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❉ Sexta - Estudo adicional
Cristo e Sua lei; Lição 222014 - Cristo e a lei de Moisés
O Desejado de Todas as Nações, p. 447-454: "Na Festa dos Tabernáculos".
Três vezes por ano era exigido dos judeus reunirem-se em Jerusalém para fins religiosos. Envolto na coluna
de nuvem, o invisível Guia de Israel dera instruções quanto a esses cultos. Durante o cativeiro dos judeus,
eles não puderam ser observados; mas ao ser o povo restabelecido em seu próprio país, recomeçara a
observância dessas comemorações. Era o desígnio de Deus que esses aniversários O trouxessem à mente
do povo. Com poucas exceções, porém, os sacerdotes e guias da nação haviam perdido de vista esse
objetivo. Aquele que ordenara essas assembleias nacionais e lhes compreendia o significado, testemunhava
a deturpação das mesmas.
Pág. 448
A festa dos tabernáculos era a reunião final do ano. Era desígnio de Deus que, por essa ocasião, o povo
refletisse em Sua bondade e misericórdia. Toda a Terra estivera sob Sua direção, recebendo Suas bênçãos.
Dia e noite permanecera sobre ela o Seu cuidado. O Sol e a chuva tinham feito com que o solo produzisse
frutos. Dos vales e planícies da Palestina, tinha sido recolhido o cereal. Apanhadas as azeitonas,
armazenara-se o precioso azeite. A palmeira tinha oferecido sua contribuição. Os viçosos cachos da videira
haviam sido comprimidos no lagar.
A festa continuava por sete dias, e para celebração da mesma, os habitantes da Palestina, bem como muitos
de outras terras, deixavam sua casa e iam ter a Jerusalém. Iam de toda parte, levando consigo um
testemunho do regozijo que os animava. Velhos e moços, ricos e pobres, todos levavam alguma dádiva
como tributo de gratidão Àquele que lhes coroara o ano com Sua bondade, e lhes dera a abundância. Tudo
quanto podia alegrar a vista e dar expressão ao contentamento geral, era levado das matas; a cidade
apresentava o aspecto de uma linda floresta.
Essa festa não era somente a ação de graças pela colheita, mas uma celebração do protetor cuidado de
Deus sobre Israel no deserto. Para comemorar sua vida em tendas, os israelitas durante a festa habitavam
em cabanas ou tabernáculos de ramos verdes. Essas cabanas eram erguidas nas ruas, nos pátios do
templo, ou nos telhados das casas. As colinas e vales em torno de Jerusalém achavam-se também
bordados com essas habitações de folhas, e pululantes de gente.
Com hinos sagrados e ações de graças, celebravam os adoradores essa ocasião. Pouco antes da festa
vinha o dia da expiação; quando, depois de confessados os pecados, se declarava o povo em paz com o
Céu. Assim se preparava o caminho para o regozijo da festa. "Louvai ao Senhor, porque Ele é bom, porque a
Sua benignidade é para sempre" (Sal. 106:1), eram as palavras que se erguiam triunfalmente, ao passo que
toda espécie de música, de mistura com aclamações de hosanas, acompanhavam o unido canto. O templo
era o centro da alegria geral. Ali se achava a pompa das cerimônias sacrificais. Ali, enfileirados de ambos os
lados da escada de branco mármore do sagrado edifício, dirigia o coro dos levitas o serviço de cântico. A
multidão dos adoradores, agitando ramos de palma e murta, unia sua voz aos acordes e repetia o coro; e,
novamente, a melodia era cantada por vozes próximas e distantes, até que as circundantes colinas
ressoavam todas o louvor.
À noite, o templo e o pátio brilhavam pelas luzes artificiais. A música, o agitar dos ramos de palmeira, os
alegres hosanas, o grande ajuntamento de povo sobre o qual se espargia a luz irradiada das lanternas
suspensas, os paramentos dos sacerdotes e a majestade das cerimônias, combinavam-se para tornar a
cena profundamente impressiva aos espectadores. No entanto, a mais impressionante cerimônia da festa,
que mais júbilo produzia, era a que comemorava o acontecimento da peregrinação no deserto.
Aos primeiros raios da aurora, os sacerdotes faziam soar longa e penetrantemente as trombetas de prata, e
as trombetas em resposta e as alegres aclamações do povo de suas cabanas, ecoando
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por montes e vales, saudavam o dia da festa. Então o sacerdote tirava das correntes do Cedrom um vaso de
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água e, erguendo-o, enquanto as trombetas soavam, subia ao compasso da música, os amplos degraus do
templo, com andar lento e cadenciado, cantando entretanto: "Os nossos pés estão dentro das tuas portas, ó
Jerusalém." Sal. 122:2.
Levava o cântaro ao altar, que ocupava posição central no pátio dos sacerdotes. Ali se achavam duas bacias
de prata, tendo um sacerdote junto de cada uma. A ânfora de água era despejada numa, e uma de vinho,
noutra; e o conteúdo de ambas corria por um tubo que ia dar no Cedrom e ter ao Mar Morto. Essa
apresentação de água consagrada representava a fonte que, ao mando de Deus, brotara da rocha para
saciar a sede dos filhos de Israel. Então, irrompiam os jubilosos acentos: "Eis que o Senhor Jeová é a minha
força e o meu cântico"; "com alegria tirareis águas das fontes da salvação." Isa. 12:2 e 3.
Pág. 450
Quando os filhos de José faziam seus preparativos para assistir à festa dos tabernáculos, viram que Cristo
não dava nenhum passo que Lhe indicasse a intenção de a ela assistir. Observavam-nO com ansiedade.
Desde a cura de Betesda, Ele não concorrera mais às reuniões nacionais. Para evitar inúteis conflitos com
os chefes em Jerusalém, restringira Seus labores à Galiléia. Seu aparente desprezo das grandes
assembléias religiosas e a inimizade para com Ele manifestada pelos sacerdotes e rabis, eram causa de
perplexidade para os que O rodeavam, mesmo os próprios discípulos e parentes. Acentuara em Seus
ensinos as bênçãos da obediência à lei de Deus e, não obstante, parecia Ele próprio ser indiferente ao
serviço divinamente estabelecido. O misturar-Se com publicanos e outros de má reputação, Seu
menosprezo pelas observâncias dos rabis e a liberdade com que punha de lado as exigências tradicionais
quanto ao sábado, tudo parecendo colocá-Lo em antagonismo com as autoridades religiosas, despertava
muita indagação. Seus irmãos pensavam ser um erro de Sua parte alienar de Si os grandes e doutos da
nação. Achavam que esses homens deviam ter razão, e que era erro de Jesus colocar-Se em oposição aos
mesmos. Tinham, porém, testemunhado Sua vida irrepreensível e, conquanto não se classificassem entre
Seus discípulos, haviam sido profundamente impressionados por Suas obras. A popularidade dEle na
Galiléia aprazia-lhes às ambições; ainda esperavam que desse um testemunho de poder que levasse os
fariseus a ver que era o que pretendia ser. Que seria se Ele fosse o Messias, o Príncipe de Israel! Nutriam
esse pensamento com ufana satisfação.
Tão ansiosos estavam a esse respeito, que insistiram com Cristo em que fosse a Jerusalém. "Sai daqui",
disseram, "e vai para a Judéia, para que também os Teus discípulos vejam as obras que fazes. Porque não
há ninguém que procure ser conhecido que faça alguma coisa em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-
Te ao mundo." João 7:3 e 4. O "se" manifestava dúvida e incredulidade. Atribuíam a Cristo fraqueza e
covardia. Se Ele sabia ser o Messias, por que essa estranha reserva e inação? Se possuía na verdade esse
poder, por que não ir ousadamente a Jerusalém e afirmar Seus direitos? Por que não realizar em Jerusalém
as maravilhosas obras que dEle se contavam na Galiléia? Não Te ocultes em retiradas províncias, diziam,
fazendo Tuas poderosas obras em benefício de ignorantes camponeses e pescadores. Apresenta-Te na
capital, conquista o apoio dos sacerdotes e principais, e une a nação no estabelecimento do novo reino.
Pág. 451
Os irmãos de Jesus raciocinavam, partindo do motivo egoísta tantas vezes encontrado no coração dos
ambiciosos de ostentação. Este espírito era que predominava no mundo. Escandalizavam-se porque, em
vez de buscar um trono temporal, Cristo declarava ser o pão da vida. Ficaram decepcionados quando tantos
de Seus discípulos O abandonaram. Eles próprios desviaram-se dEle para escapar à cruz de terem de
reconhecer o que Suas obras revelam - que era o Enviado de Deus.
"Disse-lhes, pois, Jesus: Ainda não é chegado o Meu tempo, mas o vosso tempo sempre está pronto. O
mundo não vos pode aborrecer, mas ele Me aborrece a Mim, porquanto dele testifico que as suas obras são
más. Subi vós a esta festa; porque ainda o Meu tempo não está cumprido. E, havendo-lhes dito isto, ficou na
Galiléia." João 7:6-9. Seus irmãos Lhe haviam falado em tom de autoridade, ditando o caminho que devia
seguir. Ele lhes devolveu a censura, classificando-os, não com Seus abnegados discípulos, mas com o
mundo. "O mundo não vos pode aborrecer", disse Ele, "mas ele Me aborrece a Mim, porquanto dele testifico
que as suas obras são más." João 7:7. O mundo não aborrece os que se lhe assemelham no espírito; louva-
os como seus.
