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REVISTA
G R E E N B U I L D I N G C O U N C I L
GREENBUILDING
BRASIL 2015:
REFORÇANDOASTENDÊNCIAS
PARAUM FUTURO SUSTENTÁVEL
GBCBRASIL
C O N S T R U I N D O U M F U T U R O S U S T E N T Á V E L ANO2 / Nº6 / 2015
Rio de Janeiro lança movimento
rumo à Resiliência
REVISTA
VA Casa da Praia é primeira loja
LEED Platinum no país
VIBEDITORA
DOSSIÊ ESPECIAL
CLIMATIZAÇÃO:
INTEGRAÇÃO
COMO SOLUÇÃO
LEED Dynamic Plaque:
desempenho em tempo real
INSCRIÇÕES ABERTAS EM 13/11 !!!
2016
2016
O PODER DA TRANSFORMAÇÃO
EM SUAS MÃOS
e CALL FOR REVIEWERS
CALL FOR PROPOSALS
FIQUE ATENTO ÀS NOVIDADES DESTA EDIÇÃO:
O sucesso da Greenbuilding Brasil 2016 também depende da sua participação!
Compartilhe sua expertise, experiências, cases de sucesso e novos empreendimentos
com os nossos congressistas. As inscrições estão abertas a partir de 13 de novembro.
O nosso objetivo em 2016 é enfatizar a contribuição da comunidade da construção
sustentável para a apresentação de conteúdos relevantes, atuais e necessários.
A partir de 2016 a Greenbuilding Brasil contará com a expertise do Informa Group,
grupo multinacional líder mundial na organização de Conferências e Feiras com forte
operação no Brasil, responsável por feiras como Greenbuild EUA e Mediterrâneo, World
Concrete Show, Designjunction, Dwell on Design, Interior Design Show, ForMóbile,
Expo Revestir e Fórum Internacional de Arquitetura e Construção, entre outras.
Acesse nosso site e apresente sua proposta ou se candidate a ser um de
nossos revisores! Você também pode fazer parte da transformação!
www.informagroup.com.br/greenbuilding
Realização simultânea à nova feira High Design - Home & Office Expo no
SP Expo Exhibition & Convention Center.
Encontro mais forte e abrangente para os setores de Arquitetura, Construção e Design
Greenbuilding Brasil manterá seu foco em sustentabilidade dentro destes segmentos
Mais de 15 mil profissionais reunidos
25 mil metros quadrados de área total
Mais de 200 marcas em exposição.
Mais informações sobre o evento: greenbuilding@informa.com
SÃO PAULO - SP
SP EXPO EXHIBITION &
CONVENTION CENTER
09 a 11
AGOSTO
2016
revistagbcbrasil.com.br
©BiancaWendhausen
O ano de 2015 tem passado rapidamente, o mercado
da construção sustentável evolui a passos largos à
medida que as adversidades vão surgindo em nossa
sociedade. A busca por novas soluções, tecnologias,
equipamentos e processos, mostra o quão engajado
o mercado está frente aos problemas do nosso plane-
ta. É um pouco desta evolução contínua que trazemos
nas edições da Revista GBC Brasil.
Esta edição traz a cobertura de um dos maiores even-
tos da construção sustentável no Brasil, a 6° Green-
building Brasil, Conferência Internacional e Expo, que
contou com a participação diversos palestrantes e
congressistas do Brasil e do mundo, que comparti-
lharam suas experiências de sucesso. Em especial
a ilustre presença da ex-ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, que explanou sobre os desafios da sus-
tentabilidade em nosso país.
Ainda nesta edição, você poderá conferir as novida-
des e as tendências sobre o setor de ar condicionado,
conforto térmico e qualidade ambiental através da se-
ção “Especial Climatização”, além de explicar sobre
as diversas regulamentações voltadas para atender
este setor, bem com sua constante evolução. Empre-
sas especializadas em instalação de sistemas, fabri-
cantes e fornecedores mostram suas estratégias em
projetar, executar e operar de forma mais eficiente.
É olhando para as tendências e absorvendo novas ex-
periências que a Revista GBC Brasil se empenha em
aproximar-se de você, leitor, promovendo informação
de qualidade para um futuro sustentável.
Foco nas tendências
e evolução
LUIZ SAMPAIO
DIRETOR EXECUTIVO
VIB Editora
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
MEMBROS DO CONSELHO
Manoel Gameiro - Trane - Presidente
José Moulin Netto - Vice presidente
José Cattel - Alcoa
Celina Antunes - Cushman & Wakefield
Mark Pitt - Sherwin Williams
Hugo Rosa - Método
Carmen Birindelli - WTorre
Convidada: Thassanee Wanick - Fundadora
do GBC e Cônsul Geral da Tailândia no
Brasil
CONSELHO FISCAL
Renato Alahmar - 3M
Guido Petinelli
DIRETOR GERENTE
Felipe Faria
DIRETOR EXECUTIVO
Luiz Sampaio
lfsampaio@vibcom.com.br
REDAÇÃO
Bruna Dalto - MTb 72943
Verônica Soares - MTb 13093
Patrícia Braga
redacao@vibcom.com.br
DIRETORA COMERCIAL
Cibele Oliveira
coliveira@vibcom.com.br
COMERCIAL
Douglas Alves
dalves@vibcom.com.br
Taís Colares
revistagbc@vibcom.com.br
FINANCEIRO
Roseli Pereira
adm@vibcom.com.br
DESIGN GRÁFICO E EDITORIAL
VIB EDITORA
REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO
VIDA IMOBILIÁRIA BRASIL - VIB EDITORA
Rua Roque Petrella, 46 - sala 501
Brooklin - São Paulo - SP
CEP 04581-050
Tel/Fax: 11 5078 6109
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RESPONSÁVEL DO GBC
Maíra Macedo
Capa: Divulgação GBC Brasil
VIBEDITORA
4 out-nov/15 rev/gbc/br
índice
EDITORIAL...................................................> 3
COLUNA GBC..............................................> 6
	 GREEN PAGES
	 MARINA SILVA.................................> 8
	 PROJETO DESTAQUE...........................> 14
INOVAÇÃO...................................................> 18
DESEMPENHO.............................................> 20
	 CAPA
	 COBERTURA DO EVENTO..............> 26
VIDA SUSTENTÁVEL ...................................> 36
ESPECIAL CLIMATIZAÇÃO
INTRODUÇÃO.............................................................> 40
PRÊMIO SMACNA 2015.....................................> 46
EMPRESAS EM DESTAQUE...............................> 50
POLÍTICAS PÚBLICAS..................................> 76
SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS........................> 78
REFERENCIAL CASA GBC BRASIL..............> 80
GBCBRASIL
C O N S T R U I N D O U M F U T U R O S U S T E N T Á V E L ANO2 / Nº6 / 2015
REVISTA
G R E E N B U I L D I N G C O U N C I L
CAU/SP
ABIESV
VERTIGARDEN
ZAGONEL
B.35 SALA DE PALESTRANTES/
SENSYM
E.25
USGBC
F.32a
BRASUS
E.20aA.20
C.23
A.35
A.25
A.27
ABRAVA/AHRI
ELETROBRAS
B.19
A B C D E F
B.20 C.19
E.31
E.35D.36
F.32
F.34
B.40B.39
B.33
A.21
B.30 C.30
C.22
A.30
A.22
B.24
A.32
A.34
A.36
B.34 C.33
A.40
C.20
D.23C.26
D.29
D.21 E.23
D.30
D.24
E.20D.20D.19
B.29
B.25
B.21
E.28
E.24
B.37
C.40
C.32
B.38
C.39
C.37
D.34D.33
FRG
A.33
A.29
SOBRATEMA
RAIN
BIRD BRASTON
ETRIA
SONDAREASTMAN
BEAULIEU CONEXLEDALLPEX
LUTRON
LCP
ARCO
BRAGENIX
DYSON
ECOACUSTICA
GBC
2016
REWOOD
VERTICAL
GREEN
AQUADROP
AXION
RUFFINO
BRIAND
ENERGIES
PLOT
ANDALUZ
REVISTA
ARES
ASBRAV
MMCK
EUA
BRY AIR
HEATEX
SANITRIT
A.37
REVISTA
PREFEITOS
E VICES
SALA/ 1
BVST
EVAC
REVISTA
CORPORATIVA
PLENARIA DE ABERTURA/
CONSULADO
AREA DE COFFEE/
ROOM SALA/ 2ROOM SALA/ 1ROOM SALA/ 1ROOM
OPENING PLENARY
COFFEE AREA
SPEAKER LOUNGE
Água Qualidade Produto Energia Arquitetura
& Projetos
opção2opção3opção1
Água Qualidade Materiais Energia
Arquitetura
e Projetos
11 - 13 de agosto/august, 2015
Transamerica Expo Center | São Paulo/SP - Brasil/Brazil6
ª/th
EDIÇÃO
EDITION
Planta do Evento/Floor Plan
2015
A área de Gestão de Projetos Sustentáveis da Cushman & Wakefield cuida de forma completa doA área de Gestão de Projetos Sustentáveis da Cushman & Wakefield cuida de forma completa do
seu empreendimento imobiliário, da configuração ao gerenciamento do produto. Isso se traduz emseu empreendimento imobiliário, da configuração ao gerenciamento do produto. Isso se traduz em
encontrar os melhores fornecedores, controlar o budget e os prazos da obra.encontrar os melhores fornecedores, controlar o budget e os prazos da obra.
E também garantir que o projeto seja sustentável desde o início, gerando economia por meioE também garantir que o projeto seja sustentável desde o início, gerando economia por meio
do aumento da eficiência energética. Com o empreendimento já em operação, uma equipedo aumento da eficiência energética. Com o empreendimento já em operação, uma equipe
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COMPLETA PARA COMBINAR EFICIÊNCIA E
SUSTENTABILIDADE EM TODAS AS ETAPAS
DO SEU EMPREENDIMENTO.
6 out-nov/15 rev/gbc/br
coluna gbc
M
ais uma vez o mercado mostrou-se forte-
mente engajado com as questões de sus-
tentabilidade nas construções, que não en-
volvem somente o fator meio ambiente, mas
questões econômicas e sociais. A 6° edição
do Greenbuilding Brasil Conferência Interna-
cional e Expo provou que a forte rede colaborativa entre o
GBC Brasil, organizações e associações, brasileiras e inter-
nacionais, na busca de melhores processos, melhores tec-
nologias em produtos e equipamentos e melhores soluções
trouxeram e, continuam trazendo resultados positivos para
o nosso país.
Um dos principais desafios em tempos preocupantes,
como a crise hídrica, crise energética, drásticas mudanças
climáticas, além da atual situação econômica que o Brasil
atravessa é a busca por soluções significativas que consi-
gam integrar preservação do meio ambiente e otimização
de recursos financeiros. Para isso, o setor da construção
sustentável se coloca em uma posição de evolução, atra-
vés da procura por especialização e capacitação dos pro-
fissionais, atentos às tendências internacionais, buscando
sempre as melhores práticas de sustentabilidade nas cons-
truções.
O GBC Brasil traz um saldo positivo para o ano de
2015, pois cada vez mais empresas como, membros asso-
ciadas ao GBC Brasil, associações e evolução das normas
reguladoras proporcionam um estímulo frente aos desafios
atuais da construção civil e da sociedade como um todo.
Vale ressaltar a importância da evolução da certificação
LEED com sua nova versão – LEED v.4, que traduz este
envolvimento do GBC Brasil em prol de construções mais
eficientes, econômicas e que se preocupam com a saúde
e bem-estar dos usuários. Em especial, com o aumento
da demanda por edificações residenciais e, consequente-
mente, o empenho do GBC Brasil com a consolidação da
certificação Referencial GBC Brasil Casa, lançado em 2014,
reforça ainda mais esta preocupação e conscientização
massiva da sociedade.
Os números mostram o comprometimento, principal-
mente do setor privado, com a sustentabilidade do país.
Nesta 6° edição do Greenbuilding Brasil foram 65 exposi-
tores que apresentaram inúmeras soluções de alto desem-
penho, alta tecnologia e criatividade. As 56 sessões educa-
cionais contaram com a apresentação 125 palestrantes do
Brasil e do mundo, que contribuíram de forma significativa
através de suas experiências profissionais e cases de su-
cesso que comprovam que estamos no caminho certo. Cer-
ca de 830 congressistas e o número extraordinário de qua-
tro mil visitantes, além dos 40 voluntários que trabalham por
esta causa, também realçou esta conscientização mundial
em busca de uma sociedade mais sustentável em todos
os sentidos. Essa integração entre pessoas e instituições,
trabalhando em prol da construção de uma sociedade mais
sustentável é que faz toda a diferença.
Integração, colaboração e evolução
em busca de um mesmo propósito,
um futuro mais sustentável
FELIPE FARIA,
DIRETOR
Green Building Council Brasil
8 out-nov/15 rev/gbc/br
inovação
GREEN PAGES
8 out-nov/15 rev/gbc/br
Marina Silva
ENTREVISTA
©GBCBrasil
revistagbcbrasil.com.br 9out-nov/15
inovação
revistagbcbrasil.com.br 9out-nov/15
Marina Silva é historiadora,
professora, ambientalista e política
brasileira. Sua atuação pela
preservação do meio ambiente
lhe rendeu reconhecimento
internacional, tendo recebido uma
série de prêmios internacionais
por sua luta pela preservação
da Floresta Amazônica, por sua
atuação na área de mudanças
climáticas e pelas iniciativas
para criar um desenvolvimento
sustentável no Brasil. Senadora
da República por dois mandatos
consecutivos e Ministra do Meio
Ambiente entre 2003 e 2008,
Marina Silva foi a keynote speaker
do 6º Greenbuilding Brasil,
apresentando a todos a audiência,
seus conceitos e posicionamento
frente aos desafios para a
consolidação de um modelo de
desenvolvimento nacional que
privilegie a sustentabilidade dos
recursos naturais, e a preservação
da humanização das relações sociais
num futuro próximo, convicções
que reafirma nesta entrevista
exclusiva à revista GBC Brasil.
Com toda esta crise política e econômica, o Brasil tem condi-
ções de implantar um modelo de desenvolvimento sustentável,
qual seria este horizonte de tempo?
Marina Silva: Acredito que o Brasil reúne condições muito favoráveis
para fazer uma profunda inflexão no modelo de desenvolvimento preda-
tório e excludente, que tem prevalecido até aqui no mundo. Somos uma
potência em recursos naturais, temos 11% da água doce disponível e
22% das espécies vivas do planeta. Temos a maior floresta tropical do
mundo e diversos ecossistemas extremamente ricos como o pantanal,
cerrado, caatinga e mata atlântica, além da nossa vasta costa atlântica.
Dispomos de enorme potencial de geração de energia elétrica a partir
de fontes renováveis, como a solar, eólica, biomassa e hídrica. A grande
extensão de terras agricultáveis, superior a 300 milhões de hectares, pode
garantir produção de alimentos de qualidade sem a necessidade de des-
matar novas áreas de vegetação primária. Além disso, temos gigantescas
jazidas minerais que precisam ser cuidadosamente exploradas, porque,
como diz um amigo, são safras que só dão colheita uma única vez. Mas
apesar de toda essa riqueza natural, temos tido enormes dificuldades
para sair do modelo de exploração predatória, dos recursos naturais e da
dependência econômica das '"commodities". Infelizmente nos tem faltado
visão estratégica para construir um projeto de nação que nos faça gran-
de, não mais pela própria natureza, mas pela natureza das decisões que
tomamos, como por exemplo, investir em educação, ciência e tecnologia
de alta qualidade. Unindo a base de recursos naturais que temos com o
potencial criativo e empreendedor de nossa população, não tenho dúvi-
da de que em poucas décadas poderíamos galgar níveis de qualidade
de vida e desenvolvimento bastante satisfatórios. Mas para isso, precisa-
mos sair desta crise política com uma democracia mais saudável e com
nossas instituições mais fortes. Para tanto, é fundamental que as inves-
tigações em curso redundem em punições exemplares e que sepultem
a cultura da impunidade no Brasil. Com esses alicerces estabelecidos,
podemos debelar a crise econômica e dar os passos estruturais que o
Brasil precisa para retomar a trajetória virtuosa que vinha seguindo, e que
nos fez conquistar estabilidade econômica e inclusão social nas últimas
duas décadas.
Ninguém se conforma com o desmatamento na Amazônia. O
que vem sendo feito efetivamente nos últimos anos para a re-
dução do índice de desmatamento, e quais são as perspectivas
futuras?
MS: O Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia
foi lançado em 2004 durante minha gestão no Ministério do Meio Ambien-
te e, desde então, tem dado uma grande contribuição para a redução das
taxas de desmatamento. Desde então já atingimos uma redução de 80%
10 out-nov/15 rev/gbc/br
inovação
GREEN PAGES
10 out-nov/15 rev/gbc/br
na destruição. Mas, a continuidade desse processo está fortemente ame-
açada desde que a Presidente Dilma sancionou o novo Código Florestal,
que deu anistia ao desmatadores e reduziu as áreas de proteção, não
só na Amazônia mas em todos os biomas do país. Além disso, ela prati-
camente paralisou o processo de criação de unidades de conservação,
as quais são uma das estratégias mais eficientes para redução do des-
matamento. Infelizmente com o enfraquecimento do governo em meio a
essa crise política, a legislação socioambiental tem sido ainda mais usa-
da como moeda de troca na tentativa de amealhar apoio político. Prova
disso são as propostas de enfraquecimento da legislação das unidades
de conservação, terras indígenas e licenciamento ambiental que contam
com apoio velado do governo.
Atualmente o tema sustentabilidade está se disseminando cada
vez mais principalmente através do engajamento do setor pri-
vado com iniciativas e soluções tecnológicas cada vez mais
avançadas, buscando sempre a preservação do meio ambiente
atrelado à otimização de recursos econômicos e a conscienti-
zação do mercado de forma geral. Porém sabemos que é muito
importante a participação continua do setor público para que
estas iniciativas se desenvolvam e evoluam em escala para que
seja possível atingir um nível de eficiência. O que a Sra. acre-
dita que tem que ser feito para envolver mais o poder público
nesta empreitada pela sustentabilidade?
MS: Tenho dito que o maior entrave que o país enfrenta para continuar
avançando em todas as agendas estratégicas, como é o caso da agen-
da da sustentabilidade, da inclusão social e da modernização de nossa
economia, que passa por superarmos a má qualidade de nossa política.
O presidencialismo de coalização que nos trouxe até aqui, baseado na
distribuição de pedaços do Estado aos partidos e coronéis políticos se
esgotou. Um país da magnitude e importância do Brasil não pode mais
ser governado por pessoas e partidos que não apresentem um progra-
ma de governo ao escrutínio da sociedade. Não podemos mais continuar
dando cheques em branco para os políticos nos governarem, sem que se
comprometam com uma visão de país e uma concepção de desenvolvi-
mento que possa ser debatida e julgada claramente pela população nos
pleitos eleitorais. A crise atual mostra como a má política corrói os bons
fundamentos econômicos e as conquistas sociais. Ajeitar essa política é o
passo inicial para qualquer agenda séria e de longo prazo em nosso país.
A 6° edição do Greenbuilding Brasil Conferência Internacio-
nal e Expo, que ocorreu em agosto de 2015, é um dos eventos
mais importantes no âmbito da construção sustentável, e vem
ao longo dos anos consolidando-se cada vez frente ao setor
da construção civil. Como foi a experiência de participar como
“Keynote Speaker” neste evento e qual a importância das ativi-
dades do Green Building Brasil para o país?
MS: Foi uma grande alegria encontrar-me com tantos profissionais e
empreendedores envolvidos de forma tão apaixonada com a questão da
sustentabilidade. Os diálogos que tivemos foram muito ricos e me mos-
traram que temos uma comunidade profissional no Brasil ligada à ques-
tão das edificações sustentáveis do mais alto nível técnico e de grande
©GBCBrasil
A Hitachi Ar Condicionado do Brasil é membro do Green Building
Council Brasil desde 2011.
Sua linha de produtos completa, atende ambientes residenciais,
comerciais e industriais, com foco na eficiência e na economia de
energia, oferecendo ao mercado o que há de melhor em tecnologia
de ar condicionado com produção no Brasil.
Todos os seus produtos são compatíveis com fluidos refrigerantes
amigáveis.
Como prova de sua preocupação com as questões ambientais, a
Hitachi oferece ao mercado equipamentos sustentáveis com a mais
alta tecnologia que contribuem para a certificação de sustentabilidade
de construção civil, LEED (Leadership in Energy and Environmental
Design).
Acesse: www.jci-hitachi.com e www.hitachiapb.com.br
12 out-nov/15 rev/gbc/br
inovação
GREEN PAGES
12 out-nov/15 rev/gbc/br
compromisso ético. Como diz o sociólogo francês Edgard Morin, somos
parte de uma comunidade de pensamento que milita em favor de um
modelo de desenvolvimento socialmente justo, economicamente prós-
pero, ambientalmente sustentável, culturalmente diverso e politicamente
democrático.
Um dos temas da abertura da 6° Greenbuilding Brasil Conferên-
cia Internacional e Expo foi “colaboração”. É um sonho pensar
em uma fórmula de se fazer política colaborativa no Brasil?
MS: Para mim não há nada mais concreto do que o sonho. Foi sonhando
em voar que o homem construiu aeronaves, foi sonhando com o fim da
descriminação racial - no fundo de uma cela - que Nelson Mandela pavi-
mentou o caminho para o fim do apartheid na África do Sul. Da mesma
forma, Luther King, Gandhi, Chico Mendes e tantos outros. Eu não quero
deixar de sonhar, jamais. Foi sonhando em estudar e ser freira que sai,
analfabeta e doente, de um seringal no Acre e cheguei a ser senadora
e ministra e à honrosa posição de candidata a Presidente do Brasil, por
duas vezes. Acho que a visão de um Brasil melhor tem que habitar primei-
ro em nossos sonhos para depois surgir de nossas decisões e de nossas
mãos. Pensar em processos colaborativos não é mais uma opção. Num
mundo em rede, conectado e vazado de todos os lados pela transpa-
rência e repleto de pessoas sedentas por participação e protagonismo,
não haverá mais lugar para os processos fechados, para as estruturas
herméticas, para as mentalidades engessadas. A colaboração é a princi-
pal característica do funcionamento dos sistemas naturais. A competição
é a exceção. E o exagero na competição criou essa crise no mundo em
que vivemos. A saída passa por nos reconectarmos uns aos outros é nos
ouvirmos, nos respeitarmos e construirmos juntos os caminhos que deci-
dirmos seguir como nação, empresas, famílias ou indivíduos.
Imagine-se no dia 12 de Dezembro de 2015, um dia após o COP
de Paris... Qual seria a notícia que você gostaria de ler, em rela-
ção às conclusões e comprometimentos assinadas pelos prin-
cipais chefes de Estados, durante a reunião de Cúpula? Ou o
que você gostaria de ler sobre a participação do Brasil?
MS: Como falei antes, o sonho é uma força motora a nos impulsionar
para frente e para o alto. Então, sonhando alto, eu gostaria de ver os jor-
nais informando que o acordo firmado em Paris pelos governantes dos
países garante que as emissões de gases somadas de todas as nações
do mundo não ultrapassarão o limite de 11,3 gigatoneladas por ano a
partir de 2020. Alcançarmos esse limite é condição fundamental para que
a elevação da temperatura do planeta não ultrapasse os 2 graus Celsius
estimado pelo painel científico da ONU, o IPCC. Sonho também que o go-
verno brasileiro contribua de forma significativa para que esse resultado
tenha sido alcançado.
©GBCBrasil
14 out-nov/15 rev/gbc/br
VA Casa da Praia
projeto em destaque
o Hard Rock além da VA. Vemos que, quando
focamos em desempenho, ou seja, nos benefí-
cios reais, a certificação torna-se simplesmente
a coisa certa a se fazer. Um bom investimento”,
diz o diretor da Petinelli.
A Certificação LEED, não se restringe a apenas
uma tipologia, são diversos segmentos como,
hospitais, edificações comerciais e residenciais,
indústrias, estádios, além das certificações para
projetos de interiores na categoria CI (Commer-
cial Interiors) e edificações já existentes na ca-
tegoria EB&OM (Existing Buildings – Operation
and Maintenance). Entre todos estes segmentos
existe a certificação para o setor do varejo que é
contemplado com a categoria Retail do LEED, e
ganha cada vez mais espaço.
O
setor de varejo vem ganhando
notoriedade devido o trabalho
do Green Building Council Brasil
para a promoção da preservação
do meio ambiente e programas
de qualificação frente às construções novas e
existentes. Em busca de maior conforto para o
usuário, melhora e integração com o entorno e
preservação do meio ambiente, os mais varia-
dos segmentos vem aderindo estes conceitos
em seus projetos e construções. De acordo com
Guido Petinelli, diretor da Petinelli Consultoria, o
mercado neste setor vem crescendo e continua-
rá crescendo. “Fomos pioneiros na certificação
da loja da C&A em Porto Alegre e estamos tra-
balhando junto com o Grupo Boticário e com
Primeira loja do Brasil a conquistar o nível máximo da certifi-
cação LEED traz o pioneirismo não só pelo nível de certificação,
mas pela sua autossuficiência energética
em Itajaí é LEED Platinum
revistagbcbrasil.com.br 15out-nov/15
projeto em destaque
Projeto:
VA Casa da Praia Itajaí	
Localização:
Itajaí - SC
Cliente/proprietário:
Via Artística
Área terreno:
411,75 m²
Área construída:
361,00 m²
Conclusão da obra:
Abril de 2013
Certificação:
23/07/2015
Sistema e Nível da Certificação:
LEED NC - Platinum
Pontuação:
88 pontos - maior pontuação no Brasil
Arquitetura:
Carlos Eduardo Ramos
Construtora:
IDA Empreendimentos
Consultoria de sustentabilidade:
Petinelli Consultoria
Comissionamento e Simulação
Energética:
Petinelli Consultoria
Um exemplo disto foi a recente certificação
LEED da loja MAC Design Balneário Camboriú,
especializada em mobiliário e decoração para
áreas externas, localizada na cidade de Itajaí
– SC. A rede, presente na cidade desde 2009,
foi inaugurada em alto estilo, e traz um projeto
que alia sustentabilidade, bioarquitetura e mo-
bilidade urbana, e teve processo de certificação
acompanhado pela Petinelli Consultoria, em-
presa especializada em construções sustentá-
veis que visa à certificação LEED. A certificação
LEED Platinum, ocorreu em julho de 2015, e se
destaca no segmento varejo sendo a primeira
obra desta tipologia a conquistar o nível máximo
da certificação no Brasil.
O pioneirismo da loja não se restringe à certifi-
cação. Segundo Guido Petinelli, a loja gera sua
própria energia, sendo que, do total de energia
consumida, 17% é gerada através de painéis
fotovoltaicos na cobertura. O projeto também
foi concebido para o máximo aproveitamento
da ventilação natural, algo que acontece pouco
no segmento de varejo. “A VA demonstra que
é possível e viável economicamente certificar
empreendimentos menores, como é a grande
maioria dos casos no varejo. O cenário macroe-
conômico também força o varejista a olhar com
maior atenção questões como eficiência ener-
gética. A queda nas vendas torna esse item (re-
dução de custos de operação) uma das poucas
oportunidades para manter a lucratividade. Os
conceitos e as tecnologias aplicadas a VA não
só lhe forneceram o titulo inédito de primeira loja
certificada LEED Platina no país, como também
resultaram em grandes reduções de consumo
de energia e água”, afirma Guido Petinelli, dire-
tor da empresa de Petinelli Consultoria.
Os principais diferenciais do projeto consistem
no excelente desempenho energético do em-
preendimento, tais como, projetos de ilumina-
ção e de climatização eficientes, envoltória que
reduz os ganhos de calor, ventilação natural -
comprovada por simulações CFD - que permite
conforto dos ocupantes sem que o equipamen-
to de HVAC esteja ligado o tempo todo. Além
disso, o sistema de energia renovável por pai-
néis fotovoltaicos que produz 17% do consumo
energético em escala anual.
A sustentabilidade no varejo é uma oportunida-
de enorme de disseminação e conscientização
dos conceitos na sociedade. O planejamento
de um negócio sustentável traz esta sustenta-
PLATINUM
LEED NC
Fotos:DivulgaçãoPetinelli/ViaArtística/byCabral
16 out-nov/15 rev/gbc/br
ção, começando pelo bem-estar do consumi-
dor, adicionando beleza, design aconchegante
e responsabilidade socioambiental, o que pro-
porciona para a marca uma visibilidade positiva,
levando a um reposicionamento estratégico e,
consequentemente, mais rentabilidade nos ne-
gócios.
Características sustentáveis
No projeto da loja foram definidos medidas que
atendem aos requisitos máximos do LEED, tais
como, redução no consumo de energia e de água,
aumento do conforto térmico e qualidade do ar in-
terno – que proporciona melhor qualidade de vida
aos usuários-, gestão e descarte corretos dos resí-
duos gerados na obra e durante a operação.
Com isso, a loja garante 53% de redução no
consumo de energia através de reduções em
iluminação interna (47%), iluminação externa
(10%), aquecimento de água (11%) e HVAC
(71%), representatividade de 17,3% de energia
fotovoltaica produzida, em escala anual. So-
madas a redução do consumo e produção de
energia, o empreendimento atinge 61,4% de
Redução de Custos Energéticos. Com relação
a água, o empreendimento atinge uma redução
de 81,5% de consumo de água potável através
da especificação de metais e louças eficientes e
do reuso de água de chuva.
Conforto térmico
O Projeto VA Casa na Praia, desde a sua con-
cepção junto aos projetistas, já possuía algu-
mas premissas que contemplavam a eficiência
energética. Mesmo com fachadas envidraçadas
para leste e oeste, a arquitetura mitigou o efeito
da radiação solar direta com uma fachada que
se projeta, sombreando as superfícies envidra-
çadas. Além disto, a fachada principal possui di-
versos brises que também reduzem os ganhos
de calor e, consequentemente, a carga térmi-
ca. Somam-se a isso o vidro selecionado, que
possui um excelente desempenho energético,
a cobertura da edificação, onde foram utiliza-
das telhas termoacústicas com alta refletância
solar (pintura branca), que contribuem com a
redução de transmissão de calor. Ao longo da
parceria com o cliente, diversas alternativas de
sombreamentos, brises e seleção de vidros fo-
ram simulados. Desde as primeiras definições
conceituais do empreendimento, a simulação
termoenergética estava envolvida, auxiliando
proprietário e equipe de projeto a tomar as me-
lhores decisões, tanto para a eficiência energé-
tica quanto para o melhor investimento e conse-
quente custo x benefício.
Iluminação
Na parte de sistemas, o projeto luminotécnico
levou em consideração a seleção adequada
de luminárias e lâmpadas, com simulação para
verificar os níveis de luz nos espaços internos.
Ainda, a iluminação externa possui controles por
sensores fotoelétricos e controladores horários
para reduzir potência de iluminação ligada ao
longo da noite.
revistagbcbrasil.com.br 17out-nov/15
projeto em destaque
Ar condicionado e ventilação
natural
O sistema de ar condicionado foi dimensionado
levando em consideração todas as especifica-
ções da arquitetura para a envoltória. Paredes,
cobertura, vidros, projeções de sombreamento
e os brises foram considerados. A carga tér-
mica, com relação a uma envoltória padrão
de mercado foi reduzida em 50% aproximada-
mente, assim, reduz-se o investimento inicial
e os custos operacionais sem prejudicar as
condições internas de conforto. O sistema uti-
lizado é do tipo VRF e se adapta as condições
de cargas parciais verificadas, em simulação
computacional, para este tipo de empreendi-
mento e ocupação de varejo. A especificação
de janelas operáveis em fachadas opostas pos-
sibilitou a ventilação natural, reduzindo a neces-
sidade por climatização mecânica em épocas
de clima ameno. Para tanto, fez-se uso de CFD
para comprovação (simulação fluido-dinâmica
computacional). A sinergia de todas as medidas
de eficiência energética proporcionou a obten-
ção de todos os pontos de eficiência energéti-
ca (EAc1) da certificação LEED. A redução do
consumo energético e consequente redução de
custos energéticos associados possibilitou o in-
vestimento em um sistema de energia renovável
por módulos fotovoltaicos. Com uma potência
instalada de 1.96 kWp, aproximadamente 17%
do consumo energético do empreendimento é
produzido in loco, em escala anual. “Todas es-
tas medidas de eficiência energética, a busca
pelo pioneirismo, impacto e preocupação com
os recursos naturais fez este empreendimento
ter um excelente desempenho na dimensão de
energia e atmosfera. Mesmo certificada, a Peti-
nelli mantém uma estreita relação com o cliente
(Via Artística) e monitora o desempenho e ope-
ração deste empreendimento nível Platina”. afir-
ma Guido Petinelli.
Economia de água
Em relação às estratégias adotadas para redu-
ção no consumo de água, durante a especifi-
cação dos materiais e tecnologias no empre-
endimento foi considerado todo o controle de
gestão da água de chuva, onde pavimentos
drenantes e concregrama foram utilizados em
53%de redução no consumo através:
• 47% de redução com iluminação interna
• 10% de redução com iluminação externa
• 11% de redução com aquecimento de água
• 71% de redução com sistema HVAC
17,3%de representatividade da energia
fotovoltaica produzida, em escala anual;
Somadas a redução do consumo e a produção
de energia, atinge-se 61,4%de Redução de
Custos Energéticos.
Economia de Energia
toda o perímetro da obra e todo o telhado capta
a água de chuva. A água captada é filtrada e
abastece um reservatório de 9m³ que após de-
sinfecção via lâmpada de UV, abastece descar-
ga dos vasos sanitários. A escolha por metais
sanitários como torneiras com arejadores para
vazão de 1,8 litros de água por segundo/m³ e
vasos com sistema double flash. Além disso,
também foi incorporado um sistema de trata-
mento de efluentes para que seja enviada água
tratada à rede de saneamento público. “A VA é
um empreendimento pequeno. Para viabilizar
economicamente a certificação tivemos que fo-
car tanto em custo de obra (CapEx) quanto de
operação (OpEx). Quando falamos em certifica-
ção, o foco geralmente é na economia gerada
na operação. Nesse caso, tivemos que buscar
desde o início, soluções práticas dentro de um
orçamento restrito. Acredito que viabilidade eco-
nômica é um ponto critico para o varejo, prin-
cipalmente quando falamos em lojas menores.
A VA mostra que é possível e viável”, destaca
Guido.
18 out-nov/15 rev/gbc/br
inovação
A
comunicação é uma das
formas mais eficazes de se
