Metade do ano se passou e as perspectivas no mercado da construção sustentável se fortalecem cada vez mais. O número de certificações LEED ultrapassou a marca de 400 empreendimentos agora no primeiro semestre de 2017, consolidando essa tendência no mercado nacional.
Também nesse primeiro semestre foi concedida a primeira certificação LEED v4 no Brasil, cujo projeto apresentamos nesta edição, juntamente com uma matéria sobre as novidades do LEED v4.
Nesta edição temos ainda um importante especial sobre o Uso Racional da Água e várias formas de aproveitamento, reuso ou utilização racional, que permitem tratar com grande cuidado desse que é dos mais preciosos recursos naturais que dispomos. Também apresentamos soluções na área de automação que contribuem decisivamente para um melhor controle da eficiência dos aspectos energéticos dos projetos sus- tentáveis. E o projeto do São Paulo Corporate Towers, certificado LEED Platinum, num dos endereços mais emblemáticos da cidade, com arquitetura arrojada e conceitos sustentáveis inovadores.
Petrobras pretende concluir 2º trem da Refinaria Abreu e Lima
Revista GBC Brasil | 13ª Edição | 2017
1. LEED SILVER
EB+OM
VIBEDITORA
ARQUITETURA ARROJADA NA
PAISAGEM PAULISTANA COM
LEED PLATINUM CORE&SHELL
ANO4 / Nº12 / 2017ANO 4 / Nº13 / 2017
DOSSIÊ ESPECIAL
USO RACIONAL
DA ÁGUA: ALTER-
NATIVAS PARA
CONTER A ESCAS-
SEZ DO RECURSO
SÃO PAULO
CORPORATE
TOWERS
GBCBRASIL
C O N S T R U I N D O U M F U T U R O S U S T E N T Á V E L
REVISTA
G R E E N B U I L D I N G C O U N C I L
GBC Canadá imple-
menta certificação
Zero Carbono
LEED v4 apresenta
primeira certificação
no país
AUTOMAÇÃO:
Empresas apresentam
cases e soluções
4. 4 jun-jul/17 rev/gbc/br
índice
GBCBRASIL
C O N S T R U I N D O U M F U T U R O S U S T E N T Á V E L ANO 4 / Nº13 / 2017
REVISTA
G R E E N B U I L D I N G C O U N C I L
EDITORIAL............................................................. > 3
COLUNA GBC........................................................ > 6
COLUNA CBIC....................................................... > 8
QUESTIONÁRIO PROUST
FELIPE FARIA...................................> 10
PROJETO DESTAQUE...........................> 14
CONSTRUINDO HISTÓRIA.................................. > 18
NORMAS DE CONSERVAÇAO DA ÁGUA.......... > 18
DOSSIÊ USO RACIONAL DA ÁGUA
ESPECIALISTAS........................................... ................> 20
ENVIROMIX.......................................................... > 24
PROÁGUA............................................................ > 26
EVAC: SOLUÇÕES A VÁCUO.............................. > 30
W-ENERGY........................................................... > 34
RAIN BIRD............................................................ > 36
LEED V4 - PRIMEIRA CERTIFICAÇÃO NO BRASIL.........> 38
GREEN PEOPLE................................................... > 46
ESPECIAL AUTOMAÇÃO
JLQ E SISTEMA ZIPATO...................................... > 48
RECOMSERVICE.................................................. > 52
CONTROLLAR.................................................... > 56
B2E AUTOMAÇÃO.............................................. > 59
VISÃO GLOBAL.................................................... > 60
SAINT GOBAIN - CENTRO DE PESQUISA.................> 62
SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS................................ > 64
5. Vantagens de se tornar um membro gbc:
Através do nosso exclusivo Green Network, plataforma focada na geração de negócios para
Green Buildings, você vai atuar junto às maiores lideranças empresariais nas discussões
sobre tendências e técnicas de construção sustentável em seus diversos aspectos, além de
receber dados inéditos sobre o mercado.
Suporte no processo das Certificações LEED e CASA através de auxílio técnico, tornando-os
mais rápidos, eficientes e, consequentemente, mais econômicos.
Credenciamento de liderança dentro do nosso Green Network, como autoridade nos temas
da construção sustentável.
associe-se e faça parte
do nosso green network
gbcbrasil.org.br
Não somos super heróis,
mas podemos coNstruir
um muNdo melhor.
juNte-se ao gbc.
eduardo eleutério
Diretor Geral Saint-Gobain,
DiviSão iSover
celiNa aNtuNes
Ceo para amériCa Do Sul Da
CuShman & WakefielD
roberto aflalo
SóCio Diretor
aflalo/ GaSperini arquitetoS
6. 6 jun-jul/17 rev/gbc/br
coluna gbc
O
aumento do nosso “market share” no mer-
cado e a consolidação do movimento de
construções verdes nos diversos segmen-
tos da construção, fatos comprovados
frente o desempenho em números de no-
vos projetos registrados LEED e CASA no
ano de 2016, justificam os ousados desafios que assumi-
mos como organização e as ferramentas de certificação em
desenvolvimento.
Em relação as ferramentas temos o advento da versão
4 da certificação LEED, os trabalhos técnicos preparatórios
para o lançamento da certificação CASA para condomínios
verticais e horizontais, a criação da certificação para “net
zero energy”, plataforma de benchmark ARC e a chegada
do WELL (Saúde e Bem-Estar). A promoção destas certifi-
cações como ferramentas para acelerar a elevação do nível
técnico e promover a transformação do mercado são ati-
vidades que o GBC Brasil e seus Membros manterão foco
especial.
A certificação LEED v4 já possui seu primeiro projeto
certificado no Brasil, escritório Lar Verde Lar em Governa-
dor Valadares, Minas Gerais. O projeto conquistou o nível
Ouro da certificação e o destaque nas reduções de 88%
em energia, 74% em água e 93% em resíduos desviados de
aterros sanitários. No mês de abril tivemos 7 novos projetos
registrados no LEED v4, nos Estados de São Paulo, Rio de
Janeiro e Paraná, entre eles, edificações existentes, insti-
tuição de ensino, restaurante e corporativos. Já temos 20
projetos registrados no LEED v4.
Certificações: Importantes
ferramentas de transfor-
mação de mercado
Estudos, números e casos
de sucessos comprovam
que somos a melhor
opção de negócio no
mercado imobiliário.
7. revistagbcbrasil.com.br 7jun-jul/17
coluna gbc
O programa CASA possui 44 projetos registrados, sen-
do 14 condomínios. Nossos Comitês Técnicos estão em-
penhados no aprimoramento dos créditos e pré-requisitos
desta certificação destinada ao setor residencial. A nível
internacional esta iniciativa também foi lançada no GBC
Colômbia com o suporte do GBC Brasil. Do ponto de vis-
ta técnico, chama atenção o compromisso do Comitê em
tornar transversal o tema Saúde e Bem-Estar em todas ca-
tegorias da certificação. Entre os projetos de condomínios
registrados, ambos destinados à classe média, cabe citar
o Terra Mundi de Goiânia (Membro NewInc), provavelmen-
te o primeiro a concluir sua certificação e o edifício Monta-
ge Botafogo de Campinas (Membro Construtora Montage)
com sistema de automação em todas unidades e o con-
ceito de energia renovável onde 100% será proveniente de
uma Fazendo Solar pertencente aos futuros proprietários.
Já em Curitiba, todos os novos empreendimentos de alto
padrão estão registrados como o empreendimento Ícaro do
Membro AG7 e projetado pelo Membro Studio Arthur Casas
pautado no conceito de casas suspensas, além do condo-
mínio residencial Francisco Rocha do Membro Construtora
Laguna que alia sustentabilidade, design, inovação e alto
padrão.
