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GBCBRASIL
C O N S T R U I N D O U M F U T U R O S U S T E N T Á V E L ANO 3 / Nº8 / 2016
REVISTA
VIBEDITORA
Políticas públicas trazem
ganho de escala às solu-
ções em energia solar
CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO
APRESENTAM SOLUÇÕES DE
CLIMATIZAÇÃO DIFERENCIADA
1º Registro na Certificação
WELL no Brasil: Escritório
Setri, em São Paulo
G R E E N B U I L D I N G C O U N C I L
DOSSIÊ ESPECIAL
ENERGIAS
RENOVÁVEIS
APRESENTAM
EXPANSÃO
1º LEED CS PLATINUM NA VERSÃO 3.0
EDIFÍCIO
JACARANDÁ
2016
O PODER DA TRANSFORMAÇÃO
EM SUAS MÃOS
Você é nosso convidado especial para marcar presença na Greenbuilding Brasil.
Faça a sua parte e construa um futuro sustentável!
Acesse o nosso site para mais informações:
www.informagroup.com.br/greenbuilding
SÃO PAULO - SP
SP EXPO EXHIBITION &
CONVENTION CENTER
09 a 11
AGOSTO
2016
Participe da feira Greenbuilding e saiba como utilizar práticas
sustentáveis de forma estratégica. Você é uma peça chave para
fazer a diferença!
Como fazer a diferença?
Faça parte deste movimento e venha fazer networking com os maiores
especialistas do mercado mundial.
Você conectado com o que há de mais inovador e moderno no mundo da
construção sustentável!
Novidade desta edição: Espaço Referencial Casa para você visitar e conhecer
estratégias e soluções de construção sustentável.
A Greenbuilding Brasil Conferência Internacional & Expo pede o seu apoio
para ampliar ainda mais este conceito no Brasil! Participe Conosco!
PATROCÍNIO OUROPATROCÍNIO PLATINAPATROCÍNIO DIAMANTE
PATROCÍNIO PRATA
REALIZAÇÃO ORGANIZAÇÃOPARCERIA ESTRATÉGICA EVENTO SIMULTÂNEO
www.informagroup.com.br/greenbuilding/credenciamento
Faça agora o seu credenciamento on line gratuito! Todos Conectados por um
Futuro Mais Sustentável!
DA PRINCIPAL FEIRA DE CONSTRUÇÃO
SUSTENTÁVEL DO BRASIL!
ESTÁ ABERTO O CREDENCIAMENTO
Garanta a oportunidade de
expor sua marca para o melhor
evento de sustentabilidade da
América Latina!
Nathalia Siqueira
Email: nathalia.siqueira@informa.com
Telefone: (+11) 3017-6892
Celular: (+11) 99177-8554
revistagbcbrasil.com.br 3mar-abr/16
Editorial
©BiancaWendhausen
Diante dos últimos acontecimentos relacionados à
sustentabilidade a energia limpa e renovável vem ga-
nhando um espaço cada vez mais expressivo. Assim
como a preocupação mundial em relação às condi-
ções climáticas do planeta, as iniciativas desenvolvi-
das pelas empresas, organizações sustentáveis e go-
verno vêm demarcando uma trajetória cada vez mais
consolidada no Brasil.
Levando em consideração essa demanda, esta edi-
ção da Revista GBC Brasil apresenta um conteúdo
pertinente e alinhado ao mercado, com informações
sobre o cenário das novas energias renováveis, ten-
dências, bem como seu patamar em relação ao cená-
rio internacional.
Para isso trouxemos especialistas e líderes governa-
mentais que irão abordar questões sobre o tema de
energia limpa, em especial a energia solar fotovoltai-
ca, dado o grande potencial que o Brasil possui para
um crescimento em grande escala.
Além disso, serão apresentadas no DOSSIÊ Solu-
ções, novas tecnologias e soluções inovadoras que
o mercado brasileiro já possui, bem como as tendên-
cias evolutivas do setor. Para o DOSSIÊ TIPOLOGIAS,
traremos cases importantes que se destacaram no se-
tor de Centro de Distribuição, bem como os desafios
enfrentados e oportunidades geradas.
Informações importantes sobre o mercado da cons-
trução sustentável bem como os avanços e tendên-
cias do setor, no Brasil e no Mundo, é na Revista GBC
Brasil que você encontra.
Boa leitura!
Brasil: Um país de grande
potencial sustentável
LUIZ SAMPAIO
DIRETOR EXECUTIVO
VIB Editora
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
MEMBROS DO CONSELHO
Manoel Gameiro - Trane - Presidente
José Moulin Netto - Vice presidente
José Cattel - Alcoa
Celina Antunes - Cushman & Wakefield
Mark Pitt - Sherwin Williams
Hugo Rosa - Método
Carmen Birindelli - WTorre
Convidada: Thassanee Wanick - Fundadora
do GBC e Cônsul Geral da Tailândia no
Brasil
CONSELHO FISCAL
Renato Alahmar - 3M
Guido Petinelli
DIRETOR GERENTE
Felipe Faria
DIRETOR EXECUTIVO
Luiz Sampaio
lfsampaio@vibcom.com.br
REDAÇÃO
Bruna Dalto - MTb 72943
Patrícia Braga
redacao@vibcom.com.br
COMERCIAL
comercial@vibcom.com.br
FINANCEIRO
adm@vibcom.com.br
DESIGN GRÁFICO E EDITORIAL
VIB EDITORA
REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO
VIDA IMOBILIÁRIA BRASIL - VIB EDITORA
Rua Roque Petrella, 46 - sala 501
Brooklin - São Paulo - SP
CEP 04581-050
Tel/Fax: 11 5078 6109
www.vidaimobiliaria.com.br
RESPONSÁVEL DO GBC
Maíra Macedo
ASSINATURAS E CONTATOS
COM A REVISTA:
Tel: 11 5078 6109
email: revistagbc@gbcbrasil.org.br
Capa: Edifício Jacarandá
Foto: Cacá Bratke
VIBEDITORA
4 mar-abr/16 rev/gbc/br
índice
GBCBRASIL
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2016
O PODER DA TRANSFORMAÇÃO
EM SUAS MÃOS
Você é nosso convidado especial para marcar presença na Greenbuilding Brasil.
Faça a sua parte e construa um futuro sustentável!
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AGOSTO
2016
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SUSTENTÁVEL DO BRASIL!
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Nathalia Siqueira
Email: nathalia.siqueira@informa.com
Telefone: (+11) 3017-6892
Celular: (+11) 99177-8554
EDITORIAL...............................................................> 3
COLUNA GBC..........................................................> 6
	 ESTUDO
	 WGBC TRENDS 2016.......................> 8
	 PROJETO DESTAQUE...........................> 16
LEED ACP..............................................................> 22
	 ESPECIAL
	 ENERGIA LIMPA
PANORAMA NO BRASIL............................................> 24
ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA.....................> 28
ENOVA SOLAR.....................................................> 34
ENERGIA ZERO....................................................> 38
SOLUÇÕES DE CLIMATIZAÇÃO EM
CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO.....................................> 44
PROGRAMA EDUCACIONAL...............................> 48
CERTIFICAÇÃO WELL NO BRASIL.............................> 50
POLÍTICAS PÚBLICAS EM ENERGIA SOLAR.......> 54
CPLUX: IDEIAS PARA SAIR DA CRISE..................> 60
AGENDA GBC ABR/MAI/JUN 2016.....................> 66
6 mar-abr/16 rev/gbc/br
coluna gbc
O
mercado da construção sustentável con-
traria toda e qualquer estimativa eventual-
mente negativa em face as consequências
da crise política e econômica que enfren-
tamos.
Uma das métricas que utilizamos para
quantificar o atendimento de metas para objetivos descritos
em nosso planejamento estratégico é o número de novos
registros de projetos LEED por mês. No primeiro trimestre
de 2016 tivemos 34 novos registros contra 24, 21 e 33, res-
pectivamente referentes aos anos de 2015, 2014 e 2013. O
começo de 2016 desponta como o segundo melhor ano da
certificação LEED no Brasil, perdendo apenas para os 64
novos projetos registrados alcançados no primeiro trimestre
de 2012.
Adicionalmente, registramos 8 novos projetos no Refe-
rencial GBC Brasil Casa, dentre eles loteamentos e condomí-
nios residenciais verticais que participarão do programa piloto.
Em termos de educação foram 7 treinamentos capaci-
tando 130 profissionais, sendo 5 na cidade de São Paulo e
2 no Rio de Janeiro. No mês de abril já estão confirmadas
turmas em Goiânia e Recife.
Os canais de comunicação do GBC Brasil com o mer-
cado, diretório de membros, revista GBC Brasil, blog, mí-
dias sociais e eventos crescem continuamente, contribuin-
do aos membros engajados, colherem ótimos proveitos no
que tange a ideia de “member value”. Mais de 3000 pro-
fissionais visitam o nosso blog e o website do GBC Brasil
possui cerca de 70000 visualizações, sendo que o tempo
de permanência de visitantes únicos é de 5 minutos.
O Greenbuilding Brasil Conferência Internacional e
Expo de 2016 já possui o dobro de patrocinadores confir-
mados comparado ao ano de 2015, e o novo modelo de
gestão em parceria com o Grupo Informa e High Design
garantirá praticamente o dobro de profissionais visitantes.
De fato, nós (leia-se GBC Brasil seus membros e par-
ceiros) lideramos um movimento que há anos deixou de
ser tendência, consolidando-se em uma transformação tida
como unanimemente necessária. Cabe a nós trabalharmos
para acelerá-la. A construção sustentável continua cres-
cendo para setores diversos do mercado, assim como ini-
ciativas do Poder Público em criar políticas de fomento ao
movimento.
Alinhado com as informações acima mencionadas, te-
mos o Relatório Mundial do World Green Building Council
sobre tendências do nosso setor para os próximos anos.
Uma das curiosidades desta última pesquisa, que ocorre
a cada 3 anos, aponta a grande diminuição no número de
respondentes membros dos diferentes GBCs, de 76% para
33%, demonstrando que estamos penetrando setores di-
versos da indústria. E como resultado, destaca-se que os
36% dos profissionais e empresas no Brasil confirmaram
que até 2018 mais de 60% dos seus projetos serão verdes.
Na pesquisa anterior, divulgada em 2012, apenas 6% men-
cionaram referido comprometimento considerando o ano
de 2015 como horizonte.
Por diversos fatores, nosso movimento mantém otimis-
mo e geração de oportunidades. Aos líderes não restam dú-
vidas que construção sustentável é o caminho, onde deve-
mos investir a todo momento, e, através do Green Building
Council Brasil nós encontraremos as respostas sobre onde
e como investir.
No mês de maio reativaremos nossos Comitês Téc-
nicos para análise e discussão da certificação WELL com
foco em saúde e bem-estar, bem como o Referencial GBC
Brasil Casa para loteamentos e condomínios residenciais
verticais. Também estamos contatando todas as 800 em-
presas associadas para apresentar os detalhes do nosso
novo planejamento estratégico e discussão das atividades
presentes e futuras, além de requerer que todas contatem
o GBC para adiantarmos nossa conversa visando juntos,
insuflar a acesa chama da indústria da construção susten-
tável pátria.
Nós somos a força que rege este movimento. O poder
da transformação está nas nossas mãos.
Ótimo início de ano para
a construção sustentável.
FELIPE FARIA,
DIRETOR
Green Building Council Brasil
revistagbcbrasil.com.br 7dez/15-jan/16
coluna gbc
8 mar-abr/16 rev/gbc/br
tendências
Construção verde
mundial deve dobrar
até 2018, diz estudo
de seus projetos que pretendem
certificar.
O estudo, produzido em parceria
com a United Technologies Cor-
poration, um membro do Con-
selho Consultivo Empresarial do
World GBC, e com o apoio adi-
cional do USGBC, do GBC Brasil
e da Saint-Gobain, também no
Conselho Consultivo Empresa-
rial do WorldGBC, apresenta os
resultados de mais de 1.000 par-
ticipantes da pesquisa em 69 paí-
ses - incluindo os Green Building
Councils locais e seus membros
corporativos, desde arquitetos e
empreiteiros, até os proprietários
e engenheiros.
"Este estudo nos mostra como o
movimento de construção verde
é globalmente forte e consisten-
Construção verde no mundo deverá dobrar até
2018, de acordo com um novo estudo da Dodge,
Data & Analytics e da United Technologies
Corporation, em parceria com o World Green
Building Council (WorldGBC).
O
estudo, “World
Green Building
Trends 2016
- Mercados
em Desenvol-
vimento Ace-
leram o Crescimento Global da
Construção Verde”, considera
que o percentual de empresas
que pretendem ter mais de 60%
dos seus projetos de construção
verde certificados cresce para
mais que o dobro até 2018, de
18% atualmente para 37%.
O crescimento previsto será, em
grande parte, impulsionado por
países que ainda estão se de-
senvolvendo no mercado verde,
com empresas do México, Brasil,
Colômbia, Arábia Saudita, África
do Sul, China e Índia relatando
forte crescimento no percentual
revistagbcbrasil.com.br 9mar-abr/16
tendências
te. No Brasil, um dos nossos mo-
vimentos motores principais são
as empresas membros do GBC
Brasil que assumiram a liderança
pró-ativa para levar a nossos am-
bientes construídos as melhores
taxas de eficiência e criar am-
bientes amigáveis e saudáveis
para os ocupantes. Para GBC
Brasil não é uma surpresa saber
que 36% das empresas esperam
certificar a maioria dos seus pro-
jetos em 2018. Percebe-se este
mesmo compromisso em nossos
treinamentos, nas salas de confe-
rências, nos comitês e em outras
iniciativas. Estamos muito con-
tentes e gratos por esse apoio”,
diz Felipe Faria, Diretor Geral do
GBC Brasil.
Este estudo segue uma edição
anterior de 2012, para o qual o
Green Building Council também
contribuiu. Para aquele estudo,
como neste, um projeto verde é
identificado como aquele que é
certificado ou construído visando
à qualificação para a certificação
no âmbito de um padrão susten-
tável reconhecido, como LEED,
BREEAM e Green Star.
Outras principais conclusões
do relatório demonstram que
a construção verde no mundo
continua a duplicar a cada três
anos. O Brasil, por exemplo,
espera um crescimento de seis
vezes no percentual de empre-
sas que pretendem certificar a
maioria dos seus projetos ver-
des (de 6% para 36%). Na Chi-
na o crescimento previsto é de
cinco vezes (de 5% para 28%).
Um crescimento de quatro vezes
“PARA GBC BRASIL
NÃO É UMA
SURPRESA SABER
QUE 36% DAS
EMPRESAS ESPERAM
CERTIFICAR A
MAIORIA DOS SEUS
PROJETOS EM 2018”
Felipe Faria,
Diretor Geral GBC Brasil
24%
39%
21%
44%
6%
36%
18%
38%
27%
61%
5%
28%
20%
52%
EUA MexicoBrasil Colômbia África do
Sul
China Índia
2015 2018
Porcentagem de entrevistados cuja empresa tem feito mais de
60% de projetos certificados
(2015 e expectativa para 2018)
18%
21%
23%
26%
12%
37%
22%
13%
8%
20%
Explorando (nenhum projeto ainda)
1% a 15% Projetos Verdes
16% a 30% Projetos Verdes
31% a 60% Projetos Verdes
Mais de 60% Projetos Verdes
Nível de Atividade de Construção Verde
(resultado global)
2015 2018
10 mar-abr/16 rev/gbc/br
tendências
fundamental na entrega deste
crescimento projetado, e esta li-
derança e experiência será vital
na percepção dos muitos bene-
fícios sociais, econômicos e am-
bientais que os edifícios verdes
oferecem."
Proprietários dizem ter sentido
um aumento médio de 7% no
valor dos seus edifícios verdes
em comparação com os edifícios
tradicionais (um aumento consis-
tente entre os novos edifícios ver-
des e em retrofits).
Outro benefício amplo e global-
mente relatado são os baixos
custos operacionais. Mas cerca
de 30% dos entrevistados tam-
bém consideram que a docu-
mentação e certificação propor-
cionam garantia de qualidade,
também é esperado na Arábia
Saudita (de 8% a 32%).
