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PORTOS E LOGÍSTICA
18 PORTOS E NAVIOS OUTUBRO 2017
E
m breve, portos e instalações
offshore e onshore da indús-
tria de petróleo e gás incor-
porarão um novo elemento
visual a seu cenário. Os drones, larga-
mente utilizados na agricultura, co-
meçam a ocupar novos nichos, como
monitoramento e inspeção de pátios e
equipamentos. Com flexibilidade para
atuar em ambientes confinados e re-
motos, os drones vêm incorporando
novas tecnologias e ofecerem a vanta-
gem de representar redução de custo
nas operações e substituir o homem
em operações perigosas.
sua conexão com as duas colunas do
navio.
O diretor de operações da Prosa-
fe, Ian Young, destaca o sucesso da
operação, que permitiu otimizar os
requisitos da pesquisa e economizar
quantidades significativas de tempo
e dinheiro. Normalmente, a operação
causaria interrupção ao cliente por
vários dias. Mas com o uso de drone
levou apenas algumas horas. “Esta
foi uma ótima oportunidade para de-
monstrar as habilidades de nossos
drones para verificar a condição de
componentes externos remotos em
O céu é o limite
Setores ‘offshore’, de portos e marítimo descobrem os drones e
começam a incorporar sua utilização em inspeção e monitoramento
No Brasil, diversas empresas se po-
sicionam nos últimos anos para iden-
tificar novas utilizações, desenvolver
soluções e ocupar os espaços. No exte-
rior, a utilização de drones tem maior
histórico mas também engatinha em
vários segmentos. Em julho, a DNV GL
concluiu operação pioneira com dro-
ne para inspeção do navio semissub-
mersível Safe Scandinavia no Mar do
Norte, de propriedade e operação da
Prosafe, em apoio às operações de per-
furação da Statoil na costa da Noruega.
Equipados com câmeras, os drones da
certificadora verificaram os fairleads e
PORTOS E NAVIOS OUTUBRO 2017 19
condições desafiadoras. O drone voou
25 metros abaixo do convés principal
para verificar a condição dos fairleads
e suas conexões, com velocidades de
vento de aproximadamente 15 nós. A
pesquisa mostrou que os fairleads e
suas conexões estavam em boas con-
dições”, exulta Cezary Galinski, geren-
te de projeto classificação da DNV GL
na Polônia.
A sociedade classificadora já re-
alizou levantamentos de drones em
navios e unidades offshore, inspecio-
nando áreas a bordo, desde tanques e
suportes de carga até estruturas exter-
nas, como pernas de elevação.
Em janeiro, a empresa de nave-
gação Maersk utilizou um drone no
transporte de um pequeno volume —
um pacote de biscoitos de cerca de um
quilo — de um rebocador para um pe-
troleiro. O voo cobriu 250 metros ape-
nas, mas a experiência foi simbólica,
pois estuda-se utilizar esse tipo de ser-
viço para entregas de suprimentos di-
versos e peças de reposição, inclusive
em viagens longas. Inspeções de casco
e de bordo também estão no radar do
armador.
No âmbito governamental, também
há novidades no exterior. A Agência
Europeia de Segurança Marítima e a
Agência Espacial Europeia planejam
colocar drones em serviço ainda em
2017 para fiscalizar fontes de poluição
em águas europeias. Os governos da
Coreia do Sul e do Japão estudam vi-
giar rotas marítimas costeiras de seus
países com drones.
Estima-se que em poucos anos, as
empresas de petróleo e gás utilizem ro-
tineiramente drones para monitorar e
inspecionar sua infraestrutura, com o
objetivo de evitar perdas, paralisações
e reparos dispendiosos. Inspeções em
refinarias de petróleo e plataformas
offshore com esses equipamentos po-
dem ter melhorada e ampliada a co-
leta de dados, com equipamentos so-
fisticados como câmeras 4k e sensores
térmicos.
Os drones oferecem vantagens
comparados aos métodos tradicionais
e a tendência é que se tornem as prin-
cipais ferramentas de inspeção. Po-
dem ser usados para coletar dados de
A área de TI, com esses dados, pode
examinar com exatidão os volumes no
estoque, as entradas e as saídas. A ge-
olocalização é automática, o que antes
demandava às vezes horas de procura
por funcionários.
Segundo os especialistas, os drones
são eficientes para detectar e identi-
ficar vazamentos ou indicar reparos
e manutenção. Substituem o homem
em tarefas em ambientes e terrenos
difíceis, como em alpinismo industrial
e em ambientes confinados ou com a
presença de produtos químicos. São
mais rápidos e precisos, pois contam
hoje com grande variedade de senso-
res. E concluem em horas, sob con-
dições complexas e sem a parada de
equipamentos, a coleta de dados que
levaria dias por métodos tradicionais.