O mundo, para Cristo, não era um lugar de comodidade nem engrandecimento do próprio eu. Ele não estava
à espreita da oportunidade de tomar seu poder e glória. O mundo não Lhe oferecia esse prêmio. Era
simplesmente o lugar a que Seu Pai O enviara. Ele fora dado pela vida do mundo, para executar o grande
plano da redenção. Estava realizando Sua obra em favor da raça caída. Mas não devia ser presunçoso, nem
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Se precipitar no perigo, nem apressar a crise. Cada acontecimento em Sua obra tinha sua hora determinada.
Cumpria-Lhe esperar pacientemente. Sabia que havia de ser objeto do ódio do mundo; sabia que Sua obra
Lhe traria em resultado a morte; mas expor-Se antecipadamente não seria a vontade de Seu Pai.
De Jerusalém, espalhara-se a notícia dos milagres de Cristo por onde quer que os judeus se tivessem
dispersado; e se bem que, por muitos meses, houvesse estado ausente das festas, não diminuíra o
interesse nEle. De todas as partes do mundo, tinham ido à festa dos tabernáculos na esperança de O ver.
No começo da festa, fizeram-se muitas indagações a respeito dEle. Os fariseus e principais esperavam que
Ele fosse, na esperança de um ensejo para O condenar. E investigavam, ansiosos: "Onde está Ele?" (João
7:11) mas ninguém o sabia. Era Ele o pensamento predominante em todas as mentes. Por temor dos
sacerdotes e principais,
Pág. 452
ninguém ousava reconhecê-Lo como Messias; no entanto, havia por toda parte, em torno dEle, pacíficas
mas fervorosas discussões. Muitos O defendiam como um Enviado de Deus, ao passo que outros O
acusavam como enganador do povo.
Entretanto, Jesus chegara tranquilamente a Jerusalém. Escolhera para viajar um caminho não freqüentado,
a fim de evitar os viajantes que de todas as partes se dirigiam à cidade. Houvesse Ele Se reunido a qualquer
das caravanas que iam à festa, e teria atraído sobre Si a atenção ao entrar na cidade, e uma demonstração
popular em Seu favor teria levantado contra Ele as autoridades. Foi por isso que preferiu fazer sozinho a
viagem.
No meio da festa, quando chegara ao auge o interesse a Seu respeito, penetrou no templo em presença da
multidão. Devido a Sua ausência na solenidade insistira-se em que Ele não ousava colocar-Se em poder dos
sacerdotes e principais. À Sua presença, todos se surpreenderam. Houve um silêncio geral. Todos se
admiravam da dignidade e coragem de Sua atitude, em meio de poderosos inimigos sedentos de Sua vida.
Tornando assim o centro de atração daquela vasta assembléia, Jesus Se lhes dirigiu como nenhum homem
o fizera jamais. Suas
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palavras revelavam um conhecimento das leis e instituições de Israel, do serviço sacrifical e dos ensinos dos
profetas, incomparavelmente superior ao dos sacerdotes e rabis. Abriu passagem através das barreiras do
formalismo e das tradições. As cenas da vida futura pareciam desenroladas diante dEle. Como alguém que
contemplava o invisível, falou, com positiva autoridade, acerca do terreno e do celestial, do humano e do
divino. Suas palavras eram claríssimas e convincentes; e outra vez como em Cafarnaum, o povo ficou
atônito de Sua doutrina; "porque a Sua palavra era com autoridade". Luc. 4:32. Sob uma série de parábolas,
advertiu Seus ouvintes da calamidade que seguiria a todo aquele que rejeitasse as bênçãos que viera trazer-
lhes. Havia-lhes dado todas as provas possíveis de que viera de Deus, e fizera todos os esforços possíveis
para os levar ao arrependimento. Não queria ser rejeitado e assassinado por Sua própria nação, caso a
pudesse salvar da culpa de tal ato.
Todos se maravilhavam de Seu conhecimento da lei e das profecias; e transmitia-se de uns para os outros a
pergunta: "Como sabe Este letras, não as tendo aprendido?" João 7:15. Ninguém era considerado apto para
ser mestre religioso, a menos que houvesse estudado nas escolas dos rabinos, e tanto Jesus como João
Batista foram representados como ignorantes, porque não receberam esse preparo. Os que os ouviam se
espantavam do conhecimento que tinham das Escrituras, "não as tendo aprendido". Dos homens, é verdade
que não o tinham; mas o Deus do Céu era seu mestre, e dEle receberam a mais elevada espécie de
sabedoria.
Quando Jesus falava no pátio do templo, o povo achava-se como fascinado. Os próprios que mais violentos
eram contra Ele, sentiram-se impotentes para Lhe fazer qualquer mal. No momento, todos os outros
interesses eram esquecidos.
Dia após dia ensinou Ele ao povo, até o último, "o grande dia da festa". A manhã desse dia encontrou a
multidão fatigada do longo período de festividades. De repente, Jesus ergueu a voz, em acentos que
retumbaram através dos pátios do templo:
"Se alguém tem sede, venha a Mim, e beba. Quem crê em Mim, como diz a Escritura, rios de água viva
correrão de seu ventre." João 7:37. O estado do povo tornou esse apelo deveras eficaz. Estiveram eles
empenhados em contínua cena de pompa e festividade, os olhos ofuscados com luzes e cores, e os ouvidos
deleitados com a mais preciosa música; nada, porém, houvera em toda essa série de cerimônias para
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satisfazer as necessidades do espírito, nada para saciar a sede da alma por aquilo que é imperecível. Jesus
Pág. 454
os convidava a ir beber da nascente da vida, daquela que se tornaria neles uma fonte que salta para a vida
eterna.
O sacerdote havia, naquela manhã, realizado a cerimônia que comemorava o ferir da rocha no deserto. Essa
rocha era um símbolo dAquele que, por Sua morte, havia de fazer com que brotassem vivas correntes de
salvação para todos os sedentos. As palavras de Cristo eram a água da vida. Ali, em presença da reunida
multidão, Ele Se pôs à tarde para ser ferido, a fim de que água da vida pudesse brotar para o mundo.
Ferindo a Cristo, Satanás pensava destruir o Príncipe da vida; mas da ferida rocha correu água viva. Ao falar
Jesus assim ao povo, o coração deste pulsou com estranho respeito, e muitos estavam dispostos a
exclamar, como a mulher de Samaria: "Dá-me dessa água, para que não mais tenha sede."
Jesus conhecia as necessidades da alma. Pompas, riquezas e honras não podem satisfazer o coração. "Se
alguém tem sede, venha a Mim." João 7:37. O rico, o pobre, o elevado, o humilde, são igualmente bem-
vindos. Ele promete aliviar os espíritos preocupados, confortar os tristes e dar esperança aos acabrunhados.
Muitos dos que ouviram a Jesus estavam a prantear desvanecidas esperanças, muitos nutriam algum
desgosto oculto, muitos ainda procuravam satisfazer seus inquietos anseios com as coisas do mundo e o
louvor dos homens; mas, obtido tudo, verificavam haver labutado para alcançar nada mais que uma cisterna
rota, na qual se não podiam saciar. Por entre o brilho das festivas cenas, estavam descontentes e tristes.
Aquele súbito brado: "Se alguém tem sede", despertou-os de sua dolorosa meditação, e ao escutarem as
palavras que se seguiram, seu espírito reviveu com nova esperança. O Espírito Santo apresentou-lhes o
símbolo até que viram nele o oferecimento do inapreciável dom da salvação.
O brado de Cristo à alma sedenta ecoa ainda, e apela para nós com poder ainda maior do que aos que o
ouviram no templo, naquele último dia da festa. A fonte está aberta para todos. Aos cansados e exaustos,
oferecem-se os refrigerantes goles da vida eterna. Jesus clama ainda: "Se alguém tem sede, venha a Mim, e
beba." "Quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida." Apoc. 22:17. "Aquele que
beber da água que Eu lhe der, nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte d'água
que salte para a vida eterna." João 4:14.
O Desejado de Todas as Nações, p. 455-462: "Por Entre Laços".
Pág. 455
Todo o tempo que Jesus passou em Jerusalém, foi vigiado de perto por espias. Dia a dia eram tentados
novos ardis para reduzi-Lo ao silêncio. Os sacerdotes e principais estavam à espreita para O enlaçar.
Faziam planos para detê-Lo por violência. Mas isto não era tudo. Queriam humilhar diante do povo esse
Rabi galileu.
No primeiro dia de Seu aparecimento na festa, haviam-se dirigido a Ele, perguntando com que autoridade
ensinava. Queriam desviar a atenção que convergia para Ele, para a questão do direito que tinha de ensinar
e, assim, para a importância e autoridade deles próprios.
"A Minha doutrina não é Minha", disse Jesus, "mas dAquele que Me enviou. Se alguém quiser fazer a
vontade dEle, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se Eu falo de Mim mesmo." João 7:16 e
17. Jesus enfrentava a esses fingidos, não respondendo ao seu ardil, mas revelando a verdade vital à
salvação da alma. A percepção e apreço da verdade, disse Ele, depende menos da mente, que do coração.
