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Universidade Paulista - UNIP
Bacharelado em Fisioterapia
Professor: Esp. Leandro Lopes
Belém-Pará
2023
Disciplina:
Órtese e Prótese
em Fisioterapia
Universidade Paulista - UNIP
Bacharelado em Fisioterapia
Professor: Esp. Leandro Lopes
Belém-Pará
2023
Disciplina:
Órtese e Prótese
em Fisioterapia
Aula 05
Avaliação funcional do paciente amputado
O fisioterapeuta deverá realizar uma avaliação
minuciosa antes de iniciar o tratamento; quando
possível, é interessante que essa avaliação seja
realizada antes da cirurgia de amputação e
também após a amputação. A seguir abordaremos
alguns itens que devem ser verificados durante a
avaliação do paciente amputado.
vAnamnese: sexo, idade, profissão, data da
amputação, presença de comorbidades;
vAmputação de urgência ou eletiva;
vComo se locomove (permanece na cadeira de rodas,
uso de muletas, saltos);
vAvaliação do equilíbrio estático e dinâmico;
vAvaliação cardiorrespiratória;
vAssociação de patologias (tais como cardiopatias,
AVC, TCE);
vCondições musculoesqueléticas;
vAvaliação das partes visual e auditiva;
vRisco de novas amputações (por exemplo, no caso de
neuropatias periféricas).
Exame físico
Condições da pele e anexos da pele:
vhiperemia;
vescoriações, ulcerações, ressecamento, desca-
mações: as cicatrizes não devem estar nas áreas
de apoio da prótese;
vcoloração e temperatura: cianose indica déficit
circulatório;
vverificação da cicatriz (aderências, hipertrófica,
saída de secreções, deiscência de sutura).
v Força muscular do coto e do lado sadio;
v Sensibilidade: presença também de dor e
sensação fantasma.
v Perimetria: estabilização do volume do edema é
um requisito para a prescrição da prótese;
vPresença de encurtamentos musculares e
deformidades ósseas (encurtamentos musculares,
atitude viciosa ou deformidades estruturadas);
vAvaliação da força muscular dos membros
superiores e do tronco.
Objetivos do tratamento fisioterapêutico:
fase de pré-protetização
Após minuciosa avaliação, o
fisioterapeuta deverá traçar os objetivos a
serem alcançados. Abordaremos estes
objetivos e quais condutas podem ser
realizadas pelo fisioterapeuta.
Auxiliar no processo de cicatrização e
evitar aderência cicatricial
Para auxiliar no processo de cicatrização
pode-se utilizar o laser, quando indicado. Após a
cicatrização total, pode-se mobilizar a cicatriz e
realizar massagem de fricção com intuito de
evitar possível aderência cicatricial – se forem
bem orientados, o próprio paciente e os
cuidadores podem realizar esta massagem.
Praticar exercícios de dessensibilização
para melhora do quadro de hiperestesia,
hiperalgesia e sensação de membro fantasma
Após a cicatrização, o terapeuta poderá realizar a
dessensibilização do coto realizando massagem terápêutica –
com uso de bolinhas ou objetos de texturas diferentes –,
ensinar o paciente a realizar a automassagem, incentivar a
descarga de peso corporal no coto e o uso de jatos de água
durante o banho, ou mesmo o uso do turbilhão. O
enfaixamento também poderá auxiliar neste processo. O
paciente pode também massagear o coto com buchas ou
toalhas, favorecendo a acomodação sensorial.
Modelar o coto e controlar o edema
(preparo do membro residual)
O termo membro residual ou coto é usado para
designar a parte residual do membro amputado ou
segmento do membro, após uma amputação. O coto é
responsável pelo controle da prótese durante o
ortostatismo e a deambulação, e deve reunir as
condições ideais para o uso funcional de uma
prótese.
Modelar o coto e controlar o edema
(preparo do membro residual)
O enfaixamento correto do membro residual
será crucial para auxiliar na cronificação do coto,
na diminuição do edema após a amputação e na
dessensibilização. Para isso, é necessário que o
enfaixamento seja realizado todos os dias, e que
o paciente permaneça com o coto enfaixado o dia
todo.
Modelar o coto e controlar o edema
(preparo do membro residual)
Porém, alguns cuidados devem ser tomados:
primeiramente, é necessário certificar-se de que o
paciente e seus cuidadores saibam realizar o
enfaixamento da maneira correta, evitando que
ocorram pregas cutâneas, ou o garroteamento do coto
(impedindo a circulação sanguínea). Preconiza-se que o
paciente permaneça com o coto enfaixado o dia todo,
porém, deverá realizar a inspeção periódica com intuito
de verificar possíveis lesões ou garroteamento.
Modelar o coto e controlar o edema
(preparo do membro residual)
Os cotos das amputações deverão ser cônicos,
mais finos na ponta do que na base, facilitando o
encaixe na prótese; para o preparo do formato
cônico são utilizadas faixas elásticas (enfaixamento
compressivo) e meias compressivas.
