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LEED SILVER
EB+OM
VIBEDITORA
ARQUITETURA ARROJADA NA
PAISAGEM PAULISTANA COM
LEED PLATINUM CORE&SHELL
ANO4 / Nº12 / 2017ANO 4 / Nº13 / 2017
DOSSIÊ ESPECIAL
USO RACIONAL
DA ÁGUA: ALTER-
NATIVAS PARA
CONTER A ESCAS-
SEZ DO RECURSO
SÃO PAULO
CORPORATE
TOWERS
GBCBRASIL
C O N S T R U I N D O U M F U T U R O S U S T E N T Á V E L
REVISTA
G R E E N B U I L D I N G C O U N C I L
GBC Canadá imple-
menta certificação
Zero Carbono
LEED v4 apresenta
primeira certificação
no país
AUTOMAÇÃO:
Empresas apresentam
cases e soluções
revistagbcbrasil.com.br 3dez/15-jan/16
Editorial
©BiancaWendhausen
Metade do ano se passou e as perspectivas no mer-
cado da construção sustentável se fortalecem cada
vez mais. O número de certificações LEED ultrapas-
sou a marca de 400 empreendimentos agora no pri-
meiro semestre de 2017, consolidando essa tendên-
cia no mercado nacional.
Também nesse primeiro semestre foi concedida a
primeira certificação LEED v4 no Brasil, cujo projeto
apresentamos nesta edição, juntamente com uma
matéria sobre as novidades do LEED v4.
Nesta edição temos ainda um importante especial so-
bre o Uso Racional da Água e várias formas de apro-
veitamento, reuso ou utilização racional, que permi-
tem tratar com grande cuidado desse que é dos mais
preciosos recursos naturais que dispomos. Também
apresentamos soluções na área de automação que
contribuem decisivamente para um melhor controle da
eficiência dos aspectos energéticos dos projetos sus-
tentáveis. E o projeto do São Paulo Corporate Towers,
certificado LEED Platinum, num dos endereços mais
emblemáticos da cidade, com arquitetura arrojada e
conceitos sustentáveis inovadores.
E estamos na contagem regressiva do Anuário GBC
2017, e todo o conteúdo relacionado à história das
certificações nos últimos 10 anos no Brasil.
Boa leitura!
Seis meses de
novidades e
fortalecimento
do setor
LUIZ SAMPAIO
DIRETOR EXECUTIVO
VIB Editora
VIBEDITORA
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Presidente GBC Brasil
Eduardo Eleutério
Diretor Executivo Isover, Saint Gobain
Vice Presidente GBC Brasil
Antonio Lacerda
Senior Vice Presidente, BASF
1º Secretário GBC Brasil
Ernesto Ghini
Diretor Geral, Honeywell
2º Secretário GBC Brasil
Marcos Bensoussan
Sócio Presidente, Setri
MEMBROS DO CONSELHO
Martín Andrés Jaco
CEO, BR Properties
Celina Antunes
CEO América Latina, Cushman & Wakefield
Hilton Rejman
Diretor de Incorporações, Cyrela Commercial
Properties
William Ribeiro
Diretor Comercial, Daikin
Raul Penteado
Presidente, Deca
Fabian Gil
Presidente América Latina, Dow
Edo Rocha
Sócio Proprietário & CEO, Edo Rocha Arquitetura
Maurício Parolin Russomanno
CCO - Chief Commercial Office, Votorantim
Manoel Gameiro
Ex Presidente GBC Brasil
José Moulin Netto
Ex Presidente GBC Brasil
CEO Green Building Council Brasil
Felipe Faria
DIRETOR EXECUTIVO
Luiz Sampaio
lfsampaio@vibcom.com.br
REDAÇÃO
Paulo Dias - MTb 82002/SP
Taís Cruz - MTb 83367/SP
redacao@vibcom.com.br/ press@vibcom.com.br
COMERCIAL
Flávia Pimentel
fpimentel@vibcom.com.br
FINANCEIRO: adm@vibcom.com.br
DESIGN GRÁFICO E EDITORIAL,
REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO
VIB COMUNICAÇÃO E EDITORA
Av. Morumbi, 8411 - conj 31
Brooklin - São Paulo - SP
CEP 04703-004
RESPONSÁVEL DO GBC
Maíra Macedo
ASSINATURAS E CONTATOS:
Tel: 11 5078 6109
email: assinaturas@gbcbrasil.org.br
Capa: São Paulo Corporate Towers - São Paulo
Foto: © 2016 Ana Mello
4 jun-jul/17 rev/gbc/br
índice
GBCBRASIL
C O N S T R U I N D O U M F U T U R O S U S T E N T Á V E L ANO 4 / Nº13 / 2017
REVISTA
G R E E N B U I L D I N G C O U N C I L
EDITORIAL.............................................................	> 3
COLUNA GBC........................................................	> 6
COLUNA CBIC.......................................................	> 8
	 QUESTIONÁRIO PROUST
	 FELIPE FARIA...................................> 10
	 PROJETO DESTAQUE...........................> 14
CONSTRUINDO HISTÓRIA..................................	> 18
NORMAS DE CONSERVAÇAO DA ÁGUA..........	> 18
	 DOSSIÊ USO RACIONAL DA ÁGUA
ESPECIALISTAS...........................................	................> 20
ENVIROMIX..........................................................	> 24
PROÁGUA............................................................	> 26
EVAC: SOLUÇÕES A VÁCUO..............................	> 30
W-ENERGY...........................................................	> 34
RAIN BIRD............................................................	> 36
LEED V4 - PRIMEIRA CERTIFICAÇÃO NO BRASIL.........> 38
GREEN PEOPLE...................................................	> 46
	 ESPECIAL AUTOMAÇÃO
JLQ E SISTEMA ZIPATO......................................	> 48
RECOMSERVICE..................................................	> 52
CONTROLLAR....................................................	 > 56
B2E AUTOMAÇÃO..............................................	> 59
VISÃO GLOBAL....................................................	> 60
SAINT GOBAIN - CENTRO DE PESQUISA.................> 62
SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS................................	> 64
Vantagens de se tornar um membro gbc:
Através do nosso exclusivo Green Network, plataforma focada na geração de negócios para
Green Buildings, você vai atuar junto às maiores lideranças empresariais nas discussões
sobre tendências e técnicas de construção sustentável em seus diversos aspectos, além de
receber dados inéditos sobre o mercado.
Suporte no processo das Certificações LEED e CASA através de auxílio técnico, tornando-os
mais rápidos, eficientes e, consequentemente, mais econômicos.
Credenciamento de liderança dentro do nosso Green Network, como autoridade nos temas
da construção sustentável.
associe-se e faça parte
do nosso green network
gbcbrasil.org.br
Não somos super heróis,
mas podemos coNstruir
um muNdo melhor.
juNte-se ao gbc.
eduardo eleutério
Diretor Geral Saint-Gobain,
DiviSão iSover
celiNa aNtuNes
Ceo para amériCa Do Sul Da
CuShman & WakefielD
roberto aflalo
SóCio Diretor
aflalo/ GaSperini arquitetoS
6 jun-jul/17 rev/gbc/br
coluna gbc
O
aumento do nosso “market share” no mer-
cado e a consolidação do movimento de
construções verdes nos diversos segmen-
tos da construção, fatos comprovados
frente o desempenho em números de no-
vos projetos registrados LEED e CASA no
ano de 2016, justificam os ousados desafios que assumi-
mos como organização e as ferramentas de certificação em
desenvolvimento.
Em relação as ferramentas temos o advento da versão
4 da certificação LEED, os trabalhos técnicos preparatórios
para o lançamento da certificação CASA para condomínios
verticais e horizontais, a criação da certificação para “net
zero energy”, plataforma de benchmark ARC e a chegada
do WELL (Saúde e Bem-Estar). A promoção destas certifi-
cações como ferramentas para acelerar a elevação do nível
técnico e promover a transformação do mercado são ati-
vidades que o GBC Brasil e seus Membros manterão foco
especial.
A certificação LEED v4 já possui seu primeiro projeto
certificado no Brasil, escritório Lar Verde Lar em Governa-
dor Valadares, Minas Gerais. O projeto conquistou o nível
Ouro da certificação e o destaque nas reduções de 88%
em energia, 74% em água e 93% em resíduos desviados de
aterros sanitários. No mês de abril tivemos 7 novos projetos
registrados no LEED v4, nos Estados de São Paulo, Rio de
Janeiro e Paraná, entre eles, edificações existentes, insti-
tuição de ensino, restaurante e corporativos. Já temos 20
projetos registrados no LEED v4.
Certificações: Importantes
ferramentas de transfor-
mação de mercado
Estudos, números e casos
de sucessos comprovam
que somos a melhor
opção de negócio no
mercado imobiliário.
revistagbcbrasil.com.br 7jun-jul/17
coluna gbc
O programa CASA possui 44 projetos registrados, sen-
do 14 condomínios. Nossos Comitês Técnicos estão em-
penhados no aprimoramento dos créditos e pré-requisitos
desta certificação destinada ao setor residencial. A nível
internacional esta iniciativa também foi lançada no GBC
Colômbia com o suporte do GBC Brasil. Do ponto de vis-
ta técnico, chama atenção o compromisso do Comitê em
tornar transversal o tema Saúde e Bem-Estar em todas ca-
tegorias da certificação. Entre os projetos de condomínios
registrados, ambos destinados à classe média, cabe citar
o Terra Mundi de Goiânia (Membro NewInc), provavelmen-
te o primeiro a concluir sua certificação e o edifício Monta-
ge Botafogo de Campinas (Membro Construtora Montage)
com sistema de automação em todas unidades e o con-
ceito de energia renovável onde 100% será proveniente de
uma Fazendo Solar pertencente aos futuros proprietários.
Já em Curitiba, todos os novos empreendimentos de alto
padrão estão registrados como o empreendimento Ícaro do
Membro AG7 e projetado pelo Membro Studio Arthur Casas
pautado no conceito de casas suspensas, além do condo-
mínio residencial Francisco Rocha do Membro Construtora
Laguna que alia sustentabilidade, design, inovação e alto
padrão.
Com foco em energia, estamos desenvolvendo uma
ferramenta de certificação de “Net Zero Energy Building”,
o trabalho de discussão está avançado e já estamos re-
cebendo propostas de projetos pioneiros para este novo
sistema. Trata-se de uma demanda surgida no COP Paris,
onde os GBCs firmaram compromissos em auxiliar que no-
vas edificações venham a ser “net zero” até 2030, e todas
até 2050. O conceito que iremos trabalhar no Brasil será o
edifício que comprova que o seu consumo de energia pri-
mária na sua operação anual é zerado por uma combina-
ção de alta eficiência energética e geração e energia por
fontes renováveis.
A plataforma de Benchmark ARC também auxiliará no
processo de manutenção da alta eficiência operacional em
edificações certificadas, bem como facilitará o processo de
certificação de edificações existentes através do desempe-
nho em tempo real nas categorias energia, água, resíduos,
satisfação do ocupante e transporte. Edificações no Bra-
sil já começaram a utilizar esta plataforma e compartilham
suas informações no ARC.
Por fim, a certificação WELL que foca na satisfação,
conforto, saúde e bem-estar do ocupante vem chamando
a atenção do mercado e desponta como forte tendência.
Estudos da Macgrow Hill Construction apontam que pro-
prietários de edificações passam a relatar que gostariam de
adaptar suas edificações aos princípios preconizados pela
certificação WELL mas esbarram na falta de informação ou
conhecimento, bem como consideram que aumentar a per-
cepção de satisfação do ocupante em suas edificações é
fator mais importante que as taxas de ROI.
As edificações “green building” ganham espaços no
mercado internacional e temos destaques vindos do Brasil
como a certificação Platinum do São Paulo Corporate com
96 pontos, a quinta maior pontuação de edifício corporati-
vo no mundo. Estudos, números e casos de sucesso que
comprovam as vantagens econômicas dos “green buildin-
gs” estão sendo frequentemente divulgados nas principais
mídias como a melhor opção de negócio no mercado imo-
biliário, independente do setor e segmento de atuação. As-
sim sendo, munidos pela participação e engajamento de
nossos Membros, nosso Programa Nacional de Educação,
suporte de importante parceiros e com o ingresso das no-
vas ferramentas de certificações no mercado, seguimos oti-
mistas para a celebração de futuras conquistas durante os
próximos 10 anos de GBC Brasil.
FELIPE FARIA,
CEO Green Building Council Brasil
Presidente Comitê de Networking
das Américas do World GBC
8 jun-jul/17 rev/gbc/br
Coluna CBIC
E
ssa é a síntese da reflexão que a construção civil vem
fazendo, reforçada perante a eclosão de nova turbulên-
cia política em maio, e levou aos dirigentes do Execu-
tivo e Legislativo federais para sensibilizá-los quanto à
necessidade de impedirmos um ciclo de paralisia que
atrase a agenda que pode recolocar o país na direção
da estabilidade e recuperação econômica. Após quase três anos de
retração – com inflação alta, escalada do desemprego e juros es-
tratosféricos – registramos atividade positiva e um ambiente mais
propício à retomada do investimento e geração de emprego. Tênues,
mas de grande importância, esses sinais não podem ser freados por
outra crise. É preciso aprovar as reformas e aprofundar as medidas
macroeconômicas que possam acelerar a retomada da economia. O
cidadão, que quer e precisa trabalhar, não aguenta mais. O pequeno
e médio empresário, representados pela CBIC, não aguentam mais!
Está em jogo, nesse momento, a sobrevivência daqueles que, desco-
lados dos grupos envolvidos na crise, pagam o preço dos desman-
dos. O trabalhador perde seu emprego, a renda e a perspectiva de
um futuro digno. Pequenos e médios empresários perdem as condi-
ções de empreender e mesmo de continuar trabalhando, acumulando
dívidas e frustrações.
A construção civil é um dos setores mais prejudicados pela crise. Fa-
lamos de um setor que representa 55,6% do investimento, uma cadeia
produtiva que representa 9% do PIB nacional; emprega 2,3 milhões
de trabalhadores, um setor que está sufocado pela imprevisibilidade
do futuro. Nos últimos dois anos foram perdidos mais de 1 milhão de
empregos e muitas empresas fecharam suas portas. Outras tentam
administrar a asfixia criada pela falta de investimento e pela retração
no crédito, lutando para sobreviver em um cenário de instabilidade.
E agora, no momento em que a economia reage, nosso setor não
acompanha o movimento, crescendo bem menos.
O momento exige uma nova consciência e ação. É urgente restabe-
lecer o pleno funcionamento das instituições, sob o império da lei. A
construção civil apoia, com firmeza, o avanço das investigações da
prática de desvios com recursos públicos e, garantido o pleno direito
de defesa, a punição dos envolvidos em atos ilícitos. Que as respon-
sabilidades sejam tornadas claras e as punições sejam efetivas e ri-
gorosas. O Brasil precisa dar esse passo.
Redução da Incerteza - Nesse momento, o Legislativo tem papel
determinante para o futuro do Brasil. É essencial a rápida aprovação
das reformas da Previdência e trabalhista, assim como do aperfeiçoa-
mento do licenciamento ambiental entre outros projetos importantes.
A construção civil acompanha com atenção a discussão em torno
da modernização da Lei de Licitações – instrumento que garantiu
avanços e conquistas inegáveis à contratação de obras públicas no
Brasil, que devem ser preservadas, a 8.666 exige pequenos ajustes
que evitem distorções na sua interpretação e aplicação. É essencial
que sua modernização contemple, especialmente, normas que indu-
zam à formulação de contratos que garantam maior equilíbrio entre
as partes, fechando as brechas que hoje permitem a eventual prática
de desvios. O combate à corrupção e, principalmente, às janelas que
permitem sua incidência é uma prioridade da CBIC – temos levado
esse debate em seminários estaduais, propondo não apenas que en-
tidades e empresas do setor fortaleçam seus mecanismos e políticas
de controle interno mas, principalmente, que a administração pública
reveja práticas consagradas de baixa transparência que favorecem a
prática de desvios.
Esse conjunto de medidas no Legislativo farão recuperar a credibi-
lidade do país e trarão de volta o interesse do investidor. Ninguém
investe em um ambiente de incertezas. A retomada do investimento
é fundamental para a recuperação do emprego e geração de renda.
Esse movimento virá pela iniciativa privada. O capital exige a apro-
O Brasil não
pode parar!
José Carlos Martins
Presidente da Câmara
Brasileira da Indústria da
Construção (CBIC)
©DivulgaçãoCBIC
revistagbcbrasil.com.br 9jun-jul/17
Câmara Brasileira da Indústria da Construção
vação das reformas como sinal de que o Brasil reencontrou o cami-
nho da seriedade e previsibilidade. Com isso, criam-se as condições
para o investimento em infraestrutura, habitação e saneamento; com
a decorrente geração de empregos. Só a infraestrutura pode gerar
1,5 milhão de novos postos de trabalho, resgatando a dignidade do
trabalhador e reaquecendo a economia.
Essa reflexão está no topo da agenda estratégica da construção ci-
vil, mobilizando esforço de dirigentes e empresários do setor para
sensibilizar aqueles que, nesse momento, podem e devem dar uma
contribuição decisiva ao pais. Essa reflexão também preponderou
nos debates que conduzimos durante o 89º Encontro Nacional da
Industria da Construção (ENIC), que realizamos em Brasília na última
semana de maio. Mais uma vez, nosso encontro anual foi palco de
discussões qualificadas sobre o futuro do Brasil e da construção civil,
em uma programação que contou com a participação de autoridades
de grande importância – ministros, parlamentares e dirigentes dos
agentes financeiros – e painelistas formadores de opinião e de grande
respeitabilidade em suas áreas de atuação.
Tendências e Inovação - Apesar da crise e as dificuldades por ela
impostas, recebemos mais de 1.400 participantes inscritos e cerca de
130 palestrantes, em uma nova demonstração da relevância do ENIC.
A construção civil discutiu de forma aberta e profunda temas como a
agenda das reformas, a capacidade de recuperação da economia,
ética e compliance, o financiamento do setor imobiliário, as novas
oportunidades de negócios geradas pelas concessões e parcerias
público-privadas, tecnologia e inovação, a disseminação do Building
Information Modelling (BIM), sustentabilidade, as relações trabalhis-
tas no setor. Uma programação qualificada e disputada, com plená-
rias lotadas e uma audiência participativa, onde também lançamos
um conjunto de publicações técnicas de grande relevância para a
construção civil. Colocamos à disposição do setor conhecimento e
reflexões, assim como a indicação de boas práticas para manter nos-
so setor na vanguarda.
Realizado com maestria pelo Sinduscon-DF, com o apoio decisivo de
muitos parceiros, o 89º ENIC coroou o esforço empreendido pelo se-
tor e pela CBIC no último período, levantando temas de grande inte-
resse não apenas para a construção civil, mas também para o nosso
pais. Defender e apoiar os mais elevados interesses do Brasil é marca
da atuação da CBIC, parte do seu DNA, ancorando uma trajetória que
alcança 60 anos em 2017.
Essa é a nossa missão.
Elétrica
Ferramenta fundamental para o diagnóstico de problemas no fornecimento, deve ser objetivo e eficiente
Gerenciamento de energia
Fundamental para elaboração de estratégias de redução no consumo de energia, a medição deve garantir
o controle efetivo de demanda
Utilidades - reservatórios
Cada vez mais comum, o reuso de água requer cuidados e monitoramento efetivo 
Integração com sistemas de 3°
Independente de marcas, realizamos integrações objetivas e com funcionalidade
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Com sólidos conceitos em automação e controle de sistemas de HVAC,
configuramos sistemas eficientes e seguros
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soluções que minimizam o desperdício
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10 jun-jul/17 rev/gbc/br
inovação
10 jun-jul/17 rev/gbc/br
QUESTIONÁRIO PROUST
Felipe Faria
Q. Qual é o seu maior medo?
Honestamente, tenho medo de seringa.
Q. Qual figura histórica você mais se identifica?
Personalidades históricas me inspiram bastante. Hoje, menciono Joana
D’Arc por sua impressionante determinação, coragem e fé.
Q. Que pessoa viva você mais admira?
Sr. Zé Luiz. Um herói desconhecido que vive em uma comunidade ribei-
rinha na Floresta Amazônia. Ele possui uma sabedoria ancestral única
e muita consciência sobre o que realmente é importante durante nossa
jornada de vida. Estes sábios desconhecidos podem ser encontrados em
todo lugar e bastam duas horas de conversa para colaborar com a trans-
formação do estilo de nossas vidas para melhor. Nós precisamos apenas
nos permitir a reconhecer estes “anjos” no meio da multidão.
Q. Qual é a sua maior extravagância?
Uma extravagância que me recordo foi a compra de um ingresso, via
cambista, para assistir um jogo de quartas de finais da Copa do Mundo
no Brasil.
Q. Qual é a sua viagem favorita?
Eu adoro viajar pelo Brasil e também coleciono grandes memórias viajan-
do na companhia dos colegas do movimento de construção sustentável.
Não é fácil escolher um lugar favorito. Entretanto, uma experiência mar-
cante que recomendo a todos é visitar a Floresta Amazônia.
©DivulgaçãoGBCBrasil
CEO Green Building Council Brasil
Presidente Comitê de Networking
das Américas do World GBC
revistagbcbrasil.com.br 11jun-jul/17
inovação
revistagbcbrasil.com.br 11jun-jul/17
12 jun-jul/17 rev/gbc/br
inovação
12 jun-jul/17 rev/gbc/br
QUESTIONÁRIO PROUST
Q. O que você considera a virtude mais superestimada?
Prudência. Às vezes devemos assumir riscos. Ou a auto-estima em pes-
soas instabilizadas pelo ego, isto causa arrogância.
Q. Quais palavras ou frases você mais gosta de usar?
"Seja a mudança que você deseja ver no mundo", de Mahatma Gandhi.
Eu amo esta frase, ela me lembra muito o início do GBC Brasil.
Q. Qual é o seu maior arrependimento?
Me arrependo haver interrompido a prática de artes marciais, surfe com
os amigos, futebol e tocar piano. Agora sofro em retornar a boa forma
nestas práticas, especialmente quando jogo futebol com aqueles 15 anos
mais jovens que eu. Não importa o quanto está ocupado, sempre conse-
guimos encontrar tempo para nossa família, amigos e lazer.
Q. Que talento você mais gostaria de ter?
Saber cantar.
Q. O que você considera sua maior conquista?
Baseado em uma liderança interdependente e contando com a colabora-
ção de centenas de empresas e profissionais, minha maior conquista ao
longo de 10 anos dedicados integralmente ao GBC Brasil, foi ter participa-
do da consolidação do setor de green building como a melhor opção de
negócio na indústria brasileira da construção civil, independente do setor
e segmento de mercado.
Q. Se você morresse e voltasse como uma pessoa ou coisa, o
que você acha que seria?
Um grande pássaro migratório, como por exemplo a águia. Gosto muito
de visitar locais diversos e conhecer pessoas diferentes. Pássaros pos-
suem um forte senso de fidelidade e me identifico com isto. Pássaros tam-
bém são livres e vivem de forma independente, sem serem egocêntricos.
Na minha opinião, alcança o poder aquele que é ausente de ego.
Q. Se você pudesse escolher voltar como uma coisa, que coisa
seria?
O gato da minha irmã. Ele vive melhor.
Q. Qual é a sua posse mais preciosa?
Minhas experiências é o meu tesouro. Por esta razão, eu me forço a curtir
os amigos, locais, meus hobbies e família. Estar cercado de boas pesso-
as nos traz experiências melhores, isto aumenta meu tesouro.
Q. O que você considera como a menor profundidade da mi-
séria?
Ego.
Q. Qual é a sua ocupação favorita?
Ser pai. Mas ainda estou buscando esta posição.
Q. Qual é a sua característica mais marcante?
Otimismo.
Q. Quais são os seus heróis na vida real?
Qualquer pessoa que possa me ensinar como ser a mudança que desejo
ver no mundo.
Q. De quem você não gosta muito?
Veículos de mídias populares que asseguram boa parte da programação
para cobrir notícias negativas ao invés de promover aqueles que estão
fazendo a diferença de forma positiva e em benefício a coletividade.
Q. Qual é o seu lema?
Um único raio de luz é suficiente para afastar inúmeras sombras. Manter
nossas mentes fortes, ser persistente e nutrir pensamentos e objetivos
positivos... Uma pessoa é suficiente para mudar o mundo, imagine um
grupo de profissionais e empresas que trabalham de forma colaborativa
com foco em construções e comunidades verdes.
