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Prevenção do Uso Precoce de Álcool
JAVÉ DE OLIVEIRA SILVA
Belém - Pará
2014
SUMÁRIO
1 – introdução............................................................................................................5
2.1 – Origens e bases científicas do alcoolismo ....................................................7
2.2 – A Adolescência e o alcoolismo ......................................................................8
2.2.1 – O desenvolvimento humano: Adolescência.....................................................8
2.2.2 – Influências ao uso precoce de álcool ..............................................................9
2.3 – Educação e alcoolismo..................................................................................11
2.4 – Áreas de atuação educacional ao combate do alcoolismo .......................12
2.5 – Caminhos para a formação e atuação do pedagogo no alcoolismo..........14
2.6 – Modelo de projeto educativo.........................................................................16
3 - Conclusão...........................................................................................................19
4 – Referências........................................................................................................21
5 – Anexo .................................................................................................................23
RESUMO
Não há como omitir a influência da mídia no consumo de bebidas alcoólicas, por
meio das propagandas. Sendo a substância psicoativa mais consumida entre os
jovens o álcool impacta em diversos segmentos da vida, de modo particular dos
adolescentes. O principal impactado é o desenvolvimento escolar, ocorrendo
problemas como o déficit na aprendizagem, o abandono e a evasão escolar. Para
prevenir o uso de álcool cabe à escola voltar à atenção para esta temática a qual é
tratada como mais um tema transversal em sala de aula tirando a obrigatoriedade do
assunto, numa visão geral, até ignorado por muitas escolas. Neste sentido fala-se
em mudança de metodologia, e a metodologia do trabalho voltada para os projetos
pedagógicos ajudará a criar práticas inovadoras na educação, uma vez que conduz
os alunos por questões orientadoras ou problemas autênticos, vencendo a escola
tradicional, pois os docentes estabelecerão uma relação intima com o saber, ou seja,
como artífices do conhecimento, assim sendo a temática abordada não será mais
um componente da matriz curricular, mas estará ligada diretamente com o dia a dia
do aluno, produzindo sentido ao conteúdo que está sendo trabalhado e impactando
positivamente na vida pessoal e comunitária do aprendiz.
Palavras-chaves: Adolescentes. Uso precoce de álcool. Mudanças educacionais.
ABSTRACT
There is no dismissing the media's influence on consumption of alcoholic beverages
by means of advertisements. Being the most widely consumed psychoactive
substance among youth alcohol impacts on various segments of life, particularly
adolescents. The main school is impacted development occurring problems like the
deficit in learning, abandonment and dropout. To prevent the use of alcohol is up to
the school back attention to this issue which is treated more as a transversal theme
in the classroom taking the compulsory subject in an overview, even ignored by
many schools. In this sense we talk about change in methodology, and the
methodology of the work focused on the pedagogical projects will help create
innovative practices in education, as it leads students by guiding authentic problems
or issues, overcoming the traditional school because the teachers establish one
intimate relationship with knowledge, meaning knowledge as craftsmen, so the
selected theme is no longer a component of the curriculum, but will be linked directly
with the everyday student, meaning producing the content that is being worked on
and impacting positively on personal and community life of the learner.
Keywords: Teens. Early use of alcohol. Educational changes.
5
Introdução
Diversos estudos apontam a propaganda como um dos principais fatores
que influenciam no consumo precoce de álcool, dados este constatados por várias
pesquisas realizadas principalmente nos Estados Unidos, revelam entre outros a
idade da iniciação ao uso de bebidas alcoólicas. Ao se falar em mídia devem-se
levar em considerações suas diversas formas.
Por estar vivenciando um período de firmação da identidade e superação de
um estágio anterior de aprendizagem, a adolescência norteada pelas
experimentações, objetivando "criar e recriar reflexões e teorias a seu modo"
(PILETTI; ROSSATO, 2013, P. 77) é influenciada pelas belas imagens, situações e
bordões apelativos presente nas mídias, como os diversos comercias vinculados na
televisão brasileira de grandes marcas de cerveja, que tentam se enquadrar nos
padrões estabelecidos pela Legislação, isto é, apresentando pequenas informações,
oprimidas pelo conjunto total que integram a propaganda.
Um dos principais impactos na vida dos adolescentes atingidos pelo uso
precoce das substâncias alcoólicas é o desenvolvimento escolar, implicando em
fatores como o déficit de atenção, pois "afeta diversos neurotransmissores no
cérebro, entre eles, o ácido gama-aminobutírico (GABA) e o glutamato" (CISA,
2014), por isso, a região frontal orbital é atingida sendo esta responsável pela
"inibição do comportamento (isto é, controlar ou inibir comportamentos
inadequados), pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole,
organização e planejamento" (ABDA, 2014). Tudo isso ocasiona o abandono
escolar.
O abandono e a evasão escolar são realidades presentes nas mais diversas
instituições escolares e são apontados diversos motivos de ordens culturais,
socioeconômicos, geográficas, assim sendo, o consumo de álcool é apontado como
uma das causas que levam o aluno a deixar de estudar, sendo preocupantes os
dados apresentados pelo Ministério da Educação (MEC) analisando a saída do
aluno tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio. De acordo com o MEC
"a evasão atinge 6,9% no Ensino Fundamental e 10% no Ensino Médio (3,2 milhões
de crianças e jovens, segundo dados de 2005)” (LOPES, 2014).
A escola, juntamente com a família, é um dos vínculos formativos para a
vida e o desenvolvimento dos adolescentes, devendo, sobretudo, prepará-los para a
6
socialização, assim a escola quando bem direcionada contribui significativamente
para a prevenção e a detecção precoce do uso do álcool. Neste intuito cabe à escola
rever e superar algumas práticas, como tratar assuntos relevantes, entre eles o
álcool e problemáticas ligadas ao mesmo, apenas como temas transversais, por isso
não recebe grande importância, por que muitos professores estão preocupados em
apenas cumprir a matriz curricular.
Os temas transversais são constituídos pelos Parâmetros Curriculares
Nacionais e atuam como eixo unificador, em torno do qual se organizam as
disciplinas, por isso não devem ser trabalhados como assuntos sem
contextualização com as aulas.
Mudanças metodológicas também ajudam a prevenir o uso precoce do
álcool, dentre estas mudanças está à metodologia baseada em projetos, defendida
pelo Buck Institute for Education, na obra "Aprendizagem Baseada em Projetos"
(ABP). Segundo os organizadores da obra, a ABP "apoia os alunos no aprendizado
e na prática de habilidades na resolução de problemas, na comunicação e na
autogestão" (EDUCATION, 2008, p. 20). Atividades com objetivos claros ligados a
temática do alcoolismo leva o aluno a concluir que o consumo do álcool prejudica o
desenvolvimento intelectual, físico e psicológico, pois formam conceitos
fundamentados em informações científicas.
Tal prática garante a autonomia e a liberdade de todos envolvidos no
processo educacional, pois o professor deixa de ser o "dono da verdade" e os alunos
iniciam o processo de artífices do conhecimento, tornando a aprendizagem mais
prazerosa e garantido a superação de uma problemática social, o consumo precoce
de álcool.
7
2.1 Origem e Bases Científicas do Alcoolismo
O Consumo de bebidas fermentadas como o vinho está presente nas
sociedades mais antiga em diversas celebrações como a vitória numa guerra, o
nascimento do primogénito, festas de casamento, enfim nestes momentos o
consumo era exagerado e consequentemente todos ficavam embriagados e
“felizes”. E são oportunidades como estas que ajudam a criar os dependentes de
substâncias alcoólicas.
Muitas discussões surgiram para definir a origem da dependência ou o que
diferencia as pessoas alcoólatras das demais. Inicialmente algumas pesquisas se
basearam no estudo da personalidade do alcoólatra, porém esta linha de
pensamento foi abandonada, pois os problemas da personalidade surgem depois do
desenvolvimento da dependência. Por isso, houve uma mudança no foco dos
pesquisadores que passaram a investigar o organismo do alcoólatra, surgindo assim
descobertas importantes que ajudam a compreender a problemática.
Tonico (2011) enfatiza a pesquisa realizada em 1980 sobre as mudanças de
foco dos pesquisadores voltadas para o organismo que constatou:
“O problema inicia-se no fígado, que não produz uma determinada enzima e
permite que uma substância presente no álcool, conhecida com
acetaldeído, acumula-se no seu corpo e pela corrente sanguínea atinja o
cérebro. Aí, o acetaldeído junta-se com a dopamina – uma amina
encefálica, indispensável para a atividade normal do cérebro – e forma uma
outra substância conhecida como tetrahidroisoquinolina, ou simplesmente
THIQ que segundo os especialistas, cria no alcoólatra a compulsão pelo
álcool” (Ibidem, p. 76)
Há também diferença entre a metabolização do álcool, pois o organismo de
alguns indivíduos metaboliza melhor que outros, por isso o uso frequente e além do
limite faz a pessoa que conseguia realizar a assimilação e desassimilação desta
substância normalmente passar a reagir de forma patológica ao ingeri-la. Para
definir o que seria o alcoolismo em 1956 a Organização Mundial da Saúde o
classificou com uma doença, “portanto, parece não caber mais nenhuma dúvida
sobre o problema do alcoolismo ser considerado uma doença. Pode-se assim,
discutir os sintomas, as origens e outros aspectos envolvidos” (Ibidem, p. 78)
O fator unânime entre as pesquisas sobre o alcoolismo é o que considera a
predisposição do organismo, levando em consideração os resultados do
8
pesquisador americano Donald Goodwin, afirma-se que os filhos de pais alcoólatras
estão mais propensos ao desenvolvimento à dependência de álcool.
O consumo de álcool atinge de diversas formas o organismo, por exemplo,
da gestante, que “além do risco de abortar, pode ter um bebê com ‘síndrome do
álcool fetal’. Nesta síndrome o bebê pode ter problemas de crescimento e no
sistema nervoso” (CRIANÇA, 2007, p. 40). Quanto à dependência física “aparece
relativamente tarde, geralmente após 4 a 6 anos de consumo regular para o
adolescente e após 6 a 8 anos para o adulto” (HECKMANN; SILVEIRA, 2014, p. 70).