garantir o sucesso em qual-
quer tipo de processo. No
setor da construção susten-
tável, é primordial que haja
essa comunicação, não
somente no momento da concepção e exe-
cução do projeto, mas também na fase de
operação e manutenção, que são acompa-
nhadas principalmente pela equipe de facility
das edificações.
A nova plataforma tem como principal objeti-
vo manter esta comunicação integrada com
todos os usuários do edifício em tempo real.
A ferramenta LEED Dynamic Plaque, trata-se
de um painel de monitoramento do desempe-
nho de edificações aliado a uma plataforma
de pontuação.
O processo de medição deste painel inte-
ligente é feito através de cinco categorias:
energia, água, resíduos, transporte e expe-
riência humana, categorias semelhantes às
exigidas para a certificação internacional
LEED na construção. A medição de desem-
penho destas categorias gera uma pontua-
ção, a qual é atualizada instantaneamente tão
logo quando atualizado o banco de dados do
edifício na plataforma.
Alguns dos benefícios mais importantes con-
quistados com a implantação desta platafor-
ma na edificação vão desde a possibilidade
de reduzir os custos de operação e manuten-
ção do prédio até a visualização panorâmica
da satisfação dos usuários nos ambientes
de trabalho. Além disso, sua funcionalidade
também contribui para observação dos re-
sultados, tendências de forma ampla, o que
possibilita a ações de melhorias e gerencia-
mento de projetos tanto no ambiente quanto
nos processos do edifício.
Segundo o Diretor Executivo do GBC Brasil,
Felipe Faria, o principal objetivo com a con-
cepção do Dynamic Plaque é estimular ações
nas equipes relacionadas à administração
predial e também nos usuários do prédio,
considerando que eles passam a ter conheci-
mento de que a eficiência de seu prédio está
caindo ou melhorando.
Esta troca de informações entre edifício e
pessoas contribui para a conscientização
quanto à sustentabilidade nas edificações
de forma contínua, tornado as ações de res-
ponsabilidade ambiental e social inerente ao
cotidiano dos usuários e, consequentemente,
aumentando o engajamento das pessoas na
busca da preservação do meio ambiente.
LEED Dynamic Plaque:
Desempenho em tempo real
Os resultados do monitoramento da platafor-
ma LEED Dynamic Plaque é visualizado de
forma integrativa através de uma placa de
medição instalada na entrada da edificação.
A unidade de medição pode ser utilizada em
qualquer tipo de projeto de construção para
visualização do desempenho em todas as
categorias, além daqueles que já possuem a
certificação LEED.
As principais vantagens adquiridas ao utilizar
o painel inteligente são: Medição de cinco
categorias de desempenho da construção;
Utilização dos dados de monitoramento para
revistagbcbrasil.com.br 19out-nov/15
inovação
contribuir na obtenção da certificação ou re-
certificação LEED; Observação de dados reais
de desempenho para contribuição de melho-
rias significativas e redução de custos; Unida-
de de exibição atrativa que mostra a pontua-
ção de desempenho; Acúmulo do histórico de
desempenho do edifício local e global.
Categorias e pontuações do
LEED Dynamic Plaque
Os critérios de pontuação se baseiam atra-
vés dos critérios definidos para edificações
que possuem a certificação ou recertificação
LEED. Além disso, a utilização dos dados de
monitoramento gerados pelo LEED Dynamic
Plaque também pode ser utilizado para con-
quistar a certificação LEED nas edificações.
Caso a pontuação regularmente atingida re-
cue, a plataforma LEED Dynamic Plaque, por
se tratar de um dispositivo inteligente, identi-
fica áreas de melhorias no edifício através de
mecanismos de rastreamento com o intuito
melhorar o desempenho e, consequente-
mente, melhorar a pontuação.
Para receber a pontuação de desempenho
é necessário o fornecimento dos dados de
um período de 12 meses das seguintes ca-
tegorias: energia, água, resíduos, transporte
e experiência humana. Nas primeiras duas
categorias, a forma de coleta de dados se dá
através do uso total de consumo do edifício,
no caso de “energia”, e uso de água potá-
vel, incluindo irrigação, torres de resfriamen-
to, entre outros, no caso da “água”. Para a
categoria “resíduos” é necessário efetuar um
conjunto de leitura compatível para o peso to-
tal de todo o resíduo desviado para aterros.
Já nas categorias “transporte” e “experiência
humana”, o cálculo dos dados é feitos atra-
vés de pesquisas com os ocupantes, sendo
que no segundo caso, deverá ser inclusa lei-
tura de CO2
e VOC (Composto Orgânico Volá-
til) nos ambientes internos.
Pontuação máxima por categoria
Apesar de não ser obrigatório, o fornecimento
de todos os dados do período é fundamental
para visualizar um desempenho mais próxi-
mo possível do real.
O LEED Dynamic Plaque é uma ferramenta
que contribuiu significativamente para melho-
ra do desempenho do edifício de forma geral.
No caso de empreendimentos cuja pontua-
ção declinou ou não chegou a atingir o nível
desejado, a plataforma, por meio de meca-
nismos de monitoramento contribui para cria-
ção de estratégias para melhoria do edifício.
Inclusão de dados na plataforma
de software
A configuração do empreendimento na plata-
forma de software é feitas através das diver-
sas opções de entrada de dados. Inicialmente
é necessário imputar no sistema dados bási-
cos do empreendimento, tais como, LEED ID
online, endereço, ano da construção, horário
de funcionamento, ocupação e área cons-
truída. Após este procedimento é necessário
incluir os dados de consumo de água, ener-
gia, resíduos, CO2 e VOC do período de 12
meses através do compartilhamento da con-
ta Energy Star Portfólio Manager no projeto
LEED. Desta forma a LEED Dynamic Plaque
instalada irá monitorar o desempenho através
da comunicação feita com os dados imputa-
dos na plataforma software conferindo a pon-
tuação em tempo real ao edifício.
Comunicação e transparência para
melhor desempenho. Este é o principal
objetivo desta nova tecnologia
Para adquirir a certificação ou
recertificação com o LEED Dy-
namic Plaque
Apenas os resultados obtidos através do mo-
nitoramento do LEED Dynamic Plaque não
garantem a certificação ou recertificação do
LEED, mas servirá como complemento. Para
atender os requisitos exigidos para a certifi-
cação ou recertificação é necessário apre-
sentação da seguinte documentação: contas
de serviço de energia e água; relatório de
auditoria relativo a resíduos gerados; leituras
de sensores e relatório de auditoria relativo à
categoria “experiência humana”.
As informações de certificação são disponi-
bilizadas na linha do tempo do projeto em
questão, bem como no diretório do projeto
USGBC, que torna pública as informações
sobre a certificação conquistada.
Design
Visualmente a plataforma física do LEED Dyna-
mic Plaque chama a atenção pelo seu design, o
que contribui para assimilação, conscientização
e atitude por parte dos usuários quanto às inicia-
tivas sustentáveis de seu ambiente.
A placa física possui aproximadamente sete
centímetros de profundidade e 45 centímetros
de diâmetro. A placa para fixação possui cerca
de 18 centímetros de largura e 19 de altura. O
peso é de aproximadamente 3,200 quilogramas.
A primeira placa foi instalada na entrada sede
do USGB, em Washington, DC, que foi certifi-
cada com o nível Platinum na categoria Com-
mercial Interiors, em 2009. No Brasil a placa
foi lançada no Greenbuilding Brasil 2015,
Conferência e Expo, que ocorreu em agosto,
e foi instalada no estande do GBC Brasil para
divulgação desta nova tecnologia.
Energia: 33
Água: 15
Resíduos: 08
Transporte: 14
Experiência humana: 20
Pontuação base: 10
20 out-nov/15 rev/gbc/br
desempenho
C
om a queda do volume de chuvas e o nível baixo dos reservatórios de água
para abastecimento e geração de energia, o Brasil vem enfrentando uma de
suas maiores crises energéticas, que se traduz, entre outras questões, em
um aumento do custo das tarifas de energia elétrica. As edificações são res-
ponsáveis por cerca de 50% do consumo total de energia no país e 1/3 da
emissão de gases do efeito estufa nas cidades. Diante desse cenário, a efi-
ciência do setor torna-se uma necessidade estratégica, vinculada à economia e à valorização
dos recursos naturais.
Trocar lâmpadas comuns por LED ou instalar detectores de presença são soluções que ajudam
a reduzir a conta, mas é urgente que a eficiência energética seja concebida desde o projeto
arquitetônico, passando por todas as fases da construção. Tais soluções, quando incorporadas
globalmente aos projetos, garantem não só a redução do consumo energético como também
um retorno do investimento inicial, economia que pode chegar a 30%.
Embora já existam ações e campanhas no Brasil que direcionam para um consumo mais cons-
ciente de energia - como os selos Procel, o programa Esplanada Sustentável, dentre outras nor-
mas técnicas e sistemas de certificação -, é preciso que a eficiência energética seja incorporada
em todos os níveis de construção das edificações. Daí surge o conceito de Energy Efficiency
Building (EEB, ou Eficiência Enérgica em Edificações) uma solução proposta pelo World Busi-
ness Council for Sustainable Development (WBCSD), já aplicada em diversos países.
O objetivo do EEB é fomentar a eficiência energética de maneira financeiramente viável e
identificar barreiras não-técnicas, como falta de capacitação da mão de obra, gargalos orça-
mentários, impedimentos regulatórios e conflitos de interesses entre stakeholders, aspectos
que impedem a ação de atores do mercado da construção civil. Dentro dessa proposta, o EEB
Lab é um laboratório que serve de base para um processo de engajamento local, que busca
entender o mercado e, com a ajuda de especialistas, recomendar ações e propor soluções.
Depois de passar por cidades como Amsterdam, São Francisco, Varsóvia e Houston, o projeto
EEB Lab propõe ações
para a eficiência
energética no Rio
Por Verônica Soares
Análise do cenário carioca buscou soluções que
possam ser implementadas em todo o país
“EDIFICAÇÕES MAIS
EFICIENTES SÃO A CHAVE
PARA A SEGURANÇA
ENERGÉTICA NO BRASIL”
Roland Hunziker,
WBCSD
revistagbcbrasil.com.br 21out-nov/15
desempenho
desembarcou no Rio de Janeiro entre os dias 14 e 16 de abril de 2015.
A escolha do Rio para sediar essa primeira experiência no Brasil não foi
aleatória: desde 2007, quando sediou os Jogos Pan-americanos, e com
a realização da Copa do Mundo em 2014, o Rio tem recebido obras ur-
banas de grande envergadura. A cidade também passa por uma grande
mobilização em torno da realização dos Jogos Olímpicos de 2016, o que
vem contribuindo para o impulso na revitalização e construção de espa-
ços dentro de parâmetros de eficiência e sustentabilidade.
EEB Lab in Rio
O programa foi organizado pelo WBCSD, pelo Conselho Brasileiro
para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e pela Lafarge, que
coordenou o evento na condição de empresa-membro e líder do gru-
po de eficiência energética. Contou também com o apoio do Green
Building Council Brasil, que participou do Comitê de Liderança e do
Comitê Técnico. O evento promoveu o encontro de stakeholders dos
setores público e privado, interessados em desenvolver e implemen-
tar o plano de ação que seria originado no laboratório.
Sob a direção de Roland Hunziker, o EEB Lab teve como objetivo princi-
pal obter um claro entendimento do quadro na capital fluminense para
a implantação de soluções de eficiência energética em edificações.
“Com a ajuda de variado painel de especialistas, tivemos condições
de não só recomendar como dar a início a importantes ações visando
à implantação de ações conjuntas pela eficiência energética, uma vez
que o maior desafio é justamente a fragmentação das empresas que
compõem esse setor”, explica o diretor e representante da WBCSD.
Como empresa fornecedora de materiais de construção e de solu-
ções construtivas, a Lafarge ocupa posição estratégica na rede que
vai possibilitar que as propostas do evento saiam do papel. CEO da
empresa, Alexis Langlois reconhece que, com a redução do consumo
de energia nas edificações, o Brasil pode contribuir para a mitigação
de efeitos das mudanças climáticas de maneira impactante. Em sua
análise, as principais barreiras não são as técnicas, mas a falta de in-
formação sobre o que fazer, como fazer, e o que esperar de projetos
de eficiência energética. “Existem muitos mitos que precisam ser des-
feitos. Diversos setores da sociedade acreditam que o custo é muito
alto. Também há um desconhecimento em relação às alternativas de
financiamento existentes”, comenta.
Entre outras barreiras identificadas no evento, Hunziker cita a neces-
sidade de treinar a mão de obra nas tecnologias e soluções já dis-
poníveis no mercado, a falta de modelos de financiamento adequa-
dos e também a necessidade de melhorar a aceitação de políticas
já existentes, como o selo Qualiverde. No entanto, ele é otimista e
acredita que as ações estabelecidas no Rio de Janeiro têm potencial
para serem replicadas por todo o país, principalmente considerando
o importante papel econômico e turístico que a cidade desempenha,
não só no Brasil, mas em toda a América Latina.
O diretor ainda reforça que é importante que a iniciativa, embora te-
nha sido promovida por instituições internacionais, continue mobili-
zando os atores locais, que compartilham um entendimento acerca
dos desafios, soluções e oportunidades para o mercado carioca: “Na
plenária de encerramento, representantes do setor privado e da ad-
ministração pública a nível municipal, estadual e federal defenderam
de maneira entusiasmada o interesse em gerar valor para a eficiência
energética, assim como desenvolver habilidades e reduzir impactos
no meio ambiente”.
Repercussão positiva
Para Marina Grossi, presidente do CEBDS, o EEB Lab teve o mérito de
reunir um grupo extremamente qualificado de especialistas no tema,
contribuindo não apenas para o quadro nacional, mas também em
escala mundial. Ela explica que, internacionalmente, tem-se o objeti-
vo de trabalhar com parceiros para alavancar uma transformação no
mercado e buscar 1.000 declarações de compromisso de tomadores
de decisão para implementar ações ousadas. “O EEB Lab realizado
no Rio foi tido como o mais bem-sucedido até então”, comemora.
Grossi destaca, ainda, a presença de representantes do Ministério
do Meio Ambiente: “Foi importantíssima a presença deles, sobretu-
do para que essa experiência chegue em outras cidades”. Alexandra
Albuquerque Maciel, analista de infraestrutura da Secretaria de Mu-
danças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério, explica que
a participação se deveu justamente pelo entendimento de que os re-
sultados podem ser replicados nacionalmente. “Esse tipo de evento
produz interações valiosas entre os diversos agentes, permitindo a
compreensão de problemas e experiências diversas. Há produção de
um conhecimento baseado em práticas, o que facilita a sua incorpo-
ração às propostas de políticas públicas”, esclarece.
Entre as ações do Ministério, existe o Projeto Transformação do Mer-
cado de Eficiência Energética no Brasil, que já treinou cerca de 345
gestores públicos e agentes do setor privado entre agosto de 2014 e
julho de 2015. Mais 26 capacitações estão previstas para este ano.
“Esses treinamentos são gratuitos e abertos a servidores públicos e
profissionais de engenharia e arquitetura. Além disso, estamos co-
laborando com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
para a operacionalizar a Instrução Normativa 02 de 2014, que torna
obrigatória a etiquetagem de eficiência energética PBE Edifica em to-
dos os 28 mil edifícios públicos federais, com potencial para alavan-
car o setor de prestação de serviços”, destaca.
Alexandra Maciel acredita que a principal barreira na incorporação
de ações de eficiência energética está no fato de que quem constrói
não é quem vai usar ou administrar os espaços: “Como o construtor
entende que incorporar eficiência energética ao projeto vai onerar o
empreendimento, ele não tem interesse”, analisa. Paulo Henrique de
Souza, gerente de Negócios da EcoBuilding da Schneider Electric,
também compartilha dessa opinião. Ele avalia que as empresas que
se utilizam do edifício são extremamente receptivas, pois vão se be-
neficiar diretamente da redução da conta de energia, além dos bene-
fícios corporativos de sustentabilidade e responsabilidade ambiental.
Por outro lado, reconhece que construtoras ou grandes projetistas
são pressionados para entregar a obra acabada e em funcionamento
com o menor custo possível, o que leva à necessidade de rever o
cenário e as regras atuais do mercado.
22 out-nov/15 rev/gbc/br
desempenho
"Um prédio eficiente pode ser entre 10% e 15% mais caro que um
prédio convencional. Hoje, não existe nenhuma legislação que exija
ou incentive que a empresa que constrói o empreendimento coloque
soluções inteligentes e eficientes. A empresa de construção só incor-
pora essas soluções se há exigência do usuário do empreendimen-
to", observa Paulo Henrique. Ele reconhece a importância do EEB na
atual conjuntura nacional, com a escassez de água comprometendo
a geração de energia limpa e fazendo com que termelétricas, que
são extremamente nocivas ao meio ambiente, entrem em operação
para suprir a demanda. "Criar um projeto de eficiência energética em
edifícios se torna essencial do ponto de vista ambiental", destacou.
A mobilização do Secovi Rio (Sindicato da Habitação) como um dos
representantes do Comitê Técnico demonstrou também a importân-
cia de instituições capazes de promover a disseminação de boas prá-
ticas para administradoras de condomínios, síndicos e demais atores
do segmento. Há dois anos, o Sindicato criou o projeto Condomínios
Verdes, um portal que reúne dicas, informações e cases de sucesso
sobre sustentabilidade em edificações. Em termos de capacitação, a
Universidade Corporativa Secovi Rio atua diretamente na promoção
de ações educacionais para o desenvolvimento de competências dos
funcionários de condomínios e empresas do setor imobiliário.
Luiza Marinho, representante do Sindicato, entende a oportunidade
de participar do EEB Lab como uma forma de também trazer menos
custos e mais qualidade de vida aos usuários. “As discussões reali-
zadas mostraram que a cultura de eficiência energética ainda precisa
ser mais disseminada no Brasil, tanto para as empresas, como para a
população em geral. Acreditamos que o investimento em educação,
muito presente nas propostas apresentadas no EEB Lab e no trabalho
desenvolvido pelo Secovi Rio, é um grande passo para alcançarmos
maturidade”, declara, assumindo um compromisso de fomentar prá-
ticas de consumo consciente e incentivar a educação ambiental nos
condomínios.
Entre as próximas ações previstas, está o desenvolvimento e publica-
ção de um Plano de Ação robusto e factível para ser implementado no
mercado da construção no Rio de Janeiro, além da estruturação de
uma rede de organizações interessadas em implementar as soluções
discutidas durante o EEB Lab. A longo prazo, o programa pretende
que projetos integrados de eficiência energética em edifícios tomem
escala, ou seja, passem a ser amplamente incorporados na rotina
da construção civil no país, de modo a tornar o setor da construção
sustentável mais competitivo.
Informação para avançar
Durante o evento, os participantes tiveram acesso a um Market Re-
view, que forneceu um panorama do cenário de eficiência energética
das edificações na cidade do Rio de Janeiro. Elaborado pela Univer-
sidade Federal de Fluminense (UFF), sob a coordenação da profes-
sora Louise Land B. Lomardo, doutora em Planejamento Energético
e vinculada ao Laboratório de Conservação de Energia e Conforto
Ambiental (LabCECA) da Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFF,
o documento apresenta um bom panorama dos desafios e oportuni-
dades da eficiência energética no Rio de Janeiro.
De acordo com Louise Lomardo, o mercado de conservação de
energia é fortemente dependente de políticas públicas, como as re-
gulamentações obrigatórias, de financiamentos e da divulgação de
informação. “Os agentes financeiros, os pesquisadores, as conces-
sionárias de energia e o poder público devem trabalhar em sintonia
para alcançar benefícios nobres de conservação ambiental, tanto
para evitar novas e gigantescas obras, quanto para evitar que a cida-
de se torne densa a ponto de impedir a passagem dos fluxos naturais
de energia, como luz solar e ventos”, defende a professora.
Análise de Louise Land B. Lomardo, doutora em Planejamento Ener-
gético e professora da Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFF
sobre o cenário da eficiência energética no Brasil:
•Não há conhecimento prático
sobre os benefícios diretos e in-
diretos da eficiência energética;
•A mão de obra não é capaci-
tada para realizar as tarefas nos
diversos níveis profissionais;
•O financiamento para investir
em EE;
•As políticas públicas munici-
pais não são integradas às fe-
derais;
•As informações técnicas dos
produtos não são acessíveis;
•Não há um local único onde se
possa esclarecer todas essas
dúvidas;
•Não existem benchmarks
(kWh/m2
ano) a serem "perse-
guidas" pelos consumidores.
•Há um ótimo mercado de tra-
balho ainda incipiente a ser ex-
plorado;
•As empresas que investem em
EE encontram retorno financeiro
direto e associam sua imagem
ao respeito ao meio ambiente;
•Um país que está em cresci-
mento rápido deve crescer de
forma saudável e consciente
para não ter de corrigir erros de
infraestrutura depois;
•As famílias que conservam
energia exercem influência e
ajudam a difundir essa prática;
•Dispomos de recursos naturais
abundantes como energia solar,
luz natural, ventilação natural;
•A energia solar é muito pouco
aproveitada no Rio de Janeiro.
Desafios Oportunidades
revistagbcbrasil.com.br 23out-nov/15
desempenho
WBCSD - Diretor
do EEB Lab
Roland
Hunziker
ENTREVISTA
Por que a cidade do Rio de Janeiro foi es-
colhida para sediar o projeto?
RH. O Brasil tem sido há muito beneficia-
do com o fornecimento de energia de baixo
carbono com base em energia hidrelétrica.
Isso começou a mudar e a questão do abas-
tecimento de energia e eficiência energética
tornou-se um tema importante.
O modelo Lab EEB é normalmente situado a
nível da cidade, a fim de reunir as principais
partes interessadas e tomadores de decisão
em um mercado local e para desenvolver
ações tangíveis com propriedade claramente
atribuída. O Rio de Janeiro é uma das gran-
des metrópoles do mundo, o núcleo de uma
vasta região metropolitana com mais de 15
milhões de habitantes. Além disso, tem gran-
de visibilidade nacional, e é o principal destino
turístico não só no Brasil, mas em todo o he-
misfério sul. Ações sobre eficiência energética
em edifícios que acontecem aqui são suscep-
tíveis de serem replicados em todo o país.
Os líderes do projeto Lab EEB, Lafarge e
CEBDS, baseiam-se no Rio e tinham, por-
tanto, excelentes oportunidades para atrair
os principais intervenientes que contribuem
para o sucesso de um EEB Lab. Além disso,
a cidade do Rio sinalizou um grande interes-
se em apoiar o trabalho e envolver as partes
interessadas do setor privado para discutir as
políticas e ações da cidade sobre a questão
da eficiência energética em edifícios.
Quais são as fases do EEB Lab?
RH. O EEB Lab começa com uma reunião
inicial, durante a qual uma uma dezena ou
mais de partes interessadas se reúnem para
debater o desejo e a viabilidade de organizar
um evento em sua cidade e para desenvolver
e implementar um plano de ação com base no
EEB Lab. A primeira fase de preparação tam-
bém é apoiada por uma análise do mercado,
que resume as principais políticas, compro-
missos e ações e listas dos players na área de
edifícios energeticamente eficientes.
O próprio EEB Lab é realizado durante 3 dias
- no primeiro dia com um comitê de peritos
técnicos entrevistam 40-50 stakeholders que
representam a cadeia de valor, a fim de com-
preender as barreiras e ouvir idéias de ações
para superar estes. No segundo dia, os peri-
O que é o EEB Lab (Laboratório de Efi-
ciência Energética em Edificações) e que
as cidades já receberam esta iniciativa?
Roland Hunziker. O EEB Lab é um Labora-
tório de 3 dias de imersão para envolver as
partes interessadas que representam toda a
cadeia de valor da construção para identifi-
car as principais barreiras de mercado para
a criação de edifícios energeticamente efi-
cientes e para desenvolver um plano de ação
para superar essas barreiras. Os EEB Labs
já foram organizados em Varsóvia (Polônia),
Houston (EUA), Bangalore (Índia), Amster-
dam (cobrindo Holanda e Bélgica), e Rio de
Janeiro (Brasil). Futuros EEB Labs serão rea-
lizados em Cingapura, Jacarta (Indonésia),
Kuala Lumpur (Malásia), Jaipur (Índia) e Chi-
na (a confirmar).
Foto:YouTube
24 out-nov/15 rev/gbc/br
desempenho
tos se reúnem para categorizar os principais
obstáculos de mercado e debater ações es-
pecíficas para abordar cada uma dessas bar-
reiras. No terceiro dia, uma sessão plenária
de alto nível reúne palestrantes e um público
de mais de 100 tomadores de decisões se-
niores do setor público e privado para forne-
cer o contexto e urgência ao tema da eficiên-
cia energética nos edifícios e para apresentar
um plano de ação para superar os obstáculos
no contexto do mercado local. Após o evento,
diferentes equipes de ação são formadas e
um mecanismo de coordenação estabeleci-
do, a fim de começar a conduzir a mudança
no mercado.
Qual é o objetivo do EEB Lab na cidade do
Rio de Janeiro e quando isso começou?
RH. O objetivo do EEB Lab no Rio era ob-
ter uma compreensão clara da situação do
mercado para a eficiência energética nos edi-
fícios, e, com a ajuda de um painel de espe-
cialistas, recomendar e iniciar a ação.
O Laboratório começou com uma reunião de
lançamento em Novembro de 2014, para o
qual 20 especialistas do setor público e pri-
vado se uniram. Essas pessoas, em seguida,
ajudaram identificarm os decisores-chave e
intervenientes no mercado para serem envol-
vidos no próprio laboratório e eles concorda-
ram sobre a agenda exata para o Lab. Após a
reunião de lançamento, uma análise do mer-
cado foi contratada para entender o panora-
ma atual do mercado.
Quem são os principais envolvidos?
RH. A barreira mais importante para um es-
toque mais eficiente em termos de energia e
construção sustentável em qualquer merca-
do é a fragmentação da cadeia de valor da
construção. É, portanto, fundamental para o
sucesso de um EEB Lab envolver todos os
grupos interessados, desde empresas de
fornecedores, da construção e de desenvol-
vimento, até os investidores, gerentes, corre-
tores imobiliários, bancos, serviços públicos,
reguladores e usuários finais. Durante o EEB
Lab, cada stakeholder é entrevistado em uma
entrevista pessoal de uma hora, de modo que
todas as perspectivas podem ser plenamente
apreendidas e compreendidas. Além disso, o
Comitê Técnico de especialistas é composto
por representantes de todos os grupos-chave,
a fim de chegar a uma visão holística e reco-
mendações sobre as medidas necessárias.
Quais são os segmentos de mercado do
EEB Lab no Rio de Janeiro?
RH. O EEB Lab não se concentra em qual-
quer segmento de mercado específico, mas
tem uma visão holística através do estoque
de edifícios da cidade, residenciais, comer-
ciais e edifícios públicos. A análise do mer-
cado foi encomendado pela Universidade Fe-
deral Fluminense para descrever o panorama
do mercado de edifícios no que diz respeito
à eficiência energética, incluindo o status de
políticas relevantes e com foco em impulsio-
nadores do mercado.
Quais foram as barreiras e oportunidades
identificadas pelo projeto?
RH. As principais barreiras no mercado do
Rio foram classificadas da seguinte forma:
A falta geral de consciência sobre os bene-
fícios de um parque imobiliário de eficiência
energética; a necessidade de treinar a força
de trabalho em soluções de tecnologia dis-
ponível e modelos de negócios; a falta de
modelos de financiamento e; a necessidade
para melhorar a aceitabilidade de mercado e
captação das políticas existentes, por exem-
plo, Qualiverde. Como resultado das ações
do Lab foram feitos acordos para abordar
estas principais barreiras. O mercado precisa
de campanhas de sensibilização dedicadas
para realçar o benefício de gerenciamento de
energia ativa e mostrar histórias de sucesso.
Desenvolvimento de capacidades tem de ter
lugar a nível técnico, bem como a nível ope-
racional e de gestão, como as tecnologias
disponíveis e modelos de negócios não são
suficientemente conhecidas ou adotadas no
mercado. Em finanças, uma maior consciên-
cia precisa ser criada para mecanismos de
financiamento existentes e uma maior padro-
nização será necessária para fazer projetos
em relação à poupança de energia financiá-
veis. Em termos de política, uma maior ênfa-
se deve ser colocada sobre o desempenho
e transparência e também para incorporar a
sustentabilidade no código de construção.
Quais são os próximos passos da EEB
Lab Rio?
RH. Vamos desenvolver e publicar um pla-
no de ação para o mercado da construção
no Rio de Janeiro e vamos continuar a de-
senvolver uma rede de organizações que
estão dispostas a implementar essas ações
acordadas. Nós também estamos dispos-
tos a discutir com os parceiros se haveria
uma abordagem semelhante em reunir os
stakeholders da cadeia de valor dos edifícios
para outras cidades do Brasil ou se haveria
uma maneira de envolver os stakeholders em
outras cidades em algumas das ações acor-
dadas em andamento.
Você poderia falar sobre os benefícios
possíveis sociais, ambientais e econômi-
cos do EEB Lab para a cidade do Rio?
RH. Edifícios mais eficientes são fundamen-
tais para a segurança energética futuro do
Brasil. O país tem desfrutado de um modelo
bem sucedido de fornecimento de energia
com base na amplamente disponível gera-
ção de energia hidrelétrica. No entanto, com
secas recentes, maior controle sobre os im-
pactos ambientais de grandes projetos e
uma crescente demanda continuamente tem
sido necessário recorrer cada vez mais a fon-
tes de energia de combustíveis fósseis, que
por sua vez coloca as metas do Brasil para
a mitigação das mudanças climáticas em ris-
co. A Agência Internacional da Energia cha-
ma a eficiência energética como o "primeiro
combustível", uma vez que ajuda a aliviar os
orçamentos dos consumidores, reduzindo a
necessidade de investimentos dispendiosos
em expansão da oferta de energia. A eficiên-
cia energética é uma situação ganha-ganha
para os consumidores, bem como o meio
ambiente e a economia.
Como pode um Edifício Verde contribuir
para uma melhor eficiência energética
em uma cidade?
RH. É importante que o consumo de energia
em edifícios seja monitorado mais de perto.
Mesmo edifícios que são projetados para ser
muito eficiente nem sempre efetivamente vão
executar o nível desejado. A ênfase também
necessita ser colocada sobre o funcionamen-
revistagbcbrasil.com.br 25out-nov/15
desempenho
to e a manutenção de edifícios, de modo a
garantir um bom desempenho. Por último, é
importante levar em conta os padrões de uso
e comportamento das pessoas em edifícios
e como eles têm um grande impacto sobre o
consumo de energia.
Como é que o Governo pode contribuir
para enfrentar uma maior eficiência ener-
gética nos edifícios na cidade do Rio de
Janeiro?
RH. A cidade do Rio introduziu o sistema
de certificação do edifício Qualiverde para
incentivar a eficiência energética, gestão da
água e desempenho térmico. Pode, por um
lado, buscar alinhar este regime com outros
regimes nacionais, por exemplo, Procel; por
outro lado, a cidade também poderia pro-
mover e difundir exemplos de boas práticas
baseadas em evidências para aumentar a
consciência global do mercado.
Qual é a sua impressão sobre os resulta-
dos da primeira fase do EEB Lab no Rio
de Janeiro, em comparação com o resul-
tado do Lab nas outras cidades?
RH. Estamos muito satisfeito com o entu-
siasmo que os stakeholders mantiveram
para com o EEB Lab. É importante que esta
iniciativa, embora iniciada por um player in-
ternacional como o WBCSD e as suas em-
presas membros, seja levada adiante pelos
parceiros locais com base em um enten-
dimento comum não só sobre as barreiras,
mas também soluções e oportunidades. Na
sessão plenária de encerramento do EEB
Lab ouvimos fortes declarações do setor pri-
vado, bem como dos três níveis do setor pú-
blico (municipal, estadual, nacional) de apoio
ainda maior à colaboração na condução da
eficiência energética no mercado como um
meio de geração de valor, desenvolvimento
de habilidades e redução da pressão sobre o
meio ambiente.
Nós sempre dizemos que o EEB Lab é ape-
nas o começo do esforço, e estamos muito
felizes que os nossos parceiros, como o GBC
Brasil, CEBDS e outros estão interessados em
desempenhar um papel ativo na promoção
da agenda da eficiência energética no Brasil e
para ajudar a iniciar e conduzir a ação.
Sempre	
  a	
  melhor	
  solução	
  em	
  	