Para Terri Wills, CEO do World-
GBC, este estudo oferece evi-
dência adicional sobre a força
dos cases de negócios em cons-
trução verde. “Este crescimento
é verdadeiramente um fenôme-
no global. O edifício verde está
desempenhando um papel de
extrema importância no desen-
volvimento de muitas economias
emergentes, particularmente na-
quelas cujas populações cres-
cem e criam uma necessidade
premente para que o ambiente
construído seja sustentável e
garanta uma elevada qualidade
de vida”, e ainda complementa,
"os Green Building Councils e
seus membros em todo o mun-
do irão desempenhar um papel
33%
28%
22%
13%
57%
52%
18%
10%
17%
8%
15%
11%
2015
2012
Métricas usadas para medir os benefícios dos edifícios verdes
(2012 e 2015)
Redução dos custos
de operação
Documentação e
certificação que
asseguram a qualidade
Aumento do valor de
negociação
Aumento das taxas de
ocupação
Aumento da produtividade
dos ocupantes
Aumento dos valores
de locação
Redução dos custos
de operação
após 1 ano
Redução dos custos
de operação
após 5 anos
Aumento do valor
do Edifício verde
versus um projeto
não verde
Aumento do valor
patrimonial do Edifí-
cio verde versus um
projeto não verde
Payback para inves-
timentos verdes
Construção
Nova
Retrofit
Benefícios de negócios esperados do investimento
em edifícios verdes
(Valores médios reportados em 2012 e 2015)
2015
2012
8% 9%
15% 14%
7% 8%
5% 7%
8 anos 8 anos
9% 9%
13% 13%
5% 7%
4% 7%
7 anos 7 anos
Benefícios
Setores com planos para certificação
nos próximos 3 anos
New Construction
New Construction Institucional
(escolas, hospitais, edifícios
públicos)
Retrofit (Existing Building)
Comunidades
Commercial Interiors
Brasil | Média global
47% 46%
33% 38%
47% 37%
33% 21%
22%
20%
revistagbcbrasil.com.br 11mar-abr/16
tendências
12 mar-abr/16 rev/gbc/br
tendências
educação dos ocupantes sobre
sustentabilidade que agrega va-
lor de venda, considerados como
benefícios adicionais importantes
em seus mercados.
O maior crescimento mundial de
construção verde está o setor
comercial onde quase metade
(46%) de todos os entrevistados
pretende desenvolver um proje-
to comercial verde nos próximos
três anos.
A redução no consumo de ener-
gia continua sendo a maior razão
ambiental para a construção ver-
de (selecionado como uma das
duas principais razões por 66%
de todos os entrevistados). A pro-
teção dos recursos naturais ficou
em segundo lugar a nível mundial
(37%), e a redução do consumo
de água em terceiro (31%).
"Na Saint-Gobain, trabalhamos
fortemente a cada dia para me-
lhorar a vida das pessoas e, ao
mesmo tempo, enfrentar os de-
safios globais de crescimento,
eficiência energética e proteção
ambiental. Há muito tempo es-
tamos convencidos de que a
sustentabilidade é uma grande
tendência no mercado de cons-
trução. Esse estudo do World-
GBC 2016 está nos confortando,
pois mostra que é um mercado
que deve dobrar até 2018”, afir-
ma Pascal Eveillard, Diretor da
Saint-Gobain para o Habitat Sus-
tentável.
“OS GREEN
BUILDING COUNCILS
E SEUS MEMBROS
EM TODO O MUNDO
IRÃO DESEMPENHAR
UM PAPEL
FUNDAMENTAL NA
ENTREGA DESTE
CRESCIMENTO
PROJETADO”
Terri Wills,
CEO WorldGBC
6%
31%
37%18%
8%
36%
21%
9%
2%
32%
Explorando (nenhum projeto ainda)
1% a 15% Projetos Verdes
16% a 30% Projetos Verdes
31% a 60% Projetos Verdes
Mais de 60% Projetos Verdes
Nível de Atividade de Construção Verde
no Brasil
(2015-expectativa 2018)
2015 2018
74%
26%
Brasil
Participação média de projetos verdes na atividade
de construção de edifícios
(Brasil, Colômbia e 11 outros países da América do
Sul e Caribe)
Projetos verdes
Projetos não verdes
73%
27%
71%
29%
Colômbia Outros 11 países
14 mar-abr/16 rev/gbc/br
tendências
“HÁ MUITO
TEMPO ESTAMOS
CONVENCIDOS
DE QUE A
SUSTENTABILIDADE
É UMA GRANDE
TENDÊNCIA NO
MERCADO DE
CONSTRUÇÃO. ”
Pascal Eveillard,
Diretor da Saint-Gobain
para o Habitat Sustentável
Redução dos custos
de operação
após 1 ano
Redução dos custos
de operação
após 5 anos
Payback para inves-
timentos verdes
Construção
Nova
Retrofit
Benefícios de negócios esperados do investimento em edifícios
verdes na América do Sul e Caribe
(Brasil, Colômbia e média dos outros 11 países)
8% 12%
20% 9%
4 anos 5 anos
12%12%
12%13%
8 anos4 anos
Benefícios
6%
13%
4 anos
12%
12%
8 anos
Brasil Colômbia Outros 11
países
Brasil Colômbia Outros 11
países
Principais motivos para futura atividade em construção verde no
Brasil, Colômbia e outros 11 países da América do Sul e Caribe
Demanda dos clientes
29%
19%
30%
12%
22%
33%
8%
33%
15%
29%
3%
15%
29%
26%
41%
20%
31%
22%
27%
22%
22%
37%
31%
19%
Demanda de mercado
Compromisso interno da
empresa
Aumento de ROI
Fazer a coisa certa
Transformações de mercado
Diminuir custos de operação
Legislação ambiental
BRASIL
COLÔMBIA
11 PAÍSES
Razões sociais mais importantes para
a construção verde
Encorajar práticas
de negócios sustentáveis
Criar um senso
de Comunidade
Aumentar a produtividade
no trabalho
Ajudar na economia
doméstica
Esteticamente
agradável
Brasil | Média global
53% 58%
26% 29%
34% 29%
24% 29%
19% 14%
Razões ambientais mais importantes
para a construção verde
Reduzir o consumo
de energia
Proteger os
recursos naturais
Reduzir o consumo
de água
Diminuição da emissão de
gases de efeito estufa
Melhorar a qualidade
interna do ar
Brasil | Média global
51% 66%
47% 37%
47% 31%
15% 24%
17% 17%
16 mar-abr/16 rev/gbc/br
projeto em destaque
Colégio Estadual Erich Walter Heine,
Rio de Janeiro
Fotos:DivulgaçãoHospitalOswaldoCruz
LEED PLAT
EM ARQU
ARROJADA
EdifícioJacarandá
em destaque
©CacáBratke
revistagbcbrasil.com.br 17mar-abr/16
projeto em destaque
ITETURA
INUM
Aposta em arquitetura
de alto estilo e estratégias
sustentáveis garantem
o LEED Platinum para
empreendimento na zona
sul de São Paulo
C
om um design marcante e
imponente em sinergia com
alto nível de sustentabilida-
de, o Edifício Jacarandá,
localizado na Avenida En-
genheiro Luiz Carlos Berri-
ni, região sul de São Paulo,
conquistou em janeiro deste
ano o mais alto nível da certificação interna-
cional LEED. Trata-se do primeiro edifício co-
mercial no Brasil a conquistar o nível Platinum
na versão 3.0 do LEED dentro da categoria
Core&Shell.
Impossível não impressionar-se com as cur-
vas do edifício. Sua forma arredondada reme-
te a uma percepção de leveza aos olhos, meio
a um cenário envoltório de grandes edifícios
e construções tradicionais. O que também
chama muito a atenção é a robusta facha-
da composta por vidros com a mistura das
cores levemente esverdeadas e amareladas
unindo-se um tom acinzentado mais sóbrio,
que permitem a absorção do calor e promo-
vem maior conforto térmico nos ambientes
internos, além da economia de energia.
De acordo com o arquiteto responsável pelo
projeto, Carlos Bratke, um dos aspectos de
maior valorização do edifício é a sua forma,
que conta com grandes espaços internos e
vãos estruturais. “Este formato é interessante,
pois possui uma igualdade de distância en-
tre o núcleo central e as extremidades. Caso
contrário teria uma configuração muito pesa-
da. A equidistância dos pontos centrais do
edifício que deram margem para uma condi-
ção de imagem contínua”, afirma o arquiteto.
Flávio Martins, sócio da Construtora Bratke Col-
let e engenheiro responsável pela obra, com-
plementa ainda, que o formato do edifício foi
desenvolvido devido à extensão do terreno, que
possui aproximadamente 65 metros de com-
primento, incluindo o terraço. “Uma fachada
projetada de forma tradicional, reta, transporia
a sensação de um bloco muito denso. Então,
houve a criação deste movimento em um for-
mato elíptico de tal forma que pôde suavizar
este impacto visual da fachada, o que conse-
quentemente também contribuiu para um me-
lhor sombreamento do próprio prédio”, afirma.
O edifício Jacarandá foi construído em um
terreno de 5.839m², e conta com aproxima-
damente 27.927,89m² de área construída. A
construção é composta por auditório, áreas
de serviços específicas para o prédio, setor
administrativo, segurança e vestiários. Toda
a parte de instalações e serviços como ele-
vadores, banheiros, escadas, shafts são dis-
postos na região central edifício a fim de ma-
ximizar o fluxo nas extremidades e otimizar a
ocupação da fachada pelo usuário final.
18 mar-abr/16 rev/gbc/br
projeto em destaque
Além disso, segundo o arquiteto Carlos Bra-
tke, o edifício possui outra característica mar-
cante, que é a forma como o auditório foi
projetado. “O edifício possui uma recepção
e vãos livres bastante grandes, com a pos-
sibilidade de ter acesso independente ao au-
ditório de forma que possa ser utilizado não
somente pelos ocupantes internos, mas tam-
bém para eventos externos em geral. Esta é
uma característica importantíssima deste pro-
jeto”, observa o arquiteto.
Para obtenção da certificação, o proje-
to contou com a experiência e now how da
consultoria de sustentabilidade CTE (Centro
de Tecnologia de Edificações), além de pla-
nejado e construído pelas empresas Bratke
Collet e Engeform. O empreendimento atingiu
pontuações excelentes em todos os critérios
exigidos para a certificação, atingindo os 81
pontos necessários para obtenção do nível
Platinum do LEED.
Inicialmente o objetivo era obter a certificação
LEED Gold para o projeto, porém devido aos
critérios exigidos pela certificação estarem sig-
nificativamente avançados, com o emprego de
equipamentos mais eficientes, tanto no ar con-
dicionado quanto na iluminação e o desem-
penho energético de forma global tornaram-
-se fundamentais para a obtenção de pontos
extras, garantindo assim o selo nível Platinum.
Energia
Foram instalados sistema de ar de expansão
direta VRF (Volume de Refrigerante Variável)
com condensação a ar. As unidades externas
foram instaladas na cobertura e as unidades
internas, do tipo built-in instaladas no forro, fo-
ram distribuídas termicamente para as zonas
das fachadas (devido fatores externos como
temperatura do ar e radiação solar) e zonas
internas, contribuindo assim com um menor
consumo das evaporadoras e um maior con-
forto dos ocupantes. O sistema possui ciclo
quente/frio, controlado pela evaporadora mes-
tre, compressores inverter e controles remotos
sem fio. A vazão de ar externo foi calculada
atendendo a norma ABNT 16401-2008. O ar
externo possui um sistema de recuperador de
energia que irá trocar a energia de exaustão
com a energia do ar externo, diminuindo a car-
ga térmica do ar externo, assim diminuindo o
consumo do ar condicionado.
Segundo Flávio Martins, um dos diferenciais
sustentáveis do projeto foi na parte energética.
“Fizemos o uso de luminárias LED, que reduz
significativamente o consumo de energia, tan-
to para as áreas privativas do escritório, siste-
ma de ar condicionado da LG com o equipa-
mento Multi-V4 com COP acima de 4.5, o que
confere um nível de eficiência muito grande no
uso de ar condicionado”, pontua Flávio.
O sistema de iluminação interna e externa
foi projetado com equipamentos de alta efi-
ciência para reduzir o consumo de energia e
a poluição luminosa. Os escritórios possuem
uma densidade de iluminação de 9,84 W/m²,
as zonas próximas às fachadas possuem
sensores de iluminação natural que irão di-
merizar as luminárias quando não há neces-
sidade do uso da iluminação artificial.
O consumo de energia nas áreas comuns do
edifício é monitorado e gravado pelo Sistema
de Automação Predial, conhecido como BMS,
para garantir a eficiência energética e otimizar
o sistema operacional do edifício. O medidor
do consumo de energia elétrica foi instalado
de acordo a medição de uso final, como ele-
vadores, bombas hidráulicas, iluminação e
tomadas, sistema de exaustão e condiciona-
mento de ar. Também foram instalados medi-
dores de energia em cada conjunto.
Projeto:
Edifício Jacarandá (OPI 2)	
Localização:
São Paulo - SP
Certificação:
04/01/2016
Sistema e Nível da Certificação:
LEED CS - Platinum
Arquitetura:
Carlos Bratke
Construtora:
Bratke Collet e Engeform
Consultoria de sustentabilidade:
CTE
Gerenciamento:
Engeform
Elétrica, Hidráulica e Automação:
Soeng
Sistema de Ar Condicionado:
Thermoplan
Luminotécnica:
Mingrone
Esquadrias:
Arqmate
Acústica:
Erhardt
Vidros:
Glassec Viracon
Fotos:©CacáBratke
revistagbcbrasil.com.br 19mar-abr/16
projeto em destaque
Outra estratégia que garantiu alta eficiência
energética para o edifício foi a instalação de
vidros semiopacos de alta performance na
fachada. De acordo com o CTE (Centro Tec-
nológico de Edificações), a simulação ener-
gética apontou uma economia de energia de
22,18%, o que possibilitou 8 pontos da certi-
ficação, determinando o salto do nível Gold
da certificação, inicialmente requerida, para o
nível Platinum. As estratégias utilizadas para
a redução no consumo foram baseadas nos
parâmetros da norma ASHRAE 90.1-2007.
Água
As medidas implementadas relativas ao con-
sumo racional da água resultaram em 100%
de redução de água potável para irrigação e
redução de 20,16% com a utilização de dispo-
sitivos economizadores. O edifício conta com
tratamento e reaproveitamento de água plu-
viais, águas cinzas e também as provenientes
do dreno do sistema de ar condicionado para
fins não potáveis, como irrigação, descarga de
bacias sanitárias e mictórios, reduzindo a de-
manda de água potável do empreendimento.
Complementando estas medidas, já comu-
mente empregadas nos edifícios certificados,
houve também a implantação de lajes ajar-
dinadas e pavimentos permeáveis, onde foi
possível reduzir o escoamento pluvial em mais
de 25% onde, antes de entrar na rede pública
de drenagem, passa por filtros Vortex capazes
de remover mais de 80% do Total de Sólidos
Suspensos (TSS), contribuindo para redução
de alagamentos e enchentes na cidade. Além
disso, o paisagismo conta com plantas regio-
nais que se adaptam ao clima da região e que
não necessitam de alta demanda de irrigação,
resultando na redução do consumo de água,
ocupando 1.925 m² do terreno.
Qualidade do ar
Visando um ambiente interno de qualidade
foi desenvolvido um layout que permite aces-
so de visibilidade das paisagens externas em
todos os ambientes, oferecendo ao ocupante
o conforto e relaxamento visual que, conse-
quentemente, contribui para uma melhora da
produtividade e qualidade do ambiente inter-
no. A preocupação com a qualidade do ar se
iniciou no período de obra, através da utili-
zação de adesivos, selantes, tintas e reves-
timentos com baixa emissão de Compostos
Orgânicos Voláteis (COV), além da instalação
de equipamentos de controle de CO2 em to-
dos os ambientes internos possibilitando o
monitoramento e garantia de melhor qualida-
de do ar interno. Também houve a proibição
de fumo em todas as áreas internas do edifí-
cio e em áreas externas a menos de 8 metros
de entradas de ar, como portas, janelas e to-
madas de ar externo.
Materiais
Na seleção dos materiais utilizados na obra
foi priorizada a utilização de componentes re-
gionais e com conteúdo reciclado bem como
a opção por produtos de madeira com cer-
tificação FSC (Forest Stewardship Council).
Houve ainda um Plano de Gestão de Resí-
duos e Coleta Seletiva, o que contribui para
que 85,63% dos resíduos gerados em obra
fossem desviados de aterros sanitários.
ECONOMIA DE ENERGIA				22,18%
ECONOMIA DE ÁGUA POTÁVEL EM DISPOSITIVOS		 20,16%
ECONOMIA DE ÁGUA POTÁVEL NO PAISAGISMO		 100,00%
RESÍDUOS DESVIADOS DE ATERRO			 85,63%
MATERIAIS COM CONTEÚDO RECICLADO			 21,08%
MATERIAIS REGIONAIS				34,55%
MADEIRA CERTIFICADA FSC				100,00%
ÁREAS VERDES (% em relação à área do terreno)		 36,82%
DADOS TÉCNICOS (em %):
20 mar-abr/16 rev/gbc/br
projeto em destaque
• Tratamento e reaproveitamento de água:bacias sanitárias em todo edifício;
•Geradoresqueatendema100%dasdemandasdoedifício:Inclusiveasdecon-
dicionamento de ar das áreas comuns e privativas;
• Vidros de alta performance: Controle da entrada de luz natural e design único
do edifício, vidros com diferentes tonalidades ;
• Sistema de ar condicionado: 8 evaporadores por conjunto e 32 por andar VRF
quente/frio;
• Pé direito de 2,95 metros: piso/teto;
• CFTV/controle de acesso BMS: Elevadores integrados às catracas;
• Piso elevado: 15 cm de altura com placas metálicas removíveis;
•LumináriasLEDcomSistemaDALE:menorconsumo/m²,maiorvidaútilepos-
sibilidade de integração com automação;
• Alta eficiência energética;
• Banheiros com sensores de presença;
• Bicicletário com vestiários masculino e feminino.