Q. O que você vai colocar na sua lápide?
Ocupado! Planejando seu retorno a Terra.
Acredite.
Água coletada do
vaso sanitário com
fezes e urina.
Mesma água
após 15 minutos
de tratamento na
Estação ThermoMix.
Av. Vital Brasil Filho, 235 Olímpico - São Caetano do Sul - SP | Tel: (11) 4228-6226 | www.thermomixbrasil.com.br
Estações de Tratamento de Água ThermoMix Brasil:
Economia que gera lucro, sustentabilidade que gera futuro.
A ThermoMix Brasil apresenta a
ERA: Estação de Reúso de Água
compacta, que produz água de
reúso a partir do reaproveitamento
do seu esgoto descartado.
A ERA trabalha com os processos de
oxidação avançada e nano filtragem,
dispensando o uso de qualquer
produto químico no tratamento.
Todo processo de tratamento da
água é controlado e monitorado por
hardwares e softwares, garantindo
assim sua qualidade no final do
processo.
A ThermoMix Brasil desenvolve
o projeto ERA de acordo com a
capacidade, espaço e infraestrutura
existentes, sem a necessidade
de reformas que causam a
paralisação do funcionamento do
empreendimento.
www.grupor2d.com.br
A THERMOMIX INSTALA A ERA
SEM CUSTOS DE EQUIPAMENTO
O EMPREENDIMENTO ECONOMIZA
ATÉ 30% NA CONTA DE ÁGUA
A THERMOMIX COBRA APENAS PELO
METRO CÚBICO DE ÁGUA TRATADA
PROCESSO DE OXIDAÇÃO AVANÇADA
14 jun-jul/17 rev/gbc/br
projeto em destaque
São Paulo
Corporate Towers:
integração como chave
para o desenvolvimento
projeto em destaque
14 jun-jul/17 rev/gbc/br
revistagbcbrasil.com.br 15jun-jul/17
projeto em destaque
À
primeira vista o que chama atenção nas duas torres que
compõem o São Paulo Corporate Towers é a arquitetura
arrojada. Os dois edifícios, localizados na marginal do Rio
Pinheiros, em São Paulo, “dançam suavemente em meio a
uma grande área de espécies nativas da Mata Atlântica”,
conforme descreve Rafael Pelli, sócio da Pelli Clarke Pelli Architects (es-
critório corresponsável pelo projeto). Além disso, o empreendimento
também é exemplo de integração entre o espaço privado e público, entre
construção e natureza, o que o coloca entre os mais bem sucedidos
projetos do tipo no país.
Construído no coração da Vila Olímpia, bairro da zona sul da capital Pau-
lista, o São Paulo Corporate Towers chama a atenção por sua preocu-
pação com sustentabilidade. Com projeto realizado numa parceria entre
o escritório americano Pelli Clarke Pelli Architects e o brasileiro aflalo/
gasperini arquitetos, o São Paulo Corporate Towers recebeu a certifica-
ção LEED, categoria Core & Shell, em seu mais alto nível: Platinum 3.0.
Arquitetura Arrojada
A área total do terreno do empreendimento é de 38.000 m², dos quais
9.600 m² são de área permeável, somando 18.000 m² de área ajardinada.
Resumindo em três itens, Rafael Pelli diz que o São Paulo Corporate To-
wers possui composição dinâmica, formas esculturais e tecnologia inte-
ligente. O empreendimento é o primeiro assinado pela Pelli Clarke Pelli
no Brasil. “O design final que tentamos expressar no projeto foi inspirado
na energia, no otimismo e na beleza natural com que tivemos contato no
Brasil. Ele, sem dúvida, estabelecerá uma nova aspiração aos prédios
comerciais em São Paulo”, relata o arquiteto.
O empreendimento conta com duas torres (Norte e Sul) de 30 andares
cada, além de ático, térreo e área de varejo. Possui 60 elevadores inte-
ligentes e de alta performance, além de 2 pares de escadas rolantes.
“Tudo o que desenvolvemos é uma resposta única às necessidades, às
circunstâncias e às oportunidades artísticas de cada projeto. O fato de
os dois prédios serem vistos de todas as direções da cidade nos levou a
desenhar formas esculturais que, ao mesmo tempo, fossem eficientes e
práticas. O vidro leve da fachada exterior é visto como fitas que envolvem
em espiral os prédios. O prédio incorpora as mais recentes tecnologias
tanto em sua engenharia e sistemas quanto em seu design”, explica Ra-
fael Pelli.
A Torre Norte conta com mezanino e heliponto com capacidade para 18t
e Sky Lobby. É um prédio de Amenities (ou seja, que oferece comodida-
des), composto por centro de convenções, restaurantes e cafeteria. A
Torre Sul possui características semelhantes a Norte. Compõe o empre-
endimento também um prédio técnico para a entrada de energia, gera-
dores e chillers, com três subsolos, térreo e pavimento superior.
Em termos de comodidade para os locatários, o SP Corporate Towers
apresenta alguns diferenciais, como por exemplo, a opção de implan-
Empreendimento que res-
salta “o espírito brasileiro
alegre e contemporâneo,
integrando uma escultura
ao ambiente da cidade” é
exemplo nacional em sus-
tentabilidade e paisagismo.
Fotos:©2016AnaMello
projeto em destaque
Por Paulo Dias
16 jun-jul/17 rev/gbc/br
projeto em destaque
tar uma cozinha full service com exaustor próprio. Além disso, oferece
a possibilidade de acesso interno entre os pavimentos de uma mesma
empresa. Sem contar que o empreendimento possui certificação LEED
CS (Core & Shell), que atesta justamente o alto nível de eficiência e sus-
tentabilidade de envoltória e estrutura principal de edifícios cujos interio-
res serão locados.
Diferenciais sustentáveis
O empreendimento conta com
uma usina de geração de
energia composta por
quatro geradores de 2MW
(cada), sendo um a diesel
e três a gás. Isso torna o pro-
jeto autossuficiente, o que o coloca
na frente até mesmo de outros edifícios
modernos.
Em relação aos recursos hídricos e a hidráulica,
o SP Corporate Towers possui uma série de diferen-
ciais. Projetado para ter o menor consumo de água potá-
vel, o empreendimento consegue promover a economia de uma
grande quantidade de água através da utilização de dispositivos de
conservação e por meio de coleta e reutilização de águas cinzas, águas
pluviais e água de condensação do sistema de ar-condicionado. Com
essa combinação estratégica, o esgoto sanitário e o esgoto pluvial serão
reduzidos substancialmente, além de diminuir a necessidade de compra
de água potável.
O SP Corporate Towers possui ainda tecnologia para tratar águas cinzas
e gerar água de reuso. Tal água é utilizada para irrigação, ar-condiciona-
do e limpeza das áreas comuns. Além disso, o empreendimento conta
com reservatórios de água potável com capacidade de 200 m³ por torre,
o que representa aproximadamente dois dias de reserva.
Por fim, pensando numa maior flexibilização para os usuários das lajes,
o empreendimento conta com dois tipos de sistema de esgoto: conven-
cional e a vácuo. Isso acaba impactando na economia de água, visto que
os sistemas a vácuo são muito mais econômicos.
Como não poderia deixar de ser, a alta eficiência no uso e gestão dos
recursos do empreendimento é amparada por um moderno sistema de
automação. O SP Corporate Towers conta com o sistema BMS completo
(Building Management System): automação inteligente de gerenciamen-
to predial e controle de acesso interligado à chamada de elevadores e
©2016AnaMello
revistagbcbrasil.com.br 17jun-jul/17
projeto em destaque
sistema de tarifação individual de energia elétrica e água.
Além de tudo, o empreendimento incentiva o usuário a adotar meios mais
conscientes para chegar ao local. Por isso oferece 225 vagas para veí-
culos de baixa emissão de poluentes e baixo consumo de energia e 63
vagas para bicicletas. Localizado próximo a grandes avenidas como a
Nações Unidas e a Presidente Juscelino Kubitschek, o São Paulo Corpo-
rate Towers proporciona fácil acesso as diversas linhas de ônibus e duas
estações de trem.
Paisagismo integrado
Sem dúvidas, um dos maiores chamativos do empreendimento é o pai-
sagismo. Distribuído por 18.000 m², a bela área verde é composta por
mais de 170 espécies nativas da Mata Atlântica preservadas. Ao todo,
são mais de 700 árvores integradas num ecossistema vivo e autônomo.
O projeto paisagístico foi desenvolvido pela Balmori Associates, empresa
internacional de design urbano e paisagismo fundada pela renomada
designer urbana Diana Balmori. A intenção do escritório foi justamente
integrar a grande área verde ao empreendimento e especialmente à cida-
de, no chamado Design Regenerativo, que visa mostrar que paisagismo
é muito mais do que enfeite, é um elo harmônico que promove renova-
ção e bem-estar à cidade e a todos que utilizarão o espaço. “No projeto
reintroduzimos a Mata Atlântica, resgatando a diversidade de plantas e
celebrando um dos habitats naturais mais especiais do mundo. Assim,
o design combina as mais avançadas engenharias e tecnologias para
prédios com a rica herança histórica da cidade de São Paulo”, conclui
Rafael Pelli.
©2016AnaMello
Projeto:
São Paulo Corporate Towers
Localização:
São Paulo - SP
Cliente/proprietário:
Camargo Corrêa Desenvolvimento
Imobiliário (CCDI)
Área do terreno:
38.858,00 m²
Área construída:
257.799,74 m²
Certificação:
10/04/2017
Sistema e Nível da Certificação:
Core & Shell (CS) Platinum 3.0
Arquitetura:
Pelli Clarke Pelli Architects e aflalo/gas-
perini arquitetos
Construtora:
Camargo Corrêa
Consultoria de sustentabilidade:
Atelier Tem e CTE
Projeto de Fachada:
IBA – Building Envelope Consultants
Consultor de Fachada:
Crescêncio Petrucci
Projeto de Paisagismo:
Balmori
Estrutura de Concreto:
França & Associados Engenharia Ltda.
Estrutura Metálica:
K&F Engenheiros Associados
Projeto de Instalações:
MHA Engenharia
Projeto de Ar-Condicionado:
Teknika Projetos e Consultoria Ltda.
Projeto de Luminotécnica:
Studio IX
projeto em destaque
18 jun-jul/17 rev/gbc/br
CONSTRUINDO HISTÓRIA
E lá se foram 10 anos desde a
fundação do GBC Brasil. A tra-
jetória de crescimento dos em-
preendimentos com certificação
LEED é comprovada não apenas
pelo volume de construções cer-
tificadas, mas também pelo grau
de certificação atingido. Vale
lembrar que o primeiro edifício
certificado do País foi uma agên-
cia bancária e um dos mais re-
centes é também o maior e mais
moderno complexo de escritórios
da América Latina, o São Paulo
Corporate Towers, que atingiu
pontuação suficiente para posi-
cioná-lo entre os cinco empreen-
dimentos mais sustentáveis do
mundo.
A CBRE, líder mundial em con-
sultoria de Real Estate e um dos
membros fundadores da GBC
Brasil, acompanha de perto o
progresso do trabalho realizado
pela competente equipe do GBC
no País e se orgulha de fazer
parte dessa história. Os edifícios
sustentáveis são uma forma de
contribuirmos com o meio am-
biente e com a sustentabilidade
do planeta. Na mesma medida,
podemos dizer que tais empreen-
dimentos elevaram a indústria da
construção civil a outro patamar
e lançaram um novo olhar sobre
a maneira como esses edifícios
são comercializados.
No início, muitos desenvolve-
dores, com exceção daqueles
internacionais já acostumados
a certificarem empreendimentos
em mercados mais maduros,
se questionavam a respeito do
investimento a ser feito em com-
paração com o retorno esperado,
afinal, uma década atrás, o valor
de desenvolvimento dos "Green
Buildings" era consideravelmente
superior em relação ao dos edifí-
cios não certificados.
As dúvidas existiam também do
lado dos ocupantes. Muitos se
questionavam se os aluguéis dos
"Green Buildings" seriam mais ele-
vados e quais seriam os benefícios
no curto e médio prazos. Para mui-
tas empresas, tais edifícios eram
vistos como algo premium, mas
não algo necessário e que pudes-
se fazer grande diferença.
Os obstáculos transpostos para
chegar aonde estamos hoje
envolveram várias frentes. A in-
dústria da construção, pouco
desenvolvida para atender aos
pré-requisitos exigidos para se
obter uma certificação, foi se
adaptando aos poucos, sendo
que os materiais para obra e a lo-
gística necessária foram revistos.
Os gerenciadores agregaram às
equipes de projetistas os consul-
tores para certificação LEED. Os
Vice-Presidente da CBRE no Brasil
©DivulgaçãoCBRE/GabrielBarrera
revistagbcbrasil.com.br 19jun-jul/17
CONSTRUINDO HISTÓRIA
arquitetos e projetistas em geral
passaram a especificar novos
materiais e a projetar de forma
mais consciente.
Enquanto isso, os consultores
imobiliários aprendiam como re-
passar ao usuário final, ou seja,
os ocupantes, o propósito e as
vantagens de um "Green Buil-
ding". A começar pela economia
no custo de operação, uma vez
que edifícios certificados pos-
suem custos operacionais infe-
riores aos não certificados por
conta da grande preocupação
com o consumo consciente de
produtos e insumos, o que con-
tribui para a redução do custo
condominial.
A indústria da propaganda teve
papel não menos importante.
Rapidamente, muitas empre-
sas perceberam que estar em
um empreendimento certificado
garante imenso valor agregado
justamente por associar a marca
a ações sustentáveis e por trans-
mitir aos colaboradores e clien-
tes uma mensagem inequívoca
que a empresa compartilha dos
mesmos princípios de sustenta-
bilidade.
As administradoras de condo-
mínios também tiveram que se
moldar a esse novo mercado.
Atualmente, mais de 50% dos
empreendimentos com classi-
ficação Triple A administrados
pela CBRE são certificados. Aos
poucos, esses números vão
crescendo e se tornando cada
vez mais significantes. Nossas
pesquisas apontam ainda maior
velocidade de absorção desses
empreendimentos e, consequen-
temente, menor taxa de vacância
em comparação aos edifícios
não certificados de mesma ca-
tegoria.
Do mesmo modo, os locatários
compreenderam as vantagens
de certificar seus próprios espa-
ços internos. Após o crescimen-
to e consolidação dos edifícios
certificados "Core&Shell", obser-
vamos hoje o grande aumento
pela procura da certificação "CI
Commercial Interiors", demanda-
da justamente pelos ocupantes
e voltada para escritórios de alto
desempenho e que representa
uma forte tendência para os pró-
ximos anos.
Há dez anos, pregávamos a ne-
cessidade de os empreendimen-
tos serem certificados pois, assim
como ocorreu em outros países,
acreditávamos que o mercado
iria caminhar nessa direção e que
os empreendimentos não certifi-
cados já nasceriam com poucas
chances de competir e gerar
os retornos esperados quando
prontos, simplesmente porque
correriam o risco de ser julgados
como obsoletos ou descartados
justamente por aqueles ocupan-
tes que, uma década atrás, ainda
tinham dúvidas e hoje buscam e
priorizam os "Green Buildings" na
escolha de suas novas sedes.
Pensar em empreendimentos
sustentáveis é se preocupar com
o futuro. É escolher se engajar
e oferecer uma pequena con-
tribuição para o planeta. Ações
como ocupar escritórios em em-
preendimentos "verdes" podem
impactar a vida de muitas pes-
soas, principalmente a dos co-
laboradores. É uma cultura que
deve cada vez mais se alastrar
e proporcionar frutos a todos os
envolvidos.
Adriano Sartori é vice-presidente da CBRE
Brasil e diretor das áreas de Locação,
Brokerage Services e Marketing. O execu-
tivo está na CBRE desde 1994. Formado
em Arquitetura e Urbanismo pela USP e
com curso de extensão em Urbanismo
pela Concordia University do Canadá, Sar-
tori é membro fundador do Green Building
Counsil Brasil (GBCB) e do FRICS (Royal
Institution of Chartered Surveyors).
A evolução dos Green Buildings
20 jun-jul/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES
DOSSIÊ ESPECIAL
USO RACIONAL
DA ÁGUA EM
EDIFICAÇÕES
Por Paulo Dias e Taís Cruz
revistagbcbrasil.com.br 21jun-jul/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES
O recurso mais precioso de nosso planeta é também um dos mais frágeis.
Usar de forma consciente é fundamental, e o setor da construção tem
papel importante nisso.
D
esde a pré-escola somos ensi-
nados sobre a importância de
se utilizar a água com respon-
sabilidade. O que muitas pes-
soas não entendem é que nos-
so recurso natural mais valioso – e vital para
a vida – é mais raro do que parece. Apesar
de o planeta Terra ter 75% de sua superfície
coberta por água, apenas 3% desse volume
é água doce. E não para por aí: desses 3%,
uma pequena quantidade é acessível ao ser
humano (em rios, lagos e lençóis freáticos), já
que a maior parte desse volume está conge-
lado nas calotas polares ou em lugares ina-
cessíveis do planeta. A partir desses números
é possível entender porque tanta preocupa-
ção com uso racional da água.
O Brasil pode ser considerado um grande
manancial mundial. Detém cerca de 12% da
água doce e acessível do planeta. Isso é mais
do que o volume de todo o continente Euro-
peu, que tem cerca de 10%. Apesar disso,
crises hídricas e falta de água em determina-
dos locais do país têm sido pautas cada vez
mais frequentes. O que leva o país a passar
por isso?
Em entrevista ao UOL, o geólogo Claudionor
Araújo, do Conselho Estratégico do Institu-
to Hidroambiental Águas do Brasil, diz que
"nenhum dos segmentos cuida bem [dos
recursos hídricos]. Esse sistema é como um
casamento, em que marido e mulher têm de
cuidar bem da casa. Os governos, em regra,
só correm atrás de tomar remédio quando a
dor chega. Mas água temos. Sabendo usar,
não vai faltar”, conclui.
Uso consciente em construções
Sem dúvidas, o setor de construção é um dos
que mais utiliza água em suas atividades. O
uso desse recurso é indispensável, mas há
maneiras de utilizar a água na construção (e
manutenção) de edifícios de maneira mais
consciente.
Virgínia Sodré, diretora técnica da Infinitytech
Engenharia e Meio Ambiente, acredita que “o
uso racional da água deve entrar já no pla-
nejamento da obra”. Para ela, seria muito
importante que o responsável já planejasse a
obra prevendo o possível consumo de água
e as possíveis ações para redução deste con-
sumo. “Trabalhamos há dois anos atrás com
uma grande incorporadora em que criamos
uma metodologia de trabalho de gestão de
pegada hídrica para as obras. Então junta-
mente com o planejamento da obra já saía-
mos com a previsão de consumo de água,
e com ações mitigadoras para redução do
consumo”, exemplifica.
Segundo Virgínia, 71% da população brasi-
leira vive na região nordeste e sudeste, no
entanto essas regiões possuem apenas 9%
do recurso de água doce do país. Tais da-
dos mostram a urgente necessidade de pla-
nejamento dos setores privado e público de
modo a atender toda a população sem prejuí-
zo ao desenvolvimento e, o mais importante,
ao meio ambiente.
O trabalho em conjunto é fundamental para
criar projetos que pensem no racional da
água. As ações devem ser pensadas em um
conjunto que envolve arquitetura, hidráulica e
22 jun-jul/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES
estruturas da edificação. “Devem ser previs-
tos espaços físicos para a adoção de medi-
das e práticas de conservação de água, de
forma que sejam previstas as infraestruturas
necessárias para implantação e manutenção
desses sistemas. É importante destacar a
necessidade de realizar uma boa caracteriza-
ção hídrica da edificação, para que seja rea-
lizado um bom balanço hídrico da edificação
em conjunto com um estudo de viabilidade
técnico e econômico detalhado para a esco-
lha e definição das possíveis ações a serem
adotadas. Tem que haver uma relação entre
demanda e oferta de água importante, que
viabilize o retorno sobre o CAPEX (custo de
investimento) e o OPEX (custo de operação),
que garanta o retorno sobre o investimento”,
comenta Virgínia Sodré.
Nem só os novos edifícios podem se tornar
inteligentes no uso da água. Construções já
existentes também podem e devem, se adap-
tar com o auxílio de tecnologias que otimizam
o uso hídrico na edificação. Isso começa com
um trabalho de levantamento físico das insta-
lações (caracterização hídrica da edificação),
avaliando o balanço hídrico (detectando se
não há consumo excessivo de água na edi-
ficação) e as possíveis intervenções a serem
realizadas. “Assim como em edifícios novos a
gestão da demanda é um dos primeiros pon-
tos que devem ser levados em consideração
na adoção de ações numa edificação. Um
dos pontos de partida para adoção de ações
em edificações existentes é a avaliação dos
indicadores de consumo e a comparação
com edifícios semelhantes para identificar-
mos se não há algum desperdício de água
ocasionado por exemplo com vazamentos
não visíveis”, explica Virgínia.
Adaptar edifícios existentes de modo a deixá-
-los mais sustentáveis têm sido uma crescen-
te no mercado brasileiro. O GBC Brasil possui
uma certificação dada a edifícios já existentes
que, dentre outros pontos, analisa como o
prédio está usando eficientemente os recur-
sos hídricos. É o LEED EB O+M. Para mais
informações sobre esse sistema do LEED
procure a edição nº12 da Revista GBC Brasil.
Soluções alternativas
Algumas soluções relativamente simples, mas
que geram rápido retorno, vem sendo adota-
das por cada vez mais edificações. Reuso de
água, por exemplo, se mostra uma alternativa
interessante para alguns tipos de situações.
“O reuso se mostra viável principalmente em
projetos que temos uma grande demanda de
água não potável na edificação. Vejo muitos
empreendimentos comerciais por exemplo
adotando o reuso de águas cinzas (águas de
torneiras e chuveiros), e a oferta de água nes-
se tipo de empreendimento costuma ser mui-
to baixa. Dessa forma na maioria das vezes
não há viabilidade mais por outras razões (as
vezes o processo de certificação ambiental
da edificação), leva ao incorporador a adotar
este tipo de ação”, comenta Virgínia Sodré.
Outra alternativa, essa bem mais utilizada, é
o reaproveitamento de água da chuva para
atividades como limpeza e irrigação dos edi-
fícios. Virgínia acredita que “o aproveitamento
de água de chuva é uma solução com baixo
investimento no que concerne custo de im-
plantação versus custo de operação, e cada
vez mais tem sido uma solução interessante
que deve ser também estudada e projetada
por um profissional qualificado”.
É importante frisar que soluções como reu-
so de água e reaproveitamento de água da
chuva devem ser viabilizadas por profissio-
nais capacitados, que analisarão se essas
alternativas são interessantes (tanto do ponto
de vista comercial, quanto ambiental) e darão
o suporte técnico necessário para implanta-
ção das tecnologias. “É muito importante en-
tendermos que a água seja potável ou não
potável tem relação intrínseca com a saúde
e bem-estar da população. Dessa forma de-
vemos evitar soluções caseiras e procurar-
USO RACIONAL DA
Virgínia Sodré
Marcos Bensoussan
©DivulgaçãoGBCBrasil©DivulgaçãoGBCBrasil
revistagbcbrasil.com.br 23jun-jul/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES
não cumprem a lei. Acredito que mais do que
fiscalização e punição, deve haver um traba-
lho de conscientização das pessoas quanto
a importância do assunto, e a mídia tem um
papel importante nisso”.
Além disso, a ABNT criou uma comissão de
estudos e prevenção da Legionella em edifi-
cações, onde a sua proliferação é mais pro-
pícia, conta Yamada, que também atua como
secretário da comissão. “A Comissão de
Estudo de Prevenção de Patogenias na Dis-
tribuição de Água em Edificações está traba-
lhando para direcionar o mercado e aqueles
que têm intenção de adotar as prevenções.
As normas (em fase de estudos desenvolvi-
dos pela Comissão) é baseada na Norma de
Prevenção a Legionella dos Estados Unidos,
mas o nosso ponto central é um pouco dife-
rente da deles, que é focada principalmente
em ar condicionado, nós mesclamos as ne-
cessidades nacionais de maneira a ver o edi-
fício como um todo com as necessidades já
desenvolvidas internacionalmente”.