Com foco em energia, estamos desenvolvendo uma
ferramenta de certificação de “Net Zero Energy Building”,
o trabalho de discussão está avançado e já estamos re-
cebendo propostas de projetos pioneiros para este novo
sistema. Trata-se de uma demanda surgida no COP Paris,
onde os GBCs firmaram compromissos em auxiliar que no-
vas edificações venham a ser “net zero” até 2030, e todas
até 2050. O conceito que iremos trabalhar no Brasil será o
edifício que comprova que o seu consumo de energia pri-
mária na sua operação anual é zerado por uma combina-
ção de alta eficiência energética e geração e energia por
fontes renováveis.
A plataforma de Benchmark ARC também auxiliará no
processo de manutenção da alta eficiência operacional em
edificações certificadas, bem como facilitará o processo de
certificação de edificações existentes através do desempe-
nho em tempo real nas categorias energia, água, resíduos,
satisfação do ocupante e transporte. Edificações no Bra-
sil já começaram a utilizar esta plataforma e compartilham
suas informações no ARC.
Por fim, a certificação WELL que foca na satisfação,
conforto, saúde e bem-estar do ocupante vem chamando
a atenção do mercado e desponta como forte tendência.
Estudos da Macgrow Hill Construction apontam que pro-
prietários de edificações passam a relatar que gostariam de
adaptar suas edificações aos princípios preconizados pela
certificação WELL mas esbarram na falta de informação ou
conhecimento, bem como consideram que aumentar a per-
cepção de satisfação do ocupante em suas edificações é
fator mais importante que as taxas de ROI.
As edificações “green building” ganham espaços no
mercado internacional e temos destaques vindos do Brasil
como a certificação Platinum do São Paulo Corporate com
96 pontos, a quinta maior pontuação de edifício corporati-
vo no mundo. Estudos, números e casos de sucesso que
comprovam as vantagens econômicas dos “green buildin-
gs” estão sendo frequentemente divulgados nas principais
mídias como a melhor opção de negócio no mercado imo-
biliário, independente do setor e segmento de atuação. As-
sim sendo, munidos pela participação e engajamento de
nossos Membros, nosso Programa Nacional de Educação,
suporte de importante parceiros e com o ingresso das no-
vas ferramentas de certificações no mercado, seguimos oti-
mistas para a celebração de futuras conquistas durante os
próximos 10 anos de GBC Brasil.
FELIPE FARIA,
CEO Green Building Council Brasil
Presidente Comitê de Networking
das Américas do World GBC
9. revistagbcbrasil.com.br 9jun-jul/17
Câmara Brasileira da Indústria da Construção
vação das reformas como sinal de que o Brasil reencontrou o cami-
nho da seriedade e previsibilidade. Com isso, criam-se as condições
para o investimento em infraestrutura, habitação e saneamento; com
a decorrente geração de empregos. Só a infraestrutura pode gerar
1,5 milhão de novos postos de trabalho, resgatando a dignidade do
trabalhador e reaquecendo a economia.
Essa reflexão está no topo da agenda estratégica da construção ci-
vil, mobilizando esforço de dirigentes e empresários do setor para
sensibilizar aqueles que, nesse momento, podem e devem dar uma
contribuição decisiva ao pais. Essa reflexão também preponderou
nos debates que conduzimos durante o 89º Encontro Nacional da
Industria da Construção (ENIC), que realizamos em Brasília na última
semana de maio. Mais uma vez, nosso encontro anual foi palco de
discussões qualificadas sobre o futuro do Brasil e da construção civil,
em uma programação que contou com a participação de autoridades
de grande importância – ministros, parlamentares e dirigentes dos
agentes financeiros – e painelistas formadores de opinião e de grande
respeitabilidade em suas áreas de atuação.
Tendências e Inovação - Apesar da crise e as dificuldades por ela
impostas, recebemos mais de 1.400 participantes inscritos e cerca de
130 palestrantes, em uma nova demonstração da relevância do ENIC.
A construção civil discutiu de forma aberta e profunda temas como a
agenda das reformas, a capacidade de recuperação da economia,
ética e compliance, o financiamento do setor imobiliário, as novas
oportunidades de negócios geradas pelas concessões e parcerias
público-privadas, tecnologia e inovação, a disseminação do Building
Information Modelling (BIM), sustentabilidade, as relações trabalhis-
tas no setor. Uma programação qualificada e disputada, com plená-
rias lotadas e uma audiência participativa, onde também lançamos
um conjunto de publicações técnicas de grande relevância para a
construção civil. Colocamos à disposição do setor conhecimento e
reflexões, assim como a indicação de boas práticas para manter nos-
so setor na vanguarda.
Realizado com maestria pelo Sinduscon-DF, com o apoio decisivo de
muitos parceiros, o 89º ENIC coroou o esforço empreendido pelo se-
tor e pela CBIC no último período, levantando temas de grande inte-
resse não apenas para a construção civil, mas também para o nosso
pais. Defender e apoiar os mais elevados interesses do Brasil é marca
da atuação da CBIC, parte do seu DNA, ancorando uma trajetória que
alcança 60 anos em 2017.
Essa é a nossa missão.
Elétrica
Ferramenta fundamental para o diagnóstico de problemas no fornecimento, deve ser objetivo e eficiente
Gerenciamento de energia
Fundamental para elaboração de estratégias de redução no consumo de energia, a medição deve garantir
o controle efetivo de demanda
Utilidades - reservatórios
Cada vez mais comum, o reuso de água requer cuidados e monitoramento efetivo
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configuramos sistemas eficientes e seguros
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12. 12 jun-jul/17 rev/gbc/br
inovação
12 jun-jul/17 rev/gbc/br
QUESTIONÁRIO PROUST
Q. O que você considera a virtude mais superestimada?
Prudência. Às vezes devemos assumir riscos. Ou a auto-estima em pes-
soas instabilizadas pelo ego, isto causa arrogância.
Q. Quais palavras ou frases você mais gosta de usar?
"Seja a mudança que você deseja ver no mundo", de Mahatma Gandhi.
Eu amo esta frase, ela me lembra muito o início do GBC Brasil.
Q. Qual é o seu maior arrependimento?
Me arrependo haver interrompido a prática de artes marciais, surfe com
os amigos, futebol e tocar piano. Agora sofro em retornar a boa forma
nestas práticas, especialmente quando jogo futebol com aqueles 15 anos
mais jovens que eu. Não importa o quanto está ocupado, sempre conse-
guimos encontrar tempo para nossa família, amigos e lazer.
Q. Que talento você mais gostaria de ter?
Saber cantar.
Q. O que você considera sua maior conquista?
Baseado em uma liderança interdependente e contando com a colabora-
ção de centenas de empresas e profissionais, minha maior conquista ao
longo de 10 anos dedicados integralmente ao GBC Brasil, foi ter participa-
do da consolidação do setor de green building como a melhor opção de
negócio na indústria brasileira da construção civil, independente do setor
e segmento de mercado.
Q. Se você morresse e voltasse como uma pessoa ou coisa, o
que você acha que seria?
Um grande pássaro migratório, como por exemplo a águia. Gosto muito
de visitar locais diversos e conhecer pessoas diferentes. Pássaros pos-
suem um forte senso de fidelidade e me identifico com isto. Pássaros tam-
bém são livres e vivem de forma independente, sem serem egocêntricos.
Na minha opinião, alcança o poder aquele que é ausente de ego.
Q. Se você pudesse escolher voltar como uma coisa, que coisa
seria?