Relação com o entorno
A relação com o entorno também foi um dos
pontos valorizados no projeto do edifício Jaca-
randá, que também contribuiu fortemente para
a conquista da certificação. O empreendimen-
to conta com bicicletário, vagas preferenciais
para veículos com baixa emissão, proximida-
de com ciclovias e meios de transportes alter-
nativos, como linhas de ônibus e metros que
incentivam os usuários a não utilizarem veícu-
los poluentes, além de fácil acesso a serviços
básicos. Além disso, houve a minimização das
ilhas de calor, pela instalação de 100% das
vagas de estacionamentos nos subsolos, pos-
sibilitando a diminuição das áreas pavimenta-
das expostas e através da implementação de
coberturas verdes e com materiais de alto índi-
ce de refletância solar.
Reforçando o histórico e as premissas volta-
das para a sustentabilidade, a Bratke foi res-
ponsável por outro empreendimento certifica-
do pelo LEED, o edifício Jatobá, que garantiu
o selo LEED NC nível Gold. Foi um projeto
desenvolvido em parceria com a empresa
Engeform. Ao longo de 30 anos grande parte
dos edifícios localizados na Avenida Enge-
nheiro Luiz Carlos Berrini foram projetados
por Carlos Bratke e construídos pela Bratke
Construtora, inclusive atuando com proces-
so de retrofit nos edifícios mais antigos. “O
nosso principal objetivo é manter a região ar-
borizada com qualidade de vida, os prédios
em ordem, e com custos operacionais mais
baixos. Isso é importante para nós, por isso
a sustentabilidade tem tudo a ver com o que
praticamos. Essa é uma grande preocupação
que a gente tem hoje, o benefício ao longo
prazo”, ressalta Flávio Martins.
O arquiteto Carlos Bratke esclarece que as
medidas sustentáveis adotadas em outros
projetos não têm necessariamente a intenção
de conquistar um selo ambiental, o impor-
tante é o fato de que usando métodos mais
eficientes, com equipamentos mais avança-
dos, sistemas de reuso de água entre outros
já são muito importantes para se adquirir um
benefício econômico e ambiental.
Vista aérea do edifício
DIFERENCIAIS SUSTENTÁVEIS
©L.Braga
revistagbcbrasil.com.br 21mar-abr/16
tendências
22 mar-abr/16 rev/gbc/br
desempenho
O
s ACPs - AlternativeCompliance Paths (Caminhos
Alternativos de Conformidade, em português) foram
desenvolvidos para proporcionar maiores opções e
um método mais flexível para empreendimentos de
todo o mundo, possibilitando a conformidade com
créditos do LEED, uma vez que alguns créditos uti-
lizam normas e contem exigências de difícil cumprimento fora dos Es-
tados Unidos.
Os ACPCs for South America foram criados especificamente para atender
as necessidades dos projetos LEED na América do Sul após o encontro de
representantes do GBC Brasil, GBC Chile, GBC Argentina, GBC Colômbia,
GBC Peru com o USGBC em Santiago em setembro de 2013.
Segundo a arquiteta Marcia Picarelli Davis, LEED AP BD+C, O+M e
diretora da Novva Solutions, o LEED 2009 BD&C ACPs for South Ameri-
ca foi desenvolvido para os sistemas Building Design and Construction
(Novas Construções e Reformas) para edifícios comerciais e edifícios
institucionais, empreendimentos Core and Shell (Envelope e Áreas Co-
muns), e Schools (Escolas) especificamente para empreendimentos na
América do Sul. “Os ACPs globais se aplicam a todos os empreendi-
mentos, independentemente de sua localização, embora alguns só es-
tejam disponíveis para aqueles fora dos EUA. Eles também podem ser
aplicados de acordo com o empreendimento com base em sua viabili-
dade, não sendo obrigatórios para nenhum empreendimento”, afirma.
Para que um ACP seja aprovado, ele passa pelo LEED International
Caminhos alternativos
para os créditos do
LEED
ACPs asseguram que a certificação LEED siga o mesmo
nível de excelência em todo o mundo
Roundtable (Mesa Redonda Internacional LEED), um grupo consultivo
do Green Building Council que representa 40 países, que discute as
barreiras técnicas encontradas em seus respectivos mercados, para
assim propor a criação de ACPs. ”Nesse grupo são discutidas várias
questões da Certificação LEED como a criação de ACPs ou a definição
dos créditos de Prioridade Regional, dentre outros”, garante Marcia.
Além disso, o trabalho tem o intuito de reforçar a orientação internacio-
nal da certificação LEED, visando tornar este sistema mais eficaz em
nível global.
De acordo com Felipe Faria, diretor do GBC Brasil, “a ideia é manter
a consistência da ferramenta de certificação LEED presente em 153
países, sendo flexível através de normas técnicas locais, tornando-o ao
mesmo tempo local, regional e global. O GBC Brasil lidera o número de
ACPs criados graças à larga experiência e disposição dos profissionais
voluntários”.
“Concentrando-se em normas e soluções globais, estes caminhos al-
ternativos de cumprimento fazem do LEED cada vez mais flexível e
garantem uma linguagem comum para todos os greenbuildings.” Scott
Horst, Vice Presidente, LEED, USGBC
Após rigorosa análise técnica das normas e práticas locais, os seguintes
créditos LEED receberam ACPs para empreendimentos na América do Sul:
LEED ACP
Por Bruna Dalto
revistagbcbrasil.com.br 23mar-abr/16
desempenho
SSc4.3 - Transporte Alternativo – Baixa Emissividade e
Veículos de Combustível Eficiente
Objetivo: Reduzir os impactos da poluição e de desenvolvimento
da terra pelo uso do automóvel.
Empreendimentos na América do Sul podem agora usar os programas
governamentais brasileiros como o INMETRO e IBAMA para determinar
se um veículo é classificado como de baixa emissão ou baixo consu-
mo de combustível. Estes programas produziram uma lista de veículos
classificados como sustentáveis, que representa de maneira mais pre-
cisa em termos de eficiência, emissividade e consumo dos veículos
disponíveis na América do Sul em relação ao que era fornecido nas
exigências do crédito original.
EAc6 - Green Power
Objetivo: Estimular o desenvolvimento e uso de fontes de energia
com base líquida zero de poluição e tecnologias de energia renovável.
Empreendimentos na América do Sul podem usar agora o Certificado
de Energia Renovável brasileiro, uma iniciativa da ABBEólica – Associa-
ção brasileira de energia eólica, e da ABRAGEL – Associação brasileira
de energia limpa, em parceria com o Instituto Totum. Este ACP permite
a empreendimentos na América do Sul comprarem energia verde pro-
duzida localmente, ao invés de RECs (Renewable Energy Certificates)
de energia verde produzida nos EUA. Isso estimula ainda mais o inves-
timento em tecnologias de energia verde na América do Sul.
O regulamento do Programa de Certificação em Energias Renováveis
também prevê a possibilidade de comercializar e/ou transferir certifi-
cados aos consumidores da energia elétrica gerada por estas usinas
certificadas. Deste modo, é possível adquirir o número determinado de
selos de acordo com o consumo energético aferido da planta consu-
midora que pode ser representada por uma indústria, condomínio resi-
dencial, ou ainda prédio comercial.
A primeira empresa no Brasil a buscar a certificação LEED, utilizan-
do o Programa de Certificação em Energia Renovável foi o Citibank,
com sua agência inteligente na avenida Nova Faria Lima, em São Paulo
(SP), conhecida como Flagship Faria Lima, que adquiriu 244 certifica-
dos, equivalentes ao uso de 244 MWh de energia renovável certificada,
o que equivale ao consumo energético da agência por dois anos.
Segundo Elbia Ganoum, presidente da ABEEólica “entre os principais
benefícios da utilização do Programa de Certificação estão incentivar
as fontes renováveis complementares e obter uma acreditação que
ateste que foram respeitados aspectos socioambientais relevantes nas
etapas de construção e operação de um empreendimento. Assim, o
gerador adquire a possibilidade de comercializar certificados para seus
clientes (novo mercado de negócio) e também possibilita a diferencia-
ção no mercado de um produto.
“CONCENTRANDO-
SE EM NORMAS E
SOLUÇÕES GLOBAIS,
ESTES CAMINHOS
ALTERNATIVOS DE
CONFORMIDADE
FAZEM DO LEED
CADA VEZ MAIS
FLEXÍVEL E
GARANTEM UMA
LINGUAGEM COMUM
PARA TODOS OS
GREENBUILDINGS.”
Scott Horst,
Vice Presidente,
LEED, USGBC
24 mar-abr/16 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES
E
nergia limpa é um dos temas de
maior relevância na atualidade
brasileira. A necessidade em
gerar energia através de fontes
renováveis se tornou imprescin-
dível para o suprimento das de-
mandas energéticas. De acordo
com o Ministério de Minas e Energia (MME)
as fontes renováveis contribuem para a diver-
sificação da matriz elétrica, além de estarem
usualmente relacionadas a projetos menos
impactantes do ponto de vista ambiental.
Grande parte das fontes renováveis é obtida
sem a emissão de gases de efeito estufa, o
que contribui com a estratégia brasileira para
atingir as metas de redução de emissões
desses gases, conforme a Política Nacional
sobre Mudança do Clima (PNMC).
Segundo o Plano Decenal de Expansão de
Energia (PDE – 2024), ao final de 2015, as
energias renováveis representavam 42,5% de
toda a matriz energética brasileira, com des-
taque para o crescimento das fontes alterna-
tivas à geração hidrelétrica, como a eólica,
solar e biomassa. “Em dez anos, esse tipo
de energia renovável cresceu 30%, passando
de 2,8% de toda a oferta de energia interna
em 2004 para 4,1% em 2014”. Na matriz tam-
bém incluem, por exemplo, o petróleo e seus
derivados, como a gasolina, e o gás de co-
zinha. “Esse cenário faz parte da política do
Ministério de diversificação da matriz energé-
tica brasileira, que considera uma forma mais
eficiente do uso de recursos naturais do pla-
neta”, explica o secretário de Planejamento
Energético do MME, Altino Ventura.
A diversificação da matriz energética bra-
sileira é fundamental para as potenciais
crises de energia que o país atravessa, diz
w(Associação Brasileira de Energia Eólica).
Segundo ela, nenhum país pode ter uma ma-
triz energética baseada apenas em uma úni-
DOSSIÊ ESPECIAL
ENERGIA LIMPA
revistagbcbrasil.com.br 25mar-abr/16
DOSSIÊ SOLUÇÕES
Aexpansãoeadiversificaçãodefontesrenováveis
no Brasil crescem exponencialmente nos últimos
anos e deverão representar 86% da geração de
energia elétrica no país até 2024
©VítorBrandão
BRASIL RUMO
À ENERGIA
LIMPA©Divulgação
ca fonte de recurso, pois se o recurso falha,
o país entra em colapso de fornecimento de
energia. “A solução de política energética é a
complementação desta matriz a partir de ou-
tros recursos renováveis como a fonte eólica,
fonte biomassa, fonte solar, e o Brasil já está
seguindo nesta trajetória”, analisa. “O Brasil
aprendeu que não pode ter uma fonte prin-
cipal de energia. A hídrica continuará sendo
a maior participante da matriz nos próximos
anos, porém o ideal é que o Brasil expanda
com a participação das complementares”,
conclui.
Na matriz de geração de energia elétrica, as
renováveis deverão representar perto de 86%
em 2024, com destaque para a energia eóli-
ca, que dos atuais 5,6% de participação na
matriz de capacidade instalada de geração
de energia (janeiro/2016) elétrica deverá pas-
sar a 8% em 2024.
Capacidade de eólica instalada
no Brasil cresceu 60% em 12
meses
O número de usinas eólicas no Brasil nos últi-
mos cinco anos, passou de 51 para 330 par-
ques, representando uma expansão de 7.039
megawatts (MW) de capacidade instalada,
que em janeiro de 2016 totalizou 7.968 MW,
contra os 929 MW de janeiro de 2011. “Esse
cenário demonstra que estes empreendi-
mentos atingiram preços bastante competi-
tivos e impulsionaram a instalação de uma
indústria nacional de equipamentos para o
atendimento deste mercado. Dessa forma,
esta fonte, ainda com grande potencial a ser
explorado, se consolida como um dos princi-
pais componentes para a expansão da matriz
de energia elétrica do Brasil”, afirma o MME.
O aumento expressivo dessas usinas no Bra-
sil é resultado dos Leilões de Energia para a
fonte eólica, iniciados em 2009. Desde então,
o nordeste representa o maior polo da ener-
gia eólica no Brasil, que responde atualmente
por 5.699 MW da capacidade instalada no
Sistema Interligado Nacional – SIN, seguida
pela região sul, com 1.730 MW e pela região
sudeste, representando 28 MW. Segundo o
MME, a capacidade eólica instalada cresceu
60% em 12 meses até janeiro de 2016. “Con-
siderando toda a potência instalada no país,
em todas as fontes, foram adicionados 7.676
MW, neste período, sendo 2.873 MW de ge-
ração de fonte hidráulica, 1.810 MW de fontes
térmicas, 2.987 MW de fonte eólica e 6 MW
de fonte solar”, complementa o MME.
No Brasil o avanço do desenvolvimento de
geração de energia elétrica através de fontes
eólica vem se consolidando em ritmo ace-
lerado. Os primeiros parques eólicos nesta
modalidade começaram a entrar em opera-
ção em 2012. De acordo com Elbia Ganoum,
26 mar-abr/16 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES
Crescimento da energia solar
através da geração distribuída
A energia solar garante um potencial energé-
tico muito alto no Brasil, pois há uma gran-
de incidência de luz solar durante a maior
parte do ano, que atualmente se desenvolve
também de uma forma sustentável, verifica-
-se este desenvolvimento através da utiliza-
ção de placas fotovoltaicas nas construções
atuais brasileira, cujo objetivo é, além da
preservação do meio ambiente, evitando o
uso de energia da matriz energética, mas
também focando na economia e retorno fi-
nanceiro para investidores desta tecnologia.
A irradiação no Brasil é muito melhor do que
em outros países. Pegando exemplo de paí-
ses como Alemanha, Japão, Estados Unidos,
China, que são os países que mais estão
usando esta tecnologia, a irradiação solar é
pelo menos 30% menor do que no Brasil, ga-
rante Márcio Takata, sócio-diretor da Enova
Solar e professor do curso de Energias Reno-
váveis do Green Building Council Brasil.
Em dezembro de 2015, o Ministério de Mi-
nas e Energia (MME) lançou o Programa de
Desenvolvimento da Geração Distribuída
de Energia Elétrica (ProGD), para ampliar e
aprofundar as ações de estímulo à geração
de energia pelos próprios consumidores,
com base nas fontes renováveis de energia
(em especial a solar fotovoltaica). O Progra-
ma pode movimentar pouco mais de R$ 100
bilhões em investimentos, até 2030. “A gera-
ção distribuída traz benefícios para o consu-
midor e para o setor elétrico, o que reduz a
necessidade de estrutura de transmissão elé-
trica e evita perdas. Até 2030, 2,7 milhões de
unidades consumidoras poderão ter energia
gerada por elas mesmas, entre residência,
comércios, indústrias e no setor agrícola, o
que pode resultar em 23.500 MW (48 TWh
produzidos) de energia limpa e renovável, o
equivalente à metade da geração da Usina
Hidrelétrica de Itaipu. Com isso, o Brasil pode
evitar que sejam emitidos 29 milhões de to-
neladas de CO2
na atmosfera”, afirma MME.
De acordo com a Agência Nacional de Ener-
gia Elétrica (Aneel), o Sistema de Compen-
sação de Energia Elétrica, instituído pela
Resolução Normativa nº 482/2012, é um dos
avanços no setor e tem crescido expressi-
vamente desde as primeiras instalações,
em 2012. Entre 2014 e 2016, os registros de
adesões ao modelo de geração distribuída
quadruplicaram, e com a revisão da norma,
que simplificam procedimentos de registro, a
estimativa é que até 2024 mais 1,2 milhão de
consumidores passem a produzir sua própria
energia, o equivalente a 4,5 gigawatts (GW)
de potência instalada.