A inspeção de um flare em uma refina-
ria ou plataforma offshore pode ser fei-
ta em horas com alto grau de precisão
e sem parada na operação. Pelo mé-
todo tradicional, é preciso desligar o
equipamento, esperar esfriar e enviar
um alpinista à torre, o que leva dias.
No Brasil, somente em maio último
o uso de drones foi regulamentado
pela Agência Nacional de Aviação Ci-
vil (Anac) e pelo Departamento de
Controle do Espaço Aéreo (Decea). O
marco regulatório, um conjunto de
normas sobre a utilização profissional
e recreativa dos equipamentos, traz
segurança para as empresas. A expec-
Drones submarinos
podem fazer inspeção
regular e verificar
calado e costado de
um navio
campo de plataformas, tanques, flare,
oleodutos e outras infraestruturas de
petróleo e gás. Na área de logística, po-
dem se tornar o padrão no controle de
ativos. Nos portos, podem vigiar pátios
e perímetros, inspecionar guindastes,
mapear a volumetria de pilha de mi-
nério e monitorar o tráfego marítimo.
Podem ainda atuar em verificações e
emergência ambientais. Tarefas como
acompanhamento de operações ship
to ship são perfeitas utilizações de
drones, dada a dificuldade de acom-
panhamento. Drones podem detectar
óleo na água por sensores com navios
em movimento.
Operadores logísticos que já utili-
zam a tecnologia avaliam que os dro-
nes podem reduzir em até 90% o custo
operacional na realização de inven-
tários. Durante os voos, é possível lo-
calizar os palets e enviar imagens em
tempo real do estoque por meio de
telemetria, determinando a quantida-
de exata dos produtos no armazém.
PORTOS E LOGÍSTICA
20 PORTOS E NAVIOS OUTUBRO 2017
tativa é que a partir de agora o inves-
timento no desenvolvimento de solu-
ções e oferta de serviços ganhe fôlego.
Para voos de drones com menos de
25 quilos, não há exigência de habili-
tação para a pilotagem. Essa situação
deve mudar com o aperfeiçoamen-
to das normas, pois grande parte dos
drones utilizados profissionalmente
está abaixo dessa faixa de peso. Os
equipamentos de inspeção em sua
maioria têm cerca de cinco quilos.
Segundo a opinião de empresários
do setor consultados pela Portos e Na-
vios, um dos motivos para a ausência
da exigência seria a ainda inexistên-
cia de cursos especializados. Mais um
nicho a ser criado. Hoje o serviço de
inspeção por drone é regularizado. O
drone tem de ser registrado e homolo-
gado pela Anac. E os voos têm de ser
autorizados pelo Decea, responsável
pelo espaço aéreo brasileiro.
O Decea implementará em breve
mudanças na Solicitação de Autori-
zação de Voos com Aeronaves Remo-
tamente Pilotadas (Sarpas). O Sarpas
orienta voos e cadastra usuários. Mu-
danças serão percebidas na habilita-
ção do cadastro de CNPJ e CPF, no ca-
dastro de aeronaves e nos certificados.
Pessoas físicas deverão passar a liberar
uma aeronave de cada vez, enquanto
pessoas jurídicas poderão liberar to-
das as aeronaves de uma só vez.
o drone gira em torno do alvo. A van-
tagem é liberar o controle para que um
operador se preocupe exclusivamente
com a câmera. Exemplo típico é a ins-
peção de flare. O terceiro tipo de voo é
o follow me, onde um alvo é marcado,
por exemplo um automóvel, e o dro-
ne acompanha todos os movimentos
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pontos de atenção. Vigilância em um
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neres são exemplos típicos. Marcam-
-se pontos no mapa e um plano de voo
é desenvolvido, com rota, velocidade
e altura. O drone levanta voo em pe-
ríodos de tempo regulares e percorre o
perímetro.
A Companhia Docas de São Paulo
(Codesp) se prepara para introduzir
até o fim do ano drones no monitora-
mento do Porto de Santos. O pionei-
rismo do maior porto brasileiro é um
cartão de visitas e deve ser seguido
por outros portos e terminais. O dire-
tor de operações logísticas da Codesp,
Carlos Henrique Poço, conta que os
equipamentos serão utilizados em fis-
calização, monitoramento ambiental
e segurança, em auxílio à Guarda Por-
tuária. Cerca de 12 equipamentos com
configurações variadas, operados por
uma equipe de aproximadamente 20
pessoas entre pilotos, auxiliares e ope-
radores de posição, serão utilizados.
