SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 32
CASOS CLÍNICOS DE
EMERGÊNCIAS HIPERTENSIVAS
HABILIDADES MÉDICAS
Isabela Mendes Maia
Luis Davi Dinis
Magna de Souza Abreu
Michele M. da S. Pereira
Renan Marques C. Oliveira
CASO CLÍNICO 1
 História clínica:
- Um paciente do sexo masculino, 62 anos, negro,
apresentou, às 9 horas e 30 minutos, diminuição de
força no hemicorpo direito e dificuldade para falar.
- Chegou à emergência às 10h30min
- Os antecedentes médicos foram hipertensão arterial
não tratada, tabagismo, dislipidemia, obesidade e
sedentarismo.
CASO CLÍNICO 1
 Exame Físico:
- Evidencia PA de 170/100 mmHg, sopro carotídeo
esquerdo +2/+6, ausculta cardíaca com ritmo regular.
- A partir do exame neurológico, verificaram-se
hemiparesia direita de predomínio braquiofacial e
afasia predominantemente expressiva (escore NIHSS:
12).
CASO CLÍNICO 1
 Exames Complementares:
- Glicemia de 147 mg/dL, hemograma normal
(incluindo plaquetas), tempo de tromboplastina
parcial ativada (TTPa) de 38 s (referência de 35 s),
tempo de protrombina (TP) 80% (INR: 1,12).
- Por meio da tomografia computadorizada (TC) de
crânio, realizada às 11h10min, não foi observada lesão
cerebral aguda
CASO CLÍNICO 1
 Tomografia de Crânio:
AVC
 Paciente com vários fatores de risco para doença vascular
 Estabelecimento abrupto de um déficit neurológico compatível
com uma síndrome da artéria cerebral média esquerda
 Início dos sintomas, nesse caso bem preciso, foi extremamente
importante para definir se o paciente pode realizar ou não a
terapia trombolítica
 Exame físico e a aplicação da NIHSS permitiu evidenciar uma
lesão extensa no hemisfério esquerdo e também uma provável
etiologia aterotrombótica
CASO CLÍNICO 1
 A sintomatologia do AVC depende principalmente de sua
localização:
- Alteração do nível de consciência, déficit motor, déficit
sensitivo, alteração da movimentação ocular, síndrome de
Horner
AVC ISQÊMICO
AVC ISQUÊMICO
 Um coágulo entope a artéria que leva sangue para o cérebro
 Cérebro entra em sofrimento e os neurônios começam a
morrer.
 Perda neuronal é progressiva, quanto mais rápido for instituído
o tratamento, maior será a quantidade de neurônios salvos
 Este tempo entre os sintomas até o tratamento chama-se
“janela terapêutica” ela é extremamente curta (cerca de 4,5 a 6
horas)
AVC ISQUÊMICO
 Manutenção da PaO2
 Parâmetros fisiológicos monitorados e manejados
 Deve-se solicitar os seguintes exames laboratoriais:
hemograma, eletrólitos, TTPa e TP e encaminhar o
paciente rapidamente para o setor de neuroimagem
AVC ISQUÊMICO
 A PA não contraindicou o tratamento com rt-PA.
 Uma amostra de sangue foi obtida
 Paciente foi imediatamente encaminhado para o setor de
neuroimagem, realizando TC de crânio
CASO CLÍNICO 1
 Tratamento inicial pode ser focado nos seguintes aspectos:
 Manejo dos parâmetros fisiológicos:
- Controle da pressão arterial:
Evitar uma hipotensão sistêmica com a finalidade de não
aumentar o dano hipóxico.
Recomenda-se o uso de anti-hipertensivos somente se a PA
for de mais de 220/120 mmHg (redução de 15 a 25% nas
primeiras 24 horas)
AVC ISQUÊMICO
Controle da glicemia:
- Hiperglicemia parece estar associada a um pior
prognóstico neurológico
- Uso de insulina regular quando a glicemia estiver acima de
180 mg/dL
Controle da temperatura corporal:
- Hipertermia provoca aumento da progressão da isquemia
cerebral
- Antitérmico quando a temperatura corporal estiver acima
de 37,8ºC (com paracetamol e uso de compressas frias)
AVC ISQUÊMICO
AVC ISQUÊMICO
 Trombólise:
- Janela terapêutica: tempo menor ou igual a 4,5 horas
- Risco de conversão hemorrágica em NIHSS >22
- Hipertensão permissiva
- Anti-hipertensivo se PA> 220 X 120 mmHg
- rtPA 0,9 mg/kg 10% em bolus em 1 minuto e 90% em BIC
por 60 min (máx 90mg)
 Inexistência de sangramento ou de outra lesão, com a
apresentação e o tipo de sintomas desse paciente, conduz
a um diagnóstico de AVC isquêmico
 Exames laboratoriais confirmaram a inexistência de
alterações na coagulação
 Foi administrada a dose de ataque do rt-PA às 11 horas e
40 minutos (140 minutos após o início dos sintomas), e a
infusão terminou às 12 horas e 40 minutos
CASO CLÍNICO 1
 Evolução:
Seis horas mais tarde, houve uma nítida melhora da força no
hemicorpo direito e uma diminuição da afasia (NIHSS: 6)
Paciente continuou sendo monitorizado.
CASO CLÍNICO 1
CASO CLÍNICO 2
 História Clínica:
- Paciente M.S.V, 40 anos, pardo, motorista, procedente e
residente da cidade São Paulo, procura o hospital com história
de síncope em casa, além de dor no peito em aperto. Paciente
relata um quadro de dor torácica alternante entre pontadas e
dor opressiva que se irradiava para o dorso. Nega sintomas
urinários, além de negar piora da dor em movimento. Paciente
hipertenso em uso de losartana.
CASO CLÍNICO 2
 Exame Físico:
- REG
- Lúcido
- Orientado em tempo e espaço
- Afebril (37,6ºC)
- Acianótico, anictérico, hidratado
- Taquipneico (29 irp), taquicárdico (101 bpm)
- Hipotenso (89 x 59 mmHg) e diferença de pulsos unilateral das
artérias carótidas de cerca de 32%.
CASO CLÍNICO 2
 Realizou um ecocardiograma transesofágico que se mostrou
com alterações segmentares do ventrículo esquerdo com
função sistólica global preservada, além de disfunção diastólica,