Brasil em 1° lugar no grupo da
BRICS com participação de ener-
gia renovável na matriz
No cenário internacional, o Brasil tornou-se o
4º país no ranking mundial de expansão de
potência na energia eólica em 2014, e subiu
cinco posições no ranking mundial de capa-
cidade instalada. Agora, ocupa o 10º lugar
em geração, tendo sido o 15º em 2013.
O Brasil também é o país com a maior par-
ticipação de energia renovável na matriz de
geração elétrica dentro do grupo conhecido
como BRICS, que inclui também Rússia, Ín-
dia, China e África do Sul. De acordo com
o relatório “Energia no Bloco dos BRICS”
(agosto de 2015), as fontes renováveis repre-
sentaram 73% da geração de energia elétrica
do país, em 2014. Nos demais países do gru-
po, este percentual varia de 2% (no caso da
África do Sul) a 22%, na China.
Já em novembro de 2015, conforme apresen-
ENERGIA LIMPA
este é um cenário virtuoso de crescimento. “É
um cenário favorável para o futuro, pois a fon-
te eólica é, atualmente, a segunda fonte de
energia mais competitiva do país, é a fonte de
energia mais abundante”, destaca.
Considerando que o Brasil tem pouco poten-
cial hidrelétrico para explorar, a fonte eólica se
tornou a segunda fonte mais importante. Em
2014 o Brasil tornou-se o segundo país mais
atrativo em geração de energias renováveis,
ficando atrás somente da China. “Atualmen-
te, o Brasil possui uma potência instalada de
mais de 8 GW, representando quase 6% da
geração de energia total da matriz brasileira.
As outras fontes que possuem participação
relevante são as hidrelétricas, que possui o
primeiro lugar em geração de energia, com
65%, termelétricas com 9,9% e biomassa,
representando 9,5% da geração de energia
total da rede”, explica Elbia Ganoum. “Com
o crescimento de instalação dos parques
eólicos e leilões, a previsão é que a energia
eólica seja a segunda maior fonte de geração
de energia até 2020.”
O foco de uma das conferências mais im-
portantes do mundo é a redução de CO2
na
atmosfera, que mobilizou centenas de países
a se reunirem por um bem maior, a preserva-
ção do meio ambiente e condições climáti-
cas drásticas em que o planeta se encontra.
A energia eólica é uma aliada importante no
processo de redução de emissões de CO2
.
Segundo informações da ABEEólica, a gera-
ção de energia eólica contribuiu para redução
de 6 milhões de toneladas de CO2
em 2015,
considerando os parques instalados no ano.
Para cada GW instalado há uma redução de
1,8 milhões de CO2
evitados. “A perspectiva
de instalação para o ano de 2016 é de 11 GW
de potência, o que evitará cerca de 20 milhões
de toneladas de CO2
lançados na atmosfera”,
analisa a presidente da associação.
revistagbcbrasil.com.br 27mar-abr/16
DOSSIÊ SOLUÇÕES
mento de terras para construção de parques
eólicos, o que gera renda de aluguel para o
locador. “A fonte eólica além de gerar energia
limpa, renovável e competitiva, contribui mui-
to para o desenvolvimento socioeconômico
nas regiões mais pobres do país”. Segundo
Elbia Ganoum estes produtos recebem o ar-
rendamento das terras por 20 anos.
Além da geração de renda através do arren-
damento de terras, para cada GW gerada
através fonte eólica, cerca de 15 mil postos
de trabalho são gerados ao longo da cadeia.
Para o ano de 2016, a previsão é de criação
de mais 50 mil empregos, uma vez que a ex-
pectativa é que a geração de energia ultra-
passe dos 3 GW somente este ano.
Aquecimento da cadeia produtiva
A Associação Brasileira de Energia Eólica –
ABEEÓLICA, que representa o setor eólico
no País, tem entre seus associados: 8 fabri-
cantes de aerogeradores de grande porte, 16
empresas de engenharia, consultoria e cons-
trução, 14 fabricantes de peças e componen-
tes e 3 fabricantes de pás eólicas. Isso ca-
racteriza o quanto está consolidada a cadeia
produtiva do setor eólico no Brasil. A energia
eólica representa um dos mercados mais
importantes para o setor de compósitos no
País, com comercialização de mais de 90%
de toda a resina epóxi produzidas no Brasil,
que são utilizadas na fabricação das pás eóli-
cas, segundo a ALMACO (Associação Latino
Americana de Compósitos). Enfim, destaca-
mos que o parque industrial da tecnologia
eólica está em pleno desenvolvimento com
novos investimentos sendo feitos, garantin-
do, assim, o atendimento do mercado interno
e tornando o País um potencial exportador de
equipamentos para a América Latina.
Em relação ao setor solar, de acordo com
Márcio Takata, no Brasil ainda existem poucos
tado no Boletim Mensal de Monitoramento
do Sistema Elétrico Brasileiro (Janeiro/2016),
publicação da Secretaria de Energia Elétrica/
MME, as fontes renováveis (hidráulica, solar,
eólica e biomassa) representaram aproxima-
damente 79% da matriz de produção de ener-
gia elétrica no país.
Investimentos para energia solar
fotovoltaica é o maior entre as
fontes em 2015
De acordo com o MME, no ano passado, nos
cinco leilões realizados para ampliação da
capacidade de geração no país, foram con-
tratados 1.789 MW nas diversas fontes, com
investimentos previstos em R$ 13,3 bilhões.
As energias renováveis tiveram destaque,
com a contratação de energia eólica de 22
empreendimentos, 30 de solar e 13 de bio-
massa. Em energia contratada, considerando
essas três fontes, foram contratados 665,4
MW médios. Os investimentos previstos para
a energia solar fotovoltaica, para fornecer a
energia contratada nos leilões de 2015 é o
maior entre as fontes, de R$ 4,3 bilhões. 17
usinas hidrelétricas (pequenas e grandes)
foram contratadas 900 MW, ou seja, pratica-
mente a metade da energia contratada e 61%
da capacidade a ser instalada.
Geração de emprego
Outro grande potencial que provêm da gera-
ção de energia renovável é o desenvolvimen-
to social, através da geração de postos de
trabalho, uma significativa evolução dado à
atual situação econômica que o país atraves-
sa. Este desenvolvimento é bastante relevante
para os pequenos produtores, principalmen-
te nas regiões com poucas oportunidades
econômicas no país, tais como, o nordeste,
o semiárido brasileiro, através do arrenda-
Elbia Ganoum
Altino Ventura Filho
©MárciaKalume/AgênciaSenado©DivulgaçãoABEEólica
fabricantes de módulos fotovoltaicos. Márcio
explica que atualmente 60% dos custos in-
vestidos em uma usina solar correspondem a
produtos importados. “Isso ocorre devido ao
país ainda estar iniciando seus passos rumo
ao crescimento em grande escala. Trata-se
de um mercado recente, porém para que o
mercado cresça de forma sustentável, para
que as empresas invistam precisam ter maior
segurança de que o mercado é de fato um
mercado, e não apenas uma promessa”, en-
fatiza. Márcio acrescenta que, atualmente, os
módulos fotovoltaicos importados são equi-
pamentos muito importantes para o cresci-
mento do setor, e representa cerca de 15 a
30% dos investimentos total dos produtos im-
portados, mas que há uma alta possibilidade
da nacionalização destes produtos.
©DivulgaçãoABEEólica
Taíba Wind Farm, Ceará
28 mar-abr/16 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES
O
sol é considerado uma das
fontes renováveis de maior
potencial para geração de
energia elétrica no Brasil, e
uma tecnologia promissora
para este desenvolvimento
é a fonte solar fotovoltaica, que vem se des-
tacando dentro de dois grandes segmentos,
a geração centralizada, que abrange a cons-
trução de grandes usinas solares, cujo foco é
a distribuição de energia elétrica para matriz
energética nacional, e a geração distribuída,
outro grande segmento do setor solar fotovol-
taico, que abrange a instalação de sistemas
solares fotovoltaicos em telhados e fachadas
de edifícios residenciais, comerciais, indus-
triais e públicos e também vem crescendo de
forma significativa na atualidade.
O Brasil já é referência em geração de ener-
gia elétrica através de fontes renováveis, que
atualmente representam mais de 80% de sua
matriz. Porém a participação das fontes fós-
seis nos últimos anos aumentou como uma
forma do governo complementar a geração
de energia das hidrelétricas. No entanto, de
acordo com Rodrigo Lopes Sauaia, presiden-
te executivo da ABSOLAR (Associação Brasi-
leira de Energia Solar Fotovoltaica), não só é
possível como benéfico para o país buscar a
diversificação da matriz elétrica do país atra-
vés das chamadas ‘fontes renováveis com-
plementares’, tais como, biomassa, eólica
e solar, que contribuem para garantir maior
segurança energética, sustentabilidade am-
biental, movimentação econômica e geração
de empregos de qualidade ao Brasil.
O setor solar fotovoltaico ganhou espaço no
cenário de energia elétrica nacional a partir
de 2013, quando houve a primeira inserção
em grande escala de fonte solar na matriz
elétrica, resultado de um leilão do governo
do Estado de Pernambuco, no qual foram
contratadas cinco usinas solares fotovoltai-
cas com capacidade de geração de 92 MW
(Megawats). Das cinco usinas, duas já estão
em operação, e fazem parte do primeiro par-
que híbrido do Brasil, que combina geração
de energia solar fotovoltaica e eólica, onde 10
MW de potência são gerados por energia so-
lar fotovoltaica. O ano de 2014 também teve
grande volume de contratação de energia so-
lar através de leilões, com a implantação de
mais de 30 usinas da fonte, seguida por dois
leilões adicionais em 2015, que contrataram
por volta de 1000 MW de potência cada um.
Atualmente são 99 usinas solares já contrata-
das, representando um total de 3.300 MW de
energia solar fotovoltaica e mais de R$ 12,5
bilhões em investimentos, que entrarão em
operação até o final de 2018.
O Sol promovendo sustentabilidade e
segurança energética para o Brasil
Geração distribuída e centralizada, leilões e incentivos fiscais
contribuem para geração de energia solar fotovoltaica, além
de fomentar o setor produtivo e promover o desenvolvimento
social através de geração de emprego e renda
ENERGIA LIMPA
ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA:
Rodrigo Lopes Sauaia
Márcio Takata
©EnovaSolar©DivulgaçãoABSOLAR
revistagbcbrasil.com.br 29mar-abr/16
DOSSIÊ SOLUÇÕES
Geração distribuída em edifica-
ções
A geração distribuída se tornou um mercado
competitivo para os grandes e adensados
centros urbanos do país. O consumidor pode
gerar sua própria energia através da utiliza-
ção de sistemas solares fotovoltaicos nos te-
lhados ou fachadas de edifícios, o que dimi-
nui sua demanda por eletricidade da rede de
distribuição. A característica mais marcante
deste tipo de geração é a possibilidade deste
consumidor fornecer energia limpa e renová-
vel para a matriz elétrica do país, ao mesmo
tempo em que economiza dinheiro, incentiva
a geração de novos empregos e negócios na
sua região, ajuda na proteção ambiental e
ainda contribui para o desenvolvimento sus-
tentável do país rumo a uma economia de
baixo carbono.
A resolução normativa nº 482 da ANEEL
(Agência Nacional de Energia Elétrica), insti-
tuída em abril de 2012, divide a geração dis-
tribuída em dois tipos, a micro e minigeração
de energia. Com a revisão desta normativa
através da resolução nº 687 da ANEEL, de
novembro de 2015, as faixas de potência
nominal foram ajustadas de 100 kW para 75
kW para microgeração, ao passo que a mini-
geração teve sua potência nominal ampliada
para a partir de 75 kW e até 5 MW. A revisão,
qualificada como histórica por especialistas
do setor, deve promover uma ampliação ex-
ponencial no mercado de micro e minigera-
ção ao longo dos próximos anos. Além disso,
a revisão 687/2015, que entrou em efeito a
partir de 1º de março de 2016, trouxe uma
série de aprimoramentos estratégicos para
incentivar a geração distribuída em residên-
cias e edifícios de todo o país.
Ao final de 2012, o Brasil possuía apenas três
sistemas de micro e minigeração instalados
e em 2013 este número aumentou 25 vezes,
chegando a um total de 75 sistemas instala-
dos em todo país. No ano de 2014, os siste-
mas implantados deram um salto para 423
projetos. De 2014 para 2015 o crescimento de
sistemas implantados foi de impressionantes
308% no segmento de micro e minigeração,
atingindo a marca de 1731 sistemas. Atual-
mente são mais de 1.900 sistemas instalados
no Brasil, segundo dados da ANEEL, sendo
que mais de 96% de todos os sistemas são
da fonte solar fotovoltaica, a maioria em resi-
dências e pequenos comércios.
“Podemos dizer que a energia solar foto-
voltaica é a tecnologia líder de mercado no
segmento de micro e minigeração distribuí-
da, em especial por ser a mais abundante do
país, de fácil instalação e operação. A nossa
expectativa para o ano de 2016 é de que este
segmento cresça ainda mais fortemente do
que no ano de 2015. A resolução normativa
687/2015 incorporou uma série de aprimo-
ramentos regulatórios favoráveis ao desen-
volvimento da micro e minigeração do Bra-
sil”, afirma Rodrigo Sauaia. “Essa resolução
posicionou o país na vanguarda, como uma
referência internacional na área de promoção
à geração distribuída a partir de fontes reno-
váveis”, complementa.
De acordo com Rodrigo Sauaia, qualquer
empresa ou residência pode se tornar uma
geradora de energia limpa e renovável, bas-
tando para isso possuir um telhado adequa-
do para a instalação de um sistema solar
fotovoltaico. Um exemplo exposto pelo presi-
dente executivo da ABSOLAR são as empre-
sas comerciais e de serviços que não operam
aos finais de semana. Neste caso, a empre-
sa gera energia diariamente com o sistema
solar fotovoltaico, porém consome a energia
apenas durante os dias úteis semana. Ainda
assim, enquanto a unidade não está em ope-
ração, a energia gerada é injetada na rede de
distribuição, ajudando a atender a demanda
do bairro e da região. Este processo, além de
contribuir com o meio ambiente, através da
redução da demanda de eletricidade gerada
por combustíveis fósseis, diminui as perdas
do sistema elétrico nacional. No Brasil estas
perdas chegam a representar quase 15%
da demanda total de eletricidade, segundo
dados oficiais EPE, e são ocasionadas pelo
transporte da energia elétrica por milhares
de quilômetros através das linhas de trans-
missão e na distribuição. “Podemos reduzir
essas perdas quando geramos a energia de
forma distribuída e próxima do ponto de con-
sumo, o que aumenta a eficiência técnica e
econômica da matriz elétrica nacional, redu-
zindo custos e aumentando a competitivida-
de das empresas brasileiras”, explica.
Compensação de energia elétrica
A resolução normativa nº 482/2012 da ANEEL
estabeleceu também o Sistema de Compen-
sação de Energia Elétrica, que permite a ge-
ração de créditos pela unidade consumidora
com micro ou minigeração. O mecanismo
simplificou a conexão da geração distribuída
à rede de distribuição de energia elétrica e
Fotos:Divulgação
30 mar-abr/16 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES
permitiu que a produção de energia exceden-
te seja repassada à matriz, gerando “crédi-
tos de energia”, válidos por 60 meses. Estes
créditos podem ser posteriormente utilizados
para abater a demanda desta unidade consu-
midora, ou ainda de outras unidades consu-
midoras da mesma pessoa ou empresa.
De acordo com Márcio Takata, sócio-diretor
da Enova Solar e professor do curso de Ener-
gias Renováveis do Green Building Council
Brasil, o sistema de compensação de energia
é um avanço muito importante da normativa.
“A geração de energia solar fotovoltaica em
condomínios verticais é um grande desafio,
pois geralmente na há área suficiente que
permita geração de energia para todos os
condôminos, geralmente a quantidade de
energia gerada acaba atendendo somente
as áreas comuns dos edifícios. Mas com a
revisão da norma, abriram-se possibilidades
para o setor, pois é possível instalar o siste-
ma fotovoltaico em um local de maior área,
maximizando a geração desta energia, além
de proporcionar que esta energia seja utiliza-
da em outro imóvel, desde que este seja do
mesmo proprietário. Com isso o mercado de
gerado de distribuída tende a cresce muito
nos próximos anos”, destaca.
O cliente pode usufruir deste benefício abaten-
do o seu consumo na proporção de 1 kWh de
energia gerada para 1 kWh de energia consu-
mida. Esse modelo é chamado de medição
líquida e conhecido internacionalmente como
net-metering. Com ele, evitam-se os custos de
armazenamento a energia elétrica gerada, que
é repassada à rede para consumo imediato e
eficiente. Desta forma, o país otimiza a gera-
ção de energia para atender a demanda, pois
o próprio consumidor contribui para a geração
de parte da energia elétrica que o Brasil preci-
sa, além de contribuir para a preservação dos
níveis dos reservatórios das hidrelétricas.
