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[Copaíba 011]
Óleo essencial: Cannabis sativa
Composto: β-cariofileno
Título: The cannabinoid receptor 2 agonist, β-caryophyllene, reduced voluntary alcohol
intake and attenuated ethanol-induced place preference and sensitivity in mice
“O agonista do receptor 2 canabinóide, β-cariofileno, reduziu a ingestão de álcool,
induziu a preferência de lugar atenuada por etanol e a sensibilidade em ratos”
Autor: Shamma Al Mansouri, Shreesh Ojha, Elyazia Al Memari, Mouza Al Ameri, Syed
M.Nurulain e Amine Bahi.
Journal: Pharmacology, Biochemistry and Behavior
Vol (Issue): 124
Ano: 2014
DOI: 10.1016/j.pbb.2014.06.025
TAGs: AM630; β-cariofileno; receptores CB2; preferência de local condicionado; LORR;
escolha de duas garrafas; alcoolismo; canabinóides; ingestão de álcool; Cannabis
sativa; dependência de álcool; injeção intraperitoneal; copaíba; agonista; in vivo;
percepção do paladar; consumo voluntário de álcool; comportamentos apetitivos;
dependência de álcool; ação anti-aditiva; comportamentos de preferência; antagonista
do receptor CB2 seletivo; ligantes endocanabinóides; peso corporal; alcoolismo;
preferência de sabor; palatabilidade; copaíba.
Sobre o artigo:
A dependência do álcool é um sério problema médico, social e econômico em termos
de morbidade, mortalidade e incapacidade em todo o mundo. De acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS), a dependência do álcool é responsável por 4%
das doenças globais, um pouco inferior à causada pelo tabagismo (4,1%) e hipertensão
(4,4%).
Nos últimos anos, evidências acumuladas sugerem uma interação entre a dependência
de álcool e o sistema endocanabinóide (SEC), em que os ligantes endocanabinóides –
derivados de lipídios bioativos endógenos – atuam através dos receptores
canabinóides CB1 e CB2, que se acoplam à classe de proteínas G αi/o e têm
distribuição pré-sináptica ou pós-sináptica no cérebro.
O SEC demonstrou desempenhar um papel importante no abuso e dependência de
drogas, incluindo os efeitos de reforço do álcool, opióides, nicotina e cocaína. Desde a
sua descoberta, evidências acumuladas têm demonstrado que o álcool interage com o
SEC e os receptores canabinóides CB1 e CB2 desempenhando um papel importante e
abrangente na etiologia da dependência, sugerindo que esses receptores podem ser
um alvo terapêutico potencial.
O bloqueio farmacológico dos receptores CB1 mostra diminuição da autoadministração
operante do etanol (EtOH) e seu consumo voluntário em roedores. Além disso,
numerosos estudos pré-clínicos demonstraram que a ativação do receptor CB1 facilita
o consumo de etanol (EtOH), enquanto o antagonismo do receptor CB1 reduz as
propriedades motivacionais do EtOH e sem efeito no metabolismo do EtOH.
Embora o antagonismo de CB1 pareça favorável para o tratamento da dependência de
álcool, relatos de efeitos psiquiátricos adversos com antagonistas de CB1 em ensaios
clínicos direcionaram o desenvolvimento de outras alternativas em SEC, especialmente
receptores CB2 identificados no cérebro – particularmente no córtex, hipocampo e
substância nigra – e também envolvida nos processos ansiogênicos, pneumônicos e
motores.
Além disso, sabe-se que o consumo de álcool altera a expressão do gene do receptor
CB2 no cérebro. Portanto, dada à relevância funcional do receptor CB2, seu
direcionamento farmacológico pode fornecer uma nova via terapêutica para o
tratamento da dependência de álcool.
A ativação dos receptores CB2 parece ser uma estratégia farmacológica interessante
para contornar os indesejáveis efeitos psicotrópicos da inibição do receptor CB1. Em
um estudo recente, a ativação seletiva dos receptores CB2 mostrou reduzir os efeitos
de reforço da cocaína, por exemplo.
Recentemente, o β-cariofileno (BCP), um sesquiterpeno derivado naturalmente que
possui atividade agonista total nos receptores CB2 (afinidade significativa para a
ligação a receptores CB1), chamou a atenção por seu potencial terapêutico.