O gato da minha irmã. Ele vive melhor.
Q. Qual é a sua posse mais preciosa?
Minhas experiências é o meu tesouro. Por esta razão, eu me forço a curtir
os amigos, locais, meus hobbies e família. Estar cercado de boas pesso-
as nos traz experiências melhores, isto aumenta meu tesouro.
Q. O que você considera como a menor profundidade da mi-
séria?
Ego.
Q. Qual é a sua ocupação favorita?
Ser pai. Mas ainda estou buscando esta posição.
Q. Qual é a sua característica mais marcante?
Otimismo.
Q. Quais são os seus heróis na vida real?
Qualquer pessoa que possa me ensinar como ser a mudança que desejo
ver no mundo.
Q. De quem você não gosta muito?
Veículos de mídias populares que asseguram boa parte da programação
para cobrir notícias negativas ao invés de promover aqueles que estão
fazendo a diferença de forma positiva e em benefício a coletividade.
Q. Qual é o seu lema?
Um único raio de luz é suficiente para afastar inúmeras sombras. Manter
nossas mentes fortes, ser persistente e nutrir pensamentos e objetivos
positivos... Uma pessoa é suficiente para mudar o mundo, imagine um
grupo de profissionais e empresas que trabalham de forma colaborativa
com foco em construções e comunidades verdes.
Q. O que você vai colocar na sua lápide?
Ocupado! Planejando seu retorno a Terra.
13. Acredite.
Água coletada do
vaso sanitário com
fezes e urina.
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reúso a partir do reaproveitamento
do seu esgoto descartado.
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oxidação avançada e nano filtragem,
dispensando o uso de qualquer
produto químico no tratamento.
Todo processo de tratamento da
água é controlado e monitorado por
hardwares e softwares, garantindo
assim sua qualidade no final do
processo.
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capacidade, espaço e infraestrutura
existentes, sem a necessidade
de reformas que causam a
paralisação do funcionamento do
empreendimento.
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PROCESSO DE OXIDAÇÃO AVANÇADA
14. 14 jun-jul/17 rev/gbc/br
projeto em destaque
São Paulo
Corporate Towers:
integração como chave
para o desenvolvimento
projeto em destaque
14 jun-jul/17 rev/gbc/br
19. revistagbcbrasil.com.br 19jun-jul/17
CONSTRUINDO HISTÓRIA
arquitetos e projetistas em geral
passaram a especificar novos
materiais e a projetar de forma
mais consciente.
Enquanto isso, os consultores
imobiliários aprendiam como re-
passar ao usuário final, ou seja,
os ocupantes, o propósito e as
vantagens de um "Green Buil-
ding". A começar pela economia
no custo de operação, uma vez
que edifícios certificados pos-
suem custos operacionais infe-
riores aos não certificados por
conta da grande preocupação
com o consumo consciente de
produtos e insumos, o que con-
tribui para a redução do custo
condominial.
A indústria da propaganda teve
papel não menos importante.
Rapidamente, muitas empre-
sas perceberam que estar em
um empreendimento certificado
garante imenso valor agregado
justamente por associar a marca
a ações sustentáveis e por trans-
mitir aos colaboradores e clien-
tes uma mensagem inequívoca
que a empresa compartilha dos
mesmos princípios de sustenta-
bilidade.
As administradoras de condo-
mínios também tiveram que se
moldar a esse novo mercado.
Atualmente, mais de 50% dos
empreendimentos com classi-
ficação Triple A administrados
pela CBRE são certificados. Aos
poucos, esses números vão
crescendo e se tornando cada
vez mais significantes. Nossas
pesquisas apontam ainda maior
velocidade de absorção desses
empreendimentos e, consequen-
temente, menor taxa de vacância
em comparação aos edifícios
não certificados de mesma ca-
tegoria.
Do mesmo modo, os locatários
compreenderam as vantagens
de certificar seus próprios espa-
ços internos. Após o crescimen-
to e consolidação dos edifícios
certificados "Core&Shell", obser-
vamos hoje o grande aumento
pela procura da certificação "CI
Commercial Interiors", demanda-
da justamente pelos ocupantes
e voltada para escritórios de alto
desempenho e que representa
uma forte tendência para os pró-
ximos anos.
Há dez anos, pregávamos a ne-
cessidade de os empreendimen-
tos serem certificados pois, assim
como ocorreu em outros países,
acreditávamos que o mercado
iria caminhar nessa direção e que
os empreendimentos não certifi-
cados já nasceriam com poucas
chances de competir e gerar
os retornos esperados quando
prontos, simplesmente porque
correriam o risco de ser julgados
como obsoletos ou descartados
justamente por aqueles ocupan-
tes que, uma década atrás, ainda
tinham dúvidas e hoje buscam e
priorizam os "Green Buildings" na
escolha de suas novas sedes.
Pensar em empreendimentos
sustentáveis é se preocupar com
o futuro. É escolher se engajar
e oferecer uma pequena con-
tribuição para o planeta. Ações
como ocupar escritórios em em-
preendimentos "verdes" podem
impactar a vida de muitas pes-
soas, principalmente a dos co-
laboradores. É uma cultura que
deve cada vez mais se alastrar
e proporcionar frutos a todos os
envolvidos.
Adriano Sartori é vice-presidente da CBRE
Brasil e diretor das áreas de Locação,
Brokerage Services e Marketing. O execu-
tivo está na CBRE desde 1994. Formado
em Arquitetura e Urbanismo pela USP e
com curso de extensão em Urbanismo
pela Concordia University do Canadá, Sar-
tori é membro fundador do Green Building
Counsil Brasil (GBCB) e do FRICS (Royal
Institution of Chartered Surveyors).
A evolução dos Green Buildings
21. revistagbcbrasil.com.br 21jun-jul/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES
O recurso mais precioso de nosso planeta é também um dos mais frágeis.
Usar de forma consciente é fundamental, e o setor da construção tem
papel importante nisso.
D
esde a pré-escola somos ensi-
nados sobre a importância de
se utilizar a água com respon-
sabilidade. O que muitas pes-
soas não entendem é que nos-
so recurso natural mais valioso – e vital para
a vida – é mais raro do que parece. Apesar
de o planeta Terra ter 75% de sua superfície
coberta por água, apenas 3% desse volume
é água doce. E não para por aí: desses 3%,
uma pequena quantidade é acessível ao ser
humano (em rios, lagos e lençóis freáticos), já
que a maior parte desse volume está conge-
lado nas calotas polares ou em lugares ina-
cessíveis do planeta. A partir desses números
é possível entender porque tanta preocupa-
ção com uso racional da água.
O Brasil pode ser considerado um grande
manancial mundial. Detém cerca de 12% da
água doce e acessível do planeta. Isso é mais
do que o volume de todo o continente Euro-
peu, que tem cerca de 10%. Apesar disso,
crises hídricas e falta de água em determina-
dos locais do país têm sido pautas cada vez
mais frequentes. O que leva o país a passar
por isso?
Em entrevista ao UOL, o geólogo Claudionor
Araújo, do Conselho Estratégico do Institu-
to Hidroambiental Águas do Brasil, diz que
"nenhum dos segmentos cuida bem [dos
recursos hídricos]. Esse sistema é como um
casamento, em que marido e mulher têm de
cuidar bem da casa. Os governos, em regra,
só correm atrás de tomar remédio quando a
dor chega. Mas água temos. Sabendo usar,
não vai faltar”, conclui.
Uso consciente em construções
Sem dúvidas, o setor de construção é um dos
que mais utiliza água em suas atividades. O
uso desse recurso é indispensável, mas há
maneiras de utilizar a água na construção (e
manutenção) de edifícios de maneira mais
consciente.