A verdade deve ser recebida na alma; exige a homenagem da vontade. Se a verdade pudesse ser
submetida unicamente à razão, o orgulho não serviria de obstáculo à recepção da mesma. Mas deve ser
recebida mediante o operar da graça no coração; e sua recepção depende da renúncia de todo pecado que
o Espírito de Deus revela. As vantagens do homem para obter o conhecimento da verdade, por grandes que
sejam, não lhe aproveitarão coisa alguma, a menos que o coração esteja aberto para receber a mesma
verdade, e haja conscienciosa renúncia de
Pág. 456
todo hábito e prática opostos a seus princípios. Aos que assim se entregam a Deus, tendo sincero desejo de
conhecer e fazer-Lhe a vontade, a verdade se revela como o poder divino para a salvação. Esses serão
capazes de distinguir entre o que fala por Deus, e o que fala de si mesmo. Os fariseus não puseram sua
vontade ao lado da vontade divina. Não buscavam conhecer a verdade, mas procuravam uma desculpa para
a ela se esquivar; Cristo mostrou que era por isso que não Lhe entendiam os ensinos.
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Deu então uma prova pela qual o verdadeiro mestre devia ser distinguido do enganador: "Quem fala de si
mesmo busca a sua própria glória, mas o que busca a glória dAquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não
há nele injustiça." João 7:18. O que busca a sua própria glória está falando apenas de si mesmo. O espírito
de interesse egoísta trai sua origem. Mas Cristo buscava a glória de Deus. Falava as palavras de Deus. Tal
era o testemunho de Sua autoridade como mestre da verdade eterna.
Cristo deu aos rabis uma prova de Sua divindade, mostrando que lia o coração deles. Sempre, desde a cura
de Betesda, vinham tramando Sua morte. Estavam assim quebrantando a lei que professavam defender.
"Não vos deu Moisés a lei?" disse Ele, "e nenhum de vós observa a lei. Por que procurais matar-Me?" João
7:19.
Como relâmpago, essas palavras revelaram aos rabis o abismo de ruína em que estavam a ponto de
imergir. Sentiram-se, por um instante, cheios de terror. Viram achar-se em luta com o poder infinito. Mas não
queriam ser advertidos. A fim de manter sua influência sobre o povo, era preciso ocultar os desígnios
homicidas que tinham. Fugindo à pergunta de Jesus, exclamaram: "Tens demônio; quem procura matar-Te?"
João 7:20. Insinuavam que as maravilhosas obras de Jesus eram incitadas por um mau espírito.
A essa insinuação, Cristo não deu ouvidos. Continuou a demonstrar que Sua obra de cura, em Betesda,
estava em harmonia com a lei do sábado, e justificava-Se pela interpretação dada pelos próprios judeus à
lei. Disse Ele: "Pelo motivo de que Moisés vos deu a circuncisão... no sábado circuncidais um homem." João
7:22. Segundo a lei, toda criança devia ser circuncidada ao oitavo dia. Se o tempo designado caísse no
sábado, o rito devia contudo ser cumprido. Quanto mais deve estar em harmonia com o espírito da lei curar
"de todo um homem" (João 7:23) no sábado? E advertiu-os a não
Pág. 457
julgar "segundo as aparências", mas "segundo a reta verdade". João 7:24.
Os principais emudeceram; e muitos dentre o povo exclamaram: "Não é Este o que procuram matar? e ei-Lo
aí está falando abertamente e nada Lhe dizem. Porventura sabem verdadeiramente os príncipes que Este é
o Cristo?" João 7:25 e 26.
Muitos, dentre os ouvintes de Cristo, moradores em Jerusalém, não ignoravam as tramas dos principais
contra Ele, e por uma força irresistível sentiram-se atraídos para Jesus. Assalltava-os a convicção de que
Ele era o Filho de Deus. Mas Satanás achava-se pronto a sugerir dúvidas; e para isso estava o caminho
preparado pelas próprias idéias errôneas que tinham quanto ao Messias e Sua vinda. Acreditava-se em
geral que Cristo havia de nascer em Belém, mas depois de algum tempo desapareceria e, à Sua segunda
aparição, ninguém saberia de onde Ele vinha. Não poucos sustentavam que o Messias não teria nenhum
parentesco natural com a humanidade. E devido ao conceito popular de a glória do Messias não se cumprir
em Jesus de Nazaré, muitos deram ouvidos à sugestão: "Todavia bem sabemos de onde Este é; mas,
quando vier o Cristo, ninguém saberá de onde Ele é." João 7:27.
Ao assim vacilarem entre a dúvida e a fé, Jesus lhes descobriu os pensamentos e lhes respondeu: "Vós
conheceis-Me, e sabeis de onde sou; e Eu não vim de Mim mesmo, mas Aquele que Me enviou é
verdadeiro, o qual vós não conheceis." João 7:28. Pretendiam saber qual deveria ser a origem de Cristo,
mas achavam-se em completa ignorância da mesma. Houvessem vivido em harmonia com a vontade de
Deus, e teriam conhecido Seu Filho quando Este Se lhes manifestou.
Os ouvintes não podiam deixar de entender as palavras de Cristo. Eram, claramente, uma repetição do que
pretendera em presença do Sinédrio, muitos meses atrás, quando Se declarara o Filho de Deus. Como os
principais haviam então procurado tramar-Lhe a morte, assim tentavam agora apoderar-se dEle; foram
impedidos, porém, por invisível poder, que lhes pôs limite à fúria, dizendo-lhes: Até aí irás, e não mais
adiante.
Entre o povo muitos creram nEle e diziam: "Quando o Cristo vier, fará ainda mais sinais do que os que Este
tem feito?" João 7:31. Os chefes dos fariseus, que observavam ansiosamente a marcha dos
acontecimentos, notaram as expressões de simpatia entre a multidão. Correndo para o chefe dos
sacerdotes, formularam seus planos para O prenderem. Combinaram, entretanto, apoderar-se
Pág. 458
dEle quando estivesse só; pois não ousavam prendê-Lo em presença do povo. Outra vez tornou Jesus
manifesto que lhes lia o desígnio. "Ainda um pouco de tempo estou convosco", disse Jesus, "e depois vou
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para Aquele que Me enviou. Vós Me buscareis, e não Me achareis; e onde Eu estou, vós não podeis vir."
João 7:33 e 34. Em breve encontraria um refrigério para além do escárnio e do ódio deles. Subiria ao Pai,
para ser novamente o Adorado dos anjos; e ali jamais poderiam chegar Seus assassinos.
Os rabinos, zombeteiramente, disseram: "Para onde irá Este, que O não acharemos? Irá porventura para os
dispersos entre os gregos, e ensinará os gregos?" João 7:35. Mal pensavam esses fingidos que, em suas
escarnecedoras palavras, descreviam a missão de Cristo! Todo o dia estendera Ele as mãos a um povo
rebelde e contradizente; no entanto, seria achado pelos que O não buscavam; a um povo que não
perguntava por Ele, seria manifestado. Rom. 10:20 e 21.
Muitos que estavam convencidos de que Jesus era o Filho de Deus, foram transviados pelo falso raciocínio
dos sacerdotes e rabis. Esses mestres haviam repetido, com grande efeito, as profecias referentes ao
Messias, de que Ele há de "reinar no Monte de Sião e em Jerusalém; e então perante os Seus anciãos
haverá glória" (Isa. 24:23); que "há de dominar de mar a mar, e desde o rio até às extremidades da Terra".
Sal. 72:8. Faziam então comparações desdenhosas entre a glória aí descrita e a humilde aparência de
Jesus. As próprias palavras da profecia eram pervertidas de modo a sancionar o erro. Houvesse o povo,
com sinceridade, estudado a palavra por si mesmo, e não se teria transviado. O capítulo sessenta e um de
Isaías testifica que Cristo havia de fazer a própria obra que realizou. O capítulo cinquenta e três apresenta
Sua rejeição e sofrimentos no mundo, e o cinquenta e nove descreve o caráter dos sacerdotes e rabinos.
Deus não força os homens a abandonarem sua incredulidade. Acham-se perante eles a luz e as trevas, a
verdade e o erro. Cumpre-lhes decidir qual aceitarão. O espírito humano é dotado da faculdade de
discriminar entre a verdade e o erro. É o desígnio de Deus que não se decidam por impulso, mas pelo peso
da evidência, comparando cuidadosamente escritura com escritura. Houvessem os judeus posto à margem
seus preconceitos, e comparado as profecias escritas com os fatos que caracterizavam a vida de Jesus, e
teriam percebido uma bela harmonia entre as profecias e seu cumprimento na vida e ministério do humilde
Galileu.
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Muitos, hoje em dia, se acham enganados da mesma forma que o estavam os judeus. Os mestres religiosos
lêem as Escrituras à luz de seu próprio entendimento e das tradições; e o povo não examina a Bíblia por si
mesmo, nem julga por si o que é a verdade; mas renuncia a seu próprio juízo e confia a alma aos guias. A
pregação e ensino de Sua Palavra é um dos meios ordenados por Deus para difusão da luz; mas devemos
submeter o ensino de todo homem à prova da Escritura. Quem quer que estude a Bíblia com oração,
desejando conhecer a verdade a fim de obedecer-lhe, receberá divina iluminação. Esse compreenderá as
Escrituras. "Se alguém quiser fazer a vontade dEle, pela mesma doutrina conhecerá."