Serão três equipes de campo, com-
postas por um piloto e um auxiliar. Te-
rão como retaguarda uma central de
monitoramento com rigoroso controle
de acesso, com operadores individuais
acompanhando em tempo real todas
as operações. Os operadores estarão
sempre acompanhados de um fiscal
da Codesp, que acompanha em tempo
real a operação. Toda a operação será
gravada em campo e também na cen-
tral, com 100% de segurança e redun-
dância das informações.
Os testes já feitos no porto mos-
traram resultados positivos. Foram
feitos voos com autonomia aproxi-
mada de 20 minutos, com distâncias
que variaram de 40 a três mil metros,
controlados remotamente. As ima-
gens foram gravadas e transmitidas
em tempo real. “Os resultados foram
extremamente satisfatórios em di-
Drones são
eficientes para
detectar e identificar
vazamentos ou
indicar reparos e
manutenção
Os voos serão habilitados com base
em Princípio da Sombra, Recreativo
ou Área Confinada e não serão anali-
sados, já que o operador estará decla-
rando que cumprirá o que está pre-
visto nas normas. As mudanças têm a
intenção de tratar os voos com drones
como se tripulados fossem.
A regulamentação não é homogê-
nea internacionalmente. Na Europa, é
exigência a frequência em curso para
habilitação. Para inspeção, há também
cursos específicos.
Há quatro tipos de voos convencio-
nados. O primeiro é o chamado ‘nor-
mal livre’, onde o objeto de atenção é
visto diretamente ou em uma tela; o
segundo tem por foco um ponto de
interesse. Nesse tipo de voo, marca-
-se objeto, raio, velocidade e altura, e
PORTOS E NAVIOS OUTUBRO 2017 21
versos aspectos. Os drones permitem
acesso visual rápido ao contrabordo
dos navios. Possibilita fiscalização
mais precisa nos momentos críticos
do abastecimento do navio, que são a
instalação de barreiras de contenção
de combustível, conexão e desconexão
das mangueiras de abastecimento, mi-
nimizando os riscos ambientais destas
operações”, diz Poço.
O investimento previsto para im-
plantação e operação é de aproxima-
damente R$ 2,5 milhões.
A Macnor, tradicional fornecedora
de equipamentos marítimos, com a
crise econômica resolveu diversificar
suas atividades e abriu uma nova fren-
te — a comercialização de barreiras de
contenção de óleo. E verificou no seg-
mento uma oportunidade. Em parce-
ria com o Grupo DR1, desenvolve há
um ano e meio soluções para moni-
toramento ambiental em OSRV com o
uso de drones. Mateus Maia, diretor da
DR1, destaca que o custo no acompa-
nhamento nas operações dos barcos
de apoio offshore é muito alto, o que
inclui simulados acompanhados por
helicópteros. A especificação para mo-
nitoramento ambiental está em curso
na Petrobras.
A DR1, que está em processo de fi-
nalização de homologação na Petro-
bras, abre o leque e pretende atuar na
inspeção de flares. A Petrobras iniciou
em 2013 esse tipo de inspeção. Maia
estima que até 2015 foram demanda-
das dez inspeções. Em 2016, não houve
solicitação. Mas estima que ainda em
2017 e mais fortemente em 2018, a Pe-
trobras vai começar a demandar bas-
tante esse serviço. Além da Petrobras,
SBM, Modec e Brasken são operadores
que utilizam o serviço. “Com drone,
conseguimos prever quando vai ter
um shutdown programado. E quando
fizerem o shutdown, já sabem se vai ter
de haver alguma manutenção do fla-
re. Já sabem que peça terão de dispor
anteriormente, quantas pessoas serão
necessárias para a manutenção. A pro-
gramação é mais eficaz. O outro ponto
é a questão da segurança no trabalho.
Não há ninguém trabalhando em al-
tura. E com uma câmara termográfica
com zoom de 30 vezes, conseguimos
ter uma informação que o escalador
não teria”, diz o diretor da DR1.
A empresa já realizou há dois anos
serviço no segmento de portos, onde
inspecionou um guindaste, o Pelicano,
na ilha da Conceição, em Niterói, para
a BSL, braço da SBM.