  
Clima1zação	
  nos	
  empreendimentos	
  
Sustentáveis	
  
A	
   BMS	
   é	
   uma	
   empresa	
   de	
   Engenharia	
   com	
   experiência	
   em	
   instalações,	
  
manutenções	
   	
   de	
   HVAC	
   e	
   automação	
   com	
   cerAficação	
   LEED,	
   mantendo	
   como	
  	
  
principio	
  básico	
  a	
  missão	
  de	
  prestar	
  serviços	
  de	
  qualidade	
  a	
  preço	
  justo,	
  com	
  o	
  
compromisso	
   de	
   ter	
   parceiros,	
   não	
   só	
   clientes	
   agregando	
   confiabilidade	
   e	
  
segurança	
  entre	
  as	
  partes.	
  
	
  
Obras;	
  
•  Sistema	
   de	
   ar	
   condicionado	
   Apo	
   expansão	
   direta	
   e	
   indireta	
   para	
   conforto	
   e	
  
aplicações	
   especificas	
   (Industrias,	
   Hospitais,	
   Hotéis,	
   Laboratórios,	
  
Hipermercados,	
  Shoppings	
  e	
  EdiQcios	
  CorporaAvos).	
  
•  Sistema	
  de	
  Exaustão,	
  VenAlação	
  e	
  Extração	
  de	
  fumaça.	
  
•  Retrofit	
  	
  de	
  Sistemas.	
  
•  Automação	
  Predial.	
  
•  Detecção	
  de	
  alarme	
  de	
  incêndio,	
  cabeamento	
  estruturado,	
  controle	
  de	
  acesso,	
  
sistema	
  de	
  CFTV.	
  
•  A	
  BMS	
  conta	
  com	
  sua	
  própria	
  estrutura	
  para	
  	
  fabricação	
  de	
  dutos	
  e	
  painéis.	
  