No último dia da festa, os oficiais enviados pelos sacerdotes e principais para prenderem a Jesus, voltaram
sem Ele. Foram raivosamente interrogados: "Por que O não trouxestes?" Com solene expressão,
responderam: "Nunca homem algum falou assim como este Homem." João 7:45 e 46.
Endurecidos como se achavam seus corações, abrandaram-se às palavras dEle. Enquanto Jesus estava
falando no pátio do templo, haviam vagueado ali por perto, a fim de descobrir qualquer coisa que pudesse
ser voltada contra Ele. Escutando-O, porém, esqueceram o objetivo para o qual ali os tinham enviado.
Ficaram como arrebatados. Cristo revelou-Se-lhes à alma. Viram aquilo que sacerdotes e principais não
queriam ver - a humanidade inundada com a glória da divindade. Voltaram, tão cheios desse pensamento,
tão impressionados por Suas palavras, que ante a pergunta: "Por que O não trouxestes?" só puderam
replicar: "Nunca homem algum falou assim como este Homem."
Os sacerdotes e principais, ao acharem-se a princípio na presença de Cristo, experimentaram a mesma
convicção. Comovera-se-lhes profundamente o coração, possuindo-os o pensamento: "Nunca homem algum
falou assim como este Homem." Mas sufocaram a convicção do Espírito Santo. Agora, enfurecidos por
serem os próprios instrumentos da lei influenciados pelo odiado Galileu, exclamaram: "Também vós fostes
enganados? Creu nEle porventura algum dos principais ou dos fariseus? Mas esta multidão, que não sabe a
lei, é maldita." João 7:47-49.
Aqueles aos quais é pregada a mensagem da verdade, raras vezes perguntam se ela é verdadeira, mas sim:
"Por quem é ela defendida?" Multidões a avaliam pelo número dos que a aceitam; e faz-se ainda a pergunta:
"Creu qualquer dos homens eruditos ou dos guias religiosos?" Os homens não são hoje em dia mais
favoráveis à verdadeira piedade, do que nos dias de Cristo. Acham-se
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com o mesmo intento em busca dos bens terrestres, com negligência das riquezas eternas; e não é um
argumento contra a verdade que grande número de pessoas não estejam dispostas a aceitá-la, ou que ela
não seja recebida pelos grandes do mundo, ou mesmo pelos guias religiosos.
Novamente os sacerdotes e principais procuraram combinar planos para o aprisionamento de Jesus.
Insistiam em que, fosse Ele por mais tempo deixado em liberdade, desviaria o povo dos chefes
estabelecidos, e o único meio seguro era fazê-Lo emudecer quanto antes. No maior calor de sua discussão,
foram repentinamente detidos. Nicodemos perguntou: "Porventura condena a nossa lei um homem sem
primeiro o ouvir e ter conhecimento do que faz?" Fez-se silêncio na assembléia. As palavras de Nicodemos
penetraram-lhes na consciência. Não podiam condenar um homem que não fora ouvido. Não foi, entanto, só
por esse motivo que os altivos príncipes permaneceram em silêncio, fixando aquele que ousara falar em
favor da justiça. Ficaram surpreendidos e enfadados de que um dentre eles houvesse sido tão
impressionado pelo caráter de Jesus, que emitisse uma palavra em Sua defesa. Recobrando-se de seu
espanto, dirigiram-se a Nicodemos com picante sarcasmo: "És tu também da Galiléia? Examina, e verás que
da Galiléia nenhum profeta surgiu." João 7:52.
Todavia, o protesto deu em resultado a cessação dos movimentos do conselho. Os principais não podiam
executar seu desígnio e condenar a Jesus sem um exame. Momentaneamente derrotados, "cada um foi
para sua casa. Porém Jesus foi para o Monte das Oliveiras". João 7:53-8:1.
Da despertar e burburinho da cidade, das turbas ansiosas e dos rabinos traidores, desviou-Se Jesus para o
sossego do olival, onde podia encontrar-Se a sós com Deus. De manhã cedo, porém, regressou ao templo
e, reunindo-se-Lhe o povo em volta, sentou-Se e pôs-Se a ensiná-los.
Foi em breve interrompido. Aproximou-se dEle um grupo de fariseus e escribas, arrastando consigo uma
aterrorizada mulher, a qual, com duras e veementes vozes, acusavam de ter violado o sétimo mandamento.
Havendo-a empurrado para a presença de Jesus, disseram-Lhe com hipócrita manifestação de respeito: "Na
lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu pois que dizes?" João 8:5.
Sua fingida reverência ocultava um laço fundamente armado para Sua ruína. Lançaram mão dessa
oportunidade para garantir-Lhe a condenação, julgando que, fosse qual fosse a decisão que Ele desse,
haviam de achar ocasião de acusá-Lo. Se absolvesse a mulher, seria acusado de desprezar a lei de Moisés.
Declarasse-a
Pág. 461
Ele digna de morte, e seria denunciado aos romanos como assumindo autoridade que só a eles pertencia.
Jesus contemplou um momento a cena - a trêmula vítima em sua vergonha, os mal-encarados dignitários,
destituídos da própria simpatia humana. Seu espírito de imaculada pureza recuou do espetáculo. Bem sabia
para que fim fora levado esse caso. Lia o coração, e conhecia o caráter e a história da vida de cada um dos
que se achavam em Sua presença. Esses pretensos guardas da justiça haviam, eles próprios, induzido a
vítima ao pecado, a fim de prepararem uma armadilha para Jesus. Sem dar nenhum indício de lhes haver
escutado a pergunta, inclinou-Se e, fixando no chão o olhar, começou a escrever na terra.
Impacientes ante Sua demora e aparente indiferença, os acusadores aproximaram-se, insistindo em Lhe
atrair a atenção sobre o assunto. Ao seguirem, porém, com a vista, o olhar de Jesus, fixaram-na na areia aos
Seus pés, e transmudou-se-lhes o semblante. Ali, traçados perante eles, achavam-se os criminosos
segredos de sua própria vida. O povo, olhando, reparou na súbita mudança de expressão e adiantou-se,
para descobrir o que estavam eles olhando com tal espanto e vergonha.
Com toda a sua professada reverência pela lei, esses rabis, ao trazerem a acusação contra a mulher,
estavam desatendendo às exigências da mesma. Era dever do marido mover ação contra ela, e as partes
culpadas deviam ser igualmente punidas. A ação dos acusadores era de todo carecida de autorização.
Entretanto, Jesus os rebateu com as próprias armas deles. A lei especificava que, nas mortes por
apedrejamento, as testemunhas do caso fossem as primeiras a lançar a pedra. Erguendo-Se, então, e
fixando os olhos nos anciãos autores da trama, disse Jesus: "Aquele que dentre vós está sem pecado seja o
primeiro que atire pedra contra ela." João 8:7. E, inclinando-Se, continuou a escrever no chão.
Não pusera de lado a lei dada por Moisés, nem fora de encontro à autoridade de Roma. Os acusadores
haviam sido derrotados. Então, rotas as vestes da pretendida santidade, ficaram, culpados e condenados,
em presença da infinita pureza. Tremeram de que as ocultas iniqüidades de sua vida fossem expostas à
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multidão; e um a um, cabisbaixos e confusos, foram-se afastando silenciosos, deixando a vítima com o
compassivo Salvador.
Jesus Se ergueu e, olhando para a mulher, disse: "Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém
te condenou? e ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem Eu também te condeno: Vai-te, e não
peques mais." João 8:10 e 11.
Pág. 462
A mulher estivera toda curvada, possuída de temor diante de Jesus. Suas palavras: "Aquele que dentre vós
está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela", haviam-lhe soado qual sentença de morte. Não
ousava levantar os olhos para o rosto do Salvador, mas aguardava em silêncio a condenação. Atônita, viu os
acusadores partirem mudos e confundidos; então, chegaram-lhe aos ouvidos as palavras de esperança:
"Nem Eu também te condeno; vai-te, e não peques mais." João 8:11. Comoveu-se-lhe o coração, e ela se
atirou aos pés de Jesus, soluçando em seu reconhecido amor e confessando com amargo pranto os seus
pecados.
Isto foi para ela o início de uma nova vida, vida de pureza e paz, devotada ao serviço de Deus. No
reerguimento dessa alma caída, operou Jesus um milagre maior do que na cura da mais grave enfermidade
física; curou a moléstia espiritual que traz a morte eterna. Essa arrependida mulher tornou-se um de Seus
mais firmes seguidores. Com abnegado amor e devoção, retribuiu-Lhe a perdoadora misericórdia.
Em Seu ato de perdoar a essa mulher e animá-la a viver vida melhor, resplandece na beleza da perfeita
Justiça o caráter de Jesus. Conquanto não use de paliativos com o pecado, nem diminua o sentimento da
culpa, procura não condenar, mas salvar. O mundo não tinha senão desprezo e zombaria para essa
transviada mulher; mas Jesus profere palavras de conforto e esperança. O Inocente Se compadece da
fraqueza da pecadora, e estende-lhe a mão pronta a ajudar. Ao passo que os fariseus hipócritas denunciam,
Jesus lhe recomenda: "Vai-te, e não peques mais." João 8:11.