insuficiência aórtica moderada, derrame pericárdico moderado
com reperfusão hemodinâmica, hipertrofia concêntrica do
ventrículo esquerdo e, por fim, imagem sugestiva de flap em
aorta distal podendo corresponder à dissecção de aorta
descendente.
CASO CLÍNICO 2
 Foram pedidos exames complementares, sendo realizado
o parecer do cirurgião vascular em que foi confirmado a
dissecção de aorta descendente, estando o paciente
hemodinamicamente estável, com diminuição de pulsos à
direita. Exame enzimático da CKMB apresentando
resultado de 35 (VR: < ou = 5 ng/ mL). Eletrocardiograma
(ECG) com sobrecarga de ventrículo esquerdo.
DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA
 A dissecção clássica da aorta pode ser definida como a
delaminação de sua camada média ocasionada pelo
influxo de sangue através de um orifício de entrada na
camada íntima, criando uma falsa luz de extensão variada
ao longo do vaso
DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA
 Classificação:
Tipo A: as dissecções proximais (tipo A) ocorrem em
indivíduos que apresentam anormalidades do colágeno
(por exemplo: síndrome de Marfan)
distais (tipo B) em indivíduos com HAS de longa data.
Tipo B: as dissecções distais (tipo B) em indivíduos
com HAS de longa data
DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA
DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA
 Quais podem ser as manifestações cardíacas da
dissecção aguda de aorta?
- Na dissecção aguda de aorta a manifestação mais
importante é a dor torácica forte, podendo ser
lancinante e irradiando para dorso. Havendo também,
em grande maioria, pulsos assimétricos, taquicardia,
sinais neurológicos focais, perda da consciência por
síncope cardíaca e dor abdominal.  COMPLICAÇÃO
DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA
 Exame físico: observar os sinais e sintomas do
paciente (caso clínico descrito):
- Taquicardia
- Dor torácica
- Irradiação para dorso
- Pulso assimétrico
DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA
 Exames complementares
- Colher exames gerais (hemograma, eletrólitos, função renal, estudos
de coagulação, urina tipo I, enzimas cardíacas e outros, conforme
avaliação clínica)
- ECG: pode mostrar sinais de hipertrofia ventricular esquerda
decorrente da HAS crônica; pode ser normal ou pode eventualmente
mostrar anormalidades agudas, predominantemente da parede
inferior, se a dissecção envolver o óstio coronariano direito. Cuidado
com elevação do segmento ST em parede inferior; eventualmente,
pode ser uma dissecção de aorta
DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA
- Rx de tórax: muitas vezes mostra alargamento do mediastino
(incespecífico) e um contorno aórtico anormal, podendo ser
encontrado sinais de derrame pericárdico e pleural
- Ecocardiograma transtorácico: também pode ser utilizado,
porém apresenta uma sensibilidade menor (75% para
dissecções do tipo A e apenas 40% para dissecções do tipo B).
- Ecocardiograma transesofágico: especialmente útil em
pacientes na sala de emergência (sensibilidade de 98%).
DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA
- Tomografia helicoidal: as mais novas TCs (já disponíveis no
pronto-socorro do Hospital das Clínicas) conseguem
excelente acurácia e, sobretudo, rapidez na execução (< 1
minuto).
- Ressonância: apesar da excelente acurácia, exige
deslocamento do paciente e tempo de execução maior
que os outros exames
DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA
 Tratamento Clínico (PACIENTE DO CASO, + RESPONSIVO)
- Monitorização, Oxigênio, acesso venoso e coleta de sangue
- b-bloqueador: a meta é deixar a frequência cardíaca < 60 bpm,
se tolerado. Prescrever metoprolol (5 mg) IV em três a cinco
minutos; no caso de dissecção, a dose máxima será aquela que
consegue b-bloquear. A redução da frequência cardíaca e do
inotropismo são essenciais no manejo de dissecção aguda (se
houver contraindicação ao b-bloqueador, pode-se prescrever
verapamil IV ou diltiazem IV).
DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA
- Redução da PA: redução ao menor valor tolerado pelo
paciente; se possível, deixar a PA sistólica próxima de 100-110
mmHg: para isso, prescrever o nitroprussiato de sódio; iniciar
em 0,3-0,5 mg/kg/minuto com aumentos de 0,5 mg/kg/minuto
a cada três a cinco minutos.
- Morfina: doses de 2 a 4 mg IV, até se atingir uma analgesia
adequada.
- Avaliação cirúrgica imediata.  + indicado no tipo A
REFERÊNCIAS
 Emergências clínicas : abordagem prática / Herlon Saraiva Martins...[et al.]. -
- 10. ed. rev. e atual. -- Barueri, SP : Manole, 2015.
 DINATO, Fabrício; et al. Dissecção da Aorta: Manejo Clínico e Cirúrgico.
Revista de Cardiologia do Estado de São Paulo 2018.
 II Fórum de ACV. Disponível em https://abavc.org.br/wp-
content/uploads/2019/03/abavc_caderno_II_forum_do_avc_2018.pdf.
 DOS SANTOS, Lucas Bezerra; WATERS, Camila. Perfil epidemiológico dos
pacientes acometidos por acidente vascular cerebral: revisão integrativa.
Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 1, p. 2749-2775, 2020.
 Fochesatto Filho L, Barros E. Medicina Interna na Prática Clínica. Porto
Alegre: Artmed; 2013.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Casos clínicos de emergências hipertensivas

