O documento descreve diferentes tipos de relações ecológicas entre organismos, incluindo relações intraespecíficas e interespecíficas, tanto harmônicas quanto desarmônicas. Ele fornece exemplos de cada tipo de relação e explica como elas afetam as populações de organismos.
3. 1) Introdução
A interação dos diversos organismos que constituem uma comunidade
biológica são genericamente denominadas relações ecológicas, e costumam
ser classificadas pelos biólogos em intra-específicas, interespecíficas,
harmônicas e desarmônicas.
Relações intra-específicas: São as que se estabelecem entre indivíduos de
uma mesma espécie.
Relações interespecíficas: São as que se estabelecem entre indivíduos de
espécies diferentes.
Relações harmônicas: Pelo menos uma das espécies se beneficia e não há
prejuízo para nenhuma das partes associadas.
Relações desarmônicas: Uma ou ambas as espécies são prejudicadas.
RELAÇÕES ECOLÓGICASRELAÇÕES ECOLÓGICAS
5. 3) Relações Intraespecíficas Harmônicas
I) Colônia: São associações entre indivíduos da mesma espécie, unidos
fisicamente entre si, podendo ou não ocorrer divisão de trabalho.
Ex: Corais, bactérias (estreptococos), caravela
II) Sociedade: São associações entre indivíduos da mesma espécie, organizados
de modo cooperativo e não ligados anatomicamente.
Ex: sociedade dos insetos: abelhas, formigas, vespas.
Obs.: Na sociedade das abelhas as funções dos indivíduos são bem definidas,
havendo três castas sociais: rainha, zangão e operárias.
RELAÇÕES ECOLÓGICASRELAÇÕES ECOLÓGICAS
Corais,
exemplo de
colônias.
Abelhas,
exemplo de
sociedade.
8. 4) Relações Interespecíficas Harmônicas
I) Mutualismo: É a associação entre indivíduos de espécies diferentes, necessária
à sobrevivência dos participantes e que beneficia ambos.
Ex:
o Líquens: (associação entre algas ou cianobactérias e fungos).
o Bacteriorriza: Associação formada por bactérias do gênero Rhizobium com
raízes de leguminosas, como o feijão.
o Herbívoros e Protozoários.
Bactérias em raízes de leguminosas
RELAÇÕES ECOLÓGICASRELAÇÕES ECOLÓGICAS
9. 4) Relações Interespecíficas Harmônicas
II) Protocooperação: É a associação entre indivíduos de espécies diferentes em
que ambos se beneficiam, mas a existência não é obrigatória.
Ex:
o Paguro e anêmonas do mar.
o Cervo e pássaro anu.
o Pássaro palito e jacaré.
o Insetos polinizadores e angiospermas.
RELAÇÕES ECOLÓGICASRELAÇÕES ECOLÓGICAS
10. 4) Relações Interespecíficas Harmônicas
III) Comensalismo: É a associação entre espécies diferentes, na qual uma
espécie é beneficiada sem causar prejuízo ou benefício a outra.
Comensalismo típico: Relação em que uma espécie se alimenta de restos
alimentares de outra, sem prejudicá-la. Ex: Abutres, que aproveitam restos
das presas dos leões.
Inquilinismo: Relação ecológica em que uma espécie inquilina vive sobre
ou no interior de uma espécie hospedeira, sem prejudicá-la. Nos vegetais
essa associação recebe o nome de epifitismo. Ex: Bromélias.
Forésia: Relação na qual uma espécie usa a outra como meio de
transporte. Ex: Tubarão e rêmoras.
RELAÇÕES ECOLÓGICASRELAÇÕES ECOLÓGICAS
11. 4) Relações Interespecíficas Harmônicas
RELAÇÕES ECOLÓGICASRELAÇÕES ECOLÓGICAS
Peixe agulha vivendo se abrigando no
ânus do pepino do mar.