A recente aprovação do BCP pelo FDA como um aditivo alimentar e em cosméticos,
bem como sua ampla disponibilidade e aparente não toxicidade (geralmente
considerada segura), torna-o um excelente candidato para uma nova abordagem
terapêutica na dependência de álcool.
Portanto, o objetivo do presente estudo foi investigar os efeitos do BCP no consumo de
álcool e avaliar sua preferência em modelos de rato com dependência de álcool.
Especificamente, examinou-se os comportamentos apetitivos ao álcool em um
paradigma de escolha de duas garrafas usando um paradigma de acesso a EtOH
ilimitado em camundongos adultos tratados com veículo e BCP.
Em seguida, examinou-se vários fatores envolvidos na mediação de comportamentos
apetitivos ao álcool, incluindo sensibilidade ao sabor doce / amargo, comportamentos
de preferência (CPP) eliciado por EtOH e sensibilidade ao EtOH.
Finalmente, para elucidar o mecanismo mediado pelo receptor CB2 e avaliar a
contribuição desse receptor na ação anti-aditiva do BCP, os cientistas também
examinaram os efeitos do AM630, um antagonista farmacológico do receptor CB2 que
foi administrado antes do tratamento com BCP.
Resultados:
Os resultados demonstraram pela primeira vez que a ativação farmacológica do
receptor CB2 usando BCP é acompanhada por uma diminuição no consumo voluntário
de álcool e comportamentos de preferência (CPP) que não podem ser atribuídos a
diferenças na percepção do paladar.
Outra descoberta importante foi que os camundongos tratados com BCP expressaram
menos EtOH-CPP (preferência de lugar condicionado com EtOH). Mais importante
ainda, a abolição dos efeitos do BCP em camundongos pré-tratados com AM630, um
antagonista do receptor CB2 seletivo, forneceu evidências adicionais para apoiar o fato
de que os efeitos do BCP são mediados pela ativação do receptor CB2, que tem
grande envolvimento na regulação dos distúrbios do álcool.
Portanto, o direcionamento de receptores CB2 também parece ser uma estratégia
interessante para um novo tratamento da dependência de álcool, sabendo de sua
existência no SNC como seu envolvimento em vários transtornos neuropsiquiátricos,
incluindo depressão, esquizofrenia, ansiedade e alcoolismo.
Há certamente um entendimento emergente de que a ativação do receptor CB2 está
associada à vulnerabilidade ao consumo de álcool e isso é fortemente apoiado pelos
resultados do estudo atual, que mostrou que o consumo voluntário de álcool e a
preferência diminuíram significativamente em camundongos injetados com BCP em
comparação com o grupo de veículo.
Recentemente, compostos sintetizados que são análogos dos agonistas do receptor
CB2, mostraram diminuir a autoadministração de álcool sem afetar a ingestão total de
líquidos.
E os resultados do presente estudo corroboram com esses achados, pois o BCP não
afetou a ingestão total de líquidos e, ao contrário de outros agentes usados para a
dependência do álcool, não alterou o peso corporal durante o período de tratamento,
uma característica favorável para seu uso potencial na dependência do álcool.
Os resultados de outro estudo usando modelos genéticos também fornecem muito
suporte para essas conclusões, onde camundongos que desenvolveram preferência
por EtOH mostraram expressão reduzida do gene do receptor CB2 e a deleção do
gene CB2 demonstrou aumentar a preferência e vulnerabilidade para o consumo de
álcool.
Este é o primeiro relato de que a ativação farmacológica do receptor CB2 (usando
BCP) é acompanhada por uma diminuição no consumo voluntário de EtOH e
comportamentos de preferência que não são atribuídos a diferenças na percepção do
sabor.
Um teste de preferência de lugar condicionado (CPP) para medir a recompensa
condicionada induzida por EtOH em camundongos também foi realizado. Os resultados
mostraram que, quando dada uma escolha de ambiente, os camundongos injetados
com veículo preferiram a caixa emparelhada com álcool.
Em contraste, os camundongos injetados com BCP não mostraram qualquer
preferência entre as duas caixas, passando aproximadamente o mesmo tempo em
cada uma.
Além do consumo reduzido e da preferência de álcool após a injeção de BCP, outro
achado importante é que camundongos tratados com BCP apresentaram aquisição
reduzida de EtOH-CPP.