Sav em situações especiais
Sav em situações especiaisSav em situações especiais
Sav em situações especiaisAroldo Gavioli
 
Dor torácica na emergência
Dor torácica na emergênciaDor torácica na emergência
Dor torácica na emergênciaPaulo Sérgio
 
Assistência de enfermagem no acidente vascular cerebral.pptx
Assistência de enfermagem no acidente vascular cerebral.pptxAssistência de enfermagem no acidente vascular cerebral.pptx
Assistência de enfermagem no acidente vascular cerebral.pptxssuser985fa4
 
Assistência ao Paciente Clínico Cirúrgico - revisão do conteúdo 1.pptx
Assistência ao Paciente Clínico Cirúrgico - revisão do conteúdo 1.pptxAssistência ao Paciente Clínico Cirúrgico - revisão do conteúdo 1.pptx
Assistência ao Paciente Clínico Cirúrgico - revisão do conteúdo 1.pptxTamiresSouza90
 
Infartoagudodomiocrdio 120204054416-phpapp01
Infartoagudodomiocrdio 120204054416-phpapp01Infartoagudodomiocrdio 120204054416-phpapp01
Infartoagudodomiocrdio 120204054416-phpapp01Vlc_val
 
Choque cardiogênico dante pazzanesse
Choque cardiogênico dante pazzanesseChoque cardiogênico dante pazzanesse
Choque cardiogênico dante pazzanessegisa_legal
 