2.2 A adolescência e o alcoolismo
2.2.1 O desenvolvimento humano: Adolescência
O desenvolvimento humano foi e continua sendo fonte de estudos para
diversos pesquisadores objetivando entender as mudanças que parecem ser
universais, como, explicar as diferenças individuais entre as crianças. Assim sendo,
surgiram algumas classificações sobre as fases de desenvolvimento, entre elas está
à defendida por Jean Piaget, o qual defende quatro estágios principais: Sensório-
motor – do nascimento até aproximadamente dois anos; Pré-operatório – dos dois
aos sete anos de idade; Operatório Concreto – dos sete aos onze anos de idade; E
o Operatório Formal – dos onze aos quinze anos de idade. Assim sendo, “cada
estágio corresponderá um tipo de estrutura cognitiva que permitirá formas diferentes
de interação com o meio” (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008, p. 127).
Integrante do último estágio, o adolescente é capaz de considerar todos os
possíveis modos pelos quais um determinado problema pode ser solucionado, bem
como as formas possíveis que uma variável pode assumir, por exemplo, se ele
estiver pensando o caminho mais breve para chegar a escola, poderá rever todas as
rotas possíveis, tendo noção do momento em que tiver esgotado todas as
possibilidades. O objetivo disso é elaborar e explorar sistematicamente todas as
possibilidades, conferindo cuidadosamente a validação das hipóteses.
O pensamento formal é basicamente uma orientação generalizada para a
solução de problemas, por isso é racional e sistemático. Porém o principal impacto
deste período são as transformações profundas as quais produzem desiquilíbrio e
instabilidade extremas, pois o adolescente está à procura de sua identidade adulta,
9
buscando novos modelos de identificação, e as possibilidades de fazê-lo, numa
sociedade urbana, industrializada, são relativamente ilimitadas. Estas possibilidades
são apresentadas pelos grupos que participam, por seus colegas de sala de aula,
por um programa ou artista de televisão.
Piletti e Rossato (2013, p. 78) afirmam:
Através da análise combinatória, que permite o estabelecimento de
qualquer classe ou relação, por meio da reunião dos elementos, o
adolescente torna-se capaz de combinar ente si elementos de conjuntos
diferentes, com os quais constrói outro conjunto, ou seja, novas lógicas. [...]
Sendo que a sua moral é estabelecida e referenciada principalmente a partir
da do grupo de amigos.
Por mais que consiga analisar sistematicamente as possibilidades das
situações do cotidiano, o adolescente apresenta pouca capacidade de lidar com
situações estressantes na vida, como a separação de seus pais, a morte de entes
queridos. Estas ocorrências aumentam a vulnerabilidade em relação às drogas,
principalmente o álcool.
2.2.2 Influências ao uso precoce do álcool
As características do período de firmação e conflitos passado pela
adolescência variam dentro de uma mesma sociedade, a considerar os aspectos
socioeconômicos da classe à qual o indivíduo pertence. Os adolescentes, por
exemplo, dos grandes centros urbanos, dentro de uma cultura de classe média, têm-
se mostrados instáveis, inseguros, rebeldes, com grande oscilação de
comportamento e do humor.
Alguns aspectos contribuem para o aumento da tensão nos adolescentes
como as exigências de uma boa conduta acadêmica, a escolha de uma profissão e
que assuma crescentes responsabilidades sociais e financeiras. Então ocorre a
busca para aliviar as tensões e o álcool “passa a ser considerado como um amigo
que ajuda seu usuário habitual nas várias situações da vida” (TONICO, 2011, p. 14).
Oportunizando-se desta situação as propagandas ganham grande espaço
e influenciam a opção pelo consumo de álcool. Como acontece este processo?
Cabe aqui apresentar uma análise da propaganda televisiva de uma marca de
bebida alcoólica, a Schin, do grupo Brasil Kirin. Lançado no final de 2013, o
movimento “porque sim” visa enquadrar-se ou “ir no embalo” dos acontecimentos
10
ocorridos em meados deste mesmo ano, isto é, as manifestações populares, as
organizações de grupos e movimentos para protestarem os quais uniram centenas
de pessoas em diversas cidades brasileiras.
No site da empresa há o seguinte comentário sobre esta campanha
publicitária: “A Schin quer convidar você para fazer parte do porque sim. Um
movimento para quem não curte dar explicação para tudo. Agora você pode mostrar
tudo que adora, mas sem a parte chata de ficar dando satisfação” (SCHIN, 2014). O
comercial foi adaptado para algumas datas onde o consumo de cerveja é
exagerado, como o verão, o carnaval, festas juninas.
Em todas as versões da propaganda televisiva o principal fator que chama a
atenção é a alegria de todos ao estarem com a garrafa ou uma tulipa da cerveja em
mãos, identificados com a marca Schin, além do bordão aparentemente sem muita
lógica. Na atualização do comercial em 31/03/2014, há seguinte frase “Agora se na
hora de sua cerveja alguém perguntar: uê, por que Schin?” os amigos do lado
respondem juntos: “porque sim”. Com perguntas corriqueiras, respondidas de forma
imediata “porque sim” demonstra a imposição clara para o consumo, que visa
principalmente utilizar o produto sem questionar seu efeito, uma vez que de forma
rápida o telespectador intrinsicamente é condicionado a responder porque sim.
Também cabe ressaltar o paradoxo adotado com relação ao tema do
alcoolismo, pois a sociedade “condena o abuso de álcool pelos jovens, mas é
tipicamente permissiva ao estímulo do consumo por meio da propaganda”
(PECHANSKY; SZOBOT; SCIVOLETTO, 2014). Em algumas propagandas há uma
tentativa de enquadrar-se na Lei nº 9.294, de 15 de julho de 1996 (que define a
proibição da venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos), falando uma
pequena frase de forma rápida alertando sobre a proibição. Da mesma forma a
informação, conforme figura 1 em anexo, é suprimida pelo todo, ou seja, busca-se
voltar à atenção não para a frase alertando ao consumo moderado, mas para o
destaque: o logotipo da empresa, sendo que a referida propaganda orienta apenas
para beber com moderação, não alertando sobre a proibição da venda para
menores.
Aliada a propaganda está à facilidade da compra de produtos alcoólicos. É
possível encontrar até crianças comprando bebidas, muitas vezes por ordem de
seus pais, criando a imagem de um produto qualquer, sem apresentar
consequências graves e que pode ser consumida em qualquer hora, uma vez que
11
presenciam os adultos em constante uso de bebidas alcoólicas, assim como os
anúncios “vistos pelas crianças que ficam gravados como vontades adormecidas
que despertarão na adolescência” (WATANABE; PARDAL, 2014).
2.3 Educação e Alcoolismo
O Relatório de Desenvolvimento 2012 apresentado pelo Programa das
Nações Unidas para o desenvolvimento em março de 2013 aponta o Brasil entre os
100 países com maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) como o terceiro
país com a maior taxa de abandono escolar, isto é, um em cada quatro alunos não
completam a última série do ensino fundamental, a taxa correspondente é de 24,3%.
A evasão escolar fere o direito das crianças e dos adolescentes, segundo o ECA
(Estatuto da Criança e do Adolescente), conforme o Art. 56:
Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao
Conselho Tutelar os casos de:
I – maus-tratos envolvendo seus alunos;
II – reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os
recursos escolares;
III – elevados níveis de repetência. (BRASIL, 2010, p. 40)
Diversos fatores de ordens diferentes provocam o abandono da escola: a
falta de transporte escolar, o trabalho infantil, a repetência escolar motivada muitas
vezes pela falta de uma didática adequada por parte dos professores,
doenças/dificuldades dos alunos, e neste último enquadra-se a questão do
alcoolismo.
O aluno que consome bebidas alcoólicas abandona a escola por motivos
como a perca da atenção, indispensável para apreender/assimilar os conteúdos
acadêmicos. O excesso de bebida em idade precoce pode causar danos
permanentes ao cérebro, é a conclusão de um estudo realizado no Instituto de
Pesquisa Scripps em La Jolla, na Califórnia. A pesquisadora Chitra Mandyam que
conduziu a equipe, diz ao jornal Folha de São Paulo: “a perda resulta em danos à
memória e a habilidades espaciais” (PAULO, 2014), por afetar o hipocampo.
Em sala de aula isso repercute em alunos que não conseguem produzir
textos, ou assimilar fórmulas matemáticas, além do hipocampo ser atingido, outras
partes do cérebro também sofrem danos, como os neurotransmissores gama-
aminobutírico (GABA) e o glutamato provocando déficit de atenção. É importante
12
que o professor acompanhe atentamente o desenvolvimento de sua turma
identificando agitação durante a aula, falta de atenção, problemas com o colega,
desorganização com o material escolar, tarefas inacabadas, ajudando-os a superar
estas dificuldades.
Estas crianças ou adolescentes nem sempre chamam a atenção em sala de
aula e às vezes passam despercebidas e são notadas quando as situações chegam
aos extremos, isto é, quando a violência começa a fazer parte da rotina escolar e os
colegas de sala são maltratados, espancados, os professores são ameaçados,
humilhados e também sofrem drasticamente violência como os diversos casos
apresentados constantemente pela mídia.
2.4 Áreas de atuação educacional ao combate do alcoolismo
Mediante as problemáticas encontradas em sala de aula citadas
anteriormente é necessário um esforço concentrado que parte não somente da
escola, mas da grande e principal ajuda dada pela família. Este trabalho de parceria
é capaz de produzir a mudança de vida do dependente de álcool, especificamente
na prevenção do uso precoce.
Ao falar em mudanças na escola para contribuir com a prevenção é
necessário levar em consideração como a temática do álcool é tratada em sala de
aula e a importância dada para ela, ou seja, qual a relevância que todos os atores do
espaço escolar atribuem para o trabalho sobre o alcoolismo.
Metodologicamente o assunto é tratado dentro dos temas transversais. Os
temas transversais estão estabelecidos nos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs) – que tem como pretensão criar nas escolas condições que permitam aos
jovens o “acesso aos conjuntos de conhecimentos socialmente elaborados e
conhecidos como necessários para o exercício da cidadania” (BRASIL, 1998, p. 5) –
objetivando criar sujeitos críticos e capazes de valorizar e adotar hábitos saudáveis.