O enfaixamento auxiliará na prevenção e na
redução do edema pós-amputação, uma vez que o
encaixe da prótese será moldado no formato do
membro residual.
O paciente e seus cuidadores também
devem se preocupar com a higiene destas
faixas, que devem ser lavadas sempre, em
especial nos casos em que há saída de
secreções.
Além disso a compressão da faixa elástica favorece
a diminuição da sensação de membro fantasma e de dor
fantasma, as quais abordaremos a seguir.
v nível de amputação adequado;
v coto estável sem deformidades articulares;
v presença de bom coxim com mioplastia e miodese
(acolchoado);
v bom estado da pele (sem feridas e sensibilidade
preservada);
v ausência de neuromas dolorosos ou de espículas
ósseas;
v adequada circulação arterial e venosa;
v boa cicatrização (sem aderências ou deiscências de
suturas);
v redução gradual do edema;
v adequada força e resistência muscular.
Treinar mudanças de decúbito, transferências
e marcha com dispositivos auxiliares
O fisioterapeuta deverá treinar o paciente a
realizar mudanças de decúbito constantemente,
evitando permanecer apenas deitado e sentado.
Quando possível, estimular o treino de marcha com
dispositivos auxiliares. Porém, para que isso seja
viável, deverão ser considerados diversos fatores:
condição clínica geral, estabilidade hemodinâmica,
estado de cicatrização do membro residual, controle
da dor, estado mental e risco de queda.
Se o paciente tiver condições físicas adequadas
e boa compreensão dos comandos, o fisioterapeuta
poderá iniciar o treino de marcha em barras
paralelas (paciente amputado unilateral), com o
paciente mantendo-se em pé com apoio dos membros
superiores. Ao ser colocado em pé ele deverá se
adaptar à mudança do centro de gravidade
(estabilidade postural), com transferência do peso
corporal para o membro residual. Posteriormente
alguns pacientes podem conseguir caminhar com
auxílio do andador ou de muletas.
Se o paciente fizer uso de muletas, devemos
orientá-lo a não apoiar o coto na muleta forçando
em flexão, o que pode gerar contraturas.
Pacientes amputados bilaterais poderão
apresentar maior dificuldade nas trocas
posturais, e impossibilidade de manter-se em pé.
Outros fatores podem influenciar de forma
negativa essas trocas posturais, por exemplo, a
presença de sequelas neurológicas pós-AVC ou
TCE.
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Órtese e Prótese em Fisioterapia: Avaliação Funcional do Paciente Amputado

  • 1. Universidade Paulista - UNIP Bacharelado em Fisioterapia Professor: Esp. Leandro Lopes Belém-Pará 2023 Disciplina: Órtese e Prótese em Fisioterapia
  • 2. Universidade Paulista - UNIP Bacharelado em Fisioterapia Professor: Esp. Leandro Lopes Belém-Pará 2023 Disciplina: Órtese e Prótese em Fisioterapia Aula 05
  • 3. Avaliação funcional do paciente amputado O fisioterapeuta deverá realizar uma avaliação minuciosa antes de iniciar o tratamento; quando possível, é interessante que essa avaliação seja realizada antes da cirurgia de amputação e também após a amputação. A seguir abordaremos alguns itens que devem ser verificados durante a avaliação do paciente amputado.
  • 4. vAnamnese: sexo, idade, profissão, data da amputação, presença de comorbidades; vAmputação de urgência ou eletiva; vComo se locomove (permanece na cadeira de rodas, uso de muletas, saltos); vAvaliação do equilíbrio estático e dinâmico;
  • 5. vAvaliação cardiorrespiratória; vAssociação de patologias (tais como cardiopatias, AVC, TCE); vCondições musculoesqueléticas; vAvaliação das partes visual e auditiva; vRisco de novas amputações (por exemplo, no caso de neuropatias periféricas).
  • 7. Condições da pele e anexos da pele: vhiperemia; vescoriações, ulcerações, ressecamento, desca- mações: as cicatrizes não devem estar nas áreas de apoio da prótese; vcoloração e temperatura: cianose indica déficit circulatório; vverificação da cicatriz (aderências, hipertrófica, saída de secreções, deiscência de sutura).
  • 8. v Força muscular do coto e do lado sadio; v Sensibilidade: presença também de dor e sensação fantasma. v Perimetria: estabilização do volume do edema é um requisito para a prescrição da prótese; vPresença de encurtamentos musculares e deformidades ósseas (encurtamentos musculares, atitude viciosa ou deformidades estruturadas); vAvaliação da força muscular dos membros superiores e do tronco.
  • 9. Objetivos do tratamento fisioterapêutico: fase de pré-protetização Após minuciosa avaliação, o fisioterapeuta deverá traçar os objetivos a serem alcançados. Abordaremos estes objetivos e quais condutas podem ser realizadas pelo fisioterapeuta.