O Grupo Ican, especializado em
gestão empresarial, de processos e
gestão de risco na área de petróleo,
desenvolve há um ano serviços para
inspeção em dutos, embarcações de
apoio offshore e plataformas. Um dife-
rencial dessa empresa é que a diretora
Tereza Soares tem grande expertise na
área marítima, pois foi gerente de Es-
tratégia de Segurança Operacional da
Transpetro e responsável pela mon-
PORTOS E LOGÍSTICA
22 PORTOS E NAVIOS OUTUBRO 2017
tagem de todo o sistema de gestão da
frota. Ela destaca como prioridades no
desenvolvimento dos serviços a segu-
rança e o planejamento. “Várias em-
presas querem atuar nesse nicho, mas
é preciso muito conhecimento para fa-
zer uma aproximação com o drone em
uma plataforma. Há vários locais iden-
tificados como de atmosfera explosiva,
com a presença do hidrocarboneto.
O chamado ‘triângulo do fogo’ pode
acontecer a qualquer momento. Basta
a presença de hidrocarboneto, oxigê-
nio e algo como uma faísca do drone
ou o motor superaquecido do drone”,
diz a executiva.
— Vamos prestar o serviço do dro-
ne, equipado com câmaras de infra-
vermelho, só que com avaliação de
risco, com responsabilidade técnica,
com plano de emergência, plano de
voo e procedimento de como aquilo
vai ser operado — destaca a diretora
do Grupo Ican. A empresa já fez três
apresentações na Transpetro, para a
área de dutos.
Uma inspeção regular em uma
embarcação offshore envolve a ve-
rificação de eventual vazamento,
comprometimento de casco, alguma
alteração em consequência de coli-
são. A operação pode também ser feita
por drone submarino, que verifica o
calado e o costado.
A Groove.tech, dedicada a inovação
e tecnologia, atua em parceria com o
Grupo Ican. Não diretamente na ope-
ração de drones, mas no desenvolvi-
mento de soluções sob demanda. O
diretor da empresa, Eliandro Lopes
de Sousa, destaca que o mercado de
drone está em ebulição, com diversos
modelos de negócios e novos segmen-
tos descobrindo o potencial competi-
tivo da utilização da tecnologia. Mas
enfatiza que na maior parte das vezes
as soluções de prateleira não são ade-
quadas. “A implantação quase sempre
exige a melhoria da infraestrutura físi-
ca e lógica. É preciso enviar alertas dos
processos em tempo real para centrais
de comando, alertando para anoma-
lias. É necessário também criar cená-
rios e tendências daquilo que é mo-
nitorado e ser preditivo nas análises,
com o uso de inteligência artificial”,
aponta Souza.
A GTP Tecnologia desenvolveu há
três anos um complexo sistema de
monitoramento para a área de enge-
nharia da Petrobras, que necessitava
aferir a evolução de uma obra entre a
Reduc, em Caxias (RJ), e o Comperj,
em Itaboraí (RJ). O projeto partiu de
soluções convencionais até o desen-
volvimento da tecnologia com o uso
de drones. O que a Petrobras pediu foi
uma rede de dados de telemetria ca-
beada em 50 quilômetros. Torre, poste,
transmissão de dados. A GTP propôs
um sistema nômade.
O percurso seria inicialmente feito
por helicóptero, com a tecnologia em-
barcada para coleta e transmissão de
dados. Mas verificou-se que o custo
seria estratosférico. “A ideia era cruzar
dados de telemetria, dados de gestão
de ativos e dados de câmara, tudo isso
numa central de monitoração remota,
distante a ‘xis’ quilômetros. Formar
uma base de dados de conhecimento
para saber se a obra estava se desen-
volvendo de acordo com o programa-
do, se estava usando os equipamentos
e as pessoas programados”, conta o di-
retor de negócios da GTP Tecnologia,
Luiz Araújo. “A banda boa da Petro-
bras, o pessoal da engenharia, queria
monitorar a obra, porque já havia des-
vio”, acrescenta. Segundo Araújo, a fis-
calização era feita por um engenheiro
da Petrobras, que tinha de percorrer 50
quilômetros da faixa de dutos, em áre-
as que incluíam mangue, montanha,
comunidades, locais onde cadáveres
eram desovados e área de tráfico. Na
prática, diz o executivo, muitas vezes,
o programado era usar por exemplo 20
escavadeiras e 30 sidebooms, mas na
verdade estavam operação 10 escava-
deiras e dois sidebooms. E 30 funcio-
nários, quando o programado era 300.
Nos ensaios, foram utilizados dois
drones com 15 quilos de payload e
cinco horas de autonomia. Dependen-
do da velocidade, poderia ir e voltar de
uma ponta a outra, funcionando por
GPS e telemetria.
Vencedora da licitação da Petrobras,
a GTP investiu US$ 300 mil no projeto.
Mas com a descontinuidade das obras
do Comperj, a solução foi abortada.