Porém, a realidade vivenciada diariamente é outra, pois sendo um tema
transversal o alcoolismo deixa de ter demasiada importância, principalmente em
escolas que estão preocupadas em cumprir o calendário acadêmico, ou melhor, a
matriz curricular, pois sendo um tema transversal ele “perde a vez” para os
13
conteúdos de gramática, equações numéricas, estruturação do corpo humano,
fórmulas químicas, tudo isso apenas para atribuir uma nota nas avaliações.
Conforme as orientações dos PCNs, os temas transversais ainda reforçam
a necessidade de que a questão seja trabalhada de forma contínua, sistemática,
abrangente e integrada e não com área ou disciplina, por exemplo, o professor de
matemática não precisa parar os conteúdos da matriz curricular para falar do
alcoolismo, mas pode coletar informações e apresentar gráficos, tabelas que
mostrem sobre diversas questões ligadas ao consumo de álcool, assim como
solicitar aos alunos que façam levantamentos de dados sobre o assunto,
considerando como a escola é atingida, as famílias, um bairro, ou seja, abre-se um
leque de possibilidades para trabalhar a temática nesta disciplina que todos
consideram com o objetivo somente para efetuar cálculos. Assim é possível envolver
todas as áreas de conhecimentos em uma única finalidade.
Contudo, se a escola iniciar o processo de mudança na forma de trabalhar
este tema transversal, com certeza enfrentará diversas resistências por parte de
docentes que fundamentam seu trabalho em encher o quadro de texto com os
assuntos da matriz curricular e não conseguem vislumbrar novas possibilidades de
trabalhos dos conteúdos e também desenvolver ou buscar novas técnicas para
aprimorar o que já está sendo feito em sua sala.
Os temas transversais estão divididos em blocos e o alcoolismo está
inserido no que diz respeito à saúde. Didaticamente o que se pretende ao ser
tratado o tema em sala de aula?
Segundo os PCNs: “O que se pretende é um trabalho pedagógico no qual as
condições que se fazem necessárias para a saúde, sua valorização e a realização
de procedimentos que a favorecem sejam o foco principal” (BRASIL, 1998, p. 274).
Sendo assim, a escola não deve esperar a ocorrência dos episódios de agressões
verbal e física dentro e fora de sala, a evasão escolar, o baixo desempenho dos
alunos para iniciar o processo de mudança, mas há necessidade de rever e também
fortalecer métodos, entre eles aqueles que inserem a família no contexto escolar.
A família deve formar com a escola uma aliança para combater e vencer as
mazelas sociais, porém acontece o inverso, pois uma vez a criança, o adolescente,
o jovem na escola a maioria dos pais sobrecarrega a instituição com a
responsabilidade de criar valores, ensinar as regras morais e éticas. Não isentando
14
o ambiente da escolar totalmente desta tarefa, mas o berço familiar é o primeiro a
criar e inserir a boa conduta.
Da mesma forma a família tem um papel primordial no combate ao uso
precoce de álcool, é importantíssima a criação de laços afetivos, a fortificação dos
vínculos familiares, o envolvimento dos pais na vida da criança, a clareza dos limites
e da aplicação das disciplinas nos diversos processos de crescimento e
desenvolvimento, tudo isso destaca ou firma-se na adolescência, porque é neste
período que o indivíduo se define como pessoa, ocorrendo à formação e
consolidação de estrutura básica da personalidade.
O psiquiatra Arthur Guerra (2014) diz que em muitos casos os tratamentos
iniciaram pela família porque “o usuário de álcool não aceita seu problema, não
reconhece que o uso de bebidas alcoólicas lhe traz consequências negativas ou, até
mesmo, sente-se desmotivado para buscar ajuda”.
Deste modo, o elo entre escola e família, fortalecerá o combate ao uso
precoce de álcool, reavaliando práticas: a escola mudando os modos como é
trabalhado o assunto em sala de aula e a família buscando fortalecer os sentimentos
necessários de ajuda mútua, confiança e companheirismo.
2.5 Caminhos para formação e atuação do pedagogo no alcoolismo
Outra prática pedagógica ajudará na prevenção do uso precoce de álcool, é
a metodologia baseada em projetos. Este é um método transgressor, e transgressão
segunda a visão de Hernández (1998), entre outros aspectos, busca superar o
currículo escolar voltado apenas para as disciplinas nas quais os conteúdos não
fazem sentidos para a vida do educando.
Trabalhar com projetos é transgredir o modelo de educação predominante
em muitas salas de aulas, visando superar diversas concepções predominantes,
como "a visão de um currículo escolar centrada nas disciplinas, entendidas como
fragmentos empacotados em compartimento fechados" (Ibidem, p. 12), assim sendo
o aluno deve construir o conhecimento deixando de ser apenas um receptáculo
implicando também num "olhar diferente do docente sobre o aluno, sobe seu próprio
trabalho e sobre o rendimento escolar" (Ibidem, p. 88).
15
Assim, cada etapa do projeto visa integrar as disciplinas proporcionando de
modo integral a formação do educando, sendo "uma via para dialogar e dar
respostas" (HERNÁNDES, 1998, p. 45), respondendo aos questionamentos dos
alunos como "para que serve esse conteúdo?", "se isso (o conteúdo) não será
utilizado no dia a dia para que estamos estudando?", por isso os projetos ajudam a
mudar esta concepção estudantil e proporcionar a aquisição do conhecimento de
uma forma prazerosa conferindo significado a educação.
Esta mudança metodológica é necessária para que a temática em sala de
aula não seja somente mais uma tratada de forma corriqueira, onde ao propor o
tema, os alunos poderão construir algumas atividades, mas não assimilarão ou
utilizarão este conhecimento no dia a dia, e quando falamos de projetos, podemos
falar de transformações no que diz respeito a educação, pois é através de projeto
que o conhecimento vem acontecendo de forma extraordinária e prática.
O projeto é um conjunto de situações contextualizadas, em que há um
objetivo compartilhado com as crianças desde o início, como cita Bookman (2008),
no livro "Aprendizagem Baseada em projetos". Contudo, o projeto nasce com intuito
de instruir os alunos na questão de ensino aprendizagem, aprender de forma
diversificada e prazerosa, onde eles se envolvam nas atividades na qual irão receber
e executar.
Porque o trabalho com projeto? Ao inserir projeto no âmbito escolar,
trabalhamos com uma grande diversidade de atrativos nas atividades, como
cartazes, painéis, uso de condições etc. Ao compartilhar, os discentes são levados a
interagir com o que conhecem ou vão conhecer, pois cada um vem aprender com o
outro e os mesmos aprendem com o professor e vice-versa, fazendo com que o
comprometimento seja muito mais prazeroso para aprendizagem acontecer com um
resultado positivo.
O projeto educacional como foi dito anteriormente, proporciona a
transgressão do modelo educacional, pois trabalha a transdisciplinaridade e
segundo Hernández (1998, p. 43) é uma forma de superar a base curricular da
Escola Média fundada:
"Mais nas disciplinas acadêmicas e na transmissão de conteúdo do que na
formação da subjetividade dos estudantes, em facilitar-lhes estratégias para
procurar, dialogar e interpretar informações que lhes permita construir
pontes entre diversos fenômenos e problemas, de maneira que
desenvolvam uma atitude de pesquisa que lhes leve a aprender ao longo de
suas vidas".
16
Um projeto educacional surge da necessidade de transformar a escola num
espaço de integração, cada passo do projeto visa alcançar tal integração. A
culminância final do projeto e um bom resultado dependem primeiramente da
definição dos problemas “para só depois escolher as disciplinas mais adequadas
para se trabalhar e encontrar soluções. Trabalha-se através de conteúdos pré-
definidos" (HAMZE, 2014).
As etapas são organizadas de forma sequencial, de acordo com o que vai
ser colocado em sequências de atividades de forma que venham envolver outras
áreas como a de movimento, artes visuais, músicas e etc., pois estas diferentes
áreas possibilitam que as crianças percebam, por exemplo, a diferença entre a
linguagem oral e a linguagem escrita e de outros movimentos.
É grande o envolvimento do educador, pois geralmente ele é o responsável
pela escolha do tema. Precisa desenvolver um estudo prévio e organizado, pois, o
tempo todo, os alunos estão trazendo novas informações. Seu papel é o de
promover a aprendizagem de forma significativa.
O projeto educativo promove ao professor meios de organização,
planejamento, criatividade, relacionando tudo isso ao conteúdo do currículo.
Envolvendo também as faixas etárias, para que o educador eleve sua imaginação e
criatividade no seu trabalho para que os alunos venham ter uma visão de
aprenderem com mais facilidade. O uso do projeto nas práticas de ensino nos dá
possibilidade positiva, fazendo com que o educador procure outras estratégicas
sendo um protagonista da educação.
O projeto pode ser elaborado com a finalidade de melhorias na escola e de
sua comunidade escolar, sendo um método relevante, pois beneficia todos que
fazem parte do processo educativo, principalmente os alunos por motivar e envolvê-
los na construção do conhecimento, ou seja, valoriza o saber do aluno acreditando
na capacidade de que todos possuem como artífices do conhecimento e
envolvendo-os em problemáticas novas e complexas.
Assim os alunos são motivados a adquirir habilidades e superar a
problemática do uso precoce de álcool.
17
2.6 Modelo de projeto educativo
Trabalhar com projetos educativos é superar a visão tradicional da escola,
onde os alunos sentam em fileiras e o professor deixa de ser o detentor do
conhecimento, porque ajudará o aluno a descobrir a utilidades ou aplicabilidades dos
conteúdos curriculares, a construir valores, pois a Aprendizagem Baseada em
Projetos (APB), segundo Bookman (2008, p. 19), "não é adequada como método
para ensinar algumas habilidades básicas, tais como leitura e computação;
entretanto, ela fornece um ambiente para aplicação dessas habilidades".