Não é seguidor de Cristo aquele que, desviando os olhos, se afasta do transviado, deixando-o sem
advertência prosseguir em sua degradante carreira. Os que são mais prontos a acusar a outros, e zelosos
em os levar à justiça, são frequentemente em sua própria vida mais culpados que eles. Os homens
aborrecem o pecador, ao passo que amam o pecado. Cristo aborrece o pecado, mas ama o pecador. Será
esse o espírito de todos quantos O seguem. O amor cristão é tardio em censurar, pronto a perceber o
arrependimento, pronto a perdoar, a animar, a pôr o transviado na vereda da santidade e a nela firmar-lhe os
pés.
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  • 1. ❉ Sexta - Estudo adicional Cristo e Sua lei; Lição 222014 - Cristo e a lei de Moisés O Desejado de Todas as Nações, p. 447-454: "Na Festa dos Tabernáculos". Três vezes por ano era exigido dos judeus reunirem-se em Jerusalém para fins religiosos. Envolto na coluna de nuvem, o invisível Guia de Israel dera instruções quanto a esses cultos. Durante o cativeiro dos judeus, eles não puderam ser observados; mas ao ser o povo restabelecido em seu próprio país, recomeçara a observância dessas comemorações. Era o desígnio de Deus que esses aniversários O trouxessem à mente do povo. Com poucas exceções, porém, os sacerdotes e guias da nação haviam perdido de vista esse objetivo. Aquele que ordenara essas assembleias nacionais e lhes compreendia o significado, testemunhava a deturpação das mesmas. Pág. 448 A festa dos tabernáculos era a reunião final do ano. Era desígnio de Deus que, por essa ocasião, o povo refletisse em Sua bondade e misericórdia. Toda a Terra estivera sob Sua direção, recebendo Suas bênçãos. Dia e noite permanecera sobre ela o Seu cuidado. O Sol e a chuva tinham feito com que o solo produzisse frutos. Dos vales e planícies da Palestina, tinha sido recolhido o cereal. Apanhadas as azeitonas, armazenara-se o precioso azeite. A palmeira tinha oferecido sua contribuição. Os viçosos cachos da videira haviam sido comprimidos no lagar. A festa continuava por sete dias, e para celebração da mesma, os habitantes da Palestina, bem como muitos de outras terras, deixavam sua casa e iam ter a Jerusalém. Iam de toda parte, levando consigo um testemunho do regozijo que os animava. Velhos e moços, ricos e pobres, todos levavam alguma dádiva como tributo de gratidão Àquele que lhes coroara o ano com Sua bondade, e lhes dera a abundância. Tudo quanto podia alegrar a vista e dar expressão ao contentamento geral, era levado das matas; a cidade apresentava o aspecto de uma linda floresta. Essa festa não era somente a ação de graças pela colheita, mas uma celebração do protetor cuidado de Deus sobre Israel no deserto. Para comemorar sua vida em tendas, os israelitas durante a festa habitavam em cabanas ou tabernáculos de ramos verdes. Essas cabanas eram erguidas nas ruas, nos pátios do templo, ou nos telhados das casas. As colinas e vales em torno de Jerusalém achavam-se também bordados com essas habitações de folhas, e pululantes de gente. Com hinos sagrados e ações de graças, celebravam os adoradores essa ocasião. Pouco antes da festa vinha o dia da expiação; quando, depois de confessados os pecados, se declarava o povo em paz com o Céu. Assim se preparava o caminho para o regozijo da festa. "Louvai ao Senhor, porque Ele é bom, porque a Sua benignidade é para sempre" (Sal. 106:1), eram as palavras que se erguiam triunfalmente, ao passo que toda espécie de música, de mistura com aclamações de hosanas, acompanhavam o unido canto. O templo era o centro da alegria geral. Ali se achava a pompa das cerimônias sacrificais. Ali, enfileirados de ambos os lados da escada de branco mármore do sagrado edifício, dirigia o coro dos levitas o serviço de cântico. A multidão dos adoradores, agitando ramos de palma e murta, unia sua voz aos acordes e repetia o coro; e, novamente, a melodia era cantada por vozes próximas e distantes, até que as circundantes colinas ressoavam todas o louvor. À noite, o templo e o pátio brilhavam pelas luzes artificiais. A música, o agitar dos ramos de palmeira, os alegres hosanas, o grande ajuntamento de povo sobre o qual se espargia a luz irradiada das lanternas suspensas, os paramentos dos sacerdotes e a majestade das cerimônias, combinavam-se para tornar a cena profundamente impressiva aos espectadores. No entanto, a mais impressionante cerimônia da festa, que mais júbilo produzia, era a que comemorava o acontecimento da peregrinação no deserto. Aos primeiros raios da aurora, os sacerdotes faziam soar longa e penetrantemente as trombetas de prata, e as trombetas em resposta e as alegres aclamações do povo de suas cabanas, ecoando Pág. 449 por montes e vales, saudavam o dia da festa. Então o sacerdote tirava das correntes do Cedrom um vaso de ramos@advir.comramos@advir.com
  • 2. água e, erguendo-o, enquanto as trombetas soavam, subia ao compasso da música, os amplos degraus do templo, com andar lento e cadenciado, cantando entretanto: "Os nossos pés estão dentro das tuas portas, ó Jerusalém." Sal. 122:2. Levava o cântaro ao altar, que ocupava posição central no pátio dos sacerdotes. Ali se achavam duas bacias de prata, tendo um sacerdote junto de cada uma. A ânfora de água era despejada numa, e uma de vinho, noutra; e o conteúdo de ambas corria por um tubo que ia dar no Cedrom e ter ao Mar Morto. Essa apresentação de água consagrada representava a fonte que, ao mando de Deus, brotara da rocha para saciar a sede dos filhos de Israel. Então, irrompiam os jubilosos acentos: "Eis que o Senhor Jeová é a minha força e o meu cântico"; "com alegria tirareis águas das fontes da salvação." Isa. 12:2 e 3. Pág. 450 Quando os filhos de José faziam seus preparativos para assistir à festa dos tabernáculos, viram que Cristo não dava nenhum passo que Lhe indicasse a intenção de a ela assistir. Observavam-nO com ansiedade. Desde a cura de Betesda, Ele não concorrera mais às reuniões nacionais. Para evitar inúteis conflitos com os chefes em Jerusalém, restringira Seus labores à Galiléia. Seu aparente desprezo das grandes assembléias religiosas e a inimizade para com Ele manifestada pelos sacerdotes e rabis, eram causa de perplexidade para os que O rodeavam, mesmo os próprios discípulos e parentes. Acentuara em Seus ensinos as bênçãos da obediência à lei de Deus e, não obstante, parecia Ele próprio ser indiferente ao serviço divinamente estabelecido. O misturar-Se com publicanos e outros de má reputação, Seu menosprezo pelas observâncias dos rabis e a liberdade com que punha de lado as exigências tradicionais quanto ao sábado, tudo parecendo colocá-Lo em antagonismo com as autoridades religiosas, despertava muita indagação. Seus irmãos pensavam ser um erro de Sua parte alienar de Si os grandes e doutos da nação. Achavam que esses homens deviam ter razão, e que era erro de Jesus colocar-Se em oposição aos mesmos. Tinham, porém, testemunhado Sua vida irrepreensível e, conquanto não se classificassem entre Seus discípulos, haviam sido profundamente impressionados por Suas obras. A popularidade dEle na Galiléia aprazia-lhes às ambições; ainda esperavam que desse um testemunho de poder que levasse os fariseus a ver que era o que pretendia ser. Que seria se Ele fosse o Messias, o Príncipe de Israel! Nutriam esse pensamento com ufana satisfação. Tão ansiosos estavam a esse respeito, que insistiram com Cristo em que fosse a Jerusalém. "Sai daqui", disseram, "e vai para a Judéia, para que também os Teus discípulos vejam as obras que fazes. Porque não há ninguém que procure ser conhecido que faça alguma coisa em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta- Te ao mundo." João 7:3 e 4. O "se" manifestava dúvida e incredulidade. Atribuíam a Cristo fraqueza e covardia. Se Ele sabia ser o Messias, por que essa estranha reserva e inação? Se possuía na verdade esse poder, por que não ir ousadamente a Jerusalém e afirmar Seus direitos? Por que não realizar em Jerusalém as maravilhosas obras que dEle se contavam na Galiléia? Não Te ocultes em retiradas províncias, diziam, fazendo Tuas poderosas obras em benefício de ignorantes camponeses e pescadores. Apresenta-Te na capital, conquista o apoio dos sacerdotes e principais, e une a nação no estabelecimento do novo reino. Pág. 451 Os irmãos de Jesus raciocinavam, partindo do motivo egoísta tantas vezes encontrado no coração dos ambiciosos de ostentação. Este espírito era que predominava no mundo. Escandalizavam-se porque, em vez de buscar um trono temporal, Cristo declarava ser o pão da vida. Ficaram decepcionados quando tantos de Seus discípulos O abandonaram. Eles próprios desviaram-se dEle para escapar à cruz de terem de reconhecer o que Suas obras revelam - que era o Enviado de Deus. "Disse-lhes, pois, Jesus: Ainda não é chegado o Meu tempo, mas o vosso tempo sempre está pronto. O mundo não vos pode aborrecer, mas ele Me aborrece a Mim, porquanto dele testifico que as suas obras são más. Subi vós a esta festa; porque ainda o Meu tempo não está cumprido. E, havendo-lhes dito isto, ficou na Galiléia." João 7:6-9. Seus irmãos Lhe haviam falado em tom de autoridade, ditando o caminho que devia seguir. Ele lhes devolveu a censura, classificando-os, não com Seus abnegados discípulos, mas com o mundo. "O mundo não vos pode aborrecer", disse Ele, "mas ele Me aborrece a Mim, porquanto dele testifico que as suas obras são más." João 7:7. O mundo não aborrece os que se lhe assemelham no espírito; louva- os como seus. O mundo, para Cristo, não era um lugar de comodidade nem engrandecimento do próprio eu. Ele não estava à espreita da oportunidade de tomar seu poder e glória. O mundo não Lhe oferecia esse prêmio. Era simplesmente o lugar a que Seu Pai O enviara. Ele fora dado pela vida do mundo, para executar o grande plano da redenção. Estava realizando Sua obra em favor da raça caída. Mas não devia ser presunçoso, nem ramos@advir.comramos@advir.com