Algumas	
  Obras:	
  
Tel.:	
  (11)3783-­‐8600	
  
www.bmsar.com.br	
  
	
  
Con1nental	
  Pneus	
  -­‐	
  BA	
   LED	
  -­‐	
  Barra	
  Funda	
  -­‐	
  SP	
   Hotel	
  –	
  Botafogo	
  -­‐	
  RJ	
  
26 out-nov/15 rev/gbc/br
expo gbc 2015
Colégio Estadual Erich Walter Heine,
Rio de Janeiro
EM SUA 6ª EDIÇÃO
		GREENBUILDING BRASIL
	 REFORÇA SUA POSIÇÃO
						NO MERCADO
Fotos:DivulgaçãoGBCBrasil
revistagbcbrasil.com.br 27out-nov/15
expo gbc 2015
A
6° edição do Greenbuilding
Brasil Conferência Interna-
cional e Expo, que aconte-
ceu nos dias 11, 12 e 13 de
agosto, mais uma vez foi um
grande sucesso, a feira con-
tou com diversas empresas
do setor de construção sus-
tentável bem como fabricantes e fornecedo-
res com o desenvolvimento de produtos.
O evento contou com a participação de 65 ex-
positores apresentando uma série de produ-
tos e tecnologias eficientes disponibilizadas
para o mercado. Foram abordados temas de
grande importância e relevância para o mer-
cado da construção civil, além de contribuir
para a disseminação destas soluções que
visam à sustentabilidade.
A oficialização da abertura do evento foi rea-
lizada por Felipe Faria, diretor executivo do
Green Building Council Brasil, com agrade-
cimentos aos expositores, patrocinadores,
palestrantes, estudantes voluntários e parcei-
ros, além de ressaltar a importância de ce-
lebrar o ambiente colaborativo entre o GBC
Brasil e outras ONGs e Associações. “O fato
é que nós somos decisivos para auxiliar na
crise energética e hídrica do nosso país, bem
como atender as principais demandas da
sociedade civil, e com muito otimismo nós
estamos verificando nossos avanços neste
sentido, são muitos projetos, temos uma forte
rede colaborativa, e nós estamos espalhando
para diferentes setores em todo o país. Pode-
mos aspirar sim grandes realizações”, decla-
ra Felipe Faria.
Na abertura do evento, o Greenbuilding Brasil
homenageou líderes de empresas engajados
com a questão da construção sustentável,
que contribuíram nos últimos anos com a
posição do Brasil no ranking de certificações
por meio de projetos voltados à construção
verde. Foram homenageados com o troféu
“Liderança em Ação”, Renata Leite Falcão,
superintendente da Eletrobrás, Márcio Ko-
gan, sócio-diretor do Studio MK27 e Lair Reis,
também do Stúdio MK27 com os projetos do
Referencial GBC Brasil Casa. Além disso, foi
oficializada a entrega da placa de certificação
LEED ND nível Silver, no segundo estágio da
certificação para bairros para o empreendi-
mento Parque da Cidade, e LEED Retail NC
nível Gold para o Posto Ecoeficiente Ipiranga
- Jardim Carioca.
Menção importante no evento também foi
a utilização do Alternative Compliance Path
(ACP), pela agência do Citibank Faria Lima
para atingir o crédito referente ao Green E..
O trabalho de equiparação entre as normas
contou com a colaboração da Key Associate,
entre a recém criada, certificação Selo Ener-
gias Renováveis da ABEEOLICA e ABRAGEL
e a certificação internacional GREEN E. O
Citibank Faria Lima é o primeiro empreendi-
mento certificado a utilizar esta ferramenta.
Evento de maior importância
da construção sustentável
consolida-se como um marco
na história de evolução no país
28 out-nov/15 rev/gbc/br
expo gbc 2015
“A sustentabilidade não é uma
maneira de fazer, mas sim de ser”
A Plenária de abertura da 6° Greenbuilding
Brasil teve a ilustre presença da ex-ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, que compar-
tilhou com os participantes suas ideias sobre
os desafios da sustentabilidade no país. Fo-
ram abordados pela ex-ministra temas como
a crise da civilização, conceitos de susten-
tabilidade, tendências no ambiente social,
empresarial e político bem como o perfil de
liderança necessário para o avanço da cons-
cientização e para o sucesso das iniciativas
no âmbito do desenvolvimento sustentável.
Marina ressaltou em seu discurso que o país
precisa sair do modelo atual e partir para um
modelo sustentável, independente de qualifi-
cação deste modelo ou não e, sobretudo, ser
capaz de combinar duas coisas, a mudança e
a preservação, “a sustentabilidade não é uma
maneira de fazer, mas sim de ser”, declarou.
Em sua exposição a ex-ministra destaca ou-
tro ponto importante, a questão da crise ci-
vilizatória, que engloba cinco grandes crises,
a econômica, social, ambiental, política e
finalmente crise de valores. “As crises civili-
zatórias não ocorrem em função do fracas-
so, elas ocorrem em função do sucesso. O
sucesso que nos leva à estagnação, à repe-
tição do ato”, e ainda complementa, “temos
que ter política de longo prazo para o nosso
curto prazo político. Não se pode sacrificar o
rumo de uma nação por causa de uma elei-
ção”, defende. Segundo ela, é preciso pensar
neste problema em escala de atitude clínica,
“atitude clínica, este é o nosso desafio”.
ExecutiveLuncheBusinessMettings
Após a plenária de abertura, Marina Silva
também participou do Executive Lunch, al-
moço que contou com a participação de pre-
sidentes e CEO´s de 30 empresas atuantes
do setor da sustentabilidade, que realizaram
perguntas para a ex-ministra. Representantes
de empresas como, Honeyweel, Odebrecht,
Cyrela, Deca, Nestlè, CitiBank, Ingersoll, re-
presentantes do USGBC e GBC Brasil, bem
como meios de comunicação de grande
porte como Grupo O Estado de São Paulo, e
diversas outras empresas de grande influên-
cia no setor da construção civil, fabricantes e
fornecedores. Ainda no Stand do GBC Bra-
sil, ocorreram durante os três dias de even-
to, reuniões com representantes do USGBC,
GBCI e GBC Brasil. Alguns dos principais
temas discutidos durante os Business Mee-
tings foram a apresentação da Certificação
WELL Building Standard, implementação do
LEED Dynamic plaque, aplicação do LEED
ND (Neighborhood Development) em um pro-
jeto localizado em Manaus e a introdução do
LEED versão 4. Também participaram destas
reuniões diversas consultoria e empresa do
setor engajadas com o tema sustentabilidade
e que buscam inovações em seus empreen-
dimentos. Algumas empresas de destaque
foram: ITAU BBA, Odebrecht, CTE, Cushman
& Walkfield, Eletrobrás, Petrobrás, Casa do
Futuro, Arup, ETRIA, Asclépio Consultoria,
Kahn do Brasil e Sustentech.
revistagbcbrasil.com.br 29out-nov/15
expo gbc 2015
Lançamentos
Uma novidade de grande relevância para a
sociedade foi o lançamento do Primeiro Pro-
jeto Legado do GBC Brasil, o desenvolvimen-
to e certificação da sede do Instituto Favela
da Paz, localizado no Jardim Ângela, uma
das maiores favelas de São Paulo. O Institu-
to cria um espaço que visa a integração das
pessoas dentro dos princípios da sustentabi-
lidade. Um projeto multidisciplinar, que se ba-
seia em cinco pilares, arte e cultura, ecologia,
convivência, tecnologia sustentável e equi-
dade social. O projeto do espaço cultural foi
executado com o suporte do USGBC, GBC
Brasil e conta com a participação voluntária
dos membros do GBC Brasil para a sua reali-
zação. Aqueles que tiverem interesse em co-
laborar com a Certificação do Instituto Favela
da Paz, seja através de doações de materiais
ou serviços, podem entrar em contato com o
GBC Brasil para obter maiores informações
sobre o primeiro projeto Social.
Importante pesquisa também lançada no
evento foi apresentada pelo CTE (Centro de
Tecnologias em Edificações), no segundo
dia do evento, “Sustentabilidade: Tendências
na Construção Brasileira 2015”, estudo este
que trouxe informações relevantes sobre o
cenário brasileiro das edificações sustentá-
veis como, materiais, soluções tecnológicas
e sistemas construtivos. A pesquisa foi reali-
zada pelo CTE em parceria com o instituto de
pesquisas Criactive.
O lançamento do evento Women in Green
Power Breakfast, que ocorreu no segundo
dia do evento onde participaram mulheres
líderes da indústria da sustentabilidade e na
formação do movimento de Green Buildings.
No evento ocorreram palestras de quatro mu-
lheres, bem como mesas de discussões com
temáticas relacionadas ao papel da mulher,
sucesso e liderança. Comandaram as apre-
sentações, Maria Carolina Fujihara, Coorde-
nadora Técnica no Green Building Council
Brasil, Linda Murasawa, Superintendente de
Desenvolvimento Sustentável no Grupo San-
tander Brasil, Thassanee Wanick, Fundadora
do GBC Brasil e Cônsul Geral da Tailândia.
Como moderadora Kate Hurst, Vice-presi-
dente, Comunidade Avanço, Conferências e
Eventos, USGBC, e Kimberly Lewis, Vice pre-
sidente Senior, Comunidade Avanço, Confe-
rências e Eventos, USGBC.
Fotos:DivulgaçãoGBCBrasil
30 out-nov/15 rev/gbc/br
expo gbc 2015
As palestras e os principais temas
abordados no 6° Greenbuilding
Brasil
O ponto forte do evento foram as palestras
comandadas por congressistas especialistas
do Brasil e da América Latina apresentando
as melhores soluções para a construção sus-
tentável no país. Entre o palestrantes estão
profissionais da arquitetura, construtores e
contratantes, designers de interiores, enge-
nheiros, incorporadores, prestadores de ser-
viços, entidades governamentais, instituições
financeiras, instituições acadêmicas, líderes
de Green Building, associações e instituições
socioambientais abordando temas como de-
senvolvimento sustentável, habitação de inte-
resse popular, planejamento urbano, energia
e água. As áreas de atuação dos profissio-
nais vão desde departamentos técnicos e
compra até presidência.
O evento consolida-se cada vez mais como
o principal evento de negócios e construção
sustentável no país. No total foram 125 pa-
lestrantes que comandaram 56 sessões edu-
cacionais apresentadas na 6° Greenbuilding
Brasil, entre eles se encontravam diversos
profissionais internacionais que apresenta-
ram as soluções, tecnologias e tendências de
cada país. Os principais temas apresentados
discursavam a cerca de dois assuntos de ex-
trema relevância no atual cenário do Brasil e
do mundo, a crise hídrica e a crise energética,
que afeta o mercado tanto no âmbito econô-
mico quanto no ambiental. Também partici-
param do evento, 830 congressistas e um
total de 4 mil visitantes nos três dias da feira.
Expositores apresentam novas
soluções para o mercado na feira
Considerado o principal encontro de negócios
sustentável da America Latina, a 6° edição do
Greenbuilding Brasil reuniu expositores de
todo o país com o objetivo de promover a
troca de informações e apresentar ao públi-
co as inovações tecnológicas destinadas às
construções sustentáveis. Seguindo a mes-
ma característica das outras edições, a feira
de exposições ocorreu simultaneamente às
sessões educacionais. O evento contou com
a participação de empresas importantes em
todas as áreas do setor, que vem ao longo
de todas as edições do evento, apresentando
suas soluções em tecnologias.
Empresas com de forte presença e credibi-
lidade no mercado marcaram presença no
evento apresentando seus produtos e novi-
dades, além de participarem ativamente des-
de a primeira edição como patrocinadores e
expositores, contribuindo diretamente para o
crescimento do mercado no que tange à sus-
tentabilidade na construção.
A Trane, uma das empresas patrocinadoras,
destacou produtos eficientes voltados para o
setor de climatização. Como membro funda-
Fotos:DivulgaçãoGBCBrasil
revistagbcbrasil.com.br 31out-nov/15
expo gbc 2015
dor do GBC Brasil, e tendo como presidente
do conselho do GBC, o diretor Manoel Gamei-
ro, a empresa possui um papel importante e
de muita responsabilidade em promover solu-
ções tecnológicas e inovadoras alinhadas aos
conceitos de sustentabilidade que o GBC tem
apresentado para o mercado brasileiro.
Também tiveram grande destaque como pa-
trocinadores, apresentações de novos produ-
tos e palestras em sessões educacionais do
evento empresas como, a consultoria Cush-
man & Wakefield, a Docol - Indústria do setor
de metais sanitários -, Honeywell - empresa
focada no desenvolvimento de soluções tec-
nológicas que visam à eficiência energética - e
o CTE (Centro de Tecnologia de Edificações),
consultoria referência no mercado da susten-
tabilidade e responsável por 100 projetos cer-
tificados pelo LEED no país.
Com o intuito de conquistar a certificação
LEED, como edificação sustentável, o Instituto
Neymar Jr participou do evento com um stand,
também para divulgação de suas ações volta-
das para o meio ambiente e responsabilidade
social, além de apresentar o trabalho realizado
com cerca de 2.400 crianças.
A WWF-Brasil também marcou presença na
Expo, a Ong, participante de uma rede inter-
nacional e comprometida com a preservação
do meio ambiente. Marco Lentini, coordena-
dor do Programa Amazônia da WWF - Brasil
apresentou em uma das sessões técnicas do
evento a problemática relacionada ao desma-
tamento e impactos ambientais, abordando a
importância da gestão consciente da madeira
durante as obras.
Comprovando sua solidez no mercado, o
Greenbuilding Brasil, é a concretização da ini-
ciativa do setor privado em construir cada vez
mais consciente e eficientemente, buscando
sempre disseminar o conceito da sustentabili-
dade nas construções para a sociedade frente
aos problemas ambientais, sociais e econômi-
cos que o país atravessa atualmente, realizan-
do parcerias com organizações governamen-
tais a fim de incentivar políticas públicas de
fomento para construção sustentável.
A 6° Greenbuilding 2015 Conferência Interna-
cional e Expo, contou com ampla cobertura da
mídia. Foram 24 veículos de comunicação e
um total de 110 profissionais de imprensa que
contribuíram, de forma assídua, para divulga-
ção de todas as etapas do evento bem como
a visão representantes de empresas que parti-
ciparam da feira de negócios.
Sustentabilidade para promover a
sustentabilidade
As ações de sustentabilidade feitas durante os
três dias de evento mostram que o importante
não é somente informar e divulgar, mas sim
incorporar para conscientizar. O evento teve a
participação de 40 voluntários, contou com um
processo de gestão de resíduos onde, foram
disponibilizadas lixeiras para coleta seletiva
pelo pavilhão e lixeiras específicas para resí-
duos orgânicos, próximas às áreas de alimen-
tação. O evento também contou com proces-
so de separação de resíduos recicláveis dos
não recicláveis, máquina de compostagem
para resíduos orgânicos gerados durante os
três dias de evento, implantação de duas ca-
çambas na área externa do pavilhão, inventá-
rio dos resíduos, além de treinamento com a
equipe de limpeza para o procedimento corre-
to da gestão dos resíduos.
Além disso, as credenciais foram confeccio-
nadas com papel semente, que poderiam ser
plantadas após o uso. O material de divulga-
ção foi impresso em papel reciclável. Tam-
bém foram disponibilizadas informações pré-
vias com relação às alternativas locomoção,
hospedagem e postura sustentável para os
visitantes como, opções de transporte públi-
co e mapas para o percurso a pé; incentivo á
hospedagem em hotéis com práticas susten-
táveis com localização próxima ao evento e
orientações como, “imprima apenas o neces-
sário” e “ leve sua própria caneta e bloco de
anotação”, ações que expandem ainda mais
os conceitos sustentáveis.
Para atender os visitantes, foram contrata-
das empresas do setor de alimentação que
ofereceram diversas opções de alimentação
32 out-nov/15 rev/gbc/br
expo gbc 2015
diferenciada e saudável, como por exemplo,
Dona Linda e o Fit Truck.
Eficiênciaenergéticaétemaprincipal
abordado no primeiro dia do evento
A questão energética foi predominante no pri-
meiro dia do evento com temas relacionados
às superfícies frias e sua contribuição para o
conforto térmico e redução no consumo de
energia, avanços e oportunidades na gera-
ção de energia distribuída fotovoltaica, os
desafios e oportunidades para a indústria em
relação à crise energética, além da sessão fo-
cada para o Programa Nacional de Eficiência
Energética, trabalho conjunto realizado entre
o Ministério do Meio Ambiente, o Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimen-
to (PNUD), do Global Environmental Facility
(GEF) e do Banco Interamericano de Desen-
volvimento, programa este que abordou te-
mas como, inovações técnicas e financeiras
para suporte na implantação de projetos e
ações de eficiência energética e energia re-
novável. A apresentação do case Parque da
Cidade em uma das sessões, também foi
destaque que focou a questão energética,
conforto e bem estar do usuário.
Além das sessões educacionais focadas
em eficiência energética, o evento teve a
apresentação do Plano de Aplicação do re-
ferencial Casa bem como os desafios e obs-
táculos enfrentados utilizando como case o
projeto piloto residencial Catuçaba Ecovila,
revistagbcbrasil.com.br 33out-nov/15
expo gbc 2015
Trajetória da certificação LEED para lojas de
Varejo (Retail), Gestão de projetos sustentá-
veis, Natureza da cidade eficiência ecossis-
têmica dos projetos e da gestão, Escolas Net
Zero Energia, Serviços ambientais como ve-
tores de Planejamento Territorial, Selo Procel
Edificações e sua aplicação ao processo de
certificação LEED (apresentação – case Pos-
to Ipiranga) e Estratégias passivas em hospi-
tais através de simulação termodinâmica.
Temas como revisão de zoneamento, utili-
zação responsável da madeira e gestão de
resíduos sólidos, processo de certificação de
edifícios residenciais no Brasil, LEED versão
4 e a preparação da indústria para atender
a esta nova demanda, análise de microclima
para conforto ambiental em espaços urbanos
abertos, estratégias e soluções LEED para
diferentes tipos de construção e setores do
mercado, entre outros, tiveram maior desta-
que no segundo dia do congresso. Foram
16 sessões educacionais que ocorrem si-
multaneamente durante o dia. A presença de
palestrantes renomados no mercado a cons-
trução e da sustentabilidade de forma geral,
consolidou mais uma vez a importância e a
credibilidade do evento no âmbito econômi-
co, ambiental e social.
Uma das principais discussões foi a dimen-
são ambiental na proposta de revisão do zo-
neamento e uso e ocupação do solo na cida-
de de São Paulo, que determina as formas
de uso e ocupação do solo da cidade e seus
reflexos em todo o setor. Representantes da
Secretaria Municipal e Desenvolvimento Ur-
bano (SMDU), Daniel Todtmann Montandon,
diretor do Departamento de Uso do Solo, os
vereadores, Gilberto Natalini, Ricardo Young
e Paulo Frange, autor do Projeto de Lei de
Zoneamento, discursaram sobre a revisão de
zoneamento, bem como os pontos previstos
no projeto de lei que contribuem diretamen-
te para o aumento da sustentabilidade, tema
discutido há anos na cidade de São Paulo.
Além disso, abordaram a questão dos rumos
a ser seguidos pela sociedade para cons-
cientização em relação à exploração e a co-
mercialização da madeira.
A questão de resíduos sólidos urbanos, tam-
bém foi um importante tema debatido através
do case Parque da Cidade com a apresenta-
ção do sistema de coleta automatizada. Den-
tro de um projeto diferenciado, que possui
um conceito de cidade compacta, o Parque
da Cidade é o primeiro empreendimento a
aderir a gestão de coleta através do sistema
automatizado de resíduos sólidos à vácuo.
Esta tecnologia pioneira no Brasil, que pode
ser observada em grandes cidades como
Londres, Estocolmo e Barcelona, trará como
benefícios, além de uma gestão mais limpa
e eficiente, a redução da quantidade de resí-
duos encaminhados para aterros e a redução
de viagens de caminhões de lixo necessárias
para atender o empreendimento, promoven-
do assim o descarte ambientalmente corre-
to dos resíduos produzidos e reduzindo a
emissão de CO2
causada pelo transporte. A
Fotos:DivulgaçãoGBCBrasil
34 out-nov/15 rev/gbc/br
expo gbc 2015
palestra que abordou a questão da coleta au-
tomatizada foi ministrada por Fábio Colella,
diretor da empresa Envac Brasil, idealizadora
do sistema de coleta de resíduos sólidos ur-
banos por sucção.
Leed versão 4: A importância da
comunicação transparente para
melhoria contínua aliada à análise
do ciclo de vida do produto
A importância da atualização e inovação
dos processos e materiais desenvolvidos
para o mercado sustentável também tiveram
destaque entre os assuntos debatidos do
segundo dia do Greenbuilding 2015 com a
apresentação do LEED versão 4 bem como
a preparação das indústrias para atender
esta nova demanda. Em razão desta cons-
tante busca por inovações e tecnologias
diferenciadas para atender às certificações,
os desafios atuais, comunicação transpa-
rente e a melhoria contínua dos processos,
o LEED versão 4 vem propor à indústria e
aos fabricantes os novos requisitos de sus-
tentabilidade para se atingir resultados mais
eficientes, tanto nas construções quanto nos
desenvolvimento de materiais. As novas me-
didas apresentadas englobarão ferramentas
de análise e otimização frente ao consumo
de água energia, além da preocupação em
relação à composição dos materiais visando
à toxicidade de seu conteúdo. “O LEED é um
exercício de melhoria contínua que traz vários
desafios. Existe a necessidade de um novo
posicionamento desses fabricantes em bus-
car melhoria contínua e de se comunicar de
forma transparente, e para isso é necessário
mostrar a importância dessa transparência”,
apontou Alessandra Caiado, Arquiteta, espe-
cialista em Design Ecológico e Coordenadora
de Materiais Sustentáveis do CTE.
As novidades da nova versão abrangem a
transparência em relação à composição de
materiais para comprovação desta melhoria
dos materiais, opção de número de produtos
ou em custo para atingir a certificação, preo-
cupação com a origem da matéria-prima, re-
gionalidade, emissão de COV bem como a
incorporação de questão da responsabilida-
de social. Todos os novos créditos que serão
abordados na nova versão do LEED seguirão
o conceito da análise do ciclo de vida, seja no
âmbito do edifício como um todo, seja com
um no enfoque do produto através da solici-
tação de declarações ambientais.
Segundo a engenheira ambiental e consul-
tora de Sustentabilidade do CTE, Adriana
Hansen, a análise do ciclo de vida contempla
a extração da matéria-prima e manufatura,
passando pela montagem até o descarte e
reciclagem do produto. “Para o crédito que
fala sobre a análise do ciclo de vida do edifí-
cio, as três primeiras opções estão atreladas
Fotos:DivulgaçãoGBCBrasil
revistagbcbrasil.com.br 35out-nov/15
expo gbc 2015
a reaproveitamento da estrutura existente, ou
seja, retrofit. A quarta opção é a realização de
estudo de análise de ciclo de vida do edifí-
cio a fim de demonstrar uma redução efetiva
de impacto de 10% englobando temas como
mudanças climáticas, depleção da camada
de ozônio, acidificação de solo e água, eu-
trofização, formação de ozônio troposférico,
sendo que, uma das melhorias obrigatórias
é o impacto de mudanças climáticas, sen-
do necessária uma análise que vai desde a
extração da matéria-prima até as atividades
construtivas e efetivas do prédio e a opera-
ção, considerando as simulações de água e
energia”, afirmou a engenheira durante a sua
apresentação.
Último dia da 6° Greenbuilding Brasil
2015 fecha em grande estilo com o
foco na “água”
Um dos temas reservados para agenda do úl-
timo dia do evento foi a questão da gestão no
uso da água. No total foram 20 palestras que
abordaram temáticas como, consumo cons-
ciente, otimização de sistemas eficientes,
promoção de saúde e bem estar dos usuários
de edifícios, preocupação com o tratamento
da água bem como a apresentação de estra-
tégias de gestão integrada visando à redução
no consumo deste recurso.
Uma importante questão foi abordada na
apresentação da diretora técnica da Infinityte-
ch, Virgínia Sodré, sobre o atual cenário de
escassez de água, além de apresentar um
trabalho pioneiro no mercado de desenvol-
vimento urbano, o Programa Água de Valor,
onde é levada em consideração a gestão es-
tratégica do uso da água e os impactos da
utilização deste recurso englobando proces-
sos de gestão a nível micro, meso e macro do
consumo da água através de soluções inova-
doras para diversos segmentos de negócios,
desenvolvendo inclusive o primeiro plano de
gestão estratégico de água para uma incor-