Cada etapa do projeto deve ser realizada com minuciosa atenção, pois
compõe uma sequência a ser cumprida, porém devemos levar em consideração que
outros nortes poderão ser tomados. Mas a avaliação não deve ser deixada de lado,
uma vez que por intermédio dela os alunos "têm a oportunidade de discutir, analisar
e refletir sobre suas experiências de aprendizagem, têm mais chance de reter e usar
habilidades e seus conhecimentos" (Ibidem, p. 118).
Será necessário fazer diversas pesquisas para que sejam formados os
conceitos fundamentados em informações científicas, pois assim os alunos poderão
concluir, eles mesmos, que o consumo do álcool prejudica o desenvolvimento
intelectual, físico e psicológico.
A seguir será apresentado um modelo de projeto educativo o qual poderá
adequar-se à realidade da escola, contudo visa integrar diversas áreas do
conhecimento e todas são demasiadamente importantes para o bom desempenho e
a alcance de resultados positivos, agregando e estimulando valores a todos os
participantes do processo educativo envolvidos na execução do projeto:
1 - Identificação:
O projeto com tema “Prevenção do Uso Precoce de Álcool”, será voltado
para a turma do 8° ano do ensino fundamental;
2 - Justificativa:
Dentre as mazelas que encontramos no ambiente escolar o uso de drogas
está presente de modo geral em todas as escolas, sendo o consumo de álcool o
primeiro passo para as drogas mais pesadas, e por volta dos 12 anos iniciam as
primeiras experiências com as bebidas alcoólicas;
3 - Objetivos:
18
Objetivo geral: Prevenir o uso precoce de álcool e fazer com que os jovens
já consumidores parem de beber.
Objetivos específicos:
 Compreender que o alcoolismo é uma doença;
 Reconhecer os males ligados ao consumo excessivo e os tratamentos
disponíveis;
 Disseminar o tema na comunidade, assim como realizar o diagnóstico da
realidade local por meio da pesquisa de campo;
 Analisar as campanhas publicitárias e suas influências.
4 - Desenvolvimento / Etapas previstas:
Passo 1: Com a ajuda do professor de história memorar os fatos sobre a
bebida alcoólica: como ela surgiu; as transformações dos diversos tipos de bebidas
que surgiram ao longo do tempo; locais no globo terrestre onde o consumo é
demasiado; Ações existentes para coibir o consumo.
Passo 2: Nas aulas de matemáticas, definir os dados a serem levantados
com na pesquisa de campo, esquematizando os resultados em tabelas e gráficos;
Passo 3: Trabalhar nas aulas de ciências sobre os efeitos físicos e
psicológicos do alcoolismo e quais as doenças provenientes deste mal, assim como
os tratamentos disponíveis;
Passo 4: Nas aulas de Química mostrar as fórmulas de composições, os
processos de destilação do álcool e os componentes das bebidas mais comuns.
Passo 5: Identificar, selecionar e recortar propagandas em jornais e revistas,
produzindo cartazes alertando sobre o consumo e suas consequências para o
organismo e para a vida social. Também baixar da internet comerciais para serem
analisados. Contar com ajuda do professor de artes na produção dos cartazes e do
professor de Língua Portuguesa para orientar a criação de frases impactantes e
analisar os textos dos cartazes;
5 - Cronograma:
O período de realização do projeto será de no mínimo um semestre.
6 - Recursos Didáticos:
 Serão necessários recursos como revistas, jornais, livros, cola, tesoura,
papéis para o mural, enfeites, gravuras;
 Entrevistas com pessoas da família e da sociedade;
19
 Equipamentos de audiovisuais: Datashow, caixa amplificadora de som,
microfone.
7 - Conclusão:
Socializar as informações obtidas: convidar toda comunidade escolar e
enfatizando a presença dos pais. Realizar a exposições dos cartazes, palestras com
algum profissional de saúde, produzir uma peça teatral e criar um debate com a os
presentes.
Produzir panfletos a serem distribuídos no bairro onde a escola está
inserida. Se possível participar em algum programa de rádio para alertar sobre o
alcoolismo, causas e consequências.
8 – Avaliação:
Avaliar o empenho dos alunos para realizar as atividades propostas, assim
como os conhecimentos obtidos e a evolução de cada, isto é, se houve mudança de
mentalidade por parte dos que já consumiam, por meio de questionário e roda de
conversa.
3 – Conclusão
Os fatores que estimulam o consumo precoce de álcool são diversos, como
a influência da mídia, a predisposição genética, porém hoje é consenso que
alcoolismo é uma patologia e por isso precisa ser tratado como tal, sobretudo por
danificar diversas áreas do organismo, principalmente as ligadas ao comportamento
e ao aprendizado sendo mais perceptível quando o indivíduo está em idade escolar,
especialmente os adolescentes.
A adolescência é uma fase de mudança, de transição, pois o indivíduo
precisa tomar suas próprias decisões e muitas são incorretas devido à pressão dos
grupos sociais e é neste momento que o há envolvimento com substâncias
psicoativas e o consumo abusivo e precoce de bebidas alcoólicas. Também dentre
as causas que levam o adolescente a iniciar o consumo de bebidas alcoólicas está o
fácil acesso nos estabelecimentos comerciais.
As consequências do uso abusivo de bebidas alcoólicas são observadas
com a diminuição do rendimento escolar, violência, agressividade, o afastamento ou
a evasão escolar. Há dados que constatam que no Brasil a evasão escolar está em
20
entre as mais altas em comparação a outros países em desenvolvimento. O
Ministério da Educação também constatou que mais de 6% dos alunos matriculados
no ensino fundamental deixam a escola antes de completar os nove anos que
compõe esta etapa da educação básica.
Neste sentido, fala-se num trabalho de conjunto entre família e escola, pois
com a vida corrida que os pais levam é posto sobre responsabilidades da escola o
fortalecimento, em muitos casos, da criação de valores morais e éticos. À escola
cabe rever como o assunto do alcoolismo é tratado no âmbito escolar e a família
fortalecer os vínculos afetivos.
Dentre as práticas pedagógicas que necessitam ser revista está o trato do
assunto como um tema transversal, sem importância ou que não contribui para o
desenvolvimento cógnito dos alunos, fugindo da concepção de tema transversal
estabelecido pelos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Assim, fala-se da necessidade de transgredir o modelo atual de educação,
ou seja, superar a visão tradicional da escola, onde os alunos são enfileirados e
recebem passivamente os conteúdos da matriz curricular. Para mudar esta realidade
é proposto a metodologia baseada em projetos, uma prática recente apoiada pela
maioria dos educadores da atualidade, pois promove uma educação inclusiva, isto é,
estimula o aluno a tornar-se artífice do conhecimento.
Por fim, evitar a exclusão do jovem e trabalhar contra o acesso facilitado ao
uso precoce de bebidas alcoólicas dependerá da busca de conhecimentos para as
mudanças de atitude aperfeiçoando habilidades que promovam uma educação de
qualidade, contribuindo assim para uma sociedade mais saudável.
21
4 – Referências
ABDA. O que é o TDAH. Disponível em: http://www.tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-
o-tdah.html. Acesso em 27 de Jul. 2014;
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi.
Psicologias: Uma introdução ao estudo da psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Terceiro e Quarto Ciclo: Apresentação
dos temas transversais. Brasília: MEC/SEF, 1998.
______. Lei nº 9.294, de 15 de julho de 1996. Dispõe sobre as Restrições ao Uso e
à Propaganda de Produtos Fumígeros, Bebidas Alcoólicas, Medicamentos, Terapias
e Defensivos Agrícolas. Diário Oficial da República.
______. O Estatuto da Criança e do Adolescente. 7 ed. Brasília: Edições Câmera,
2010;
CISA. Álcool e Sistema Nervoso Central. Disponível em:
http://www.cisa.org.br/artigo/229/alcool-sistema-nervoso-central.php. Acesso em 27
de Jul. 2014;
CRIANÇA, Pastoral da. Guia do líder da Pastoral da Criança. 10 ed. Curitiba, 2007
EDUCATION. Buck Institute for. Aprendizagem Baseadas em Projetos: Guia para
Professores de Ensino Fundamental e Médio. Rio de Janeiro: Artmed, 2008;
GUERRA, Arthur. Papel da família é essencial no tratamento do alcoolismo.
Disponível em: http://www.minhavida.com.br/familia/materias/16256-papel-da-
familia-e-essencial-no-tratamento-do-alcoolismo. Acesso em 12 de ago. 2014;
HAMZE, Amelia. Brasil Escola: Projetos de trabalho em Educação. 2010. Disponível
em: http://educador.brasilescola.com/gestao-educacional/fernando-hernandez.htm.
Acesso em: 13 ago. 2014;
HERNÁNDEZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação. Porto alegre:
Artemed, 1998;
HECKMANN, Wolfgang; SILVEIRA, Camila Magalhães. Dependência do álcool:
aspectos clínicos e diagnósticos. Disponível em:
http://www.cisa.org.br/UserFiles/File/alcoolesuasconsequencias-pt-cap3.pdf. Acesso
em 01 de Ago. 2014;
LOPES, NOÊMIA. Disponível em:
http://gestaoescolar.abril.com.br/aprendizagem/como-combater-abandono-evasao-
escolar-falta-alunos-abandono-acompanhamento-frequencia-551821.shtml?page=1.
Acesso em 27 de Jul. 2014;
PAULO, Folha de São. Abuso de álcool causa danos ao cérebro de adolescentes.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/746967-abuso-de-
22
alcool-causa-danos-ao-cerebro-de-adolescentes.shtml. Acesso em 09 de ago. de
2014;
PECHANSKY Flavio; SZOBOT, Claudia Maciel; SCIVOLETTO, Sandra. Uso de
álcool entre adolescentes: conceitos, características epidemiológicas e fatores
etiopatogênicos. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbp/v26s1/a05v26s1. Acesso
em 07 de ago. 2014;
PILETTI, Nelson; ROSSATO, Solange Marques. Psicologia da Aprendizagem: da
Teoria do Condicionamento ao Construtivismo. São Paulo: Contexto, 2013;
SCHIN. Disponível e: http://schin.com.br/home. Acesso em 05 de ago. 2014.