Virgínia Sodré, diretora técnica da Infinitytech
Engenharia e Meio Ambiente, acredita que “o
uso racional da água deve entrar já no pla-
nejamento da obra”. Para ela, seria muito
importante que o responsável já planejasse a
obra prevendo o possível consumo de água
e as possíveis ações para redução deste con-
sumo. “Trabalhamos há dois anos atrás com
uma grande incorporadora em que criamos
uma metodologia de trabalho de gestão de
pegada hídrica para as obras. Então junta-
mente com o planejamento da obra já saía-
mos com a previsão de consumo de água,
e com ações mitigadoras para redução do
consumo”, exemplifica.
Segundo Virgínia, 71% da população brasi-
leira vive na região nordeste e sudeste, no
entanto essas regiões possuem apenas 9%
do recurso de água doce do país. Tais da-
dos mostram a urgente necessidade de pla-
nejamento dos setores privado e público de
modo a atender toda a população sem prejuí-
zo ao desenvolvimento e, o mais importante,
ao meio ambiente.
O trabalho em conjunto é fundamental para
criar projetos que pensem no racional da
água. As ações devem ser pensadas em um
conjunto que envolve arquitetura, hidráulica e
23. revistagbcbrasil.com.br 23jun-jul/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES
não cumprem a lei. Acredito que mais do que
fiscalização e punição, deve haver um traba-
lho de conscientização das pessoas quanto
a importância do assunto, e a mídia tem um
papel importante nisso”.
Além disso, a ABNT criou uma comissão de
estudos e prevenção da Legionella em edifi-
cações, onde a sua proliferação é mais pro-
pícia, conta Yamada, que também atua como
secretário da comissão. “A Comissão de
Estudo de Prevenção de Patogenias na Dis-
tribuição de Água em Edificações está traba-
lhando para direcionar o mercado e aqueles
que têm intenção de adotar as prevenções.
As normas (em fase de estudos desenvolvi-
dos pela Comissão) é baseada na Norma de
Prevenção a Legionella dos Estados Unidos,
mas o nosso ponto central é um pouco dife-
rente da deles, que é focada principalmente
em ar condicionado, nós mesclamos as ne-
cessidades nacionais de maneira a ver o edi-
fício como um todo com as necessidades já
desenvolvidas internacionalmente”.
“É importante que o mercado se conscien-
tize, a Legionella é uma realidade. Por mais
que a situação não seja crítica, precisamos
de conhecimento sobre o assunto. O fato é
que não conseguimos identificar o problema,
não sabemos exatamente o que a Legionella
é, e quais são os riscos. Isso é o ponto críti-
co, principalmente porque nos últimos anos
algumas concepções prediais mudaram, al-
gumas delas podem acabar criando condi-
ções onde a contaminação pode acontecer
com mais facilidade, é caso do sistema de
aquecimento solar. Então, a gente tem que
ter mais conhecimento para não correr o risco
de solucionar um problema e acabar criando
outro”, finaliza Marco Yamada.
seja pouco conhecida, estima-se que a Le-
gionella mata cerca de 8 mil pessoas por ano
só no Brasil, segundo o especialista Marcos
Bensoussan. “O que é preocupante não é a
quantidade de casos que acontecem, mas
a nossa falta de conhecimento sobre o que
está acontecendo. Muitas vezes a Legionella
é diagnosticada como virose, mas não sabe-
mos se essa suposta virose foi causada pela
bactéria ou outras coisas, a gente não tem co-
nhecimento e nem ferramentas para averiguar,
ou seja, falta abordagem técnica”, afirma Mar-
co Yamada, diretor da Axion Engenharia.
Há diversas maneiras de fazer a prevenção da
contaminação pela bactéria, em geral cada
caso deve ser analisado individualmente. Exis-
te um método chamado APPCC – Análise de
Perigos e Pontos Críticos de Controle, uma
metodologia que analisa quais são os pontos
críticos dentro do sistema, os riscos que ele
oferece ao usuário e a maneira de abordar
cada um desses pontos críticos. Com o intuito
de garantir a qualidade da água foi desenvol-
vido o Plano de Segurança da Água.
“O Plano de Segurança da Água, é uma pro-
posta elaborada para mitigar e minimizar os
riscos que a água pode provocar na questão
da saúde das pessoas. Isso vale tanto para a
água que você bebe, quanto aquela que você
aspira e aquela que tem contato com sua
pele. Nesse plano faz-se uma avaliação de
risco do edifício. Os riscos podem ser físicos,
químicos e microbiológicos. Quando falamos
de físicos, estamos falando de temperatu-
ra da água. Riscos químicos envolvem, por
exemplo, radioatividade e contaminação por
produtos químicos na água. Já os riscos mi-
crobiológicos envolvem toda a parte de bac-
térias e outros micro-organismos que podem
provocar doenças”, completa Bensoussan.
A portaria 29 14 do Ministério da Saúde exige
que todo edifício deve fazer o plano de segu-
rança da água. Mas, segundo Marcos Ben-
soussan, “infelizmente parte considerável das
pessoas não o fazem. E não fazem porque
mos sempre seguir as normas e critérios de
projeto para assegurarmos acima de tudo a
saúde do usuário final deste sistema”, conclui
Virgínia.
“Sustentabilidade e saúde devem trabalhar
juntas, porque não adianta projetarmos um
edifício dito sustentável, mas que não levou
realmente a sério a questão da água e como
ela pode afetar as pessoas que o utilizarão”
pontua Marcos Bensoussan, especialista em
segurança da água e planos de gerencia-
mento da água.
Legionella: um perigo silencioso
mas real
Legionella é um gênero de bactérias que vi-
vem na água, mas a sua proliferação se dá
principalmente dentro do sistema predial,
onde o ambiente é favorável para isso. Ou-
tro agravante da sua presença na edifica-
ção é que a contaminação dos usuários que
acontece pela aspiração das bactérias, que
podem ser lançadas no ar pelo sistema de
refrigeração, por exemplo.
“A Legionella vive na água, em todo tipo de
água. Ela pode estar presente em quantida-
des detectáveis ou não detectáveis. A con-
taminação humana se dá pela aspiração de
água em que a Legionella esteja presente.
Essa aspiração pode resultar em dois tipos
de doenças. A primeira é uma Febre Pontiac,
que é uma febre alta, um tipo de resfriado pe-
sado. A segunda, mais grave, é a pneumonia,
que leva muitas pessoas a morte. A grande
dificuldade é que a Legionella vive na água,
portanto não há como se evitar que ela exis-
ta. Ela só morre em águas com temperatura
acima dos 65°C”, diz Marcos Bensoussan,
Strategic Business Manager, Building Water
Health da NSF International, também escre-
veu um livro sobre segurança da água e outro
sobre as bactérias Legionella.
Em casos mais extremos a contaminação por
essa bactéria pode até levar à morte. Embora
A ÁGUA
24. 24 jun-jul/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES
I
magine usar a quantidade de água
capaz de encher uma caixa d’água
de 1000 litros para lavar a sujeira
equivalente a de um balde de 3 litros?