“É importante que o mercado se conscien-
tize, a Legionella é uma realidade. Por mais
que a situação não seja crítica, precisamos
de conhecimento sobre o assunto. O fato é
que não conseguimos identificar o problema,
não sabemos exatamente o que a Legionella
é, e quais são os riscos. Isso é o ponto críti-
co, principalmente porque nos últimos anos
algumas concepções prediais mudaram, al-
gumas delas podem acabar criando condi-
ções onde a contaminação pode acontecer
com mais facilidade, é caso do sistema de
aquecimento solar. Então, a gente tem que
ter mais conhecimento para não correr o risco
de solucionar um problema e acabar criando
outro”, finaliza Marco Yamada.
seja pouco conhecida, estima-se que a Le-
gionella mata cerca de 8 mil pessoas por ano
só no Brasil, segundo o especialista Marcos
Bensoussan. “O que é preocupante não é a
quantidade de casos que acontecem, mas
a nossa falta de conhecimento sobre o que
está acontecendo. Muitas vezes a Legionella
é diagnosticada como virose, mas não sabe-
mos se essa suposta virose foi causada pela
bactéria ou outras coisas, a gente não tem co-
nhecimento e nem ferramentas para averiguar,
ou seja, falta abordagem técnica”, afirma Mar-
co Yamada, diretor da Axion Engenharia.
Há diversas maneiras de fazer a prevenção da
contaminação pela bactéria, em geral cada
caso deve ser analisado individualmente. Exis-
te um método chamado APPCC – Análise de
Perigos e Pontos Críticos de Controle, uma
metodologia que analisa quais são os pontos
críticos dentro do sistema, os riscos que ele
oferece ao usuário e a maneira de abordar
cada um desses pontos críticos. Com o intuito
de garantir a qualidade da água foi desenvol-
vido o Plano de Segurança da Água.
“O Plano de Segurança da Água, é uma pro-
posta elaborada para mitigar e minimizar os
riscos que a água pode provocar na questão
da saúde das pessoas. Isso vale tanto para a
água que você bebe, quanto aquela que você
aspira e aquela que tem contato com sua
pele. Nesse plano faz-se uma avaliação de
risco do edifício. Os riscos podem ser físicos,
químicos e microbiológicos. Quando falamos
de físicos, estamos falando de temperatu-
ra da água. Riscos químicos envolvem, por
exemplo, radioatividade e contaminação por
produtos químicos na água. Já os riscos mi-
crobiológicos envolvem toda a parte de bac-
térias e outros micro-organismos que podem
provocar doenças”, completa Bensoussan.
A portaria 29 14 do Ministério da Saúde exige
que todo edifício deve fazer o plano de segu-
rança da água. Mas, segundo Marcos Ben-
soussan, “infelizmente parte considerável das
pessoas não o fazem. E não fazem porque
mos sempre seguir as normas e critérios de
projeto para assegurarmos acima de tudo a
saúde do usuário final deste sistema”, conclui
Virgínia.
“Sustentabilidade e saúde devem trabalhar
juntas, porque não adianta projetarmos um
edifício dito sustentável, mas que não levou
realmente a sério a questão da água e como
ela pode afetar as pessoas que o utilizarão”
pontua Marcos Bensoussan, especialista em
segurança da água e planos de gerencia-
mento da água.
Legionella: um perigo silencioso
mas real
Legionella é um gênero de bactérias que vi-
vem na água, mas a sua proliferação se dá
principalmente dentro do sistema predial,
onde o ambiente é favorável para isso. Ou-
tro agravante da sua presença na edifica-
ção é que a contaminação dos usuários que
acontece pela aspiração das bactérias, que
podem ser lançadas no ar pelo sistema de
refrigeração, por exemplo.
“A Legionella vive na água, em todo tipo de
água. Ela pode estar presente em quantida-
des detectáveis ou não detectáveis. A con-
taminação humana se dá pela aspiração de
água em que a Legionella esteja presente.
Essa aspiração pode resultar em dois tipos
de doenças. A primeira é uma Febre Pontiac,
que é uma febre alta, um tipo de resfriado pe-
sado. A segunda, mais grave, é a pneumonia,
que leva muitas pessoas a morte. A grande
dificuldade é que a Legionella vive na água,
portanto não há como se evitar que ela exis-
ta. Ela só morre em águas com temperatura
acima dos 65°C”, diz Marcos Bensoussan,
Strategic Business Manager, Building Water
Health da NSF International, também escre-
veu um livro sobre segurança da água e outro
sobre as bactérias Legionella.
Em casos mais extremos a contaminação por
essa bactéria pode até levar à morte. Embora
A ÁGUA
24 jun-jul/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES
I
magine usar a quantidade de água
capaz de encher uma caixa d’água
de 1000 litros para lavar a sujeira
equivalente a de um balde de 3 litros?
Parece insano, não é mesmo? Mas,
guardadas as devidas proporções,
é isso o que cada um de nós faz
diariamente ao apertar a válvula da
descarga. Quem explica isso é Mario Sérgio
Sartori, diretor geral da ThermoMix Sistemas
Sustentáveis. Levando em consideração que o
USO RACIONAL DA ÁGUA
EnviroMix:
tecnologia
em reuso
da água a
favor da
sustentabilidade
corpo humano é composto em média por 80%
de água e que cada acionamento de uma des-
carga comum utiliza 8 litros (8000g) de água,
Mário Sérgio expõe, em números, a quantidade
exorbitante de água que se gasta sem perceber
com descargas: “Se uma pessoa defeca cerca
de 100g por dia, numa média de 20g de maté-
ria sólida de fezes em cada evacuação, conclui-
-se que a quantidade de dejetos evacuados re-
presenta apenas 0,25% do volume água gasto
para diluí-la”.
Por Paulo Dias
revistagbcbrasil.com.br 25jun-jul/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES
Foi pensando em questões como essa que
Mário Sérgio e sua equipe trabalharam para
desenvolver uma tecnologia que reduza, ou
pelo menos otimize o uso da água por vasos
sanitários e assim contribua também com a
sustentabilidade. Inicialmente criada como
uma empresa com foco em eficiência energé-
tica, a ThermoMix criou dentro de sua estrutura
a EnviroMix, divisão de águas da organização,
atuando no segmento de tratamento de águas
residuais e de edifícios comercias com o foco
no reuso em vasos sanitários, mictórios, lava-
gens de áreas comuns e jardinagem.
A estação de reciclagem de água criada pela
empresa é resultado de uma tecnologia que
oferece ao mercado um sistema inovador
de reutilização da água. A ThermoMix tra-
balha para mostrar ao mercado que o reuso
de água não só é viável, como também é
acessível. “Nosso maior desafio é trazer so-
luções hídricas a empreendimentos que não
possuem espaço físico nem mão de obra es-
pecializada. Através de alta tecnologia, a En-
viroMix resolve estes problemas, trazendo so-
luções de tratamento eficientes, compactas e
automatizadas”, explica Mário Sérgio.
As estações de tratamento ocupam o espaço
equivalente a uma vaga de garagem, portan-
to cabem em praticamente todo empreendi-
mento. Não utilizam produtos químicos em
seu funcionamento e são automatizadas. “O
processo de reciclagem da água consiste em
uma série de etapas, como a filtração sim-
ples, a nanofiltração por membranas e, prin-
cipalmente, a oxidação avançada, que é uma
tecnologia desenvolvida pela Thermomix
capaz de eliminar toda a matéria orgânica”,
explica Leandro Sartori, diretor executivo da
empresa.
A tecnologia desenvolvida pela EnviroMix não
é comercializada. O modelo de negócio da
empresa consiste em vender a água tratada
a um preço menor do que o comercializado
pelas companhias de abastecimento. É a
empresa que desenvolve o projeto e instala
a estação de tratamento. Ao proprietário do
edifício fica a responsabilidade de realizar a
infraestrutura interna do edifício para entregar
a água no seu ponto de consumo final.
O sistema de reuso de água permite reduzir
a quase zero o uso de água potável nas des-
cargas. Considerando que tal uso representa
até 80% do consumo de água do edifício, é
possível gerar uma economia que varia entre
30% e 40% em redução de custos. O tempo
de retorno do investimento também é bastan-
te rápido, ficando entre 8 a 12 meses, depen-
dendo da construção do edifício e da inten-
sidade do uso. A rapidez do funcionamento
do sistema é outro diferencial: em apenas 15
minutos a água é tratada na estação e está
disponível para voltar aos vasos sanitários.
Por todos esses fatores, a tecnologia sus-
tentável desenvolvida pela EnviroMix ajuda a
obter pontuação em certificações ambientais,
como a certificação LEED. Aliada a outras
práticas no edifício, pode trazer ao empreen-
dimento pontuação máxima nesse quesito da
certificação.
“A ThemoMix acredita que é possível ser sus-
tentável ao minimizar os impactos ao meio
ambiente, proporcionando melhor qualidade
de vida à sociedade e trazer ganhos econô-
micos ao empresário. Os projetos elaborados
pela empresa são feitos sob medida para
cada aplicação e com sistemas confiáveis
que permitam a rápida tomada de decisão,
mesmo por aqueles que não tenham conhe-
cimento específico”, explica Leandro Sartori.
A empresa está de portas abertas para expli-
car melhor seus sistemas e auxiliar proprietá-
rios nos projetos e instalação. Também esta-
rá presente na Expo GBC Brasil 2017, entre
os dias 8 e 10 de agosto, onde terá um stand
e apresentará palestras e consultoria ao pú-
blico, explicando suas tecnologias.
Divisão de águas da ThermoMix revoluciona mercado
por oferecer um sistema altamente eficiente e com tempo
rápido de retorno do investimento
26 jun-jul/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES
O
Programa PROÁGUA, de-
senvolvido pela Deca, é
um conjunto de ações ex-
clusivas e inovadoras com
o objetivo de preservar os
recursos naturais através do
reuso e aproveitamento de águas pluviais, de-
tecção de vazamentos, medição do consumo
de água e o desenvolvimento de novas solu-
ções para redução do consumo em edifícios,
através de estudos específicos para cada tipo
de caso. Além de estimular a mudança de há-
bitos dos usuários para que todas as ações
contra o desperdício sejam de fato colocadas
em prática.
Entendendo a necessidade de preservação e
melhor gerenciamento da água, a Deca está em
constante busca por mudanças de atitude que
possam contribuir ao uso consciente da água.
Esta preocupação também está muito presente
no seu catálogo de produtos, são mais de 389
produtos economizadores, sem abrir mão do
design e conforto propiciado aos clientes.
Apesar de todos os esforços da empresa para
fomentar o uso eficiente da água, essas ações
esbarram, muitas vezes, na falta de interesse
do mercado como um todo em atuar neste
campo, como enfatiza Osvaldo Barbosa, da
Engenharia de Aplicação Deca. “Ainda hoje
há a barreira neste mercado do entendimento
de se realizar ações preventivas e constantes
para fazer de fato a gestão da água. O que
acaba acontecendo muitas vezes é que em
épocas de crise hídrica, como a que tivemos
há pouco, o interesse por medidas de econo-
mia de água aumenta muito, mas no momento
em que a situação volta a se normalizar a ten-
dência é que a demanda por esse tipo de ser-
viço caia. Então, é difícil que o mercado enxer-
gue a necessidade de manter essas ações”.
A metodologia PROÁGUA, lançada no ano de
2013 depois de estudos internos realizados
pela Deca, tem como ponto de partida a ava-
liação das condições do edifício, de acordo
com as suas especificações e tipologia. Anali-
sando o sistema hidráulico, sistemas de pres-
são e vazão, onde e como a água é usada e
tipo de produtos instalados (louças e metais),
para que por meio dessas informações seja
elaborado o estudo de viabilidade das ações
que podem ser desenvolvidas de acordo com
as condições da edificação.
A partir daí a tecnologia entra em ação para
ajudar no entendimento do consumo de água,
como a setorização e instalação de medido-
res, em conjunto com a sugestão de louças
e metais que oferecem maior economia. A
detecção e concerto de vazamentos é outro
ponto muito importante para combater o des-
perdício. Outra ação realizada dentro das me-
didas do PROÁGUA é o plano de manutenção
dos produtos para que sua eficiência seja re-
tomada ou não seja perdida com o tempo de
uso. Portanto, o programa atua principalmente
em três bases: atuação consistente de mão-
-de-obra e serviços; aplicação de tecnologias
PROÁGUA promove a valorização
e uso consciente de água
Com o objetivo de estimular o uso eficiente dos recursos
hídricos, a Deca elaborou uma metodologia própria que vai
desde a análise da edificação a sensibilização do usuário
USO RACIONAL DA ÁGUA
Osvaldo Barbosa
©RafaelRenzo
Por Taís Cruz
revistagbcbrasil.com.br 27jun-jul/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES
eficazes e o desenvolvimento de campanhas
de sensibilização dos usuários.
A conscientização dos usuários é essencial
para que as medidas de uso racional da água
sejam aplicadas da forma correta no dia-a-dia
do edifício. “As ações que buscam a mudança
de hábito dos usuários são de extrema impor-
tância. Não adianta a gente fazer toda a manu-
tenção do edifício, tirar os vazamentos, colocar
os produtos mais eficientes se os usuários não
estiverem engajados, ou, pelo menos, sensi-
bilizados com o tema. A final, o produto obe-
dece aos comandos do usuário, se ele quiser
usar mais água do que o necessário ele vai fa-
zer isso de qualquer forma”, explica Osvaldo.
Um case de muito sucesso de aplicação da
metodologia PROÁGUA é o Museus de Arte
de São Paulo – MASP, o edifício consumia em
média mais de 2.000 metros cúbicos de água
por mês. Pouco tempo depois da implementa-
ção das ações o Museu diminuiu seu consu-
©DivulgaçãoMASP
mo para 1.032 metros cúbicos, o que repre-
senta mais de 40% de economia de água.
Com um número tão significativo de visitantes,
o edifício MASP era um edifício que consumiu
nos últimos anos grande quantidade de água,
chegando a de mais de 2.000 metros cúbi-
cos em um mês. Como solução para elevado
consumo a Deca iniciou uma parceria com o
MASP levando para o museu o conceito do
PROÁGUA. Dentre as principais ações reali-
zadas devem ser ressaltadas três: treinamento
da equipe de manutenção, medição setoriza-
da e instalação de produtos economizadores.
O case do Museu de Arte Moderna de São
Paulo é de fato um exemplo de sucesso, mas,
apesar do empenho do poder público, ainda há
muito a ser feito para que essas medidas saiam
da esfera privada e tenham um alcance maior.
“Nós temos tomado essas ações basicamente
no setor privado. O poder público tem se ali-
nhado e tentado fazer a sua parte, mas ainda
temos uma dificuldade muito grande de imple-
mentar programas, como o PROÁGUA, e levar
essas soluções para municípios, por exemplo,
para que a eficiência do uso da água atinja um
nível mais amplo”, comenta Osvaldo.
28 jun-jul/17 rev/gbc/br
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Em geral, a linha de materiais Deca valoriza a
qualidade de seus produtos, mas sem deixar
de lado o meio ambiente. Por isso, desenvol-
veu a Tecnologia Eco para oferecer as me-
lhores soluções em busca de economia com
design inovador e agradável, tornando esta
busca um compromisso da empresa
No caso de edifícios residenciais, os principais
vilões são os chuveiros e bacias sanitárias, para
solucionar este problema há a linha de produtos
economizadores da Deca. Os produtos Deca
Hydra Duo são capazes de economizar 60% do
volume usado nas bacias por meio do sistema
com duas opções acionamento da descarga,
por exemplo. Já o chuveiro Deca Balance, com
a tecnologia que mistura ar e água, ele é capaz
de economizar até 70% de água.
O misturador Aspem é acompanhado por um
restritor que permite vazão máxima de 16 li-
tros/minuto, propiciando economia e conforto.
Por conta do alinhamento da Metodologia
PROÁGUA aos conceitos de conservação e
uso eficiente da água, este programa auxilia
de forma direta o preenchimento dos requi-
sitos exigidos em certificações ambientais,
como o LEED, nas mais diversas tipologias de
edifícios e também mas com as metodologias;
LEED Healthcare, LEED Schools, LEED Retail
e LEED Commercial Interiors.
Chuveiro Deca Balance
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tecnologia ECO
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revistagbcbrasil.com.br 29jun-jul/17
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ciais e corporativos, a mais moderna tecnologia de controle em luminosidade, adminis-
tração do uso da água, uso de gás, segurança, além de promover eficiência energética,
o que contribui para a pontuação LEED e requisitos sustentáveis do seu projeto. Usando
a tecnologia Z-Wave (distribuição do sinal entre os equipamentos), a JLQ propicia o
acesso a todos os aparelhos através de plataforma própria ou aplicativos para smartphone
ou tablets, permitindo uma gestão remota e integrada de alta qualidade.
SUSTENTABILIDADE
ECONOMIA
SEGURANÇA
CONTROLE
30 jun-jul/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES
É
de conhecimento de especia-
listas que boa parte dos gas-
tos com água em edifícios ve-
nha dos banheiros. E mais que
isso, dos vasos sanitários. A
grande maioria dos vasos dis-
poníveis no mercado consome algo entre 6 e
12 litros de água por descarga. O volume total
consumido pode atingir proporções gigantes-
cas se considerarmos o número de frequenta-
dores do edifício e quantas vezes eles utilizam
o banheiro diariamente. Sendo assim, parece
sensato concentrar forças no desenvolvimen-
to de tecnologias que minimizem e otimizem
ao máximo o uso da água em vasos sanitá-
rios. Nesse sentido, algumas empresas vêm
desenvolvendo tecnologias inovadoras. Uma
das maiores é o grupo Evac.
Multinacional de origem finlandesa, o grupo
Evac foi fundada em 1975 e é líder mundial
na gestão integrada de resíduos (coleta e
transporte a vácuo, tratamento de resíduos
úmidos e secos), mas também geração de
água potável (dessalinização), em lugares
confinados (edifício, navio...), nos setores
da construção civil, naval e offshore. Evac já
realizou mais de 20 mil instalações na área
marítima, 2 mil instalações offshore e 2,5 mil
na construção civil em todo mundo. “O DNA
Evac: tecnologia avançada
em soluções a vácuo
Multinacional ganha mercado no Brasil
aliando sustentabilidade e tecnologia através
de sistemas de coleta a vácuo
USO RACIONAL DA ÁGUA
da Evac é sustentabilidade. Isso é o que nos
move. Nascemos da vontade de economizar
água”, ressalta Jean-Pierre Bernard, gerente
geral da Evac Brasil.
No Brasil a empresa atua desde 1998. Já são
mais de 100 instalações no setor da constru-
ção civil e mais de 40 no setor offshore que
contam com a tecnologia Evac, alguns proje-
tos assinados pelo consagrado arquiteto Os-
car Niemeyer. “Niemeyer sempre foi um visio-
nário também em relação à sustentabilidade.
Os prédios projetados por ele são de traçados
complexos. Isso dificulta a instalação de um
sistema de esgoto tradicional por gravidade.
Nesse sentido, o sistema a vácuo veio muito
a calhar e proporcionou a realização de vários
projetos do arquiteto”, explica Flávio Kimori,
gerente de operações da Evac Brasil.
Os projetos desenvolvidos pela Evac para o
Grupo João Carlos Paes Mendonça (JCPM),
empreendedora responsável pela construção
de shoppings centers em várias capitais do
Brasil, são exemplos de sucesso do sistema
de esgoto a vácuo da Evac. Francisco Bacelar,
diretor da Divisão Imobiliária do Grupo JCPM,
explica a decisão de procurar as soluções da
Evac para os empreendimentos do Grupo:
“Procurávamos uma solução que unisse boa
tecnologia e redução no consumo de água.
Por Paulo Dias
revistagbcbrasil.com.br 31jun-jul/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES
Os shoppings de grande porte recebem, em
média, 70 mil pessoas por dia. Isso nos fez
procurar um sistema eficiente e muito resis-
tente devido ao elevado uso na rotina de um
empreendimento como os shoppings. Enten-
demos que a EVAC podia nos atender”, conta.
Francisco Bacelar salienta ainda que a econo-
mia de água nos empreendimentos beira os
70% mensalmente, o que propicia uma eco-
nomia de cerca de 25 milhões de litros/mês. O
público que frequenta os shoppings, é claro,
percebe a diferença. O fator visual com me-
nor volume de água nas descargas favorece o
sentimento dos usuários com relação ao com-
promisso dos shoppings com o meio ambien-
te e gestão da água”, finaliza Bacelar.
Inauguração do Showroom e
lançamento do vaso sanitário
Optima 5 no Brasil
Apresentado à imprensa e ao mercado no
último dia 8 de junho num showroom locali-
zado no escritório da empresa, em São Pau-
lo, o novo vaso sanitário a vácuo da Evac
Optima 5 chama a atenção principalmente
pelos detalhes (como conforto acústico por
exemplo) e pelo design moderno (nos mode-
los de chão e de parede). O sistema a vácuo
Além de todos os benefícios ambientais, o pay-
back do sistema a vácuo também é vantajoso.
Segundo projeções da empresa, ele varia de
oito meses a quatro anos, a depender do proje-
to e da intensidade de uso do sistema.
Por estar sob vácuo permanente, quase não
ocorrem vazamentos e entupimentos no sis-
tema. Sem contar que, sendo selado, elimi-
na-se a chance de aparecimento de insetos
e roedores dentro da tubulação. A instalação
dos equipamentos é facilitada porque o vá-
cuo permite uma elevação cumulativa de até
6 metros do efluente. Desse modo, obstru-
ções como vigas ou dutos de ar condiciona-
do, conseguem ser contornadas. “A elevação
propiciada pelo vácuo oferece aos clientes
uma flexibilidade enorme e acaba resolvendo
problemas técnicos, como por exemplo evitar
danificar edifícios tombados, cujas regras de
reforma/demolição são mais rígidas”, comen-
ta Jean-Pierre Bernard.
Com um design moderno, moldado em por-
celana, o vaso sanitário a vácuo não requer
conexão elétrica. “O botão de acionamento
pode ser manual ou automático, a depender
das preferências de quem instalará o siste-
ma. No painel traseiro do vaso são montadas
as válvulas de descarga, ativadora e de água.
Quando o botão de acionamento é pressio-
nado, a válvula necessária para o funciona-
mento é ativada, coletando o efluente para
dentro da tubulação e direcionando-o à uni-
dade central”, explica Flávio Kimori.
A Evac também oferece ao mercado válvulas
de interface e ralos a vácuo, que são utiliza-
Vaso Sanitário Optima 5
Shopping Riomar - Fortaleza
mostra-se vantajoso por fatores como custo-
-benefício e a preocupação com o meio am-
biente e economia de água. O vaso sanitário
a vácuo da Evac consome apenas 1,2 litro de
água por descarga (utilizada exclusivamente
na higienização do vaso). Isso representa
uma impressionante economia que beira os
90%. Tal nível de economia garante ao edi-
fício uma alta pontuação no quesito água de
certificações ambientais, como as certifica-
ções LEED, BREEAM, AQUA, DGNB entre
outras. Aliado a outras práticas, pode trazer
ao empreendimento a pontuação máxima
nesse quesito.
Fotos:DivulgaçãoEvac
32 jun-jul/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES
das na coleta do efluente de pias, mictórios e
chuveiros. Assim como os vasos sanitários,
são automáticos e de fácil operação.
A Central com tanques pode ser considerada
o pulmão do sistema a vácuo. É nela que é
gerado e mantido o nível adequado de vácuo.
Tal central é automática e não requer ação
humana para seu funcionamento. Há ainda
as centrais online, ou seja, que não possuem
tanques de armazenamento de esgoto. Nes-
te caso os efluentes transitam pelas bom-
bas. Assim só devem ser usadas quando há
grande falta de espaço e um público usuário
responsável (navios, hotéis...). Em ambos os
casos os efluentes seguem direto para a rede
pública ou para uma central de tratamento,
que também pode ser fornecida pela Evac.
Futuro
Mesmo estando em Paris, Dominique Gosnet,
presidente do setor Building da Evac, mar-
cou presença por videoconferência durante
a inauguração do showroom e lançamento
do Vaso sanitário Optima 5. O presidente re-
servou alguns minutos para conversar com a
Revista GBC Brasil e explicar a visão da Evac
em relação ao mercado brasileiro. “Nossa
responsabilidade com o meio ambiente nos
engaja a desenvolver produtos e tecnologias
de última geração para a sociedade, e isto
precisa ser transmitido ao máximo de pes-
soas possíveis pois nossas soluções não
são tendências e sim realidade. O fator pri-
mordial para o sucesso dos nossos projetos
está relacionado aos três pilares que susten-
tam nossas ações: oferecer sustentabilidade,
garantir interessantes retornos financeiros
e proporcionar flexibilidade para solucionar
problemas técnicos. Nós acreditamos que
contribuimos modestamente com a questão
da sustentabilidade. Estamos muito felizes
em fazer o que fazemos e em ajudar, com
nossas soluções, nossos clientes a aumentar
sua própria contribuição ao meio ambiente.