Para apoiar as descobertas de que o BCP tem efeitos mediados centralmente e
envolvem os receptores CB2 centrais, a farmacodinâmica do álcool em camundongos
tratados com veículo e BCP foi comparada para avaliar se as diferenças no consumo
voluntário de álcool e na preferência poderiam ser devido a uma redução de atividade
do metabolismo do álcool em camundongos injetados com BCP.
Contudo, os resultados mostraram que não houve diferença no tempo entre os dois
grupos, sugerindo que não houve diferenças nos níveis de metabolismo do álcool.
Esses resultados apoiam ainda mais o conceito de um papel para os receptores CB2
centrais no consumo e preferência de álcool e fundamentam o resultado principal do
estudo atual, sendo que a ativação do receptor CB2 está associada ao consumo
voluntário atenuado de álcool e preferência em camundongos.
Em resumo, os resultados do presente estudo demonstraram claramente que o BCP
reduziu significativamente a ingestão voluntária de álcool e as pontuações de CPP de
camundongos por meio da ativação do receptor CB2, que é ainda substanciada por
uma reversão significativa dos efeitos do BCP pelo antagonista do receptor CB2,
AM630.
Os efeitos do BCP mediados pelo receptor CB2 no consumo de álcool, propriedades de
preferência e recompensa podem oferecer pistas para a patogênese do alcoolismo e
abrir caminhos adicionais para estratégias terapêuticas potenciais.
Além disso, os resultados deste estudo também sugerem que os compostos
semelhantes ao BCP podem ser promissores para uso no tratamento de transtornos de
dependência do álcool.
Na prática:
Problemas com alcoolismo? Os terpenos podem te ajudar! É impressionante como um
composto pode obter diversas formas de utilização e ajudar no tratamento de diversas
doenças.
Os resultados desse estudo demonstraram claramente que o BCP reduziu
significativamente a ingestão voluntária de álcool entre os camundongos através da
ativação do receptor endocanabinóide CB2, sugerindo que esses compostos podem
ser promissores para uso no tratamento de transtornos por dependência de álcool,
reduzindo a ingestão voluntária dos indivíduos.
Como terapia alternativa adjuvante para o tratamento do alcoolismo, você poderia fazer
a ingestão de 1-2 gotas do óleo essencial de copaíba (que é rico em BCP) diariamente.

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  • 1. [Copaíba 011] Óleo essencial: Cannabis sativa Composto: β-cariofileno Título: The cannabinoid receptor 2 agonist, β-caryophyllene, reduced voluntary alcohol intake and attenuated ethanol-induced place preference and sensitivity in mice “O agonista do receptor 2 canabinóide, β-cariofileno, reduziu a ingestão de álcool, induziu a preferência de lugar atenuada por etanol e a sensibilidade em ratos” Autor: Shamma Al Mansouri, Shreesh Ojha, Elyazia Al Memari, Mouza Al Ameri, Syed M.Nurulain e Amine Bahi. Journal: Pharmacology, Biochemistry and Behavior Vol (Issue): 124 Ano: 2014 DOI: 10.1016/j.pbb.2014.06.025 TAGs: AM630; β-cariofileno; receptores CB2; preferência de local condicionado; LORR; escolha de duas garrafas; alcoolismo; canabinóides; ingestão de álcool; Cannabis sativa; dependência de álcool; injeção intraperitoneal; copaíba; agonista; in vivo; percepção do paladar; consumo voluntário de álcool; comportamentos apetitivos; dependência de álcool; ação anti-aditiva; comportamentos de preferência; antagonista do receptor CB2 seletivo; ligantes endocanabinóides; peso corporal; alcoolismo; preferência de sabor; palatabilidade; copaíba. Sobre o artigo: A dependência do álcool é um sério problema médico, social e econômico em termos de morbidade, mortalidade e incapacidade em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dependência do álcool é responsável por 4% das doenças globais, um pouco inferior à causada pelo tabagismo (4,1%) e hipertensão (4,4%). Nos últimos anos, evidências acumuladas sugerem uma interação entre a dependência de álcool e o sistema endocanabinóide (SEC), em que os ligantes endocanabinóides – derivados de lipídios bioativos endógenos – atuam através dos receptores