Geração compartilhada
Um novo modelo de geração de energia elé-
trica inovador segundo Rodrigo Sauaia e,
que alavanca o desenvolvimento do setor é
a chamada geração compartilhada, estabe-
lecida pela resolução normativa nº 687/2015.
Ela funciona como um tipo de “compra cole-
tiva” de energia solar fotovoltaica. Este novo
modelo, com potencial de geração de novas
oportunidades de negócios, poderia ser uti-
lizado também junto a certificações susten-
táveis, qualidade construtiva, redução de
impactos ambientais, mesmo em empreen-
dimentos que não possuem espaços fisica-
mente projetados para comportar sistemas
de geração de energia.
Através da geração compartilhada, consu-
midores de todos os tipos podem se reunir
e investir em conjunto em um sistema solar
fotovoltaico único e de porte maior. Com
isso, é possível reduzir custos com o ganho
de escala, tornando a energia solar fotovol-
taica mais barata aos consumidores. “A ideia
deste novo modelo é dinamizar e criar novas
oportunidades e modelos de negócios para
a participação da população brasileira na
geração distribuída a partir de fontes renová-
veis. A nossa expectativa é de que a energia
solar fotovoltaica seja uma das principais
fontes deste modelo, pelo interesse que a
população tem. As análises de opinião públi-
ca apontam que mais de 80% da população
brasileira apoia e se interessa por energia so-
lar fotovoltaica, o que favorece a integração
desta fonte na nossa sociedade”, destaca o
presidente executivo da ABSOLAR.
Financiamentos e redução de im-
postos para a cadeia produtiva
Atualmente existe uma série de linhas de finan-
ciamento destinados à instalação de sistemas
solares fotovoltaicos em edificações. Alguns
exemplos, incluem o BNB (Banco do Nordeste),
que possui a linha de financiamento FNE Ver-
de; o BNDES, que disponibiliza financiamentos
para empresas com interesse em investir em
projetos de sustentabilidade e podem ser uti-
lizados tanto para eficiência energética quanto
para geração de energia renovável, bem como
oportunidades específicas de financiamento via
agências e bancos estaduais, a exemplo dos
Estados de São Paulo, Goiás e Pernambuco.
Outros financiamentos voltados para o seg-
mento são as linhas PROGER e PROGER Tu-
Solarfotovoltaica
Biogás	
Biomassa
Eólica
Hidráulica
Solar/Eólica
TOTAL
Potência Total Instalada (kW)
18.000
16.000
14.000
12.000
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
0
13.383 951 1.000 121 829 281 16.565
ENERGIA LIMPA
Solarfotovoltaica
Biogás	
Biomassa
Eólica
Hidráulica
Solar/Eólica
TOTAL
Número de conexões por fonte
1.800
1.600
1.400
1.200
1.000
800
600
400
200
0
1.675 6 1 33 2 14 1.731
Fonte ANEEL
Fonte ANEEL
Fotos:Divulgação
revistagbcbrasil.com.br 31mar-abr/16
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Imagensilustrativas
32 mar-abr/16 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES
ENERGIA LIMPArismo, a primeira com foco em pequenas e
médias empresa, e a segunda voltada para o
segmento de construções hoteleiras, ambos
os programas são oferecidos pelo Banco do
Brasil. Nas linhas Producard e Construcard
da Caixa Econômica Federal, foi também in-
corporada a energia solar fotovoltaica, a partir
de 2014. A Caixa Econômica Federal também
possui linha CAIXA BCD – Pessoa Jurídica –
Eco Eficiência, que possui foco nas peque-
nas e médias empresas.
Segundo Sauaia, ainda existem as linhas de
financiamento através do BNDES (Banco Na-
cional de Desenvolvimento Social), que foca
em equipamentos nacionalizados, bem como
linhas através de bancos de fomento e fundos
estaduais, além das várias oportunidades em
bancos privados. “Já existem várias oportuni-
dades disponíveis, incluindo bancos privados,
que também investem em soluções no setor
fotovoltaico” explica Rodrigo Sauaia.
Apesar de diversas linhas de financiamento
disponíveis para o segmento, Sauaia salienta
que muitas opções ainda não estão alinhadas
com as características de um projeto de lon-
go prazo, como um sistema solar fotovoltaico.
Para tanto, é necessário levar em considera-
ção o baixo risco que um sistema como este
traz ao longo dos anos. “Recomendamos aos
entes financeiros que o produto financeiro em
projetos deste tipo tenham entre oito e 12 anos
de prazo de amortização, o que já é aplicado
pelos bancos públicos. Além disso, deve-se
levar em consideração que o sistema fotovol-
taico é um equipamento de baixo risco, que
opera robustamente por 25 anos e as taxas de
financiamento precisam refletir esta caracterís-
tica. Isso ainda não está aparecendo, pois os
juros são muito elevados”, destaca.
Questões tributárias também são barreiras
para o crescimento do setor solar fotovoltai-
co, devido aos impostos ainda elevados para
este setor no Brasil, muito superior à carga
tributária sobre equipamentos de outras fon-
tes renováveis. De acordo com Sauaia, “a
tributação faz toda a diferença. É uma forma
de reduzir o preço médio da energia solar e
aumentar sua competitividade de inserção na
matriz elétrica brasileira. Buscamos igualda-
de, sem prejuízo às demais fontes”, diz.
Nesse tem também avanços importantes,
com a isenção de tributos federais, como PIS
e COFINS, que não incidem mais sobre a mi-
cro e minigeração de energia. Com o aumen-
to da tarifa de energia elétrica no país, combi-
nado com a redução no custo da tecnologia,
que teve uma queda de cerca de 70% e 80%
nos últimos 10 anos no mundo, a energia
solar fotovoltaica se tornou economicamen-
te atrativa para os diferentes segmentos no
país. “O benefício não fica só na geração de
energia, mas também para as empresas que
investem na obtenção de um selo, como o
LEED do Green Building Council, pela sinali-
zação junto à sua marca do reconhecimento
e engajamento com temas ambientais e de
sustentabilidade, além do impacto visual po-
sitivo trazido por um sistema solar fotovoltai-
co, além, é claro, da economia com a energia
elétrica”, argumenta Sauaia.
Desenvolvimento social e capaci-
tação profissional
A expectativa do setor é que com o desenvolvi-
mento da energia solar fotovoltaica, o Brasil gere
uma média de entre 25 a 30 empregos por MW
instalado por ano. A previsão é que sejam ins-
talados 3.300 MW de energia solar fotovoltaica
até 2018, em uma média de pelo menos 1.000
MW por ano, o que corresponderia a cerca de
30 mil novos empregos gerados pelo setor. Ou-
tra área importante é a formação profissional.
Segundo Sauaia, o Brasil já tem profissionais
com níveis técnico e superior voltados para a
área de engenharia elétrica, mas muitos ainda
não conhecem as especificidades da energia
solar fotovoltaica. Por isso, é preciso trabalhar
essas especificidades através de cursos de for-
mação, aprofundamentos e parcerias acadêmi-
cas. “A capacitação é um tema importante para
o avanço do setor, mas é um tipo de trabalho
que uma associação não faz sozinha, mas com
parceiros, com universidades, escolas técnicas,
SENAI, centros de formação, agências e entida-
des do governo, entre outras”, conclui.
Perspectivas que vão além dos
compromissos
Um dos grandes acontecimentos em prol da
sustentabilidade do planeta ocorreu em Pa-
ris, no final de 2015, com a COP21. As me-
tas estabelecidas pelo Brasil em relação ao
setor elétrico, são que o Brasil deverá gerar
pelo menos 23% de sua demanda elétrica
até 2030 a partir de fontes renováveis não-
-hídricas, como, biomassa, eólica e solar. A
energia solar fotovoltaica é um eixo importan-
te desta meta, com a perspectiva de repre-
sentar mais de 7% da matriz elétrica nacional.
Apesar destes objetivos oficiais, Sauaia res-
salta que as expectativas do setor vão além
dos compromissos firmados. “Acreditamos
que o Brasil reúne as condições necessá-
rias para não apenas atingir, como também
superar estas metas, em especial devido ao
enorme potencial de fontes renováveis que
o país possui. Por isso, entendemos que o
Brasil pode inclusive ousar mais, realizando
um trabalho de aceleração do uso de suas
renováveis não-hídricas, ajudando inclusive a
substituir parte da demanda de termelétricas
muito poluentes e com custos elevados”, afir-
ma. Segundo ele, a sinalização do Ministério
de Minas e Energia é de buscar substituir em
torno 15 mil MW das termelétricas mais anti-
gas e caras, localizadas nas regiões nordeste
e norte do Brasil, por energias renováveis nos
próximos anos.
Para o presidente executivo da ABSOLAR, a
COP21 foi um primeiro passo de um trabalho
mais amplo e abrangente que deverá ser de-
senvolvido ao longo das próximas décadas.
Sobretudo, foi uma sinalização muito impor-
tante por parte dos mais de 190 países que
estiveram reunidos aprovando, em comum
acordo, essa meta internacional de transição
para uma economia de baixo carbono e para
a mitigação dos efeitos mais adversos das
mudanças climáticas. “Neste âmbito, expec-
tativa do setor solar fotovoltaico é de contri-
buir com os governos ao redor do mundo na
transformação da matriz energética global. A
energia solar fotovoltaica é parte estratégica
desta solução, contribuindo para atingirmos
as nossas metas de redução de emissões
de gases efeito estufa, trazendo geração de
renda, empregos de qualidade, uso de tecno-
logias cada vez mais eficientes, bem como,
geração de valor econômico com sustentabi-
lidade e consciência ambiental”, finaliza.
revistagbcbrasil.com.br 33mar-abr/16
DOSSIÊ SOLUÇÕES
34 mar-abr/16 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES
D
ando exemplo não somente através da teoria, a
Enova Solar dissemina na prática o conceito e
a importância do desenvolvimento de projetos
solares fotovoltaicos para geração de energia
limpa. A empresa especializada em soluções,
serviços e capacitação na área de energia solar
tem como premissa enraizada em seus valores
ações como o compartilhamento de informações do setor através da
capacitação profissional.
Comprovando que o exemplo é um dos melhores meios de inserção
do aprendizado na sociedade, a empresa tem instalado em sua sede
o próprio sistema fotovoltaico que gera maior parte da energia consu-
mida, e tem expectativa de começar a injetar o excedente de energia
gerada na rede em um curto prazo. “Esse esquema de utilização de
energia solar é muito interessante, que é o conceito de geração dis-
tribuída, na qual você pode gerar energia no seu próprio local, casa,
empresa, injetar essa energia quando ocorre um excedente, além de
utilizar este crédito”, afirma Márcio Takata, diretor da Enova Solar.
Com o foco em consultoria e capacitação profissional, a Enova
Solar, busca fornecer a seus parceiros as ferramentas necessárias
para o desenvolvimento de projetos solares através de treinamen-
tos, workshop, cursos de capacitação alinhando conceitos teóricos
e práticos. Além disso, a empresa oferece consultoria para o desen-
volvimento de sistemas fotovoltaicos no segmento de geração distri-
buída e projetos de porte, como as usinas voltadas para o segmento
de geração centralizada.
Esta consultoria abrange estudos de viabilidade, levantamento de po-
tencial de geração solar, estudos de conexão de rede, elaboração de
projetos e comissionamento. De acordo com Márcio Takata, existe
uma escassez de conhecimento muito grande no setor e precisa ser
abastecida, por este motivo a empresa fornece o Know How necessá-
rio para o desenvolvimento do setor solar fotovoltaico.
Márcio ressalta a importância da disseminação de conteúdo com
transparência, apresentando ao mercado as novas tecnologias,
operações dos projetos, informações sobre a evolução e cenário no
setor através de cursos e treinamentos, ou seja, transmitir o conhe-
cimento que as empresas e clientes precisam para desenvolverem
seus próprios projetos. Só em 2015 a Enova Solar capacitou cerca
de 580 profissionais, entre engenheiros, arquitetos e até mesmo em-
preendedores. Segundo ele, em 2016 as expectativas vão além, com
pelo menos 750 profissionais capacitados presencialmente. “Ajuda-
mos as empresas entenderem quais são os caminhos. Este é o nos-
so papel aqui, o compartilhamento de conhecimento. É um tema que
tratamos com muito carinho”, enfatiza.
Outra novidade e um avanço em relação à acessibilidade à capacita-
ção profissional é a ferramenta de ensino a distancia oferecida pela
empresa, com previsão para lançamento nos próximos dois meses,
que contribuirá para alcançar o mercado em maior escala de profis-
sionais. “Entendemos que este compartilhamento de conhecimento
e experiências é algo muito significativo para o aquecimento do setor
fotovoltaico, é o início de um relacionamento com os clientes e em-
presas iniciantes neste mercado”, esclarece Takata.
Para o diretor da Enova Solar, entidades e associações de fomento
são fundamentais para disseminar este conhecimento e potencializar
os procedimentos adequados nos projetos de geração de energia re-
novável. Em especial, o GBC Brasil tem como base a educação e capa-
citação profissional, pilar fundamental na trajetória da entidade no país.
Além do setor solar fotovoltaico, a Enova Solar vem trabalhando mui-
to com a parte de capacitação profissional de uma nova tecnologia
chamada CSP (Concentraited Solar Power), que gera energia solar
ENOVA SOLAR: Compartilhando
conhecimento e experiências
Com um Know How impressionante no setor fotovoltaico,
a Enova Solar contribui para o crescimento do setor solar
fotovoltaico através de capacitação profissional
ENERGIA LIMPA
revistagbcbrasil.com.br 35mar-abr/16
DOSSIÊ SOLUÇÕES
através de uma grande concentração de calor direcionada através de
espelhos para um ponto central do sistema. “Formamos a primeira
turma de capacitação no sistema CSP em fevereiro, no Brasil, foram
18 engenheiros que se especializaram nesta tecnologia. Importante
ressaltar que esse Know How também vem do apoio de profissionais
da Alemanha, país que possui vasta experiência em capacitação do
pessoal para este tecnologia”.
Renovável não quer dizer sustentável
A nossa matriz, embora renovável, devido a maior parte de geração de
energia ser proveniente das hidrelétricas, não significa necessariamen-
te que se trata de uma fonte sustentável de energia, segundo diretor
da Enova Solar. Para ele é preciso, de fato, mudar a matriz energética
brasileira e, de uma forma muito rápida diversificar os recursos. “A fon-
te hidrelétrica continuará sendo extremamente importante para o país.
É uma característica que está em nosso DNA. Por outro lado, não se
pode concentrar 70% da geração em uma única fonte, pois é só parar
de chover um pouco que já começamos a ficar preocupado”, alerta.
De acordo com Takata, a sociedade começa a entender a importân-
cia da geração distribuída da energia solar, e que esta diversificação
dos recursos é fundamental para atingir maior grau de sustentabili-
dade e segurança para a matriz energética brasileira. Por isso, várias
medidas que estão sendo tomadas, começou na Resolução Norma-
tiva n° 482/12, que definiu os critérios de conexão a rede, e vem se
desenvolvendo ainda mais com a nova revisão da normativa.
Energia solar no Brasil e no mundo
O Brasil possui um potencial muito favorável para geração de energia
solar. Segundo Márcio Takata, o nível de irradiação em nosso país é
no mínimo 30% melhor do que em outros países. Mas, apesar des-
ses países possuírem pouco recurso solar, já estão muito à frente do
Brasil em relação ao desenvolvimento da geração de energia solar
fotovoltaica. O diretor da Enova Solar explica que o motivo pelo qual
o mercado brasileiro ainda não avançou neste sentido, apesar de
sua capacidade de alta irradiação em praticamente todo o país, é
que o tema ainda e muito jovem.
A Alemanha está neste mercado há mais de 20 anos, e vem trabalhan-
do não somente a questão da energia solar, mas o conceito de gera-
ção distribuída. Outro país que se destaca em relação à energia solar
é a China, que detém um quarto das instalações fotovoltaicas mundial,
contando com as novas instalações. Japão e Estados Unidos também
vêm crescendo fortemente no setor, pois são países que já trazem em
sua cultura a ideia de gerar sua própria energia. “É uma tecnologia
mais sustentável, epermite menores volumes de perdas devido à gera-
ção de energia ocorrer próximo ao local de consumo, isso representa
uma maior independência de outras fontes, sobretudo nesses países,
que a fonte de geração é fóssil, extremamente poluente. Então, são
alguns fatores que fizeram eles começarem antes”, destaca.
Apesar de um mercado ainda pequeno, o Brasil possui um poten-
cial gigantesco, que atrai, mundialmente, o interesse de fabricantes
e empresas do setor. Isso contribui para a geração e parceria de
negócios entre empreendedores e corrobora cada vez mais para o
aquecimento do setor fotovoltaico no país.
