoa poderes ou qualidades
Assim, há algo de misterioso e de mágico no indivíduo, que lhe confere poder. O grande líder político, o
capitão de indústria, o herói, os chefes de expedições pioneiras são frequentemente consideradas pessoas com
se ao líder carismaticamente qualificado como tal, em virtude de
confiança pessoal em revelação, heroísmo ou exemplaridade, dentro do âmbito da crença nesse seu carisma.
tica é um poder sem base racional. A legitimidade de seu domínio baseia-se na
crença e na devoção ao extraordinário, que é valorizado por extrapolar as qualidades humanas convencionais.
nação, Weber distingue três tipos de sociedade:
: nesse tipo de sociedade, predominam características patriarcais e patrimonialistas,
acterísticas místicas, arbitrárias e personalísticas,
como nos grupos revolucionários, nos partidos políticos, nas nações em revolução etc.
: tipo de sociedade em que se predominam normas impessoais e
na escolha dos meios e dos fins, como nas grandes empresas, nos estados modernos, nas
Weber traçou um paralelo entre esses tipos de sociedade e a forma ideal de dominação predominante em
De acordo com Bresser Pereira, enquanto transitávamos de um regime político oligárquico para um regime
r de Getúlio Vargas e depois de Castelo Branco,
fazíamos a crítica da administração patrimonialista do Estado, iniciávamos sua substituição por uma administração
pública burocrática e terminávamos o século já em plena transição para uma administração pública gerencial.
Em síntese, no plano político transitamos do Estado oligárquico ao Estado democrático; no administrativo, do
Estado patrimonial ao Estado gerencial; no plano social, da Sociedade Senhorial para a Sociedade Pós-Industrial.
laborada por Bresser Pereira, ajuda a entender, de forma geral, as diversas transformações
mação
Aparato
Administrativo
o,
, usos
mes
Patrimonialista
rísticas
s e
ticas
mo,
poder
)
Inconstante e
instável.
Escolhido pela
lealdade e
devoção ao
líder e não por
qualificações
técnicas.
da lei.
men-
e
legais
mente
as.
Burocrático
8. PROF. ALEXANDRE GOMES
O CURSO PERMANENTE que mais APRO
Desde a descoberta do Brasil, em 22 de abril de 1500, até a Revolução Varg
pode facilmente ser descrito como “a grande instituição garantidora dos privilégios sociais e econômicos de uma
elite rural, aristocrática e parasita”.
Essa elite gravitava em torno do Estado e lhe arrancava os mais dive
sinecuras e prebendas (termos modernamente entendidos como ocupação rentável e de pouco trabalho), políticas
públicas escandalosamente vantajosas, poder político e social, empréstimos mais que favoráveis, garantia de
impunidade na operação de uma infinidade de mecanismos de corrupção, clientelismo e uma lista sem fim de
privilégios.
Durante essa fase – em que o Estado era governado por poucos grupos políticos (oligarquias), geralmente
proprietários de terras – vigorou o modelo patrimonialista de administração pública, o qual foi herdado do Estado
português durante o período colonial, perpassou o período imperial, se estendeu até a primeira fase da república e,
até os dias atuais, não está totalmente extinto, pois, infe
gestão pública contemporânea.
Dessa forma, até a década de 1930, a gestão pública no Brasil caracterizava
administração pública patrimonialista, representad
como o nepotismo e a não separação dos patrimônios público e privado. O Brasil, então, era representado por um
federalismo no qual prevaleciam apenas os interesses das elites.
As práticas peculiares ao período correspondente à República Velha, como o controle político por meio da
política do café com leite, o coronelismo e seus
conduzir o jogo político e os assuntos relacionado
Resumidamente, a administração patrimonialista é caracterizada pela confusão entre o patrimônio público
e o privado, o que permite a proliferação do nepotismo e da corrupção. Historicamente,
corresponde ao Estado absolutista – superado a partir do século XIX, com a consolidação do Estado
ROVA!
1.3 −−−− PATRIMONIALISMO
Desde a descoberta do Brasil, em 22 de abril de 1500, até a Revolução Varguista de 1930, o Estado brasileiro
pode facilmente ser descrito como “a grande instituição garantidora dos privilégios sociais e econômicos de uma
Essa elite gravitava em torno do Estado e lhe arrancava os mais diversos privilégios, nos quais se incluem
sinecuras e prebendas (termos modernamente entendidos como ocupação rentável e de pouco trabalho), políticas
públicas escandalosamente vantajosas, poder político e social, empréstimos mais que favoráveis, garantia de
impunidade na operação de uma infinidade de mecanismos de corrupção, clientelismo e uma lista sem fim de
em que o Estado era governado por poucos grupos políticos (oligarquias), geralmente
o modelo patrimonialista de administração pública, o qual foi herdado do Estado
português durante o período colonial, perpassou o período imperial, se estendeu até a primeira fase da república e,
até os dias atuais, não está totalmente extinto, pois, infelizmente, ainda é possível encontrar traços de patrimonialismo
Dessa forma, até a década de 1930, a gestão pública no Brasil caracterizava-se, essencialmente, pela chamada
administração pública patrimonialista, representada por elites que se alternavam no poder, e por características
como o nepotismo e a não separação dos patrimônios público e privado. O Brasil, então, era representado por um
federalismo no qual prevaleciam apenas os interesses das elites.
liares ao período correspondente à República Velha, como o controle político por meio da
política do café com leite, o coronelismo e seus currais eleitorais, a política dos governadores etc., são formas de
conduzir o jogo político e os assuntos relacionados ao governo que trataram a coisa pública como se privada fosse.