Isso motiva todos os colaboradores da Evac”.
Dominique explica ainda porque a Evac viu
no Brasil uma ótima oportunidade de cresci-
mento para a empresa: “O Brasil é um percur-
sor da arquitetura moderna com obras inter-
nacionalmente reconhecidas pelo seu Estado
da arte, inovação e tecnologia. Estes fatores
enaltecem a nossa perspectiva sobre o mer-
cado da construção sustentável no país, e es-
tão alinhados com as nossas soluções eco-
lógicas. Mesmo com todas as turbulências
políticas e econômicas no país, nós acredita-
mos no mercado Brasileiro. Vamos continuar
nosso trabalho. Estamos otimistas”, finaliza.
Jean-Pierre Bernard, gerente geral e Flávio Kimori, gerente de operações da
Evac Brasil
USO RACIONAL DA ÁGUA
Fotos:DivulgaçãoEvac
Dominique Gosnet
Presidente do setor
building da Evac
“NOSSA
RESPONSABILIDADE
COM O MEIO
AMBIENTE
NOS ENGAJA A
DESENVOLVER
PRODUTOS E
TECNOLOGIAS DE
ÚLTIMA GERAÇÃO
PARA A SOCIEDADE,
E ISTO PRECISA SER
TRANSMITIDO AO
MÁXIMO DE PESSOAS
POSSÍVEIS POIS
NOSSAS SOLUÇÕES
NÃO SÃO TENDÊNCIAS
E SIM REALIDADE. ”
revistagbcbrasil.com.br 33jun-jul/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES
recomservice.com.br
O Cooling Tower Optimizer é um controlador inteligente,
projetado para um sistema de água gelada de médio e
grande porte, capaz de controlar até 06 Torres de
Resfriamento em um único quadro de comando.
Compacto, simples de configurar e de investimento
reduzido, o Cooling Tower Optimizer é inteligente porque
atua diretamente no controle da temperatura de saída da
água da torre (setpoint flutuante) proporcionando melhor
desempenho em função da condição do clima externo que
oscila constantemente as variáveis de umidade e
temperaturade bulbo seco.
Cooling Tower Optmizer, um produto exclusivo e
patenteado pela RECOMSERVICE Automação e Eficiência
Energética Ltda.
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Até40%de
economiadeenergia
naCentraldeÁguaGelada
34 jun-jul/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES
USO RACIONAL DA ÁGUA
N
ão é segredo para ninguém
que a perda de água tratada
é uma das grandes vilãs no
combate ao desperdício. Os
dados são preocupantes.
Segundo o Ministério das Ci-
dades, o país perde um terço da água tratada
antes desta chegar a ser usada. Pesquisa divul-
gada em 2015 pelo IBNET (International Bench-
marking Network for Water and Sanitation Utili-
ties) coloca o Brasil na 20ª posição numa lista
que ranqueia o desperdício de água feita com 43
nações. De acordo com a organização, o país
perde impressionantes 39% de água tratada an-
tes que a mesma chegue ao consumidor final.
Em São Paulo, maior Estado do país, dados do
Instituto Trata Brasil calculam algo parecido: cer-
ca de 36% de perda. Os motivos para tamanho
desperdício variam bastante, mas boa parte aca-
ba sendo causado por vazamentos no sistema.
Se por um lado a luta contra o desperdício não
para, por outro cada vez mais empresas apos-
tam em tecnologias que deem ao consumidor
a possibilidade de contribuir com essa guerra
ao desperdício e, consequentemente, obter
economia financeira e demonstrar preocupação
socioambiental. Uma dessas organizações é a
W-Energy, empresa sediada em São Paulo com
mais de dez anos de mercado que apresenta
soluções visando à redução de custo de água e
energia elétrica através de monitoramento cons-
tante dos sistemas e identificação de potenciais
melhorias.
Uma das soluções oferecidas pela W-Energy
para evitar tanto o desperdício de água quanto
o de energia é a telemetria. Através de monito-
ramento via internet, é possível identificar pro-
blemas na mesma hora que eles são gerados,
possibilitando atuação imediata no combate ao
desperdício. Para tanto, a empresa utiliza um
hardware francês e está prestes a lançar um
aplicativo para celular, o que irá otimizar ainda
mais o serviço. “A localização e eliminação de
vazamentos é um como um mantra para a nos-
sa equipe”, salienta Wagner Cunha Carvalho,
CEO da W-Energy.
Além do monitoramento via internet, a empresa
conta ainda com outras possibilidades, como o
uso de drones permitindo a verificação de áreas
com grande umidade. “Uma vez relacionados
os pontos de suspeita, entram em campo ferra-
mentas especiais como o Geofone eletrônico,
que possibilitam diferenciar os três ruídos mais
comuns nas redes hidráulicas, como esgoto,
água limpa pressurizada e vazamentos ocultos.
A aplicação dessas ferramentas é uma grande
vantagem competitiva, pois evita os famosos
‘quebra-quebra’, permitindo a identificação na
causa-raiz do vazamento”, explica Wagner.
A gama de equipamentos economizadores de
água utilizados pela empresa é grande, con-
templando tecnologias para todos os pontos
de consumo de água, tais como medição de
níveis de reservatório, purga automática para
torres de resfriamento, válvulas termostáticas
para recirculação de água fria no sistema de
W-Energy: monitorar ainda
é a melhor forma de evitar
desperdício de recursos
hídricos e energéticos
Wagner Cunha Carvalho
Fotos:DivulgaçãoNewset
Por Paulo Dias
revistagbcbrasil.com.br 35jun-jul/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES
que já visitou China, África e Emirados Unidos,
conhecendo novas tecnologias e tendências
de mercado. Além disso, a empresa moderni-
zou as instalações de sua sede, transformando
o local num espaço que prioriza o bem-estar e
o rendimento dos colaboradores. Todo esse
esforço vem trazendo resultados animadores:
a empresa possui contrato ativo com mais de
300 organizações, cresceu 50% só no primei-
ro semestre de 2017 e pretende atingir 80%
de crescimento até o final do ano. Um salto e
tanto.
de 4 minutos para 30 segundos, promovendo
economia de água e gás”, explica.
Além de tudo, a administração do local pode
acompanhar em tempo real o consumo do hos-
pital via internet. Todos esses cuidados resulta-
ram em uma economia de cerca de R$150 mil
reais por mês, mostrando os resultados reais
das ações desenvolvidas pela W-Energy.
Foco em aperfeiçoamento cons-
tante
Pensando na qualidade de seus produtos, a
W-Energy importa grande parte de seus equi-
pamentos da Alemanha. Tal cuidado reduz os
custos de manutenção preventiva e corretiva.
O modelo de negócio da empresa é simples:
a própria W Energy assume os custos de ope-
ração e manutenção e em troca recebe uma
parte do valor da economia gerada através de
seu trabalho.
Visando explorar também o mercado de efi-
ciência energética, a W-Energy iniciará, ainda
em junho, os testes com geradores eólicos
de 400W e 800W, tecnologia em expansão no
mundo, e aposta que a demanda por esse tipo
de sérico só aumentará, muito graças a cons-
cientização do mercado com questões de sus-
tentabilidade.
Para oferecer ao mercado o que há de mais
moderno em combate ao desperdício e uso efi-
ciente de recursos hídricos, a W-Energy investe
pesado em pesquisa. Wagner Carvalho conta
água quente com misturadores, válvulas blo-
queadoras de ar para os casos de interrupção
no fornecimento de água por parte da conces-
sionária, reuso de água, captação de água de
chuva, e perfuração de poços (para os casos
que exijam confiabilidade).
O exemplo do Hospital Alvorada
Localizado no bairro de Moema, em São Paulo,
o Hospital Alvorada (pertencente ao grupo Amil)
é um dos casos de sucesso mais recentes da
W-Energy. Com total apoio da administração
do hospital e trabalhando em conjunto com a
mesma, a equipe da W-Energy iniciou os traba-
lhos com um intensivo processo de conscienti-
zação dos colaboradores da unidade, através
de palestras, treinamentos, campanhas com
incentivos e instalação de comunicação visual.
O próximo passo foi identificar os pontos pas-
síveis de melhoria na estrutura do empreendi-
mento, visando máxima economia. Wagner
Carvalho elenca as principais ações realizadas:
“Todos os sistemas de descargas possuem
duplo acionamento, com comunicação visual
orientando os usuários. Nas torneiras da cozi-
nha foram implantados a tecnologia chamada
jetspray importada da Alemanha, com uma
função para encher uma panela com água ra-
pidamente e outra para lavar louça e salada,
economizado até 70%. Através do retrofite no
sistema de aquecimento de água o tempo mé-
dio de espera por água quente no banho, caiu
Fotos:DivulgaçãoNewset
Hospital Alvorada
Sede da W-Energy
Sede da W-Energy
Sede da W-Energy
36 jun-jul/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES
A
Rain Bird é líder mundial
na fabricação de produtos
de irrigação em todos os
segmentos, seja na agricul-
tura, paisagismos, campos
esportivos. É a mais anti-
ga fábrica do setor, e este
ano completa 84 anos. Atua em mais de 150
países, o Brasil é um deles, e mesmo não
contando com fábricas instaladas no país, a
empresa desponta como líder no mercado
brasileiro.
Por conta da crise hídrica, a preocupação
com o uso racional da água cresceu muito,
levantando diversos questionamentos sobre
o seu desperdício e a criação de ações cada
vez eficientes em busca de economia. Para a
Rain Bird a água sempre foi muito preciosa,
e como qualquer bem valioso requer cuidado
e deve ser usado de forma consciente. Por
isso, um dos focos da empresa são equipa-
mentos de irrigação que propiciam o seu uso
de forma inteligente, evitando desperdícios
através de produtos eficientes. Além disso,
oferece 25 soluções inteligentes de econo-
mia de água direcionadas para cada tipo de
construção.
Uma das soluções mais assertivas é a irriga-
ção de baixo volume, um sistema automati-
zado que permite irrigação na medida (gota
a gota) através de gotejamento subterrâneo
que, por si só, proporciona redução de 10
a 15% no consumo de água. Este sistema
integrado ao sensor que calcula o nível de
precipitação da chuva agrega mais 15 a 20%
de redução do gasto. A essas duas tecno-
logias é possível integrar mais outro sensor
que permite monitorar o percentual de umi-
dade do solo indicando a necessidade de
irrigação ou não. Com a instalação destes
sistemas de forma integrada é possível atin-
gir cerca de 70% de redução no consumo de
água se comparado a um sistema conven-
cional.
Irrigação de forma
racional e consciente
Há mais de oito décadas no mercado, a Rain Bird está sempre
em busca de melhores soluções para o sistema de irrigação
sem perder de vista o compromisso socioambiental
©KahndoBrasil
USO RACIONAL DA ÁGUA
Por Taís Cruz
revistagbcbrasil.com.br 37jun-jul/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES
“Com a automação é possível aprimorar e
controlar todo o sistema de irrigação con-
forme a necessidade, e fazer a adequação
a questões climáticas. A essas duas tecno-
logias é possível integrar outro sensor, que
permite o monitorar o percentual de umidade
do solo indicando a necessidade de irriga-
ção ou não. Com a instalação destes sis-
temas de forma integrada é possível atingir
cerca de 70% de redução no consumo de
água se comparado a um sistema conven-
cional”, complementa Marcelo Zlochevsky,
gerente nacional de vendas da Rain Bird.
O tubo gotejador também é uma solução de
grande sucesso. Este tubo com uma placa
de cobre interna que em contato com o solo
cria uma camada isolante a sua volta e im-
pede o entupimento, o que possibilita o uso
desse tipo de equipamento enterrado, propi-
ciando além de um aspecto mais agradável
ao local onde é instalado, porque não fica
avista, pode reduzir mais ainda o gasto de
água, impedindo a transpiração do solo e
nem por evaporação.
A responsabilidade da Rain Bird com a con-
servação de água vai muito além dos seus
produtos, é um dos valores da empresa le-
vados também ao âmbito social. Pensando
em formas de conscientizar a sociedade so-
bre o uso da água foi criada a Campanha 25
Formas de Racionar o Uso da Água. Estas
25 formas vão desde a análise da conta de
água a manutenção e ampliação da vegeta-
ção. A lista completa de ações está dispo-
nível na internet de maneira muito didática
e é complementada por links e vídeos para
quem quer se aprofundar no assunto.
“Nós temos que entender que a água é um
recurso restrito, finito e limitado, não existe
água nova, não dá para produzi-la. Por isso,
mudamos o nosso foco dizendo que não dá
mais só para fazer o uso inteligente da água,
também é preciso preservar o verde em volta
dela. Talvez seja por conta dessa exclusão
do verde que estamos passando por crises
hídricas nos últimos anos. Então criamos a
Campanha 25 Formas de Racionar o Uso da
Água, onde a gente diz que não é para deixar
de usá-la, é para usá-la de forma assertiva,
e manter e promover o verde em qualquer
ambiente”, diz Marcelo.
Além da campanha do uso racional da água
está sendo lançado em cada edição da Re-
vista GBC Brasil 5 dicas de como usar os re-
cursos hídricos de forma inteligente, alinha-
dos ao seu uso sustentável.
A Rain Bird tem intensificado cada vez mais
a sua relação com os green buildings no Bra-
sil. Onze das doze arenas da Copa realizada
no Brasil contam com o seu sistema de irri-
gação, e também todas as obras das Olim-
píadas do Rio de Janeiro, exceto o campo de
golfe. A Rain Bird também conta com uma
vasta lista de produtos utilizados em obras
certificadas. Mesmo com todos esses méri-
tos em sua história, a empresa continua sua
busca em desenvolver métodos que permi-
tam que a água seja cada vez mais preser-
vada.
Marcelo Zlochevsky
Rain Bird Brasil
“NÓS TEMOS QUE
ENTENDER QUE A
ÁGUA É UM RECURSO
RESTRITO, FINITO E
LIMITADO, NÃO EXISTE
ÁGUA NOVA, NÃO DÁ
PARA PRODUZI-LA.
POR ISSO, MUDAMOS
O NOSSO FOCO
DIZENDO QUE NÃO DÁ
MAIS SÓ PARA FAZER
O USO INTELIGENTE
DA ÁGUA, TAMBÉM É
PRECISO PRESERVAR
O VERDE EM VOLTA
DELA. ”
Imagens:RainBird
38 jun-jul/17 rev/gbc/br
inovação
D
esde que foi
lançada, em
1998, a Certi-
ficação LEED
vem revolu-
cionando o
mercado da
construção sustentável, buscan-
do sempre atingir os mais altos
níveis de operação de alta per-
formance, design e eficiência em
edificações do mundo todo. Pen-
sando em melhorar, ainda mais,
os resultados conquistados por
construções certificadas e em
atender os novos desafios em re-
lação a sustentabilidade, o Green
Building Council lançou a nova
versão da Certificação LEED, o
LEED v4.
Com o objetivo de elevar os pa-
drões técnicos da construção ci-
vil sustentável, uma nova versão
da certificação LEED foi desen-
LEED v4
novos, especialmente na parte
de sistemas prediais, que faz
com que itens e sistemas que
antes eram fundamentalmente
estratégias de eficiência pas-
sem a ser obrigatórios, elevando
significativamente a régua. Isso
tem influenciado principalmente
projetos de new construction e
interiores, onde temos os siste-
mas efetivamente entregues”,
comenta Adriana Hansen, coor-
denadora de Projetos Sustentá-
veis do CTE.
Em relação aos quesitos que
pontuam nesta nova versão fica-
ram distribuídos da seguinte for-
ma: 35% as ações relacionadas
às mudanças climáticas, 25% à
saúde, recursos hídricos 15%,
biodiversidade 10%, recursos na-
turais 10%, economia verde 10%
e comunidade 5%.
Entretanto, as principais mudan-
Nova versão do LEED traz inovação, regras mais
rígidas e um olhar totalmente novo sobre ciclo de
vida da edificação
volvida, com base em estudos e
discussões entre profissionais,
técnicos, entidades do mercado
da construção do mundo todo.
Esta nova versão começou a ser
discutida em 2010, mas só foi lan-
çada oficialmente em 2013, e pas-
sou a ser obrigatória no Brasil em
outubro de 2016. Esses três anos
de transição permitiu com que o
mercado brasileiro começasse a
se preparar para atender as novas
exigências da certificação.
A grande proposta do LEED é
elevar os padrões técnicos da
construção civil como um todo.
Por tanto, quando esses padrões
são alcançados o movimento
natural é fazer com que eles se
tornem cada vez mais elevados
e rígidos. Acompanhando este
processo, critérios e pontuações
da certificação mudaram.
“O LEED v4 tem alguns desafios
Mais um passo para a
um futuro sustentável
Por Taís Cruz
revistagbcbrasil.com.br 39jun-jul/17
inovação
ças se encontram na categoria
que trata da eficiência energé-
tica, bem como em relação ao
uso eficiente da água, com uma
abordagem que entende muito
melhor o uso eficiente dos recur-
sos hídricos na construção como
um todo, e a grande novidade
são os rígidos critérios da cate-
goria de materiais.
O uso eficiente da água ganhou
grande destaque nesta nova ver-
são. A água está conectada a to-
dos os sistemas da construção, e
todos eles são afetados por ela.
Por tanto, a nova versão do LEED
enxerga o uso da água como um
todo, considerando o uso interno
e externo, mensurando todo uso
dos recursos hídricos relaciona-
dos ao prédio, incluindo sistemas
de ar condicionado, instalações e
sistema de irrigação, com o intui-
to de monitorar e controlar o uso
de água de forma que não haja
desperdícios. O LEED v4 tam-
bém encoraja projetos que fazem
o reuso dos recursos hídricos.
A parte de materiais é a grande
novidade, e também o ponto
mais polêmico. Com foco no ci-
clo de vida dos materiais, envol-
vendo também a transparência
de informações sobre o produto
e sua matéria prima, há também
a exigência de Declaração Am-
sileiro. Mas é um desafio que
faz crescer e trilhar um caminho
cada vez mais sólido rumo a um
futuro sustentável. Esse é o papel
do LEED, ser um padrão interna-
cional de design, construção e
estruturas operacionais de alta
performance.
“A maior contribuição do LEED
v4 foi a mudança de visão na
abordagem de materiais, o v4
vem com uma abordagem de
promover mais a transparência
de informação do que ser des-
critivo em performance. Então, é
uma mudança de posicionamen-
to, ele quer muito mais que os
fabricantes tenham documentos
que falem o que o produto dele
é, do que propriamente falando
do que o produto tem que ser.
Portanto, o que vemos de grande
mudança, e gerou muita discus-
são, é esse capítulo de materiais,
mas eu acho que ele enriqueceu
muito esse trabalho, porque é um
setor que precisa melhorar e se
voltar mais para a sustentabilida-
de”, finaliza Adriana.
Materiais: O grande de-
safio do LEED v4
A categoria de materiais e produ-
tos é a grande inovação do LEED
v4, como afirma Felipe Faria,
CEO do Green Building Council
Brasil, “a grande novidade é em
relação aos materiais e recursos.
Tudo que já falávamos sobre a
questão de conteúdo reciclado,
tintas selantes, níveis baixos de
compostos orgânicos voláteis,
enfim, tudo que já era pedido na
parte de materiais, agora está in-
serido no conceito de avaliação
do ciclo de vida e declaração
ambiental do produto”. Este item
em particular gerou muita dis-
cussão por conta do alto grau de
exigência e por ser algo novo no
mercado.
A versão 4 é essencialmente fo-
cada no ciclo de vida de toda a
edificação, e para garantir o ciclo
biental de Produtos (apenas um
não garante o crédito, conforme
tabela na próxima página). Este
quesito é de grande importância
porque os materiais utilizados
na edificação podem afetar di-
retamente a saúde dos ocupan-
tes. Por isso, a preocupação
do LEED em trazer informações
claras e mudar a forma como os
materiais são escolhidos.
“Temos um desafio muito gran-
de na parte de materiais, porque
ainda não temos o mercado pre-
parado para esta demanda. A
análise do ciclo de vida, health
product declaration e a parte de
composto orgânico volátil são
itens que o mercado vai ter que
correr atrás”, afirma Adriana.
Há também uma nova categoria
“localização e transporte”, com o
objetivo de estimular projetos que
diminuam ao máximo o impacto
dos transportes. O primeiro paço
para o desempenho ambiental
é escolher uma boa localização,
de fácil acesso e com uma boa
infraestrutura ao redor. Esta nova
categoria também encoraja pro-
jetos que privilegiam o acesso a
pé, por transporte público ou al-
ternativos, como as bicicletas.
Porém, em grandes centros ur-
banos, como São Paulo, não é
muito fácil encontrar bairros que
integrem os princípios de cres-
cimento planejado e inteligente,
urbanismo sustentável e edifi-
cações verdes, o que dificulta
a pontuação nesta categoria,
como afirma Adriana. “Uma difi-
culdade é a pontuação pesada,
no caso de interiores e new cons-
truction, para edificações em
bairros certificados. A gente não
tem a certificação de LEED Nei-
ghborhood promovida no merca-
do brasileiro, e essa tipologia en-
trou como um item forte na nova
versão da certificação, que não
sendo aplicável e prejudicando a
pontuação geral”.
A certificação LEED v4 é, de fato,
um desafio para o mercado bra-
Adriana Hansen
CTE
“A MAIOR
CONTRIBUIÇÃO
DO LEED V4 FOI A
MUDANÇA DE VISÃO
NA ABORDAGEM DE
MATERIAIS, O V4 VEM
COM UMA ABORDAGEM
DE PROMOVER MAIS
A TRANSPARÊNCIA DE
INFORMAÇÃO DO QUE
SER DESCRITIVO EM
PERFORMANCE”
©DivulgaçãoCTE
construção de
40 jun-jul/17 rev/gbc/br
inovação
ria por terceira parte para obten-
ção de um registro efetivo, que
posteriormente será publicado.
Para garantir a transparência e
imparcialidade de todo esse pro-
cesso, entra em ação o Operador
de Programa (OP), o seu papel é
conduzir o processo e envolver
as respectivas partes em cada
etapa do processo. Para que isso
aconteça, o OP nunca trabalha
sozinho, as partes interessadas
devem estar sempre presentes
durante o processo. Assim como
os verificadores de ACV sempre
devem ser externos.
Portanto, como explica Cintia Ces-
pedes, project manager da UL En-
vironment, “O primeiro passo para
elaboração de um EPD é verificar
se já existe uma RCP para uma
determinada categoria, e sempre
que houver uma RCP disponível
ela deve ser usada. Nesse sentido,
quando o Operador recebe uma
demanda de um determinado seg-
mento para o desenvolvimento de
uma RCP, é de sua responsabili-
dade consultar a existência ou não
de uma RCP para o mesmo esco-
po. Se houver, o Operador deve
fazer uma harmonização com o
outro Operador que desenvolveu
de vida antes, durante, e depois
da obra, a certificação passa a
exigir uma Declaração Ambiental
de Produtos (DAP), ou Environ-
mental Product Declarations – a
famosa sigla em inglês, EPD, dos
produtos e materiais utilizados.
A grande contribuição que o
EPD traz ao empreendimento é
a transparência de informações
sobre os produtos aos fornece-
dores, clientes e usuários finais
sobre o que realmente contém
no produto, fazendo com que
este público seja capaz de ava-
liar o desempenho ambiental de
diversos fornecedores. Antes,
essas informações eram auto
declaratórias, ou seja, o próprio
fabricante declarava as informa-
ções de seus produtos sem que
fossem submetido a uma audito-
ria realizada por terceira parte.
O desenvolvimento de um EPD
passa por três etapas: definição
de Regras por Categoria de Pro-
duto (RCP); depois desenvolve-
-se um estudo de Avaliação do
Ciclo de Vida (ACV); a partir da
conclusão das suas etapas ante-
riores é elaborado o documento
EPD. Este documento só será vá-
lido após passar por uma audito-
a RCP para poder utilizá-la em seu
processo ou mesmo realizar uma
atualização ou adendo, se for ne-
cessário”.