TONICO, Leonidas Silva. Alcoolismo: como enfrentar e superar. 5a
ed. São Paulo:
Paulinas, 2011;
WATANABE Adriano L. A; PARDAL Poliana P. M. Disponível em:
http://meuartigo.brasilescola.com/psicologia/as-drogas-papel-psicologo-escolar-no-
tratamento-prevencao-.htm. Acesso em 07 de ago. 2014.
23
5 – Anexo
IMAGEM 1: Alerta sobre o consumo de cerveja
Imagem retirada do vídeo disponível em: http://schin.com.br/home. Acesso em 05 de
ago. 2014.

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  • 1. Prevenção do Uso Precoce de Álcool JAVÉ DE OLIVEIRA SILVA Belém - Pará 2014
  • 2. SUMÁRIO 1 – introdução............................................................................................................5 2.1 – Origens e bases científicas do alcoolismo ....................................................7 2.2 – A Adolescência e o alcoolismo ......................................................................8 2.2.1 – O desenvolvimento humano: Adolescência.....................................................8 2.2.2 – Influências ao uso precoce de álcool ..............................................................9 2.3 – Educação e alcoolismo..................................................................................11 2.4 – Áreas de atuação educacional ao combate do alcoolismo .......................12 2.5 – Caminhos para a formação e atuação do pedagogo no alcoolismo..........14 2.6 – Modelo de projeto educativo.........................................................................16 3 - Conclusão...........................................................................................................19 4 – Referências........................................................................................................21 5 – Anexo .................................................................................................................23
  • 3. RESUMO Não há como omitir a influência da mídia no consumo de bebidas alcoólicas, por meio das propagandas. Sendo a substância psicoativa mais consumida entre os jovens o álcool impacta em diversos segmentos da vida, de modo particular dos adolescentes. O principal impactado é o desenvolvimento escolar, ocorrendo problemas como o déficit na aprendizagem, o abandono e a evasão escolar. Para prevenir o uso de álcool cabe à escola voltar à atenção para esta temática a qual é tratada como mais um tema transversal em sala de aula tirando a obrigatoriedade do assunto, numa visão geral, até ignorado por muitas escolas. Neste sentido fala-se em mudança de metodologia, e a metodologia do trabalho voltada para os projetos pedagógicos ajudará a criar práticas inovadoras na educação, uma vez que conduz os alunos por questões orientadoras ou problemas autênticos, vencendo a escola tradicional, pois os docentes estabelecerão uma relação intima com o saber, ou seja, como artífices do conhecimento, assim sendo a temática abordada não será mais um componente da matriz curricular, mas estará ligada diretamente com o dia a dia do aluno, produzindo sentido ao conteúdo que está sendo trabalhado e impactando positivamente na vida pessoal e comunitária do aprendiz. Palavras-chaves: Adolescentes. Uso precoce de álcool. Mudanças educacionais.
  • 4. ABSTRACT There is no dismissing the media's influence on consumption of alcoholic beverages by means of advertisements. Being the most widely consumed psychoactive substance among youth alcohol impacts on various segments of life, particularly adolescents. The main school is impacted development occurring problems like the deficit in learning, abandonment and dropout. To prevent the use of alcohol is up to the school back attention to this issue which is treated more as a transversal theme in the classroom taking the compulsory subject in an overview, even ignored by many schools. In this sense we talk about change in methodology, and the methodology of the work focused on the pedagogical projects will help create innovative practices in education, as it leads students by guiding authentic problems or issues, overcoming the traditional school because the teachers establish one intimate relationship with knowledge, meaning knowledge as craftsmen, so the selected theme is no longer a component of the curriculum, but will be linked directly with the everyday student, meaning producing the content that is being worked on and impacting positively on personal and community life of the learner. Keywords: Teens. Early use of alcohol. Educational changes.
  • 5. 5 Introdução Diversos estudos apontam a propaganda como um dos principais fatores que influenciam no consumo precoce de álcool, dados este constatados por várias pesquisas realizadas principalmente nos Estados Unidos, revelam entre outros a idade da iniciação ao uso de bebidas alcoólicas. Ao se falar em mídia devem-se levar em considerações suas diversas formas. Por estar vivenciando um período de firmação da identidade e superação de um estágio anterior de aprendizagem, a adolescência norteada pelas experimentações, objetivando "criar e recriar reflexões e teorias a seu modo" (PILETTI; ROSSATO, 2013, P. 77) é influenciada pelas belas imagens, situações e bordões apelativos presente nas mídias, como os diversos comercias vinculados na televisão brasileira de grandes marcas de cerveja, que tentam se enquadrar nos padrões estabelecidos pela Legislação, isto é, apresentando pequenas informações, oprimidas pelo conjunto total que integram a propaganda. Um dos principais impactos na vida dos adolescentes atingidos pelo uso precoce das substâncias alcoólicas é o desenvolvimento escolar, implicando em fatores como o déficit de atenção, pois "afeta diversos neurotransmissores no cérebro, entre eles, o ácido gama-aminobutírico (GABA) e o glutamato" (CISA, 2014), por isso, a região frontal orbital é atingida sendo esta responsável pela "inibição do comportamento (isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados), pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento" (ABDA, 2014). Tudo isso ocasiona o abandono escolar. O abandono e a evasão escolar são realidades presentes nas mais diversas instituições escolares e são apontados diversos motivos de ordens culturais, socioeconômicos, geográficas, assim sendo, o consumo de álcool é apontado como uma das causas que levam o aluno a deixar de estudar, sendo preocupantes os dados apresentados pelo Ministério da Educação (MEC) analisando a saída do aluno tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio. De acordo com o MEC "a evasão atinge 6,9% no Ensino Fundamental e 10% no Ensino Médio (3,2 milhões de crianças e jovens, segundo dados de 2005)” (LOPES, 2014). A escola, juntamente com a família, é um dos vínculos formativos para a vida e o desenvolvimento dos adolescentes, devendo, sobretudo, prepará-los para a
  • 6. 6 socialização, assim a escola quando bem direcionada contribui significativamente para a prevenção e a detecção precoce do uso do álcool. Neste intuito cabe à escola rever e superar algumas práticas, como tratar assuntos relevantes, entre eles o álcool e problemáticas ligadas ao mesmo, apenas como temas transversais, por isso não recebe grande importância, por que muitos professores estão preocupados em apenas cumprir a matriz curricular. Os temas transversais são constituídos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais e atuam como eixo unificador, em torno do qual se organizam as disciplinas, por isso não devem ser trabalhados como assuntos sem contextualização com as aulas. Mudanças metodológicas também ajudam a prevenir o uso precoce do álcool, dentre estas mudanças está à metodologia baseada em projetos, defendida pelo Buck Institute for Education, na obra "Aprendizagem Baseada em Projetos" (ABP). Segundo os organizadores da obra, a ABP "apoia os alunos no aprendizado e na prática de habilidades na resolução de problemas, na comunicação e na autogestão" (EDUCATION, 2008, p. 20). Atividades com objetivos claros ligados a temática do alcoolismo leva o aluno a concluir que o consumo do álcool prejudica o desenvolvimento intelectual, físico e psicológico, pois formam conceitos fundamentados em informações científicas. Tal prática garante a autonomia e a liberdade de todos envolvidos no processo educacional, pois o professor deixa de ser o "dono da verdade" e os alunos iniciam o processo de artífices do conhecimento, tornando a aprendizagem mais prazerosa e garantido a superação de uma problemática social, o consumo precoce de álcool.