poradora no Brasil.
O Greenbuilding Brasil Conferência Interna-
cional e Expo é um evento de extrema impor-
tância para disseminação deste tipo de pro-
grama. O cenário atual e futuro é de escassez,
e existe uma necessidade de ações imediatas
e permanentes para a melhoria deste cenário.
O programa Água de Valor se encaixa perfei-
tamente dentro deste cenário com a disse-
minação e a conscientização das indústrias,
construtoras e incorporadoras, promovendo
uma abordagem mais abrangente na ques-
tão da gestão da água no desenvolvimento
urbano. “Nós como, incorporadores, agentes
da área de desenvolvimento urbano, temos
um papel muito importante na cidade quanto
à preservação dos mananciais e a contribui-
ção na gestão da água, é uma questão de
sobrevivência nas cidades”, declarou Virgínia.
Outros debates importantes realizadas com
relação ao tema na agenda foram: Certifica-
ção do setor público com destaque para a
primeira creche certificado no Brasil, a Cre-
che Hassis; Redução de custo do m² com a
sustentabilidade; Gestão de demanda com
evolução e tendências; A importância de
como “esportes verdes” estão impulsionan-
do a sustentabilidade; Arquitetura e Susten-
tabilidade; Plano de Segurança da Água fo-
cando na saúde em edificações e indústrias.
36 out-nov/15 rev/gbc/br
social
A
apresentação do
projeto Rio Re-
siliente ganhou
destaque na 6°
edição do Green-
building Brasil
2015 Conferência Internacional &
Expo. A sessão técnica foi apre-
sentada por Pedro Junqueira,
chefe-executivo de resiliência e
operações e por Luciana Nery,
gerente de resiliência. Com o
intuito de promover ainda mais
este conceito, o Centro de Ope-
rações da Prefeitura do Rio de
Janeiro desenvolveu o proje-
to que contempla dimensões
como, mudanças climáticas,
comportamento resiliente, ges-
tão resiliente e resiliência socioe-
conômica.
“Participar de um evento que tra-
ta de sustentabilidade, que trata
de construções verdes, seja por-
que tem mais consciência, seja
Rio Resiliente: Um novo
enfoque sobre a cidade
Em tempos de drás-
ticas mudanças cli-
máticas bem como
adversidades sofri-
das, a resiliência é
um conceito funda-
mental que deve ser
abordado e aplicado
na sociedade
©Embratur
Greenbuilding Brasil 2015: reforçando as tendências para um futuro sustentável
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  • 1. REVISTA G R E E N B U I L D I N G C O U N C I L GREENBUILDING BRASIL 2015: REFORÇANDOASTENDÊNCIAS PARAUM FUTURO SUSTENTÁVEL GBCBRASIL C O N S T R U I N D O U M F U T U R O S U S T E N T Á V E L ANO2 / Nº6 / 2015 Rio de Janeiro lança movimento rumo à Resiliência REVISTA VA Casa da Praia é primeira loja LEED Platinum no país VIBEDITORA DOSSIÊ ESPECIAL CLIMATIZAÇÃO: INTEGRAÇÃO COMO SOLUÇÃO LEED Dynamic Plaque: desempenho em tempo real
  • 2. INSCRIÇÕES ABERTAS EM 13/11 !!! 2016 2016 O PODER DA TRANSFORMAÇÃO EM SUAS MÃOS e CALL FOR REVIEWERS CALL FOR PROPOSALS FIQUE ATENTO ÀS NOVIDADES DESTA EDIÇÃO: O sucesso da Greenbuilding Brasil 2016 também depende da sua participação! Compartilhe sua expertise, experiências, cases de sucesso e novos empreendimentos com os nossos congressistas. As inscrições estão abertas a partir de 13 de novembro. O nosso objetivo em 2016 é enfatizar a contribuição da comunidade da construção sustentável para a apresentação de conteúdos relevantes, atuais e necessários. A partir de 2016 a Greenbuilding Brasil contará com a expertise do Informa Group, grupo multinacional líder mundial na organização de Conferências e Feiras com forte operação no Brasil, responsável por feiras como Greenbuild EUA e Mediterrâneo, World Concrete Show, Designjunction, Dwell on Design, Interior Design Show, ForMóbile, Expo Revestir e Fórum Internacional de Arquitetura e Construção, entre outras. Acesse nosso site e apresente sua proposta ou se candidate a ser um de nossos revisores! Você também pode fazer parte da transformação! www.informagroup.com.br/greenbuilding Realização simultânea à nova feira High Design - Home & Office Expo no SP Expo Exhibition & Convention Center. Encontro mais forte e abrangente para os setores de Arquitetura, Construção e Design Greenbuilding Brasil manterá seu foco em sustentabilidade dentro destes segmentos Mais de 15 mil profissionais reunidos 25 mil metros quadrados de área total Mais de 200 marcas em exposição. Mais informações sobre o evento: greenbuilding@informa.com SÃO PAULO - SP SP EXPO EXHIBITION & CONVENTION CENTER 09 a 11 AGOSTO 2016
  • 3. revistagbcbrasil.com.br ©BiancaWendhausen O ano de 2015 tem passado rapidamente, o mercado da construção sustentável evolui a passos largos à medida que as adversidades vão surgindo em nossa sociedade. A busca por novas soluções, tecnologias, equipamentos e processos, mostra o quão engajado o mercado está frente aos problemas do nosso plane- ta. É um pouco desta evolução contínua que trazemos nas edições da Revista GBC Brasil. Esta edição traz a cobertura de um dos maiores even- tos da construção sustentável no Brasil, a 6° Green- building Brasil, Conferência Internacional e Expo, que contou com a participação diversos palestrantes e congressistas do Brasil e do mundo, que comparti- lharam suas experiências de sucesso. Em especial a ilustre presença da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que explanou sobre os desafios da sus- tentabilidade em nosso país. Ainda nesta edição, você poderá conferir as novida- des e as tendências sobre o setor de ar condicionado, conforto térmico e qualidade ambiental através da se- ção “Especial Climatização”, além de explicar sobre as diversas regulamentações voltadas para atender este setor, bem com sua constante evolução. Empre- sas especializadas em instalação de sistemas, fabri- cantes e fornecedores mostram suas estratégias em projetar, executar e operar de forma mais eficiente. É olhando para as tendências e absorvendo novas ex- periências que a Revista GBC Brasil se empenha em aproximar-se de você, leitor, promovendo informação de qualidade para um futuro sustentável. Foco nas tendências e evolução LUIZ SAMPAIO DIRETOR EXECUTIVO VIB Editora CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO MEMBROS DO CONSELHO Manoel Gameiro - Trane - Presidente José Moulin Netto - Vice presidente José Cattel - Alcoa Celina Antunes - Cushman & Wakefield Mark Pitt - Sherwin Williams Hugo Rosa - Método Carmen Birindelli - WTorre Convidada: Thassanee Wanick - Fundadora do GBC e Cônsul Geral da Tailândia no Brasil CONSELHO FISCAL Renato Alahmar - 3M Guido Petinelli DIRETOR GERENTE Felipe Faria DIRETOR EXECUTIVO Luiz Sampaio lfsampaio@vibcom.com.br REDAÇÃO Bruna Dalto - MTb 72943 Verônica Soares - MTb 13093 Patrícia Braga redacao@vibcom.com.br DIRETORA COMERCIAL Cibele Oliveira coliveira@vibcom.com.br COMERCIAL Douglas Alves dalves@vibcom.com.br Taís Colares revistagbc@vibcom.com.br FINANCEIRO Roseli Pereira adm@vibcom.com.br DESIGN GRÁFICO E EDITORIAL VIB EDITORA REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO VIDA IMOBILIÁRIA BRASIL - VIB EDITORA Rua Roque Petrella, 46 - sala 501 Brooklin - São Paulo - SP CEP 04581-050 Tel/Fax: 11 5078 6109 www.vidaimobiliaria.com.br RESPONSÁVEL DO GBC Maíra Macedo Capa: Divulgação GBC Brasil VIBEDITORA
  • 4. 4 out-nov/15 rev/gbc/br índice EDITORIAL...................................................> 3 COLUNA GBC..............................................> 6 GREEN PAGES MARINA SILVA.................................> 8 PROJETO DESTAQUE...........................> 14 INOVAÇÃO...................................................> 18 DESEMPENHO.............................................> 20 CAPA COBERTURA DO EVENTO..............> 26 VIDA SUSTENTÁVEL ...................................> 36 ESPECIAL CLIMATIZAÇÃO INTRODUÇÃO.............................................................> 40 PRÊMIO SMACNA 2015.....................................> 46 EMPRESAS EM DESTAQUE...............................> 50 POLÍTICAS PÚBLICAS..................................> 76 SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS........................> 78 REFERENCIAL CASA GBC BRASIL..............> 80 GBCBRASIL C O N S T R U I N D O U M F U T U R O S U S T E N T Á V E L ANO2 / Nº6 / 2015 REVISTA G R E E N B U I L D I N G C O U N C I L CAU/SP ABIESV VERTIGARDEN ZAGONEL B.35 SALA DE PALESTRANTES/ SENSYM E.25 USGBC F.32a BRASUS E.20aA.20 C.23 A.35 A.25 A.27 ABRAVA/AHRI ELETROBRAS B.19 A B C D E F B.20 C.19 E.31 E.35D.36 F.32 F.34 B.40B.39 B.33 A.21 B.30 C.30 C.22 A.30 A.22 B.24 A.32 A.34 A.36 B.34 C.33 A.40 C.20 D.23C.26 D.29 D.21 E.23 D.30 D.24 E.20D.20D.19 B.29 B.25 B.21 E.28 E.24 B.37 C.40 C.32 B.38 C.39 C.37 D.34D.33 FRG A.33 A.29 SOBRATEMA RAIN BIRD BRASTON ETRIA SONDAREASTMAN BEAULIEU CONEXLEDALLPEX LUTRON LCP ARCO BRAGENIX DYSON ECOACUSTICA GBC 2016 REWOOD VERTICAL GREEN AQUADROP AXION RUFFINO BRIAND ENERGIES PLOT ANDALUZ REVISTA ARES ASBRAV MMCK EUA BRY AIR HEATEX SANITRIT A.37 REVISTA PREFEITOS E VICES SALA/ 1 BVST EVAC REVISTA CORPORATIVA PLENARIA DE ABERTURA/ CONSULADO AREA DE COFFEE/ ROOM SALA/ 2ROOM SALA/ 1ROOM SALA/ 1ROOM OPENING PLENARY COFFEE AREA SPEAKER LOUNGE Água Qualidade Produto Energia Arquitetura & Projetos opção2opção3opção1 Água Qualidade Materiais Energia Arquitetura e Projetos 11 - 13 de agosto/august, 2015 Transamerica Expo Center | São Paulo/SP - Brasil/Brazil6 ª/th EDIÇÃO EDITION Planta do Evento/Floor Plan 2015
  • 5. A área de Gestão de Projetos Sustentáveis da Cushman & Wakefield cuida de forma completa doA área de Gestão de Projetos Sustentáveis da Cushman & Wakefield cuida de forma completa do seu empreendimento imobiliário, da configuração ao gerenciamento do produto. Isso se traduz emseu empreendimento imobiliário, da configuração ao gerenciamento do produto. Isso se traduz em encontrar os melhores fornecedores, controlar o budget e os prazos da obra.encontrar os melhores fornecedores, controlar o budget e os prazos da obra. E também garantir que o projeto seja sustentável desde o início, gerando economia por meioE também garantir que o projeto seja sustentável desde o início, gerando economia por meio do aumento da eficiência energética. Com o empreendimento já em operação, uma equipedo aumento da eficiência energética. Com o empreendimento já em operação, uma equipe especializada administra o condomínio e maximiza a eficiência dos recursos.especializada administra o condomínio e maximiza a eficiência dos recursos. Ao contar com a Cushman & Wakefield, o saldo é sempre positivo para você e para o meio ambiente.Ao contar com a Cushman & Wakefield, o saldo é sempre positivo para você e para o meio ambiente. www.cushmanwakefield.com.br 11 3513-6775 A CUSHMAN & WAKEFIELD TEM A SOLUÇÃO COMPLETA PARA COMBINAR EFICIÊNCIA E SUSTENTABILIDADE EM TODAS AS ETAPAS DO SEU EMPREENDIMENTO.
  • 6. 6 out-nov/15 rev/gbc/br coluna gbc M ais uma vez o mercado mostrou-se forte- mente engajado com as questões de sus- tentabilidade nas construções, que não en- volvem somente o fator meio ambiente, mas questões econômicas e sociais. A 6° edição do Greenbuilding Brasil Conferência Interna- cional e Expo provou que a forte rede colaborativa entre o GBC Brasil, organizações e associações, brasileiras e inter- nacionais, na busca de melhores processos, melhores tec- nologias em produtos e equipamentos e melhores soluções trouxeram e, continuam trazendo resultados positivos para o nosso país. Um dos principais desafios em tempos preocupantes, como a crise hídrica, crise energética, drásticas mudanças climáticas, além da atual situação econômica que o Brasil atravessa é a busca por soluções significativas que consi- gam integrar preservação do meio ambiente e otimização de recursos financeiros. Para isso, o setor da construção sustentável se coloca em uma posição de evolução, atra- vés da procura por especialização e capacitação dos pro- fissionais, atentos às tendências internacionais, buscando sempre as melhores práticas de sustentabilidade nas cons- truções. O GBC Brasil traz um saldo positivo para o ano de 2015, pois cada vez mais empresas como, membros asso- ciadas ao GBC Brasil, associações e evolução das normas reguladoras proporcionam um estímulo frente aos desafios atuais da construção civil e da sociedade como um todo. Vale ressaltar a importância da evolução da certificação LEED com sua nova versão – LEED v.4, que traduz este envolvimento do GBC Brasil em prol de construções mais eficientes, econômicas e que se preocupam com a saúde e bem-estar dos usuários. Em especial, com o aumento da demanda por edificações residenciais e, consequente- mente, o empenho do GBC Brasil com a consolidação da certificação Referencial GBC Brasil Casa, lançado em 2014, reforça ainda mais esta preocupação e conscientização massiva da sociedade. Os números mostram o comprometimento, principal- mente do setor privado, com a sustentabilidade do país. Nesta 6° edição do Greenbuilding Brasil foram 65 exposi- tores que apresentaram inúmeras soluções de alto desem- penho, alta tecnologia e criatividade. As 56 sessões educa- cionais contaram com a apresentação 125 palestrantes do Brasil e do mundo, que contribuíram de forma significativa através de suas experiências profissionais e cases de su- cesso que comprovam que estamos no caminho certo. Cer- ca de 830 congressistas e o número extraordinário de qua- tro mil visitantes, além dos 40 voluntários que trabalham por esta causa, também realçou esta conscientização mundial em busca de uma sociedade mais sustentável em todos os sentidos. Essa integração entre pessoas e instituições, trabalhando em prol da construção de uma sociedade mais sustentável é que faz toda a diferença. Integração, colaboração e evolução em busca de um mesmo propósito, um futuro mais sustentável FELIPE FARIA, DIRETOR Green Building Council Brasil
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  • 8. 8 out-nov/15 rev/gbc/br inovação GREEN PAGES 8 out-nov/15 rev/gbc/br Marina Silva ENTREVISTA ©GBCBrasil
  • 9. revistagbcbrasil.com.br 9out-nov/15 inovação revistagbcbrasil.com.br 9out-nov/15 Marina Silva é historiadora, professora, ambientalista e política brasileira. Sua atuação pela preservação do meio ambiente lhe rendeu reconhecimento internacional, tendo recebido uma série de prêmios internacionais por sua luta pela preservação da Floresta Amazônica, por sua atuação na área de mudanças climáticas e pelas iniciativas para criar um desenvolvimento sustentável no Brasil. Senadora da República por dois mandatos consecutivos e Ministra do Meio Ambiente entre 2003 e 2008, Marina Silva foi a keynote speaker do 6º Greenbuilding Brasil, apresentando a todos a audiência, seus conceitos e posicionamento frente aos desafios para a consolidação de um modelo de desenvolvimento nacional que privilegie a sustentabilidade dos recursos naturais, e a preservação da humanização das relações sociais num futuro próximo, convicções que reafirma nesta entrevista exclusiva à revista GBC Brasil. Com toda esta crise política e econômica, o Brasil tem condi- ções de implantar um modelo de desenvolvimento sustentável, qual seria este horizonte de tempo? Marina Silva: Acredito que o Brasil reúne condições muito favoráveis para fazer uma profunda inflexão no modelo de desenvolvimento preda- tório e excludente, que tem prevalecido até aqui no mundo. Somos uma potência em recursos naturais, temos 11% da água doce disponível e 22% das espécies vivas do planeta. Temos a maior floresta tropical do mundo e diversos ecossistemas extremamente ricos como o pantanal, cerrado, caatinga e mata atlântica, além da nossa vasta costa atlântica. Dispomos de enorme potencial de geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis, como a solar, eólica, biomassa e hídrica. A grande extensão de terras agricultáveis, superior a 300 milhões de hectares, pode garantir produção de alimentos de qualidade sem a necessidade de des- matar novas áreas de vegetação primária. Além disso, temos gigantescas jazidas minerais que precisam ser cuidadosamente exploradas, porque, como diz um amigo, são safras que só dão colheita uma única vez. Mas apesar de toda essa riqueza natural, temos tido enormes dificuldades para sair do modelo de exploração predatória, dos recursos naturais e da dependência econômica das '"commodities". Infelizmente nos tem faltado visão estratégica para construir um projeto de nação que nos faça gran- de, não mais pela própria natureza, mas pela natureza das decisões que tomamos, como por exemplo, investir em educação, ciência e tecnologia de alta qualidade. Unindo a base de recursos naturais que temos com o potencial criativo e empreendedor de nossa população, não tenho dúvi- da de que em poucas décadas poderíamos galgar níveis de qualidade de vida e desenvolvimento bastante satisfatórios. Mas para isso, precisa- mos sair desta crise política com uma democracia mais saudável e com nossas instituições mais fortes. Para tanto, é fundamental que as inves- tigações em curso redundem em punições exemplares e que sepultem a cultura da impunidade no Brasil. Com esses alicerces estabelecidos, podemos debelar a crise econômica e dar os passos estruturais que o Brasil precisa para retomar a trajetória virtuosa que vinha seguindo, e que nos fez conquistar estabilidade econômica e inclusão social nas últimas duas décadas. Ninguém se conforma com o desmatamento na Amazônia. O que vem sendo feito efetivamente nos últimos anos para a re- dução do índice de desmatamento, e quais são as perspectivas futuras? MS: O Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia foi lançado em 2004 durante minha gestão no Ministério do Meio Ambien- te e, desde então, tem dado uma grande contribuição para a redução das taxas de desmatamento. Desde então já atingimos uma redução de 80%
  • 10. 10 out-nov/15 rev/gbc/br inovação GREEN PAGES 10 out-nov/15 rev/gbc/br na destruição. Mas, a continuidade desse processo está fortemente ame- açada desde que a Presidente Dilma sancionou o novo Código Florestal, que deu anistia ao desmatadores e reduziu as áreas de proteção, não só na Amazônia mas em todos os biomas do país. Além disso, ela prati- camente paralisou o processo de criação de unidades de conservação, as quais são uma das estratégias mais eficientes para redução do des- matamento. Infelizmente com o enfraquecimento do governo em meio a essa crise política, a legislação socioambiental tem sido ainda mais usa- da como moeda de troca na tentativa de amealhar apoio político. Prova disso são as propostas de enfraquecimento da legislação das unidades de conservação, terras indígenas e licenciamento ambiental que contam com apoio velado do governo. Atualmente o tema sustentabilidade está se disseminando cada vez mais principalmente através do engajamento do setor pri- vado com iniciativas e soluções tecnológicas cada vez mais avançadas, buscando sempre a preservação do meio ambiente atrelado à otimização de recursos econômicos e a conscienti- zação do mercado de forma geral. Porém sabemos que é muito importante a participação continua do setor público para que estas iniciativas se desenvolvam e evoluam em escala para que seja possível atingir um nível de eficiência. O que a Sra. acre- dita que tem que ser feito para envolver mais o poder público nesta empreitada pela sustentabilidade? MS: Tenho dito que o maior entrave que o país enfrenta para continuar avançando em todas as agendas estratégicas, como é o caso da agen- da da sustentabilidade, da inclusão social e da modernização de nossa economia, que passa por superarmos a má qualidade de nossa política. O presidencialismo de coalização que nos trouxe até aqui, baseado na distribuição de pedaços do Estado aos partidos e coronéis políticos se esgotou. Um país da magnitude e importância do Brasil não pode mais ser governado por pessoas e partidos que não apresentem um progra- ma de governo ao escrutínio da sociedade. Não podemos mais continuar dando cheques em branco para os políticos nos governarem, sem que se comprometam com uma visão de país e uma concepção de desenvolvi- mento que possa ser debatida e julgada claramente pela população nos pleitos eleitorais. A crise atual mostra como a má política corrói os bons fundamentos econômicos e as conquistas sociais. Ajeitar essa política é o passo inicial para qualquer agenda séria e de longo prazo em nosso país. A 6° edição do Greenbuilding Brasil Conferência Internacio- nal e Expo, que ocorreu em agosto de 2015, é um dos eventos mais importantes no âmbito da construção sustentável, e vem ao longo dos anos consolidando-se cada vez frente ao setor da construção civil. Como foi a experiência de participar como “Keynote Speaker” neste evento e qual a importância das ativi- dades do Green Building Brasil para o país? MS: Foi uma grande alegria encontrar-me com tantos profissionais e empreendedores envolvidos de forma tão apaixonada com a questão da sustentabilidade. Os diálogos que tivemos foram muito ricos e me mos- traram que temos uma comunidade profissional no Brasil ligada à ques- tão das edificações sustentáveis do mais alto nível técnico e de grande ©GBCBrasil
  • 11. A Hitachi Ar Condicionado do Brasil é membro do Green Building Council Brasil desde 2011. Sua linha de produtos completa, atende ambientes residenciais, comerciais e industriais, com foco na eficiência e na economia de energia, oferecendo ao mercado o que há de melhor em tecnologia de ar condicionado com produção no Brasil. Todos os seus produtos são compatíveis com fluidos refrigerantes amigáveis. Como prova de sua preocupação com as questões ambientais, a Hitachi oferece ao mercado equipamentos sustentáveis com a mais alta tecnologia que contribuem para a certificação de sustentabilidade de construção civil, LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). Acesse: www.jci-hitachi.com e www.hitachiapb.com.br
  • 12. 12 out-nov/15 rev/gbc/br inovação GREEN PAGES 12 out-nov/15 rev/gbc/br compromisso ético. Como diz o sociólogo francês Edgard Morin, somos parte de uma comunidade de pensamento que milita em favor de um modelo de desenvolvimento socialmente justo, economicamente prós- pero, ambientalmente sustentável, culturalmente diverso e politicamente democrático. Um dos temas da abertura da 6° Greenbuilding Brasil Conferên- cia Internacional e Expo foi “colaboração”. É um sonho pensar em uma fórmula de se fazer política colaborativa no Brasil? MS: Para mim não há nada mais concreto do que o sonho. Foi sonhando em voar que o homem construiu aeronaves, foi sonhando com o fim da descriminação racial - no fundo de uma cela - que Nelson Mandela pavi- mentou o caminho para o fim do apartheid na África do Sul. Da mesma forma, Luther King, Gandhi, Chico Mendes e tantos outros. Eu não quero deixar de sonhar, jamais. Foi sonhando em estudar e ser freira que sai, analfabeta e doente, de um seringal no Acre e cheguei a ser senadora e ministra e à honrosa posição de candidata a Presidente do Brasil, por duas vezes. Acho que a visão de um Brasil melhor tem que habitar primei- ro em nossos sonhos para depois surgir de nossas decisões e de nossas mãos. Pensar em processos colaborativos não é mais uma opção. Num mundo em rede, conectado e vazado de todos os lados pela transpa- rência e repleto de pessoas sedentas por participação e protagonismo, não haverá mais lugar para os processos fechados, para as estruturas herméticas, para as mentalidades engessadas. A colaboração é a princi- pal característica do funcionamento dos sistemas naturais. A competição é a exceção. E o exagero na competição criou essa crise no mundo em que vivemos. A saída passa por nos reconectarmos uns aos outros é nos ouvirmos, nos respeitarmos e construirmos juntos os caminhos que deci- dirmos seguir como nação, empresas, famílias ou indivíduos. Imagine-se no dia 12 de Dezembro de 2015, um dia após o COP de Paris... Qual seria a notícia que você gostaria de ler, em rela- ção às conclusões e comprometimentos assinadas pelos prin- cipais chefes de Estados, durante a reunião de Cúpula? Ou o que você gostaria de ler sobre a participação do Brasil? MS: Como falei antes, o sonho é uma força motora a nos impulsionar para frente e para o alto. Então, sonhando alto, eu gostaria de ver os jor- nais informando que o acordo firmado em Paris pelos governantes dos países garante que as emissões de gases somadas de todas as nações do mundo não ultrapassarão o limite de 11,3 gigatoneladas por ano a partir de 2020. Alcançarmos esse limite é condição fundamental para que a elevação da temperatura do planeta não ultrapasse os 2 graus Celsius estimado pelo painel científico da ONU, o IPCC. Sonho também que o go- verno brasileiro contribua de forma significativa para que esse resultado tenha sido alcançado. ©GBCBrasil