1189249092 413.arritemia cardica-ppoint
1189249092 413.arritemia cardica-ppoint1189249092 413.arritemia cardica-ppoint
1189249092 413.arritemia cardica-ppointPelo Siro
 
Assistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de caso
Assistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de casoAssistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de caso
Assistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de casoresenfe2013
 
Acidente vascular cerebral
Acidente vascular cerebralAcidente vascular cerebral
Acidente vascular cerebralReinaldo Souza
 
Acidente vascular cerebral
Acidente vascular cerebralAcidente vascular cerebral
Acidente vascular cerebralPaulo Matias
 
Caso clinico simpósio fa
Caso clinico simpósio faCaso clinico simpósio fa
Caso clinico simpósio faFelipe Motta
 
Insuficiência cardíaca aguda
Insuficiência cardíaca aguda Insuficiência cardíaca aguda
Insuficiência cardíaca aguda betoivomedeiros
 

Semelhante a Casos clínicos de emergências hipertensivas (20)

Sav em situações especiais
Sav em situações especiaisSav em situações especiais
Sav em situações especiais
 
Cardiologia
CardiologiaCardiologia
Cardiologia
 
DOR TORÁCICA
DOR TORÁCICADOR TORÁCICA
DOR TORÁCICA
 
Dor torácica na emergência
Dor torácica na emergênciaDor torácica na emergência
Dor torácica na emergência
 
Assistência de enfermagem no acidente vascular cerebral.pptx
Assistência de enfermagem no acidente vascular cerebral.pptxAssistência de enfermagem no acidente vascular cerebral.pptx
Assistência de enfermagem no acidente vascular cerebral.pptx
 
1332097248 choque cardiog
1332097248 choque cardiog1332097248 choque cardiog
1332097248 choque cardiog
 
Assistência ao Paciente Clínico Cirúrgico - revisão do conteúdo 1.pptx
Assistência ao Paciente Clínico Cirúrgico - revisão do conteúdo 1.pptxAssistência ao Paciente Clínico Cirúrgico - revisão do conteúdo 1.pptx
Assistência ao Paciente Clínico Cirúrgico - revisão do conteúdo 1.pptx
 
1 arterite
1 arterite1 arterite
1 arterite
 
Infartoagudodomiocrdio 120204054416-phpapp01
Infartoagudodomiocrdio 120204054416-phpapp01Infartoagudodomiocrdio 120204054416-phpapp01
Infartoagudodomiocrdio 120204054416-phpapp01
 
Choque cardiogênico dante pazzanesse
Choque cardiogênico dante pazzanesseChoque cardiogênico dante pazzanesse
Choque cardiogênico dante pazzanesse
 
1189249092 413.arritemia cardica-ppoint
1189249092 413.arritemia cardica-ppoint1189249092 413.arritemia cardica-ppoint
1189249092 413.arritemia cardica-ppoint
 
Choque
Choque Choque
Choque
 
Acidente vascular encefálico
Acidente vascular encefálicoAcidente vascular encefálico
Acidente vascular encefálico
 
Ppt rcp 2014 (1)
Ppt rcp 2014 (1)Ppt rcp 2014 (1)
Ppt rcp 2014 (1)
 
Pericardite aguda
Pericardite agudaPericardite aguda
Pericardite aguda
 
Assistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de caso
Assistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de casoAssistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de caso
Assistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de caso
 
Acidente vascular cerebral
Acidente vascular cerebralAcidente vascular cerebral
Acidente vascular cerebral
 
Acidente vascular cerebral
Acidente vascular cerebralAcidente vascular cerebral
Acidente vascular cerebral
 
Caso clinico simpósio fa
Caso clinico simpósio faCaso clinico simpósio fa
Caso clinico simpósio fa
 
Insuficiência cardíaca aguda
Insuficiência cardíaca aguda Insuficiência cardíaca aguda
Insuficiência cardíaca aguda
 