12. 5) Relações Intra-específicas Desarmônicas
I) Competição Intra-específica: Ocorre entre indivíduos da mesma espécie, e é
motivada por disputas por território, alimento e companheiro sexual.
Obs.: A competição é um fator que regula o tamanho da população
II) Canibalismo: Relação na qual um organismo se alimenta de outro da mesma
espécie.
Ex: Louva-Deus; Aranha viúva negra.
RELAÇÕES ECOLÓGICASRELAÇÕES ECOLÓGICAS
13. 6) Relações Interespecíficas Desarmônicas
I) Competição Interespecífica: Ocorre entre indivíduos de espécies diferentes.
Geralmente ocorre quando duas espécies apresentam sobreposição de nichos
ecológicos.
A disputa pelo mesmo recurso ambiental é um importante fator no
controle do tamanho das populações.
Quando uma competição é muito severa uma das espécies pode ser
eliminada (extinta) ou obrigada a emigrar.
A introdução de espécies exóticas têm causado graves impactos ambientais
devido ao fato dessas espécies competirem pelos mesmos recurso que
espécies nativas.
RELAÇÕES ECOLÓGICASRELAÇÕES ECOLÓGICAS
14. 6) Relações Interespecíficas Desarmônicas
I) Competição Interespecífica
Paramécios cultivados isolados
apresentam elevada densidade
populacional
Cultivados juntos a espécie de
Paramecium caudatum tem sua
população reduzida devido à intensa
competição com Paramecium aurelia.
RELAÇÕES ECOLÓGICASRELAÇÕES ECOLÓGICAS
15. 6) Relações Interespecíficas Desarmônicas
II) Predatismo: Ocorre quando organismo predadores matam indivíduos da
população de presas para deles se alimentarem.
Ex: Leões e girafas.
Obs.: A relação presa-predador pode ser um fator regulador da densidade
populacional de ambos.
Presa
Predador
Nº de indivíduos
Tempo
RELAÇÕES ECOLÓGICASRELAÇÕES ECOLÓGICAS
19. 6) Relações Interespecíficas Desarmônicas
III) Parasitismo: Relação na qual uma das espécies, o parasita, obtêm
nutrientes e moradia no corpo de indivíduos vivos da espécie hospedeira.
Endoparasitismo: O parasita vive no interior do corpo do hospedeiro.
Ex: Protozoários flagelados e cupim.
Ectoparasitismo: Quando o parasita vive na superfície do hospedeiro.
Ex: Piolho e homem.
Holoparasita: Planta parasita que obtém seiva bruta e elaborada as custas da
planta hospedeira. Ex: Cipó-chumbo.
Hemiparasita: Planta parasita que obtém somente seiva bruta as custas da
planta hospedeira. Ex: Erva de passarinho.
O parasitismo é fator regulador do tamanho de uma população.
Geralmente os parasitas não matam os hospedeiros, pois dependem destes para
sobreviverem.
O parasitismo é fator regulador do tamanho de uma população.
Geralmente os parasitas não matam os hospedeiros, pois dependem destes para
sobreviverem.
RELAÇÕES ECOLÓGICASRELAÇÕES ECOLÓGICAS
22. 6) Relações Interespecíficas Desarmônicas
IV) Amensalismo: Também chamado de antibiose, uma espécie denominada
inibidora libera substâncias que impedem o crescimento e a reprodução de
outra denominada amensal.
Ex: Algas pirrófitas e animais marinhos (Maré vermelha).
Algas Pirrófitas
RELAÇÕES ECOLÓGICASRELAÇÕES ECOLÓGICAS
23. 6) Relações Interespecíficas Desarmônicas
V) Esclavagismo: Uma espécie se beneficia do trabalho de outra.
Ex: Chupim.
Essa espécie de pássaro bota seus ovos no ninho de outras espécies, que passa
a chocá-los até a eclosão.