Parece insano, não é mesmo? Mas,
guardadas as devidas proporções,
é isso o que cada um de nós faz
diariamente ao apertar a válvula da
descarga. Quem explica isso é Mario Sérgio
Sartori, diretor geral da ThermoMix Sistemas
Sustentáveis. Levando em consideração que o
USO RACIONAL DA ÁGUA
EnviroMix:
tecnologia
em reuso
da água a
favor da
sustentabilidade
corpo humano é composto em média por 80%
de água e que cada acionamento de uma des-
carga comum utiliza 8 litros (8000g) de água,
Mário Sérgio expõe, em números, a quantidade
exorbitante de água que se gasta sem perceber
com descargas: “Se uma pessoa defeca cerca
de 100g por dia, numa média de 20g de maté-
ria sólida de fezes em cada evacuação, conclui-
-se que a quantidade de dejetos evacuados re-
presenta apenas 0,25% do volume água gasto
para diluí-la”.
Por Paulo Dias
25. revistagbcbrasil.com.br 25jun-jul/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES
Foi pensando em questões como essa que
Mário Sérgio e sua equipe trabalharam para
desenvolver uma tecnologia que reduza, ou
pelo menos otimize o uso da água por vasos
sanitários e assim contribua também com a
sustentabilidade. Inicialmente criada como
uma empresa com foco em eficiência energé-
tica, a ThermoMix criou dentro de sua estrutura
a EnviroMix, divisão de águas da organização,
atuando no segmento de tratamento de águas
residuais e de edifícios comercias com o foco
no reuso em vasos sanitários, mictórios, lava-
gens de áreas comuns e jardinagem.
A estação de reciclagem de água criada pela
empresa é resultado de uma tecnologia que
oferece ao mercado um sistema inovador
de reutilização da água. A ThermoMix tra-
balha para mostrar ao mercado que o reuso
de água não só é viável, como também é
acessível. “Nosso maior desafio é trazer so-
luções hídricas a empreendimentos que não
possuem espaço físico nem mão de obra es-
pecializada. Através de alta tecnologia, a En-
viroMix resolve estes problemas, trazendo so-
luções de tratamento eficientes, compactas e
automatizadas”, explica Mário Sérgio.
As estações de tratamento ocupam o espaço
equivalente a uma vaga de garagem, portan-
to cabem em praticamente todo empreendi-
mento. Não utilizam produtos químicos em
seu funcionamento e são automatizadas. “O
processo de reciclagem da água consiste em
uma série de etapas, como a filtração sim-
ples, a nanofiltração por membranas e, prin-
cipalmente, a oxidação avançada, que é uma
tecnologia desenvolvida pela Thermomix
capaz de eliminar toda a matéria orgânica”,
explica Leandro Sartori, diretor executivo da
empresa.
A tecnologia desenvolvida pela EnviroMix não
é comercializada. O modelo de negócio da
empresa consiste em vender a água tratada
a um preço menor do que o comercializado
pelas companhias de abastecimento. É a
empresa que desenvolve o projeto e instala
a estação de tratamento. Ao proprietário do
edifício fica a responsabilidade de realizar a
infraestrutura interna do edifício para entregar
a água no seu ponto de consumo final.
O sistema de reuso de água permite reduzir
a quase zero o uso de água potável nas des-
cargas. Considerando que tal uso representa
até 80% do consumo de água do edifício, é
possível gerar uma economia que varia entre
30% e 40% em redução de custos. O tempo
de retorno do investimento também é bastan-
te rápido, ficando entre 8 a 12 meses, depen-
dendo da construção do edifício e da inten-
sidade do uso. A rapidez do funcionamento
do sistema é outro diferencial: em apenas 15
minutos a água é tratada na estação e está
disponível para voltar aos vasos sanitários.
Por todos esses fatores, a tecnologia sus-
tentável desenvolvida pela EnviroMix ajuda a
obter pontuação em certificações ambientais,
como a certificação LEED. Aliada a outras
práticas no edifício, pode trazer ao empreen-
dimento pontuação máxima nesse quesito da
certificação.
“A ThemoMix acredita que é possível ser sus-
tentável ao minimizar os impactos ao meio
ambiente, proporcionando melhor qualidade
de vida à sociedade e trazer ganhos econô-
micos ao empresário. Os projetos elaborados
pela empresa são feitos sob medida para
cada aplicação e com sistemas confiáveis
que permitam a rápida tomada de decisão,
mesmo por aqueles que não tenham conhe-
cimento específico”, explica Leandro Sartori.
A empresa está de portas abertas para expli-
car melhor seus sistemas e auxiliar proprietá-
rios nos projetos e instalação. Também esta-
rá presente na Expo GBC Brasil 2017, entre
os dias 8 e 10 de agosto, onde terá um stand
e apresentará palestras e consultoria ao pú-
blico, explicando suas tecnologias.
Divisão de águas da ThermoMix revoluciona mercado
por oferecer um sistema altamente eficiente e com tempo
rápido de retorno do investimento
28. 28 jun-jul/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES
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Em geral, a linha de materiais Deca valoriza a
qualidade de seus produtos, mas sem deixar
de lado o meio ambiente. Por isso, desenvol-
veu a Tecnologia Eco para oferecer as me-
lhores soluções em busca de economia com
design inovador e agradável, tornando esta
busca um compromisso da empresa
No caso de edifícios residenciais, os principais
vilões são os chuveiros e bacias sanitárias, para
solucionar este problema há a linha de produtos
economizadores da Deca. Os produtos Deca
Hydra Duo são capazes de economizar 60% do
volume usado nas bacias por meio do sistema
com duas opções acionamento da descarga,
por exemplo. Já o chuveiro Deca Balance, com
a tecnologia que mistura ar e água, ele é capaz
de economizar até 70% de água.
O misturador Aspem é acompanhado por um
restritor que permite vazão máxima de 16 li-
tros/minuto, propiciando economia e conforto.
Por conta do alinhamento da Metodologia
PROÁGUA aos conceitos de conservação e
uso eficiente da água, este programa auxilia
de forma direta o preenchimento dos requi-
sitos exigidos em certificações ambientais,
como o LEED, nas mais diversas tipologias de
edifícios e também mas com as metodologias;
LEED Healthcare, LEED Schools, LEED Retail
e LEED Commercial Interiors.
Chuveiro Deca Balance
Torneira Twist com
tecnologia ECO
Torneira Dream com
tecnologia ECO
Torneira Aspen com
tecnologia ECO
29. revistagbcbrasil.com.br 29jun-jul/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES
• Protocolo de comunicação sem fio com tecnologia Z-Wave
• Redução de até 15% no consumo de energia elétrica
• Administração do uso racional da água
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Sustentabilidade
significa controle
As soluções JLQ em automação trazem para os empreendimentos residenciais, comer-
ciais e corporativos, a mais moderna tecnologia de controle em luminosidade, adminis-
tração do uso da água, uso de gás, segurança, além de promover eficiência energética,
o que contribui para a pontuação LEED e requisitos sustentáveis do seu projeto. Usando
a tecnologia Z-Wave (distribuição do sinal entre os equipamentos), a JLQ propicia o
acesso a todos os aparelhos através de plataforma própria ou aplicativos para smartphone
ou tablets, permitindo uma gestão remota e integrada de alta qualidade.
SUSTENTABILIDADE
ECONOMIA
SEGURANÇA
CONTROLE
30. 30 jun-jul/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES
É
de conhecimento de especia-
listas que boa parte dos gas-
tos com água em edifícios ve-
nha dos banheiros. E mais que
isso, dos vasos sanitários. A
grande maioria dos vasos dis-
poníveis no mercado consome algo entre 6 e
12 litros de água por descarga. O volume total
consumido pode atingir proporções gigantes-
cas se considerarmos o número de frequenta-
dores do edifício e quantas vezes eles utilizam
o banheiro diariamente. Sendo assim, parece
sensato concentrar forças no desenvolvimen-
to de tecnologias que minimizem e otimizem
ao máximo o uso da água em vasos sanitá-
rios. Nesse sentido, algumas empresas vêm
desenvolvendo tecnologias inovadoras. Uma
das maiores é o grupo Evac.
