1. [Peppermint 005]
Óleo essencial: Mentha piperita
Composto: Mentol, p-mentona, L-carvona, pulegona, iso-mentona, d-cânfora, 1,8-
cineol, beta pineno e trans-cariofileno
Título: Antifibrogenic Influence of Mentha piperita Essential Oil against CCl4-Induced
Liver Fibrosis in Rats
"Influência antifibrogênica de Óleo essencial Mentha piperita L. contra fibrose hepática
induzida por CCl4 em ratos".
Autor: Hanan A. Ogaly, Nadia A. Eltablawy e Reham M. Abd-Elsalam
Journal: Oxidative Medicine and Cellular Longevity
Vol (Issue): 2018
Ano: 2018
DOI: 10.1155/2018/4039753
TAGs: Peppermint; Mentha piperita; fibrose hepática; fígado; cirrose; antioxidante;
mentol; p-mentona; L-carvona; pulegona; iso-mentona; d-cânfora; 1,8-cineol; beta
pineno; trans-cariofileno; lesão hepática; terapias antifibróticas; antioxidante; tumor;
dano oxidativo; resposta inflamatória; inflamação; injeção peritoneal; CCL4; agente
antifibrogênico; hortelã-pimenta; in vivo; fibrose; colágeno; alterações hepatotóxicas
graves; marcadores séricos de lesão hepática (ALT e AST); proliferação celular; fibras
de colágeno; fígado; controle fibrótico; Exame histopatológico; necrose hepatocelular;
Sobre o artigo:
A fibrose hepática e a cirrose são as consequências finais da lesão hepática crônica
induzida por vários agentes etiológicos, e são geralmente caracterizadas por dano
oxidativo do tecido, infiltração de células inflamatórias e deposição excessiva de
colágeno.
2. Portanto, pode-se afirmar que a fibrose é uma formação anormal grande de tecido
cicatricial no fígado e seu mecanismo tem sido extensivamente estudado, no entanto,
ainda faltam terapias antifibróticas que demonstrem ser realmente eficazes.
Investigações farmacológicas anteriores demonstraram que o óleo essencial de M.
piperita (OEMP) possui atividades analgésica, antifúngica, antibacteriana,
antiparasitária e imunomoduladora.
Diante disso, o presente estudo teve como objetivo investigar os efeitos do óleo
essencial de Mentha piperita (OEMP) contra a fibrose hepática e elucidar os potenciais
mecanismos moleculares subjacentes.
Para tal, foram analisados 40 animais, divididos em 4 grupos:
Grupo 1: serviu como controle normal;
Grupo 2: (fibrose hepática): recebeu duas vezes por semana CCl4 (tetracloreto
de carbono, sua administração serve de modelo experimental para produzir
fibrose hepática) por 8 semanas;
Grupo 3: recebeu CCl4 mais OEMP (diariamente, a partir da 3ª semana);
Grupo 4: recebeu apenas OEMP.
Resultados:
O OEMP hidrodestilado foi submetido a análises qualitativas e quantitativas por meio
de cromatografia gasosa acoplada a espectrofotometria de massa (CG-EM) e os
principais constituintes químicos identificados foram: mentol (46%), p-mentona (18%),
L-carvona (15%), pulegona (6%), iso-mentona (5%) e D-cânfora (3%). Além de que
pequenas quantidades de 1,8-cineol, beta pineno, trans-cariofileno e limoneno também
foram identificadas.
Os pesquisadores observaram que 8 semanas de administração de CCl4 foram
suficientes para induzir alterações hepatotóxicas graves, detectadas pelas atividades
consideravelmente elevadas dos marcadores séricos de lesão hepática (ALT e AST).
3. O aumento da liberação dessas enzimas (ALT e AST) reflete danos e vazamentos de
hepatócitos e fornece importantes biomarcadores de diagnóstico para doenças
hepáticas. Além disso, altos níveis de AST e ALT estão associados a um risco
aumentado de progressão da fibrose.
Os fígados do grupo 2 mostraram uma expressão aumentada das proteínas TGF-β1 e
SMAD3 (proteínas que executam muitas funções celulares, incluindo o controle do
crescimento celular, proliferação celular, diferenciação celular e apoptose) conforme
detectado pelo aumento da imunorreatividade, em comparação com grupo controle.