  • 3. Se precipitar no perigo, nem apressar a crise. Cada acontecimento em Sua obra tinha sua hora determinada. Cumpria-Lhe esperar pacientemente. Sabia que havia de ser objeto do ódio do mundo; sabia que Sua obra Lhe traria em resultado a morte; mas expor-Se antecipadamente não seria a vontade de Seu Pai. De Jerusalém, espalhara-se a notícia dos milagres de Cristo por onde quer que os judeus se tivessem dispersado; e se bem que, por muitos meses, houvesse estado ausente das festas, não diminuíra o interesse nEle. De todas as partes do mundo, tinham ido à festa dos tabernáculos na esperança de O ver. No começo da festa, fizeram-se muitas indagações a respeito dEle. Os fariseus e principais esperavam que Ele fosse, na esperança de um ensejo para O condenar. E investigavam, ansiosos: "Onde está Ele?" (João 7:11) mas ninguém o sabia. Era Ele o pensamento predominante em todas as mentes. Por temor dos sacerdotes e principais, Pág. 452 ninguém ousava reconhecê-Lo como Messias; no entanto, havia por toda parte, em torno dEle, pacíficas mas fervorosas discussões. Muitos O defendiam como um Enviado de Deus, ao passo que outros O acusavam como enganador do povo. Entretanto, Jesus chegara tranquilamente a Jerusalém. Escolhera para viajar um caminho não freqüentado, a fim de evitar os viajantes que de todas as partes se dirigiam à cidade. Houvesse Ele Se reunido a qualquer das caravanas que iam à festa, e teria atraído sobre Si a atenção ao entrar na cidade, e uma demonstração popular em Seu favor teria levantado contra Ele as autoridades. Foi por isso que preferiu fazer sozinho a viagem. No meio da festa, quando chegara ao auge o interesse a Seu respeito, penetrou no templo em presença da multidão. Devido a Sua ausência na solenidade insistira-se em que Ele não ousava colocar-Se em poder dos sacerdotes e principais. À Sua presença, todos se surpreenderam. Houve um silêncio geral. Todos se admiravam da dignidade e coragem de Sua atitude, em meio de poderosos inimigos sedentos de Sua vida. Tornando assim o centro de atração daquela vasta assembléia, Jesus Se lhes dirigiu como nenhum homem o fizera jamais. Suas Pág. 453 palavras revelavam um conhecimento das leis e instituições de Israel, do serviço sacrifical e dos ensinos dos profetas, incomparavelmente superior ao dos sacerdotes e rabis. Abriu passagem através das barreiras do formalismo e das tradições. As cenas da vida futura pareciam desenroladas diante dEle. Como alguém que contemplava o invisível, falou, com positiva autoridade, acerca do terreno e do celestial, do humano e do divino. Suas palavras eram claríssimas e convincentes; e outra vez como em Cafarnaum, o povo ficou atônito de Sua doutrina; "porque a Sua palavra era com autoridade". Luc. 4:32. Sob uma série de parábolas, advertiu Seus ouvintes da calamidade que seguiria a todo aquele que rejeitasse as bênçãos que viera trazer- lhes. Havia-lhes dado todas as provas possíveis de que viera de Deus, e fizera todos os esforços possíveis para os levar ao arrependimento. Não queria ser rejeitado e assassinado por Sua própria nação, caso a pudesse salvar da culpa de tal ato. Todos se maravilhavam de Seu conhecimento da lei e das profecias; e transmitia-se de uns para os outros a pergunta: "Como sabe Este letras, não as tendo aprendido?" João 7:15. Ninguém era considerado apto para ser mestre religioso, a menos que houvesse estudado nas escolas dos rabinos, e tanto Jesus como João Batista foram representados como ignorantes, porque não receberam esse preparo. Os que os ouviam se espantavam do conhecimento que tinham das Escrituras, "não as tendo aprendido". Dos homens, é verdade que não o tinham; mas o Deus do Céu era seu mestre, e dEle receberam a mais elevada espécie de sabedoria. Quando Jesus falava no pátio do templo, o povo achava-se como fascinado. Os próprios que mais violentos eram contra Ele, sentiram-se impotentes para Lhe fazer qualquer mal. No momento, todos os outros interesses eram esquecidos. Dia após dia ensinou Ele ao povo, até o último, "o grande dia da festa". A manhã desse dia encontrou a multidão fatigada do longo período de festividades. De repente, Jesus ergueu a voz, em acentos que retumbaram através dos pátios do templo: "Se alguém tem sede, venha a Mim, e beba. Quem crê em Mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão de seu ventre." João 7:37. O estado do povo tornou esse apelo deveras eficaz. Estiveram eles empenhados em contínua cena de pompa e festividade, os olhos ofuscados com luzes e cores, e os ouvidos deleitados com a mais preciosa música; nada, porém, houvera em toda essa série de cerimônias para ramos@advir.comramos@advir.com
  • 4. satisfazer as necessidades do espírito, nada para saciar a sede da alma por aquilo que é imperecível. Jesus Pág. 454 os convidava a ir beber da nascente da vida, daquela que se tornaria neles uma fonte que salta para a vida eterna. O sacerdote havia, naquela manhã, realizado a cerimônia que comemorava o ferir da rocha no deserto. Essa rocha era um símbolo dAquele que, por Sua morte, havia de fazer com que brotassem vivas correntes de salvação para todos os sedentos. As palavras de Cristo eram a água da vida. Ali, em presença da reunida multidão, Ele Se pôs à tarde para ser ferido, a fim de que água da vida pudesse brotar para o mundo. Ferindo a Cristo, Satanás pensava destruir o Príncipe da vida; mas da ferida rocha correu água viva. Ao falar Jesus assim ao povo, o coração deste pulsou com estranho respeito, e muitos estavam dispostos a exclamar, como a mulher de Samaria: "Dá-me dessa água, para que não mais tenha sede." Jesus conhecia as necessidades da alma. Pompas, riquezas e honras não podem satisfazer o coração. "Se alguém tem sede, venha a Mim." João 7:37. O rico, o pobre, o elevado, o humilde, são igualmente bem- vindos. Ele promete aliviar os espíritos preocupados, confortar os tristes e dar esperança aos acabrunhados. Muitos dos que ouviram a Jesus estavam a prantear desvanecidas esperanças, muitos nutriam algum desgosto oculto, muitos ainda procuravam satisfazer seus inquietos anseios com as coisas do mundo e o louvor dos homens; mas, obtido tudo, verificavam haver labutado para alcançar nada mais que uma cisterna rota, na qual se não podiam saciar. Por entre o brilho das festivas cenas, estavam descontentes e tristes. Aquele súbito brado: "Se alguém tem sede", despertou-os de sua dolorosa meditação, e ao escutarem as palavras que se seguiram, seu espírito reviveu com nova esperança. O Espírito Santo apresentou-lhes o símbolo até que viram nele o oferecimento do inapreciável dom da salvação. O brado de Cristo à alma sedenta ecoa ainda, e apela para nós com poder ainda maior do que aos que o ouviram no templo, naquele último dia da festa. A fonte está aberta para todos. Aos cansados e exaustos, oferecem-se os refrigerantes goles da vida eterna. Jesus clama ainda: "Se alguém tem sede, venha a Mim, e beba." "Quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida." Apoc. 22:17. "Aquele que beber da água que Eu lhe der, nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte d'água que salte para a vida eterna." João 4:14. O Desejado de Todas as Nações, p. 455-462: "Por Entre Laços". Pág. 455 Todo o tempo que Jesus passou em Jerusalém, foi vigiado de perto por espias. Dia a dia eram tentados novos ardis para reduzi-Lo ao silêncio. Os sacerdotes e principais estavam à espreita para O enlaçar. Faziam planos para detê-Lo por violência. Mas isto não era tudo. Queriam humilhar diante do povo esse Rabi galileu. No primeiro dia de Seu aparecimento na festa, haviam-se dirigido a Ele, perguntando com que autoridade ensinava. Queriam desviar a atenção que convergia para Ele, para a questão do direito que tinha de ensinar e, assim, para a importância e autoridade deles próprios. "A Minha doutrina não é Minha", disse Jesus, "mas dAquele que Me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dEle, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se Eu falo de Mim mesmo." João 7:16 e 17. Jesus enfrentava a esses fingidos, não respondendo ao seu ardil, mas revelando a verdade vital à salvação da alma. A percepção e apreço da verdade, disse Ele, depende menos da mente, que do coração. A verdade deve ser recebida na alma; exige a homenagem da vontade. Se a verdade pudesse ser submetida unicamente à razão, o orgulho não serviria de obstáculo à recepção da mesma. Mas deve ser recebida mediante o operar da graça no coração; e sua recepção depende da renúncia de todo pecado que o Espírito de Deus revela. As vantagens do homem para obter o conhecimento da verdade, por grandes que sejam, não lhe aproveitarão coisa alguma, a menos que o coração esteja aberto para receber a mesma verdade, e haja conscienciosa renúncia de Pág. 456 todo hábito e prática opostos a seus princípios. Aos que assim se entregam a Deus, tendo sincero desejo de conhecer e fazer-Lhe a vontade, a verdade se revela como o poder divino para a salvação. Esses serão capazes de distinguir entre o que fala por Deus, e o que fala de si mesmo. Os fariseus não puseram sua vontade ao lado da vontade divina. Não buscavam conhecer a verdade, mas procuravam uma desculpa para a ela se esquivar; Cristo mostrou que era por isso que não Lhe entendiam os ensinos. ramos@advir.comramos@advir.com