Com a experiência adquirida, a
empresa resolveu dar continuidade
ao desenvolvimento de soluções com
drones e migrou para equipamen-
tos menores. Hoje opera drone com
payload (carga de uma transmissão de
dados) de dois quilos e autonomia de
40 minutos. Mudou o sistema de nave-
gação de GPS para sensores aéreos. E
está para assinar um contrato com um
porto graneleiro, onde atuará na ges-
tão de ativos. n
Na inspeção de ‘flare’, os drones
podem executar a operação sem
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Matéria Revista Portos e Navios

  • 1.
  • 2. PORTOS E LOGÍSTICA 18 PORTOS E NAVIOS OUTUBRO 2017 E m breve, portos e instalações offshore e onshore da indús- tria de petróleo e gás incor- porarão um novo elemento visual a seu cenário. Os drones, larga- mente utilizados na agricultura, co- meçam a ocupar novos nichos, como monitoramento e inspeção de pátios e equipamentos. Com flexibilidade para atuar em ambientes confinados e re- motos, os drones vêm incorporando novas tecnologias e ofecerem a vanta- gem de representar redução de custo nas operações e substituir o homem em operações perigosas. sua conexão com as duas colunas do navio. O diretor de operações da Prosa- fe, Ian Young, destaca o sucesso da operação, que permitiu otimizar os requisitos da pesquisa e economizar quantidades significativas de tempo e dinheiro. Normalmente, a operação causaria interrupção ao cliente por vários dias. Mas com o uso de drone levou apenas algumas horas. “Esta foi uma ótima oportunidade para de- monstrar as habilidades de nossos drones para verificar a condição de componentes externos remotos em O céu é o limite Setores ‘offshore’, de portos e marítimo descobrem os drones e começam a incorporar sua utilização em inspeção e monitoramento No Brasil, diversas empresas se po- sicionam nos últimos anos para iden- tificar novas utilizações, desenvolver soluções e ocupar os espaços. No exte- rior, a utilização de drones tem maior histórico mas também engatinha em vários segmentos. Em julho, a DNV GL concluiu operação pioneira com dro- ne para inspeção do navio semissub- mersível Safe Scandinavia no Mar do Norte, de propriedade e operação da Prosafe, em apoio às operações de per- furação da Statoil na costa da Noruega. Equipados com câmeras, os drones da certificadora verificaram os fairleads e
  • 3. PORTOS E NAVIOS OUTUBRO 2017 19 condições desafiadoras. O drone voou 25 metros abaixo do convés principal para verificar a condição dos fairleads e suas conexões, com velocidades de vento de aproximadamente 15 nós. A pesquisa mostrou que os fairleads e suas conexões estavam em boas con- dições”, exulta Cezary Galinski, geren- te de projeto classificação da DNV GL na Polônia. A sociedade classificadora já re- alizou levantamentos de drones em navios e unidades offshore, inspecio- nando áreas a bordo, desde tanques e suportes de carga até estruturas exter- nas, como pernas de elevação. Em janeiro, a empresa de nave- gação Maersk utilizou um drone no transporte de um pequeno volume — um pacote de biscoitos de cerca de um quilo — de um rebocador para um pe- troleiro. O voo cobriu 250 metros ape- nas, mas a experiência foi simbólica, pois estuda-se utilizar esse tipo de ser- viço para entregas de suprimentos di- versos e peças de reposição, inclusive em viagens longas. Inspeções de casco e de bordo também estão no radar do armador. No âmbito governamental, também há novidades no exterior. A Agência Europeia de Segurança Marítima e a Agência Espacial Europeia planejam colocar drones em serviço ainda em 2017 para fiscalizar fontes de poluição em águas europeias. Os governos da Coreia do Sul e do Japão estudam vi- giar rotas marítimas costeiras de seus países com drones. Estima-se que em poucos anos, as empresas de petróleo e gás utilizem ro- tineiramente drones para monitorar e inspecionar sua infraestrutura, com o objetivo de evitar perdas, paralisações e reparos dispendiosos. Inspeções em refinarias de petróleo e plataformas offshore com esses equipamentos po- dem ter melhorada e ampliada a co- leta de dados, com equipamentos so- fisticados como câmeras 4k e sensores térmicos. Os drones oferecem vantagens comparados aos métodos tradicionais e a tendência é que se tornem as prin- cipais ferramentas de inspeção. Po- dem ser usados para coletar dados de A área de TI, com esses dados, pode examinar com exatidão os volumes no estoque, as entradas e as saídas. A ge- olocalização é automática, o que antes demandava às vezes horas