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  • 14. 14 out-nov/15 rev/gbc/br VA Casa da Praia projeto em destaque o Hard Rock além da VA. Vemos que, quando focamos em desempenho, ou seja, nos benefí- cios reais, a certificação torna-se simplesmente a coisa certa a se fazer. Um bom investimento”, diz o diretor da Petinelli. A Certificação LEED, não se restringe a apenas uma tipologia, são diversos segmentos como, hospitais, edificações comerciais e residenciais, indústrias, estádios, além das certificações para projetos de interiores na categoria CI (Commer- cial Interiors) e edificações já existentes na ca- tegoria EB&OM (Existing Buildings – Operation and Maintenance). Entre todos estes segmentos existe a certificação para o setor do varejo que é contemplado com a categoria Retail do LEED, e ganha cada vez mais espaço. O setor de varejo vem ganhando notoriedade devido o trabalho do Green Building Council Brasil para a promoção da preservação do meio ambiente e programas de qualificação frente às construções novas e existentes. Em busca de maior conforto para o usuário, melhora e integração com o entorno e preservação do meio ambiente, os mais varia- dos segmentos vem aderindo estes conceitos em seus projetos e construções. De acordo com Guido Petinelli, diretor da Petinelli Consultoria, o mercado neste setor vem crescendo e continua- rá crescendo. “Fomos pioneiros na certificação da loja da C&A em Porto Alegre e estamos tra- balhando junto com o Grupo Boticário e com Primeira loja do Brasil a conquistar o nível máximo da certifi- cação LEED traz o pioneirismo não só pelo nível de certificação, mas pela sua autossuficiência energética em Itajaí é LEED Platinum
  • 15. revistagbcbrasil.com.br 15out-nov/15 projeto em destaque Projeto: VA Casa da Praia Itajaí Localização: Itajaí - SC Cliente/proprietário: Via Artística Área terreno: 411,75 m² Área construída: 361,00 m² Conclusão da obra: Abril de 2013 Certificação: 23/07/2015 Sistema e Nível da Certificação: LEED NC - Platinum Pontuação: 88 pontos - maior pontuação no Brasil Arquitetura: Carlos Eduardo Ramos Construtora: IDA Empreendimentos Consultoria de sustentabilidade: Petinelli Consultoria Comissionamento e Simulação Energética: Petinelli Consultoria Um exemplo disto foi a recente certificação LEED da loja MAC Design Balneário Camboriú, especializada em mobiliário e decoração para áreas externas, localizada na cidade de Itajaí – SC. A rede, presente na cidade desde 2009, foi inaugurada em alto estilo, e traz um projeto que alia sustentabilidade, bioarquitetura e mo- bilidade urbana, e teve processo de certificação acompanhado pela Petinelli Consultoria, em- presa especializada em construções sustentá- veis que visa à certificação LEED. A certificação LEED Platinum, ocorreu em julho de 2015, e se destaca no segmento varejo sendo a primeira obra desta tipologia a conquistar o nível máximo da certificação no Brasil. O pioneirismo da loja não se restringe à certifi- cação. Segundo Guido Petinelli, a loja gera sua própria energia, sendo que, do total de energia consumida, 17% é gerada através de painéis fotovoltaicos na cobertura. O projeto também foi concebido para o máximo aproveitamento da ventilação natural, algo que acontece pouco no segmento de varejo. “A VA demonstra que é possível e viável economicamente certificar empreendimentos menores, como é a grande maioria dos casos no varejo. O cenário macroe- conômico também força o varejista a olhar com maior atenção questões como eficiência ener- gética. A queda nas vendas torna esse item (re- dução de custos de operação) uma das poucas oportunidades para manter a lucratividade. Os conceitos e as tecnologias aplicadas a VA não só lhe forneceram o titulo inédito de primeira loja certificada LEED Platina no país, como também resultaram em grandes reduções de consumo de energia e água”, afirma Guido Petinelli, dire- tor da empresa de Petinelli Consultoria. Os principais diferenciais do projeto consistem no excelente desempenho energético do em- preendimento, tais como, projetos de ilumina- ção e de climatização eficientes, envoltória que reduz os ganhos de calor, ventilação natural - comprovada por simulações CFD - que permite conforto dos ocupantes sem que o equipamen- to de HVAC esteja ligado o tempo todo. Além disso, o sistema de energia renovável por pai- néis fotovoltaicos que produz 17% do consumo energético em escala anual. A sustentabilidade no varejo é uma oportunida- de enorme de disseminação e conscientização dos conceitos na sociedade. O planejamento de um negócio sustentável traz esta sustenta- PLATINUM LEED NC Fotos:DivulgaçãoPetinelli/ViaArtística/byCabral
  • 16. 16 out-nov/15 rev/gbc/br ção, começando pelo bem-estar do consumi- dor, adicionando beleza, design aconchegante e responsabilidade socioambiental, o que pro- porciona para a marca uma visibilidade positiva, levando a um reposicionamento estratégico e, consequentemente, mais rentabilidade nos ne- gócios. Características sustentáveis No projeto da loja foram definidos medidas que atendem aos requisitos máximos do LEED, tais como, redução no consumo de energia e de água, aumento do conforto térmico e qualidade do ar in- terno – que proporciona melhor qualidade de vida aos usuários-, gestão e descarte corretos dos resí- duos gerados na obra e durante a operação. Com isso, a loja garante 53% de redução no consumo de energia através de reduções em iluminação interna (47%), iluminação externa (10%), aquecimento de água (11%) e HVAC (71%), representatividade de 17,3% de energia fotovoltaica produzida, em escala anual. So- madas a redução do consumo e produção de energia, o empreendimento atinge 61,4% de Redução de Custos Energéticos. Com relação a água, o empreendimento atinge uma redução de 81,5% de consumo de água potável através da especificação de metais e louças eficientes e do reuso de água de chuva. Conforto térmico O Projeto VA Casa na Praia, desde a sua con- cepção junto aos projetistas, já possuía algu- mas premissas que contemplavam a eficiência energética. Mesmo com fachadas envidraçadas para leste e oeste, a arquitetura mitigou o efeito da radiação solar direta com uma fachada que se projeta, sombreando as superfícies envidra- çadas. Além disto, a fachada principal possui di- versos brises que também reduzem os ganhos de calor e, consequentemente, a carga térmi- ca. Somam-se a isso o vidro selecionado, que possui um excelente desempenho energético, a cobertura da edificação, onde foram utiliza- das telhas termoacústicas com alta refletância solar (pintura branca), que contribuem com a redução de transmissão de calor. Ao longo da parceria com o cliente, diversas alternativas de sombreamentos, brises e seleção de vidros fo- ram simulados. Desde as primeiras definições conceituais do empreendimento, a simulação termoenergética estava envolvida, auxiliando proprietário e equipe de projeto a tomar as me- lhores decisões, tanto para a eficiência energé- tica quanto para o melhor investimento e conse- quente custo x benefício. Iluminação Na parte de sistemas, o projeto luminotécnico levou em consideração a seleção adequada de luminárias e lâmpadas, com simulação para verificar os níveis de luz nos espaços internos. Ainda, a iluminação externa possui controles por sensores fotoelétricos e controladores horários para reduzir potência de iluminação ligada ao longo da noite.
  • 17. revistagbcbrasil.com.br 17out-nov/15 projeto em destaque Ar condicionado e ventilação natural O sistema de ar condicionado foi dimensionado levando em consideração todas as especifica- ções da arquitetura para a envoltória. Paredes, cobertura, vidros, projeções de sombreamento e os brises foram considerados. A carga tér- mica, com relação a uma envoltória padrão de mercado foi reduzida em 50% aproximada- mente, assim, reduz-se o investimento inicial e os custos operacionais sem prejudicar as condições internas de conforto. O sistema uti- lizado é do tipo VRF e se adapta as condições de cargas parciais verificadas, em simulação computacional, para este tipo de empreendi- mento e ocupação de varejo. A especificação de janelas operáveis em fachadas opostas pos- sibilitou a ventilação natural, reduzindo a neces- sidade por climatização mecânica em épocas de clima ameno. Para tanto, fez-se uso de CFD para comprovação (simulação fluido-dinâmica computacional). A sinergia de todas as medidas de eficiência energética proporcionou a obten- ção de todos os pontos de eficiência energéti- ca (EAc1) da certificação LEED. A redução do consumo energético e consequente redução de custos energéticos associados possibilitou o in- vestimento em um sistema de energia renovável por módulos fotovoltaicos. Com uma potência instalada de 1.96 kWp, aproximadamente 17% do consumo energético do empreendimento é produzido in loco, em escala anual. “Todas es- tas medidas de eficiência energética, a busca pelo pioneirismo, impacto e preocupação com os recursos naturais fez este empreendimento ter um excelente desempenho na dimensão de energia e atmosfera. Mesmo certificada, a Peti- nelli mantém uma estreita relação com o cliente (Via Artística) e monitora o desempenho e ope- ração deste empreendimento nível Platina”. afir- ma Guido Petinelli. Economia de água Em relação às estratégias adotadas para redu- ção no consumo de água, durante a especifi- cação dos materiais e tecnologias no empre- endimento foi considerado todo o controle de gestão da água de chuva, onde pavimentos drenantes e concregrama foram utilizados em 53%de redução no consumo através: • 47% de redução com iluminação interna • 10% de redução com iluminação externa • 11% de redução com aquecimento de água • 71% de redução com sistema HVAC 17,3%de representatividade da energia fotovoltaica produzida, em escala anual; Somadas a redução do consumo e a produção de energia, atinge-se 61,4%de Redução de Custos Energéticos. Economia de Energia toda o perímetro da obra e todo o telhado capta a água de chuva. A água captada é filtrada e abastece um reservatório de 9m³ que após de- sinfecção via lâmpada de UV, abastece descar- ga dos vasos sanitários. A escolha por metais sanitários como torneiras com arejadores para vazão de 1,8 litros de água por segundo/m³ e vasos com sistema double flash. Além disso, também foi incorporado um sistema de trata- mento de efluentes para que seja enviada água tratada à rede de saneamento público. “A VA é um empreendimento pequeno. Para viabilizar economicamente a certificação tivemos que fo- car tanto em custo de obra (CapEx) quanto de operação (OpEx). Quando falamos em certifica- ção, o foco geralmente é na economia gerada na operação. Nesse caso, tivemos que buscar desde o início, soluções práticas dentro de um orçamento restrito. Acredito que viabilidade eco- nômica é um ponto critico para o varejo, prin- cipalmente quando falamos em lojas menores. A VA mostra que é possível e viável”, destaca Guido.
  • 18. 18 out-nov/15 rev/gbc/br inovação A comunicação é uma das formas mais eficazes de se garantir o sucesso em qual- quer tipo de processo. No setor da construção susten- tável, é primordial que haja essa comunicação, não somente no momento da concepção e exe- cução do projeto, mas também na fase de operação e manutenção, que são acompa- nhadas principalmente pela equipe de facility das edificações. A nova plataforma tem como principal objeti- vo manter esta comunicação integrada com todos os usuários do edifício em tempo real. A ferramenta LEED Dynamic Plaque, trata-se de um painel de monitoramento do desempe- nho de edificações aliado a uma plataforma de pontuação. O processo de medição deste painel inte- ligente é feito através de cinco categorias: energia, água, resíduos, transporte e expe- riência humana, categorias semelhantes às exigidas para a certificação internacional LEED na construção. A medição de desem- penho destas categorias gera uma pontua- ção, a qual é atualizada instantaneamente tão logo quando atualizado o banco de dados do edifício na plataforma. Alguns dos benefícios mais importantes con- quistados com a implantação desta platafor- ma na edificação vão desde a possibilidade de reduzir os custos de operação e manuten- ção do prédio até a visualização panorâmica da satisfação dos usuários nos ambientes de trabalho. Além disso, sua funcionalidade também contribui para observação dos re- sultados, tendências de forma ampla, o que possibilita a ações de melhorias e gerencia- mento de projetos tanto no ambiente quanto nos processos do edifício. Segundo o Diretor Executivo do GBC Brasil, Felipe Faria, o principal objetivo com a con- cepção do Dynamic Plaque é estimular ações nas equipes relacionadas à administração predial e também nos usuários do prédio, considerando que eles passam a ter conheci- mento de que a eficiência de seu prédio está caindo ou melhorando. Esta troca de informações entre edifício e pessoas contribui para a conscientização quanto à sustentabilidade nas edificações de forma contínua, tornado as ações de res- ponsabilidade ambiental e social inerente ao cotidiano dos usuários e, consequentemente, aumentando o engajamento das pessoas na busca da preservação do meio ambiente. LEED Dynamic Plaque: Desempenho em tempo real Os resultados do monitoramento da platafor- ma LEED Dynamic Plaque é visualizado de forma integrativa através de uma placa de medição instalada na entrada da edificação. A unidade de medição pode ser utilizada em qualquer tipo de projeto de construção para visualização do desempenho em todas as categorias, além daqueles que já possuem a certificação LEED. As principais vantagens adquiridas ao utilizar o painel inteligente são: Medição de cinco categorias de desempenho da construção; Utilização dos dados de monitoramento para
  • 19. revistagbcbrasil.com.br 19out-nov/15 inovação contribuir na obtenção da certificação ou re- certificação LEED; Observação de dados reais de desempenho para contribuição de melho- rias significativas e redução de custos; Unida- de de exibição atrativa que mostra a pontua- ção de desempenho; Acúmulo do histórico de desempenho do edifício local e global. Categorias e pontuações do LEED Dynamic Plaque Os critérios de pontuação se baseiam atra- vés dos critérios definidos para edificações que possuem a certificação ou recertificação LEED. Além disso, a utilização dos dados de monitoramento gerados pelo LEED Dynamic Plaque também pode ser utilizado para con- quistar a certificação LEED nas edificações. Caso a pontuação regularmente atingida re- cue, a plataforma LEED Dynamic Plaque, por se tratar de um dispositivo inteligente, identi- fica áreas de melhorias no edifício através de mecanismos de rastreamento com o intuito melhorar o desempenho e, consequente- mente, melhorar a pontuação. Para receber a pontuação de desempenho é necessário o fornecimento dos dados de um período de 12 meses das seguintes ca- tegorias: energia, água, resíduos, transporte e experiência humana. Nas primeiras duas categorias, a forma de coleta de dados se dá através do uso total de consumo do edifício, no caso de “energia”, e uso de água potá- vel, incluindo irrigação, torres de resfriamen- to, entre outros, no caso da “água”. Para a categoria “resíduos” é necessário efetuar um conjunto de leitura compatível para o peso to- tal de todo o resíduo desviado para aterros. Já nas categorias “transporte” e “experiência humana”, o cálculo dos dados é feitos atra- vés de pesquisas com os ocupantes, sendo que no segundo caso, deverá ser inclusa lei- tura de CO2 e VOC (Composto Orgânico Volá- til) nos ambientes internos. Pontuação máxima por categoria Apesar de não ser obrigatório, o fornecimento de todos os dados do período é fundamental para visualizar um desempenho mais próxi- mo possível do real. O LEED Dynamic Plaque é uma ferramenta que contribuiu significativamente para melho- ra do desempenho do edifício de forma geral. No caso de empreendimentos cuja pontua- ção declinou ou não chegou a atingir o nível desejado, a plataforma, por meio de meca- nismos de monitoramento contribui para cria- ção de estratégias para melhoria do edifício. Inclusão de dados na plataforma de software A configuração do empreendimento na plata- forma de software é feitas através das diver- sas opções de entrada de dados. Inicialmente é necessário imputar no sistema dados bási- cos do empreendimento, tais como, LEED ID online, endereço, ano da construção, horário de funcionamento, ocupação e área cons- truída. Após este procedimento é necessário incluir os dados de consumo de água, ener- gia, resíduos, CO2 e VOC do período de 12 meses através do compartilhamento da con- ta Energy Star Portfólio Manager no projeto LEED. Desta forma a LEED Dynamic Plaque instalada irá monitorar o desempenho através da comunicação feita com os dados imputa- dos na plataforma software conferindo a pon- tuação em tempo real ao edifício. Comunicação e transparência para melhor desempenho. Este é o principal objetivo desta nova tecnologia Para adquirir a certificação ou recertificação com o LEED Dy- namic Plaque Apenas os resultados obtidos através do mo- nitoramento do LEED Dynamic Plaque não garantem a certificação ou recertificação do LEED, mas servirá como complemento. Para atender os requisitos exigidos para a certifi- cação ou recertificação é necessário apre- sentação da seguinte documentação: contas de serviço de energia e água; relatório de auditoria relativo a resíduos gerados; leituras de sensores e relatório de auditoria relativo à categoria “experiência humana”. As informações de certificação são disponi- bilizadas na linha do tempo do projeto em questão, bem como no diretório do projeto USGBC, que torna pública as informações sobre a certificação conquistada. Design Visualmente a plataforma física do LEED Dyna- mic Plaque chama a atenção pelo seu design, o que contribui para assimilação, conscientização e atitude por parte dos usuários quanto às inicia- tivas sustentáveis de seu ambiente. A placa física possui aproximadamente sete centímetros de profundidade e 45 centímetros de diâmetro. A placa para fixação possui cerca de 18 centímetros de largura e 19 de altura. O peso é de aproximadamente 3,200 quilogramas. A primeira placa foi instalada na entrada sede do USGB, em Washington, DC, que foi certifi- cada com o nível Platinum na categoria Com- mercial Interiors, em 2009. No Brasil a placa foi lançada no Greenbuilding Brasil 2015, Conferência e Expo, que ocorreu em agosto, e foi instalada no estande do GBC Brasil para divulgação desta nova tecnologia. Energia: 33 Água: 15 Resíduos: 08 Transporte: 14 Experiência humana: 20 Pontuação base: 10
  • 20. 20 out-nov/15 rev/gbc/br desempenho C om a queda do volume de chuvas e o nível baixo dos reservatórios de água para abastecimento e geração de energia, o Brasil vem enfrentando uma de suas maiores crises energéticas, que se traduz, entre outras questões, em um aumento do custo das tarifas de energia elétrica. As edificações são res- ponsáveis por cerca de 50% do consumo total de energia no país e 1/3 da emissão de gases do efeito estufa nas cidades. Diante desse cenário, a efi- ciência do setor torna-se uma necessidade estratégica, vinculada à economia e à valorização dos recursos naturais. Trocar lâmpadas comuns por LED ou instalar detectores de presença são soluções que ajudam a reduzir a conta, mas é urgente que a eficiência energética seja concebida desde o projeto arquitetônico, passando por todas as fases da construção. Tais soluções, quando incorporadas globalmente aos projetos, garantem não só a redução do consumo energético como também um retorno do investimento inicial, economia que pode chegar a 30%. Embora já existam ações e campanhas no Brasil que direcionam para um consumo mais cons- ciente de energia - como os selos Procel, o programa Esplanada Sustentável, dentre outras nor- mas técnicas e sistemas de certificação -, é preciso que a eficiência energética seja incorporada em todos os níveis de construção das edificações. Daí surge o conceito de Energy Efficiency Building (EEB, ou Eficiência Enérgica em Edificações) uma solução proposta pelo World Busi- ness Council for Sustainable Development (WBCSD), já aplicada em diversos países. O objetivo do EEB é fomentar a eficiência energética de maneira financeiramente viável e identificar barreiras não-técnicas, como falta de capacitação da mão de obra, gargalos orça- mentários, impedimentos regulatórios e conflitos de interesses entre stakeholders, aspectos que impedem a ação de atores do mercado da construção civil. Dentro dessa proposta, o EEB Lab é um laboratório que serve de base para um processo de engajamento local, que busca entender o mercado e, com a ajuda de especialistas, recomendar ações e propor soluções. Depois de passar por cidades como Amsterdam, São Francisco, Varsóvia e Houston, o projeto EEB Lab propõe ações para a eficiência energética no Rio Por Verônica Soares Análise do cenário carioca buscou soluções que possam ser implementadas em todo o país “EDIFICAÇÕES MAIS EFICIENTES SÃO A CHAVE PARA A SEGURANÇA ENERGÉTICA NO BRASIL” Roland Hunziker, WBCSD