Multinacional de origem finlandesa, o grupo
Evac foi fundada em 1975 e é líder mundial
na gestão integrada de resíduos (coleta e
transporte a vácuo, tratamento de resíduos
úmidos e secos), mas também geração de
água potável (dessalinização), em lugares
confinados (edifício, navio...), nos setores
da construção civil, naval e offshore. Evac já
realizou mais de 20 mil instalações na área
marítima, 2 mil instalações offshore e 2,5 mil
na construção civil em todo mundo. “O DNA
Evac: tecnologia avançada
em soluções a vácuo
Multinacional ganha mercado no Brasil
aliando sustentabilidade e tecnologia através
de sistemas de coleta a vácuo
USO RACIONAL DA ÁGUA
da Evac é sustentabilidade. Isso é o que nos
move. Nascemos da vontade de economizar
água”, ressalta Jean-Pierre Bernard, gerente
geral da Evac Brasil.
No Brasil a empresa atua desde 1998. Já são
mais de 100 instalações no setor da constru-
ção civil e mais de 40 no setor offshore que
contam com a tecnologia Evac, alguns proje-
tos assinados pelo consagrado arquiteto Os-
car Niemeyer. “Niemeyer sempre foi um visio-
nário também em relação à sustentabilidade.
Os prédios projetados por ele são de traçados
complexos. Isso dificulta a instalação de um
sistema de esgoto tradicional por gravidade.
Nesse sentido, o sistema a vácuo veio muito
a calhar e proporcionou a realização de vários
projetos do arquiteto”, explica Flávio Kimori,
gerente de operações da Evac Brasil.
Os projetos desenvolvidos pela Evac para o
Grupo João Carlos Paes Mendonça (JCPM),
empreendedora responsável pela construção
de shoppings centers em várias capitais do
Brasil, são exemplos de sucesso do sistema
de esgoto a vácuo da Evac. Francisco Bacelar,
diretor da Divisão Imobiliária do Grupo JCPM,
explica a decisão de procurar as soluções da
Evac para os empreendimentos do Grupo:
“Procurávamos uma solução que unisse boa
tecnologia e redução no consumo de água.
Por Paulo Dias
31. revistagbcbrasil.com.br 31jun-jul/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES
Os shoppings de grande porte recebem, em
média, 70 mil pessoas por dia. Isso nos fez
procurar um sistema eficiente e muito resis-
tente devido ao elevado uso na rotina de um
empreendimento como os shoppings. Enten-
demos que a EVAC podia nos atender”, conta.
Francisco Bacelar salienta ainda que a econo-
mia de água nos empreendimentos beira os
70% mensalmente, o que propicia uma eco-
nomia de cerca de 25 milhões de litros/mês. O
público que frequenta os shoppings, é claro,
percebe a diferença. O fator visual com me-
nor volume de água nas descargas favorece o
sentimento dos usuários com relação ao com-
promisso dos shoppings com o meio ambien-
te e gestão da água”, finaliza Bacelar.
Inauguração do Showroom e
lançamento do vaso sanitário
Optima 5 no Brasil
Apresentado à imprensa e ao mercado no
último dia 8 de junho num showroom locali-
zado no escritório da empresa, em São Pau-
lo, o novo vaso sanitário a vácuo da Evac
Optima 5 chama a atenção principalmente
pelos detalhes (como conforto acústico por
exemplo) e pelo design moderno (nos mode-
los de chão e de parede). O sistema a vácuo
Além de todos os benefícios ambientais, o pay-
back do sistema a vácuo também é vantajoso.
Segundo projeções da empresa, ele varia de
oito meses a quatro anos, a depender do proje-
to e da intensidade de uso do sistema.
Por estar sob vácuo permanente, quase não
ocorrem vazamentos e entupimentos no sis-
tema. Sem contar que, sendo selado, elimi-
na-se a chance de aparecimento de insetos
e roedores dentro da tubulação. A instalação
dos equipamentos é facilitada porque o vá-
cuo permite uma elevação cumulativa de até
6 metros do efluente. Desse modo, obstru-
ções como vigas ou dutos de ar condiciona-
do, conseguem ser contornadas. “A elevação
propiciada pelo vácuo oferece aos clientes
uma flexibilidade enorme e acaba resolvendo
problemas técnicos, como por exemplo evitar
danificar edifícios tombados, cujas regras de
reforma/demolição são mais rígidas”, comen-
ta Jean-Pierre Bernard.
Com um design moderno, moldado em por-
celana, o vaso sanitário a vácuo não requer
conexão elétrica. “O botão de acionamento
pode ser manual ou automático, a depender
das preferências de quem instalará o siste-
ma. No painel traseiro do vaso são montadas
as válvulas de descarga, ativadora e de água.
Quando o botão de acionamento é pressio-
nado, a válvula necessária para o funciona-
mento é ativada, coletando o efluente para
dentro da tubulação e direcionando-o à uni-
dade central”, explica Flávio Kimori.
A Evac também oferece ao mercado válvulas
de interface e ralos a vácuo, que são utiliza-
Vaso Sanitário Optima 5
Shopping Riomar - Fortaleza
mostra-se vantajoso por fatores como custo-
-benefício e a preocupação com o meio am-
biente e economia de água. O vaso sanitário
a vácuo da Evac consome apenas 1,2 litro de
água por descarga (utilizada exclusivamente
na higienização do vaso). Isso representa
uma impressionante economia que beira os
90%. Tal nível de economia garante ao edi-
fício uma alta pontuação no quesito água de
certificações ambientais, como as certifica-
ções LEED, BREEAM, AQUA, DGNB entre
outras. Aliado a outras práticas, pode trazer
ao empreendimento a pontuação máxima
nesse quesito.
Fotos:DivulgaçãoEvac
32. 32 jun-jul/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES
das na coleta do efluente de pias, mictórios e
chuveiros. Assim como os vasos sanitários,
são automáticos e de fácil operação.
A Central com tanques pode ser considerada
o pulmão do sistema a vácuo. É nela que é
gerado e mantido o nível adequado de vácuo.
Tal central é automática e não requer ação
humana para seu funcionamento. Há ainda
as centrais online, ou seja, que não possuem
tanques de armazenamento de esgoto. Nes-
te caso os efluentes transitam pelas bom-
bas. Assim só devem ser usadas quando há
grande falta de espaço e um público usuário
responsável (navios, hotéis...). Em ambos os
casos os efluentes seguem direto para a rede
pública ou para uma central de tratamento,
que também pode ser fornecida pela Evac.
Futuro
Mesmo estando em Paris, Dominique Gosnet,
presidente do setor Building da Evac, mar-
cou presença por videoconferência durante
a inauguração do showroom e lançamento
do Vaso sanitário Optima 5. O presidente re-
servou alguns minutos para conversar com a
Revista GBC Brasil e explicar a visão da Evac
em relação ao mercado brasileiro. “Nossa
responsabilidade com o meio ambiente nos
engaja a desenvolver produtos e tecnologias
de última geração para a sociedade, e isto
precisa ser transmitido ao máximo de pes-
soas possíveis pois nossas soluções não
são tendências e sim realidade. O fator pri-
mordial para o sucesso dos nossos projetos
está relacionado aos três pilares que susten-
tam nossas ações: oferecer sustentabilidade,
garantir interessantes retornos financeiros
e proporcionar flexibilidade para solucionar
problemas técnicos. Nós acreditamos que
contribuimos modestamente com a questão
da sustentabilidade. Estamos muito felizes
em fazer o que fazemos e em ajudar, com
nossas soluções, nossos clientes a aumentar
sua própria contribuição ao meio ambiente.