Último

Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdfAula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdfAula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdf
Aula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdfAula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdf
Aula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 3 - Sistema Esquelético - Anatomia Humana.pdf
Aula 3 - Sistema Esquelético - Anatomia Humana.pdfAula 3 - Sistema Esquelético - Anatomia Humana.pdf
Aula 3 - Sistema Esquelético - Anatomia Humana.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 11 - Prevenção e Controle da Hanseníase e Tuberculose - Parte II.pdf
Aula 11 - Prevenção e Controle da Hanseníase e Tuberculose - Parte II.pdfAula 11 - Prevenção e Controle da Hanseníase e Tuberculose - Parte II.pdf
Aula 11 - Prevenção e Controle da Hanseníase e Tuberculose - Parte II.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 02 -Biologia Celular - Células Procariontes e Eucariontes .pdf
Aula 02 -Biologia Celular -  Células Procariontes e  Eucariontes .pdfAula 02 -Biologia Celular -  Células Procariontes e  Eucariontes .pdf
Aula 02 -Biologia Celular - Células Procariontes e Eucariontes .pdfGiza Carla Nitz
 
SC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdf
SC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdfSC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdf
SC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdfTHIALYMARIASILVADACU
 
Aula 2- CME - Central de Material Esterelizado - Parte 1.pdf
Aula 2- CME - Central de Material Esterelizado - Parte 1.pdfAula 2- CME - Central de Material Esterelizado - Parte 1.pdf
Aula 2- CME - Central de Material Esterelizado - Parte 1.pdfGiza Carla Nitz
 
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALARdispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALARBelinha Donatti
 
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do EventoEncontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Eventowisdombrazil
 
Aula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdf
Aula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdfAula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdf
Aula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdf
Aula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdfAula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdf
Aula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdfGiza Carla Nitz
 
XABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizadoXABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizadojosianeavila3
 
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptxNR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptxWilliamPratesMoreira
 
AULA NUTRIÇÃO EM ENFERMAGEM.2024 PROF GABRIELLA
AULA NUTRIÇÃO EM ENFERMAGEM.2024 PROF GABRIELLAAULA NUTRIÇÃO EM ENFERMAGEM.2024 PROF GABRIELLA
AULA NUTRIÇÃO EM ENFERMAGEM.2024 PROF GABRIELLAgabriella462340
 
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 2.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo -  PARTE 2.pdfAula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo -  PARTE 2.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 2.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia Humana.pdf
Aula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia  Humana.pdfAula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia  Humana.pdf
Aula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia Humana.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdf
Aula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdfAula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdf
Aula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdfGiza Carla Nitz
 
CULMINANCIA DA ELETIVA BEM ESTAR E SAUDE
CULMINANCIA DA ELETIVA BEM ESTAR E SAUDECULMINANCIA DA ELETIVA BEM ESTAR E SAUDE
CULMINANCIA DA ELETIVA BEM ESTAR E SAUDEErikajosiane
 
Nutrição Enteral e parenteral para enfermagem .pdf
Nutrição Enteral e parenteral para enfermagem .pdfNutrição Enteral e parenteral para enfermagem .pdf
Nutrição Enteral e parenteral para enfermagem .pdfThiagoAlmeida458596
 

Último (20)

Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdfAula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdf
 
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdfAula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
Aula 2 - Contrução do SUS - Linha do Tempo da Saúde no Brasil.pdf
 
Aula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdf
Aula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdfAula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdf
Aula 14 - Doenças Respiratórias - DPOC (Enfizema, Bronquite Crônica, Asma).pdf
 
Aula 3 - Sistema Esquelético - Anatomia Humana.pdf
Aula 3 - Sistema Esquelético - Anatomia Humana.pdfAula 3 - Sistema Esquelético - Anatomia Humana.pdf
Aula 3 - Sistema Esquelético - Anatomia Humana.pdf
 
Aula 11 - Prevenção e Controle da Hanseníase e Tuberculose - Parte II.pdf
Aula 11 - Prevenção e Controle da Hanseníase e Tuberculose - Parte II.pdfAula 11 - Prevenção e Controle da Hanseníase e Tuberculose - Parte II.pdf
Aula 11 - Prevenção e Controle da Hanseníase e Tuberculose - Parte II.pdf
 
Aula 02 -Biologia Celular - Células Procariontes e Eucariontes .pdf
Aula 02 -Biologia Celular -  Células Procariontes e  Eucariontes .pdfAula 02 -Biologia Celular -  Células Procariontes e  Eucariontes .pdf
Aula 02 -Biologia Celular - Células Procariontes e Eucariontes .pdf
 
SC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdf
SC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdfSC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdf
SC- Mortalidade infantil 2 aula .pptx.pdf
 
Aula 2- CME - Central de Material Esterelizado - Parte 1.pdf
Aula 2- CME - Central de Material Esterelizado - Parte 1.pdfAula 2- CME - Central de Material Esterelizado - Parte 1.pdf
Aula 2- CME - Central de Material Esterelizado - Parte 1.pdf
 