  • 5. Deu então uma prova pela qual o verdadeiro mestre devia ser distinguido do enganador: "Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória, mas o que busca a glória dAquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça." João 7:18. O que busca a sua própria glória está falando apenas de si mesmo. O espírito de interesse egoísta trai sua origem. Mas Cristo buscava a glória de Deus. Falava as palavras de Deus. Tal era o testemunho de Sua autoridade como mestre da verdade eterna. Cristo deu aos rabis uma prova de Sua divindade, mostrando que lia o coração deles. Sempre, desde a cura de Betesda, vinham tramando Sua morte. Estavam assim quebrantando a lei que professavam defender. "Não vos deu Moisés a lei?" disse Ele, "e nenhum de vós observa a lei. Por que procurais matar-Me?" João 7:19. Como relâmpago, essas palavras revelaram aos rabis o abismo de ruína em que estavam a ponto de imergir. Sentiram-se, por um instante, cheios de terror. Viram achar-se em luta com o poder infinito. Mas não queriam ser advertidos. A fim de manter sua influência sobre o povo, era preciso ocultar os desígnios homicidas que tinham. Fugindo à pergunta de Jesus, exclamaram: "Tens demônio; quem procura matar-Te?" João 7:20. Insinuavam que as maravilhosas obras de Jesus eram incitadas por um mau espírito. A essa insinuação, Cristo não deu ouvidos. Continuou a demonstrar que Sua obra de cura, em Betesda, estava em harmonia com a lei do sábado, e justificava-Se pela interpretação dada pelos próprios judeus à lei. Disse Ele: "Pelo motivo de que Moisés vos deu a circuncisão... no sábado circuncidais um homem." João 7:22. Segundo a lei, toda criança devia ser circuncidada ao oitavo dia. Se o tempo designado caísse no sábado, o rito devia contudo ser cumprido. Quanto mais deve estar em harmonia com o espírito da lei curar "de todo um homem" (João 7:23) no sábado? E advertiu-os a não Pág. 457 julgar "segundo as aparências", mas "segundo a reta verdade". João 7:24. Os principais emudeceram; e muitos dentre o povo exclamaram: "Não é Este o que procuram matar? e ei-Lo aí está falando abertamente e nada Lhe dizem. Porventura sabem verdadeiramente os príncipes que Este é o Cristo?" João 7:25 e 26. Muitos, dentre os ouvintes de Cristo, moradores em Jerusalém, não ignoravam as tramas dos principais contra Ele, e por uma força irresistível sentiram-se atraídos para Jesus. Assalltava-os a convicção de que Ele era o Filho de Deus. Mas Satanás achava-se pronto a sugerir dúvidas; e para isso estava o caminho preparado pelas próprias idéias errôneas que tinham quanto ao Messias e Sua vinda. Acreditava-se em geral que Cristo havia de nascer em Belém, mas depois de algum tempo desapareceria e, à Sua segunda aparição, ninguém saberia de onde Ele vinha. Não poucos sustentavam que o Messias não teria nenhum parentesco natural com a humanidade. E devido ao conceito popular de a glória do Messias não se cumprir em Jesus de Nazaré, muitos deram ouvidos à sugestão: "Todavia bem sabemos de onde Este é; mas, quando vier o Cristo, ninguém saberá de onde Ele é." João 7:27. Ao assim vacilarem entre a dúvida e a fé, Jesus lhes descobriu os pensamentos e lhes respondeu: "Vós conheceis-Me, e sabeis de onde sou; e Eu não vim de Mim mesmo, mas Aquele que Me enviou é verdadeiro, o qual vós não conheceis." João 7:28. Pretendiam saber qual deveria ser a origem de Cristo, mas achavam-se em completa ignorância da mesma. Houvessem vivido em harmonia com a vontade de Deus, e teriam conhecido Seu Filho quando Este Se lhes manifestou. Os ouvintes não podiam deixar de entender as palavras de Cristo. Eram, claramente, uma repetição do que pretendera em presença do Sinédrio, muitos meses atrás, quando Se declarara o Filho de Deus. Como os principais haviam então procurado tramar-Lhe a morte, assim tentavam agora apoderar-se dEle; foram impedidos, porém, por invisível poder, que lhes pôs limite à fúria, dizendo-lhes: Até aí irás, e não mais adiante. Entre o povo muitos creram nEle e diziam: "Quando o Cristo vier, fará ainda mais sinais do que os que Este tem feito?" João 7:31. Os chefes dos fariseus, que observavam ansiosamente a marcha dos acontecimentos, notaram as expressões de simpatia entre a multidão. Correndo para o chefe dos sacerdotes, formularam seus planos para O prenderem. Combinaram, entretanto, apoderar-se Pág. 458 dEle quando estivesse só; pois não ousavam prendê-Lo em presença do povo. Outra vez tornou Jesus manifesto que lhes lia o desígnio. "Ainda um pouco de tempo estou convosco", disse Jesus, "e depois vou ramos@advir.comramos@advir.com
  • 6. para Aquele que Me enviou. Vós Me buscareis, e não Me achareis; e onde Eu estou, vós não podeis vir." João 7:33 e 34. Em breve encontraria um refrigério para além do escárnio e do ódio deles. Subiria ao Pai, para ser novamente o Adorado dos anjos; e ali jamais poderiam chegar Seus assassinos. Os rabinos, zombeteiramente, disseram: "Para onde irá Este, que O não acharemos? Irá porventura para os dispersos entre os gregos, e ensinará os gregos?" João 7:35. Mal pensavam esses fingidos que, em suas escarnecedoras palavras, descreviam a missão de Cristo! Todo o dia estendera Ele as mãos a um povo rebelde e contradizente; no entanto, seria achado pelos que O não buscavam; a um povo que não perguntava por Ele, seria manifestado. Rom. 10:20 e 21. Muitos que estavam convencidos de que Jesus era o Filho de Deus, foram transviados pelo falso raciocínio dos sacerdotes e rabis. Esses mestres haviam repetido, com grande efeito, as profecias referentes ao Messias, de que Ele há de "reinar no Monte de Sião e em Jerusalém; e então perante os Seus anciãos haverá glória" (Isa. 24:23); que "há de dominar de mar a mar, e desde o rio até às extremidades da Terra". Sal. 72:8. Faziam então comparações desdenhosas entre a glória aí descrita e a humilde aparência de Jesus. As próprias palavras da profecia eram pervertidas de modo a sancionar o erro. Houvesse o povo, com sinceridade, estudado a palavra por si mesmo, e não se teria transviado. O capítulo sessenta e um de Isaías testifica que Cristo havia de fazer a própria obra que realizou. O capítulo cinquenta e três apresenta Sua rejeição e sofrimentos no mundo, e o cinquenta e nove descreve o caráter dos sacerdotes e rabinos. Deus não força os homens a abandonarem sua incredulidade. Acham-se perante eles a luz e as trevas, a verdade e o erro. Cumpre-lhes decidir qual aceitarão. O espírito humano é dotado da faculdade de discriminar entre a verdade e o erro. É o desígnio de Deus que não se decidam por impulso, mas pelo peso da evidência, comparando cuidadosamente escritura com escritura. Houvessem os judeus posto à margem seus preconceitos, e comparado as profecias escritas com os fatos que caracterizavam a vida de Jesus, e teriam percebido uma bela harmonia entre as profecias e seu cumprimento na vida e ministério do humilde Galileu. Pág. 459 Muitos, hoje em dia, se acham enganados da mesma forma que o estavam os judeus. Os mestres religiosos lêem as Escrituras à luz de seu próprio entendimento e das tradições; e o povo não examina a Bíblia por si mesmo, nem julga por si o que é a verdade; mas renuncia a seu próprio juízo e confia a alma aos guias. A pregação e ensino de Sua Palavra é um dos meios ordenados por Deus para difusão da luz; mas devemos submeter o ensino de todo homem à prova da Escritura. Quem quer que estude a Bíblia com oração, desejando conhecer a verdade a fim de obedecer-lhe, receberá divina iluminação. Esse compreenderá as Escrituras. "Se alguém quiser fazer a vontade dEle, pela mesma doutrina conhecerá." No último dia da festa, os oficiais enviados pelos sacerdotes e principais para prenderem a Jesus, voltaram sem Ele. Foram raivosamente interrogados: "Por que O não trouxestes?" Com solene expressão, responderam: "Nunca homem algum