  • 2. canabinóides CB1 e CB2, que se acoplam à classe de proteínas G αi/o e têm distribuição pré-sináptica ou pós-sináptica no cérebro. O SEC demonstrou desempenhar um papel importante no abuso e dependência de drogas, incluindo os efeitos de reforço do álcool, opióides, nicotina e cocaína. Desde a sua descoberta, evidências acumuladas têm demonstrado que o álcool interage com o SEC e os receptores canabinóides CB1 e CB2 desempenhando um papel importante e abrangente na etiologia da dependência, sugerindo que esses receptores podem ser um alvo terapêutico potencial. O bloqueio farmacológico dos receptores CB1 mostra diminuição da autoadministração operante do etanol (EtOH) e seu consumo voluntário em roedores. Além disso, numerosos estudos pré-clínicos demonstraram que a ativação do receptor CB1 facilita o consumo de etanol (EtOH), enquanto o antagonismo do receptor CB1 reduz as propriedades motivacionais do EtOH e sem efeito no metabolismo do EtOH. Embora o antagonismo de CB1 pareça favorável para o tratamento da dependência de álcool, relatos de efeitos psiquiátricos adversos com antagonistas de CB1 em ensaios clínicos direcionaram o desenvolvimento de outras alternativas em SEC, especialmente receptores CB2 identificados no cérebro – particularmente no córtex, hipocampo e substância nigra – e também envolvida nos processos ansiogênicos, pneumônicos e motores. Além disso, sabe-se que o consumo de álcool altera a expressão do gene do receptor CB2 no cérebro. Portanto, dada à relevância funcional do receptor CB2, seu direcionamento farmacológico pode fornecer uma nova via terapêutica para o tratamento da dependência de álcool. A ativação dos receptores CB2 parece ser uma estratégia farmacológica interessante para contornar os indesejáveis efeitos psicotrópicos da inibição do receptor CB1. Em um estudo recente, a ativação seletiva dos receptores CB2 mostrou reduzir os efeitos de reforço da cocaína, por exemplo. Recentemente, o β-cariofileno (BCP), um sesquiterpeno derivado naturalmente que possui atividade agonista total nos receptores CB2 (afinidade significativa para a ligação a receptores CB1), chamou a atenção por seu potencial terapêutico. A recente aprovação do BCP pelo FDA como um aditivo alimentar e em cosméticos, bem como sua ampla disponibilidade e aparente não toxicidade (geralmente considerada segura), torna-o um excelente candidato para uma nova abordagem terapêutica na dependência de álcool.
  • 3. Portanto, o objetivo do presente estudo foi investigar os efeitos do BCP no consumo de álcool e avaliar sua preferência em modelos de rato com dependência de álcool. Especificamente, examinou-se os comportamentos apetitivos ao álcool em um paradigma de escolha de duas garrafas usando um paradigma de acesso a EtOH ilimitado em camundongos adultos tratados com veículo e BCP. Em seguida, examinou-se vários fatores envolvidos na mediação de comportamentos apetitivos ao álcool, incluindo sensibilidade ao sabor doce / amargo, comportamentos de preferência (CPP) eliciado por EtOH e sensibilidade ao EtOH. Finalmente, para elucidar o mecanismo mediado pelo receptor CB2 e avaliar a contribuição desse receptor na ação anti-aditiva do BCP, os cientistas também examinaram os efeitos do AM630, um antagonista farmacológico do receptor CB2 que foi administrado antes do tratamento com BCP. Resultados: Os resultados demonstraram pela primeira vez que a ativação farmacológica do receptor CB2 usando BCP é acompanhada por uma diminuição no consumo voluntário de álcool e comportamentos de preferência (CPP) que não podem ser atribuídos a diferenças na percepção do paladar. Outra descoberta importante foi que os camundongos tratados com BCP expressaram menos EtOH-CPP (preferência de lugar condicionado com EtOH). Mais importante ainda, a abolição dos efeitos do BCP em camundongos pré-tratados com AM630, um antagonista do receptor CB2 seletivo, forneceu evidências adicionais para apoiar o fato de que os efeitos do BCP são mediados pela ativação do receptor CB2, que tem grande envolvimento na regulação dos distúrbios do álcool. Portanto, o direcionamento de receptores CB2 também parece ser uma estratégia interessante para um novo tratamento da dependência de álcool, sabendo de sua existência no SNC como seu envolvimento em vários transtornos neuropsiquiátricos, incluindo depressão, esquizofrenia, ansiedade e alcoolismo. Há certamente um entendimento emergente de que a ativação do receptor CB2 está associada à vulnerabilidade ao consumo de álcool e isso é fortemente apoiado pelos resultados do estudo atual, que mostrou que o consumo voluntário de álcool e a preferência diminuíram significativamente em camundongos injetados com BCP em comparação com o grupo de veículo. Recentemente, compostos sintetizados que são análogos dos agonistas do receptor CB2, mostraram diminuir a autoadministração de álcool sem afetar a ingestão total de líquidos.