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALARdispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
 
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do EventoEncontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
 
Aula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdf
Aula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdfAula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdf
Aula 9 - Doenças Transmitidas Por Vetores.pdf
 
Aula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdf
Aula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdfAula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdf
Aula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdf
 
XABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizadoXABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizado
 
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptxNR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
 
AULA NUTRIÇÃO EM ENFERMAGEM.2024 PROF GABRIELLA
AULA NUTRIÇÃO EM ENFERMAGEM.2024 PROF GABRIELLAAULA NUTRIÇÃO EM ENFERMAGEM.2024 PROF GABRIELLA
AULA NUTRIÇÃO EM ENFERMAGEM.2024 PROF GABRIELLA
 
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 2.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo -  PARTE 2.pdfAula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo -  PARTE 2.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 2.pdf
 
Aula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia Humana.pdf
Aula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia  Humana.pdfAula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia  Humana.pdf
Aula 9 - Sistema Respiratório - Anatomia Humana.pdf
 
Aula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdf
Aula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdfAula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdf
Aula 5- Biologia Celular - Célula Eucarionte Vegetal.pdf
 
CULMINANCIA DA ELETIVA BEM ESTAR E SAUDE
CULMINANCIA DA ELETIVA BEM ESTAR E SAUDECULMINANCIA DA ELETIVA BEM ESTAR E SAUDE
CULMINANCIA DA ELETIVA BEM ESTAR E SAUDE
 
Nutrição Enteral e parenteral para enfermagem .pdf
Nutrição Enteral e parenteral para enfermagem .pdfNutrição Enteral e parenteral para enfermagem .pdf
Nutrição Enteral e parenteral para enfermagem .pdf
 