Fotos:DivulgaçãoEnovaSolar
Treinamento e capacitação na Enova Solar
36 mar-abr/16 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES
CASE: Templo Budista Kaidozan
Shoboji
Um case
interessan-
te entre os
projetos da
Enova Solar
é o Templo
Budista Kai-
dozan Sho-
boji locali-
zado na Vila
Mariana. O
templo, que
foi inaugura-
do em 2005,
possui um sistema solar fotovoltaico que en-
trou em funcionamento em maio de 2015. O
sistema foi desenvolvido pela empresa He-
lenium Services, empresa responsável pelo
desenvolvimento do projeto inicial, e teve
o apoio da Enova Solar para um processo
de consultoria, que viabilizou a adaptação e
acompanhamento do sistema para a nova le-
gislação bem como o processo de conexão
com a rede elétrica adotando o conceito de
geração distribuída. Outra organização que
teve papel importante na implementação do
projeto foi a empresa Quality Air Climatiza-
ção, que executou grande parte da obra civil
e elétrica, tais como, instalação de estrutura
metálica, módulos, inversores, quadros, fia-
ção e alvenaria.
O sistema solar fotovoltaico do templo bu-
dista conta com 42 módulos fotovoltaicos
instalados em uma área de 70 metros qua-
drados na área térrea do empreendimento.
De acordo com Elena Yakovenco, diretora da
Helenium Services, o sistema possui capaci-
dade de gerar 235 kw/h através de cada mó-
dulo, resultando em uma geração de apro-
ximadamente 10 kw/h de energia ao todo.
“O consumo de energia do edifício reduziu
aproximadamente em 10 vezes, chegando a
economizar até 100% da energia fornecida
pela distribuidora”, afirma Elena Yakovenco.
“Desde o início o sistema foi planejado como
planta conectada à rede elétrica e, conse-
quentemente, a instalação do equipamento
net metering, que calcula o excesso de ener-
gia gerada na rede”, complementa.
Foram investidos entre R$ 120 mil e R$ 130
mil reais para a implantação do sistema fo-
tovoltaico no templo. A expectativa para o re-
torno do investimento, segundo Elena Yako-
venca, é de cerca de 10 anos. Porém, ela
relembra que, o custo dos equipamentos ad-
quiridos há quatro anos eram maiores, visto
estar diante a um mercado jovem bem como
a necessidade da importação de alguns equi-
pamentos que não eram produzidos no Bra-
sil. “O investimento para esta instalação hoje
seria menor, o que resultaria em um prazo
menor de retorno de investimento”, conclui.
•Potenciainstaladade9.87kWp
•42módulosmonocristalinosBosch235kWp
•3inversoresSMASunnyBoy3000HF-30
• Sistema de medição ambiental, monitoramento re-
motodaplanta
•ConexãoaredeemMaiode2015
•Reduçãoemaprox.10vezesoconsumodeenergia
Templo Budista Kaidozan Shoboji,
Rua Luís Góis, 504 - Vila Mariana,
São Paulo
ENERGIA LIMPA
Márcio Takata
Enova Solar
“A FONTE HIDRELÉTRICA
CONTINUARÁ SENDO
EXTREMAMENTE
IMPORTANTE PARA
O PAÍS. É UMA
CARACTERÍSTICA QUE
ESTÁ EM NOSSO DNA.
POR OUTRO LADO, NÃO
SE PODE CONCENTRAR
70% DA GERAÇÃO EM
UMA ÚNICA FONTE,
POIS É SÓ PARAR DE
CHOVER UM POUCO
QUE JÁ COMEÇAMOS A
FICAR PREOCUPADO”
©DivulgaçãoEnovaSolar
Elena Yakovenca
©HeleniumServices
©DivulgaçãoHeleniumServices
DOSSIÊ SOLUÇÕES
36 mar-abr/16 rev/gbc/br
revistagbcbrasil.com.br 37mar-abr/16
DOSSIÊ SOLUÇÕES
A
capacitação profissional qualificada vem se tornando
requisito cada vez mais forte quando se fala em sus-
tentabilidade. O diferencial do profissional que possui
qualificações específicas para construção de edifícios
verdes é cada vez mais valorizado pelas empresas in-
vestidoras no setor da construção civil. Profissionais
do setor estão atentos a esta demanda e procuram se especializar
assumindo o compromisso de projetar e construir cada vez melhor e
com maior eficiência.
Um dos temas que vem se evidenciando no setor da construção civil
brasileira é a utilização de geração de energia através de fontes re-
nováveis, que deixou de ser uma solução para o futuro, tornando-se
uma das principais alternativas para a questão energética nas cons-
truções. A mais comum encontrada nas construções de edifícios é
a geração de energia solar - normalmente gerada através de placas
fotovoltaicas. Outras fontes de energia são: energia eólica – que utili-
za o regime de ventos -, além da geração de energia através de siste-
mas dos próprios edifícios – tais como cogeração que produz energia
através de gás natural -, regenerativa – que utiliza o calor gerado nos
sistema de elevadores-, entre outras.
O GBC Brasil vem fazendo um trabalho forte, dentro do quesito capa-
citação, nos últimos anos. Entre os diversos cursos que a organiza-
ção oferece existe o de Energias Renováveis em Edifícios Sustentá-
veis. O curso é destinado aos profissionais das áreas de engenharia,
arquitetura, incorporadores, empreiteiros, representantes de entida-
des de classe, bem como profissionais da área de meio ambiente.
O conteúdo do curso contempla os seguintes temas: Panorama da
Energia no Brasil; Sustentabilidade e Energias Renováveis; Energias
Renováveis no processo de certificação de Prédios Sustentáveis;
Tecnologias; Energia Solar Térmica; Energia Solar Fotovoltáica; Ener-
gia Eólica; PCHs; Geotérmica; Solar Cooling; Cálculo de Demanda e
Dimensionamento; Estudos de Casos; Debates finais.
A metodologia de ensino é feita através exposição dialogada áudio/
visual, aulas práticas, além de fornecerem o material para o curso.
Fontes de energias
renováveis em alta
GBC Brasil oferece capacitação para utilização de
energias renováveis em edifícios sustentáveis
Para mais informações sobre o curso acesse:
gbcbrasil.org.br/cursos.php.
38 mar-abr/16 rev/gbc/br
inovação
ENERGIA ZERO:
O FUTURO DA
CONSTRUÇÃO CIVIL
inovação
38 mar-abr/16 rev/gbc/br
revistagbcbrasil.com.br 39mar-abr/16
inovação
A
autossuficiência energética tem ganhado destaque nos
debates sobre sustentabilidade devido ao aumento do
preço da conta de energia, atenção com o aquecimento
global e os atuais problemas climáticos. Uma proposta
bastante atrativa sobre este tema são os edifícios de
energia zero, mais conhecidos como ZEBs (zero ener-
gybuildings), aqueles que produzem, ao longo do ano,
uma quantidade de energia maior ao que consomem.
Além disso, diminuem os gastos com energia e ao usar recursos alterna-
tivos, também diminuem as emissões de gases do efeito estufa.
Eles vêm sendo introduzidos no planejamento energético de diversos
países do mundo, como Alemanha, Noruega e Estados Unidos. A Cali-
fórnia, por exemplo, determinou recentemente, que os edifícios residen-
ciais tenham energia zero até 2020 e os comerciais até 2030.
Principaisfontesalternativasdeenergia:
Energia solar – por meio de painel fotovoltaico, que podem ser instalados nos te-
lhados; ou aquecimento de água, através de coletores solares que aquecem a água.
SegundooBoletimdeTendência,doSebraeInteligênciaSetorial,umadastendências
energéticasatuaisnoBrasiléautilizaçãodeplacassolaresemfachadasejanelas,que
captamenergiasolarepossibilitamamicroeminigeraçãodeenergia.
Energia eólica - é gerada pela força dos ventos e possui custo competitivo quando
comparadoaodastermoelétricas,nuclearesehidrelétricas.UmlevantamentodaAs-
sociaçãoBrasileiradeEnergiaEólica,feitoem2014,consideraoRioGrandedoNorteé
oEstadoquemaisproduzenergiaeólicanopaís.
Em 2013, uma Norma Resolutiva (482/2012) da Aneel - Agencia Nacional de Energia
Elétricaestabeleceuregrasparaamicroeaminiproduçãodeenergia,deaté100kW
eentre100kWe1.000kW,respectivamente,permitindoaosconsumidoresageração
desuaprópriaenergia.
AindasegundoaAneel,atéjunhode2015,jáhavia725sistemasdeenergiarenovável
implantadosnoBrasil,sendo681fotovoltaicos,4biogás,1biomassa,11solar/eólica,
1hidráulicoe27eólicos.
©LeonardoFinotti
Por Bruna Dalto
40 mar-abr/16 rev/gbc/br
inovação
No Brasil este conceito já vem sendo discutido e implantado, conforme
veremos a seguir.
Mineirão
O estádio Governador Magalhães Pinto, o famoso Mineirão, recebeu a
Usina Solar Fotovoltaica (USF) em maio de 2013, com potência insta-
lada de 1,42 MWp e cerca de 6.000 módulos fotovoltaicos. A Usina foi
construída pela Cemig - Companhia Energética de Minas Gerais, em
parceria com a Minas Arena (empresa responsável pela administração
do estádio) e o banco alemão KfW e toda a sua energia gerada é man-
dada à rede de distribuição da Cemig, porém 10% dessa energia deve
retornar para ser utilizada dentro do Estádio.
A área utilizada para a instalação dos painéis fotovoltaicos é de cerca
de 9.500 m² na cobertura do estádio. E em apenas dois meses de fun-
cionamento, a USF gerou mais de 300 MWh, o suficiente para abaste-
cer, em média, 1200 residências durante esse período; o que tornou a
unidade a maior usina em cobertura do país e uma das maiores insta-
ladas em arenas esportivas do mundo.
Também foi adotada na estratégia de eficiência energética sistemas
eficientes de ar condicionado (Central de água gelada e VRF), além
das baixas densidades de potência e iluminação, o que permite uma
redução de 45,83% no custo de energia em relação ao baseline. O
gás utilizado nos sistemas de condicionamento de ar foi selecionado
cuidadosamente para minimizar o impacto na camada de ozônio e no
aquecimento global.
O projeto também contém medidores de energia capazes de monitorar
o seu consumo de acordo com o uso final dos sistemas prediais. Esses
medidores estão conectados numa central de automação para que a
equipe de operação possa monitorar o consumo de energia em tempo
real e tomar ações corretivas no sistema. A obra conquistou a pontua-
ção máxima da certificação LEED NC, nível Platinum.
ECB Bayer
Considerado o primeiro edifício a gerar 100% da sua demanda de ener-
gia, o EcoCommercialBuilding da Bayer possui um sistema energético
controlado por uma célula que mede em tempo real a geração e a utili-
zação dessa energia, devolvendo o excedente para a rede na utilização
em outros edifícios.
©RodrigoLima
inovação
revistagbcbrasil.com.br 41mar-abr/16
inovação
Em sua construção, foram escolhidos materiais de alta performance. As
coberturas e as fachadas são feitas com chapas de policarbonato. O ma-
terial permite que a luz natural seja aproveitada, retendo até 50% do calor.
Painéis com núcleo de poliuretano (PU) garantem o isolamento térmico
do edifício, reduzindo até 90% o calor transmitido por coberturas e pa-
redes. Além disso, a tecnologia diminui significativamente a espessura
de isolamento e possibilita grande velocidade de execução.
Também possui isolamento térmico em spray de secagem rápida, no
qual o material é aplicado em coberturas e fachadas existentes para
garantir maior conforto térmico e menor consumo de energia, sem in-
terromper a operação do edifício. Os sistemas de automação e con-
trole funcionam em tempo real, a fim de garantir menor consumo de
energia, melhor aproveitamento de luz e ventilação natural. Além de
tecnologia para utilização de energia solar.
Segundo João Vieira, Gerente Sênior de Construção e Sustentabilida-
de da Cushman&Wakefield, Consultoria responsável pelo processo de
certificação LEED, as técnicas construtivas utilizadas foram de estrutu-
ra modular. “Ou seja, o edifício pode sofrer manutenção e reforma sem
grandes esforços, além de contar com materiais leves e baratos, se
comparados ao custo de demolições e nova construção de estrutura”.
CatuçabaEcovila
Devido à sua localização, numa altitude 1.500m, em uma pequena al-
deia a 150 km de São Paulo, a casa não está conectada à rede elétrica,
o que torna necessário ter a produção e armazenamento de energia
no local. O Studio MK27, então, desenvolveu-a 100% autossuficiente
emgeração de energia, água e tratamento de esgoto, ou seja, total-
mentesustentável.
A análise climática foi o ponto inicial para alcançar tal objetivo, devi-
do ainfluência no comportamento térmico das habitaçõese o poten-
cial energético que representa. A forte relação com a natureza local, os
ventos, as chuvas e o sol, abundante na maior parte do ano, é o que
permite a autonomia na geração de energia.
“O ECB É O EXEMPLO DE COMO
UM EDIFÍCIO URBANO PODE TER
SUSTENTABILIDADE SEM ABRIR MÃO DA
SOFISTICAÇÃO E DO GERENCIAMENTO
DOS RECURSOS”
João Vieira,
Gerente Sênior de Construção e Sustentabilidade da
Cushman&Wakefield
Fotos:©LeonardoFinotti
42 mar-abr/16 rev/gbc/br
inovação
Segundo o estudo "Integração de Sistemas de Energia Renovável
com Arquitetura Contemporânea em uma Residência Zero Energia
no Sudeste Brasileiro"*, o sistema de produção e armazenamento de
eletricidade proposto é constituído por um painel fotovoltaico, um ge-
rador de energia eólica e um banco de baterias. Já o sistema de água
quente sanitária conta com painéis solares, um tanque de armazena-
mento de água quente e um aquecedor de água de condensação a gás.
O sistema solar térmico foi dimensionado de acordo com a regulação
térmica brasileira de edifícios (Inmetro, 2012) e os dados de radiação
foram obtidos a partir do banco de dados de radiação solar brasileira
(CRESESB, 2014).
*Produzido por Ana Filipa Silva1
, Maria M. Lerer2
, Lair Reis3
e Guilherme Carrilho da Graça1
1
Instituto Dom Luiz, Universidade de Lisboa, Portugal
2
NaturalWorks, Portugal
3
Studio MK27, São Paulo, Brasil
Esquemadeproduçãodearmazenamentodeenergia
Fotos:©StudioMK27
revistagbcbrasil.com.br 43mar-abr/16
inovação
Melhores estratégias de otimização energética, segundo o Masterplan
energético assinado pelo engenheiro Guilherme Carrilho da Graça, da Na-
turalWorks:
Inverno:promoveroaproveitamentodaradiaçãosolardeformaareduzir
asnecessidadesdeaquecimentoeiluminaçãoartificial;isolartermicamente
aenvolventetérmicaparalimitarasperdasdecalor;promoveraestabilida-
dedatemperaturainterioratravésdainérciatérmica.
Verão:sombrearadequadamenteosvãosduranteoperíododeincidência
solar;combinaraventilaçãonaturalcomainérciatérmicaparatirarpartido
da capacidade de arrefecimento noturno; assegurar umforte isolamento
térmico da cobertura, que é a superfície opaca em que a incidência solar é
maispenalizadora.
Temos como Missão, criarmos um habitat mais integrado com o ser humano, através da prestação
de serviços diferenciados nos mercados da construção e desenvolvimento imobiliário.
Quem Somos:
Arquitetura e Urbanismo desenvolve um trabalho criterioso voltado a busca contínua da qualida-
de, atendendo prazos e custos propostos. A Natureza destas atividades vai desde a Pesquisa e Aná-
lise de Restrições, Programação, Pré-Dimensionamento e Planejamento Físico, ao Projeto Arquite-
tônico Completo, o Projeto de Reforma, o Projeto de Arquitetura de Interiores, Planos Urbanísticos
e de Paisagismo, a Coordenação de Projetos Complementares, Fiscalização e Acompanhamento da
Obra e Desenhos de Apresentação.
Asau – Arquitetura e Urbanismo
Projetos que atendem suas necessidades: Comercial, Residencial e Industrial.
Projetos
• Arquitetura Sustentável
• Arquitetura Residencial, Comercial, industrial
• Design de Interiores e Decoração
• Paisagismo e urbanismo
• Loteamentos
Consultoria
• Gerenciamento de Projetos e Obras
• Paisagismo, Design e Decoração de interiores
• Perícia Judicial (Engenharia e Ambiental)
• Licenciamento Ambiental
• Estudo de viabilidade econômica para empreendimentos imobiliários
• Projetos de engenharia (topografia, instalações em geral etc.)
• Consultas técnicas para Arquitetura e Engenharia
Contatos
Rua Doutor José Roberto Freire, 206
Centro - Itaguaí, 23815-203
Tel: 55 (21) 2688-3229
Email: atendimento@asau.com.br
www.asau.com.br
www.facebook.com/asauarquitetura
44 mar-abr/16 rev/gbc/br
desempenho
P
ensando em sustentabilidade
no planejamento de um Centro
de Distribuição, a princípio a
primeira grande diferença entre
as construções sustentáveis e
convencionais é a dimensão e
extensão da área que se deve ser analisada,
projetada e, consequentemente executado.