RELAÇÕES ECOLÓGICASRELAÇÕES ECOLÓGICAS
Filhote do pássaro Chupim sendo criador por outra
ave.
Formiga
cuidando da sua
criação de
pulgões.
24. 6) Relações Interespecíficas Desarmônicas
VI) Herbiverismo: Relação entre um organismo herbívora e uma planta.
Ex: Boi e capim
RELAÇÕES ECOLÓGICASRELAÇÕES ECOLÓGICAS
26. 7) Formas Especiais de Adaptação
a) Camuflagem: Forma de adaptação na qual um organismo se parece com o
ambiente, confundindo-se com ele na cor e/ou na forma.
b) Mimetismo: Forma de adaptação na qual uma espécie se beneficia por
assemelhar-se a outras
RELAÇÕES ECOLÓGICASRELAÇÕES ECOLÓGICAS
27. 7) Formas Especiais de Adaptação
a) Camuflagem: Forma de adaptação na qual um organismo se parece com o
ambiente, confundindo-se com ele na cor e/ou na forma.
RELAÇÕES ECOLÓGICASRELAÇÕES ECOLÓGICAS
29. 7) Formas Especiais de Adaptação
b) Mimetismo: Forma de adaptação na qual uma espécie se beneficia por
assemelhar-se a outras
RELAÇÕES ECOLÓGICASRELAÇÕES ECOLÓGICAS
30. 7) Formas Especiais de Adaptação
b) Mimetismo
RELAÇÕES ECOLÓGICASRELAÇÕES ECOLÓGICAS
31. 7) Formas Especiais de Adaptação
c) Aposematismo: Forma de adaptação na qual uma espécie exibe cores
chamativas para advertir seus possíveis predadores quanto a seu paladar
desagradável ou pelo veneno que possui.
RELAÇÕES ECOLÓGICASRELAÇÕES ECOLÓGICAS
32. Exercício 1
(Enem 2016.1) Um pesquisador investigou
o papel da predação por peixes na
densidade e tamanho das presas, como
possível controle de populações de
espécies exóticas em costões rochosos.
No experimento colocou uma tela sobre
uma área da comunidade, impedindo o
acesso dos peixes ao alimento, e
comparou o resultado com uma área
adjacente na qual os peixes tinham
acesso livre. O quadro apresenta os
resultados encontrados após 15 dias de
experimento.
O pesquisador concluiu corretamente que
os peixes controlam a densidade dos(as):
a) algas, estimulando seu crescimento.
b) cracas, predando especialmente
animais pequenos.
c) mexilhões, predando especialmente
animais pequenos.
d) quatro espécies testadas, predando
indivíduos pequenos.
e) ascídias, apesar de não representarem
os menores organismos.
33. Exercício 1
(Enem 2014) Existem bactérias que inibem o crescimento de um fungo causador de doenças
no tomateiro, por consumirem o ferro disponível no meio. As bactérias também fazem fixação
de nitrogênio, disponibilizam cálcio e auxinas, substâncias que estimulam diretamente o
crescimento do tomateiro.
PELZER, G. Q. et al. Mecanismos de controle da murcha-de-esclerócio e promoção de crescimento em tomateiro mediados por
rizobactérias. Tropical Plant Pathology, v. 36, n. 2, mar.-abr. 2011 (adaptado).
Qual dos processos biológicos mencionados indica uma relação ecológica de competição?
a) Fixação de nitrogênio para o tomateiro.
b) Disponibilização de cálcio para o tomateiro.
c) Diminuição da quantidade de ferro disponível para o fungo.
d) Liberação de substâncias que inibem o crescimento do fungo.
e) Liberação de auxinas que estimulam o crescimento do tomateiro.
Na competição, ocorre uma relação onde dois organismos competem por um recurso, e
ambos envolvidos são prejudicados. As bactérias consomem o ferro disponível, assim como
os fungos. Neste caso, os dois organismos competem por um recurso limitado.