  • 7. 7 2.1 Origem e Bases Científicas do Alcoolismo O Consumo de bebidas fermentadas como o vinho está presente nas sociedades mais antiga em diversas celebrações como a vitória numa guerra, o nascimento do primogénito, festas de casamento, enfim nestes momentos o consumo era exagerado e consequentemente todos ficavam embriagados e “felizes”. E são oportunidades como estas que ajudam a criar os dependentes de substâncias alcoólicas. Muitas discussões surgiram para definir a origem da dependência ou o que diferencia as pessoas alcoólatras das demais. Inicialmente algumas pesquisas se basearam no estudo da personalidade do alcoólatra, porém esta linha de pensamento foi abandonada, pois os problemas da personalidade surgem depois do desenvolvimento da dependência. Por isso, houve uma mudança no foco dos pesquisadores que passaram a investigar o organismo do alcoólatra, surgindo assim descobertas importantes que ajudam a compreender a problemática. Tonico (2011) enfatiza a pesquisa realizada em 1980 sobre as mudanças de foco dos pesquisadores voltadas para o organismo que constatou: “O problema inicia-se no fígado, que não produz uma determinada enzima e permite que uma substância presente no álcool, conhecida com acetaldeído, acumula-se no seu corpo e pela corrente sanguínea atinja o cérebro. Aí, o acetaldeído junta-se com a dopamina – uma amina encefálica, indispensável para a atividade normal do cérebro – e forma uma outra substância conhecida como tetrahidroisoquinolina, ou simplesmente THIQ que segundo os especialistas, cria no alcoólatra a compulsão pelo álcool” (Ibidem, p. 76) Há também diferença entre a metabolização do álcool, pois o organismo de alguns indivíduos metaboliza melhor que outros, por isso o uso frequente e além do limite faz a pessoa que conseguia realizar a assimilação e desassimilação desta substância normalmente passar a reagir de forma patológica ao ingeri-la. Para definir o que seria o alcoolismo em 1956 a Organização Mundial da Saúde o classificou com uma doença, “portanto, parece não caber mais nenhuma dúvida sobre o problema do alcoolismo ser considerado uma doença. Pode-se assim, discutir os sintomas, as origens e outros aspectos envolvidos” (Ibidem, p. 78) O fator unânime entre as pesquisas sobre o alcoolismo é o que considera a predisposição do organismo, levando em consideração os resultados do
  • 8. 8 pesquisador americano Donald Goodwin, afirma-se que os filhos de pais alcoólatras estão mais propensos ao desenvolvimento à dependência de álcool. O consumo de álcool atinge de diversas formas o organismo, por exemplo, da gestante, que “além do risco de abortar, pode ter um bebê com ‘síndrome do álcool fetal’. Nesta síndrome o bebê pode ter problemas de crescimento e no sistema nervoso” (CRIANÇA, 2007, p. 40). Quanto à dependência física “aparece relativamente tarde, geralmente após 4 a 6 anos de consumo regular para o adolescente e após 6 a 8 anos para o adulto” (HECKMANN; SILVEIRA, 2014, p. 70). 2.2 A adolescência e o alcoolismo 2.2.1 O desenvolvimento humano: Adolescência O desenvolvimento humano foi e continua sendo fonte de estudos para diversos pesquisadores objetivando entender as mudanças que parecem ser universais, como, explicar as diferenças individuais entre as crianças. Assim sendo, surgiram algumas classificações sobre as fases de desenvolvimento, entre elas está à defendida por Jean Piaget, o qual defende quatro estágios principais: Sensório- motor – do nascimento até aproximadamente dois anos; Pré-operatório – dos dois aos sete anos de idade; Operatório Concreto – dos sete aos onze anos de idade; E o Operatório Formal – dos onze aos quinze anos de idade. Assim sendo, “cada estágio corresponderá um tipo de estrutura cognitiva que permitirá formas diferentes de interação com o meio” (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008, p. 127). Integrante do último estágio, o adolescente é capaz de considerar todos os possíveis modos pelos quais um determinado problema pode ser solucionado, bem como as formas possíveis que uma variável pode assumir, por exemplo, se ele estiver pensando o caminho mais breve para chegar a escola, poderá rever todas as rotas possíveis, tendo noção do momento em que tiver esgotado todas as possibilidades. O objetivo disso é elaborar e explorar sistematicamente todas as possibilidades, conferindo cuidadosamente a validação das hipóteses. O pensamento formal é basicamente uma orientação generalizada para a solução de problemas, por isso é racional e sistemático. Porém o principal impacto deste período são as transformações profundas as quais produzem desiquilíbrio e instabilidade extremas, pois o adolescente está à procura de sua identidade adulta,
  • 9. 9 buscando novos modelos de identificação, e as possibilidades de fazê-lo, numa sociedade urbana, industrializada, são relativamente ilimitadas. Estas possibilidades são apresentadas pelos grupos que participam, por seus colegas de sala de aula, por um programa ou artista de televisão. Piletti e Rossato (2013, p. 78) afirmam: Através da análise combinatória, que permite o estabelecimento de qualquer classe ou relação, por meio da reunião dos elementos, o adolescente torna-se capaz de combinar ente si elementos de conjuntos diferentes, com os quais constrói outro conjunto, ou seja, novas lógicas. [...] Sendo que a sua moral é estabelecida e referenciada principalmente a partir da do grupo de amigos. Por mais que consiga analisar sistematicamente as possibilidades das situações do cotidiano, o adolescente apresenta pouca capacidade de lidar com situações estressantes na vida, como a separação de seus pais, a morte de entes queridos. Estas ocorrências aumentam a vulnerabilidade em relação às drogas, principalmente o álcool. 2.2.2 Influências ao uso precoce do álcool As características do período de firmação e conflitos passado pela adolescência variam dentro de uma mesma sociedade, a considerar os aspectos socioeconômicos da classe à qual o indivíduo pertence. Os adolescentes, por exemplo, dos grandes centros urbanos, dentro de uma cultura de classe média, têm- se mostrados instáveis, inseguros, rebeldes, com grande oscilação de comportamento e do humor. Alguns aspectos contribuem para o aumento da tensão nos adolescentes como as exigências de uma boa conduta acadêmica, a escolha de uma profissão e que assuma crescentes responsabilidades sociais e financeiras. Então ocorre a busca para aliviar as tensões e o álcool “passa a ser considerado como um amigo que ajuda seu usuário habitual nas várias situações da vida” (TONICO, 2011, p. 14). Oportunizando-se desta situação as propagandas ganham grande espaço e influenciam a opção pelo consumo de álcool. Como acontece este processo? Cabe aqui apresentar uma análise da propaganda televisiva de uma marca de bebida alcoólica, a Schin, do grupo Brasil Kirin. Lançado no final de 2013, o movimento “porque sim” visa enquadrar-se ou “ir no embalo” dos acontecimentos
  • 10. 10 ocorridos em meados deste mesmo ano, isto é, as manifestações populares, as organizações de grupos e movimentos para protestarem os quais uniram centenas de pessoas em diversas cidades brasileiras. No site da empresa há o seguinte comentário sobre esta campanha publicitária: “A Schin quer convidar você para fazer parte do porque sim. Um movimento para quem não curte dar explicação para tudo. Agora você pode mostrar tudo que adora, mas sem a parte chata de ficar dando satisfação” (SCHIN, 2014). O comercial foi adaptado para algumas datas onde o consumo de cerveja é exagerado, como o verão, o carnaval, festas juninas. Em todas as versões da propaganda televisiva o principal fator que chama a atenção é a alegria de todos ao estarem com a garrafa ou uma tulipa da cerveja em mãos, identificados com a marca Schin, além do bordão aparentemente sem muita lógica. Na atualização do comercial em 31/03/2014, há seguinte frase “Agora se na hora de sua cerveja alguém perguntar: uê, por que Schin?” os amigos do lado respondem juntos: “porque sim”. Com perguntas corriqueiras, respondidas de forma imediata “porque sim” demonstra a imposição clara para o consumo, que visa principalmente utilizar o produto sem questionar seu efeito, uma vez que de forma rápida o telespectador intrinsicamente é condicionado a responder porque sim. Também cabe ressaltar o paradoxo adotado com relação ao tema do alcoolismo, pois a sociedade “condena o abuso de álcool pelos jovens, mas é tipicamente permissiva ao estímulo do consumo por meio da propaganda” (PECHANSKY; SZOBOT; SCIVOLETTO, 2014). Em algumas propagandas há uma tentativa de enquadrar-se na Lei nº 9.294, de 15 de julho de 1996 (que define a proibição da venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos), falando uma pequena frase de forma rápida alertando sobre a proibição. Da mesma forma a informação, conforme figura 1 em anexo, é suprimida pelo todo, ou seja, busca-se voltar à atenção não para a frase alertando ao consumo moderado, mas para o destaque: o logotipo da empresa, sendo que a referida propaganda orienta apenas para beber com moderação, não alertando sobre a proibição da venda para menores. Aliada a propaganda está à facilidade da compra de produtos alcoólicos. É possível encontrar até crianças comprando bebidas, muitas vezes por ordem de seus pais, criando a imagem de um produto qualquer, sem apresentar consequências graves e que pode ser consumida em qualquer hora, uma vez que
  • 11. 11 presenciam os adultos em constante uso de bebidas alcoólicas, assim como os anúncios “vistos pelas crianças que ficam gravados como vontades adormecidas que despertarão na adolescência” (WATANABE; PARDAL, 2014). 2.3 Educação e Alcoolismo O Relatório de Desenvolvimento 2012 apresentado pelo Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento em março de 2013 aponta o Brasil entre os 100 países com maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) como o terceiro país com a maior taxa de abandono escolar, isto é, um em cada quatro alunos não completam a última série do ensino fundamental, a taxa correspondente é de 24,3%. A evasão escolar fere o direito das crianças e dos adolescentes, segundo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), conforme o Art. 56: Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: I – maus-tratos envolvendo seus alunos; II – reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares; III – elevados níveis de repetência. (BRASIL, 2010, p. 40) Diversos fatores de ordens diferentes provocam o abandono da escola: a falta de transporte escolar, o trabalho infantil, a repetência escolar motivada muitas vezes pela falta de uma didática adequada por parte dos professores, doenças/dificuldades dos alunos, e neste último enquadra-se a questão do alcoolismo. O aluno que consome bebidas alcoólicas abandona a escola por motivos como a perca da atenção, indispensável para apreender/assimilar os conteúdos acadêmicos. O excesso de bebida em idade precoce pode causar danos permanentes ao cérebro, é a conclusão de um estudo realizado no Instituto de Pesquisa Scripps em La Jolla, na Califórnia. A pesquisadora Chitra Mandyam que conduziu a equipe, diz ao jornal Folha de São Paulo: “a perda resulta em danos à memória e a habilidades espaciais” (PAULO, 2014), por afetar o hipocampo. Em sala de aula isso repercute em alunos que não conseguem produzir textos, ou assimilar fórmulas matemáticas, além do hipocampo ser atingido, outras partes do cérebro também sofrem danos, como os neurotransmissores gama- aminobutírico (GABA) e o glutamato provocando déficit de atenção. É importante