de procura por funcionários. Segundo os especialistas, os drones são eficientes para detectar e identi- ficar vazamentos ou indicar reparos e manutenção. Substituem o homem em tarefas em ambientes e terrenos difíceis, como em alpinismo industrial e em ambientes confinados ou com a presença de produtos químicos. São mais rápidos e precisos, pois contam hoje com grande variedade de senso- res. E concluem em horas, sob con- dições complexas e sem a parada de equipamentos, a coleta de dados que levaria dias por métodos tradicionais. A inspeção de um flare em uma refina- ria ou plataforma offshore pode ser fei- ta em horas com alto grau de precisão e sem parada na operação. Pelo mé- todo tradicional, é preciso desligar o equipamento, esperar esfriar e enviar um alpinista à torre, o que leva dias. No Brasil, somente em maio último o uso de drones foi regulamentado pela Agência Nacional de Aviação Ci- vil (Anac) e pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). O marco regulatório, um conjunto de normas sobre a utilização profissional e recreativa dos equipamentos, traz segurança para as empresas. A expec- Drones submarinos podem fazer inspeção regular e verificar calado e costado de um navio campo de plataformas, tanques, flare, oleodutos e outras infraestruturas de petróleo e gás. Na área de logística, po- dem se tornar o padrão no controle de ativos. Nos portos, podem vigiar pátios e perímetros, inspecionar guindastes, mapear a volumetria de pilha de mi- nério e monitorar o tráfego marítimo. Podem ainda atuar em verificações e emergência ambientais. Tarefas como acompanhamento de operações ship to ship são perfeitas utilizações de drones, dada a dificuldade de acom- panhamento. Drones podem detectar óleo na água por sensores com navios em movimento. Operadores logísticos que já utili- zam a tecnologia avaliam que os dro- nes podem reduzir em até 90% o custo operacional na realização de inven- tários. Durante os voos, é possível lo- calizar os palets e enviar imagens em tempo real do estoque por meio de telemetria, determinando a quantida- de exata dos produtos no armazém.
  • 4. PORTOS E LOGÍSTICA 20 PORTOS E NAVIOS OUTUBRO 2017 tativa é que a partir de agora o inves- timento no desenvolvimento de solu- ções e oferta de serviços ganhe fôlego. Para voos de drones com menos de 25 quilos, não há exigência de habili- tação para a pilotagem. Essa situação deve mudar com o aperfeiçoamen- to das normas, pois grande parte dos drones utilizados profissionalmente está abaixo dessa faixa de peso. Os equipamentos de inspeção em sua maioria têm cerca de cinco quilos. Segundo a opinião de empresários do setor consultados pela Portos e Na- vios, um dos motivos para a ausência da exigência seria a ainda inexistên- cia de cursos especializados. Mais um nicho a ser criado. Hoje o serviço de inspeção por drone é regularizado. O drone tem de ser registrado e homolo- gado pela Anac. E os voos têm de ser autorizados pelo Decea, responsável pelo espaço aéreo brasileiro. O Decea implementará em breve mudanças na Solicitação de Autori- zação de Voos com Aeronaves Remo- tamente Pilotadas (Sarpas). O Sarpas orienta voos e cadastra usuários. Mu- danças serão percebidas na habilita- ção do cadastro de CNPJ e CPF, no ca- dastro de aeronaves e nos certificados. Pessoas físicas deverão passar a liberar uma aeronave de cada vez, enquanto pessoas jurídicas poderão liberar to- das as aeronaves de uma só vez. o drone gira em torno do alvo. A van- tagem é liberar o controle para que um operador se preocupe exclusivamente com a câmera. Exemplo típico é a ins- peção de flare. O terceiro tipo de voo é o follow me, onde um alvo é marcado, por exemplo um automóvel, e o dro- ne acompanha todos os movimentos do objeto. O quarto tipo é baseado em pontos de atenção. Vigilância em um pátio, inspeção e logística de contêi- neres são exemplos típicos. Marcam- -se pontos no mapa e um plano de voo é desenvolvido, com rota, velocidade e altura. O drone levanta voo em pe- ríodos de tempo regulares e percorre o perímetro. A Companhia Docas de São Paulo (Codesp) se prepara para introduzir até o fim do ano drones no monitora- mento do Porto de Santos. O pionei- rismo do maior porto brasileiro é um cartão de visitas e deve ser seguido por outros portos e terminais. O dire- tor de operações logísticas da Codesp, Carlos Henrique Poço, conta que os equipamentos serão utilizados em fis- calização, monitoramento ambiental e segurança, em auxílio à Guarda