Resumidamente, a administração patrimonialista é caracterizada pela confusão entre o patrimônio público
e o privado, o que permite a proliferação do nepotismo e da corrupção. Historicamente,
superado a partir do século XIX, com a consolidação do Estado
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
9
uista de 1930, o Estado brasileiro
pode facilmente ser descrito como “a grande instituição garantidora dos privilégios sociais e econômicos de uma
rsos privilégios, nos quais se incluem
sinecuras e prebendas (termos modernamente entendidos como ocupação rentável e de pouco trabalho), políticas
públicas escandalosamente vantajosas, poder político e social, empréstimos mais que favoráveis, garantia de
impunidade na operação de uma infinidade de mecanismos de corrupção, clientelismo e uma lista sem fim de
em que o Estado era governado por poucos grupos políticos (oligarquias), geralmente
o modelo patrimonialista de administração pública, o qual foi herdado do Estado
português durante o período colonial, perpassou o período imperial, se estendeu até a primeira fase da república e,
lizmente, ainda é possível encontrar traços de patrimonialismo na
se, essencialmente, pela chamada
a por elites que se alternavam no poder, e por características
como o nepotismo e a não separação dos patrimônios público e privado. O Brasil, então, era representado por um
liares ao período correspondente à República Velha, como o controle político por meio da
currais eleitorais, a política dos governadores etc., são formas de
s ao governo que trataram a coisa pública como se privada fosse.
Resumidamente, a administração patrimonialista é caracterizada pela confusão entre o patrimônio público
e o privado, o que permite a proliferação do nepotismo e da corrupção. Historicamente, este tipo de administração
superado a partir do século XIX, com a consolidação do Estado democrático.
9. PROF. ALEXANDRE GOMES
O CURSO PERMANENTE que mais APRO
Em outras palavras, a administração patrimonial consiste em administrar e proferir sentenças caso por caso,
combinado o exercício discricionário da autoridade pessoal com a consideração devida pela tradição sagrada ou
por certos direitos individuais estabelecidos. A partir daí, a expressão patrimonialismo passou a ser usada para
descrever o tipo de dominação política em
públicos, do Estado, são usados para interesses pessoais. Um exemplo é o fato de prefeitos explorarem as terras
públicas e ficarem com parte do lucro. Os cargos públicos passam a ser
vendidos ou transmitidos hereditariamente. As nomeações baseavam
São utilizados os termos “sinecura
ocupação rendosa de pouco trabalho.
Segundo o PDRAE:
No patrimonialismo
do soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuem status de nobreza real. Os cargos
são considerados prebendas. A res pub
conseqüência, a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração.
No momento em que o capitalismo e a democracia se tornam dominantes, o mercado
e a sociedade civil passam a se distinguir do E
a administração patrimonialista torna
Como características do modelo, podemos citar:
racionalidade subjetiva e casuística do siste
e a tendência intrínseca à corrupção do quadro administrativo
como uma extensão do poder do soberano, o qual utiliza os bens públi
particularmente em seu próprio benefício.
A
Aparel
Esta
Utiliz
promove
inter
ROVA!
Em outras palavras, a administração patrimonial consiste em administrar e proferir sentenças caso por caso,
o o exercício discricionário da autoridade pessoal com a consideração devida pela tradição sagrada ou
por certos direitos individuais estabelecidos. A partir daí, a expressão patrimonialismo passou a ser usada para
descrever o tipo de dominação política em que não há distinção entre a esfera pública e a esfera privada. Os bens
públicos, do Estado, são usados para interesses pessoais. Um exemplo é o fato de prefeitos explorarem as terras
públicas e ficarem com parte do lucro. Os cargos públicos passam a ser considerados bens pessoais, podendo ser
vendidos ou transmitidos hereditariamente. As nomeações baseavam-se em critérios pessoais, trocas de favores.
sinecura” e “prebenda” para descrever os empregos públicos, já que significam
patrimonialismo, o aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder
do soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuem status de nobreza real. Os cargos
são considerados prebendas. A res publica não é diferenciada das res principis. Em
conseqüência, a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração.
No momento em que o capitalismo e a democracia se tornam dominantes, o mercado
a sociedade civil passam a se distinguir do Estado. Neste novo momento histórico,
a administração patrimonialista torna-se uma excrescência inaceitável.
Como características do modelo, podemos citar: a falta de uma esfera pública contraposta à privada, a
racionalidade subjetiva e casuística do sistema jurídico, a irracionalidade do sistema fiscal, a não
e a tendência intrínseca à corrupção do quadro administrativo. No patrimonialismo, o aparelho do Estado funciona
como uma extensão do poder do soberano, o qual utiliza os bens públicos da forma que achar conveniente,
particularmente em seu próprio benefício. Veja um quadro abaixo com mais características
Administração Pública Patrimonialista
lho do
ado
Extensão do poder do
soberano;
Servidores, possuem
status de nobreza real;
Os cargos são
considerados prebendas.
Confusão entre o interesse
público e o privado.
Nomeação de parentes para ocupar
cargos públicos
zar os recursos públicos para
er políticas assistencialistas com
resses eleitorais posteriores
Administração Patrimonialista
Exemplos
Nepotismo
Clientelismo
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
10
Em outras palavras, a administração patrimonial consiste em administrar e proferir sentenças caso por caso,
o o exercício discricionário da autoridade pessoal com a consideração devida pela tradição sagrada ou
por certos direitos individuais estabelecidos. A partir daí, a expressão patrimonialismo passou a ser usada para
que não há distinção entre a esfera pública e a esfera privada. Os bens
públicos, do Estado, são usados para interesses pessoais. Um exemplo é o fato de prefeitos explorarem as terras
considerados bens pessoais, podendo ser
se em critérios pessoais, trocas de favores.