“Quando não existe uma RCP
para um determinado segmento,
após consulta realizada, o Ope-
rador deve convocar as partes
interessadas para iniciar o de-
senvolvimento do nova RCP, e
a criação da RCP propriamente
dita, envolve pesquisa sobre o
setor, identificação dos impactos
ambientais associados ao seg-
mento, verificação da existência
de dados sobre o setor, entre
outras informações de extrema
importância para a conclusão do
processo, por isso, a participa-
ção do setor é importante para o
processo”, conclui.
Para garantir que o EPD do pro-
duto é equivalente ao exigido
pelo LEED v4 é preciso atender
os critérios listados a seguir. A
certificação aceita três opções
de EPD, entretanto, há uma va-
riação de pontuação entre elas.
Também é necessário que, pelo
menos, 20 produtos que aten-
dam aos requisitos listados abai-
xo sejam instalados na obra.
Segundo Cintia, a regra do LEED
Cintia Cespedes
UL Environment
“A DICA PARA QUEM
QUER GARANTIR
PONTOS NO LEED
É ESCOLHER UM
OPERADOR QUE
MANTENHA AS
INFORMAÇÕES
TRANSPARENTES,
DESSA FORMA, O
COMPRADOR QUE
QUISER CONSULTAR
VAI ENCONTRAR AS
INFORMAÇÕES”
©DivulgaçãoULEnvironment
Opções	 Documento	 Escopo	 Peso	 Necessário para
					 obter 1 ponto
		 Declaração 	 • berço ao portão
	 1	 específica do 	 • ISO 14044	 ¼	 80 produtos
		 produto	
		
	 		 • berço ao portão
			 • ACV com certificação	
	 2	 EPD média do	 de 3º parte	 ½	 40 produtos
		 setor industrial	 • ISO 14025, 14040,
		 (genérica)	 14044 e EN 15804
			 ou ISO 21930
		
	 		 • berço ao portão
			 • ACV com certificação	
	 3	 EPD Tipo III - 	 de 3º parte	 1	 20 produtos
		 específica 	 • ISO 14025, 14040,
		 do produto	 14044 e EN 15804
			 ou ISO 21930
Revista GBC Brasil | 13ª Edição | 2017
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  • 2.
  • 3. revistagbcbrasil.com.br 3dez/15-jan/16 Editorial ©BiancaWendhausen Metade do ano se passou e as perspectivas no mer- cado da construção sustentável se fortalecem cada vez mais. O número de certificações LEED ultrapas- sou a marca de 400 empreendimentos agora no pri- meiro semestre de 2017, consolidando essa tendên- cia no mercado nacional. Também nesse primeiro semestre foi concedida a primeira certificação LEED v4 no Brasil, cujo projeto apresentamos nesta edição, juntamente com uma matéria sobre as novidades do LEED v4. Nesta edição temos ainda um importante especial so- bre o Uso Racional da Água e várias formas de apro- veitamento, reuso ou utilização racional, que permi- tem tratar com grande cuidado desse que é dos mais preciosos recursos naturais que dispomos. Também apresentamos soluções na área de automação que contribuem decisivamente para um melhor controle da eficiência dos aspectos energéticos dos projetos sus- tentáveis. E o projeto do São Paulo Corporate Towers, certificado LEED Platinum, num dos endereços mais emblemáticos da cidade, com arquitetura arrojada e conceitos sustentáveis inovadores. E estamos na contagem regressiva do Anuário GBC 2017, e todo o conteúdo relacionado à história das certificações nos últimos 10 anos no Brasil. Boa leitura! Seis meses de novidades e fortalecimento do setor LUIZ SAMPAIO DIRETOR EXECUTIVO VIB Editora VIBEDITORA CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidente GBC Brasil Eduardo Eleutério Diretor Executivo Isover, Saint Gobain Vice Presidente GBC Brasil Antonio Lacerda Senior Vice Presidente, BASF 1º Secretário GBC Brasil Ernesto Ghini Diretor Geral, Honeywell 2º Secretário GBC Brasil Marcos Bensoussan Sócio Presidente, Setri MEMBROS DO CONSELHO Martín Andrés Jaco CEO, BR Properties Celina Antunes CEO América Latina, Cushman & Wakefield Hilton Rejman Diretor de Incorporações, Cyrela Commercial Properties William Ribeiro Diretor Comercial, Daikin Raul Penteado Presidente, Deca Fabian Gil Presidente América Latina, Dow Edo Rocha Sócio Proprietário & CEO, Edo Rocha Arquitetura Maurício Parolin Russomanno CCO - Chief Commercial Office, Votorantim Manoel Gameiro Ex Presidente GBC Brasil José Moulin Netto Ex Presidente GBC Brasil CEO Green Building Council Brasil Felipe Faria DIRETOR EXECUTIVO Luiz Sampaio lfsampaio@vibcom.com.br REDAÇÃO Paulo Dias - MTb 82002/SP Taís Cruz - MTb 83367/SP redacao@vibcom.com.br/ press@vibcom.com.br COMERCIAL Flávia Pimentel fpimentel@vibcom.com.br FINANCEIRO: adm@vibcom.com.br DESIGN GRÁFICO E EDITORIAL, REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO VIB COMUNICAÇÃO E EDITORA Av. Morumbi, 8411 - conj 31 Brooklin - São Paulo - SP CEP 04703-004 RESPONSÁVEL DO GBC Maíra Macedo ASSINATURAS E CONTATOS: Tel: 11 5078 6109 email: assinaturas@gbcbrasil.org.br Capa: São Paulo Corporate Towers - São Paulo Foto: © 2016 Ana Mello
  • 4. 4 jun-jul/17 rev/gbc/br índice GBCBRASIL C O N S T R U I N D O U M F U T U R O S U S T E N T Á V E L ANO 4 / Nº13 / 2017 REVISTA G R E E N B U I L D I N G C O U N C I L EDITORIAL............................................................. > 3 COLUNA GBC........................................................ > 6 COLUNA CBIC....................................................... > 8 QUESTIONÁRIO PROUST FELIPE FARIA...................................> 10 PROJETO DESTAQUE...........................> 14 CONSTRUINDO HISTÓRIA.................................. > 18 NORMAS DE CONSERVAÇAO DA ÁGUA.......... > 18 DOSSIÊ USO RACIONAL DA ÁGUA ESPECIALISTAS........................................... ................> 20 ENVIROMIX.......................................................... > 24 PROÁGUA............................................................ > 26 EVAC: SOLUÇÕES A VÁCUO.............................. > 30 W-ENERGY........................................................... > 34 RAIN BIRD............................................................ > 36 LEED V4 - PRIMEIRA CERTIFICAÇÃO NO BRASIL.........> 38 GREEN PEOPLE................................................... > 46 ESPECIAL AUTOMAÇÃO JLQ E SISTEMA ZIPATO...................................... > 48 RECOMSERVICE.................................................. > 52 CONTROLLAR.................................................... > 56 B2E AUTOMAÇÃO.............................................. > 59 VISÃO GLOBAL.................................................... > 60 SAINT GOBAIN - CENTRO DE PESQUISA.................> 62 SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS................................ > 64
  • 5. Vantagens de se tornar um membro gbc: Através do nosso exclusivo Green Network, plataforma focada na geração de negócios para Green Buildings, você vai atuar junto às maiores lideranças empresariais nas discussões sobre tendências e técnicas de construção sustentável em seus diversos aspectos, além de receber dados inéditos sobre o mercado. Suporte no processo das Certificações LEED e CASA através de auxílio técnico, tornando-os mais rápidos, eficientes e, consequentemente, mais econômicos. Credenciamento de liderança dentro do nosso Green Network, como autoridade nos temas da construção sustentável. associe-se e faça parte do nosso green network gbcbrasil.org.br Não somos super heróis, mas podemos coNstruir um muNdo melhor. juNte-se ao gbc. eduardo eleutério Diretor Geral Saint-Gobain, DiviSão iSover celiNa aNtuNes Ceo para amériCa Do Sul Da CuShman & WakefielD roberto aflalo SóCio Diretor aflalo/ GaSperini arquitetoS
  • 6. 6 jun-jul/17 rev/gbc/br coluna gbc O aumento do nosso “market share” no mer- cado e a consolidação do movimento de construções verdes nos diversos segmen- tos da construção, fatos comprovados frente o desempenho em números de no- vos projetos registrados LEED e CASA no ano de 2016, justificam os ousados desafios que assumi- mos como organização e as ferramentas de certificação em desenvolvimento. Em relação as ferramentas temos o advento da versão 4 da certificação LEED, os trabalhos técnicos preparatórios para o lançamento da certificação CASA para condomínios verticais e horizontais, a criação da certificação para “net zero energy”, plataforma de benchmark ARC e a chegada do WELL (Saúde e Bem-Estar). A promoção destas certifi- cações como ferramentas para acelerar a elevação do nível técnico e promover a transformação do mercado são ati- vidades que o GBC Brasil e seus Membros manterão foco especial. A certificação LEED v4 já possui seu primeiro projeto certificado no Brasil, escritório Lar Verde Lar em Governa- dor Valadares, Minas Gerais. O projeto conquistou o nível Ouro da certificação e o destaque nas reduções de 88% em energia, 74% em água e 93% em resíduos desviados de aterros sanitários. No mês de abril tivemos 7 novos projetos registrados no LEED v4, nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, entre eles, edificações existentes, insti- tuição de ensino, restaurante e corporativos. Já temos 20 projetos registrados no LEED v4. Certificações: Importantes ferramentas de transfor- mação de mercado Estudos, números e casos de sucessos comprovam que somos a melhor opção de negócio no mercado imobiliário.
  • 7. revistagbcbrasil.com.br 7jun-jul/17 coluna gbc O programa CASA possui 44 projetos registrados, sen- do 14 condomínios. Nossos Comitês Técnicos estão em- penhados no aprimoramento dos créditos e pré-requisitos desta certificação destinada ao setor residencial. A nível internacional esta iniciativa também foi lançada no GBC Colômbia com o suporte do GBC Brasil. Do ponto de vis- ta técnico, chama atenção o compromisso do Comitê em tornar transversal o tema Saúde e Bem-Estar em todas ca- tegorias da certificação. Entre os projetos de condomínios registrados, ambos destinados à classe média, cabe citar o Terra Mundi de Goiânia (Membro NewInc), provavelmen- te o primeiro a concluir sua certificação e o edifício Monta- ge Botafogo de Campinas (Membro Construtora Montage) com sistema de automação em todas unidades e o con- ceito de energia renovável onde 100% será proveniente de uma Fazendo Solar pertencente aos futuros proprietários. Já em Curitiba, todos os novos empreendimentos de alto padrão estão registrados como o empreendimento Ícaro do Membro AG7 e projetado pelo Membro Studio Arthur Casas pautado no conceito de casas suspensas, além do condo- mínio residencial Francisco Rocha do Membro Construtora Laguna que alia sustentabilidade, design, inovação e alto padrão. Com foco em energia, estamos desenvolvendo uma ferramenta de certificação de “Net Zero Energy Building”, o trabalho de discussão está avançado e já estamos re- cebendo propostas de projetos pioneiros para este novo sistema. Trata-se de uma demanda surgida no COP Paris, onde os GBCs firmaram compromissos em auxiliar que no- vas edificações venham a ser “net zero” até 2030, e todas até 2050. O conceito que iremos trabalhar no Brasil será o edifício que comprova que o seu consumo de energia pri- mária na sua operação anual é zerado por uma combina- ção de alta eficiência energética e geração e energia por fontes renováveis. A plataforma de Benchmark ARC também auxiliará no processo de manutenção da alta eficiência operacional em edificações certificadas, bem como facilitará o processo de certificação de edificações existentes através do desempe- nho em tempo real nas categorias energia, água, resíduos, satisfação do ocupante e transporte. Edificações no Bra- sil já começaram a utilizar esta plataforma e compartilham suas informações no ARC. Por fim, a certificação WELL que foca na satisfação, conforto, saúde e bem-estar do ocupante vem chamando a atenção do mercado e desponta como forte tendência. Estudos da Macgrow Hill Construction apontam que pro- prietários de edificações passam a relatar que gostariam de adaptar suas edificações aos princípios preconizados pela certificação WELL mas esbarram na falta de informação ou conhecimento, bem como consideram que aumentar a per- cepção de satisfação do ocupante em suas edificações é fator mais importante que as taxas de ROI. As edificações “green building” ganham espaços no mercado internacional e temos destaques vindos do Brasil como a certificação Platinum do São Paulo Corporate com 96 pontos, a quinta maior pontuação de edifício corporati- vo no mundo. Estudos, números e casos de sucesso que comprovam as vantagens econômicas dos “green buildin- gs” estão sendo frequentemente divulgados nas principais mídias como a melhor opção de negócio no mercado imo- biliário, independente do setor e segmento de atuação. As- sim sendo, munidos pela participação e engajamento de nossos Membros, nosso Programa Nacional de Educação, suporte de importante parceiros e com o ingresso das no- vas ferramentas de certificações no mercado, seguimos oti- mistas para a celebração de futuras conquistas durante os próximos 10 anos de GBC Brasil. FELIPE FARIA, CEO Green Building Council Brasil Presidente Comitê de Networking das Américas do World GBC
  • 8. 8 jun-jul/17 rev/gbc/br Coluna CBIC E ssa é a síntese da reflexão que a construção civil vem fazendo, reforçada perante a eclosão de nova turbulên- cia política em maio, e levou aos dirigentes do Execu- tivo e Legislativo federais para sensibilizá-los quanto à necessidade de impedirmos um ciclo de paralisia que atrase a agenda que pode recolocar o país na direção da estabilidade e recuperação econômica. Após quase três anos de retração – com inflação alta, escalada do desemprego e juros es- tratosféricos – registramos atividade positiva e um ambiente mais propício à retomada do investimento e geração de emprego. Tênues, mas de grande importância, esses sinais não podem ser freados por outra crise. É preciso aprovar as reformas e aprofundar as medidas macroeconômicas que possam acelerar a retomada da economia. O cidadão, que quer e precisa trabalhar, não aguenta mais. O pequeno e médio empresário, representados pela CBIC, não aguentam mais! Está em jogo, nesse momento, a sobrevivência daqueles que, desco- lados dos grupos envolvidos na crise, pagam o preço dos desman- dos. O trabalhador perde seu emprego, a renda e a perspectiva de um futuro digno. Pequenos e médios empresários perdem as condi- ções de empreender e mesmo de continuar trabalhando, acumulando dívidas e frustrações. A construção civil é um dos setores mais prejudicados pela crise. Fa- lamos de um setor que representa 55,6% do investimento, uma cadeia produtiva que representa 9% do PIB nacional; emprega 2,3 milhões de trabalhadores, um setor que está sufocado pela imprevisibilidade do futuro. Nos últimos dois anos foram perdidos mais de 1 milhão de empregos e muitas empresas fecharam suas portas. Outras tentam administrar a asfixia criada pela falta de investimento e pela retração no crédito, lutando para sobreviver em um cenário de instabilidade. E agora, no momento em que a economia reage, nosso setor não acompanha o movimento, crescendo bem menos. O momento exige uma nova consciência e ação. É urgente restabe- lecer o pleno funcionamento das instituições, sob o império da lei. A construção civil apoia, com firmeza, o avanço das investigações da prática de desvios com recursos públicos e, garantido o pleno direito de defesa, a punição dos envolvidos em atos ilícitos. Que as respon- sabilidades sejam tornadas claras e as punições sejam efetivas e ri- gorosas. O Brasil precisa dar esse passo. Redução da Incerteza - Nesse momento, o Legislativo tem papel determinante para o futuro do Brasil. É essencial a rápida aprovação das reformas da Previdência e trabalhista, assim como do aperfeiçoa- mento do licenciamento ambiental entre outros projetos importantes. A construção civil acompanha com atenção a discussão em torno da modernização da Lei de Licitações – instrumento que garantiu avanços e conquistas inegáveis à contratação de obras públicas no Brasil, que devem ser preservadas, a 8.666 exige pequenos ajustes que evitem distorções na sua interpretação e aplicação. É essencial que sua modernização contemple, especialmente, normas que indu- zam à formulação de contratos que garantam maior equilíbrio entre as partes, fechando as brechas que hoje permitem a eventual prática de desvios. O combate à corrupção e, principalmente, às janelas que permitem sua incidência é uma prioridade da CBIC – temos levado esse debate em seminários estaduais, propondo não apenas que en- tidades e empresas do setor fortaleçam seus mecanismos e políticas de controle interno mas, principalmente, que a administração pública reveja práticas consagradas de baixa transparência que favorecem a prática de desvios. Esse conjunto de medidas no Legislativo farão recuperar a credibi- lidade do país e trarão de volta o interesse do investidor. Ninguém investe em um ambiente de incertezas. A retomada do investimento é fundamental para a recuperação do emprego e geração de renda. Esse movimento virá pela iniciativa privada. O capital exige a apro- O Brasil não pode parar! José Carlos Martins Presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) ©DivulgaçãoCBIC
  • 9. revistagbcbrasil.com.br 9jun-jul/17 Câmara Brasileira da Indústria da Construção vação das reformas como sinal de que o Brasil reencontrou o cami- nho da seriedade e previsibilidade. Com isso, criam-se as condições para o investimento em infraestrutura, habitação e saneamento; com a decorrente geração de empregos. Só a infraestrutura pode gerar 1,5 milhão de novos postos de trabalho, resgatando a dignidade do trabalhador e reaquecendo a economia. Essa reflexão está no topo da agenda estratégica da construção ci- vil, mobilizando esforço de dirigentes e empresários do setor para sensibilizar aqueles que, nesse momento, podem e devem dar uma contribuição decisiva ao pais. Essa reflexão também preponderou nos debates que conduzimos durante o 89º Encontro Nacional da Industria da Construção (ENIC), que realizamos em Brasília na última semana de maio. Mais uma vez, nosso encontro anual foi palco de discussões qualificadas sobre o futuro do Brasil e da construção civil, em uma programação que contou com a participação de autoridades de grande importância – ministros, parlamentares e dirigentes dos agentes financeiros – e painelistas formadores de opinião e de grande respeitabilidade em suas áreas de atuação. Tendências e Inovação - Apesar da crise e as dificuldades por ela impostas, recebemos mais de 1.400 participantes inscritos e cerca de 130 palestrantes, em uma nova demonstração da relevância do ENIC. A construção civil discutiu de forma aberta e profunda temas como a agenda das reformas, a capacidade de recuperação da economia, ética e compliance, o financiamento do setor imobiliário, as novas oportunidades de negócios geradas pelas concessões e parcerias público-privadas, tecnologia e inovação, a disseminação do Building Information Modelling (BIM), sustentabilidade, as relações trabalhis- tas no setor. Uma programação qualificada e disputada, com plená- rias lotadas e uma audiência participativa, onde também lançamos um conjunto de publicações técnicas de grande relevância para a construção civil. Colocamos à disposição do setor conhecimento e reflexões, assim como a indicação de boas práticas para manter nos- so setor na vanguarda. Realizado com maestria pelo Sinduscon-DF, com o apoio decisivo de muitos parceiros, o 89º ENIC coroou o esforço empreendido pelo se- tor e pela CBIC no último período, levantando temas de grande inte- resse não apenas para a construção civil, mas também para o nosso pais. Defender e apoiar os mais elevados interesses do Brasil é marca da atuação da CBIC, parte do seu DNA, ancorando uma trajetória que alcança 60 anos em 2017. Essa é a nossa missão. Elétrica Ferramenta fundamental para o diagnóstico de problemas no fornecimento, deve ser objetivo e eficiente Gerenciamento de energia Fundamental para elaboração de estratégias de redução no consumo de energia, a medição deve garantir o controle efetivo de demanda Utilidades - reservatórios Cada vez mais comum, o reuso de água requer cuidados e monitoramento efetivo  Integração com sistemas de 3° Independente de marcas, realizamos integrações objetivas e com funcionalidade Automação de Sistemas www.b2e.eco.br Ar condicionado e ventilação Com sólidos conceitos em automação e controle de sistemas de HVAC, configuramos sistemas eficientes e seguros Iluminação Com um peso importante no consumo de energia, implementamos soluções que minimizam o desperdício 11 3042 8559
  • 10. 10 jun-jul/17 rev/gbc/br inovação 10 jun-jul/17 rev/gbc/br QUESTIONÁRIO PROUST Felipe Faria Q. Qual é o seu maior medo? Honestamente, tenho medo de seringa. Q. Qual figura histórica você mais se identifica? Personalidades históricas me inspiram bastante. Hoje, menciono Joana D’Arc por sua impressionante determinação, coragem e fé. Q. Que pessoa viva você mais admira? Sr. Zé Luiz. Um herói desconhecido que vive em uma comunidade ribei- rinha na Floresta Amazônia. Ele possui uma sabedoria ancestral única e muita consciência sobre o que realmente é importante durante nossa jornada de vida. Estes sábios desconhecidos podem ser encontrados em todo lugar e bastam duas horas de conversa para colaborar com a trans- formação do estilo de nossas vidas para melhor. Nós precisamos apenas nos permitir a reconhecer estes “anjos” no meio da multidão. Q. Qual é a sua maior extravagância? Uma extravagância que me recordo foi a compra de um ingresso, via cambista, para assistir um jogo de quartas de finais da Copa do Mundo no Brasil. Q. Qual é a sua viagem favorita? Eu adoro viajar pelo Brasil e também coleciono grandes memórias viajan- do na companhia dos colegas do movimento de construção sustentável. Não é fácil escolher um lugar favorito. Entretanto, uma experiência mar- cante que recomendo a todos é visitar a Floresta Amazônia. ©DivulgaçãoGBCBrasil CEO Green Building Council Brasil Presidente Comitê de Networking das Américas do World GBC
  • 12. 12 jun-jul/17 rev/gbc/br inovação 12 jun-jul/17 rev/gbc/br QUESTIONÁRIO PROUST Q. O que você considera a virtude mais superestimada? Prudência. Às vezes devemos assumir riscos. Ou a auto-estima em pes- soas instabilizadas pelo ego, isto causa arrogância. Q. Quais palavras ou frases você mais gosta de usar? "Seja a mudança que você deseja ver no mundo", de Mahatma Gandhi. Eu amo esta frase, ela me lembra muito o início do GBC Brasil. Q. Qual é o seu maior arrependimento? Me arrependo haver interrompido a prática de artes marciais, surfe com os amigos, futebol e tocar piano. Agora sofro em retornar a boa forma nestas práticas, especialmente quando jogo futebol com aqueles 15 anos mais jovens que eu. Não importa o quanto está ocupado, sempre conse- guimos encontrar tempo para nossa família, amigos e lazer. Q. Que talento você mais gostaria de ter? Saber cantar. Q. O que você considera sua maior conquista? Baseado em uma liderança interdependente e contando com a colabora- ção de centenas de empresas e profissionais, minha maior conquista ao longo de 10 anos dedicados integralmente ao GBC Brasil, foi ter participa- do da consolidação do setor de green building como a melhor opção de negócio na indústria brasileira da construção civil, independente do setor e segmento de mercado. Q. Se você morresse e voltasse como uma pessoa ou coisa, o que você acha que seria? Um grande pássaro migratório, como por exemplo a águia. Gosto muito de visitar locais diversos e conhecer pessoas diferentes. Pássaros pos- suem um forte senso de fidelidade e me identifico com isto. Pássaros tam- bém são livres e vivem de forma independente, sem serem egocêntricos. Na minha opinião, alcança o poder aquele que é ausente de ego. Q. Se você pudesse escolher voltar como uma coisa, que coisa seria? O gato da minha irmã. Ele vive melhor. Q. Qual é a sua posse mais preciosa? Minhas experiências é o meu tesouro. Por esta razão, eu me forço a curtir os amigos, locais, meus hobbies e família. Estar cercado de boas pesso- as nos traz experiências melhores, isto aumenta meu tesouro. Q. O que você considera como a menor profundidade da mi- séria? Ego. Q. Qual é a sua ocupação favorita? Ser pai. Mas ainda estou buscando esta posição. Q. Qual é a sua característica mais marcante? Otimismo. Q. Quais são os seus heróis na vida real? Qualquer pessoa que possa me ensinar como ser a mudança que desejo ver no mundo. Q. De quem você não gosta muito? Veículos de mídias populares que asseguram boa parte da programação para cobrir notícias negativas ao invés de promover aqueles que estão fazendo a diferença de forma positiva e em benefício a coletividade. Q. Qual é o seu lema? Um único raio de luz é suficiente para afastar inúmeras sombras. Manter nossas mentes fortes, ser persistente e nutrir pensamentos e objetivos positivos... Uma pessoa é suficiente para mudar o mundo, imagine um grupo de profissionais e empresas que trabalham de forma colaborativa com foco em construções e comunidades verdes. Q. O que você vai colocar na sua lápide? Ocupado! Planejando seu retorno a Terra.