Por- tuária. Cerca de 12 equipamentos com configurações variadas, operados por uma equipe de aproximadamente 20 pessoas entre pilotos, auxiliares e ope- radores de posição, serão utilizados. Serão três equipes de campo, com- postas por um piloto e um auxiliar. Te- rão como retaguarda uma central de monitoramento com rigoroso controle de acesso, com operadores individuais acompanhando em tempo real todas as operações. Os operadores estarão sempre acompanhados de um fiscal da Codesp, que acompanha em tempo real a operação. Toda a operação será gravada em campo e também na cen- tral, com 100% de segurança e redun- dância das informações. Os testes já feitos no porto mos- traram resultados positivos. Foram feitos voos com autonomia aproxi- mada de 20 minutos, com distâncias que variaram de 40 a três mil metros, controlados remotamente. As ima- gens foram gravadas e transmitidas em tempo real. “Os resultados foram extremamente satisfatórios em di- Drones são eficientes para detectar e identificar vazamentos ou indicar reparos e manutenção Os voos serão habilitados com base em Princípio da Sombra, Recreativo ou Área Confinada e não serão anali- sados, já que o operador estará decla- rando que cumprirá o que está pre- visto nas normas. As mudanças têm a intenção de tratar os voos com drones como se tripulados fossem. A regulamentação não é homogê- nea internacionalmente. Na Europa, é exigência a frequência em curso para habilitação. Para inspeção, há também cursos específicos. Há quatro tipos de voos convencio- nados. O primeiro é o chamado ‘nor- mal livre’, onde o objeto de atenção é visto diretamente ou em uma tela; o segundo tem por foco um ponto de interesse. Nesse tipo de voo, marca- -se objeto, raio, velocidade e altura, e
  • 5. PORTOS E NAVIOS OUTUBRO 2017 21 versos aspectos. Os drones permitem acesso visual rápido ao contrabordo dos navios. Possibilita fiscalização mais precisa nos momentos críticos do abastecimento do navio, que são a instalação de barreiras de contenção de combustível, conexão e desconexão das mangueiras de abastecimento, mi- nimizando os riscos ambientais destas operações”, diz Poço. O investimento previsto para im- plantação e operação é de aproxima- damente R$ 2,5 milhões. A Macnor, tradicional fornecedora de equipamentos marítimos, com a crise econômica resolveu diversificar suas atividades e abriu uma nova fren- te — a comercialização de barreiras de contenção de óleo. E verificou no seg- mento uma oportunidade. Em parce- ria com o Grupo DR1, desenvolve há um ano e meio soluções para moni- toramento ambiental em OSRV com o uso de drones. Mateus Maia, diretor da DR1, destaca que o custo no acompa- nhamento nas operações dos barcos de apoio offshore é muito alto, o que inclui simulados acompanhados por helicópteros. A especificação para mo- nitoramento ambiental está em curso na Petrobras. A DR1, que está em processo de fi- nalização de homologação na Petro- bras, abre o leque e pretende atuar na inspeção de flares. A Petrobras iniciou em 2013 esse tipo de inspeção. Maia estima que até 2015 foram demanda- das dez inspeções. Em 2016, não houve solicitação. Mas estima que ainda em 2017 e mais fortemente em 2018, a Pe- trobras vai começar a demandar bas- tante esse serviço. Além da Petrobras, SBM, Modec e Brasken são operadores que utilizam o serviço. “Com drone, conseguimos prever quando vai ter um shutdown programado. E quando fizerem o shutdown, já sabem se vai ter de haver alguma manutenção do fla- re. Já sabem que peça terão de dispor anteriormente, quantas pessoas serão necessárias para a manutenção. A pro- gramação é mais eficaz. O outro ponto é a questão da segurança no trabalho. Não há ninguém trabalhando em al- tura. E com uma câmara termográfica com zoom de 30 vezes, conseguimos ter uma informação que o escalador não teria”, diz o diretor da DR1. A empresa já realizou há dois anos serviço no segmento de portos, onde inspecionou um guindaste, o Pelicano, na ilha da Conceição, em Niterói, para a BSL, braço da SBM. O Grupo Ican, especializado em gestão empresarial, de processos e gestão de risco na área de petróleo, desenvolve há um ano serviços para inspeção em dutos, embarcações de apoio offshore e plataformas. Um dife- rencial dessa empresa é que a diretora Tereza Soares tem grande expertise na área marítima, pois foi gerente de Es- tratégia de Segurança Operacional da Transpetro e responsável pela mon-