” para descrever os empregos públicos, já que significam
, o aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder
do soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuem status de nobreza real. Os cargos
lica não é diferenciada das res principis. Em
conseqüência, a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração.
No momento em que o capitalismo e a democracia se tornam dominantes, o mercado
stado. Neste novo momento histórico,
se uma excrescência inaceitável.
a falta de uma esfera pública contraposta à privada, a
ma jurídico, a irracionalidade do sistema fiscal, a não-profissionalização
. No patrimonialismo, o aparelho do Estado funciona
cos da forma que achar conveniente,
com mais características:
10. PROF. ALEXANDRE GOMES
O CURSO PERMANENTE que mais APRO
01. (CESPE – MDS 2006 – Técnico de Nível Superior)
dominação legítima: a tradicional, a carismática e a racional legal.
02. (CESPE – SECONT-ES 2009 – Auditor do Estado
administração patrimonialista, haja vista o funcionamento do aparelho do Estado
soberano.
03. (CESPE – PREVIC 2011 – Técnico Administrativo)
interesse público e o interesse privado, em que prevalece a noção de que o Estado é uma extensão da f
04. (CESPE – MDS 2006 – Administrador) O estamento burocrático caracteriza
de cargos públicos, burocratas e segmentos da classe política, atuando em conjunto, em benefício próprio e em
desrespeito aos princípios da impessoalidade e do universalismo de procedimentos.
05. (ESAF/EPPGG-MPOG/2008) A administração pública burocrática surgiu no século XIX em substituição às formas
patrimonialistas de administrar o Estado. Indique qual das informações a seguir de
abordagens.
a) No patrimonialismo não existe uma definição clara entre patrimônio público e bens privados, com a proliferação
do nepotismo e da corrupção enquanto a burocracia é uma instituição administrativa que usa os
racionalidade, impessoalidade e formalidade em um serviço público profissional.
b) No patrimonialismo os governantes consideram
sendo Weber um dos seus defensores. A administração públ
da complexidade do Estado e à necessidade de organização das forças armadas.
c) No patrimonialismo a administração pública era um instrumento para garantir os direitos de propriedade, já a
administração pública burocrática estabeleceu uma definição clara entre res publica e bens privados.
d) No patrimonialismo a administração pública é governada pela preservação e desenvolvimento do patrimônio do
Estado, sem se preocupar com a defesa dos direitos civis e s
conceito do Estado de Bem- Estar Social, combatendo o nepotismo e a corrupção.
e) No patrimonialismo a autoridade é exclusivamente hereditária, gerando corrupção e ineficiência, enquanto a
estratégia adotada pela administração pública burocrática
uma melhor utilização dos recursos públicos.
06. (CESPE – ANAC/Analista Administrativo/Área 01/2013)
deve ter autonomia para gerir os recursos humanos, materiais e financeiros colocados à sua disposição, a fim de que
os objetivos contratados e a finalidade pública sejam atingidos.
07. (CESPE – MPE-PI/Técnico Ministerial/Área Administrativa/2012)
no Brasil é patrimonialista, pois o Estado possui direitos de propriedad
08. (CESPE – UNIPAMPA/Administrador Cargo 1/2013)
servidores públicos possuem status de nobreza real, e os cargos funcionam como recompensas, o que contrib
a prática de nepotismo.
09. (CESPE – CADE/Analista Técnico Administrativo/2014)
Estado burocrático orientava-se pelas ideias de profissionalização, flexibilização dos processos, impessoalidade e gestão
participativa.
10. (CESPE – SUFRAMA/Analista Técnico Administrativo/2014)
extensão do poder do soberano, de modo que seus servidores possuem
11. (CESPE – DPRF/Tecnico de nível superior/2012)
patrimônios público e privado, os bens e serviços públicos tamb
12. (CESPE – DPRF/Tecnico de nível superior/2012)
nepotismo e a corrupção.
ROVA!
CAIU EM PROVA
Técnico de Nível Superior) Max Weber considera a existência de três tipos puros de
ominação legítima: a tradicional, a carismática e a racional legal.
Auditor do Estado – Administração) A corrupção e o nepotismo são inerentes à
administração patrimonialista, haja vista o funcionamento do aparelho do Estado como uma extensão do poder do
Técnico Administrativo) O modelo patrimonialista é caracterizado pela confusão entre o
interesse público e o interesse privado, em que prevalece a noção de que o Estado é uma extensão da f
O estamento burocrático caracteriza-se pela conjugação de altos ocupantes
de cargos públicos, burocratas e segmentos da classe política, atuando em conjunto, em benefício próprio e em
ncípios da impessoalidade e do universalismo de procedimentos.