  • 4. E os resultados do presente estudo corroboram com esses achados, pois o BCP não afetou a ingestão total de líquidos e, ao contrário de outros agentes usados para a dependência do álcool, não alterou o peso corporal durante o período de tratamento, uma característica favorável para seu uso potencial na dependência do álcool. Os resultados de outro estudo usando modelos genéticos também fornecem muito suporte para essas conclusões, onde camundongos que desenvolveram preferência por EtOH mostraram expressão reduzida do gene do receptor CB2 e a deleção do gene CB2 demonstrou aumentar a preferência e vulnerabilidade para o consumo de álcool. Este é o primeiro relato de que a ativação farmacológica do receptor CB2 (usando BCP) é acompanhada por uma diminuição no consumo voluntário de EtOH e comportamentos de preferência que não são atribuídos a diferenças na percepção do sabor. Um teste de preferência de lugar condicionado (CPP) para medir a recompensa condicionada induzida por EtOH em camundongos também foi realizado. Os resultados mostraram que, quando dada uma escolha de ambiente, os camundongos injetados com veículo preferiram a caixa emparelhada com álcool. Em contraste, os camundongos injetados com BCP não mostraram qualquer preferência entre as duas caixas, passando aproximadamente o mesmo tempo em cada uma. Além do consumo reduzido e da preferência de álcool após a injeção de BCP, outro achado importante é que camundongos tratados com BCP apresentaram aquisição reduzida de EtOH-CPP. Para apoiar as descobertas de que o BCP tem efeitos mediados centralmente e envolvem os receptores CB2 centrais, a farmacodinâmica do álcool em camundongos tratados com veículo e BCP foi comparada para avaliar se as diferenças no consumo voluntário de álcool e na preferência poderiam ser devido a uma redução de atividade do metabolismo do álcool em camundongos injetados com BCP. Contudo, os resultados mostraram que não houve diferença no tempo entre os dois grupos, sugerindo que não houve diferenças nos níveis de metabolismo do álcool. Esses resultados apoiam ainda mais o conceito de um papel para os receptores CB2 centrais no consumo e preferência de álcool e fundamentam o resultado principal do estudo atual, sendo que a ativação do receptor CB2 está associada ao consumo voluntário atenuado de álcool e preferência em camundongos.
  • 5. Em resumo, os resultados do presente estudo demonstraram claramente que o BCP reduziu significativamente a ingestão voluntária de álcool e as pontuações de CPP de camundongos por meio da ativação do receptor CB2, que é ainda substanciada por uma reversão significativa dos efeitos do BCP pelo antagonista do receptor CB2, AM630. Os efeitos do BCP mediados pelo receptor CB2 no consumo de álcool, propriedades de preferência e recompensa podem oferecer pistas para a patogênese do alcoolismo e abrir caminhos adicionais para estratégias terapêuticas potenciais. Além disso, os resultados deste estudo também sugerem que os compostos semelhantes ao BCP podem ser promissores para uso no tratamento de transtornos de dependência do álcool. Na prática: Problemas com alcoolismo? Os terpenos podem te ajudar! É impressionante como um composto pode obter diversas formas de utilização e ajudar no tratamento de diversas doenças. Os resultados desse estudo demonstraram claramente que o BCP reduziu significativamente a ingestão voluntária de álcool entre os camundongos através da ativação do receptor endocanabinóide CB2, sugerindo que esses compostos podem ser promissores para uso no tratamento de transtornos por dependência de álcool, reduzindo a ingestão voluntária dos indivíduos. Como terapia alternativa adjuvante para o tratamento do alcoolismo, você poderia fazer a ingestão de 1-2 gotas do óleo essencial de copaíba (que é rico em BCP) diariamente.