O OEMP na dose investigada (50 mg/kg) melhorou significativamente os índices
hepáticos, o perfil antioxidante e o quadro histológico do tecido hepático. Como
também reduziu significativamente a ALT e AST sérica, indicando uma integridade
hepática preservada e uma função melhorada.
A administração em conjunto de OE com CCI4 (indutor de lesão hepática) melhorou
significativamente danos às células hepáticas e reduziu a resposta inflamatória para
reparação das mesmas. Esses dados refletem a eficácia do OEMP para reduzir os
efeitos tóxicos nas células do fígado induzido por CCl4.
No mesmo contexto, o grupo 3 tratado com OEMP, mostrou reduções marcantes na
expressão das proteínas que controlam a proliferação celular (TBF-α), em comparação
com o grupo de fibrose CCl4, o que pode ser explicado pela redução da deposição de
colágeno e de fibrose, em comparação com o grupo controle de fibrose hepática.
A p53 é uma proteína supressora de tumor que regula a transcrição de uma infinidade
de proteínas-alvo envolvidas no ciclo celular, no reparo do DNA e na indução de
apoptose. Portanto, um nível considerável de proteína p53 foi detectado nos fígados do
grupo de fibrose, relatando que a expressão da p53 aumenta após o início da lesão
hepática.
4. Em contraste, no grupo tratado com OEMP, a expressão da proteína p53 foi
significativamente suprimida, e essa regulação negativa pode ter contribuído para a
redução da fibrose hepática neste grupo.
Já o exame histopatológico dos grupos normal e OEMP revelou a arquitetura
histológica hepática normal [Figura 1 (a) e (d)].
O grupo controle de fibrose (grupo 2) apresentou marcada degeneração gordurosa dos
hepatócitos, necrose hepatocelular com agregação de células inflamatórias
mononucleares e ponte de fibras de colágeno (Figura 1b). O grupo 3, que recebeu
CCl4 + MPOE, apresentou acentuada atenuação das lesões histopatológicas
previamente descritas em relação ao grupo controle fibrótico (Figura 1c).
Com a coloração MT, o fígado dos grupos controle e OEMP apresentou distribuição
normal das fibras de colágeno [Figuras 2 (a) e (d)]. O grupo de controle fibrótico
apresentou fibrose em ponte grave com deposição acentuada de colágeno no fígado,
estendendo-se de portal para portal, portal para central e central para central e
formação de pseudolóbulos (Figura 3b).
No grupo 3 (CCl 4 + OEMP), a deposição de colágeno foi acentuadamente reduzida e
os septos colágenos tornaram-se mais delgados que os do grupo controle fibrótico
(Figura 3c).
5. Figura 2: Exame histopatológico dos tecidos do fígado (H & E, × 200). (a) Grupo 1 (controle
normal) mostrando quadro histológico normal do fígado. (b) Grupo 2 (controle de fibrose)
mostrando degeneração gordurosa dos hepatócitos, necrose hepatocelular e agregação de
células inflamatórias mononucleares ao longo dos septos de colágeno. (c) Grupo 3 (tratado
com OEMP) mostrando necrose hepatocelular moderada, redução acentuada da formação de
septos de colágeno e agregação de células inflamatórias mononucleares. (d) Grupo 4 (controle
OEMP) mostrando arquitetura celular hepática normal
6. Figura 3: Fotomicrografia do fígado corado com coloração MT (× 100). (a) e (d) O controle
normal (grupo 1) e o controle OEMP (grupo 4) mostrando distribuição normal de fibras de
colágeno nas áreas portais. (b) Grupo 2 (controle de fibrose) mostrando ponte fibrosa marcada
com deposição excessiva de fibras de colágeno. (c) Grupo 3 (tratado com OEMP) mostrando
acentuada atenuação da distribuição e deposição das fibras de colágeno.
Na prática:
Muito interessante! O OEMP melhorou significativamente os índices hepáticos, o perfil
antioxidante e o quadro histológico do tecido hepático. Assim como também reduziu
significativamente os marcadores séricos de lesões no fígado, indicando uma
integridade hepática preservada e uma função melhorada.
7. Portanto, os pesquisadores sugerem que o OEMP pode ser um agente antifibrogênico
eficaz na prevenção da progressão da fibrose hepática.