  • 12. 12 que o professor acompanhe atentamente o desenvolvimento de sua turma identificando agitação durante a aula, falta de atenção, problemas com o colega, desorganização com o material escolar, tarefas inacabadas, ajudando-os a superar estas dificuldades. Estas crianças ou adolescentes nem sempre chamam a atenção em sala de aula e às vezes passam despercebidas e são notadas quando as situações chegam aos extremos, isto é, quando a violência começa a fazer parte da rotina escolar e os colegas de sala são maltratados, espancados, os professores são ameaçados, humilhados e também sofrem drasticamente violência como os diversos casos apresentados constantemente pela mídia. 2.4 Áreas de atuação educacional ao combate do alcoolismo Mediante as problemáticas encontradas em sala de aula citadas anteriormente é necessário um esforço concentrado que parte não somente da escola, mas da grande e principal ajuda dada pela família. Este trabalho de parceria é capaz de produzir a mudança de vida do dependente de álcool, especificamente na prevenção do uso precoce. Ao falar em mudanças na escola para contribuir com a prevenção é necessário levar em consideração como a temática do álcool é tratada em sala de aula e a importância dada para ela, ou seja, qual a relevância que todos os atores do espaço escolar atribuem para o trabalho sobre o alcoolismo. Metodologicamente o assunto é tratado dentro dos temas transversais. Os temas transversais estão estabelecidos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) – que tem como pretensão criar nas escolas condições que permitam aos jovens o “acesso aos conjuntos de conhecimentos socialmente elaborados e conhecidos como necessários para o exercício da cidadania” (BRASIL, 1998, p. 5) – objetivando criar sujeitos críticos e capazes de valorizar e adotar hábitos saudáveis. Porém, a realidade vivenciada diariamente é outra, pois sendo um tema transversal o alcoolismo deixa de ter demasiada importância, principalmente em escolas que estão preocupadas em cumprir o calendário acadêmico, ou melhor, a matriz curricular, pois sendo um tema transversal ele “perde a vez” para os
  • 13. 13 conteúdos de gramática, equações numéricas, estruturação do corpo humano, fórmulas químicas, tudo isso apenas para atribuir uma nota nas avaliações. Conforme as orientações dos PCNs, os temas transversais ainda reforçam a necessidade de que a questão seja trabalhada de forma contínua, sistemática, abrangente e integrada e não com área ou disciplina, por exemplo, o professor de matemática não precisa parar os conteúdos da matriz curricular para falar do alcoolismo, mas pode coletar informações e apresentar gráficos, tabelas que mostrem sobre diversas questões ligadas ao consumo de álcool, assim como solicitar aos alunos que façam levantamentos de dados sobre o assunto, considerando como a escola é atingida, as famílias, um bairro, ou seja, abre-se um leque de possibilidades para trabalhar a temática nesta disciplina que todos consideram com o objetivo somente para efetuar cálculos. Assim é possível envolver todas as áreas de conhecimentos em uma única finalidade. Contudo, se a escola iniciar o processo de mudança na forma de trabalhar este tema transversal, com certeza enfrentará diversas resistências por parte de docentes que fundamentam seu trabalho em encher o quadro de texto com os assuntos da matriz curricular e não conseguem vislumbrar novas possibilidades de trabalhos dos conteúdos e também desenvolver ou buscar novas técnicas para aprimorar o que já está sendo feito em sua sala. Os temas transversais estão divididos em blocos e o alcoolismo está inserido no que diz respeito à saúde. Didaticamente o que se pretende ao ser tratado o tema em sala de aula? Segundo os PCNs: “O que se pretende é um trabalho pedagógico no qual as condições que se fazem necessárias para a saúde, sua valorização e a realização de procedimentos que a favorecem sejam o foco principal” (BRASIL, 1998, p. 274). Sendo assim, a escola não deve esperar a ocorrência dos episódios de agressões verbal e física dentro e fora de sala, a evasão escolar, o baixo desempenho dos alunos para iniciar o processo de mudança, mas há necessidade de rever e também fortalecer métodos, entre eles aqueles que inserem a família no contexto escolar. A família deve formar com a escola uma aliança para combater e vencer as mazelas sociais, porém acontece o inverso, pois uma vez a criança, o adolescente, o jovem na escola a maioria dos pais sobrecarrega a instituição com a responsabilidade de criar valores, ensinar as regras morais e éticas. Não isentando
  • 14. 14 o ambiente da escolar totalmente desta tarefa, mas o berço familiar é o primeiro a criar e inserir a boa conduta. Da mesma forma a família tem um papel primordial no combate ao uso precoce de álcool, é importantíssima a criação de laços afetivos, a fortificação dos vínculos familiares, o envolvimento dos pais na vida da criança, a clareza dos limites e da aplicação das disciplinas nos diversos processos de crescimento e desenvolvimento, tudo isso destaca ou firma-se na adolescência, porque é neste período que o indivíduo se define como pessoa, ocorrendo à formação e consolidação de estrutura básica da personalidade. O psiquiatra Arthur Guerra (2014) diz que em muitos casos os tratamentos iniciaram pela família porque “o usuário de álcool não aceita seu problema, não reconhece que o uso de bebidas alcoólicas lhe traz consequências negativas ou, até mesmo, sente-se desmotivado para buscar ajuda”. Deste modo, o elo entre escola e família, fortalecerá o combate ao uso precoce de álcool, reavaliando práticas: a escola mudando os modos como é trabalhado o assunto em sala de aula e a família buscando fortalecer os sentimentos necessários de ajuda mútua, confiança e companheirismo. 2.5 Caminhos para formação e atuação do pedagogo no alcoolismo Outra prática pedagógica ajudará na prevenção do uso precoce de álcool, é a metodologia baseada em projetos. Este é um método transgressor, e transgressão segunda a visão de Hernández (1998), entre outros aspectos, busca superar o currículo escolar voltado apenas para as disciplinas nas quais os conteúdos não fazem sentidos para a vida do educando. Trabalhar com projetos é transgredir o modelo de educação predominante em muitas salas de aulas, visando superar diversas concepções predominantes, como "a visão de um currículo escolar centrada nas disciplinas, entendidas como fragmentos empacotados em compartimento fechados" (Ibidem, p. 12), assim sendo o aluno deve construir o conhecimento deixando de ser apenas um receptáculo implicando também num "olhar diferente do docente sobre o aluno, sobe seu próprio trabalho e sobre o rendimento escolar" (Ibidem, p. 88).
  • 15. 15 Assim, cada etapa do projeto visa integrar as disciplinas proporcionando de modo integral a formação do educando, sendo "uma via para dialogar e dar respostas" (HERNÁNDES, 1998, p. 45), respondendo aos questionamentos dos alunos como "para que serve esse conteúdo?", "se isso (o conteúdo) não será utilizado no dia a dia para que estamos estudando?", por isso os projetos ajudam a mudar esta concepção estudantil e proporcionar a aquisição do conhecimento de uma forma prazerosa conferindo significado a educação. Esta mudança metodológica é necessária para que a temática em sala de aula não seja somente mais uma tratada de forma corriqueira, onde ao propor o tema, os alunos poderão construir algumas atividades, mas não assimilarão ou utilizarão este conhecimento no dia a dia, e quando falamos de projetos, podemos falar de transformações no que diz respeito a educação, pois é através de projeto que o conhecimento vem acontecendo de forma extraordinária e prática. O projeto é um conjunto de situações contextualizadas, em que há um objetivo compartilhado com as crianças desde o início, como cita Bookman (2008), no livro "Aprendizagem Baseada em projetos". Contudo, o projeto nasce com intuito de instruir os alunos na questão de ensino aprendizagem, aprender de forma diversificada e prazerosa, onde eles se envolvam nas atividades na qual irão receber e executar. Porque o trabalho com projeto? Ao inserir projeto no âmbito escolar, trabalhamos com uma grande diversidade de atrativos nas atividades, como cartazes, painéis, uso de condições etc. Ao compartilhar, os discentes são levados a interagir com o que conhecem ou vão conhecer, pois cada um vem aprender com o outro e os mesmos aprendem com o professor e vice-versa, fazendo com que o comprometimento seja muito mais prazeroso para aprendizagem acontecer com um resultado positivo. O projeto educacional como foi dito anteriormente, proporciona a transgressão do modelo educacional, pois trabalha a transdisciplinaridade e segundo Hernández (1998, p. 43) é uma forma de superar a base curricular da Escola Média fundada: "Mais nas disciplinas acadêmicas e na transmissão de conteúdo do que na formação da subjetividade dos estudantes, em facilitar-lhes estratégias para procurar, dialogar e interpretar informações que lhes permita construir pontes entre diversos fenômenos e problemas, de maneira que desenvolvam uma atitude de pesquisa que lhes leve a aprender ao longo de suas vidas".
  • 16. 16 Um projeto educacional surge da necessidade de transformar a escola num espaço de integração, cada passo do projeto visa alcançar tal integração. A culminância final do projeto e um bom resultado dependem primeiramente da definição dos problemas “para só depois escolher as disciplinas mais adequadas para se trabalhar e encontrar soluções. Trabalha-se através de conteúdos pré- definidos" (HAMZE, 2014). As etapas são organizadas de forma sequencial, de acordo com o que vai ser colocado em sequências de atividades de forma que venham envolver outras áreas como a de movimento, artes visuais, músicas e etc., pois estas diferentes áreas possibilitam que as crianças percebam, por exemplo, a diferença entre a linguagem oral e a linguagem escrita e de outros movimentos. É grande o envolvimento do educador, pois geralmente ele é o responsável pela escolha do tema. Precisa desenvolver um estudo prévio e organizado, pois, o tempo todo, os alunos estão trazendo novas informações. Seu papel é o de promover a aprendizagem de forma significativa. O projeto educativo promove ao professor meios de organização, planejamento, criatividade, relacionando tudo isso ao conteúdo do currículo. Envolvendo também as faixas etárias, para que o educador eleve sua imaginação e criatividade no seu trabalho para que os alunos venham ter uma visão de aprenderem com mais facilidade. O uso do projeto nas práticas de ensino nos dá possibilidade positiva, fazendo com que o educador procure outras estratégicas sendo um protagonista da educação. O projeto pode ser elaborado com a finalidade de melhorias na escola e de sua comunidade escolar, sendo um método relevante, pois beneficia todos que fazem parte do processo educativo, principalmente os alunos por motivar e envolvê- los na construção do conhecimento, ou seja, valoriza o saber do aluno acreditando na capacidade de que todos possuem como artífices do conhecimento e envolvendo-os em problemáticas novas e complexas. Assim os alunos são motivados a adquirir habilidades e superar a problemática do uso precoce de álcool.