A administração pública burocrática surgiu no século XIX em substituição às formas
patrimonialistas de administrar o Estado. Indique qual das informações a seguir define as diferenças entre estas duas
a) No patrimonialismo não existe uma definição clara entre patrimônio público e bens privados, com a proliferação
do nepotismo e da corrupção enquanto a burocracia é uma instituição administrativa que usa os
racionalidade, impessoalidade e formalidade em um serviço público profissional.
b) No patrimonialismo os governantes consideram-se donos do Estado e o administram como sua propriedade,
sendo Weber um dos seus defensores. A administração pública burocrática surgiu como uma resposta ao aumento
da complexidade do Estado e à necessidade de organização das forças armadas.
c) No patrimonialismo a administração pública era um instrumento para garantir os direitos de propriedade, já a
ública burocrática estabeleceu uma definição clara entre res publica e bens privados.
d) No patrimonialismo a administração pública é governada pela preservação e desenvolvimento do patrimônio do
Estado, sem se preocupar com a defesa dos direitos civis e sociais. A administração burocrática está ligada ao
Estar Social, combatendo o nepotismo e a corrupção.
e) No patrimonialismo a autoridade é exclusivamente hereditária, gerando corrupção e ineficiência, enquanto a
da pela administração pública burocrática – o controle formalista dos procedimentos
uma melhor utilização dos recursos públicos.
ANAC/Analista Administrativo/Área 01/2013) De acordo com o modelo patrimonialista, o gestor público
e ter autonomia para gerir os recursos humanos, materiais e financeiros colocados à sua disposição, a fim de que
os objetivos contratados e a finalidade pública sejam atingidos.
PI/Técnico Ministerial/Área Administrativa/2012) O modelo atual que caracteriza a gestão pública
no Brasil é patrimonialista, pois o Estado possui direitos de propriedade sobre os bens que administra.
UNIPAMPA/Administrador Cargo 1/2013) No modelo de administração pública patrimonialista, os
s públicos possuem status de nobreza real, e os cargos funcionam como recompensas, o que contrib
CADE/Analista Técnico Administrativo/2014) A fim de combater o nepotismo e a corrupção patrimonialista,
se pelas ideias de profissionalização, flexibilização dos processos, impessoalidade e gestão
SUFRAMA/Analista Técnico Administrativo/2014) No Estado patrimonial, a estrutura pública é tida como
poder do soberano, de modo que seus servidores possuem status de nobreza.
DPRF/Tecnico de nível superior/2012) No Estado patrimonialista, caracterizado pela interseção entre os
patrimônios público e privado, os bens e serviços públicos também constituem patrimônio do governante.
DPRF/Tecnico de nível superior/2012) Entre os traços inerentes à administração patrimonialista estão o
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
11
Max Weber considera a existência de três tipos puros de
A corrupção e o nepotismo são inerentes à
como uma extensão do poder do
O modelo patrimonialista é caracterizado pela confusão entre o
interesse público e o interesse privado, em que prevalece a noção de que o Estado é uma extensão da família real.
se pela conjugação de altos ocupantes
de cargos públicos, burocratas e segmentos da classe política, atuando em conjunto, em benefício próprio e em
A administração pública burocrática surgiu no século XIX em substituição às formas
fine as diferenças entre estas duas
a) No patrimonialismo não existe uma definição clara entre patrimônio público e bens privados, com a proliferação
do nepotismo e da corrupção enquanto a burocracia é uma instituição administrativa que usa os princípios da
se donos do Estado e o administram como sua propriedade,
ica burocrática surgiu como uma resposta ao aumento
c) No patrimonialismo a administração pública era um instrumento para garantir os direitos de propriedade, já a
ública burocrática estabeleceu uma definição clara entre res publica e bens privados.
d) No patrimonialismo a administração pública é governada pela preservação e desenvolvimento do patrimônio do
ociais. A administração burocrática está ligada ao
e) No patrimonialismo a autoridade é exclusivamente hereditária, gerando corrupção e ineficiência, enquanto a
o controle formalista dos procedimentos – garante
De acordo com o modelo patrimonialista, o gestor público
e ter autonomia para gerir os recursos humanos, materiais e financeiros colocados à sua disposição, a fim de que
ual que caracteriza a gestão pública
e sobre os bens que administra.
No modelo de administração pública patrimonialista, os
s públicos possuem status de nobreza real, e os cargos funcionam como recompensas, o que contribui para
A fim de combater o nepotismo e a corrupção patrimonialista, o
se pelas ideias de profissionalização, flexibilização dos processos, impessoalidade e gestão
No Estado patrimonial, a estrutura pública é tida como
de nobreza.
No Estado patrimonialista, caracterizado pela interseção entre os
ém constituem patrimônio do governante.
Entre os traços inerentes à administração patrimonialista estão o
11. PROF. ALEXANDRE GOMES
O CURSO PERMANENTE que mais APRO
13. (FMP-RS - 2011 - TCE-RS - Auditor Público Externo
alternativa INCORRETA.
a) No patrimonialismo, o aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder do soberano, e os seus
auxiliares, servidores, possuem status de nobreza real.
b) O patrimonialismo surge na segunda metade do século XIX, na época do Estado liberal, como forma de
combater a corrupção e o nepotismo.
c) O termo patrimonialismo é usado para se referir a formas de dominação política em que não existem divisões
nítidas entre as esferas de atividade pública e privada.
d) Uma diferença fundamental entre patrimonialismo e feudalismo é a maior concentração de poder discricionário
combinado com maior instabilidade nos sistemas patrimoniais.
e) A administração do Estado pré-capitalista era uma admin
O primeiro registro do uso do termo “
pela junção da palavra francesa “bureau”, que se refere a escritório, com a palavra grega “krátos”, que
poder. O sufixo “cracia” é usado para designar as formas de governo. Aristóteles apresentou uma classificação com
democracia (governo pelo povo), aristocracia (governo dos melhores) e monarquia (governo de um só). Podemos nos
lembrar de outras palavras terminadas em “cracia”: gerontocracia (governo dos mais velhos), teocracia (governo
por Deus), etc.
