A Paralisia Braquial Obstétrica resulta em paralisia e/ou paresia do membro superior após o parto, devido ao estiramento do plexo braquial durante o trabalho de parto. Ela pode causar déficit motor e sensorial em diferentes níveis, dependendo da extensão da lesão nervosa. O tratamento fisioterapêutico precoce é essencial para prevenir complicações e assegurar a recuperação funcional da criança.
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1. Paralisia Braquial Obstétrica
Discentes:
Amanda do Nascimento Oliveira Carneiro
Ana Karoliny de Souza Gomes
Lucianny Victoria Caetano de Morais
Universidade Federal da Paraíba
Centro de Ciências da Saúde
Curso de Fisioterapia
Disciplina: Fisioterapia Materno-Infantil
2. Sumário
1
4
5
6
7
2
3
Introdução
Epidemiologia
➔ CONCEITO
➔ ANATOMIA
➔ INERVAÇÃO
Fatores de Risco
Etiologia
Classificação e Quadro Clínico
Diagnóstico e Prognóstico
Intervenção Fisioterapêutica
➔ LESÃO NERVOSA PERIFÉRICA
◆ Neuropraxia
◆ Axonotmese
◆ Neurotmese
➔ ACOMETIMENTO RADICULAR
◆ Paralisia de Erb
◆ Paralisia de Klumpke
◆ Paralisia Total
3. Incapacidade que ocorre no período perinatal
Conceito:
Resulta em paralisia e/ou paresia flácida associada ou não à
perda de sensibilidade do membro afetado
Introdução
Estiramento do plexo braquial
6. Epidemiologia:
➔ Varia entre 0,5 e 3,0/1.000 nascidos vivos
➔ No Brasil, supõe-se que seja baixa em virtude do
número elevado de partos cesarianos
➔ Brasil: 400 casos em um hospital ao longo de 14
anos
➔ Evidências apontam uma recuperação completa
que varia entre 70% e 92% das crianças com
PBO, a depender do grau de lesão
7. Fatores de risco:
➔ Distócia do ombro
➔ Utilização de fórceps
➔ Apresentação pélvica
➔ Baixo Apgar
➔ Anestesia epidural
➔ Parto prolongado
8. Fatores de risco:
➔ Obsesidade
➔ Diabetes Mellitus
➔ Baixa estatura
➔ Multiparidade
➔ Idade materna (>35 anos)
➔ Anatomia Pélvica
➔ Distócia de ombro em parto anterior
Fatores relacionados à mãe:
13. ➔ Transecção total do nervo,
incluindo o perineuro
➔ Degeneração axonal severa
quando as extremidades
nervosas separadas não são
unidas cirurgicamente
Neurotmese
15. Paralisias classificadas quanto ao
acometimento radicular:
Paralisia de Erb
Paralisia de
Klumpke
Classificação e Quadro Clínico
Paralisia total
16. Paralisia de Erb
Lesão dos níveis superior (raízes C5, C6) e
médio (raízes C5, C6 e C7)
➔ Déficit dos movimentos de
protração e retração escapular,
abdução e rotação externa do
ombro, flexão do cotovelo,
supinação do antebraço e flexão
do punho e dos dedos.
➔ O RN apresenta reflexo de Moro
assimétrico, mantendo o membro
comprometido junto ao corpo. Um
sinal clássico da paralisia de Erb é
a mão em gorjeta
17. Paralisia de
Klumpke
Lesão do nível inferior (raízes C8 e T1)
➔ Pobre função manual é a principal
característica. A mão, mantém a
semiflexão das articulações
interfalangianas e a extensão das
metacarpofalangianas, o que evolui
para a deformidade em garra.
➔ Há abolição do reflexo de preensão
palmar
➔ A postura nos segmentos mais
proximais se caracteriza por flexão e
supinação do antebraço e extensão do
punho.
18. Paralisia total
Envolve as raízes de C5 a C8 e, algumas vezes,
de C4 e T1
➔ A criança apresenta braço flácido.
Pode ocorrer dedos em garra e
déficit de sensibilidade.
➔ Caso acometa a raiz de C4, a
criança pode também apresentar
desconforto respiratório em virtude
da lesão do nervo frênico.