  • 6. PORTOS E LOGÍSTICA 22 PORTOS E NAVIOS OUTUBRO 2017 tagem de todo o sistema de gestão da frota. Ela destaca como prioridades no desenvolvimento dos serviços a segu- rança e o planejamento. “Várias em- presas querem atuar nesse nicho, mas é preciso muito conhecimento para fa- zer uma aproximação com o drone em uma plataforma. Há vários locais iden- tificados como de atmosfera explosiva, com a presença do hidrocarboneto. O chamado ‘triângulo do fogo’ pode acontecer a qualquer momento. Basta a presença de hidrocarboneto, oxigê- nio e algo como uma faísca do drone ou o motor superaquecido do drone”, diz a executiva. — Vamos prestar o serviço do dro- ne, equipado com câmaras de infra- vermelho, só que com avaliação de risco, com responsabilidade técnica, com plano de emergência, plano de voo e procedimento de como aquilo vai ser operado — destaca a diretora do Grupo Ican. A empresa já fez três apresentações na Transpetro, para a área de dutos. Uma inspeção regular em uma embarcação offshore envolve a ve- rificação de eventual vazamento, comprometimento de casco, alguma alteração em consequência de coli- são. A operação pode também ser feita por drone submarino, que verifica o calado e o costado. A Groove.tech, dedicada a inovação e tecnologia, atua em parceria com o Grupo Ican. Não diretamente na ope- ração de drones, mas no desenvolvi- mento de soluções sob demanda. O diretor da empresa, Eliandro Lopes de Sousa, destaca que o mercado de drone está em ebulição, com diversos modelos de negócios e novos segmen- tos descobrindo o potencial competi- tivo da utilização da tecnologia. Mas enfatiza que na maior parte das vezes as soluções de prateleira não são ade- quadas. “A implantação quase sempre exige a melhoria da infraestrutura físi- ca e lógica. É preciso enviar alertas dos processos em tempo real para centrais de comando, alertando para anoma- lias. É necessário também criar cená- rios e tendências daquilo que é mo- nitorado e ser preditivo nas análises, com o uso de inteligência artificial”, aponta Souza. A GTP Tecnologia desenvolveu há três anos um complexo sistema de monitoramento para a área de enge- nharia da Petrobras, que necessitava aferir a evolução de uma obra entre a Reduc, em Caxias (RJ), e o Comperj, em Itaboraí (RJ). O projeto partiu de soluções convencionais até o desen- volvimento da tecnologia com o uso de drones. O que a Petrobras pediu foi uma rede de dados de telemetria ca- beada em 50 quilômetros. Torre, poste, transmissão de dados. A GTP propôs um sistema nômade. O percurso seria inicialmente feito por helicóptero, com a tecnologia em- barcada para coleta e transmissão de dados. Mas verificou-se que o custo seria estratosférico. “A ideia era cruzar dados de telemetria, dados de gestão de ativos e dados de câmara, tudo isso numa central de monitoração remota, distante a ‘xis’ quilômetros. Formar uma base de dados de conhecimento para saber se a obra estava se desen- volvendo de acordo com o programa- do, se estava usando os equipamentos e as pessoas programados”, conta o di- retor de negócios da GTP Tecnologia, Luiz Araújo. “A banda boa da Petro- bras, o pessoal da engenharia, queria monitorar a obra, porque já havia des- vio”, acrescenta. Segundo Araújo, a fis- calização era feita por um engenheiro da Petrobras, que tinha de percorrer 50 quilômetros da faixa de dutos, em áre- as que incluíam mangue, montanha, comunidades, locais onde cadáveres eram desovados e área de tráfico. Na prática, diz o executivo, muitas vezes, o programado era usar por exemplo 20 escavadeiras e 30 sidebooms, mas na verdade estavam operação 10 escava- deiras e dois sidebooms. E 30 funcio- nários, quando o programado era 300. Nos ensaios, foram utilizados dois drones com 15 quilos de payload e cinco horas de autonomia. Dependen- do da velocidade, poderia ir e voltar de uma ponta a outra, funcionando por GPS e telemetria. Vencedora da licitação da Petrobras, a GTP investiu US$ 300 mil no projeto. Mas com a descontinuidade das obras do Comperj, a solução foi abortada. Com a experiência adquirida, a empresa resolveu dar continuidade ao desenvolvimento de soluções com drones e migrou para equipamen- tos menores. Hoje opera drone com payload (carga de uma transmissão de dados) de dois quilos e autonomia de 40 minutos. Mudou o sistema de nave- gação de GPS para sensores aéreos. E está para assinar um contrato com um porto graneleiro, onde atuará na ges- tão de ativos. n Na inspeção de ‘flare’, os drones podem executar a operação sem a necessidade de interrupção do serviço, grande economia