Se ela possui o sufixo “cracia” então também é uma forma de governo. O termo “burocracia” se refere ao
governo do escritório, governo dos funcionár
classificação de Aristóteles, de forma pejorativa, criticando o fato de estar ocorrendo na França um crescimento do
quadro administrativo e da normatização, fazendo com que os funcionários p
deveriam ser da sociedade. Ao invés de um governo do povo, surgia um governo de escritório. A burocracia
representava uma ameaça à própria democracia.
Outra acepção do termo burocracia é como o conjunto de agentes públicos
age de forma racional. Assim, quando falamos em burocracia, estamos nos referindo aos funcionários públicos, aos
órgãos governamentais, a estrutura do Estado.
A terceira visão da burocracia é como racionalidade. Weber associou
racional-legal, ou seja, a burocracia seria a busca dos meios mais eficientes para se alcançar determinado objetivo.
Na teoria, a burocracia é racional porque adota os procedimentos mais eficientes para se chegar a
determinado resultado. Na prática, ela é extremamente rígida com os procedimentos, só se preocupa com a sua
obediência, esquecendo-se do resultado.
Detalhando melhor esta definição, os autores dizem que o critério que diferencia o ato racional do irracional
é sua coerência em relação aos fins visados. Um ato será racional na medida em que representar o meio mais
adaptado para se atingir determinado objetivo, na medida em que sua coerência em relação a seus objetivos se
traduzir na exigência de um mínimo de esforços p
evoluiu como uma forma de se buscar maior eficiência nas organizações. Apesar de considerarmos o termo
“burocrático” quase como um antônimo de eficiência, no seu cerne ele nasceu como a racio
atividades com o objetivo de aumentar a eficiência. Segundo Weber:
A administração puramente burocrática é, segundo toda a experiência, a forma mais racional de
exercício de dominação, porque nela se alcança tecnicamente o máximo de rendimen
virtude de precisão, continuidade, disciplina, rigor e confiabilidade
para o senhor quanto para os demais interessados
aplicabilidade formalmente universal a todas as esp
Quando pensamos na burocracia como excesso de controles, papelada, necessidade de muitas tramitações,
apego exagerado a regulamentos, ineficiência, estamos pensando nos defeitos do sistema, ou ao que damos o
nome de “disfunções” da burocracia. Por isso é muito importante diferenciar a teoria da prática. Na teoria, a
burocracia é eficiente, se preocupa com os fins da ação governamental. Na prática, é ineficiente e se preocupa
apenas com o controle dos processos, esquecendo dos resultados.
termo, que é o da burocracia como sinônimo de ineficiência. O excesso de regras, de normas, a necessidade de
executar procedimentos que na maioria das vezes parecem desnecessários fez com que as pessoas vissem
rigidez como lentidão e desperdício.
Na definição dos autores temos também a “divisão do trabalho”. Qualquer sistema social elementarmente
ROVA!
Auditor Público Externo – Administração) A respeito do termo patrimonialismo, as
a) No patrimonialismo, o aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder do soberano, e os seus
de nobreza real.
na segunda metade do século XIX, na época do Estado liberal, como forma de
c) O termo patrimonialismo é usado para se referir a formas de dominação política em que não existem divisões
dade pública e privada.
d) Uma diferença fundamental entre patrimonialismo e feudalismo é a maior concentração de poder discricionário
combinado com maior instabilidade nos sistemas patrimoniais.
capitalista era uma administração patrimonialista.
1.4 −−−− BUROCRACIA
O primeiro registro do uso do termo “burocracia” é atribuído a Seigneur de Gournay (1712
pela junção da palavra francesa “bureau”, que se refere a escritório, com a palavra grega “krátos”, que
poder. O sufixo “cracia” é usado para designar as formas de governo. Aristóteles apresentou uma classificação com
democracia (governo pelo povo), aristocracia (governo dos melhores) e monarquia (governo de um só). Podemos nos
alavras terminadas em “cracia”: gerontocracia (governo dos mais velhos), teocracia (governo
Se ela possui o sufixo “cracia” então também é uma forma de governo. O termo “burocracia” se refere ao
governo do escritório, governo dos funcionários públicos. Gournay o usou como uma quarta forma de governo, na
classificação de Aristóteles, de forma pejorativa, criticando o fato de estar ocorrendo na França um crescimento do
quadro administrativo e da normatização, fazendo com que os funcionários públicos tomassem as decisões que
deveriam ser da sociedade. Ao invés de um governo do povo, surgia um governo de escritório. A burocracia
representava uma ameaça à própria democracia.
Outra acepção do termo burocracia é como o conjunto de agentes públicos, o aparelho do Estado, que
age de forma racional. Assim, quando falamos em burocracia, estamos nos referindo aos funcionários públicos, aos
órgãos governamentais, a estrutura do Estado.
A terceira visão da burocracia é como racionalidade. Weber associou a burocracia com a dominação
legal, ou seja, a burocracia seria a busca dos meios mais eficientes para se alcançar determinado objetivo.
Na teoria, a burocracia é racional porque adota os procedimentos mais eficientes para se chegar a
resultado. Na prática, ela é extremamente rígida com os procedimentos, só se preocupa com a sua
se do resultado.