  • 10. Auxiliar no processo de cicatrização e evitar aderência cicatricial Para auxiliar no processo de cicatrização pode-se utilizar o laser, quando indicado. Após a cicatrização total, pode-se mobilizar a cicatriz e realizar massagem de fricção com intuito de evitar possível aderência cicatricial – se forem bem orientados, o próprio paciente e os cuidadores podem realizar esta massagem.
  • 11. Praticar exercícios de dessensibilização para melhora do quadro de hiperestesia, hiperalgesia e sensação de membro fantasma Após a cicatrização, o terapeuta poderá realizar a dessensibilização do coto realizando massagem terápêutica – com uso de bolinhas ou objetos de texturas diferentes –, ensinar o paciente a realizar a automassagem, incentivar a descarga de peso corporal no coto e o uso de jatos de água durante o banho, ou mesmo o uso do turbilhão. O enfaixamento também poderá auxiliar neste processo. O paciente pode também massagear o coto com buchas ou toalhas, favorecendo a acomodação sensorial.
  • 12. Modelar o coto e controlar o edema (preparo do membro residual) O termo membro residual ou coto é usado para designar a parte residual do membro amputado ou segmento do membro, após uma amputação. O coto é responsável pelo controle da prótese durante o ortostatismo e a deambulação, e deve reunir as condições ideais para o uso funcional de uma prótese.
  • 13. Modelar o coto e controlar o edema (preparo do membro residual) O enfaixamento correto do membro residual será crucial para auxiliar na cronificação do coto, na diminuição do edema após a amputação e na dessensibilização. Para isso, é necessário que o enfaixamento seja realizado todos os dias, e que o paciente permaneça com o coto enfaixado o dia todo.
  • 14. Modelar o coto e controlar o edema (preparo do membro residual) Porém, alguns cuidados devem ser tomados: primeiramente, é necessário certificar-se de que o paciente e seus cuidadores saibam realizar o enfaixamento da maneira correta, evitando que ocorram pregas cutâneas, ou o garroteamento do coto (impedindo a circulação sanguínea). Preconiza-se que o paciente permaneça com o coto enfaixado o dia todo, porém, deverá realizar a inspeção periódica com intuito de verificar possíveis lesões ou garroteamento.
  • 15. Modelar o coto e controlar o edema (preparo do membro residual) Os cotos das amputações deverão ser cônicos, mais finos na ponta do que na base, facilitando o encaixe na prótese; para o preparo do formato cônico são utilizadas faixas elásticas (enfaixamento compressivo) e meias compressivas. O enfaixamento auxiliará na prevenção e na redução do edema pós-amputação, uma vez que o encaixe da prótese será moldado no formato do membro residual.
  • 16.
  • 17.
  • 18. O paciente e seus cuidadores também devem se preocupar com a higiene destas faixas, que devem ser lavadas sempre, em especial nos casos em que há saída de secreções.
  • 19. Além disso a compressão da faixa elástica favorece a diminuição da sensação de membro fantasma e de dor fantasma, as quais abordaremos a seguir. v nível de amputação adequado; v coto estável sem deformidades articulares; v presença de bom coxim com mioplastia e miodese (acolchoado); v bom estado da pele (sem feridas e sensibilidade preservada);
  • 20. v ausência de neuromas dolorosos ou de espículas ósseas; v adequada circulação arterial e venosa; v boa cicatrização (sem aderências ou deiscências de suturas); v redução gradual do edema; v adequada força e resistência muscular.
  • 21. Treinar mudanças de decúbito, transferências e marcha com dispositivos auxiliares O fisioterapeuta deverá treinar o paciente a realizar mudanças de decúbito constantemente, evitando permanecer apenas deitado e sentado. Quando possível, estimular o treino de marcha com dispositivos auxiliares. Porém, para que isso seja viável, deverão ser considerados diversos fatores: condição clínica geral, estabilidade hemodinâmica, estado de cicatrização do membro residual, controle da dor, estado mental e risco de queda.
  • 22. Se o paciente tiver condições físicas adequadas e boa compreensão dos comandos, o fisioterapeuta poderá iniciar o treino de marcha em barras paralelas (paciente amputado unilateral), com o paciente mantendo-se em pé com apoio dos membros superiores. Ao ser colocado em pé ele deverá se adaptar à mudança do centro de gravidade (estabilidade postural), com transferência do peso corporal para o membro residual. Posteriormente alguns pacientes podem conseguir caminhar com auxílio do andador ou de muletas.
  • 23. Se o paciente fizer uso de muletas, devemos orientá-lo a não apoiar o coto na muleta forçando em flexão, o que pode gerar contraturas. Pacientes amputados bilaterais poderão apresentar maior dificuldade nas trocas posturais, e impossibilidade de manter-se em pé. Outros fatores podem influenciar de forma negativa essas trocas posturais, por exemplo, a presença de sequelas neurológicas pós-AVC ou TCE.