  • 13. Acredite. Água coletada do vaso sanitário com fezes e urina. Mesma água após 15 minutos de tratamento na Estação ThermoMix. Av. Vital Brasil Filho, 235 Olímpico - São Caetano do Sul - SP | Tel: (11) 4228-6226 | www.thermomixbrasil.com.br Estações de Tratamento de Água ThermoMix Brasil: Economia que gera lucro, sustentabilidade que gera futuro. A ThermoMix Brasil apresenta a ERA: Estação de Reúso de Água compacta, que produz água de reúso a partir do reaproveitamento do seu esgoto descartado. A ERA trabalha com os processos de oxidação avançada e nano filtragem, dispensando o uso de qualquer produto químico no tratamento. Todo processo de tratamento da água é controlado e monitorado por hardwares e softwares, garantindo assim sua qualidade no final do processo. A ThermoMix Brasil desenvolve o projeto ERA de acordo com a capacidade, espaço e infraestrutura existentes, sem a necessidade de reformas que causam a paralisação do funcionamento do empreendimento. www.grupor2d.com.br A THERMOMIX INSTALA A ERA SEM CUSTOS DE EQUIPAMENTO O EMPREENDIMENTO ECONOMIZA ATÉ 30% NA CONTA DE ÁGUA A THERMOMIX COBRA APENAS PELO METRO CÚBICO DE ÁGUA TRATADA PROCESSO DE OXIDAÇÃO AVANÇADA
  • 14. 14 jun-jul/17 rev/gbc/br projeto em destaque São Paulo Corporate Towers: integração como chave para o desenvolvimento projeto em destaque 14 jun-jul/17 rev/gbc/br
  • 15. revistagbcbrasil.com.br 15jun-jul/17 projeto em destaque À primeira vista o que chama atenção nas duas torres que compõem o São Paulo Corporate Towers é a arquitetura arrojada. Os dois edifícios, localizados na marginal do Rio Pinheiros, em São Paulo, “dançam suavemente em meio a uma grande área de espécies nativas da Mata Atlântica”, conforme descreve Rafael Pelli, sócio da Pelli Clarke Pelli Architects (es- critório corresponsável pelo projeto). Além disso, o empreendimento também é exemplo de integração entre o espaço privado e público, entre construção e natureza, o que o coloca entre os mais bem sucedidos projetos do tipo no país. Construído no coração da Vila Olímpia, bairro da zona sul da capital Pau- lista, o São Paulo Corporate Towers chama a atenção por sua preocu- pação com sustentabilidade. Com projeto realizado numa parceria entre o escritório americano Pelli Clarke Pelli Architects e o brasileiro aflalo/ gasperini arquitetos, o São Paulo Corporate Towers recebeu a certifica- ção LEED, categoria Core & Shell, em seu mais alto nível: Platinum 3.0. Arquitetura Arrojada A área total do terreno do empreendimento é de 38.000 m², dos quais 9.600 m² são de área permeável, somando 18.000 m² de área ajardinada. Resumindo em três itens, Rafael Pelli diz que o São Paulo Corporate To- wers possui composição dinâmica, formas esculturais e tecnologia inte- ligente. O empreendimento é o primeiro assinado pela Pelli Clarke Pelli no Brasil. “O design final que tentamos expressar no projeto foi inspirado na energia, no otimismo e na beleza natural com que tivemos contato no Brasil. Ele, sem dúvida, estabelecerá uma nova aspiração aos prédios comerciais em São Paulo”, relata o arquiteto. O empreendimento conta com duas torres (Norte e Sul) de 30 andares cada, além de ático, térreo e área de varejo. Possui 60 elevadores inte- ligentes e de alta performance, além de 2 pares de escadas rolantes. “Tudo o que desenvolvemos é uma resposta única às necessidades, às circunstâncias e às oportunidades artísticas de cada projeto. O fato de os dois prédios serem vistos de todas as direções da cidade nos levou a desenhar formas esculturais que, ao mesmo tempo, fossem eficientes e práticas. O vidro leve da fachada exterior é visto como fitas que envolvem em espiral os prédios. O prédio incorpora as mais recentes tecnologias tanto em sua engenharia e sistemas quanto em seu design”, explica Ra- fael Pelli. A Torre Norte conta com mezanino e heliponto com capacidade para 18t e Sky Lobby. É um prédio de Amenities (ou seja, que oferece comodida- des), composto por centro de convenções, restaurantes e cafeteria. A Torre Sul possui características semelhantes a Norte. Compõe o empre- endimento também um prédio técnico para a entrada de energia, gera- dores e chillers, com três subsolos, térreo e pavimento superior. Em termos de comodidade para os locatários, o SP Corporate Towers apresenta alguns diferenciais, como por exemplo, a opção de implan- Empreendimento que res- salta “o espírito brasileiro alegre e contemporâneo, integrando uma escultura ao ambiente da cidade” é exemplo nacional em sus- tentabilidade e paisagismo. Fotos:©2016AnaMello projeto em destaque Por Paulo Dias
  • 16. 16 jun-jul/17 rev/gbc/br projeto em destaque tar uma cozinha full service com exaustor próprio. Além disso, oferece a possibilidade de acesso interno entre os pavimentos de uma mesma empresa. Sem contar que o empreendimento possui certificação LEED CS (Core & Shell), que atesta justamente o alto nível de eficiência e sus- tentabilidade de envoltória e estrutura principal de edifícios cujos interio- res serão locados. Diferenciais sustentáveis O empreendimento conta com uma usina de geração de energia composta por quatro geradores de 2MW (cada), sendo um a diesel e três a gás. Isso torna o pro- jeto autossuficiente, o que o coloca na frente até mesmo de outros edifícios modernos. Em relação aos recursos hídricos e a hidráulica, o SP Corporate Towers possui uma série de diferen- ciais. Projetado para ter o menor consumo de água potá- vel, o empreendimento consegue promover a economia de uma grande quantidade de água através da utilização de dispositivos de conservação e por meio de coleta e reutilização de águas cinzas, águas pluviais e água de condensação do sistema de ar-condicionado. Com essa combinação estratégica, o esgoto sanitário e o esgoto pluvial serão reduzidos substancialmente, além de diminuir a necessidade de compra de água potável. O SP Corporate Towers possui ainda tecnologia para tratar águas cinzas e gerar água de reuso. Tal água é utilizada para irrigação, ar-condiciona- do e limpeza das áreas comuns. Além disso, o empreendimento conta com reservatórios de água potável com capacidade de 200 m³ por torre, o que representa aproximadamente dois dias de reserva. Por fim, pensando numa maior flexibilização para os usuários das lajes, o empreendimento conta com dois tipos de sistema de esgoto: conven- cional e a vácuo. Isso acaba impactando na economia de água, visto que os sistemas a vácuo são muito mais econômicos. Como não poderia deixar de ser, a alta eficiência no uso e gestão dos recursos do empreendimento é amparada por um moderno sistema de automação. O SP Corporate Towers conta com o sistema BMS completo (Building Management System): automação inteligente de gerenciamen- to predial e controle de acesso interligado à chamada de elevadores e ©2016AnaMello
  • 17. revistagbcbrasil.com.br 17jun-jul/17 projeto em destaque sistema de tarifação individual de energia elétrica e água. Além de tudo, o empreendimento incentiva o usuário a adotar meios mais conscientes para chegar ao local. Por isso oferece 225 vagas para veí- culos de baixa emissão de poluentes e baixo consumo de energia e 63 vagas para bicicletas. Localizado próximo a grandes avenidas como a Nações Unidas e a Presidente Juscelino Kubitschek, o São Paulo Corpo- rate Towers proporciona fácil acesso as diversas linhas de ônibus e duas estações de trem. Paisagismo integrado Sem dúvidas, um dos maiores chamativos do empreendimento é o pai- sagismo. Distribuído por 18.000 m², a bela área verde é composta por mais de 170 espécies nativas da Mata Atlântica preservadas. Ao todo, são mais de 700 árvores integradas num ecossistema vivo e autônomo. O projeto paisagístico foi desenvolvido pela Balmori Associates, empresa internacional de design urbano e paisagismo fundada pela renomada designer urbana Diana Balmori. A intenção do escritório foi justamente integrar a grande área verde ao empreendimento e especialmente à cida- de, no chamado Design Regenerativo, que visa mostrar que paisagismo é muito mais do que enfeite, é um elo harmônico que promove renova- ção e bem-estar à cidade e a todos que utilizarão o espaço. “No projeto reintroduzimos a Mata Atlântica, resgatando a diversidade de plantas e celebrando um dos habitats naturais mais especiais do mundo. Assim, o design combina as mais avançadas engenharias e tecnologias para prédios com a rica herança histórica da cidade de São Paulo”, conclui Rafael Pelli. ©2016AnaMello Projeto: São Paulo Corporate Towers Localização: São Paulo - SP Cliente/proprietário: Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) Área do terreno: 38.858,00 m² Área construída: 257.799,74 m² Certificação: 10/04/2017 Sistema e Nível da Certificação: Core & Shell (CS) Platinum 3.0 Arquitetura: Pelli Clarke Pelli Architects e aflalo/gas- perini arquitetos Construtora: Camargo Corrêa Consultoria de sustentabilidade: Atelier Tem e CTE Projeto de Fachada: IBA – Building Envelope Consultants Consultor de Fachada: Crescêncio Petrucci Projeto de Paisagismo: Balmori Estrutura de Concreto: França & Associados Engenharia Ltda. Estrutura Metálica: K&F Engenheiros Associados Projeto de Instalações: MHA Engenharia Projeto de Ar-Condicionado: Teknika Projetos e Consultoria Ltda. Projeto de Luminotécnica: Studio IX projeto em destaque
  • 18. 18 jun-jul/17 rev/gbc/br CONSTRUINDO HISTÓRIA E lá se foram 10 anos desde a fundação do GBC Brasil. A tra- jetória de crescimento dos em- preendimentos com certificação LEED é comprovada não apenas pelo volume de construções cer- tificadas, mas também pelo grau de certificação atingido. Vale lembrar que o primeiro edifício certificado do País foi uma agên- cia bancária e um dos mais re- centes é também o maior e mais moderno complexo de escritórios da América Latina, o São Paulo Corporate Towers, que atingiu pontuação suficiente para posi- cioná-lo entre os cinco empreen- dimentos mais sustentáveis do mundo. A CBRE, líder mundial em con- sultoria de Real Estate e um dos membros fundadores da GBC Brasil, acompanha de perto o progresso do trabalho realizado pela competente equipe do GBC no País e se orgulha de fazer parte dessa história. Os edifícios sustentáveis são uma forma de contribuirmos com o meio am- biente e com a sustentabilidade do planeta. Na mesma medida, podemos dizer que tais empreen- dimentos elevaram a indústria da construção civil a outro patamar e lançaram um novo olhar sobre a maneira como esses edifícios são comercializados. No início, muitos desenvolve- dores, com exceção daqueles internacionais já acostumados a certificarem empreendimentos em mercados mais maduros, se questionavam a respeito do investimento a ser feito em com- paração com o retorno esperado, afinal, uma década atrás, o valor de desenvolvimento dos "Green Buildings" era consideravelmente superior em relação ao dos edifí- cios não certificados. As dúvidas existiam também do lado dos ocupantes. Muitos se questionavam se os aluguéis dos "Green Buildings" seriam mais ele- vados e quais seriam os benefícios no curto e médio prazos. Para mui- tas empresas, tais edifícios eram vistos como algo premium, mas não algo necessário e que pudes- se fazer grande diferença. Os obstáculos transpostos para chegar aonde estamos hoje envolveram várias frentes. A in- dústria da construção, pouco desenvolvida para atender aos pré-requisitos exigidos para se obter uma certificação, foi se adaptando aos poucos, sendo que os materiais para obra e a lo- gística necessária foram revistos. Os gerenciadores agregaram às equipes de projetistas os consul- tores para certificação LEED. Os Vice-Presidente da CBRE no Brasil ©DivulgaçãoCBRE/GabrielBarrera
  • 19. revistagbcbrasil.com.br 19jun-jul/17 CONSTRUINDO HISTÓRIA arquitetos e projetistas em geral passaram a especificar novos materiais e a projetar de forma mais consciente. Enquanto isso, os consultores imobiliários aprendiam como re- passar ao usuário final, ou seja, os ocupantes, o propósito e as vantagens de um "Green Buil- ding". A começar pela economia no custo de operação, uma vez que edifícios certificados pos- suem custos operacionais infe- riores aos não certificados por conta da grande preocupação com o consumo consciente de produtos e insumos, o que con- tribui para a redução do custo condominial. A indústria da propaganda teve papel não menos importante. Rapidamente, muitas empre- sas perceberam que estar em um empreendimento certificado garante imenso valor agregado justamente por associar a marca a ações sustentáveis e por trans- mitir aos colaboradores e clien- tes uma mensagem inequívoca que a empresa compartilha dos mesmos princípios de sustenta- bilidade. As administradoras de condo- mínios também tiveram que se moldar a esse novo mercado. Atualmente, mais de 50% dos empreendimentos com classi- ficação Triple A administrados pela CBRE são certificados. Aos poucos, esses números vão crescendo e se tornando cada vez mais significantes. Nossas pesquisas apontam ainda maior velocidade de absorção desses empreendimentos e, consequen- temente, menor taxa de vacância em comparação aos edifícios não certificados de mesma ca- tegoria. Do mesmo modo, os locatários compreenderam as vantagens de certificar seus próprios espa- ços internos. Após o crescimen- to e consolidação dos edifícios certificados "Core&Shell", obser- vamos hoje o grande aumento pela procura da certificação "CI Commercial Interiors", demanda- da justamente pelos ocupantes e voltada para escritórios de alto desempenho e que representa uma forte tendência para os pró- ximos anos. Há dez anos, pregávamos a ne- cessidade de os empreendimen- tos serem certificados pois, assim como ocorreu em outros países, acreditávamos que o mercado iria caminhar nessa direção e que os empreendimentos não certifi- cados já nasceriam com poucas chances de competir e gerar os retornos esperados quando prontos, simplesmente porque correriam o risco de ser julgados como obsoletos ou descartados justamente por aqueles ocupan- tes que, uma década atrás, ainda tinham dúvidas e hoje buscam e priorizam os "Green Buildings" na escolha de suas novas sedes. Pensar em empreendimentos sustentáveis é se preocupar com o futuro. É escolher se engajar e oferecer uma pequena con- tribuição para o planeta. Ações como ocupar escritórios em em- preendimentos "verdes" podem impactar a vida de muitas pes- soas, principalmente a dos co- laboradores. É uma cultura que deve cada vez mais se alastrar e proporcionar frutos a todos os envolvidos. Adriano Sartori é vice-presidente da CBRE Brasil e diretor das áreas de Locação, Brokerage Services e Marketing. O execu- tivo está na CBRE desde 1994. Formado em Arquitetura e Urbanismo pela USP e com curso de extensão em Urbanismo pela Concordia University do Canadá, Sar- tori é membro fundador do Green Building Counsil Brasil (GBCB) e do FRICS (Royal Institution of Chartered Surveyors). A evolução dos Green Buildings
  • 20. 20 jun-jul/17 rev/gbc/br DOSSIÊ SOLUÇÕES DOSSIÊ ESPECIAL USO RACIONAL DA ÁGUA EM EDIFICAÇÕES Por Paulo Dias e Taís Cruz
  • 21. revistagbcbrasil.com.br 21jun-jul/17 DOSSIÊ SOLUÇÕES O recurso mais precioso de nosso planeta é também um dos mais frágeis. Usar de forma consciente é fundamental, e o setor da construção tem papel importante nisso. D esde a pré-escola somos ensi- nados sobre a importância de se utilizar a água com respon- sabilidade. O que muitas pes- soas não entendem é que nos- so recurso natural mais valioso – e vital para a vida – é mais raro do que parece. Apesar de o planeta Terra ter 75% de sua superfície coberta por água, apenas 3% desse volume é água doce. E não para por aí: desses 3%, uma pequena quantidade é acessível ao ser humano (em rios, lagos e lençóis freáticos), já que a maior parte desse volume está conge- lado nas calotas polares ou em lugares ina- cessíveis do planeta. A partir desses números é possível entender porque tanta preocupa- ção com uso racional da água. O Brasil pode ser considerado um grande manancial mundial. Detém cerca de 12% da água doce e acessível do planeta. Isso é mais do que o volume de todo o continente Euro- peu, que tem cerca de 10%. Apesar disso, crises hídricas e falta de água em determina- dos locais do país têm sido pautas cada vez mais frequentes. O que leva o país a passar por isso? Em entrevista ao UOL, o geólogo Claudionor Araújo, do Conselho Estratégico do Institu- to Hidroambiental Águas do Brasil, diz que "nenhum dos segmentos cuida bem [dos recursos hídricos]. Esse sistema é como um casamento, em que marido e mulher têm de cuidar bem da casa. Os governos, em regra, só correm atrás de tomar remédio quando a dor chega. Mas água temos. Sabendo usar, não vai faltar”, conclui. Uso consciente em construções Sem dúvidas, o setor de construção é um dos que mais utiliza água em suas atividades. O uso desse recurso é indispensável, mas há maneiras de utilizar a água na construção (e manutenção) de edifícios de maneira mais consciente. Virgínia Sodré, diretora técnica da Infinitytech Engenharia e Meio Ambiente, acredita que “o uso racional da água deve entrar já no pla- nejamento da obra”. Para ela, seria muito importante que o responsável já planejasse a obra prevendo o possível consumo de água e as possíveis ações para redução deste con- sumo. “Trabalhamos há dois anos atrás com uma grande incorporadora em que criamos uma metodologia de trabalho de gestão de pegada hídrica para as obras. Então junta- mente com o planejamento da obra já saía- mos com a previsão de consumo de água, e com ações mitigadoras para redução do consumo”, exemplifica. Segundo Virgínia, 71% da população brasi- leira vive na região nordeste e sudeste, no entanto essas regiões possuem apenas 9% do recurso de água doce do país. Tais da- dos mostram a urgente necessidade de pla- nejamento dos setores privado e público de modo a atender toda a população sem prejuí- zo ao desenvolvimento e, o mais importante, ao meio ambiente. O trabalho em conjunto é fundamental para criar projetos que pensem no racional da água. As ações devem ser pensadas em um conjunto que envolve arquitetura, hidráulica e
  • 22. 22 jun-jul/17 rev/gbc/br DOSSIÊ SOLUÇÕES estruturas da edificação. “Devem ser previs- tos espaços físicos para a adoção de medi- das e práticas de conservação de água, de forma que sejam previstas as infraestruturas necessárias para implantação e manutenção desses sistemas. É importante destacar a necessidade de realizar uma boa caracteriza- ção hídrica da edificação, para que seja rea- lizado um bom balanço hídrico da edificação em conjunto com um estudo de viabilidade técnico e econômico detalhado para a esco- lha e definição das possíveis ações a serem adotadas. Tem que haver uma relação entre demanda e oferta de água importante, que viabilize o retorno sobre o CAPEX (custo de investimento) e o OPEX (custo de operação), que garanta o retorno sobre o investimento”, comenta Virgínia Sodré. Nem só os novos edifícios podem se tornar inteligentes no uso da água. Construções já existentes também podem e devem, se adap- tar com o auxílio de tecnologias que otimizam o uso hídrico na edificação. Isso começa com um trabalho de levantamento físico das insta- lações (caracterização hídrica da edificação), avaliando o balanço hídrico (detectando se não há consumo excessivo de água na edi- ficação) e as possíveis intervenções a serem realizadas. “Assim como em edifícios novos a gestão da demanda é um dos primeiros pon- tos que devem ser levados em consideração na adoção de ações numa edificação. Um dos pontos de partida para adoção de ações em edificações existentes é a avaliação dos indicadores de consumo e a comparação com edifícios semelhantes para identificar- mos se não há algum desperdício de água ocasionado por exemplo com vazamentos não visíveis”, explica Virgínia. Adaptar edifícios existentes de modo a deixá- -los mais sustentáveis têm sido uma crescen- te no mercado brasileiro. O GBC Brasil possui uma certificação dada a edifícios já existentes que, dentre outros pontos, analisa como o prédio está usando eficientemente os recur- sos hídricos. É o LEED EB O+M. Para mais informações sobre esse sistema do LEED procure a edição nº12 da Revista GBC Brasil. Soluções alternativas Algumas soluções relativamente simples, mas que geram rápido retorno, vem sendo adota- das por cada vez mais edificações. Reuso de água, por exemplo, se mostra uma alternativa interessante para alguns tipos de situações. “O reuso se mostra viável principalmente em projetos que temos uma grande demanda de água não potável na edificação. Vejo muitos empreendimentos comerciais por exemplo adotando o reuso de águas cinzas (águas de torneiras e chuveiros), e a oferta de água nes- se tipo de empreendimento costuma ser mui- to baixa. Dessa forma na maioria das vezes não há viabilidade mais por outras razões (as vezes o processo de certificação ambiental da edificação), leva ao incorporador a adotar este tipo de ação”, comenta Virgínia Sodré. Outra alternativa, essa bem mais utilizada, é o reaproveitamento de água da chuva para atividades como limpeza e irrigação dos edi- fícios. Virgínia acredita que “o aproveitamento de água de chuva é uma solução com baixo investimento no que concerne custo de im- plantação versus custo de operação, e cada vez mais tem sido uma solução interessante que deve ser também estudada e projetada por um profissional qualificado”. É importante frisar que soluções como reu- so de água e reaproveitamento de água da chuva devem ser viabilizadas por profissio- nais capacitados, que analisarão se essas alternativas são interessantes (tanto do ponto de vista comercial, quanto ambiental) e darão o suporte técnico necessário para implanta- ção das tecnologias. “É muito importante en- tendermos que a água seja potável ou não potável tem relação intrínseca com a saúde e bem-estar da população. Dessa forma de- vemos evitar soluções caseiras e procurar- USO RACIONAL DA Virgínia Sodré Marcos Bensoussan ©DivulgaçãoGBCBrasil©DivulgaçãoGBCBrasil