Isso motiva todos os colaboradores da Evac”.
Dominique explica ainda porque a Evac viu
no Brasil uma ótima oportunidade de cresci-
mento para a empresa: “O Brasil é um percur-
sor da arquitetura moderna com obras inter-
nacionalmente reconhecidas pelo seu Estado
da arte, inovação e tecnologia. Estes fatores
enaltecem a nossa perspectiva sobre o mer-
cado da construção sustentável no país, e es-
tão alinhados com as nossas soluções eco-
lógicas. Mesmo com todas as turbulências
políticas e econômicas no país, nós acredita-
mos no mercado Brasileiro. Vamos continuar
nosso trabalho. Estamos otimistas”, finaliza.
Jean-Pierre Bernard, gerente geral e Flávio Kimori, gerente de operações da
Evac Brasil
USO RACIONAL DA ÁGUA
Fotos:DivulgaçãoEvac
Dominique Gosnet
Presidente do setor
building da Evac
“NOSSA
RESPONSABILIDADE
COM O MEIO
AMBIENTE
NOS ENGAJA A
DESENVOLVER
PRODUTOS E
TECNOLOGIAS DE
ÚLTIMA GERAÇÃO
PARA A SOCIEDADE,
E ISTO PRECISA SER
TRANSMITIDO AO
MÁXIMO DE PESSOAS
POSSÍVEIS POIS
NOSSAS SOLUÇÕES
NÃO SÃO TENDÊNCIAS
E SIM REALIDADE. ”
33. revistagbcbrasil.com.br 33jun-jul/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES
recomservice.com.br
O Cooling Tower Optimizer é um controlador inteligente,
projetado para um sistema de água gelada de médio e
grande porte, capaz de controlar até 06 Torres de
Resfriamento em um único quadro de comando.
Compacto, simples de configurar e de investimento
reduzido, o Cooling Tower Optimizer é inteligente porque
atua diretamente no controle da temperatura de saída da
água da torre (setpoint flutuante) proporcionando melhor
desempenho em função da condição do clima externo que
oscila constantemente as variáveis de umidade e
temperaturade bulbo seco.
Cooling Tower Optmizer, um produto exclusivo e
patenteado pela RECOMSERVICE Automação e Eficiência
Energética Ltda.
CoolingTower Optimizer,ocontrolador
eletrônicointeligentecomsetpointflutuante
Até40%de
economiadeenergia
naCentraldeÁguaGelada
34. 34 jun-jul/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES
USO RACIONAL DA ÁGUA
N
ão é segredo para ninguém
que a perda de água tratada
é uma das grandes vilãs no
combate ao desperdício. Os
dados são preocupantes.
Segundo o Ministério das Ci-
dades, o país perde um terço da água tratada
antes desta chegar a ser usada. Pesquisa divul-
gada em 2015 pelo IBNET (International Bench-
marking Network for Water and Sanitation Utili-
ties) coloca o Brasil na 20ª posição numa lista
que ranqueia o desperdício de água feita com 43
nações. De acordo com a organização, o país
perde impressionantes 39% de água tratada an-
tes que a mesma chegue ao consumidor final.
Em São Paulo, maior Estado do país, dados do
Instituto Trata Brasil calculam algo parecido: cer-
ca de 36% de perda. Os motivos para tamanho
desperdício variam bastante, mas boa parte aca-
ba sendo causado por vazamentos no sistema.
Se por um lado a luta contra o desperdício não
para, por outro cada vez mais empresas apos-
tam em tecnologias que deem ao consumidor
a possibilidade de contribuir com essa guerra
ao desperdício e, consequentemente, obter
economia financeira e demonstrar preocupação
socioambiental. Uma dessas organizações é a
W-Energy, empresa sediada em São Paulo com
mais de dez anos de mercado que apresenta
soluções visando à redução de custo de água e
energia elétrica através de monitoramento cons-
tante dos sistemas e identificação de potenciais
melhorias.
Uma das soluções oferecidas pela W-Energy
para evitar tanto o desperdício de água quanto
o de energia é a telemetria. Através de monito-
ramento via internet, é possível identificar pro-
blemas na mesma hora que eles são gerados,
possibilitando atuação imediata no combate ao
desperdício. Para tanto, a empresa utiliza um
hardware francês e está prestes a lançar um
aplicativo para celular, o que irá otimizar ainda
mais o serviço. “A localização e eliminação de
vazamentos é um como um mantra para a nos-
sa equipe”, salienta Wagner Cunha Carvalho,
CEO da W-Energy.
Além do monitoramento via internet, a empresa
conta ainda com outras possibilidades, como o
uso de drones permitindo a verificação de áreas
com grande umidade. “Uma vez relacionados
os pontos de suspeita, entram em campo ferra-
mentas especiais como o Geofone eletrônico,
que possibilitam diferenciar os três ruídos mais
comuns nas redes hidráulicas, como esgoto,
água limpa pressurizada e vazamentos ocultos.
A aplicação dessas ferramentas é uma grande
vantagem competitiva, pois evita os famosos
‘quebra-quebra’, permitindo a identificação na
causa-raiz do vazamento”, explica Wagner.
A gama de equipamentos economizadores de
água utilizados pela empresa é grande, con-
templando tecnologias para todos os pontos
de consumo de água, tais como medição de
níveis de reservatório, purga automática para
torres de resfriamento, válvulas termostáticas
para recirculação de água fria no sistema de
W-Energy: monitorar ainda
é a melhor forma de evitar
desperdício de recursos
hídricos e energéticos
Wagner Cunha Carvalho
Fotos:DivulgaçãoNewset
Por Paulo Dias
35. revistagbcbrasil.com.br 35jun-jul/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES
que já visitou China, África e Emirados Unidos,
conhecendo novas tecnologias e tendências
de mercado. Além disso, a empresa moderni-
zou as instalações de sua sede, transformando
o local num espaço que prioriza o bem-estar e
o rendimento dos colaboradores. Todo esse
esforço vem trazendo resultados animadores:
a empresa possui contrato ativo com mais de
300 organizações, cresceu 50% só no primei-
ro semestre de 2017 e pretende atingir 80%
de crescimento até o final do ano. Um salto e
tanto.
de 4 minutos para 30 segundos, promovendo
economia de água e gás”, explica.
Além de tudo, a administração do local pode
acompanhar em tempo real o consumo do hos-
pital via internet. Todos esses cuidados resulta-
ram em uma economia de cerca de R$150 mil
reais por mês, mostrando os resultados reais
das ações desenvolvidas pela W-Energy.
Foco em aperfeiçoamento cons-
tante
Pensando na qualidade de seus produtos, a
W-Energy importa grande parte de seus equi-
pamentos da Alemanha. Tal cuidado reduz os
custos de manutenção preventiva e corretiva.
O modelo de negócio da empresa é simples:
a própria W Energy assume os custos de ope-
ração e manutenção e em troca recebe uma
parte do valor da economia gerada através de
seu trabalho.
Visando explorar também o mercado de efi-
ciência energética, a W-Energy iniciará, ainda
em junho, os testes com geradores eólicos
de 400W e 800W, tecnologia em expansão no
mundo, e aposta que a demanda por esse tipo
de sérico só aumentará, muito graças a cons-
cientização do mercado com questões de sus-
tentabilidade.