Detalhando melhor esta definição, os autores dizem que o critério que diferencia o ato racional do irracional
erência em relação aos fins visados. Um ato será racional na medida em que representar o meio mais
adaptado para se atingir determinado objetivo, na medida em que sua coerência em relação a seus objetivos se
traduzir na exigência de um mínimo de esforços para se chegar a esses objetivos. Isso significa que a burocracia
evoluiu como uma forma de se buscar maior eficiência nas organizações. Apesar de considerarmos o termo
“burocrático” quase como um antônimo de eficiência, no seu cerne ele nasceu como a racio
atividades com o objetivo de aumentar a eficiência. Segundo Weber:
A administração puramente burocrática é, segundo toda a experiência, a forma mais racional de
exercício de dominação, porque nela se alcança tecnicamente o máximo de rendimen
virtude de precisão, continuidade, disciplina, rigor e confiabilidade – isto é, calculabilidade tanto
para o senhor quanto para os demais interessados –, intensidade e extensibilidade dos serviços e
aplicabilidade formalmente universal a todas as espécies de tarefas.
Quando pensamos na burocracia como excesso de controles, papelada, necessidade de muitas tramitações,
apego exagerado a regulamentos, ineficiência, estamos pensando nos defeitos do sistema, ou ao que damos o
racia. Por isso é muito importante diferenciar a teoria da prática. Na teoria, a
burocracia é eficiente, se preocupa com os fins da ação governamental. Na prática, é ineficiente e se preocupa
apenas com o controle dos processos, esquecendo dos resultados. A rigidez da prática resultou no quarto uso do
termo, que é o da burocracia como sinônimo de ineficiência. O excesso de regras, de normas, a necessidade de
executar procedimentos que na maioria das vezes parecem desnecessários fez com que as pessoas vissem
Na definição dos autores temos também a “divisão do trabalho”. Qualquer sistema social elementarmente
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
12
respeito do termo patrimonialismo, assinale a
a) No patrimonialismo, o aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder do soberano, e os seus
na segunda metade do século XIX, na época do Estado liberal, como forma de
c) O termo patrimonialismo é usado para se referir a formas de dominação política em que não existem divisões
d) Uma diferença fundamental entre patrimonialismo e feudalismo é a maior concentração de poder discricionário
” é atribuído a Seigneur de Gournay (1712-1759), na França,
pela junção da palavra francesa “bureau”, que se refere a escritório, com a palavra grega “krátos”, que significa
poder. O sufixo “cracia” é usado para designar as formas de governo. Aristóteles apresentou uma classificação com
democracia (governo pelo povo), aristocracia (governo dos melhores) e monarquia (governo de um só). Podemos nos
alavras terminadas em “cracia”: gerontocracia (governo dos mais velhos), teocracia (governo
Se ela possui o sufixo “cracia” então também é uma forma de governo. O termo “burocracia” se refere ao
ios públicos. Gournay o usou como uma quarta forma de governo, na
classificação de Aristóteles, de forma pejorativa, criticando o fato de estar ocorrendo na França um crescimento do
úblicos tomassem as decisões que
deveriam ser da sociedade. Ao invés de um governo do povo, surgia um governo de escritório. A burocracia
, o aparelho do Estado, que
age de forma racional. Assim, quando falamos em burocracia, estamos nos referindo aos funcionários públicos, aos
a burocracia com a dominação
legal, ou seja, a burocracia seria a busca dos meios mais eficientes para se alcançar determinado objetivo.
Na teoria, a burocracia é racional porque adota os procedimentos mais eficientes para se chegar a
resultado. Na prática, ela é extremamente rígida com os procedimentos, só se preocupa com a sua
Detalhando melhor esta definição, os autores dizem que o critério que diferencia o ato racional do irracional
erência em relação aos fins visados. Um ato será racional na medida em que representar o meio mais
adaptado para se atingir determinado objetivo, na medida em que sua coerência em relação a seus objetivos se
ara se chegar a esses objetivos. Isso significa que a burocracia
evoluiu como uma forma de se buscar maior eficiência nas organizações. Apesar de considerarmos o termo
“burocrático” quase como um antônimo de eficiência, no seu cerne ele nasceu como a racionalização das
A administração puramente burocrática é, segundo toda a experiência, a forma mais racional de
exercício de dominação, porque nela se alcança tecnicamente o máximo de rendimento em
isto é, calculabilidade tanto
, intensidade e extensibilidade dos serviços e
Quando pensamos na burocracia como excesso de controles, papelada, necessidade de muitas tramitações,
apego exagerado a regulamentos, ineficiência, estamos pensando nos defeitos do sistema, ou ao que damos o
racia. Por isso é muito importante diferenciar a teoria da prática. Na teoria, a
burocracia é eficiente, se preocupa com os fins da ação governamental. Na prática, é ineficiente e se preocupa
A rigidez da prática resultou no quarto uso do
termo, que é o da burocracia como sinônimo de ineficiência. O excesso de regras, de normas, a necessidade de
executar procedimentos que na maioria das vezes parecem desnecessários fez com que as pessoas vissem essa
Na definição dos autores temos também a “divisão do trabalho”. Qualquer sistema social elementarmente
12. PROF. ALEXANDRE GOMES
O CURSO PERMANENTE que mais APRO
organizado tem por base a divisão do trabalho, a especialização das funções. A estrutura organizacional pode
apresentar uma especialização vertical
departamentalização. Em uma burocracia, esta divisão deverá ser feita racionalmente, ou seja, sistemática e
coerentemente.
A partir de um detalhamento, Bresser e Motta chegam auma
É o sistema social em que a divisão do trabalho é sistemática e coerentemente realizada, tendo em
vista os fins visados; é o sistema social em que há procura deliberada de economizar os
se atingir os objetivos.