  • 23. revistagbcbrasil.com.br 23jun-jul/17 DOSSIÊ SOLUÇÕES não cumprem a lei. Acredito que mais do que fiscalização e punição, deve haver um traba- lho de conscientização das pessoas quanto a importância do assunto, e a mídia tem um papel importante nisso”. Além disso, a ABNT criou uma comissão de estudos e prevenção da Legionella em edifi- cações, onde a sua proliferação é mais pro- pícia, conta Yamada, que também atua como secretário da comissão. “A Comissão de Estudo de Prevenção de Patogenias na Dis- tribuição de Água em Edificações está traba- lhando para direcionar o mercado e aqueles que têm intenção de adotar as prevenções. As normas (em fase de estudos desenvolvi- dos pela Comissão) é baseada na Norma de Prevenção a Legionella dos Estados Unidos, mas o nosso ponto central é um pouco dife- rente da deles, que é focada principalmente em ar condicionado, nós mesclamos as ne- cessidades nacionais de maneira a ver o edi- fício como um todo com as necessidades já desenvolvidas internacionalmente”. “É importante que o mercado se conscien- tize, a Legionella é uma realidade. Por mais que a situação não seja crítica, precisamos de conhecimento sobre o assunto. O fato é que não conseguimos identificar o problema, não sabemos exatamente o que a Legionella é, e quais são os riscos. Isso é o ponto críti- co, principalmente porque nos últimos anos algumas concepções prediais mudaram, al- gumas delas podem acabar criando condi- ções onde a contaminação pode acontecer com mais facilidade, é caso do sistema de aquecimento solar. Então, a gente tem que ter mais conhecimento para não correr o risco de solucionar um problema e acabar criando outro”, finaliza Marco Yamada. seja pouco conhecida, estima-se que a Le- gionella mata cerca de 8 mil pessoas por ano só no Brasil, segundo o especialista Marcos Bensoussan. “O que é preocupante não é a quantidade de casos que acontecem, mas a nossa falta de conhecimento sobre o que está acontecendo. Muitas vezes a Legionella é diagnosticada como virose, mas não sabe- mos se essa suposta virose foi causada pela bactéria ou outras coisas, a gente não tem co- nhecimento e nem ferramentas para averiguar, ou seja, falta abordagem técnica”, afirma Mar- co Yamada, diretor da Axion Engenharia. Há diversas maneiras de fazer a prevenção da contaminação pela bactéria, em geral cada caso deve ser analisado individualmente. Exis- te um método chamado APPCC – Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle, uma metodologia que analisa quais são os pontos críticos dentro do sistema, os riscos que ele oferece ao usuário e a maneira de abordar cada um desses pontos críticos. Com o intuito de garantir a qualidade da água foi desenvol- vido o Plano de Segurança da Água. “O Plano de Segurança da Água, é uma pro- posta elaborada para mitigar e minimizar os riscos que a água pode provocar na questão da saúde das pessoas. Isso vale tanto para a água que você bebe, quanto aquela que você aspira e aquela que tem contato com sua pele. Nesse plano faz-se uma avaliação de risco do edifício. Os riscos podem ser físicos, químicos e microbiológicos. Quando falamos de físicos, estamos falando de temperatu- ra da água. Riscos químicos envolvem, por exemplo, radioatividade e contaminação por produtos químicos na água. Já os riscos mi- crobiológicos envolvem toda a parte de bac- térias e outros micro-organismos que podem provocar doenças”, completa Bensoussan. A portaria 29 14 do Ministério da Saúde exige que todo edifício deve fazer o plano de segu- rança da água. Mas, segundo Marcos Ben- soussan, “infelizmente parte considerável das pessoas não o fazem. E não fazem porque mos sempre seguir as normas e critérios de projeto para assegurarmos acima de tudo a saúde do usuário final deste sistema”, conclui Virgínia. “Sustentabilidade e saúde devem trabalhar juntas, porque não adianta projetarmos um edifício dito sustentável, mas que não levou realmente a sério a questão da água e como ela pode afetar as pessoas que o utilizarão” pontua Marcos Bensoussan, especialista em segurança da água e planos de gerencia- mento da água. Legionella: um perigo silencioso mas real Legionella é um gênero de bactérias que vi- vem na água, mas a sua proliferação se dá principalmente dentro do sistema predial, onde o ambiente é favorável para isso. Ou- tro agravante da sua presença na edifica- ção é que a contaminação dos usuários que acontece pela aspiração das bactérias, que podem ser lançadas no ar pelo sistema de refrigeração, por exemplo. “A Legionella vive na água, em todo tipo de água. Ela pode estar presente em quantida- des detectáveis ou não detectáveis. A con- taminação humana se dá pela aspiração de água em que a Legionella esteja presente. Essa aspiração pode resultar em dois tipos de doenças. A primeira é uma Febre Pontiac, que é uma febre alta, um tipo de resfriado pe- sado. A segunda, mais grave, é a pneumonia, que leva muitas pessoas a morte. A grande dificuldade é que a Legionella vive na água, portanto não há como se evitar que ela exis- ta. Ela só morre em águas com temperatura acima dos 65°C”, diz Marcos Bensoussan, Strategic Business Manager, Building Water Health da NSF International, também escre- veu um livro sobre segurança da água e outro sobre as bactérias Legionella. Em casos mais extremos a contaminação por essa bactéria pode até levar à morte. Embora A ÁGUA
  • 24. 24 jun-jul/17 rev/gbc/br DOSSIÊ SOLUÇÕES I magine usar a quantidade de água capaz de encher uma caixa d’água de 1000 litros para lavar a sujeira equivalente a de um balde de 3 litros? Parece insano, não é mesmo? Mas, guardadas as devidas proporções, é isso o que cada um de nós faz diariamente ao apertar a válvula da descarga. Quem explica isso é Mario Sérgio Sartori, diretor geral da ThermoMix Sistemas Sustentáveis. Levando em consideração que o USO RACIONAL DA ÁGUA EnviroMix: tecnologia em reuso da água a favor da sustentabilidade corpo humano é composto em média por 80% de água e que cada acionamento de uma des- carga comum utiliza 8 litros (8000g) de água, Mário Sérgio expõe, em números, a quantidade exorbitante de água que se gasta sem perceber com descargas: “Se uma pessoa defeca cerca de 100g por dia, numa média de 20g de maté- ria sólida de fezes em cada evacuação, conclui- -se que a quantidade de dejetos evacuados re- presenta apenas 0,25% do volume água gasto para diluí-la”. Por Paulo Dias
  • 25. revistagbcbrasil.com.br 25jun-jul/17 DOSSIÊ SOLUÇÕES Foi pensando em questões como essa que Mário Sérgio e sua equipe trabalharam para desenvolver uma tecnologia que reduza, ou pelo menos otimize o uso da água por vasos sanitários e assim contribua também com a sustentabilidade. Inicialmente criada como uma empresa com foco em eficiência energé- tica, a ThermoMix criou dentro de sua estrutura a EnviroMix, divisão de águas da organização, atuando no segmento de tratamento de águas residuais e de edifícios comercias com o foco no reuso em vasos sanitários, mictórios, lava- gens de áreas comuns e jardinagem. A estação de reciclagem de água criada pela empresa é resultado de uma tecnologia que oferece ao mercado um sistema inovador de reutilização da água. A ThermoMix tra- balha para mostrar ao mercado que o reuso de água não só é viável, como também é acessível. “Nosso maior desafio é trazer so- luções hídricas a empreendimentos que não possuem espaço físico nem mão de obra es- pecializada. Através de alta tecnologia, a En- viroMix resolve estes problemas, trazendo so- luções de tratamento eficientes, compactas e automatizadas”, explica Mário Sérgio. As estações de tratamento ocupam o espaço equivalente a uma vaga de garagem, portan- to cabem em praticamente todo empreendi- mento. Não utilizam produtos químicos em seu funcionamento e são automatizadas. “O processo de reciclagem da água consiste em uma série de etapas, como a filtração sim- ples, a nanofiltração por membranas e, prin- cipalmente, a oxidação avançada, que é uma tecnologia desenvolvida pela Thermomix capaz de eliminar toda a matéria orgânica”, explica Leandro Sartori, diretor executivo da empresa. A tecnologia desenvolvida pela EnviroMix não é comercializada. O modelo de negócio da empresa consiste em vender a água tratada a um preço menor do que o comercializado pelas companhias de abastecimento. É a empresa que desenvolve o projeto e instala a estação de tratamento. Ao proprietário do edifício fica a responsabilidade de realizar a infraestrutura interna do edifício para entregar a água no seu ponto de consumo final. O sistema de reuso de água permite reduzir a quase zero o uso de água potável nas des- cargas. Considerando que tal uso representa até 80% do consumo de água do edifício, é possível gerar uma economia que varia entre 30% e 40% em redução de custos. O tempo de retorno do investimento também é bastan- te rápido, ficando entre 8 a 12 meses, depen- dendo da construção do edifício e da inten- sidade do uso. A rapidez do funcionamento do sistema é outro diferencial: em apenas 15 minutos a água é tratada na estação e está disponível para voltar aos vasos sanitários. Por todos esses fatores, a tecnologia sus- tentável desenvolvida pela EnviroMix ajuda a obter pontuação em certificações ambientais, como a certificação LEED. Aliada a outras práticas no edifício, pode trazer ao empreen- dimento pontuação máxima nesse quesito da certificação. “A ThemoMix acredita que é possível ser sus- tentável ao minimizar os impactos ao meio ambiente, proporcionando melhor qualidade de vida à sociedade e trazer ganhos econô- micos ao empresário. Os projetos elaborados pela empresa são feitos sob medida para cada aplicação e com sistemas confiáveis que permitam a rápida tomada de decisão, mesmo por aqueles que não tenham conhe- cimento específico”, explica Leandro Sartori. A empresa está de portas abertas para expli- car melhor seus sistemas e auxiliar proprietá- rios nos projetos e instalação. Também esta- rá presente na Expo GBC Brasil 2017, entre os dias 8 e 10 de agosto, onde terá um stand e apresentará palestras e consultoria ao pú- blico, explicando suas tecnologias. Divisão de águas da ThermoMix revoluciona mercado por oferecer um sistema altamente eficiente e com tempo rápido de retorno do investimento
  • 26. 26 jun-jul/17 rev/gbc/br DOSSIÊ SOLUÇÕES O Programa PROÁGUA, de- senvolvido pela Deca, é um conjunto de ações ex- clusivas e inovadoras com o objetivo de preservar os recursos naturais através do reuso e aproveitamento de águas pluviais, de- tecção de vazamentos, medição do consumo de água e o desenvolvimento de novas solu- ções para redução do consumo em edifícios, através de estudos específicos para cada tipo de caso. Além de estimular a mudança de há- bitos dos usuários para que todas as ações contra o desperdício sejam de fato colocadas em prática. Entendendo a necessidade de preservação e melhor gerenciamento da água, a Deca está em constante busca por mudanças de atitude que possam contribuir ao uso consciente da água. Esta preocupação também está muito presente no seu catálogo de produtos, são mais de 389 produtos economizadores, sem abrir mão do design e conforto propiciado aos clientes. Apesar de todos os esforços da empresa para fomentar o uso eficiente da água, essas ações esbarram, muitas vezes, na falta de interesse do mercado como um todo em atuar neste campo, como enfatiza Osvaldo Barbosa, da Engenharia de Aplicação Deca. “Ainda hoje há a barreira neste mercado do entendimento de se realizar ações preventivas e constantes para fazer de fato a gestão da água. O que acaba acontecendo muitas vezes é que em épocas de crise hídrica, como a que tivemos há pouco, o interesse por medidas de econo- mia de água aumenta muito, mas no momento em que a situação volta a se normalizar a ten- dência é que a demanda por esse tipo de ser- viço caia. Então, é difícil que o mercado enxer- gue a necessidade de manter essas ações”. A metodologia PROÁGUA, lançada no ano de 2013 depois de estudos internos realizados pela Deca, tem como ponto de partida a ava- liação das condições do edifício, de acordo com as suas especificações e tipologia. Anali- sando o sistema hidráulico, sistemas de pres- são e vazão, onde e como a água é usada e tipo de produtos instalados (louças e metais), para que por meio dessas informações seja elaborado o estudo de viabilidade das ações que podem ser desenvolvidas de acordo com as condições da edificação. A partir daí a tecnologia entra em ação para ajudar no entendimento do consumo de água, como a setorização e instalação de medido- res, em conjunto com a sugestão de louças e metais que oferecem maior economia. A detecção e concerto de vazamentos é outro ponto muito importante para combater o des- perdício. Outra ação realizada dentro das me- didas do PROÁGUA é o plano de manutenção dos produtos para que sua eficiência seja re- tomada ou não seja perdida com o tempo de uso. Portanto, o programa atua principalmente em três bases: atuação consistente de mão- -de-obra e serviços; aplicação de tecnologias PROÁGUA promove a valorização e uso consciente de água Com o objetivo de estimular o uso eficiente dos recursos hídricos, a Deca elaborou uma metodologia própria que vai desde a análise da edificação a sensibilização do usuário USO RACIONAL DA ÁGUA Osvaldo Barbosa ©RafaelRenzo Por Taís Cruz
  • 27. revistagbcbrasil.com.br 27jun-jul/17 DOSSIÊ SOLUÇÕES eficazes e o desenvolvimento de campanhas de sensibilização dos usuários. A conscientização dos usuários é essencial para que as medidas de uso racional da água sejam aplicadas da forma correta no dia-a-dia do edifício. “As ações que buscam a mudança de hábito dos usuários são de extrema impor- tância. Não adianta a gente fazer toda a manu- tenção do edifício, tirar os vazamentos, colocar os produtos mais eficientes se os usuários não estiverem engajados, ou, pelo menos, sensi- bilizados com o tema. A final, o produto obe- dece aos comandos do usuário, se ele quiser usar mais água do que o necessário ele vai fa- zer isso de qualquer forma”, explica Osvaldo. Um case de muito sucesso de aplicação da metodologia PROÁGUA é o Museus de Arte de São Paulo – MASP, o edifício consumia em média mais de 2.000 metros cúbicos de água por mês. Pouco tempo depois da implementa- ção das ações o Museu diminuiu seu consu- ©DivulgaçãoMASP mo para 1.032 metros cúbicos, o que repre- senta mais de 40% de economia de água. Com um número tão significativo de visitantes, o edifício MASP era um edifício que consumiu nos últimos anos grande quantidade de água, chegando a de mais de 2.000 metros cúbi- cos em um mês. Como solução para elevado consumo a Deca iniciou uma parceria com o MASP levando para o museu o conceito do PROÁGUA. Dentre as principais ações reali- zadas devem ser ressaltadas três: treinamento da equipe de manutenção, medição setoriza- da e instalação de produtos economizadores. O case do Museu de Arte Moderna de São Paulo é de fato um exemplo de sucesso, mas, apesar do empenho do poder público, ainda há muito a ser feito para que essas medidas saiam da esfera privada e tenham um alcance maior. “Nós temos tomado essas ações basicamente no setor privado. O poder público tem se ali- nhado e tentado fazer a sua parte, mas ainda temos uma dificuldade muito grande de imple- mentar programas, como o PROÁGUA, e levar essas soluções para municípios, por exemplo, para que a eficiência do uso da água atinja um nível mais amplo”, comenta Osvaldo.
  • 28. 28 jun-jul/17 rev/gbc/br DOSSIÊ SOLUÇÕES ASSINATURAS A PARTIR DE 3x R$ 49,90* A REVISTA OFICIAL DO GBC BRASIL. SÓ TEM UMA. LIGUE E ASSINE: 11 5078 6109 Fique por dentro do melhor conteúdo da construção sustentável *Assinatura Anual (6 edições): R$ 149,70. Para Assinatura Corporate (3 exemplares x 6 edições): R$ 299,70 ou 3x R$ 99,90 Em geral, a linha de materiais Deca valoriza a qualidade de seus produtos, mas sem deixar de lado o meio ambiente. Por isso, desenvol- veu a Tecnologia Eco para oferecer as me- lhores soluções em busca de economia com design inovador e agradável, tornando esta busca um compromisso da empresa No caso de edifícios residenciais, os principais vilões são os chuveiros e bacias sanitárias, para solucionar este problema há a linha de produtos economizadores da Deca. Os produtos Deca Hydra Duo são capazes de economizar 60% do volume usado nas bacias por meio do sistema com duas opções acionamento da descarga, por exemplo. Já o chuveiro Deca Balance, com a tecnologia que mistura ar e água, ele é capaz de economizar até 70% de água. O misturador Aspem é acompanhado por um restritor que permite vazão máxima de 16 li- tros/minuto, propiciando economia e conforto. Por conta do alinhamento da Metodologia PROÁGUA aos conceitos de conservação e uso eficiente da água, este programa auxilia de forma direta o preenchimento dos requi- sitos exigidos em certificações ambientais, como o LEED, nas mais diversas tipologias de edifícios e também mas com as metodologias; LEED Healthcare, LEED Schools, LEED Retail e LEED Commercial Interiors. Chuveiro Deca Balance Torneira Twist com tecnologia ECO Torneira Dream com tecnologia ECO Torneira Aspen com tecnologia ECO
  • 29. revistagbcbrasil.com.br 29jun-jul/17 DOSSIÊ SOLUÇÕES • Protocolo de comunicação sem fio com tecnologia Z-Wave • Redução de até 15% no consumo de energia elétrica • Administração do uso racional da água • Cenários de automação adaptados a cada ambiente • Controle e gestão através de aplicativos para Smartphone e Tablets Brasília (61) 3361-1697 | RJ (21) 2229-9365 www.jlqautomacao.com.br Sustentabilidade significa controle As soluções JLQ em automação trazem para os empreendimentos residenciais, comer- ciais e corporativos, a mais moderna tecnologia de controle em luminosidade, adminis- tração do uso da água, uso de gás, segurança, além de promover eficiência energética, o que contribui para a pontuação LEED e requisitos sustentáveis do seu projeto. Usando a tecnologia Z-Wave (distribuição do sinal entre os equipamentos), a JLQ propicia o acesso a todos os aparelhos através de plataforma própria ou aplicativos para smartphone ou tablets, permitindo uma gestão remota e integrada de alta qualidade. SUSTENTABILIDADE ECONOMIA SEGURANÇA CONTROLE
  • 30. 30 jun-jul/17 rev/gbc/br DOSSIÊ SOLUÇÕES É de conhecimento de especia- listas que boa parte dos gas- tos com água em edifícios ve- nha dos banheiros. E mais que isso, dos vasos sanitários. A grande maioria dos vasos dis- poníveis no mercado consome algo entre 6 e 12 litros de água por descarga. O volume total consumido pode atingir proporções gigantes- cas se considerarmos o número de frequenta- dores do edifício e quantas vezes eles utilizam o banheiro diariamente. Sendo assim, parece sensato concentrar forças no desenvolvimen- to de tecnologias que minimizem e otimizem ao máximo o uso da água em vasos sanitá- rios. Nesse sentido, algumas empresas vêm desenvolvendo tecnologias inovadoras. Uma das maiores é o grupo Evac. Multinacional de origem finlandesa, o grupo Evac foi fundada em 1975 e é líder mundial na gestão integrada de resíduos (coleta e transporte a vácuo, tratamento de resíduos úmidos e secos), mas também geração de água potável (dessalinização), em lugares confinados (edifício, navio...), nos setores da construção civil, naval e offshore. Evac já realizou mais de 20 mil instalações na área marítima, 2 mil instalações offshore e 2,5 mil na construção civil em todo mundo. “O DNA Evac: tecnologia avançada em soluções a vácuo Multinacional ganha mercado no Brasil aliando sustentabilidade e tecnologia através de sistemas de coleta a vácuo USO RACIONAL DA ÁGUA da Evac é sustentabilidade. Isso é o que nos move. Nascemos da vontade de economizar água”, ressalta Jean-Pierre Bernard, gerente geral da Evac Brasil. No Brasil a empresa atua desde 1998. Já são mais de 100 instalações no setor da constru- ção civil e mais de 40 no setor offshore que contam com a tecnologia Evac, alguns proje- tos assinados pelo consagrado arquiteto Os- car Niemeyer. “Niemeyer sempre foi um visio- nário também em relação à sustentabilidade. Os prédios projetados por ele são de traçados complexos. Isso dificulta a instalação de um sistema de esgoto tradicional por gravidade. Nesse sentido, o sistema a vácuo veio muito a calhar e proporcionou a realização de vários projetos do arquiteto”, explica Flávio Kimori, gerente de operações da Evac Brasil. Os projetos desenvolvidos pela Evac para o Grupo João Carlos Paes Mendonça (JCPM), empreendedora responsável pela construção de shoppings centers em várias capitais do Brasil, são exemplos de sucesso do sistema de esgoto a vácuo da Evac. Francisco Bacelar, diretor da Divisão Imobiliária do Grupo JCPM, explica a decisão de procurar as soluções da Evac para os empreendimentos do Grupo: “Procurávamos uma solução que unisse boa tecnologia e redução no consumo de água. Por Paulo Dias
  • 31. revistagbcbrasil.com.br 31jun-jul/17 DOSSIÊ SOLUÇÕES Os shoppings de grande porte recebem, em média, 70 mil pessoas por dia. Isso nos fez procurar um sistema eficiente e muito resis- tente devido ao elevado uso na rotina de um empreendimento como os shoppings. Enten- demos que a EVAC podia nos atender”, conta. Francisco Bacelar salienta ainda que a econo- mia de água nos empreendimentos beira os 70% mensalmente, o que propicia uma eco- nomia de cerca de 25 milhões de litros/mês. O público que frequenta os shoppings, é claro, percebe a diferença. O fator visual com me- nor volume de água nas descargas favorece o sentimento dos usuários com relação ao com- promisso dos shoppings com o meio ambien- te e gestão da água”, finaliza Bacelar. Inauguração do Showroom e lançamento do vaso sanitário Optima 5 no Brasil Apresentado à imprensa e ao mercado no último dia 8 de junho num showroom locali- zado no escritório da empresa, em São Pau- lo, o novo vaso sanitário a vácuo da Evac Optima 5 chama a atenção principalmente pelos detalhes (como conforto acústico por exemplo) e pelo design moderno (nos mode- los de chão e de parede). O sistema a vácuo Além de todos os benefícios ambientais, o pay- back do sistema a vácuo também é vantajoso. Segundo projeções da empresa, ele varia de oito meses a quatro anos, a depender do proje- to e da intensidade de uso do sistema. Por estar sob vácuo permanente, quase não ocorrem vazamentos e entupimentos no sis- tema. Sem contar que, sendo selado, elimi- na-se a chance de aparecimento de insetos e roedores dentro da tubulação. A instalação dos equipamentos é facilitada porque o vá- cuo permite uma elevação cumulativa de até 6 metros do efluente. Desse modo, obstru- ções como vigas ou dutos de ar condiciona- do, conseguem ser contornadas. “A elevação propiciada pelo vácuo oferece aos clientes uma flexibilidade enorme e acaba resolvendo problemas técnicos, como por exemplo evitar danificar edifícios tombados, cujas regras de reforma/demolição são mais rígidas”, comen- ta Jean-Pierre Bernard. Com um design moderno, moldado em por- celana, o vaso sanitário a vácuo não requer conexão elétrica. “O botão de acionamento pode ser manual ou automático, a depender das preferências de quem instalará o siste- ma. No painel traseiro do vaso são montadas as válvulas de descarga, ativadora e de água. Quando o botão de acionamento é pressio- nado, a válvula necessária para o funciona- mento é ativada, coletando o efluente para dentro da tubulação e direcionando-o à uni- dade central”, explica Flávio Kimori. A Evac também oferece ao mercado válvulas de interface e ralos a vácuo, que são utiliza- Vaso Sanitário Optima 5 Shopping Riomar - Fortaleza mostra-se vantajoso por fatores como custo- -benefício e a preocupação com o meio am- biente e economia de água. O vaso sanitário a vácuo da Evac consome apenas 1,2 litro de água por descarga (utilizada exclusivamente na higienização do vaso). Isso representa uma impressionante economia que beira os 90%. Tal nível de economia garante ao edi- fício uma alta pontuação no quesito água de certificações ambientais, como as certifica- ções LEED, BREEAM, AQUA, DGNB entre outras. Aliado a outras práticas, pode trazer ao empreendimento a pontuação máxima nesse quesito. Fotos:DivulgaçãoEvac
  • 32. 32 jun-jul/17 rev/gbc/br DOSSIÊ SOLUÇÕES das na coleta do efluente de pias, mictórios e chuveiros. Assim como os vasos sanitários, são automáticos e de fácil operação. A Central com tanques pode ser considerada o pulmão do sistema a vácuo. É nela que é gerado e mantido o nível adequado de vácuo. Tal central é automática e não requer ação humana para seu funcionamento. Há ainda as centrais online, ou seja, que não possuem tanques de armazenamento de esgoto. Nes- te caso os efluentes transitam pelas bom- bas. Assim só devem ser usadas quando há grande falta de espaço e um público usuário responsável (navios, hotéis...). Em ambos os casos os efluentes seguem direto para a rede pública ou para uma central de tratamento, que também pode ser fornecida pela Evac. Futuro Mesmo estando em Paris, Dominique Gosnet, presidente do setor Building da Evac, mar- cou presença por videoconferência durante a inauguração do showroom e lançamento do Vaso sanitário Optima 5. O presidente re- servou alguns minutos para conversar com a Revista GBC Brasil e explicar a visão da Evac em relação ao mercado brasileiro. “Nossa responsabilidade com o meio ambiente nos engaja a desenvolver produtos e tecnologias de última geração para a sociedade, e isto precisa ser transmitido ao máximo de pes- soas possíveis pois nossas soluções não são tendências e sim realidade. O fator pri- mordial para o sucesso dos nossos projetos está relacionado aos três pilares que susten- tam nossas ações: oferecer sustentabilidade, garantir interessantes retornos financeiros e proporcionar flexibilidade para solucionar problemas técnicos. Nós acreditamos que contribuimos modestamente com a questão da sustentabilidade. Estamos muito felizes em fazer o que fazemos e em ajudar, com nossas soluções, nossos clientes a aumentar sua própria contribuição ao meio ambiente. Isso motiva todos os colaboradores da Evac”. Dominique explica ainda porque a Evac viu no Brasil uma ótima oportunidade de cresci- mento para a empresa: “O Brasil é um percur- sor da arquitetura moderna com obras inter- nacionalmente reconhecidas pelo seu Estado da arte, inovação e tecnologia. Estes fatores enaltecem a nossa perspectiva sobre o mer- cado da construção sustentável no país, e es- tão alinhados com as nossas soluções eco- lógicas. Mesmo com todas as turbulências políticas e econômicas no país, nós acredita- mos no mercado Brasileiro. Vamos continuar nosso trabalho. Estamos otimistas”, finaliza. Jean-Pierre Bernard, gerente geral e Flávio Kimori, gerente de operações da Evac Brasil USO RACIONAL DA ÁGUA Fotos:DivulgaçãoEvac Dominique Gosnet Presidente do setor building da Evac “NOSSA RESPONSABILIDADE COM O MEIO AMBIENTE NOS ENGAJA A DESENVOLVER PRODUTOS E TECNOLOGIAS DE ÚLTIMA GERAÇÃO PARA A SOCIEDADE, E ISTO PRECISA SER TRANSMITIDO AO MÁXIMO DE PESSOAS POSSÍVEIS POIS NOSSAS SOLUÇÕES NÃO SÃO TENDÊNCIAS E SIM REALIDADE. ”