No caso do investimento em soluções sus-
tentáveis, especificamente nas áreas de cli-
matização, tais como, instalação de sistemas
de ar condicionado, ventilação mecânica, en-
CLIMATIZAÇÃO
EM CENTROS DE
DISTRIBUIÇÃO
tre outros, se tornou um desafio ainda maior
dependendo da complexidade do projeto.
De acordo com o diretor da Newset, Eduar-
do Rodovalho “Nos centros de distribuição
como em qualquer projeto, os cuidados com
a operação adequada e eficiente, levando
o conforto aos usuários traduzindo em um
aumento de produtividade dos funcionários,
alinhado a um projeto explorando ao máximo
os recursos e as soluções naturais, agrega
ao projeto um grande diferencial e destaque
junto a concorrência.”
NEWSET: Investimentos em ações sustentáveis tomadas na concepção
e instalação de sistemas de ar condicionado e ventilação mecânica em
centros de distribuição
Prologis CCP Dutra
Revista GBC Brasil | 8ª Edição | 2016
Revista GBC Brasil | 8ª Edição | 2016
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PLATAFORMA COLABORATIVA: IPÊ - AGÊNCIA PINGOD'AGUA
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SEHLIPA Praia Grande 2013
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Revista GBC Brasil | 8ª Edição | 2016

  • 1. GBCBRASIL C O N S T R U I N D O U M F U T U R O S U S T E N T Á V E L ANO 3 / Nº8 / 2016 REVISTA VIBEDITORA Políticas públicas trazem ganho de escala às solu- ções em energia solar CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO APRESENTAM SOLUÇÕES DE CLIMATIZAÇÃO DIFERENCIADA 1º Registro na Certificação WELL no Brasil: Escritório Setri, em São Paulo G R E E N B U I L D I N G C O U N C I L DOSSIÊ ESPECIAL ENERGIAS RENOVÁVEIS APRESENTAM EXPANSÃO 1º LEED CS PLATINUM NA VERSÃO 3.0 EDIFÍCIO JACARANDÁ
  • 2. 2016 O PODER DA TRANSFORMAÇÃO EM SUAS MÃOS Você é nosso convidado especial para marcar presença na Greenbuilding Brasil. Faça a sua parte e construa um futuro sustentável! Acesse o nosso site para mais informações: www.informagroup.com.br/greenbuilding SÃO PAULO - SP SP EXPO EXHIBITION & CONVENTION CENTER 09 a 11 AGOSTO 2016 Participe da feira Greenbuilding e saiba como utilizar práticas sustentáveis de forma estratégica. Você é uma peça chave para fazer a diferença! Como fazer a diferença? Faça parte deste movimento e venha fazer networking com os maiores especialistas do mercado mundial. Você conectado com o que há de mais inovador e moderno no mundo da construção sustentável! Novidade desta edição: Espaço Referencial Casa para você visitar e conhecer estratégias e soluções de construção sustentável. A Greenbuilding Brasil Conferência Internacional & Expo pede o seu apoio para ampliar ainda mais este conceito no Brasil! Participe Conosco! PATROCÍNIO OUROPATROCÍNIO PLATINAPATROCÍNIO DIAMANTE PATROCÍNIO PRATA REALIZAÇÃO ORGANIZAÇÃOPARCERIA ESTRATÉGICA EVENTO SIMULTÂNEO www.informagroup.com.br/greenbuilding/credenciamento Faça agora o seu credenciamento on line gratuito! Todos Conectados por um Futuro Mais Sustentável! DA PRINCIPAL FEIRA DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL DO BRASIL! ESTÁ ABERTO O CREDENCIAMENTO Garanta a oportunidade de expor sua marca para o melhor evento de sustentabilidade da América Latina! Nathalia Siqueira Email: nathalia.siqueira@informa.com Telefone: (+11) 3017-6892 Celular: (+11) 99177-8554
  • 3. revistagbcbrasil.com.br 3mar-abr/16 Editorial ©BiancaWendhausen Diante dos últimos acontecimentos relacionados à sustentabilidade a energia limpa e renovável vem ga- nhando um espaço cada vez mais expressivo. Assim como a preocupação mundial em relação às condi- ções climáticas do planeta, as iniciativas desenvolvi- das pelas empresas, organizações sustentáveis e go- verno vêm demarcando uma trajetória cada vez mais consolidada no Brasil. Levando em consideração essa demanda, esta edi- ção da Revista GBC Brasil apresenta um conteúdo pertinente e alinhado ao mercado, com informações sobre o cenário das novas energias renováveis, ten- dências, bem como seu patamar em relação ao cená- rio internacional. Para isso trouxemos especialistas e líderes governa- mentais que irão abordar questões sobre o tema de energia limpa, em especial a energia solar fotovoltai- ca, dado o grande potencial que o Brasil possui para um crescimento em grande escala. Além disso, serão apresentadas no DOSSIÊ Solu- ções, novas tecnologias e soluções inovadoras que o mercado brasileiro já possui, bem como as tendên- cias evolutivas do setor. Para o DOSSIÊ TIPOLOGIAS, traremos cases importantes que se destacaram no se- tor de Centro de Distribuição, bem como os desafios enfrentados e oportunidades geradas. Informações importantes sobre o mercado da cons- trução sustentável bem como os avanços e tendên- cias do setor, no Brasil e no Mundo, é na Revista GBC Brasil que você encontra. Boa leitura! Brasil: Um país de grande potencial sustentável LUIZ SAMPAIO DIRETOR EXECUTIVO VIB Editora CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO MEMBROS DO CONSELHO Manoel Gameiro - Trane - Presidente José Moulin Netto - Vice presidente José Cattel - Alcoa Celina Antunes - Cushman & Wakefield Mark Pitt - Sherwin Williams Hugo Rosa - Método Carmen Birindelli - WTorre Convidada: Thassanee Wanick - Fundadora do GBC e Cônsul Geral da Tailândia no Brasil CONSELHO FISCAL Renato Alahmar - 3M Guido Petinelli DIRETOR GERENTE Felipe Faria DIRETOR EXECUTIVO Luiz Sampaio lfsampaio@vibcom.com.br REDAÇÃO Bruna Dalto - MTb 72943 Patrícia Braga redacao@vibcom.com.br COMERCIAL comercial@vibcom.com.br FINANCEIRO adm@vibcom.com.br DESIGN GRÁFICO E EDITORIAL VIB EDITORA REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO VIDA IMOBILIÁRIA BRASIL - VIB EDITORA Rua Roque Petrella, 46 - sala 501 Brooklin - São Paulo - SP CEP 04581-050 Tel/Fax: 11 5078 6109 www.vidaimobiliaria.com.br RESPONSÁVEL DO GBC Maíra Macedo ASSINATURAS E CONTATOS COM A REVISTA: Tel: 11 5078 6109 email: revistagbc@gbcbrasil.org.br Capa: Edifício Jacarandá Foto: Cacá Bratke VIBEDITORA
  • 4. 4 mar-abr/16 rev/gbc/br índice GBCBRASIL C O N S T R U I N D O U M F U T U R O S U S T E N T Á V E L ANO 3 / Nº8 / 2016 REVISTA G R E E N B U I L D I N G C O U N C I L 2016 O PODER DA TRANSFORMAÇÃO EM SUAS MÃOS Você é nosso convidado especial para marcar presença na Greenbuilding Brasil. Faça a sua parte e construa um futuro sustentável! Acesse o nosso site para mais informações: www.informagroup.com.br/greenbuilding SÃO PAULO - SP SP EXPO EXHIBITION & CONVENTION CENTER 09 a 11 AGOSTO 2016 Participe da feira Greenbuilding e saiba como utilizar práticas sustentáveis de forma estratégica. Você é uma peça chave para fazer a diferença! Como fazer a diferença? Faça parte deste movimento e venha fazer networking com os maiores especialistas do mercado mundial. Você conectado com o que há de mais inovador e moderno no mundo da construção sustentável! Novidade desta edição: Espaço Referencial Casa para você visitar e conhecer estratégias e soluções de construção sustentável. A Greenbuilding Brasil Conferência Internacional & Expo pede o seu apoio para ampliar ainda mais este conceito no Brasil! Participe Conosco! PATROCÍNIO OUROPATROCÍNIO PLATINAPATROCÍNIO DIAMANTE PATROCÍNIO PRATA REALIZAÇÃO ORGANIZAÇÃOPARCERIA ESTRATÉGICA EVENTO SIMULTÂNEO www.informagroup.com.br/greenbuilding/credenciamento Faça agora o seu credenciamento on line gratuito! Todos Conectados por um Futuro Mais Sustentável! DA PRINCIPAL FEIRA DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL DO BRASIL! ESTÁ ABERTO O CREDENCIAMENTO Garanta a oportunidade de expor sua marca para o melhor evento de sustentabilidade da América Latina! Nathalia Siqueira Email: nathalia.siqueira@informa.com Telefone: (+11) 3017-6892 Celular: (+11) 99177-8554 EDITORIAL...............................................................> 3 COLUNA GBC..........................................................> 6 ESTUDO WGBC TRENDS 2016.......................> 8 PROJETO DESTAQUE...........................> 16 LEED ACP..............................................................> 22 ESPECIAL ENERGIA LIMPA PANORAMA NO BRASIL............................................> 24 ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA.....................> 28 ENOVA SOLAR.....................................................> 34 ENERGIA ZERO....................................................> 38 SOLUÇÕES DE CLIMATIZAÇÃO EM CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO.....................................> 44 PROGRAMA EDUCACIONAL...............................> 48 CERTIFICAÇÃO WELL NO BRASIL.............................> 50 POLÍTICAS PÚBLICAS EM ENERGIA SOLAR.......> 54 CPLUX: IDEIAS PARA SAIR DA CRISE..................> 60 AGENDA GBC ABR/MAI/JUN 2016.....................> 66
  • 5.
  • 6. 6 mar-abr/16 rev/gbc/br coluna gbc O mercado da construção sustentável con- traria toda e qualquer estimativa eventual- mente negativa em face as consequências da crise política e econômica que enfren- tamos. Uma das métricas que utilizamos para quantificar o atendimento de metas para objetivos descritos em nosso planejamento estratégico é o número de novos registros de projetos LEED por mês. No primeiro trimestre de 2016 tivemos 34 novos registros contra 24, 21 e 33, res- pectivamente referentes aos anos de 2015, 2014 e 2013. O começo de 2016 desponta como o segundo melhor ano da certificação LEED no Brasil, perdendo apenas para os 64 novos projetos registrados alcançados no primeiro trimestre de 2012. Adicionalmente, registramos 8 novos projetos no Refe- rencial GBC Brasil Casa, dentre eles loteamentos e condomí- nios residenciais verticais que participarão do programa piloto. Em termos de educação foram 7 treinamentos capaci- tando 130 profissionais, sendo 5 na cidade de São Paulo e 2 no Rio de Janeiro. No mês de abril já estão confirmadas turmas em Goiânia e Recife. Os canais de comunicação do GBC Brasil com o mer- cado, diretório de membros, revista GBC Brasil, blog, mí- dias sociais e eventos crescem continuamente, contribuin- do aos membros engajados, colherem ótimos proveitos no que tange a ideia de “member value”. Mais de 3000 pro- fissionais visitam o nosso blog e o website do GBC Brasil possui cerca de 70000 visualizações, sendo que o tempo de permanência de visitantes únicos é de 5 minutos. O Greenbuilding Brasil Conferência Internacional e Expo de 2016 já possui o dobro de patrocinadores confir- mados comparado ao ano de 2015, e o novo modelo de gestão em parceria com o Grupo Informa e High Design garantirá praticamente o dobro de profissionais visitantes. De fato, nós (leia-se GBC Brasil seus membros e par- ceiros) lideramos um movimento que há anos deixou de ser tendência, consolidando-se em uma transformação tida como unanimemente necessária. Cabe a nós trabalharmos para acelerá-la. A construção sustentável continua cres- cendo para setores diversos do mercado, assim como ini- ciativas do Poder Público em criar políticas de fomento ao movimento. Alinhado com as informações acima mencionadas, te- mos o Relatório Mundial do World Green Building Council sobre tendências do nosso setor para os próximos anos. Uma das curiosidades desta última pesquisa, que ocorre a cada 3 anos, aponta a grande diminuição no número de respondentes membros dos diferentes GBCs, de 76% para 33%, demonstrando que estamos penetrando setores di- versos da indústria. E como resultado, destaca-se que os 36% dos profissionais e empresas no Brasil confirmaram que até 2018 mais de 60% dos seus projetos serão verdes. Na pesquisa anterior, divulgada em 2012, apenas 6% men- cionaram referido comprometimento considerando o ano de 2015 como horizonte. Por diversos fatores, nosso movimento mantém otimis- mo e geração de oportunidades. Aos líderes não restam dú- vidas que construção sustentável é o caminho, onde deve- mos investir a todo momento, e, através do Green Building Council Brasil nós encontraremos as respostas sobre onde e como investir. No mês de maio reativaremos nossos Comitês Téc- nicos para análise e discussão da certificação WELL com foco em saúde e bem-estar, bem como o Referencial GBC Brasil Casa para loteamentos e condomínios residenciais verticais. Também estamos contatando todas as 800 em- presas associadas para apresentar os detalhes do nosso novo planejamento estratégico e discussão das atividades presentes e futuras, além de requerer que todas contatem o GBC para adiantarmos nossa conversa visando juntos, insuflar a acesa chama da indústria da construção susten- tável pátria. Nós somos a força que rege este movimento. O poder da transformação está nas nossas mãos. Ótimo início de ano para a construção sustentável. FELIPE FARIA, DIRETOR Green Building Council Brasil
  • 8. 8 mar-abr/16 rev/gbc/br tendências Construção verde mundial deve dobrar até 2018, diz estudo de seus projetos que pretendem certificar. O estudo, produzido em parceria com a United Technologies Cor- poration, um membro do Con- selho Consultivo Empresarial do World GBC, e com o apoio adi- cional do USGBC, do GBC Brasil e da Saint-Gobain, também no Conselho Consultivo Empresa- rial do WorldGBC, apresenta os resultados de mais de 1.000 par- ticipantes da pesquisa em 69 paí- ses - incluindo os Green Building Councils locais e seus membros corporativos, desde arquitetos e empreiteiros, até os proprietários e engenheiros. "Este estudo nos mostra como o movimento de construção verde é globalmente forte e consisten- Construção verde no mundo deverá dobrar até 2018, de acordo com um novo estudo da Dodge, Data & Analytics e da United Technologies Corporation, em parceria com o World Green Building Council (WorldGBC). O estudo, “World Green Building Trends 2016 - Mercados em Desenvol- vimento Ace- leram o Crescimento Global da Construção Verde”, considera que o percentual de empresas que pretendem ter mais de 60% dos seus projetos de construção verde certificados cresce para mais que o dobro até 2018, de 18% atualmente para 37%. O crescimento previsto será, em grande parte, impulsionado por países que ainda estão se de- senvolvendo no mercado verde, com empresas do México, Brasil, Colômbia, Arábia Saudita, África do Sul, China e Índia relatando forte crescimento no percentual
  • 9. revistagbcbrasil.com.br 9mar-abr/16 tendências te. No Brasil, um dos nossos mo- vimentos motores principais são as empresas membros do GBC Brasil que assumiram a liderança pró-ativa para levar a nossos am- bientes construídos as melhores taxas de eficiência e criar am- bientes amigáveis e saudáveis para os ocupantes. Para GBC Brasil não é uma surpresa saber que 36% das empresas esperam certificar a maioria dos seus pro- jetos em 2018. Percebe-se este mesmo compromisso em nossos treinamentos, nas salas de confe- rências, nos comitês e em outras iniciativas. Estamos muito con- tentes e gratos por esse apoio”, diz Felipe Faria, Diretor Geral do GBC Brasil. Este estudo segue uma edição anterior de 2012, para o qual o Green Building Council também contribuiu. Para aquele estudo, como neste, um projeto verde é identificado como aquele que é certificado ou construído visando à qualificação para a certificação no âmbito de um padrão susten- tável reconhecido, como LEED, BREEAM e Green Star. Outras principais conclusões do relatório demonstram que a construção verde no mundo continua a duplicar a cada três anos. O Brasil, por exemplo, espera um crescimento de seis vezes no percentual de empre- sas que pretendem certificar a maioria dos seus projetos ver- des (de 6% para 36%). Na Chi- na o crescimento previsto é de cinco vezes (de 5% para 28%). Um crescimento de quatro vezes “PARA GBC BRASIL NÃO É UMA SURPRESA SABER QUE 36% DAS EMPRESAS ESPERAM CERTIFICAR A MAIORIA DOS SEUS PROJETOS EM 2018” Felipe Faria, Diretor Geral GBC Brasil 24% 39% 21% 44% 6% 36% 18% 38% 27% 61% 5% 28% 20% 52% EUA MexicoBrasil Colômbia África do Sul China Índia 2015 2018 Porcentagem de entrevistados cuja empresa tem feito mais de 60% de projetos certificados (2015 e expectativa para 2018) 18% 21% 23% 26% 12% 37% 22% 13% 8% 20% Explorando (nenhum projeto ainda) 1% a 15% Projetos Verdes 16% a 30% Projetos Verdes 31% a 60% Projetos Verdes Mais de 60% Projetos Verdes Nível de Atividade de Construção Verde (resultado global) 2015 2018