Casos clínicos de emergências hipertensivas

  • 1. CASOS CLÍNICOS DE EMERGÊNCIAS HIPERTENSIVAS HABILIDADES MÉDICAS Isabela Mendes Maia Luis Davi Dinis Magna de Souza Abreu Michele M. da S. Pereira Renan Marques C. Oliveira
  • 2. CASO CLÍNICO 1  História clínica: - Um paciente do sexo masculino, 62 anos, negro, apresentou, às 9 horas e 30 minutos, diminuição de força no hemicorpo direito e dificuldade para falar. - Chegou à emergência às 10h30min - Os antecedentes médicos foram hipertensão arterial não tratada, tabagismo, dislipidemia, obesidade e sedentarismo.
  • 3. CASO CLÍNICO 1  Exame Físico: - Evidencia PA de 170/100 mmHg, sopro carotídeo esquerdo +2/+6, ausculta cardíaca com ritmo regular. - A partir do exame neurológico, verificaram-se hemiparesia direita de predomínio braquiofacial e afasia predominantemente expressiva (escore NIHSS: 12).
  • 4. CASO CLÍNICO 1  Exames Complementares: - Glicemia de 147 mg/dL, hemograma normal (incluindo plaquetas), tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) de 38 s (referência de 35 s), tempo de protrombina (TP) 80% (INR: 1,12). - Por meio da tomografia computadorizada (TC) de crânio, realizada às 11h10min, não foi observada lesão cerebral aguda
  • 5. CASO CLÍNICO 1  Tomografia de Crânio:
  • 6. AVC
  • 7.  Paciente com vários fatores de risco para doença vascular  Estabelecimento abrupto de um déficit neurológico compatível com uma síndrome da artéria cerebral média esquerda  Início dos sintomas, nesse caso bem preciso, foi extremamente importante para definir se o paciente pode realizar ou não a terapia trombolítica  Exame físico e a aplicação da NIHSS permitiu evidenciar uma lesão extensa no hemisfério esquerdo e também uma provável etiologia aterotrombótica CASO CLÍNICO 1
  • 8.  A sintomatologia do AVC depende principalmente de sua localização: - Alteração do nível de consciência, déficit motor, déficit sensitivo, alteração da movimentação ocular, síndrome de Horner AVC ISQÊMICO
  • 10.  Um coágulo entope a artéria que leva sangue para o cérebro  Cérebro entra em sofrimento e os neurônios começam a morrer.  Perda neuronal é progressiva, quanto mais rápido for instituído o tratamento, maior será a quantidade de neurônios salvos  Este tempo entre os sintomas até o tratamento chama-se “janela terapêutica” ela é extremamente curta (cerca de 4,5 a 6 horas) AVC ISQUÊMICO
  • 11.  Manutenção da PaO2  Parâmetros fisiológicos monitorados e manejados  Deve-se solicitar os seguintes exames laboratoriais: hemograma, eletrólitos, TTPa e TP e encaminhar o paciente rapidamente para o setor de neuroimagem AVC ISQUÊMICO
  • 12.  A PA não contraindicou o tratamento com rt-PA.  Uma amostra de sangue foi obtida  Paciente foi imediatamente encaminhado para o setor de neuroimagem, realizando TC de crânio CASO CLÍNICO 1
  • 13.  Tratamento inicial pode ser focado nos seguintes aspectos:  Manejo dos parâmetros fisiológicos: - Controle da pressão arterial: Evitar uma hipotensão sistêmica com a finalidade de não aumentar o dano hipóxico. Recomenda-se o uso de anti-hipertensivos somente se a PA for de mais de 220/120 mmHg (redução de 15 a 25% nas primeiras 24 horas) AVC ISQUÊMICO
  • 14. Controle da glicemia: - Hiperglicemia parece estar associada a um pior prognóstico neurológico - Uso de insulina regular quando a glicemia estiver acima de 180 mg/dL Controle da temperatura corporal: - Hipertermia provoca aumento da progressão da isquemia cerebral - Antitérmico quando a temperatura corporal estiver acima de 37,8ºC (com paracetamol e uso de compressas frias) AVC ISQUÊMICO
  • 15. AVC ISQUÊMICO  Trombólise: - Janela terapêutica: tempo menor ou igual a 4,5 horas - Risco de conversão hemorrágica em NIHSS >22 - Hipertensão permissiva - Anti-hipertensivo se PA> 220 X 120 mmHg - rtPA 0,9 mg/kg 10% em bolus em 1 minuto e 90% em BIC por 60 min (máx 90mg)
  • 16.  Inexistência de sangramento ou de outra lesão, com a apresentação e o tipo de sintomas desse paciente, conduz a um diagnóstico de AVC isquêmico  Exames laboratoriais confirmaram a inexistência de alterações na coagulação  Foi administrada a dose de ataque do rt-PA às 11 horas e 40 minutos (140 minutos após o início dos sintomas), e a infusão terminou às 12 horas e 40 minutos CASO CLÍNICO 1
  • 17.  Evolução: Seis horas mais tarde, houve uma nítida melhora da força no hemicorpo direito e uma diminuição da afasia (NIHSS: 6) Paciente continuou sendo monitorizado. CASO CLÍNICO 1
  • 18. CASO CLÍNICO 2  História Clínica: - Paciente M.S.V, 40 anos, pardo, motorista, procedente e residente da cidade São Paulo, procura o hospital com história de síncope em casa, além de dor no peito em aperto. Paciente relata um quadro de dor torácica alternante entre pontadas e dor opressiva que se irradiava para o dorso. Nega sintomas urinários, além de negar piora da dor em movimento. Paciente hipertenso em uso de losartana.
  • 19. CASO CLÍNICO 2  Exame Físico: - REG - Lúcido - Orientado em tempo e espaço - Afebril (37,6ºC) - Acianótico, anictérico, hidratado - Taquipneico (29 irp), taquicárdico (101 bpm) - Hipotenso (89 x 59 mmHg) e diferença de pulsos unilateral das artérias carótidas de cerca de 32%.
