1. Quais são os principais esfíncteres do corpo humano?
Esfíncter cárdico
Também chamado de esfíncter esofágico inferior, pertence
ao sistema digestório e situa-se na transição entre o esôfago e
o estômago. À região de transição entre o esôfago e
o estômago dá-se o nome de Cárdia. O esfíncter cárdico se abre
para deixar passar o alimento deglutido e se fecha para evitar que
aconteça o refluxo de material gástrico no esôfago.
Quando esse esfíncter funciona mal e permite que o conteúdo
fortemente ácido do estômago retorne ao esôfago, a mucosa da
porção distal desse órgão sofre uma severa irritação e pode vir a
apresentar reações patológicas como inflamação e erosão
da mucosa (consequências do refluxo gastro-
esofágico), acalasia, esôfago de Barret e câncer de esôfago.
Através uma endoscopia digestiva alta, a transição entre
as mucosas esofágica e gástrica pode ser vista como uma linha que
as separa e estará alterada nos casos de anomalias esfincterianas.
Esfíncter pilórico
Esse esfíncter é um espessamento da camada média do músculo
do estômago ao redor do piloro (transição do estômago com
o duodeno), que retém os alimentos no estômago até que sejam
semi-digeridos e completamente misturados com os sucos
gástricos. Dependendo da abertura desse esfíncter, é feito o
controle da velocidade do esvaziamento gástrico, que pode ser
maior ou menor.
2. O estreitamento dessa passagem, chamada estenose pilórica, pode
ocorrer por uma hipertrofia congênita da musculatura (por isso
muito comum em bebês) ou por uma deformidade provocada
por cicatriz de uma úlcera.
Esfíncter anal
O esfíncter anal é um músculo situado no final do aparelho
digestivo que mantém fechada a abertura do intestino grosso para
o exterior, contendo as fezes, e que se abre para possibilitar a
expulsão delas. Quando há fezes na porção final do intestino
grosso, que se chama ampola retal, a pessoa sente necessidade de
defecar.
Nesse momento, o músculo esfincteriano fica relaxado e pode
abrir com um pequeno esforço da vontade. O esforço da pessoa
para aumentar a pressão intra-abdominal, associado a um
movimento expulsivo do próprio intestino, ocasiona a defecação.
Em seguida pode voltar e se fechar, contendo novamente as fezes.
Se esse mecanismo funciona mal, a pessoa pode sofrer
de incontinência fecal. Nesse esfíncter podem surgir ainda outros
problemas como prolapso retal, hemorroidas,
defecação involuntária, liberação de fezes enquanto o indivíduo
dorme, etc.
Esfíncter uretral
O esfíncter uretral, também dito esfíncter urinário, que faz o
controle voluntário mais importante da micção, é composto por
uma musculatura situada na região abaixo do colo vesical, que
envolve, naquela altura, a uretra. Quando fechado, tem como
função fazer a retenção urinária, e quando aberto permite à pessoa
3. liberar a urina. O controle do ato de urinar é feito
pelo esfíncter externo composto de músculo estriado e
pelo esfíncter interno composto por músculo liso, nessa sequência.
Quando há qualquer distúrbio nesse processo, ocorre a
perda involuntária de urina (incontinência urinária). Atualmente
existem alguns aparelhos que substituem a função desse músculo,
como a prótese para incontinência. Esse problema ocorre com
maior frequência nas hiperplasias benignas
da próstata, câncer de próstata, cirurgias prostáticas ou urológicas,
problemas neurológicos, etc.
Esfíncter de Oddi
O esfíncter de Oddi corresponde a uma estrutura esfincterial
situada na papila duodenal maior (ampola de Vater) que regula a
entrada da bile e do suco pancreático, impedindo-os de entrar
no duodeno quando não são necessários, e relaxa e deixa as
secreções passarem ao duodeno quando atuam na digestão.
Esse esfíncter é controlado pela colecistocinina que, quando
presente, relaxa-o e deixa as secreções entrarem no duodeno.
O esfíncter de Oddi pode sofrer disfunções por conta de
uma estenose ou ser obstruído
por inflamação, cálculo biliar ou tumor. Os fatores que mais
propiciam essas condições são: um processo inflamatório prévio,
como pancreatite aguda, por exemplo; passagem de cálculos
biliares pela papila; reação pós-colangiopancreatografia
endoscópica retrógrada (CPRE) e, mais raramente (menos de
1%), colecistectomia prévia.
Esfíncter do olho
4. Há também um esfíncter no olho, um anel de fibras na íris que
contrai ou dilata de modo a regular o tamanho das pupilas e a
entrada de luz nos olhos. Essa é uma reação fisiológica normal. No
entanto, a passagem de um estado a outro demanda um certo
tempo. Em condições normais cotidianas, esse tempo é desprezível,
mas se uma pessoa permanecer num ambiente escuro por um
tempo longo, não pode passar repentinamente à claridade sem
proteção ocular.
Esse mecanismo de regulação pode apresentar problemas em
determinadas condições neuro-oftálmicas. Por outro lado, a
contração ou dilatação das pupilas além do usual pode se dever
ao uso de drogas ou medicamentos, ou a certas condições
patológicas. O tamanho desigual das pupilas de cada lado,
associado a outros dados clínicos, também sugere certos
diagnósticos que precisam ser vistos por um médico.