➔ Em caso de acometimento de T1, a
criança ainda pode apresentar
síndrome de Horner.
20. Diagnóstico Diferencial
1
Inclui infecções, como artrite
séptica do ombro e
osteomielite aguda
2
Fraturas do úmero ou da
clavícula também
apresentarão pseudoparalisia
do úmero.
1 2
1 2
3 4
Malformação congênita
do plexo.
Lesão da medula espinhal,
paralisia cerebral e outras
lesões do SNC.
21. Diagnóstico Clínico
1
Exame radiológico, estudos
eletrofisiológicos e exames
de ressonância magnética são
úteis na confirmação do
diagnóstico clínico e da
extensão da paralisia.
2
Radiografias do tórax, da
coluna vertebral e dos
membros superiores são
importantes para excluir
lesões associadas bem
como análise do nervo
frênico.
1 2
22. ● A maioria dos casos apresenta recuperação
espontânea por volta dos 3 aos 4 meses de idade. A
extensão (superior, inferior ou total) e a gravidade
(avulsão ou ruptura) da lesão influenciam o
prognóstico.
Prognóstico
23. Prognóstico
• A maioria
das PBP é
transitória.
• Paralisias totais
têm pobre
prognóstico
diante de um
tratamento
conservador
• A não
recuperação da
função
antigravitacional do
bíceps entre os 3 e
os 6 meses de
idade é sinal de
pobre prognóstico
24. Aspectos relacionados com a
incapacidade e funcionalidade
➔ O foco do tratamento de PBP será
diferente conforme a idade da
criança, dando uma abordagem
mais voltada para as deficiências
da estrutura e função do corpo
nos lactentes e um programa
com foco maior na atividade e na
participação em pré-escolares e
escolares
28. Intervenção Fisioterapêutica
Coleta de dados com os
pais e/ou cuidadores
Diabetes gestacional, parto
gemelar, duração do parto e
uso de fórceps/vácuo, hipóxia
cerebral, escore de Apgar, peso
ao nascimento, fratura
clavicular, bem como postura e
movimento do membro após o
nascimento.
Atividadee Participação
Uso de instrumentos
padronizados para a estimativa
do impacto da condição de
saúde nas atividades motoras,
como o Test of Infant Motor
Performance (TIMP) e a Alberta
Infant Motor Scale (AIMS)
,
AVALIAÇÃO
1 2
29. Deficiências da estrutura e função do corpo
POSTURA
● Crianças tendem a permanecer
com a cabeça virada para o lado
oposto ao da lesão (indicando
lesão no músculo escaleno ou
esternocleidomastóideo ou dor).
● A posição do membro pode
indicar uma paralisia total, de Erb
ou Klumpke.
3
DOR
● A dor em crianças mais velhas
pode ser avaliada por meio da
Escala de Faces.
AVALIAÇÃO
30. Deficiências da estrutura e função do corpo
AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE
● Na infância pode ser realizada
mediante estimulação tátil ou
dolorosa nos dermátomos do
membro superior afetado.
● Em crianças mais velhas, avalia-
se temperatura, dor e tátil.
3
REFLEXOS
AVALIAÇÃO
32. Deficiências da estrutura e função do corpo
AMPLITUDE DE MOVIMENTO
● É essencial a avaliação da
amplitude de movimento (ADM) de
pescoço, glenoumeral e escápula,
cotovelo, punho e dedos.
● Em crianças mais velhas a
avaliação deve ser feita de forma
ativa e passiva através de medidas
objetivas utilizando a goniometria.
3
AVALIAÇÃO
FORÇA MUSCULAR
● Movimentos espontâneos do bebê;
● Escala de Movimento Ativo (do
inglês, Active Movement Scale
[AMS]).
● A partir dos 16 anos, a escala
Medical Research Council (MRC)
pode ser mais apropriada para
avaliação da função muscular.
33. Qualidade de vida
A qualidade de vida pode ser avaliada
por meio do questionário de qualidade
de vida Peds-QL.