falou assim como este Homem." João 7:45 e 46. Endurecidos como se achavam seus corações, abrandaram-se às palavras dEle. Enquanto Jesus estava falando no pátio do templo, haviam vagueado ali por perto, a fim de descobrir qualquer coisa que pudesse ser voltada contra Ele. Escutando-O, porém, esqueceram o objetivo para o qual ali os tinham enviado. Ficaram como arrebatados. Cristo revelou-Se-lhes à alma. Viram aquilo que sacerdotes e principais não queriam ver - a humanidade inundada com a glória da divindade. Voltaram, tão cheios desse pensamento, tão impressionados por Suas palavras, que ante a pergunta: "Por que O não trouxestes?" só puderam replicar: "Nunca homem algum falou assim como este Homem." Os sacerdotes e principais, ao acharem-se a princípio na presença de Cristo, experimentaram a mesma convicção. Comovera-se-lhes profundamente o coração, possuindo-os o pensamento: "Nunca homem algum falou assim como este Homem." Mas sufocaram a convicção do Espírito Santo. Agora, enfurecidos por serem os próprios instrumentos da lei influenciados pelo odiado Galileu, exclamaram: "Também vós fostes enganados? Creu nEle porventura algum dos principais ou dos fariseus? Mas esta multidão, que não sabe a lei, é maldita." João 7:47-49. Aqueles aos quais é pregada a mensagem da verdade, raras vezes perguntam se ela é verdadeira, mas sim: "Por quem é ela defendida?" Multidões a avaliam pelo número dos que a aceitam; e faz-se ainda a pergunta: "Creu qualquer dos homens eruditos ou dos guias religiosos?" Os homens não são hoje em dia mais favoráveis à verdadeira piedade, do que nos dias de Cristo. Acham-se ramos@advir.comramos@advir.com
  • 7. Pág. 460 com o mesmo intento em busca dos bens terrestres, com negligência das riquezas eternas; e não é um argumento contra a verdade que grande número de pessoas não estejam dispostas a aceitá-la, ou que ela não seja recebida pelos grandes do mundo, ou mesmo pelos guias religiosos. Novamente os sacerdotes e principais procuraram combinar planos para o aprisionamento de Jesus. Insistiam em que, fosse Ele por mais tempo deixado em liberdade, desviaria o povo dos chefes estabelecidos, e o único meio seguro era fazê-Lo emudecer quanto antes. No maior calor de sua discussão, foram repentinamente detidos. Nicodemos perguntou: "Porventura condena a nossa lei um homem sem primeiro o ouvir e ter conhecimento do que faz?" Fez-se silêncio na assembléia. As palavras de Nicodemos penetraram-lhes na consciência. Não podiam condenar um homem que não fora ouvido. Não foi, entanto, só por esse motivo que os altivos príncipes permaneceram em silêncio, fixando aquele que ousara falar em favor da justiça. Ficaram surpreendidos e enfadados de que um dentre eles houvesse sido tão impressionado pelo caráter de Jesus, que emitisse uma palavra em Sua defesa. Recobrando-se de seu espanto, dirigiram-se a Nicodemos com picante sarcasmo: "És tu também da Galiléia? Examina, e verás que da Galiléia nenhum profeta surgiu." João 7:52. Todavia, o protesto deu em resultado a cessação dos movimentos do conselho. Os principais não podiam executar seu desígnio e condenar a Jesus sem um exame. Momentaneamente derrotados, "cada um foi para sua casa. Porém Jesus foi para o Monte das Oliveiras". João 7:53-8:1. Da despertar e burburinho da cidade, das turbas ansiosas e dos rabinos traidores, desviou-Se Jesus para o sossego do olival, onde podia encontrar-Se a sós com Deus. De manhã cedo, porém, regressou ao templo e, reunindo-se-Lhe o povo em volta, sentou-Se e pôs-Se a ensiná-los. Foi em breve interrompido. Aproximou-se dEle um grupo de fariseus e escribas, arrastando consigo uma aterrorizada mulher, a qual, com duras e veementes vozes, acusavam de ter violado o sétimo mandamento. Havendo-a empurrado para a presença de Jesus, disseram-Lhe com hipócrita manifestação de respeito: "Na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu pois que dizes?" João 8:5. Sua fingida reverência ocultava um laço fundamente armado para Sua ruína. Lançaram mão dessa oportunidade para garantir-Lhe a condenação, julgando que, fosse qual fosse a decisão que Ele desse, haviam de achar ocasião de acusá-Lo. Se absolvesse a mulher, seria acusado de desprezar a lei de Moisés. Declarasse-a Pág. 461 Ele digna de morte, e seria denunciado aos romanos como assumindo autoridade que só a eles pertencia. Jesus contemplou um momento a cena - a trêmula vítima em sua vergonha, os mal-encarados dignitários, destituídos da própria simpatia humana. Seu espírito de imaculada pureza recuou do espetáculo. Bem sabia para que fim fora levado esse caso. Lia o coração, e conhecia o caráter e a história da vida de cada um dos que se achavam em Sua presença. Esses pretensos guardas da justiça haviam, eles próprios, induzido a vítima ao pecado, a fim de prepararem uma armadilha para Jesus. Sem dar nenhum indício de lhes haver escutado a pergunta, inclinou-Se e, fixando no chão o olhar, começou a escrever na terra. Impacientes ante Sua demora e aparente indiferença, os acusadores aproximaram-se, insistindo em Lhe atrair a atenção sobre o assunto. Ao seguirem, porém, com a vista, o olhar de Jesus, fixaram-na na areia aos Seus pés, e transmudou-se-lhes o semblante. Ali, traçados perante eles, achavam-se os criminosos segredos de sua própria vida. O povo, olhando, reparou na súbita mudança de expressão e adiantou-se, para descobrir o que estavam eles olhando com tal espanto e vergonha. Com toda a sua professada reverência pela lei, esses rabis, ao trazerem a acusação contra a mulher, estavam desatendendo às exigências da mesma. Era dever do marido mover ação contra ela, e as partes culpadas deviam ser igualmente punidas. A ação dos acusadores era de todo carecida de autorização. Entretanto, Jesus os rebateu com as próprias armas deles. A lei especificava que, nas mortes por apedrejamento, as testemunhas do caso fossem as primeiras a lançar a pedra. Erguendo-Se, então, e fixando os olhos nos anciãos autores da trama, disse Jesus: "Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela." João 8:7. E, inclinando-Se, continuou a escrever no chão. Não pusera de lado a lei dada por Moisés, nem fora de encontro à autoridade de Roma. Os acusadores haviam sido derrotados. Então, rotas as vestes da pretendida santidade, ficaram, culpados e condenados, em presença da infinita pureza. Tremeram de que as ocultas iniqüidades de sua vida fossem expostas à ramos@advir.comramos@advir.com
  • 8. multidão; e um a um, cabisbaixos e confusos, foram-se afastando silenciosos, deixando a vítima com o compassivo Salvador. Jesus Se ergueu e, olhando para a mulher, disse: "Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? e ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem Eu também te condeno: Vai-te, e não peques mais." João 8:10 e 11. Pág. 462 A mulher estivera toda curvada, possuída de temor diante de Jesus. Suas palavras: "Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela", haviam-lhe soado qual sentença de morte. Não ousava levantar os olhos para o rosto do Salvador, mas aguardava em silêncio a condenação. Atônita, viu os acusadores partirem mudos e confundidos; então, chegaram-lhe aos ouvidos as palavras de esperança: "Nem Eu também te condeno; vai-te, e não peques mais." João 8:11. Comoveu-se-lhe o coração, e ela se atirou aos pés de Jesus, soluçando em seu reconhecido amor e confessando com amargo pranto os seus pecados. Isto foi para ela o início de uma nova vida, vida de pureza e paz, devotada ao serviço de Deus. No reerguimento dessa alma caída, operou Jesus um milagre maior do que na cura da mais grave enfermidade física; curou a moléstia espiritual que traz a morte eterna. Essa arrependida mulher tornou-se um de Seus mais firmes seguidores. Com abnegado amor e devoção, retribuiu-Lhe a perdoadora misericórdia. Em Seu ato de perdoar a essa mulher e animá-la a viver vida melhor, resplandece na beleza da perfeita Justiça o caráter de Jesus. Conquanto não use de paliativos com o pecado, nem diminua o sentimento da culpa, procura não condenar, mas salvar. O mundo não tinha senão desprezo e zombaria para essa transviada mulher; mas Jesus profere palavras de conforto e esperança. O Inocente Se compadece da fraqueza da pecadora, e estende-lhe a mão pronta a ajudar. Ao passo que os fariseus hipócritas denunciam, Jesus lhe recomenda: "Vai-te, e não peques mais." João 8:11. Não é seguidor de Cristo aquele que, desviando os olhos, se afasta do transviado, deixando-o sem advertência prosseguir em sua degradante carreira. Os que são mais prontos a acusar a outros, e zelosos em os levar à justiça, são frequentemente em sua própria vida mais culpados que eles. Os homens aborrecem o pecador, ao passo que amam o pecado. Cristo aborrece o pecado, mas ama o pecador. Será esse o espírito de todos quantos O seguem. O amor cristão é tardio em censurar, pronto a perceber o arrependimento, pronto a perdoar, a animar, a pôr o transviado na vereda da santidade e a nela firmar-lhe os pés. ramos@advir.comramos@advir.com