  • 21. revistagbcbrasil.com.br 21out-nov/15 desempenho desembarcou no Rio de Janeiro entre os dias 14 e 16 de abril de 2015. A escolha do Rio para sediar essa primeira experiência no Brasil não foi aleatória: desde 2007, quando sediou os Jogos Pan-americanos, e com a realização da Copa do Mundo em 2014, o Rio tem recebido obras ur- banas de grande envergadura. A cidade também passa por uma grande mobilização em torno da realização dos Jogos Olímpicos de 2016, o que vem contribuindo para o impulso na revitalização e construção de espa- ços dentro de parâmetros de eficiência e sustentabilidade. EEB Lab in Rio O programa foi organizado pelo WBCSD, pelo Conselho Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e pela Lafarge, que coordenou o evento na condição de empresa-membro e líder do gru- po de eficiência energética. Contou também com o apoio do Green Building Council Brasil, que participou do Comitê de Liderança e do Comitê Técnico. O evento promoveu o encontro de stakeholders dos setores público e privado, interessados em desenvolver e implemen- tar o plano de ação que seria originado no laboratório. Sob a direção de Roland Hunziker, o EEB Lab teve como objetivo princi- pal obter um claro entendimento do quadro na capital fluminense para a implantação de soluções de eficiência energética em edificações. “Com a ajuda de variado painel de especialistas, tivemos condições de não só recomendar como dar a início a importantes ações visando à implantação de ações conjuntas pela eficiência energética, uma vez que o maior desafio é justamente a fragmentação das empresas que compõem esse setor”, explica o diretor e representante da WBCSD. Como empresa fornecedora de materiais de construção e de solu- ções construtivas, a Lafarge ocupa posição estratégica na rede que vai possibilitar que as propostas do evento saiam do papel. CEO da empresa, Alexis Langlois reconhece que, com a redução do consumo de energia nas edificações, o Brasil pode contribuir para a mitigação de efeitos das mudanças climáticas de maneira impactante. Em sua análise, as principais barreiras não são as técnicas, mas a falta de in- formação sobre o que fazer, como fazer, e o que esperar de projetos de eficiência energética. “Existem muitos mitos que precisam ser des- feitos. Diversos setores da sociedade acreditam que o custo é muito alto. Também há um desconhecimento em relação às alternativas de financiamento existentes”, comenta. Entre outras barreiras identificadas no evento, Hunziker cita a neces- sidade de treinar a mão de obra nas tecnologias e soluções já dis- poníveis no mercado, a falta de modelos de financiamento adequa- dos e também a necessidade de melhorar a aceitação de políticas já existentes, como o selo Qualiverde. No entanto, ele é otimista e acredita que as ações estabelecidas no Rio de Janeiro têm potencial para serem replicadas por todo o país, principalmente considerando o importante papel econômico e turístico que a cidade desempenha, não só no Brasil, mas em toda a América Latina. O diretor ainda reforça que é importante que a iniciativa, embora te- nha sido promovida por instituições internacionais, continue mobili- zando os atores locais, que compartilham um entendimento acerca dos desafios, soluções e oportunidades para o mercado carioca: “Na plenária de encerramento, representantes do setor privado e da ad- ministração pública a nível municipal, estadual e federal defenderam de maneira entusiasmada o interesse em gerar valor para a eficiência energética, assim como desenvolver habilidades e reduzir impactos no meio ambiente”. Repercussão positiva Para Marina Grossi, presidente do CEBDS, o EEB Lab teve o mérito de reunir um grupo extremamente qualificado de especialistas no tema, contribuindo não apenas para o quadro nacional, mas também em escala mundial. Ela explica que, internacionalmente, tem-se o objeti- vo de trabalhar com parceiros para alavancar uma transformação no mercado e buscar 1.000 declarações de compromisso de tomadores de decisão para implementar ações ousadas. “O EEB Lab realizado no Rio foi tido como o mais bem-sucedido até então”, comemora. Grossi destaca, ainda, a presença de representantes do Ministério do Meio Ambiente: “Foi importantíssima a presença deles, sobretu- do para que essa experiência chegue em outras cidades”. Alexandra Albuquerque Maciel, analista de infraestrutura da Secretaria de Mu- danças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério, explica que a participação se deveu justamente pelo entendimento de que os re- sultados podem ser replicados nacionalmente. “Esse tipo de evento produz interações valiosas entre os diversos agentes, permitindo a compreensão de problemas e experiências diversas. Há produção de um conhecimento baseado em práticas, o que facilita a sua incorpo- ração às propostas de políticas públicas”, esclarece. Entre as ações do Ministério, existe o Projeto Transformação do Mer- cado de Eficiência Energética no Brasil, que já treinou cerca de 345 gestores públicos e agentes do setor privado entre agosto de 2014 e julho de 2015. Mais 26 capacitações estão previstas para este ano. “Esses treinamentos são gratuitos e abertos a servidores públicos e profissionais de engenharia e arquitetura. Além disso, estamos co- laborando com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para a operacionalizar a Instrução Normativa 02 de 2014, que torna obrigatória a etiquetagem de eficiência energética PBE Edifica em to- dos os 28 mil edifícios públicos federais, com potencial para alavan- car o setor de prestação de serviços”, destaca. Alexandra Maciel acredita que a principal barreira na incorporação de ações de eficiência energética está no fato de que quem constrói não é quem vai usar ou administrar os espaços: “Como o construtor entende que incorporar eficiência energética ao projeto vai onerar o empreendimento, ele não tem interesse”, analisa. Paulo Henrique de Souza, gerente de Negócios da EcoBuilding da Schneider Electric, também compartilha dessa opinião. Ele avalia que as empresas que se utilizam do edifício são extremamente receptivas, pois vão se be- neficiar diretamente da redução da conta de energia, além dos bene- fícios corporativos de sustentabilidade e responsabilidade ambiental. Por outro lado, reconhece que construtoras ou grandes projetistas são pressionados para entregar a obra acabada e em funcionamento com o menor custo possível, o que leva à necessidade de rever o cenário e as regras atuais do mercado.
  • 22. 22 out-nov/15 rev/gbc/br desempenho "Um prédio eficiente pode ser entre 10% e 15% mais caro que um prédio convencional. Hoje, não existe nenhuma legislação que exija ou incentive que a empresa que constrói o empreendimento coloque soluções inteligentes e eficientes. A empresa de construção só incor- pora essas soluções se há exigência do usuário do empreendimen- to", observa Paulo Henrique. Ele reconhece a importância do EEB na atual conjuntura nacional, com a escassez de água comprometendo a geração de energia limpa e fazendo com que termelétricas, que são extremamente nocivas ao meio ambiente, entrem em operação para suprir a demanda. "Criar um projeto de eficiência energética em edifícios se torna essencial do ponto de vista ambiental", destacou. A mobilização do Secovi Rio (Sindicato da Habitação) como um dos representantes do Comitê Técnico demonstrou também a importân- cia de instituições capazes de promover a disseminação de boas prá- ticas para administradoras de condomínios, síndicos e demais atores do segmento. Há dois anos, o Sindicato criou o projeto Condomínios Verdes, um portal que reúne dicas, informações e cases de sucesso sobre sustentabilidade em edificações. Em termos de capacitação, a Universidade Corporativa Secovi Rio atua diretamente na promoção de ações educacionais para o desenvolvimento de competências dos funcionários de condomínios e empresas do setor imobiliário. Luiza Marinho, representante do Sindicato, entende a oportunidade de participar do EEB Lab como uma forma de também trazer menos custos e mais qualidade de vida aos usuários. “As discussões reali- zadas mostraram que a cultura de eficiência energética ainda precisa ser mais disseminada no Brasil, tanto para as empresas, como para a população em geral. Acreditamos que o investimento em educação, muito presente nas propostas apresentadas no EEB Lab e no trabalho desenvolvido pelo Secovi Rio, é um grande passo para alcançarmos maturidade”, declara, assumindo um compromisso de fomentar prá- ticas de consumo consciente e incentivar a educação ambiental nos condomínios. Entre as próximas ações previstas, está o desenvolvimento e publica- ção de um Plano de Ação robusto e factível para ser implementado no mercado da construção no Rio de Janeiro, além da estruturação de uma rede de organizações interessadas em implementar as soluções discutidas durante o EEB Lab. A longo prazo, o programa pretende que projetos integrados de eficiência energética em edifícios tomem escala, ou seja, passem a ser amplamente incorporados na rotina da construção civil no país, de modo a tornar o setor da construção sustentável mais competitivo. Informação para avançar Durante o evento, os participantes tiveram acesso a um Market Re- view, que forneceu um panorama do cenário de eficiência energética das edificações na cidade do Rio de Janeiro. Elaborado pela Univer- sidade Federal de Fluminense (UFF), sob a coordenação da profes- sora Louise Land B. Lomardo, doutora em Planejamento Energético e vinculada ao Laboratório de Conservação de Energia e Conforto Ambiental (LabCECA) da Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFF, o documento apresenta um bom panorama dos desafios e oportuni- dades da eficiência energética no Rio de Janeiro. De acordo com Louise Lomardo, o mercado de conservação de energia é fortemente dependente de políticas públicas, como as re- gulamentações obrigatórias, de financiamentos e da divulgação de informação. “Os agentes financeiros, os pesquisadores, as conces- sionárias de energia e o poder público devem trabalhar em sintonia para alcançar benefícios nobres de conservação ambiental, tanto para evitar novas e gigantescas obras, quanto para evitar que a cida- de se torne densa a ponto de impedir a passagem dos fluxos naturais de energia, como luz solar e ventos”, defende a professora. Análise de Louise Land B. Lomardo, doutora em Planejamento Ener- gético e professora da Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFF sobre o cenário da eficiência energética no Brasil: •Não há conhecimento prático sobre os benefícios diretos e in- diretos da eficiência energética; •A mão de obra não é capaci- tada para realizar as tarefas nos diversos níveis profissionais; •O financiamento para investir em EE; •As políticas públicas munici- pais não são integradas às fe- derais; •As informações técnicas dos produtos não são acessíveis; •Não há um local único onde se possa esclarecer todas essas dúvidas; •Não existem benchmarks (kWh/m2 ano) a serem "perse- guidas" pelos consumidores. •Há um ótimo mercado de tra- balho ainda incipiente a ser ex- plorado; •As empresas que investem em EE encontram retorno financeiro direto e associam sua imagem ao respeito ao meio ambiente; •Um país que está em cresci- mento rápido deve crescer de forma saudável e consciente para não ter de corrigir erros de infraestrutura depois; •As famílias que conservam energia exercem influência e ajudam a difundir essa prática; •Dispomos de recursos naturais abundantes como energia solar, luz natural, ventilação natural; •A energia solar é muito pouco aproveitada no Rio de Janeiro. Desafios Oportunidades
  • 23. revistagbcbrasil.com.br 23out-nov/15 desempenho WBCSD - Diretor do EEB Lab Roland Hunziker ENTREVISTA Por que a cidade do Rio de Janeiro foi es- colhida para sediar o projeto? RH. O Brasil tem sido há muito beneficia- do com o fornecimento de energia de baixo carbono com base em energia hidrelétrica. Isso começou a mudar e a questão do abas- tecimento de energia e eficiência energética tornou-se um tema importante. O modelo Lab EEB é normalmente situado a nível da cidade, a fim de reunir as principais partes interessadas e tomadores de decisão em um mercado local e para desenvolver ações tangíveis com propriedade claramente atribuída. O Rio de Janeiro é uma das gran- des metrópoles do mundo, o núcleo de uma vasta região metropolitana com mais de 15 milhões de habitantes. Além disso, tem gran- de visibilidade nacional, e é o principal destino turístico não só no Brasil, mas em todo o he- misfério sul. Ações sobre eficiência energética em edifícios que acontecem aqui são suscep- tíveis de serem replicados em todo o país. Os líderes do projeto Lab EEB, Lafarge e CEBDS, baseiam-se no Rio e tinham, por- tanto, excelentes oportunidades para atrair os principais intervenientes que contribuem para o sucesso de um EEB Lab. Além disso, a cidade do Rio sinalizou um grande interes- se em apoiar o trabalho e envolver as partes interessadas do setor privado para discutir as políticas e ações da cidade sobre a questão da eficiência energética em edifícios. Quais são as fases do EEB Lab? RH. O EEB Lab começa com uma reunião inicial, durante a qual uma uma dezena ou mais de partes interessadas se reúnem para debater o desejo e a viabilidade de organizar um evento em sua cidade e para desenvolver e implementar um plano de ação com base no EEB Lab. A primeira fase de preparação tam- bém é apoiada por uma análise do mercado, que resume as principais políticas, compro- missos e ações e listas dos players na área de edifícios energeticamente eficientes. O próprio EEB Lab é realizado durante 3 dias - no primeiro dia com um comitê de peritos técnicos entrevistam 40-50 stakeholders que representam a cadeia de valor, a fim de com- preender as barreiras e ouvir idéias de ações para superar estes. No segundo dia, os peri- O que é o EEB Lab (Laboratório de Efi- ciência Energética em Edificações) e que as cidades já receberam esta iniciativa? Roland Hunziker. O EEB Lab é um Labora- tório de 3 dias de imersão para envolver as partes interessadas que representam toda a cadeia de valor da construção para identifi- car as principais barreiras de mercado para a criação de edifícios energeticamente efi- cientes e para desenvolver um plano de ação para superar essas barreiras. Os EEB Labs já foram organizados em Varsóvia (Polônia), Houston (EUA), Bangalore (Índia), Amster- dam (cobrindo Holanda e Bélgica), e Rio de Janeiro (Brasil). Futuros EEB Labs serão rea- lizados em Cingapura, Jacarta (Indonésia), Kuala Lumpur (Malásia), Jaipur (Índia) e Chi- na (a confirmar). Foto:YouTube
  • 24. 24 out-nov/15 rev/gbc/br desempenho tos se reúnem para categorizar os principais obstáculos de mercado e debater ações es- pecíficas para abordar cada uma dessas bar- reiras. No terceiro dia, uma sessão plenária de alto nível reúne palestrantes e um público de mais de 100 tomadores de decisões se- niores do setor público e privado para forne- cer o contexto e urgência ao tema da eficiên- cia energética nos edifícios e para apresentar um plano de ação para superar os obstáculos no contexto do mercado local. Após o evento, diferentes equipes de ação são formadas e um mecanismo de coordenação estabeleci- do, a fim de começar a conduzir a mudança no mercado. Qual é o objetivo do EEB Lab na cidade do Rio de Janeiro e quando isso começou? RH. O objetivo do EEB Lab no Rio era ob- ter uma compreensão clara da situação do mercado para a eficiência energética nos edi- fícios, e, com a ajuda de um painel de espe- cialistas, recomendar e iniciar a ação. O Laboratório começou com uma reunião de lançamento em Novembro de 2014, para o qual 20 especialistas do setor público e pri- vado se uniram. Essas pessoas, em seguida, ajudaram identificarm os decisores-chave e intervenientes no mercado para serem envol- vidos no próprio laboratório e eles concorda- ram sobre a agenda exata para o Lab. Após a reunião de lançamento, uma análise do mer- cado foi contratada para entender o panora- ma atual do mercado. Quem são os principais envolvidos? RH. A barreira mais importante para um es- toque mais eficiente em termos de energia e construção sustentável em qualquer merca- do é a fragmentação da cadeia de valor da construção. É, portanto, fundamental para o sucesso de um EEB Lab envolver todos os grupos interessados, desde empresas de fornecedores, da construção e de desenvol- vimento, até os investidores, gerentes, corre- tores imobiliários, bancos, serviços públicos, reguladores e usuários finais. Durante o EEB Lab, cada stakeholder é entrevistado em uma entrevista pessoal de uma hora, de modo que todas as perspectivas podem ser plenamente apreendidas e compreendidas. Além disso, o Comitê Técnico de especialistas é composto por representantes de todos os grupos-chave, a fim de chegar a uma visão holística e reco- mendações sobre as medidas necessárias. Quais são os segmentos de mercado do EEB Lab no Rio de Janeiro? RH. O EEB Lab não se concentra em qual- quer segmento de mercado específico, mas tem uma visão holística através do estoque de edifícios da cidade, residenciais, comer- ciais e edifícios públicos. A análise do mer- cado foi encomendado pela Universidade Fe- deral Fluminense para descrever o panorama do mercado de edifícios no que diz respeito à eficiência energética, incluindo o status de políticas relevantes e com foco em impulsio- nadores do mercado. Quais foram as barreiras e oportunidades identificadas pelo projeto? RH. As principais barreiras no mercado do Rio foram classificadas da seguinte forma: A falta geral de consciência sobre os bene- fícios de um parque imobiliário de eficiência energética; a necessidade de treinar a força de trabalho em soluções de tecnologia dis- ponível e modelos de negócios; a falta de modelos de financiamento e; a necessidade para melhorar a aceitabilidade de mercado e captação das políticas existentes, por exem- plo, Qualiverde. Como resultado das ações do Lab foram feitos acordos para abordar estas principais barreiras. O mercado precisa de campanhas de sensibilização dedicadas para realçar o benefício de gerenciamento de energia ativa e mostrar histórias de sucesso. Desenvolvimento de capacidades tem de ter lugar a nível técnico, bem como a nível ope- racional e de gestão, como as tecnologias disponíveis e modelos de negócios não são suficientemente conhecidas ou adotadas no mercado. Em finanças, uma maior consciên- cia precisa ser criada para mecanismos de financiamento existentes e uma maior padro- nização será necessária para fazer projetos em relação à poupança de energia financiá- veis. Em termos de política, uma maior ênfa- se deve ser colocada sobre o desempenho e transparência e também para incorporar a sustentabilidade no código de construção. Quais são os próximos passos da EEB Lab Rio? RH. Vamos desenvolver e publicar um pla- no de ação para o mercado da construção no Rio de Janeiro e vamos continuar a de- senvolver uma rede de organizações que estão dispostas a implementar essas ações acordadas. Nós também estamos dispos- tos a discutir com os parceiros se haveria uma abordagem semelhante em reunir os stakeholders da cadeia de valor dos edifícios para outras cidades do Brasil ou se haveria uma maneira de envolver os stakeholders em outras cidades em algumas das ações acor- dadas em andamento. Você poderia falar sobre os benefícios possíveis sociais, ambientais e econômi- cos do EEB Lab para a cidade do Rio? RH. Edifícios mais eficientes são fundamen- tais para a segurança energética futuro do Brasil. O país tem desfrutado de um modelo bem sucedido de fornecimento de energia com base na amplamente disponível gera- ção de energia hidrelétrica. No entanto, com secas recentes, maior controle sobre os im- pactos ambientais de grandes projetos e uma crescente demanda continuamente tem sido necessário recorrer cada vez mais a fon- tes de energia de combustíveis fósseis, que por sua vez coloca as metas do Brasil para a mitigação das mudanças climáticas em ris- co. A Agência Internacional da Energia cha- ma a eficiência energética como o "primeiro combustível", uma vez que ajuda a aliviar os orçamentos dos consumidores, reduzindo a necessidade de investimentos dispendiosos em expansão da oferta de energia. A eficiên- cia energética é uma situação ganha-ganha para os consumidores, bem como o meio ambiente e a economia. Como pode um Edifício Verde contribuir para uma melhor eficiência energética em uma cidade? RH. É importante que o consumo de energia em edifícios seja monitorado mais de perto. Mesmo edifícios que são projetados para ser muito eficiente nem sempre efetivamente vão executar o nível desejado. A ênfase também necessita ser colocada sobre o funcionamen-
  • 25. revistagbcbrasil.com.br 25out-nov/15 desempenho to e a manutenção de edifícios, de modo a garantir um bom desempenho. Por último, é importante levar em conta os padrões de uso e comportamento das pessoas em edifícios e como eles têm um grande impacto sobre o consumo de energia. Como é que o Governo pode contribuir para enfrentar uma maior eficiência ener- gética nos edifícios na cidade do Rio de Janeiro? RH. A cidade do Rio introduziu o sistema de certificação do edifício Qualiverde para incentivar a eficiência energética, gestão da água e desempenho térmico. Pode, por um lado, buscar alinhar este regime com outros regimes nacionais, por exemplo, Procel; por outro lado, a cidade também poderia pro- mover e difundir exemplos de boas práticas baseadas em evidências para aumentar a consciência global do mercado. Qual é a sua impressão sobre os resulta- dos da primeira fase do EEB Lab no Rio de Janeiro, em comparação com o resul- tado do Lab nas outras cidades? RH. Estamos muito satisfeito com o entu- siasmo que os stakeholders mantiveram para com o EEB Lab. É importante que esta iniciativa, embora iniciada por um player in- ternacional como o WBCSD e as suas em- presas membros, seja levada adiante pelos parceiros locais com base em um enten- dimento comum não só sobre as barreiras, mas também soluções e oportunidades. Na sessão plenária de encerramento do EEB Lab ouvimos fortes declarações do setor pri- vado, bem como dos três níveis do setor pú- blico (municipal, estadual, nacional) de apoio ainda maior à colaboração na condução da eficiência energética no mercado como um meio de geração de valor, desenvolvimento de habilidades e redução da pressão sobre o meio ambiente. Nós sempre dizemos que o EEB Lab é ape- nas o começo do esforço, e estamos muito felizes que os nossos parceiros, como o GBC Brasil, CEBDS e outros estão interessados em desempenhar um papel ativo na promoção da agenda da eficiência energética no Brasil e para ajudar a iniciar e conduzir a ação. Sempre  a  melhor  solução  em     Clima1zação  nos  empreendimentos   Sustentáveis   A   BMS   é   uma   empresa   de   Engenharia   com   experiência   em   instalações,   manutenções     de   HVAC   e   automação   com   cerAficação   LEED,   mantendo   como     principio  básico  a  missão  de  prestar  serviços  de  qualidade  a  preço  justo,  com  o   compromisso   de   ter   parceiros,   não   só   clientes   agregando   confiabilidade   e   segurança  entre  as  partes.     Obras;   •  Sistema   de   ar   condicionado   Apo   expansão   direta   e   indireta   para   conforto   e   aplicações   especificas   (Industrias,   Hospitais,   Hotéis,   Laboratórios,   Hipermercados,  Shoppings  e  EdiQcios  CorporaAvos).   •  Sistema  de  Exaustão,  VenAlação  e  Extração  de  fumaça.   •  Retrofit    de  Sistemas.   •  Automação  Predial.   •  Detecção  de  alarme  de  incêndio,  cabeamento  estruturado,  controle  de  acesso,   sistema  de  CFTV.   •  A  BMS  conta  com  sua  própria  estrutura  para    fabricação  de  dutos  e  painéis.   Algumas  Obras:   Tel.:  (11)3783-­‐8600   www.bmsar.com.br     Con1nental  Pneus  -­‐  BA   LED  -­‐  Barra  Funda  -­‐  SP   Hotel  –  Botafogo  -­‐  RJ  
  • 26. 26 out-nov/15 rev/gbc/br expo gbc 2015 Colégio Estadual Erich Walter Heine, Rio de Janeiro EM SUA 6ª EDIÇÃO GREENBUILDING BRASIL REFORÇA SUA POSIÇÃO NO MERCADO Fotos:DivulgaçãoGBCBrasil
  • 27. revistagbcbrasil.com.br 27out-nov/15 expo gbc 2015 A 6° edição do Greenbuilding Brasil Conferência Interna- cional e Expo, que aconte- ceu nos dias 11, 12 e 13 de agosto, mais uma vez foi um grande sucesso, a feira con- tou com diversas empresas do setor de construção sus- tentável bem como fabricantes e fornecedo- res com o desenvolvimento de produtos. O evento contou com a participação de 65 ex- positores apresentando uma série de produ- tos e tecnologias eficientes disponibilizadas para o mercado. Foram abordados temas de grande importância e relevância para o mer- cado da construção civil, além de contribuir para a disseminação destas soluções que visam à sustentabilidade. A oficialização da abertura do evento foi rea- lizada por Felipe Faria, diretor executivo do Green Building Council Brasil, com agrade- cimentos aos expositores, patrocinadores, palestrantes, estudantes voluntários e parcei- ros, além de ressaltar a importância de ce- lebrar o ambiente colaborativo entre o GBC Brasil e outras ONGs e Associações. “O fato é que nós somos decisivos para auxiliar na crise energética e hídrica do nosso país, bem como atender as principais demandas da sociedade civil, e com muito otimismo nós estamos verificando nossos avanços neste sentido, são muitos projetos, temos uma forte rede colaborativa, e nós estamos espalhando para diferentes setores em todo o país. Pode- mos aspirar sim grandes realizações”, decla- ra Felipe Faria. Na abertura do evento, o Greenbuilding Brasil homenageou líderes de empresas engajados com a questão da construção sustentável, que contribuíram nos últimos anos com a posição do Brasil no ranking de certificações por meio de projetos voltados à construção verde. Foram homenageados com o troféu “Liderança em Ação”, Renata Leite Falcão, superintendente da Eletrobrás, Márcio Ko- gan, sócio-diretor do Studio MK27 e Lair Reis, também do Stúdio MK27 com os projetos do Referencial GBC Brasil Casa. Além disso, foi oficializada a entrega da placa de certificação LEED ND nível Silver, no segundo estágio da certificação para bairros para o empreendi- mento Parque da Cidade, e LEED Retail NC nível Gold para o Posto Ecoeficiente Ipiranga - Jardim Carioca. Menção importante no evento também foi a utilização do Alternative Compliance Path (ACP), pela agência do Citibank Faria Lima para atingir o crédito referente ao Green E.. O trabalho de equiparação entre as normas contou com a colaboração da Key Associate, entre a recém criada, certificação Selo Ener- gias Renováveis da ABEEOLICA e ABRAGEL e a certificação internacional GREEN E. O Citibank Faria Lima é o primeiro empreendi- mento certificado a utilizar esta ferramenta. Evento de maior importância da construção sustentável consolida-se como um marco na história de evolução no país