Ato racional é aquele coerente em relação aos fins visados; ato eficiente ou produtivo é aquele que não só é
coerente em relação aos fins visados, como também exige o mínimo de esforços, mínimo de custos, para um máxim
resultados.
A expressão “burocracia patrimonial” se refere ao período de transição do modelo patrimonial para o
burocrático, em que estavam presentes características dos dois modelos. Havia certa racionalidade, pois era
adotada uma hierarquia, regras que definiam os procedimentos, mas faltava ainda a impessoalidade, ainda estava
presente a utilização do patrimônio público para interesses privados.
Para Weber, o desenvolvimento de formas de associação “modernas” em todas as áreas (Estado, Igreja,
exército, partido, empresa econômica, associação de interessados, união, fundação, e o que mais seja) é pura e
simplesmente o mesmo que o desenvolvimento e crescimento contínuos da administração burocrática: o
desenvolvimento desta constitui, por exemplo, a cé
A administração racional é por toda parte a mais racional do ponto de vista técnico
pura e simplesmente inevitável para as necessidades da administração de massas (de pessoas ou
objetos).
Peter Evans & Rauch, num estudo com mais de 80 países, chegaram à conclusão que a substituição do
modelo patrimonialista pelo burocrático foi uma condição não suficiente, porém necessária, para o
desenvolvimento dos países no século XX. É possível di
nenhum Estado pode realizar com sucesso suas atividades.
O grande instrumento de superioridade da administração burocrática é o conhecimento profissional. A
administração burocrática significa: domi
especificamente racional. Além da posição de formidável poder devida ao conhecimento profissional, a burocracia
tem a tendência de fortalecê-la ainda mais pelo saber prático de serviço: o conh
execução das tarefas ou obtido via documentação.
Quando pensamos na burocracia como organização racional, veremos que isso não é característica
apenas do modelo burocrático de gestão, todas as organizações que se enquadrem
consideradas burocráticas.
Todo sistema social administrado segundo critérios racionais e hierárquicos é uma organização burocrática.
Haverá organizações burocráticas mais flexíveis ou mais rígidas, mais formalizadas ou meno
autoritárias.
Portanto, a burocracia, enquanto racionalidade, estaria presente não são no modelo de administração
burocrática, mas também no patrimonialismo, como vimos na expressão “burocracia patrimonialista”, ou também
na administração gerencial. Mesmo com uma maior flexibilização, ainda assim seriam organizações burocráticas.
Essas confusões com o conceito de burocracia ocorrem porque Max Weber estudou elas sob um enfoque
de gestão, mas também – e principalmente
características da organização burocrática, como a hierarquia, a impessoalidade, a carreira, a centralização, etc.;
neste, ele buscou analisar como burocracia representava uma forma de dominação, de poder.
Segundo Weber, com a maior complexidade e a burocratização da sociedade moderna, os burocratas
tendem a retirar poder dos políticos. O surgimento do estado burocrático implicaria a renúncia de responsabilidade
pela liderança política e na usurpação das funçõ
pode parecer forte, mas é correto.
Max Weber tinha um duplo sentimento em relação à burocracia: considerava que ela era imprescindível
para a racionalização das atividades estatais, algo que
que a burocracia tivesse poder demasiado e, por isso, sempre propôs um controle político sobre ela.
A Burocracia é compatível com o sistema da autoridade legal somente quando a formulação das leis
ROVA!
organizado tem por base a divisão do trabalho, a especialização das funções. A estrutura organizacional pode
presentar uma especialização vertical – a hierarquia – e uma especialização horizontal, a divisão do trabalho, ou
departamentalização. Em uma burocracia, esta divisão deverá ser feita racionalmente, ou seja, sistemática e
amento, Bresser e Motta chegam auma outra definição de burocracia:
É o sistema social em que a divisão do trabalho é sistemática e coerentemente realizada, tendo em
vista os fins visados; é o sistema social em que há procura deliberada de economizar os
Ato racional é aquele coerente em relação aos fins visados; ato eficiente ou produtivo é aquele que não só é
coerente em relação aos fins visados, como também exige o mínimo de esforços, mínimo de custos, para um máxim
A expressão “burocracia patrimonial” se refere ao período de transição do modelo patrimonial para o
burocrático, em que estavam presentes características dos dois modelos. Havia certa racionalidade, pois era
que definiam os procedimentos, mas faltava ainda a impessoalidade, ainda estava
presente a utilização do patrimônio público para interesses privados.
Para Weber, o desenvolvimento de formas de associação “modernas” em todas as áreas (Estado, Igreja,
cito, partido, empresa econômica, associação de interessados, união, fundação, e o que mais seja) é pura e
simplesmente o mesmo que o desenvolvimento e crescimento contínuos da administração burocrática: o
desenvolvimento desta constitui, por exemplo, a célula germinativa do moderno Estado ocidental. Para Weber:
A administração racional é por toda parte a mais racional do ponto de vista técnico
pura e simplesmente inevitável para as necessidades da administração de massas (de pessoas ou
Peter Evans & Rauch, num estudo com mais de 80 países, chegaram à conclusão que a substituição do
modelo patrimonialista pelo burocrático foi uma condição não suficiente, porém necessária, para o
desenvolvimento dos países no século XX. É possível dizer que sem uma administração pública baseada no mérito,
nenhum Estado pode realizar com sucesso suas atividades.