,
4
AVALIAÇÃO
34. Tratamento Fisioterapêutico
Com base na CIF, os objetivos para o tratamento fisioterapêutico são:
➔ Aumentar as habilidades
funcionais;
➔ Potencializar o desenvolvimento
motor;
➔ Prevenir o não uso do membro
acometido;
➔ Prevenir contraturas e
deformidades;
➔ Aumentar ou manter a ADM;
➔ Aumentar a força muscular
➔ Aumentar a densidade mineral
óssea;
➔ Minimizar as assimetrias e/ou
alterações posturais;
➔ Prevenir luxações e/ou subluxações
de ombro e instabilidade escapular;
➔ Prevenir a diferença de comprimento
de membros superiores;
➔ Orientar pais e/ou cuidadores.
35. Antes do início do tratamento, devem ser levados em consideração algumas
precauções importantes:
➔ Em crianças com histórico de fratura clavicular, o início do tratamento deverá
ser postergado e será necessária uma radiografia recente para confirmar a
cicatrização.
➔ O uso de modalidades térmicas deve ser evitado em caso de alteração ou
perda de sensibilidade;
➔ Os exercícios devem ser realizados dentro da ADM livre de dor, bem como os
movimentos devem ser suaves nos casos de lesão tecidual;
➔ Em casos de luxação/subluxação, a articulação envolvida deve ser estabilizada
e devem ser priorizados exercícios em cadeia cinemática fechada.
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
36. 1º ESTÁGIO - PRIMEIRAS DUAS SEMANAS
Com o objetivo de prevenir lesões secundárias
e garantir maior recuperação, o braço é
mantido imobilizado junto ao corpo por até 15
dias.
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
37. 2º ESTÁGIO - DUAS SEMANAS A CINCO MESES
➔ Orientação;
◆ Os pais devem ser instruídos a manter o braço em supinação e rotação
externa, mantendo-o apoiado com o uso de travesseiros a fim de
possibilitar um alongamento sustentado por mais tempo.
◆ Ao carregar a criança, o braço deverá estar bem estabilizado, de modo a
evitar que ele fique livre, mantendo o cotovelo flexionado junto ao peito
da criança, mas não por longos períodos. Essa orientação também é
importante ao transportar as crianças na cadeirinha do carro.
◆ Ao vestir o bebê, deve-se iniciar pelo lado afetado e retirar a roupa pelo
lado não afetado.
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
38. 2º ESTÁGIO - DUAS SEMANAS A CINCO MESES
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
39. 3º ESTÁGIO - SEIS MESES A UM ANO DE IDADE
Tratamento
➔ Sentar;
➔ Arrastar;
➔ Engatinhar;
➔ Ficar de pé;
➔ Andar com adequado
controle e coordenação do
movimento.
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
Objetivo:
➔ Aumentar ou manter
ADM e força muscular.
➔ Aquisição dos marcos do
desenvolvimento motor.
➔ Prevenir contraturas e
deformidades
40. 4º ESTÁGIO - UM ANO A QUATRO ANOS OU MAIS
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
41. 4º ESTÁGIO - UM ANO A QUATRO ANOS OU MAIS
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
Além de continuar com os objetivos
das fases anteriores, é importante
considerar as complicações
secundárias que surgem a partir dessa
idade, como escápula alada,
assimetrias e compensações,
escolioses posturais, discrepância de
comprimento de membros, redução
da densidade mineral óssea,
contraturas e luxações.
42. OUTRAS INTERVENÇÕES
➔ Terapia de movimento induzido por restrição
➔ Realidade virtual
➔ Estimulação elétrica neuromuscular
➔ Utilização de órteses
Equipe multidisciplinar:
➔ Aplicação de toxina botulínica
➔ Atuação do Terapeuta Ocupacional
43. Conclusão
A Paralisia Braquial Obstétrica é uma condição de saúde frequente na
prática clínica do fisioterapeuta e está associada a uma série de
deficiências, limitações da atividade e restrições da participação em
crianças com sequelas. A intervenção precoce é imprescindível para
que possa alcançar bons resultados em todo o desenvolvimento da
criança.
44. Referências
Camargos, A. C. R., Leite, H. R., Morais, R. L. D. S., & De Lima, V. P. (2021).
Fisioterapia em Pediatria: Da Evidência à Prática Clínica. Medbook.
Tudella, E., Formiga, C.K.R. (2021). Fisioterapia Neuropediátrica:
Abordagem Biopsicossocial. Manole.