  • 28. 28 out-nov/15 rev/gbc/br expo gbc 2015 “A sustentabilidade não é uma maneira de fazer, mas sim de ser” A Plenária de abertura da 6° Greenbuilding Brasil teve a ilustre presença da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que compar- tilhou com os participantes suas ideias sobre os desafios da sustentabilidade no país. Fo- ram abordados pela ex-ministra temas como a crise da civilização, conceitos de susten- tabilidade, tendências no ambiente social, empresarial e político bem como o perfil de liderança necessário para o avanço da cons- cientização e para o sucesso das iniciativas no âmbito do desenvolvimento sustentável. Marina ressaltou em seu discurso que o país precisa sair do modelo atual e partir para um modelo sustentável, independente de qualifi- cação deste modelo ou não e, sobretudo, ser capaz de combinar duas coisas, a mudança e a preservação, “a sustentabilidade não é uma maneira de fazer, mas sim de ser”, declarou. Em sua exposição a ex-ministra destaca ou- tro ponto importante, a questão da crise ci- vilizatória, que engloba cinco grandes crises, a econômica, social, ambiental, política e finalmente crise de valores. “As crises civili- zatórias não ocorrem em função do fracas- so, elas ocorrem em função do sucesso. O sucesso que nos leva à estagnação, à repe- tição do ato”, e ainda complementa, “temos que ter política de longo prazo para o nosso curto prazo político. Não se pode sacrificar o rumo de uma nação por causa de uma elei- ção”, defende. Segundo ela, é preciso pensar neste problema em escala de atitude clínica, “atitude clínica, este é o nosso desafio”. ExecutiveLuncheBusinessMettings Após a plenária de abertura, Marina Silva também participou do Executive Lunch, al- moço que contou com a participação de pre- sidentes e CEO´s de 30 empresas atuantes do setor da sustentabilidade, que realizaram perguntas para a ex-ministra. Representantes de empresas como, Honeyweel, Odebrecht, Cyrela, Deca, Nestlè, CitiBank, Ingersoll, re- presentantes do USGBC e GBC Brasil, bem como meios de comunicação de grande porte como Grupo O Estado de São Paulo, e diversas outras empresas de grande influên- cia no setor da construção civil, fabricantes e fornecedores. Ainda no Stand do GBC Bra- sil, ocorreram durante os três dias de even- to, reuniões com representantes do USGBC, GBCI e GBC Brasil. Alguns dos principais temas discutidos durante os Business Mee- tings foram a apresentação da Certificação WELL Building Standard, implementação do LEED Dynamic plaque, aplicação do LEED ND (Neighborhood Development) em um pro- jeto localizado em Manaus e a introdução do LEED versão 4. Também participaram destas reuniões diversas consultoria e empresa do setor engajadas com o tema sustentabilidade e que buscam inovações em seus empreen- dimentos. Algumas empresas de destaque foram: ITAU BBA, Odebrecht, CTE, Cushman & Walkfield, Eletrobrás, Petrobrás, Casa do Futuro, Arup, ETRIA, Asclépio Consultoria, Kahn do Brasil e Sustentech.
  • 29. revistagbcbrasil.com.br 29out-nov/15 expo gbc 2015 Lançamentos Uma novidade de grande relevância para a sociedade foi o lançamento do Primeiro Pro- jeto Legado do GBC Brasil, o desenvolvimen- to e certificação da sede do Instituto Favela da Paz, localizado no Jardim Ângela, uma das maiores favelas de São Paulo. O Institu- to cria um espaço que visa a integração das pessoas dentro dos princípios da sustentabi- lidade. Um projeto multidisciplinar, que se ba- seia em cinco pilares, arte e cultura, ecologia, convivência, tecnologia sustentável e equi- dade social. O projeto do espaço cultural foi executado com o suporte do USGBC, GBC Brasil e conta com a participação voluntária dos membros do GBC Brasil para a sua reali- zação. Aqueles que tiverem interesse em co- laborar com a Certificação do Instituto Favela da Paz, seja através de doações de materiais ou serviços, podem entrar em contato com o GBC Brasil para obter maiores informações sobre o primeiro projeto Social. Importante pesquisa também lançada no evento foi apresentada pelo CTE (Centro de Tecnologias em Edificações), no segundo dia do evento, “Sustentabilidade: Tendências na Construção Brasileira 2015”, estudo este que trouxe informações relevantes sobre o cenário brasileiro das edificações sustentá- veis como, materiais, soluções tecnológicas e sistemas construtivos. A pesquisa foi reali- zada pelo CTE em parceria com o instituto de pesquisas Criactive. O lançamento do evento Women in Green Power Breakfast, que ocorreu no segundo dia do evento onde participaram mulheres líderes da indústria da sustentabilidade e na formação do movimento de Green Buildings. No evento ocorreram palestras de quatro mu- lheres, bem como mesas de discussões com temáticas relacionadas ao papel da mulher, sucesso e liderança. Comandaram as apre- sentações, Maria Carolina Fujihara, Coorde- nadora Técnica no Green Building Council Brasil, Linda Murasawa, Superintendente de Desenvolvimento Sustentável no Grupo San- tander Brasil, Thassanee Wanick, Fundadora do GBC Brasil e Cônsul Geral da Tailândia. Como moderadora Kate Hurst, Vice-presi- dente, Comunidade Avanço, Conferências e Eventos, USGBC, e Kimberly Lewis, Vice pre- sidente Senior, Comunidade Avanço, Confe- rências e Eventos, USGBC. Fotos:DivulgaçãoGBCBrasil
  • 30. 30 out-nov/15 rev/gbc/br expo gbc 2015 As palestras e os principais temas abordados no 6° Greenbuilding Brasil O ponto forte do evento foram as palestras comandadas por congressistas especialistas do Brasil e da América Latina apresentando as melhores soluções para a construção sus- tentável no país. Entre o palestrantes estão profissionais da arquitetura, construtores e contratantes, designers de interiores, enge- nheiros, incorporadores, prestadores de ser- viços, entidades governamentais, instituições financeiras, instituições acadêmicas, líderes de Green Building, associações e instituições socioambientais abordando temas como de- senvolvimento sustentável, habitação de inte- resse popular, planejamento urbano, energia e água. As áreas de atuação dos profissio- nais vão desde departamentos técnicos e compra até presidência. O evento consolida-se cada vez mais como o principal evento de negócios e construção sustentável no país. No total foram 125 pa- lestrantes que comandaram 56 sessões edu- cacionais apresentadas na 6° Greenbuilding Brasil, entre eles se encontravam diversos profissionais internacionais que apresenta- ram as soluções, tecnologias e tendências de cada país. Os principais temas apresentados discursavam a cerca de dois assuntos de ex- trema relevância no atual cenário do Brasil e do mundo, a crise hídrica e a crise energética, que afeta o mercado tanto no âmbito econô- mico quanto no ambiental. Também partici- param do evento, 830 congressistas e um total de 4 mil visitantes nos três dias da feira. Expositores apresentam novas soluções para o mercado na feira Considerado o principal encontro de negócios sustentável da America Latina, a 6° edição do Greenbuilding Brasil reuniu expositores de todo o país com o objetivo de promover a troca de informações e apresentar ao públi- co as inovações tecnológicas destinadas às construções sustentáveis. Seguindo a mes- ma característica das outras edições, a feira de exposições ocorreu simultaneamente às sessões educacionais. O evento contou com a participação de empresas importantes em todas as áreas do setor, que vem ao longo de todas as edições do evento, apresentando suas soluções em tecnologias. Empresas com de forte presença e credibi- lidade no mercado marcaram presença no evento apresentando seus produtos e novi- dades, além de participarem ativamente des- de a primeira edição como patrocinadores e expositores, contribuindo diretamente para o crescimento do mercado no que tange à sus- tentabilidade na construção. A Trane, uma das empresas patrocinadoras, destacou produtos eficientes voltados para o setor de climatização. Como membro funda- Fotos:DivulgaçãoGBCBrasil
  • 31. revistagbcbrasil.com.br 31out-nov/15 expo gbc 2015 dor do GBC Brasil, e tendo como presidente do conselho do GBC, o diretor Manoel Gamei- ro, a empresa possui um papel importante e de muita responsabilidade em promover solu- ções tecnológicas e inovadoras alinhadas aos conceitos de sustentabilidade que o GBC tem apresentado para o mercado brasileiro. Também tiveram grande destaque como pa- trocinadores, apresentações de novos produ- tos e palestras em sessões educacionais do evento empresas como, a consultoria Cush- man & Wakefield, a Docol - Indústria do setor de metais sanitários -, Honeywell - empresa focada no desenvolvimento de soluções tec- nológicas que visam à eficiência energética - e o CTE (Centro de Tecnologia de Edificações), consultoria referência no mercado da susten- tabilidade e responsável por 100 projetos cer- tificados pelo LEED no país. Com o intuito de conquistar a certificação LEED, como edificação sustentável, o Instituto Neymar Jr participou do evento com um stand, também para divulgação de suas ações volta- das para o meio ambiente e responsabilidade social, além de apresentar o trabalho realizado com cerca de 2.400 crianças. A WWF-Brasil também marcou presença na Expo, a Ong, participante de uma rede inter- nacional e comprometida com a preservação do meio ambiente. Marco Lentini, coordena- dor do Programa Amazônia da WWF - Brasil apresentou em uma das sessões técnicas do evento a problemática relacionada ao desma- tamento e impactos ambientais, abordando a importância da gestão consciente da madeira durante as obras. Comprovando sua solidez no mercado, o Greenbuilding Brasil, é a concretização da ini- ciativa do setor privado em construir cada vez mais consciente e eficientemente, buscando sempre disseminar o conceito da sustentabili- dade nas construções para a sociedade frente aos problemas ambientais, sociais e econômi- cos que o país atravessa atualmente, realizan- do parcerias com organizações governamen- tais a fim de incentivar políticas públicas de fomento para construção sustentável. A 6° Greenbuilding 2015 Conferência Interna- cional e Expo, contou com ampla cobertura da mídia. Foram 24 veículos de comunicação e um total de 110 profissionais de imprensa que contribuíram, de forma assídua, para divulga- ção de todas as etapas do evento bem como a visão representantes de empresas que parti- ciparam da feira de negócios. Sustentabilidade para promover a sustentabilidade As ações de sustentabilidade feitas durante os três dias de evento mostram que o importante não é somente informar e divulgar, mas sim incorporar para conscientizar. O evento teve a participação de 40 voluntários, contou com um processo de gestão de resíduos onde, foram disponibilizadas lixeiras para coleta seletiva pelo pavilhão e lixeiras específicas para resí- duos orgânicos, próximas às áreas de alimen- tação. O evento também contou com proces- so de separação de resíduos recicláveis dos não recicláveis, máquina de compostagem para resíduos orgânicos gerados durante os três dias de evento, implantação de duas ca- çambas na área externa do pavilhão, inventá- rio dos resíduos, além de treinamento com a equipe de limpeza para o procedimento corre- to da gestão dos resíduos. Além disso, as credenciais foram confeccio- nadas com papel semente, que poderiam ser plantadas após o uso. O material de divulga- ção foi impresso em papel reciclável. Tam- bém foram disponibilizadas informações pré- vias com relação às alternativas locomoção, hospedagem e postura sustentável para os visitantes como, opções de transporte públi- co e mapas para o percurso a pé; incentivo á hospedagem em hotéis com práticas susten- táveis com localização próxima ao evento e orientações como, “imprima apenas o neces- sário” e “ leve sua própria caneta e bloco de anotação”, ações que expandem ainda mais os conceitos sustentáveis. Para atender os visitantes, foram contrata- das empresas do setor de alimentação que ofereceram diversas opções de alimentação
  • 32. 32 out-nov/15 rev/gbc/br expo gbc 2015 diferenciada e saudável, como por exemplo, Dona Linda e o Fit Truck. Eficiênciaenergéticaétemaprincipal abordado no primeiro dia do evento A questão energética foi predominante no pri- meiro dia do evento com temas relacionados às superfícies frias e sua contribuição para o conforto térmico e redução no consumo de energia, avanços e oportunidades na gera- ção de energia distribuída fotovoltaica, os desafios e oportunidades para a indústria em relação à crise energética, além da sessão fo- cada para o Programa Nacional de Eficiência Energética, trabalho conjunto realizado entre o Ministério do Meio Ambiente, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimen- to (PNUD), do Global Environmental Facility (GEF) e do Banco Interamericano de Desen- volvimento, programa este que abordou te- mas como, inovações técnicas e financeiras para suporte na implantação de projetos e ações de eficiência energética e energia re- novável. A apresentação do case Parque da Cidade em uma das sessões, também foi destaque que focou a questão energética, conforto e bem estar do usuário. Além das sessões educacionais focadas em eficiência energética, o evento teve a apresentação do Plano de Aplicação do re- ferencial Casa bem como os desafios e obs- táculos enfrentados utilizando como case o projeto piloto residencial Catuçaba Ecovila,
  • 33. revistagbcbrasil.com.br 33out-nov/15 expo gbc 2015 Trajetória da certificação LEED para lojas de Varejo (Retail), Gestão de projetos sustentá- veis, Natureza da cidade eficiência ecossis- têmica dos projetos e da gestão, Escolas Net Zero Energia, Serviços ambientais como ve- tores de Planejamento Territorial, Selo Procel Edificações e sua aplicação ao processo de certificação LEED (apresentação – case Pos- to Ipiranga) e Estratégias passivas em hospi- tais através de simulação termodinâmica. Temas como revisão de zoneamento, utili- zação responsável da madeira e gestão de resíduos sólidos, processo de certificação de edifícios residenciais no Brasil, LEED versão 4 e a preparação da indústria para atender a esta nova demanda, análise de microclima para conforto ambiental em espaços urbanos abertos, estratégias e soluções LEED para diferentes tipos de construção e setores do mercado, entre outros, tiveram maior desta- que no segundo dia do congresso. Foram 16 sessões educacionais que ocorrem si- multaneamente durante o dia. A presença de palestrantes renomados no mercado a cons- trução e da sustentabilidade de forma geral, consolidou mais uma vez a importância e a credibilidade do evento no âmbito econômi- co, ambiental e social. Uma das principais discussões foi a dimen- são ambiental na proposta de revisão do zo- neamento e uso e ocupação do solo na cida- de de São Paulo, que determina as formas de uso e ocupação do solo da cidade e seus reflexos em todo o setor. Representantes da Secretaria Municipal e Desenvolvimento Ur- bano (SMDU), Daniel Todtmann Montandon, diretor do Departamento de Uso do Solo, os vereadores, Gilberto Natalini, Ricardo Young e Paulo Frange, autor do Projeto de Lei de Zoneamento, discursaram sobre a revisão de zoneamento, bem como os pontos previstos no projeto de lei que contribuem diretamen- te para o aumento da sustentabilidade, tema discutido há anos na cidade de São Paulo. Além disso, abordaram a questão dos rumos a ser seguidos pela sociedade para cons- cientização em relação à exploração e a co- mercialização da madeira. A questão de resíduos sólidos urbanos, tam- bém foi um importante tema debatido através do case Parque da Cidade com a apresenta- ção do sistema de coleta automatizada. Den- tro de um projeto diferenciado, que possui um conceito de cidade compacta, o Parque da Cidade é o primeiro empreendimento a aderir a gestão de coleta através do sistema automatizado de resíduos sólidos à vácuo. Esta tecnologia pioneira no Brasil, que pode ser observada em grandes cidades como Londres, Estocolmo e Barcelona, trará como benefícios, além de uma gestão mais limpa e eficiente, a redução da quantidade de resí- duos encaminhados para aterros e a redução de viagens de caminhões de lixo necessárias para atender o empreendimento, promoven- do assim o descarte ambientalmente corre- to dos resíduos produzidos e reduzindo a emissão de CO2 causada pelo transporte. A Fotos:DivulgaçãoGBCBrasil
  • 34. 34 out-nov/15 rev/gbc/br expo gbc 2015 palestra que abordou a questão da coleta au- tomatizada foi ministrada por Fábio Colella, diretor da empresa Envac Brasil, idealizadora do sistema de coleta de resíduos sólidos ur- banos por sucção. Leed versão 4: A importância da comunicação transparente para melhoria contínua aliada à análise do ciclo de vida do produto A importância da atualização e inovação dos processos e materiais desenvolvidos para o mercado sustentável também tiveram destaque entre os assuntos debatidos do segundo dia do Greenbuilding 2015 com a apresentação do LEED versão 4 bem como a preparação das indústrias para atender esta nova demanda. Em razão desta cons- tante busca por inovações e tecnologias diferenciadas para atender às certificações, os desafios atuais, comunicação transpa- rente e a melhoria contínua dos processos, o LEED versão 4 vem propor à indústria e aos fabricantes os novos requisitos de sus- tentabilidade para se atingir resultados mais eficientes, tanto nas construções quanto nos desenvolvimento de materiais. As novas me- didas apresentadas englobarão ferramentas de análise e otimização frente ao consumo de água energia, além da preocupação em relação à composição dos materiais visando à toxicidade de seu conteúdo. “O LEED é um exercício de melhoria contínua que traz vários desafios. Existe a necessidade de um novo posicionamento desses fabricantes em bus- car melhoria contínua e de se comunicar de forma transparente, e para isso é necessário mostrar a importância dessa transparência”, apontou Alessandra Caiado, Arquiteta, espe- cialista em Design Ecológico e Coordenadora de Materiais Sustentáveis do CTE. As novidades da nova versão abrangem a transparência em relação à composição de materiais para comprovação desta melhoria dos materiais, opção de número de produtos ou em custo para atingir a certificação, preo- cupação com a origem da matéria-prima, re- gionalidade, emissão de COV bem como a incorporação de questão da responsabilida- de social. Todos os novos créditos que serão abordados na nova versão do LEED seguirão o conceito da análise do ciclo de vida, seja no âmbito do edifício como um todo, seja com um no enfoque do produto através da solici- tação de declarações ambientais. Segundo a engenheira ambiental e consul- tora de Sustentabilidade do CTE, Adriana Hansen, a análise do ciclo de vida contempla a extração da matéria-prima e manufatura, passando pela montagem até o descarte e reciclagem do produto. “Para o crédito que fala sobre a análise do ciclo de vida do edifí- cio, as três primeiras opções estão atreladas Fotos:DivulgaçãoGBCBrasil
  • 35. revistagbcbrasil.com.br 35out-nov/15 expo gbc 2015 a reaproveitamento da estrutura existente, ou seja, retrofit. A quarta opção é a realização de estudo de análise de ciclo de vida do edifí- cio a fim de demonstrar uma redução efetiva de impacto de 10% englobando temas como mudanças climáticas, depleção da camada de ozônio, acidificação de solo e água, eu- trofização, formação de ozônio troposférico, sendo que, uma das melhorias obrigatórias é o impacto de mudanças climáticas, sen- do necessária uma análise que vai desde a extração da matéria-prima até as atividades construtivas e efetivas do prédio e a opera- ção, considerando as simulações de água e energia”, afirmou a engenheira durante a sua apresentação. Último dia da 6° Greenbuilding Brasil 2015 fecha em grande estilo com o foco na “água” Um dos temas reservados para agenda do úl- timo dia do evento foi a questão da gestão no uso da água. No total foram 20 palestras que abordaram temáticas como, consumo cons- ciente, otimização de sistemas eficientes, promoção de saúde e bem estar dos usuários de edifícios, preocupação com o tratamento da água bem como a apresentação de estra- tégias de gestão integrada visando à redução no consumo deste recurso. Uma importante questão foi abordada na apresentação da diretora técnica da Infinityte- ch, Virgínia Sodré, sobre o atual cenário de escassez de água, além de apresentar um trabalho pioneiro no mercado de desenvol- vimento urbano, o Programa Água de Valor, onde é levada em consideração a gestão es- tratégica do uso da água e os impactos da utilização deste recurso englobando proces- sos de gestão a nível micro, meso e macro do consumo da água através de soluções inova- doras para diversos segmentos de negócios, desenvolvendo inclusive o primeiro plano de gestão estratégico de água para uma incor- poradora no Brasil. O Greenbuilding Brasil Conferência Interna- cional e Expo é um evento de extrema impor- tância para disseminação deste tipo de pro- grama. O cenário atual e futuro é de escassez, e existe uma necessidade de ações imediatas e permanentes para a melhoria deste cenário. O programa Água de Valor se encaixa perfei- tamente dentro deste cenário com a disse- minação e a conscientização das indústrias, construtoras e incorporadoras, promovendo uma abordagem mais abrangente na ques- tão da gestão da água no desenvolvimento urbano. “Nós como, incorporadores, agentes da área de desenvolvimento urbano, temos um papel muito importante na cidade quanto à preservação dos mananciais e a contribui- ção na gestão da água, é uma questão de sobrevivência nas cidades”, declarou Virgínia. Outros debates importantes realizadas com relação ao tema na agenda foram: Certifica- ção do setor público com destaque para a primeira creche certificado no Brasil, a Cre- che Hassis; Redução de custo do m² com a sustentabilidade; Gestão de demanda com evolução e tendências; A importância de como “esportes verdes” estão impulsionan- do a sustentabilidade; Arquitetura e Susten- tabilidade; Plano de Segurança da Água fo- cando na saúde em edificações e indústrias.
  • 36. 36 out-nov/15 rev/gbc/br social A apresentação do projeto Rio Re- siliente ganhou destaque na 6° edição do Green- building Brasil 2015 Conferência Internacional & Expo. A sessão técnica foi apre- sentada por Pedro Junqueira, chefe-executivo de resiliência e operações e por Luciana Nery, gerente de resiliência. Com o intuito de promover ainda mais este conceito, o Centro de Ope- rações da Prefeitura do Rio de Janeiro desenvolveu o proje- to que contempla dimensões como, mudanças climáticas, comportamento resiliente, ges- tão resiliente e resiliência socioe- conômica. “Participar de um evento que tra- ta de sustentabilidade, que trata de construções verdes, seja por- que tem mais consciência, seja Rio Resiliente: Um novo enfoque sobre a cidade Em tempos de drás- ticas mudanças cli- máticas bem como adversidades sofri- das, a resiliência é um conceito funda- mental que deve ser abordado e aplicado na sociedade ©Embratur