O grande instrumento de superioridade da administração burocrática é o conhecimento profissional. A
administração burocrática significa: dominação em função do conhecimento; este é seu caráter fundamental
especificamente racional. Além da posição de formidável poder devida ao conhecimento profissional, a burocracia
la ainda mais pelo saber prático de serviço: o conhecimento de fatos adquirido via
execução das tarefas ou obtido via documentação.
Quando pensamos na burocracia como organização racional, veremos que isso não é característica
apenas do modelo burocrático de gestão, todas as organizações que se enquadrem na racionalidade poderiam ser
Todo sistema social administrado segundo critérios racionais e hierárquicos é uma organização burocrática.
Haverá organizações burocráticas mais flexíveis ou mais rígidas, mais formalizadas ou meno
Portanto, a burocracia, enquanto racionalidade, estaria presente não são no modelo de administração
burocrática, mas também no patrimonialismo, como vimos na expressão “burocracia patrimonialista”, ou também
gerencial. Mesmo com uma maior flexibilização, ainda assim seriam organizações burocráticas.
Essas confusões com o conceito de burocracia ocorrem porque Max Weber estudou elas sob um enfoque
e principalmente – sob o enfoque político, de dominação. Naquele, ele apontou algumas
características da organização burocrática, como a hierarquia, a impessoalidade, a carreira, a centralização, etc.;
neste, ele buscou analisar como burocracia representava uma forma de dominação, de poder.
gundo Weber, com a maior complexidade e a burocratização da sociedade moderna, os burocratas
tendem a retirar poder dos políticos. O surgimento do estado burocrático implicaria a renúncia de responsabilidade
pela liderança política e na usurpação das funções políticas por parte dos administradores. O termo “usurpação”
Max Weber tinha um duplo sentimento em relação à burocracia: considerava que ela era imprescindível
para a racionalização das atividades estatais, algo que a classe política não conseguiria fazer sozinha, mas temia
que a burocracia tivesse poder demasiado e, por isso, sempre propôs um controle político sobre ela.
A Burocracia é compatível com o sistema da autoridade legal somente quando a formulação das leis
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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organizado tem por base a divisão do trabalho, a especialização das funções. A estrutura organizacional pode
e uma especialização horizontal, a divisão do trabalho, ou
departamentalização. Em uma burocracia, esta divisão deverá ser feita racionalmente, ou seja, sistemática e
outra definição de burocracia:
É o sistema social em que a divisão do trabalho é sistemática e coerentemente realizada, tendo em
vista os fins visados; é o sistema social em que há procura deliberada de economizar os meios para
Ato racional é aquele coerente em relação aos fins visados; ato eficiente ou produtivo é aquele que não só é
coerente em relação aos fins visados, como também exige o mínimo de esforços, mínimo de custos, para um máximo de
A expressão “burocracia patrimonial” se refere ao período de transição do modelo patrimonial para o
burocrático, em que estavam presentes características dos dois modelos. Havia certa racionalidade, pois era
que definiam os procedimentos, mas faltava ainda a impessoalidade, ainda estava
Para Weber, o desenvolvimento de formas de associação “modernas” em todas as áreas (Estado, Igreja,
cito, partido, empresa econômica, associação de interessados, união, fundação, e o que mais seja) é pura e
simplesmente o mesmo que o desenvolvimento e crescimento contínuos da administração burocrática: o
lula germinativa do moderno Estado ocidental. Para Weber:
A administração racional é por toda parte a mais racional do ponto de vista técnico-formal, ela é
pura e simplesmente inevitável para as necessidades da administração de massas (de pessoas ou
Peter Evans & Rauch, num estudo com mais de 80 países, chegaram à conclusão que a substituição do
modelo patrimonialista pelo burocrático foi uma condição não suficiente, porém necessária, para o
zer que sem uma administração pública baseada no mérito,
O grande instrumento de superioridade da administração burocrática é o conhecimento profissional. A
nação em função do conhecimento; este é seu caráter fundamental
especificamente racional. Além da posição de formidável poder devida ao conhecimento profissional, a burocracia
ecimento de fatos adquirido via
Quando pensamos na burocracia como organização racional, veremos que isso não é característica
na racionalidade poderiam ser
Todo sistema social administrado segundo critérios racionais e hierárquicos é uma organização burocrática.
Haverá organizações burocráticas mais flexíveis ou mais rígidas, mais formalizadas ou menos, mais ou menos
Portanto, a burocracia, enquanto racionalidade, estaria presente não são no modelo de administração
burocrática, mas também no patrimonialismo, como vimos na expressão “burocracia patrimonialista”, ou também
gerencial. Mesmo com uma maior flexibilização, ainda assim seriam organizações burocráticas.
Essas confusões com o conceito de burocracia ocorrem porque Max Weber estudou elas sob um enfoque
co, de dominação. Naquele, ele apontou algumas
características da organização burocrática, como a hierarquia, a impessoalidade, a carreira, a centralização, etc.;
neste, ele buscou analisar como burocracia representava uma forma de dominação, de poder.
gundo Weber, com a maior complexidade e a burocratização da sociedade moderna, os burocratas
tendem a retirar poder dos políticos. O surgimento do estado burocrático implicaria a renúncia de responsabilidade
es políticas por parte dos administradores. O termo “usurpação”
Max Weber tinha um duplo sentimento em relação à burocracia: considerava que ela era imprescindível
a classe política não conseguiria fazer sozinha, mas temia
que a burocracia tivesse poder demasiado e, por isso, sempre propôs um controle político sobre ela.
A Burocracia é compatível com o sistema da autoridade legal somente quando a formulação das leis e a