  • 17. 17 2.6 Modelo de projeto educativo Trabalhar com projetos educativos é superar a visão tradicional da escola, onde os alunos sentam em fileiras e o professor deixa de ser o detentor do conhecimento, porque ajudará o aluno a descobrir a utilidades ou aplicabilidades dos conteúdos curriculares, a construir valores, pois a Aprendizagem Baseada em Projetos (APB), segundo Bookman (2008, p. 19), "não é adequada como método para ensinar algumas habilidades básicas, tais como leitura e computação; entretanto, ela fornece um ambiente para aplicação dessas habilidades". Cada etapa do projeto deve ser realizada com minuciosa atenção, pois compõe uma sequência a ser cumprida, porém devemos levar em consideração que outros nortes poderão ser tomados. Mas a avaliação não deve ser deixada de lado, uma vez que por intermédio dela os alunos "têm a oportunidade de discutir, analisar e refletir sobre suas experiências de aprendizagem, têm mais chance de reter e usar habilidades e seus conhecimentos" (Ibidem, p. 118). Será necessário fazer diversas pesquisas para que sejam formados os conceitos fundamentados em informações científicas, pois assim os alunos poderão concluir, eles mesmos, que o consumo do álcool prejudica o desenvolvimento intelectual, físico e psicológico. A seguir será apresentado um modelo de projeto educativo o qual poderá adequar-se à realidade da escola, contudo visa integrar diversas áreas do conhecimento e todas são demasiadamente importantes para o bom desempenho e a alcance de resultados positivos, agregando e estimulando valores a todos os participantes do processo educativo envolvidos na execução do projeto: 1 - Identificação: O projeto com tema “Prevenção do Uso Precoce de Álcool”, será voltado para a turma do 8° ano do ensino fundamental; 2 - Justificativa: Dentre as mazelas que encontramos no ambiente escolar o uso de drogas está presente de modo geral em todas as escolas, sendo o consumo de álcool o primeiro passo para as drogas mais pesadas, e por volta dos 12 anos iniciam as primeiras experiências com as bebidas alcoólicas; 3 - Objetivos:
  • 18. 18 Objetivo geral: Prevenir o uso precoce de álcool e fazer com que os jovens já consumidores parem de beber. Objetivos específicos:  Compreender que o alcoolismo é uma doença;  Reconhecer os males ligados ao consumo excessivo e os tratamentos disponíveis;  Disseminar o tema na comunidade, assim como realizar o diagnóstico da realidade local por meio da pesquisa de campo;  Analisar as campanhas publicitárias e suas influências. 4 - Desenvolvimento / Etapas previstas: Passo 1: Com a ajuda do professor de história memorar os fatos sobre a bebida alcoólica: como ela surgiu; as transformações dos diversos tipos de bebidas que surgiram ao longo do tempo; locais no globo terrestre onde o consumo é demasiado; Ações existentes para coibir o consumo. Passo 2: Nas aulas de matemáticas, definir os dados a serem levantados com na pesquisa de campo, esquematizando os resultados em tabelas e gráficos; Passo 3: Trabalhar nas aulas de ciências sobre os efeitos físicos e psicológicos do alcoolismo e quais as doenças provenientes deste mal, assim como os tratamentos disponíveis; Passo 4: Nas aulas de Química mostrar as fórmulas de composições, os processos de destilação do álcool e os componentes das bebidas mais comuns. Passo 5: Identificar, selecionar e recortar propagandas em jornais e revistas, produzindo cartazes alertando sobre o consumo e suas consequências para o organismo e para a vida social. Também baixar da internet comerciais para serem analisados. Contar com ajuda do professor de artes na produção dos cartazes e do professor de Língua Portuguesa para orientar a criação de frases impactantes e analisar os textos dos cartazes; 5 - Cronograma: O período de realização do projeto será de no mínimo um semestre. 6 - Recursos Didáticos:  Serão necessários recursos como revistas, jornais, livros, cola, tesoura, papéis para o mural, enfeites, gravuras;  Entrevistas com pessoas da família e da sociedade;
  • 19. 19  Equipamentos de audiovisuais: Datashow, caixa amplificadora de som, microfone. 7 - Conclusão: Socializar as informações obtidas: convidar toda comunidade escolar e enfatizando a presença dos pais. Realizar a exposições dos cartazes, palestras com algum profissional de saúde, produzir uma peça teatral e criar um debate com a os presentes. Produzir panfletos a serem distribuídos no bairro onde a escola está inserida. Se possível participar em algum programa de rádio para alertar sobre o alcoolismo, causas e consequências. 8 – Avaliação: Avaliar o empenho dos alunos para realizar as atividades propostas, assim como os conhecimentos obtidos e a evolução de cada, isto é, se houve mudança de mentalidade por parte dos que já consumiam, por meio de questionário e roda de conversa. 3 – Conclusão Os fatores que estimulam o consumo precoce de álcool são diversos, como a influência da mídia, a predisposição genética, porém hoje é consenso que alcoolismo é uma patologia e por isso precisa ser tratado como tal, sobretudo por danificar diversas áreas do organismo, principalmente as ligadas ao comportamento e ao aprendizado sendo mais perceptível quando o indivíduo está em idade escolar, especialmente os adolescentes. A adolescência é uma fase de mudança, de transição, pois o indivíduo precisa tomar suas próprias decisões e muitas são incorretas devido à pressão dos grupos sociais e é neste momento que o há envolvimento com substâncias psicoativas e o consumo abusivo e precoce de bebidas alcoólicas. Também dentre as causas que levam o adolescente a iniciar o consumo de bebidas alcoólicas está o fácil acesso nos estabelecimentos comerciais. As consequências do uso abusivo de bebidas alcoólicas são observadas com a diminuição do rendimento escolar, violência, agressividade, o afastamento ou a evasão escolar. Há dados que constatam que no Brasil a evasão escolar está em
  • 20. 20 entre as mais altas em comparação a outros países em desenvolvimento. O Ministério da Educação também constatou que mais de 6% dos alunos matriculados no ensino fundamental deixam a escola antes de completar os nove anos que compõe esta etapa da educação básica. Neste sentido, fala-se num trabalho de conjunto entre família e escola, pois com a vida corrida que os pais levam é posto sobre responsabilidades da escola o fortalecimento, em muitos casos, da criação de valores morais e éticos. À escola cabe rever como o assunto do alcoolismo é tratado no âmbito escolar e a família fortalecer os vínculos afetivos. Dentre as práticas pedagógicas que necessitam ser revista está o trato do assunto como um tema transversal, sem importância ou que não contribui para o desenvolvimento cógnito dos alunos, fugindo da concepção de tema transversal estabelecido pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. Assim, fala-se da necessidade de transgredir o modelo atual de educação, ou seja, superar a visão tradicional da escola, onde os alunos são enfileirados e recebem passivamente os conteúdos da matriz curricular. Para mudar esta realidade é proposto a metodologia baseada em projetos, uma prática recente apoiada pela maioria dos educadores da atualidade, pois promove uma educação inclusiva, isto é, estimula o aluno a tornar-se artífice do conhecimento. Por fim, evitar a exclusão do jovem e trabalhar contra o acesso facilitado ao uso precoce de bebidas alcoólicas dependerá da busca de conhecimentos para as mudanças de atitude aperfeiçoando habilidades que promovam uma educação de qualidade, contribuindo assim para uma sociedade mais saudável.
  • 21. 21 4 – Referências ABDA. O que é o TDAH. Disponível em: http://www.tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e- o-tdah.html. Acesso em 27 de Jul. 2014; BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: Uma introdução ao estudo da psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Terceiro e Quarto Ciclo: Apresentação dos temas transversais. Brasília: MEC/SEF, 1998. ______. Lei nº 9.294, de 15 de julho de 1996. Dispõe sobre as Restrições ao Uso e à Propaganda de Produtos Fumígeros, Bebidas Alcoólicas, Medicamentos, Terapias e Defensivos Agrícolas. Diário Oficial da República. ______. O Estatuto da Criança e do Adolescente. 7 ed. Brasília: Edições Câmera, 2010; CISA. Álcool e Sistema Nervoso Central. Disponível em: http://www.cisa.org.br/artigo/229/alcool-sistema-nervoso-central.php. Acesso em 27 de Jul. 2014; CRIANÇA, Pastoral da. Guia do líder da Pastoral da Criança. 10 ed. Curitiba, 2007 EDUCATION. Buck Institute for. Aprendizagem Baseadas em Projetos: Guia para Professores de Ensino Fundamental e Médio. Rio de Janeiro: Artmed, 2008; GUERRA, Arthur. Papel da família é essencial no tratamento do alcoolismo. Disponível em: http://www.minhavida.com.br/familia/materias/16256-papel-da- familia-e-essencial-no-tratamento-do-alcoolismo. Acesso em 12 de ago. 2014; HAMZE, Amelia. Brasil Escola: Projetos de trabalho em Educação. 2010. Disponível em: http://educador.brasilescola.com/gestao-educacional/fernando-hernandez.htm. Acesso em: 13 ago. 2014; HERNÁNDEZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação. Porto alegre: Artemed, 1998; HECKMANN, Wolfgang; SILVEIRA, Camila Magalhães. Dependência do álcool: aspectos clínicos e diagnósticos. Disponível em: http://www.cisa.org.br/UserFiles/File/alcoolesuasconsequencias-pt-cap3.pdf. Acesso em 01 de Ago. 2014; LOPES, NOÊMIA. Disponível em: http://gestaoescolar.abril.com.br/aprendizagem/como-combater-abandono-evasao- escolar-falta-alunos-abandono-acompanhamento-frequencia-551821.shtml?page=1. Acesso em 27 de Jul. 2014; PAULO, Folha de São. Abuso de álcool causa danos ao cérebro de adolescentes. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/746967-abuso-de-
  • 22. 22 alcool-causa-danos-ao-cerebro-de-adolescentes.shtml. Acesso em 09 de ago. de 2014; PECHANSKY Flavio; SZOBOT, Claudia Maciel; SCIVOLETTO, Sandra. Uso de álcool entre adolescentes: conceitos, características epidemiológicas e fatores etiopatogênicos. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbp/v26s1/a05v26s1. Acesso em 07 de ago. 2014; PILETTI, Nelson; ROSSATO, Solange Marques. Psicologia da Aprendizagem: da Teoria do Condicionamento ao Construtivismo. São Paulo: Contexto, 2013; SCHIN. Disponível e: http://schin.com.br/home. Acesso em 05 de ago. 2014. TONICO, Leonidas Silva. Alcoolismo: como enfrentar e superar. 5a ed. São Paulo: Paulinas, 2011; WATANABE Adriano L. A; PARDAL Poliana P. M. Disponível em: http://meuartigo.brasilescola.com/psicologia/as-drogas-papel-psicologo-escolar-no- tratamento-prevencao-.htm. Acesso em 07 de ago. 2014.
  • 23. 23 5 – Anexo IMAGEM 1: Alerta sobre o consumo de cerveja Imagem retirada do vídeo disponível em: http://schin.com.br/home. Acesso em 05 de ago. 2014.