Para oferecer ao mercado o que há de mais
moderno em combate ao desperdício e uso efi-
ciente de recursos hídricos, a W-Energy investe
pesado em pesquisa. Wagner Carvalho conta
água quente com misturadores, válvulas blo-
queadoras de ar para os casos de interrupção
no fornecimento de água por parte da conces-
sionária, reuso de água, captação de água de
chuva, e perfuração de poços (para os casos
que exijam confiabilidade).
O exemplo do Hospital Alvorada
Localizado no bairro de Moema, em São Paulo,
o Hospital Alvorada (pertencente ao grupo Amil)
é um dos casos de sucesso mais recentes da
W-Energy. Com total apoio da administração
do hospital e trabalhando em conjunto com a
mesma, a equipe da W-Energy iniciou os traba-
lhos com um intensivo processo de conscienti-
zação dos colaboradores da unidade, através
de palestras, treinamentos, campanhas com
incentivos e instalação de comunicação visual.
O próximo passo foi identificar os pontos pas-
síveis de melhoria na estrutura do empreendi-
mento, visando máxima economia. Wagner
Carvalho elenca as principais ações realizadas:
“Todos os sistemas de descargas possuem
duplo acionamento, com comunicação visual
orientando os usuários. Nas torneiras da cozi-
nha foram implantados a tecnologia chamada
jetspray importada da Alemanha, com uma
função para encher uma panela com água ra-
pidamente e outra para lavar louça e salada,
economizado até 70%. Através do retrofite no
sistema de aquecimento de água o tempo mé-
dio de espera por água quente no banho, caiu
Fotos:DivulgaçãoNewset
Hospital Alvorada
Sede da W-Energy
Sede da W-Energy
Sede da W-Energy
37. revistagbcbrasil.com.br 37jun-jul/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES
“Com a automação é possível aprimorar e
controlar todo o sistema de irrigação con-
forme a necessidade, e fazer a adequação
a questões climáticas. A essas duas tecno-
logias é possível integrar outro sensor, que
permite o monitorar o percentual de umidade
do solo indicando a necessidade de irriga-
ção ou não. Com a instalação destes sis-
temas de forma integrada é possível atingir
cerca de 70% de redução no consumo de
água se comparado a um sistema conven-
cional”, complementa Marcelo Zlochevsky,
gerente nacional de vendas da Rain Bird.
O tubo gotejador também é uma solução de
grande sucesso. Este tubo com uma placa
de cobre interna que em contato com o solo
cria uma camada isolante a sua volta e im-
pede o entupimento, o que possibilita o uso
desse tipo de equipamento enterrado, propi-
ciando além de um aspecto mais agradável
ao local onde é instalado, porque não fica
avista, pode reduzir mais ainda o gasto de
água, impedindo a transpiração do solo e
nem por evaporação.
A responsabilidade da Rain Bird com a con-
servação de água vai muito além dos seus
produtos, é um dos valores da empresa le-
vados também ao âmbito social. Pensando
em formas de conscientizar a sociedade so-
bre o uso da água foi criada a Campanha 25
Formas de Racionar o Uso da Água. Estas
25 formas vão desde a análise da conta de
água a manutenção e ampliação da vegeta-
ção. A lista completa de ações está dispo-
nível na internet de maneira muito didática
e é complementada por links e vídeos para
quem quer se aprofundar no assunto.
“Nós temos que entender que a água é um
recurso restrito, finito e limitado, não existe
água nova, não dá para produzi-la. Por isso,
mudamos o nosso foco dizendo que não dá
mais só para fazer o uso inteligente da água,
também é preciso preservar o verde em volta
dela. Talvez seja por conta dessa exclusão
do verde que estamos passando por crises
hídricas nos últimos anos. Então criamos a
Campanha 25 Formas de Racionar o Uso da
Água, onde a gente diz que não é para deixar
de usá-la, é para usá-la de forma assertiva,
e manter e promover o verde em qualquer
ambiente”, diz Marcelo.
Além da campanha do uso racional da água
está sendo lançado em cada edição da Re-
vista GBC Brasil 5 dicas de como usar os re-
cursos hídricos de forma inteligente, alinha-
dos ao seu uso sustentável.
A Rain Bird tem intensificado cada vez mais
a sua relação com os green buildings no Bra-
sil. Onze das doze arenas da Copa realizada
no Brasil contam com o seu sistema de irri-
gação, e também todas as obras das Olim-
píadas do Rio de Janeiro, exceto o campo de
golfe. A Rain Bird também conta com uma
vasta lista de produtos utilizados em obras
certificadas. Mesmo com todos esses méri-
tos em sua história, a empresa continua sua
busca em desenvolver métodos que permi-
tam que a água seja cada vez mais preser-
vada.
Marcelo Zlochevsky
Rain Bird Brasil
“NÓS TEMOS QUE
ENTENDER QUE A
ÁGUA É UM RECURSO
RESTRITO, FINITO E
LIMITADO, NÃO EXISTE
ÁGUA NOVA, NÃO DÁ
PARA PRODUZI-LA.
POR ISSO, MUDAMOS
O NOSSO FOCO
DIZENDO QUE NÃO DÁ
MAIS SÓ PARA FAZER
O USO INTELIGENTE
DA ÁGUA, TAMBÉM É
PRECISO PRESERVAR
O VERDE EM VOLTA
DELA. ”
Imagens:RainBird
38. 38 jun-jul/17 rev/gbc/br
inovação
D
esde que foi
lançada, em
1998, a Certi-
ficação LEED
vem revolu-
cionando o
mercado da
construção sustentável, buscan-
do sempre atingir os mais altos
níveis de operação de alta per-
formance, design e eficiência em
edificações do mundo todo. Pen-
sando em melhorar, ainda mais,
os resultados conquistados por
construções certificadas e em
atender os novos desafios em re-
lação a sustentabilidade, o Green
Building Council lançou a nova
versão da Certificação LEED, o
LEED v4.
Com o objetivo de elevar os pa-
drões técnicos da construção ci-
vil sustentável, uma nova versão
da certificação LEED foi desen-
LEED v4
novos, especialmente na parte
de sistemas prediais, que faz
com que itens e sistemas que
antes eram fundamentalmente
estratégias de eficiência pas-
sem a ser obrigatórios, elevando
significativamente a régua. Isso
tem influenciado principalmente
projetos de new construction e
interiores, onde temos os siste-
mas efetivamente entregues”,
comenta Adriana Hansen, coor-
denadora de Projetos Sustentá-
veis do CTE.
Em relação aos quesitos que
pontuam nesta nova versão fica-
ram distribuídos da seguinte for-
ma: 35% as ações relacionadas
às mudanças climáticas, 25% à
saúde, recursos hídricos 15%,
biodiversidade 10%, recursos na-
turais 10%, economia verde 10%
e comunidade 5%.
Entretanto, as principais mudan-
Nova versão do LEED traz inovação, regras mais
rígidas e um olhar totalmente novo sobre ciclo de
vida da edificação
volvida, com base em estudos e
discussões entre profissionais,
técnicos, entidades do mercado
da construção do mundo todo.
Esta nova versão começou a ser
discutida em 2010, mas só foi lan-
çada oficialmente em 2013, e pas-
sou a ser obrigatória no Brasil em
outubro de 2016. Esses três anos
de transição permitiu com que o
mercado brasileiro começasse a
se preparar para atender as novas
exigências da certificação.
A grande proposta do LEED é
elevar os padrões técnicos da
construção civil como um todo.
Por tanto, quando esses padrões
são alcançados o movimento
natural é fazer com que eles se
tornem cada vez mais elevados
e rígidos. Acompanhando este
processo, critérios e pontuações
da certificação mudaram.
“O LEED v4 tem alguns desafios
Mais um passo para a
um futuro sustentável
Por Taís Cruz