  • 33. revistagbcbrasil.com.br 33jun-jul/17 DOSSIÊ SOLUÇÕES recomservice.com.br O Cooling Tower Optimizer é um controlador inteligente, projetado para um sistema de água gelada de médio e grande porte, capaz de controlar até 06 Torres de Resfriamento em um único quadro de comando. Compacto, simples de configurar e de investimento reduzido, o Cooling Tower Optimizer é inteligente porque atua diretamente no controle da temperatura de saída da água da torre (setpoint flutuante) proporcionando melhor desempenho em função da condição do clima externo que oscila constantemente as variáveis de umidade e temperaturade bulbo seco. Cooling Tower Optmizer, um produto exclusivo e patenteado pela RECOMSERVICE Automação e Eficiência Energética Ltda. CoolingTower Optimizer,ocontrolador eletrônicointeligentecomsetpointflutuante Até40%de economiadeenergia naCentraldeÁguaGelada
  • 34. 34 jun-jul/17 rev/gbc/br DOSSIÊ SOLUÇÕES USO RACIONAL DA ÁGUA N ão é segredo para ninguém que a perda de água tratada é uma das grandes vilãs no combate ao desperdício. Os dados são preocupantes. Segundo o Ministério das Ci- dades, o país perde um terço da água tratada antes desta chegar a ser usada. Pesquisa divul- gada em 2015 pelo IBNET (International Bench- marking Network for Water and Sanitation Utili- ties) coloca o Brasil na 20ª posição numa lista que ranqueia o desperdício de água feita com 43 nações. De acordo com a organização, o país perde impressionantes 39% de água tratada an- tes que a mesma chegue ao consumidor final. Em São Paulo, maior Estado do país, dados do Instituto Trata Brasil calculam algo parecido: cer- ca de 36% de perda. Os motivos para tamanho desperdício variam bastante, mas boa parte aca- ba sendo causado por vazamentos no sistema. Se por um lado a luta contra o desperdício não para, por outro cada vez mais empresas apos- tam em tecnologias que deem ao consumidor a possibilidade de contribuir com essa guerra ao desperdício e, consequentemente, obter economia financeira e demonstrar preocupação socioambiental. Uma dessas organizações é a W-Energy, empresa sediada em São Paulo com mais de dez anos de mercado que apresenta soluções visando à redução de custo de água e energia elétrica através de monitoramento cons- tante dos sistemas e identificação de potenciais melhorias. Uma das soluções oferecidas pela W-Energy para evitar tanto o desperdício de água quanto o de energia é a telemetria. Através de monito- ramento via internet, é possível identificar pro- blemas na mesma hora que eles são gerados, possibilitando atuação imediata no combate ao desperdício. Para tanto, a empresa utiliza um hardware francês e está prestes a lançar um aplicativo para celular, o que irá otimizar ainda mais o serviço. “A localização e eliminação de vazamentos é um como um mantra para a nos- sa equipe”, salienta Wagner Cunha Carvalho, CEO da W-Energy. Além do monitoramento via internet, a empresa conta ainda com outras possibilidades, como o uso de drones permitindo a verificação de áreas com grande umidade. “Uma vez relacionados os pontos de suspeita, entram em campo ferra- mentas especiais como o Geofone eletrônico, que possibilitam diferenciar os três ruídos mais comuns nas redes hidráulicas, como esgoto, água limpa pressurizada e vazamentos ocultos. A aplicação dessas ferramentas é uma grande vantagem competitiva, pois evita os famosos ‘quebra-quebra’, permitindo a identificação na causa-raiz do vazamento”, explica Wagner. A gama de equipamentos economizadores de água utilizados pela empresa é grande, con- templando tecnologias para todos os pontos de consumo de água, tais como medição de níveis de reservatório, purga automática para torres de resfriamento, válvulas termostáticas para recirculação de água fria no sistema de W-Energy: monitorar ainda é a melhor forma de evitar desperdício de recursos hídricos e energéticos Wagner Cunha Carvalho Fotos:DivulgaçãoNewset Por Paulo Dias
  • 35. revistagbcbrasil.com.br 35jun-jul/17 DOSSIÊ SOLUÇÕES que já visitou China, África e Emirados Unidos, conhecendo novas tecnologias e tendências de mercado. Além disso, a empresa moderni- zou as instalações de sua sede, transformando o local num espaço que prioriza o bem-estar e o rendimento dos colaboradores. Todo esse esforço vem trazendo resultados animadores: a empresa possui contrato ativo com mais de 300 organizações, cresceu 50% só no primei- ro semestre de 2017 e pretende atingir 80% de crescimento até o final do ano. Um salto e tanto. de 4 minutos para 30 segundos, promovendo economia de água e gás”, explica. Além de tudo, a administração do local pode acompanhar em tempo real o consumo do hos- pital via internet. Todos esses cuidados resulta- ram em uma economia de cerca de R$150 mil reais por mês, mostrando os resultados reais das ações desenvolvidas pela W-Energy. Foco em aperfeiçoamento cons- tante Pensando na qualidade de seus produtos, a W-Energy importa grande parte de seus equi- pamentos da Alemanha. Tal cuidado reduz os custos de manutenção preventiva e corretiva. O modelo de negócio da empresa é simples: a própria W Energy assume os custos de ope- ração e manutenção e em troca recebe uma parte do valor da economia gerada através de seu trabalho. Visando explorar também o mercado de efi- ciência energética, a W-Energy iniciará, ainda em junho, os testes com geradores eólicos de 400W e 800W, tecnologia em expansão no mundo, e aposta que a demanda por esse tipo de sérico só aumentará, muito graças a cons- cientização do mercado com questões de sus- tentabilidade. Para oferecer ao mercado o que há de mais moderno em combate ao desperdício e uso efi- ciente de recursos hídricos, a W-Energy investe pesado em pesquisa. Wagner Carvalho conta água quente com misturadores, válvulas blo- queadoras de ar para os casos de interrupção no fornecimento de água por parte da conces- sionária, reuso de água, captação de água de chuva, e perfuração de poços (para os casos que exijam confiabilidade). O exemplo do Hospital Alvorada Localizado no bairro de Moema, em São Paulo, o Hospital Alvorada (pertencente ao grupo Amil) é um dos casos de sucesso mais recentes da W-Energy. Com total apoio da administração do hospital e trabalhando em conjunto com a mesma, a equipe da W-Energy iniciou os traba- lhos com um intensivo processo de conscienti- zação dos colaboradores da unidade, através de palestras, treinamentos, campanhas com incentivos e instalação de comunicação visual. O próximo passo foi identificar os pontos pas- síveis de melhoria na estrutura do empreendi- mento, visando máxima economia. Wagner Carvalho elenca as principais ações realizadas: “Todos os sistemas de descargas possuem duplo acionamento, com comunicação visual orientando os usuários. Nas torneiras da cozi- nha foram implantados a tecnologia chamada jetspray importada da Alemanha, com uma função para encher uma panela com água ra- pidamente e outra para lavar louça e salada, economizado até 70%. Através do retrofite no sistema de aquecimento de água o tempo mé- dio de espera por água quente no banho, caiu Fotos:DivulgaçãoNewset Hospital Alvorada Sede da W-Energy Sede da W-Energy Sede da W-Energy
  • 36. 36 jun-jul/17 rev/gbc/br DOSSIÊ SOLUÇÕES A Rain Bird é líder mundial na fabricação de produtos de irrigação em todos os segmentos, seja na agricul- tura, paisagismos, campos esportivos. É a mais anti- ga fábrica do setor, e este ano completa 84 anos. Atua em mais de 150 países, o Brasil é um deles, e mesmo não contando com fábricas instaladas no país, a empresa desponta como líder no mercado brasileiro. Por conta da crise hídrica, a preocupação com o uso racional da água cresceu muito, levantando diversos questionamentos sobre o seu desperdício e a criação de ações cada vez eficientes em busca de economia. Para a Rain Bird a água sempre foi muito preciosa, e como qualquer bem valioso requer cuidado e deve ser usado de forma consciente. Por isso, um dos focos da empresa são equipa- mentos de irrigação que propiciam o seu uso de forma inteligente, evitando desperdícios através de produtos eficientes. Além disso, oferece 25 soluções inteligentes de econo- mia de água direcionadas para cada tipo de construção. Uma das soluções mais assertivas é a irriga- ção de baixo volume, um sistema automati- zado que permite irrigação na medida (gota a gota) através de gotejamento subterrâneo que, por si só, proporciona redução de 10 a 15% no consumo de água. Este sistema integrado ao sensor que calcula o nível de precipitação da chuva agrega mais 15 a 20% de redução do gasto. A essas duas tecno- logias é possível integrar mais outro sensor que permite monitorar o percentual de umi- dade do solo indicando a necessidade de irrigação ou não. Com a instalação destes sistemas de forma integrada é possível atin- gir cerca de 70% de redução no consumo de água se comparado a um sistema conven- cional. Irrigação de forma racional e consciente Há mais de oito décadas no mercado, a Rain Bird está sempre em busca de melhores soluções para o sistema de irrigação sem perder de vista o compromisso socioambiental ©KahndoBrasil USO RACIONAL DA ÁGUA Por Taís Cruz
  • 37. revistagbcbrasil.com.br 37jun-jul/17 DOSSIÊ SOLUÇÕES “Com a automação é possível aprimorar e controlar todo o sistema de irrigação con- forme a necessidade, e fazer a adequação a questões climáticas. A essas duas tecno- logias é possível integrar outro sensor, que permite o monitorar o percentual de umidade do solo indicando a necessidade de irriga- ção ou não. Com a instalação destes sis- temas de forma integrada é possível atingir cerca de 70% de redução no consumo de água se comparado a um sistema conven- cional”, complementa Marcelo Zlochevsky, gerente nacional de vendas da Rain Bird. O tubo gotejador também é uma solução de grande sucesso. Este tubo com uma placa de cobre interna que em contato com o solo cria uma camada isolante a sua volta e im- pede o entupimento, o que possibilita o uso desse tipo de equipamento enterrado, propi- ciando além de um aspecto mais agradável ao local onde é instalado, porque não fica avista, pode reduzir mais ainda o gasto de água, impedindo a transpiração do solo e nem por evaporação. A responsabilidade da Rain Bird com a con- servação de água vai muito além dos seus produtos, é um dos valores da empresa le- vados também ao âmbito social. Pensando em formas de conscientizar a sociedade so- bre o uso da água foi criada a Campanha 25 Formas de Racionar o Uso da Água. Estas 25 formas vão desde a análise da conta de água a manutenção e ampliação da vegeta- ção. A lista completa de ações está dispo- nível na internet de maneira muito didática e é complementada por links e vídeos para quem quer se aprofundar no assunto. “Nós temos que entender que a água é um recurso restrito, finito e limitado, não existe água nova, não dá para produzi-la. Por isso, mudamos o nosso foco dizendo que não dá mais só para fazer o uso inteligente da água, também é preciso preservar o verde em volta dela. Talvez seja por conta dessa exclusão do verde que estamos passando por crises hídricas nos últimos anos. Então criamos a Campanha 25 Formas de Racionar o Uso da Água, onde a gente diz que não é para deixar de usá-la, é para usá-la de forma assertiva, e manter e promover o verde em qualquer ambiente”, diz Marcelo. Além da campanha do uso racional da água está sendo lançado em cada edição da Re- vista GBC Brasil 5 dicas de como usar os re- cursos hídricos de forma inteligente, alinha- dos ao seu uso sustentável. A Rain Bird tem intensificado cada vez mais a sua relação com os green buildings no Bra- sil. Onze das doze arenas da Copa realizada no Brasil contam com o seu sistema de irri- gação, e também todas as obras das Olim- píadas do Rio de Janeiro, exceto o campo de golfe. A Rain Bird também conta com uma vasta lista de produtos utilizados em obras certificadas. Mesmo com todos esses méri- tos em sua história, a empresa continua sua busca em desenvolver métodos que permi- tam que a água seja cada vez mais preser- vada. Marcelo Zlochevsky Rain Bird Brasil “NÓS TEMOS QUE ENTENDER QUE A ÁGUA É UM RECURSO RESTRITO, FINITO E LIMITADO, NÃO EXISTE ÁGUA NOVA, NÃO DÁ PARA PRODUZI-LA. POR ISSO, MUDAMOS O NOSSO FOCO DIZENDO QUE NÃO DÁ MAIS SÓ PARA FAZER O USO INTELIGENTE DA ÁGUA, TAMBÉM É PRECISO PRESERVAR O VERDE EM VOLTA DELA. ” Imagens:RainBird
  • 38. 38 jun-jul/17 rev/gbc/br inovação D esde que foi lançada, em 1998, a Certi- ficação LEED vem revolu- cionando o mercado da construção sustentável, buscan- do sempre atingir os mais altos níveis de operação de alta per- formance, design e eficiência em edificações do mundo todo. Pen- sando em melhorar, ainda mais, os resultados conquistados por construções certificadas e em atender os novos desafios em re- lação a sustentabilidade, o Green Building Council lançou a nova versão da Certificação LEED, o LEED v4. Com o objetivo de elevar os pa- drões técnicos da construção ci- vil sustentável, uma nova versão da certificação LEED foi desen- LEED v4 novos, especialmente na parte de sistemas prediais, que faz com que itens e sistemas que antes eram fundamentalmente estratégias de eficiência pas- sem a ser obrigatórios, elevando significativamente a régua. Isso tem influenciado principalmente projetos de new construction e interiores, onde temos os siste- mas efetivamente entregues”, comenta Adriana Hansen, coor- denadora de Projetos Sustentá- veis do CTE. Em relação aos quesitos que pontuam nesta nova versão fica- ram distribuídos da seguinte for- ma: 35% as ações relacionadas às mudanças climáticas, 25% à saúde, recursos hídricos 15%, biodiversidade 10%, recursos na- turais 10%, economia verde 10% e comunidade 5%. Entretanto, as principais mudan- Nova versão do LEED traz inovação, regras mais rígidas e um olhar totalmente novo sobre ciclo de vida da edificação volvida, com base em estudos e discussões entre profissionais, técnicos, entidades do mercado da construção do mundo todo. Esta nova versão começou a ser discutida em 2010, mas só foi lan- çada oficialmente em 2013, e pas- sou a ser obrigatória no Brasil em outubro de 2016. Esses três anos de transição permitiu com que o mercado brasileiro começasse a se preparar para atender as novas exigências da certificação. A grande proposta do LEED é elevar os padrões técnicos da construção civil como um todo. Por tanto, quando esses padrões são alcançados o movimento natural é fazer com que eles se tornem cada vez mais elevados e rígidos. Acompanhando este processo, critérios e pontuações da certificação mudaram. “O LEED v4 tem alguns desafios Mais um passo para a um futuro sustentável Por Taís Cruz
  • 39. revistagbcbrasil.com.br 39jun-jul/17 inovação ças se encontram na categoria que trata da eficiência energé- tica, bem como em relação ao uso eficiente da água, com uma abordagem que entende muito melhor o uso eficiente dos recur- sos hídricos na construção como um todo, e a grande novidade são os rígidos critérios da cate- goria de materiais. O uso eficiente da água ganhou grande destaque nesta nova ver- são. A água está conectada a to- dos os sistemas da construção, e todos eles são afetados por ela. Por tanto, a nova versão do LEED enxerga o uso da água como um todo, considerando o uso interno e externo, mensurando todo uso dos recursos hídricos relaciona- dos ao prédio, incluindo sistemas de ar condicionado, instalações e sistema de irrigação, com o intui- to de monitorar e controlar o uso de água de forma que não haja desperdícios. O LEED v4 tam- bém encoraja projetos que fazem o reuso dos recursos hídricos. A parte de materiais é a grande novidade, e também o ponto mais polêmico. Com foco no ci- clo de vida dos materiais, envol- vendo também a transparência de informações sobre o produto e sua matéria prima, há também a exigência de Declaração Am- sileiro. Mas é um desafio que faz crescer e trilhar um caminho cada vez mais sólido rumo a um futuro sustentável. Esse é o papel do LEED, ser um padrão interna- cional de design, construção e estruturas operacionais de alta performance. “A maior contribuição do LEED v4 foi a mudança de visão na abordagem de materiais, o v4 vem com uma abordagem de promover mais a transparência de informação do que ser des- critivo em performance. Então, é uma mudança de posicionamen- to, ele quer muito mais que os fabricantes tenham documentos que falem o que o produto dele é, do que propriamente falando do que o produto tem que ser. Portanto, o que vemos de grande mudança, e gerou muita discus- são, é esse capítulo de materiais, mas eu acho que ele enriqueceu muito esse trabalho, porque é um setor que precisa melhorar e se voltar mais para a sustentabilida- de”, finaliza Adriana. Materiais: O grande de- safio do LEED v4 A categoria de materiais e produ- tos é a grande inovação do LEED v4, como afirma Felipe Faria, CEO do Green Building Council Brasil, “a grande novidade é em relação aos materiais e recursos. Tudo que já falávamos sobre a questão de conteúdo reciclado, tintas selantes, níveis baixos de compostos orgânicos voláteis, enfim, tudo que já era pedido na parte de materiais, agora está in- serido no conceito de avaliação do ciclo de vida e declaração ambiental do produto”. Este item em particular gerou muita dis- cussão por conta do alto grau de exigência e por ser algo novo no mercado. A versão 4 é essencialmente fo- cada no ciclo de vida de toda a edificação, e para garantir o ciclo biental de Produtos (apenas um não garante o crédito, conforme tabela na próxima página). Este quesito é de grande importância porque os materiais utilizados na edificação podem afetar di- retamente a saúde dos ocupan- tes. Por isso, a preocupação do LEED em trazer informações claras e mudar a forma como os materiais são escolhidos. “Temos um desafio muito gran- de na parte de materiais, porque ainda não temos o mercado pre- parado para esta demanda. A análise do ciclo de vida, health product declaration e a parte de composto orgânico volátil são itens que o mercado vai ter que correr atrás”, afirma Adriana. Há também uma nova categoria “localização e transporte”, com o objetivo de estimular projetos que diminuam ao máximo o impacto dos transportes. O primeiro paço para o desempenho ambiental é escolher uma boa localização, de fácil acesso e com uma boa infraestrutura ao redor. Esta nova categoria também encoraja pro- jetos que privilegiam o acesso a pé, por transporte público ou al- ternativos, como as bicicletas. Porém, em grandes centros ur- banos, como São Paulo, não é muito fácil encontrar bairros que integrem os princípios de cres- cimento planejado e inteligente, urbanismo sustentável e edifi- cações verdes, o que dificulta a pontuação nesta categoria, como afirma Adriana. “Uma difi- culdade é a pontuação pesada, no caso de interiores e new cons- truction, para edificações em bairros certificados. A gente não tem a certificação de LEED Nei- ghborhood promovida no merca- do brasileiro, e essa tipologia en- trou como um item forte na nova versão da certificação, que não sendo aplicável e prejudicando a pontuação geral”. A certificação LEED v4 é, de fato, um desafio para o mercado bra- Adriana Hansen CTE “A MAIOR CONTRIBUIÇÃO DO LEED V4 FOI A MUDANÇA DE VISÃO NA ABORDAGEM DE MATERIAIS, O V4 VEM COM UMA ABORDAGEM DE PROMOVER MAIS A TRANSPARÊNCIA DE INFORMAÇÃO DO QUE SER DESCRITIVO EM PERFORMANCE” ©DivulgaçãoCTE construção de
  • 40. 40 jun-jul/17 rev/gbc/br inovação ria por terceira parte para obten- ção de um registro efetivo, que posteriormente será publicado. Para garantir a transparência e imparcialidade de todo esse pro- cesso, entra em ação o Operador de Programa (OP), o seu papel é conduzir o processo e envolver as respectivas partes em cada etapa do processo. Para que isso aconteça, o OP nunca trabalha sozinho, as partes interessadas devem estar sempre presentes durante o processo. Assim como os verificadores de ACV sempre devem ser externos. Portanto, como explica Cintia Ces- pedes, project manager da UL En- vironment, “O primeiro passo para elaboração de um EPD é verificar se já existe uma RCP para uma determinada categoria, e sempre que houver uma RCP disponível ela deve ser usada. Nesse sentido, quando o Operador recebe uma demanda de um determinado seg- mento para o desenvolvimento de uma RCP, é de sua responsabili- dade consultar a existência ou não de uma RCP para o mesmo esco- po. Se houver, o Operador deve fazer uma harmonização com o outro Operador que desenvolveu de vida antes, durante, e depois da obra, a certificação passa a exigir uma Declaração Ambiental de Produtos (DAP), ou Environ- mental Product Declarations – a famosa sigla em inglês, EPD, dos produtos e materiais utilizados. A grande contribuição que o EPD traz ao empreendimento é a transparência de informações sobre os produtos aos fornece- dores, clientes e usuários finais sobre o que realmente contém no produto, fazendo com que este público seja capaz de ava- liar o desempenho ambiental de diversos fornecedores. Antes, essas informações eram auto declaratórias, ou seja, o próprio fabricante declarava as informa- ções de seus produtos sem que fossem submetido a uma audito- ria realizada por terceira parte. O desenvolvimento de um EPD passa por três etapas: definição de Regras por Categoria de Pro- duto (RCP); depois desenvolve- -se um estudo de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV); a partir da conclusão das suas etapas ante- riores é elaborado o documento EPD. Este documento só será vá- lido após passar por uma audito- a RCP para poder utilizá-la em seu processo ou mesmo realizar uma atualização ou adendo, se for ne- cessário”. “Quando não existe uma RCP para um determinado segmento, após consulta realizada, o Ope- rador deve convocar as partes interessadas para iniciar o de- senvolvimento do nova RCP, e a criação da RCP propriamente dita, envolve pesquisa sobre o setor, identificação dos impactos ambientais associados ao seg- mento, verificação da existência de dados sobre o setor, entre outras informações de extrema importância para a conclusão do processo, por isso, a participa- ção do setor é importante para o processo”, conclui. Para garantir que o EPD do pro- duto é equivalente ao exigido pelo LEED v4 é preciso atender os critérios listados a seguir. A certificação aceita três opções de EPD, entretanto, há uma va- riação de pontuação entre elas. Também é necessário que, pelo menos, 20 produtos que aten- dam aos requisitos listados abai- xo sejam instalados na obra. Segundo Cintia, a regra do LEED Cintia Cespedes UL Environment “A DICA PARA QUEM QUER GARANTIR PONTOS NO LEED É ESCOLHER UM OPERADOR QUE MANTENHA AS INFORMAÇÕES TRANSPARENTES, DESSA FORMA, O COMPRADOR QUE QUISER CONSULTAR VAI ENCONTRAR AS INFORMAÇÕES” ©DivulgaçãoULEnvironment Opções Documento Escopo Peso Necessário para obter 1 ponto Declaração • berço ao portão 1 específica do • ISO 14044 ¼ 80 produtos produto • berço ao portão • ACV com certificação 2 EPD média do de 3º parte ½ 40 produtos setor industrial • ISO 14025, 14040, (genérica) 14044 e EN 15804 ou ISO 21930 • berço ao portão • ACV com certificação 3 EPD Tipo III - de 3º parte 1 20 produtos específica • ISO 14025, 14040, do produto 14044 e EN 15804 ou ISO 21930