  • 20. CASO CLÍNICO 2  Realizou um ecocardiograma transesofágico que se mostrou com alterações segmentares do ventrículo esquerdo com função sistólica global preservada, além de disfunção diastólica, insuficiência aórtica moderada, derrame pericárdico moderado com reperfusão hemodinâmica, hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo e, por fim, imagem sugestiva de flap em aorta distal podendo corresponder à dissecção de aorta descendente.
  • 21. CASO CLÍNICO 2  Foram pedidos exames complementares, sendo realizado o parecer do cirurgião vascular em que foi confirmado a dissecção de aorta descendente, estando o paciente hemodinamicamente estável, com diminuição de pulsos à direita. Exame enzimático da CKMB apresentando resultado de 35 (VR: < ou = 5 ng/ mL). Eletrocardiograma (ECG) com sobrecarga de ventrículo esquerdo.
  • 22. DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA  A dissecção clássica da aorta pode ser definida como a delaminação de sua camada média ocasionada pelo influxo de sangue através de um orifício de entrada na camada íntima, criando uma falsa luz de extensão variada ao longo do vaso
  • 23. DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA  Classificação: Tipo A: as dissecções proximais (tipo A) ocorrem em indivíduos que apresentam anormalidades do colágeno (por exemplo: síndrome de Marfan) distais (tipo B) em indivíduos com HAS de longa data. Tipo B: as dissecções distais (tipo B) em indivíduos com HAS de longa data
  • 25. DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA  Quais podem ser as manifestações cardíacas da dissecção aguda de aorta? - Na dissecção aguda de aorta a manifestação mais importante é a dor torácica forte, podendo ser lancinante e irradiando para dorso. Havendo também, em grande maioria, pulsos assimétricos, taquicardia, sinais neurológicos focais, perda da consciência por síncope cardíaca e dor abdominal.  COMPLICAÇÃO
  • 26. DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA  Exame físico: observar os sinais e sintomas do paciente (caso clínico descrito): - Taquicardia - Dor torácica - Irradiação para dorso - Pulso assimétrico
  • 27. DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA  Exames complementares - Colher exames gerais (hemograma, eletrólitos, função renal, estudos de coagulação, urina tipo I, enzimas cardíacas e outros, conforme avaliação clínica) - ECG: pode mostrar sinais de hipertrofia ventricular esquerda decorrente da HAS crônica; pode ser normal ou pode eventualmente mostrar anormalidades agudas, predominantemente da parede inferior, se a dissecção envolver o óstio coronariano direito. Cuidado com elevação do segmento ST em parede inferior; eventualmente, pode ser uma dissecção de aorta
  • 28. DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA - Rx de tórax: muitas vezes mostra alargamento do mediastino (incespecífico) e um contorno aórtico anormal, podendo ser encontrado sinais de derrame pericárdico e pleural - Ecocardiograma transtorácico: também pode ser utilizado, porém apresenta uma sensibilidade menor (75% para dissecções do tipo A e apenas 40% para dissecções do tipo B). - Ecocardiograma transesofágico: especialmente útil em pacientes na sala de emergência (sensibilidade de 98%).
  • 29. DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA - Tomografia helicoidal: as mais novas TCs (já disponíveis no pronto-socorro do Hospital das Clínicas) conseguem excelente acurácia e, sobretudo, rapidez na execução (< 1 minuto). - Ressonância: apesar da excelente acurácia, exige deslocamento do paciente e tempo de execução maior que os outros exames
  • 30. DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA  Tratamento Clínico (PACIENTE DO CASO, + RESPONSIVO) - Monitorização, Oxigênio, acesso venoso e coleta de sangue - b-bloqueador: a meta é deixar a frequência cardíaca < 60 bpm, se tolerado. Prescrever metoprolol (5 mg) IV em três a cinco minutos; no caso de dissecção, a dose máxima será aquela que consegue b-bloquear. A redução da frequência cardíaca e do inotropismo são essenciais no manejo de dissecção aguda (se houver contraindicação ao b-bloqueador, pode-se prescrever verapamil IV ou diltiazem IV).
  • 31. DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA - Redução da PA: redução ao menor valor tolerado pelo paciente; se possível, deixar a PA sistólica próxima de 100-110 mmHg: para isso, prescrever o nitroprussiato de sódio; iniciar em 0,3-0,5 mg/kg/minuto com aumentos de 0,5 mg/kg/minuto a cada três a cinco minutos. - Morfina: doses de 2 a 4 mg IV, até se atingir uma analgesia adequada. - Avaliação cirúrgica imediata.  + indicado no tipo A
  • 32. REFERÊNCIAS  Emergências clínicas : abordagem prática / Herlon Saraiva Martins...[et al.]. - - 10. ed. rev. e atual. -- Barueri, SP : Manole, 2015.  DINATO, Fabrício; et al. Dissecção da Aorta: Manejo Clínico e Cirúrgico. Revista de Cardiologia do Estado de São Paulo 2018.  II Fórum de ACV. Disponível em https://abavc.org.br/wp- content/uploads/2019/03/abavc_caderno_II_forum_do_avc_2018.pdf.  DOS SANTOS, Lucas Bezerra; WATERS, Camila. Perfil epidemiológico dos pacientes acometidos por acidente vascular cerebral: revisão integrativa. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 1, p. 2749-2775, 2020.  Fochesatto Filho L, Barros E. Medicina Interna na Prática Clínica. Porto Alegre: Artmed; 2013.