  • 10. 10 mar-abr/16 rev/gbc/br tendências fundamental na entrega deste crescimento projetado, e esta li- derança e experiência será vital na percepção dos muitos bene- fícios sociais, econômicos e am- bientais que os edifícios verdes oferecem." Proprietários dizem ter sentido um aumento médio de 7% no valor dos seus edifícios verdes em comparação com os edifícios tradicionais (um aumento consis- tente entre os novos edifícios ver- des e em retrofits). Outro benefício amplo e global- mente relatado são os baixos custos operacionais. Mas cerca de 30% dos entrevistados tam- bém consideram que a docu- mentação e certificação propor- cionam garantia de qualidade, também é esperado na Arábia Saudita (de 8% a 32%). Para Terri Wills, CEO do World- GBC, este estudo oferece evi- dência adicional sobre a força dos cases de negócios em cons- trução verde. “Este crescimento é verdadeiramente um fenôme- no global. O edifício verde está desempenhando um papel de extrema importância no desen- volvimento de muitas economias emergentes, particularmente na- quelas cujas populações cres- cem e criam uma necessidade premente para que o ambiente construído seja sustentável e garanta uma elevada qualidade de vida”, e ainda complementa, "os Green Building Councils e seus membros em todo o mun- do irão desempenhar um papel 33% 28% 22% 13% 57% 52% 18% 10% 17% 8% 15% 11% 2015 2012 Métricas usadas para medir os benefícios dos edifícios verdes (2012 e 2015) Redução dos custos de operação Documentação e certificação que asseguram a qualidade Aumento do valor de negociação Aumento das taxas de ocupação Aumento da produtividade dos ocupantes Aumento dos valores de locação Redução dos custos de operação após 1 ano Redução dos custos de operação após 5 anos Aumento do valor do Edifício verde versus um projeto não verde Aumento do valor patrimonial do Edifí- cio verde versus um projeto não verde Payback para inves- timentos verdes Construção Nova Retrofit Benefícios de negócios esperados do investimento em edifícios verdes (Valores médios reportados em 2012 e 2015) 2015 2012 8% 9% 15% 14% 7% 8% 5% 7% 8 anos 8 anos 9% 9% 13% 13% 5% 7% 4% 7% 7 anos 7 anos Benefícios Setores com planos para certificação nos próximos 3 anos New Construction New Construction Institucional (escolas, hospitais, edifícios públicos) Retrofit (Existing Building) Comunidades Commercial Interiors Brasil | Média global 47% 46% 33% 38% 47% 37% 33% 21% 22% 20%
  • 12. 12 mar-abr/16 rev/gbc/br tendências educação dos ocupantes sobre sustentabilidade que agrega va- lor de venda, considerados como benefícios adicionais importantes em seus mercados. O maior crescimento mundial de construção verde está o setor comercial onde quase metade (46%) de todos os entrevistados pretende desenvolver um proje- to comercial verde nos próximos três anos. A redução no consumo de ener- gia continua sendo a maior razão ambiental para a construção ver- de (selecionado como uma das duas principais razões por 66% de todos os entrevistados). A pro- teção dos recursos naturais ficou em segundo lugar a nível mundial (37%), e a redução do consumo de água em terceiro (31%). "Na Saint-Gobain, trabalhamos fortemente a cada dia para me- lhorar a vida das pessoas e, ao mesmo tempo, enfrentar os de- safios globais de crescimento, eficiência energética e proteção ambiental. Há muito tempo es- tamos convencidos de que a sustentabilidade é uma grande tendência no mercado de cons- trução. Esse estudo do World- GBC 2016 está nos confortando, pois mostra que é um mercado que deve dobrar até 2018”, afir- ma Pascal Eveillard, Diretor da Saint-Gobain para o Habitat Sus- tentável. “OS GREEN BUILDING COUNCILS E SEUS MEMBROS EM TODO O MUNDO IRÃO DESEMPENHAR UM PAPEL FUNDAMENTAL NA ENTREGA DESTE CRESCIMENTO PROJETADO” Terri Wills, CEO WorldGBC 6% 31% 37%18% 8% 36% 21% 9% 2% 32% Explorando (nenhum projeto ainda) 1% a 15% Projetos Verdes 16% a 30% Projetos Verdes 31% a 60% Projetos Verdes Mais de 60% Projetos Verdes Nível de Atividade de Construção Verde no Brasil (2015-expectativa 2018) 2015 2018 74% 26% Brasil Participação média de projetos verdes na atividade de construção de edifícios (Brasil, Colômbia e 11 outros países da América do Sul e Caribe) Projetos verdes Projetos não verdes 73% 27% 71% 29% Colômbia Outros 11 países
  • 13.
  • 14. 14 mar-abr/16 rev/gbc/br tendências “HÁ MUITO TEMPO ESTAMOS CONVENCIDOS DE QUE A SUSTENTABILIDADE É UMA GRANDE TENDÊNCIA NO MERCADO DE CONSTRUÇÃO. ” Pascal Eveillard, Diretor da Saint-Gobain para o Habitat Sustentável Redução dos custos de operação após 1 ano Redução dos custos de operação após 5 anos Payback para inves- timentos verdes Construção Nova Retrofit Benefícios de negócios esperados do investimento em edifícios verdes na América do Sul e Caribe (Brasil, Colômbia e média dos outros 11 países) 8% 12% 20% 9% 4 anos 5 anos 12%12% 12%13% 8 anos4 anos Benefícios 6% 13% 4 anos 12% 12% 8 anos Brasil Colômbia Outros 11 países Brasil Colômbia Outros 11 países Principais motivos para futura atividade em construção verde no Brasil, Colômbia e outros 11 países da América do Sul e Caribe Demanda dos clientes 29% 19% 30% 12% 22% 33% 8% 33% 15% 29% 3% 15% 29% 26% 41% 20% 31% 22% 27% 22% 22% 37% 31% 19% Demanda de mercado Compromisso interno da empresa Aumento de ROI Fazer a coisa certa Transformações de mercado Diminuir custos de operação Legislação ambiental BRASIL COLÔMBIA 11 PAÍSES Razões sociais mais importantes para a construção verde Encorajar práticas de negócios sustentáveis Criar um senso de Comunidade Aumentar a produtividade no trabalho Ajudar na economia doméstica Esteticamente agradável Brasil | Média global 53% 58% 26% 29% 34% 29% 24% 29% 19% 14% Razões ambientais mais importantes para a construção verde Reduzir o consumo de energia Proteger os recursos naturais Reduzir o consumo de água Diminuição da emissão de gases de efeito estufa Melhorar a qualidade interna do ar Brasil | Média global 51% 66% 47% 37% 47% 31% 15% 24% 17% 17%
  • 15.
  • 16. 16 mar-abr/16 rev/gbc/br projeto em destaque Colégio Estadual Erich Walter Heine, Rio de Janeiro Fotos:DivulgaçãoHospitalOswaldoCruz LEED PLAT EM ARQU ARROJADA EdifícioJacarandá em destaque ©CacáBratke
  • 17. revistagbcbrasil.com.br 17mar-abr/16 projeto em destaque ITETURA INUM Aposta em arquitetura de alto estilo e estratégias sustentáveis garantem o LEED Platinum para empreendimento na zona sul de São Paulo C om um design marcante e imponente em sinergia com alto nível de sustentabilida- de, o Edifício Jacarandá, localizado na Avenida En- genheiro Luiz Carlos Berri- ni, região sul de São Paulo, conquistou em janeiro deste ano o mais alto nível da certificação interna- cional LEED. Trata-se do primeiro edifício co- mercial no Brasil a conquistar o nível Platinum na versão 3.0 do LEED dentro da categoria Core&Shell. Impossível não impressionar-se com as cur- vas do edifício. Sua forma arredondada reme- te a uma percepção de leveza aos olhos, meio a um cenário envoltório de grandes edifícios e construções tradicionais. O que também chama muito a atenção é a robusta facha- da composta por vidros com a mistura das cores levemente esverdeadas e amareladas unindo-se um tom acinzentado mais sóbrio, que permitem a absorção do calor e promo- vem maior conforto térmico nos ambientes internos, além da economia de energia. De acordo com o arquiteto responsável pelo projeto, Carlos Bratke, um dos aspectos de maior valorização do edifício é a sua forma, que conta com grandes espaços internos e vãos estruturais. “Este formato é interessante, pois possui uma igualdade de distância en- tre o núcleo central e as extremidades. Caso contrário teria uma configuração muito pesa- da. A equidistância dos pontos centrais do edifício que deram margem para uma condi- ção de imagem contínua”, afirma o arquiteto. Flávio Martins, sócio da Construtora Bratke Col- let e engenheiro responsável pela obra, com- plementa ainda, que o formato do edifício foi desenvolvido devido à extensão do terreno, que possui aproximadamente 65 metros de com- primento, incluindo o terraço. “Uma fachada projetada de forma tradicional, reta, transporia a sensação de um bloco muito denso. Então, houve a criação deste movimento em um for- mato elíptico de tal forma que pôde suavizar este impacto visual da fachada, o que conse- quentemente também contribuiu para um me- lhor sombreamento do próprio prédio”, afirma. O edifício Jacarandá foi construído em um terreno de 5.839m², e conta com aproxima- damente 27.927,89m² de área construída. A construção é composta por auditório, áreas de serviços específicas para o prédio, setor administrativo, segurança e vestiários. Toda a parte de instalações e serviços como ele- vadores, banheiros, escadas, shafts são dis- postos na região central edifício a fim de ma- ximizar o fluxo nas extremidades e otimizar a ocupação da fachada pelo usuário final.
  • 18. 18 mar-abr/16 rev/gbc/br projeto em destaque Além disso, segundo o arquiteto Carlos Bra- tke, o edifício possui outra característica mar- cante, que é a forma como o auditório foi projetado. “O edifício possui uma recepção e vãos livres bastante grandes, com a pos- sibilidade de ter acesso independente ao au- ditório de forma que possa ser utilizado não somente pelos ocupantes internos, mas tam- bém para eventos externos em geral. Esta é uma característica importantíssima deste pro- jeto”, observa o arquiteto. Para obtenção da certificação, o proje- to contou com a experiência e now how da consultoria de sustentabilidade CTE (Centro de Tecnologia de Edificações), além de pla- nejado e construído pelas empresas Bratke Collet e Engeform. O empreendimento atingiu pontuações excelentes em todos os critérios exigidos para a certificação, atingindo os 81 pontos necessários para obtenção do nível Platinum do LEED. Inicialmente o objetivo era obter a certificação LEED Gold para o projeto, porém devido aos critérios exigidos pela certificação estarem sig- nificativamente avançados, com o emprego de equipamentos mais eficientes, tanto no ar con- dicionado quanto na iluminação e o desem- penho energético de forma global tornaram- -se fundamentais para a obtenção de pontos extras, garantindo assim o selo nível Platinum. Energia Foram instalados sistema de ar de expansão direta VRF (Volume de Refrigerante Variável) com condensação a ar. As unidades externas foram instaladas na cobertura e as unidades internas, do tipo built-in instaladas no forro, fo- ram distribuídas termicamente para as zonas das fachadas (devido fatores externos como temperatura do ar e radiação solar) e zonas internas, contribuindo assim com um menor consumo das evaporadoras e um maior con- forto dos ocupantes. O sistema possui ciclo quente/frio, controlado pela evaporadora mes- tre, compressores inverter e controles remotos sem fio. A vazão de ar externo foi calculada atendendo a norma ABNT 16401-2008. O ar externo possui um sistema de recuperador de energia que irá trocar a energia de exaustão com a energia do ar externo, diminuindo a car- ga térmica do ar externo, assim diminuindo o consumo do ar condicionado. Segundo Flávio Martins, um dos diferenciais sustentáveis do projeto foi na parte energética. “Fizemos o uso de luminárias LED, que reduz significativamente o consumo de energia, tan- to para as áreas privativas do escritório, siste- ma de ar condicionado da LG com o equipa- mento Multi-V4 com COP acima de 4.5, o que confere um nível de eficiência muito grande no uso de ar condicionado”, pontua Flávio. O sistema de iluminação interna e externa foi projetado com equipamentos de alta efi- ciência para reduzir o consumo de energia e a poluição luminosa. Os escritórios possuem uma densidade de iluminação de 9,84 W/m², as zonas próximas às fachadas possuem sensores de iluminação natural que irão di- merizar as luminárias quando não há neces- sidade do uso da iluminação artificial. O consumo de energia nas áreas comuns do edifício é monitorado e gravado pelo Sistema de Automação Predial, conhecido como BMS, para garantir a eficiência energética e otimizar o sistema operacional do edifício. O medidor do consumo de energia elétrica foi instalado de acordo a medição de uso final, como ele- vadores, bombas hidráulicas, iluminação e tomadas, sistema de exaustão e condiciona- mento de ar. Também foram instalados medi- dores de energia em cada conjunto. Projeto: Edifício Jacarandá (OPI 2) Localização: São Paulo - SP Certificação: 04/01/2016 Sistema e Nível da Certificação: LEED CS - Platinum Arquitetura: Carlos Bratke Construtora: Bratke Collet e Engeform Consultoria de sustentabilidade: CTE Gerenciamento: Engeform Elétrica, Hidráulica e Automação: Soeng Sistema de Ar Condicionado: Thermoplan Luminotécnica: Mingrone Esquadrias: Arqmate Acústica: Erhardt Vidros: Glassec Viracon Fotos:©CacáBratke
  • 19. revistagbcbrasil.com.br 19mar-abr/16 projeto em destaque Outra estratégia que garantiu alta eficiência energética para o edifício foi a instalação de vidros semiopacos de alta performance na fachada. De acordo com o CTE (Centro Tec- nológico de Edificações), a simulação ener- gética apontou uma economia de energia de 22,18%, o que possibilitou 8 pontos da certi- ficação, determinando o salto do nível Gold da certificação, inicialmente requerida, para o nível Platinum. As estratégias utilizadas para a redução no consumo foram baseadas nos parâmetros da norma ASHRAE 90.1-2007. Água As medidas implementadas relativas ao con- sumo racional da água resultaram em 100% de redução de água potável para irrigação e redução de 20,16% com a utilização de dispo- sitivos economizadores. O edifício conta com tratamento e reaproveitamento de água plu- viais, águas cinzas e também as provenientes do dreno do sistema de ar condicionado para fins não potáveis, como irrigação, descarga de bacias sanitárias e mictórios, reduzindo a de- manda de água potável do empreendimento. Complementando estas medidas, já comu- mente empregadas nos edifícios certificados, houve também a implantação de lajes ajar- dinadas e pavimentos permeáveis, onde foi possível reduzir o escoamento pluvial em mais de 25% onde, antes de entrar na rede pública de drenagem, passa por filtros Vortex capazes de remover mais de 80% do Total de Sólidos Suspensos (TSS), contribuindo para redução de alagamentos e enchentes na cidade. Além disso, o paisagismo conta com plantas regio- nais que se adaptam ao clima da região e que não necessitam de alta demanda de irrigação, resultando na redução do consumo de água, ocupando 1.925 m² do terreno. Qualidade do ar Visando um ambiente interno de qualidade foi desenvolvido um layout que permite aces- so de visibilidade das paisagens externas em todos os ambientes, oferecendo ao ocupante o conforto e relaxamento visual que, conse- quentemente, contribui para uma melhora da produtividade e qualidade do ambiente inter- no. A preocupação com a qualidade do ar se iniciou no período de obra, através da utili- zação de adesivos, selantes, tintas e reves- timentos com baixa emissão de Compostos Orgânicos Voláteis (COV), além da instalação de equipamentos de controle de CO2 em to- dos os ambientes internos possibilitando o monitoramento e garantia de melhor qualida- de do ar interno. Também houve a proibição de fumo em todas as áreas internas do edifí- cio e em áreas externas a menos de 8 metros de entradas de ar, como portas, janelas e to- madas de ar externo. Materiais Na seleção dos materiais utilizados na obra foi priorizada a utilização de componentes re- gionais e com conteúdo reciclado bem como a opção por produtos de madeira com cer- tificação FSC (Forest Stewardship Council). Houve ainda um Plano de Gestão de Resí- duos e Coleta Seletiva, o que contribui para que 85,63% dos resíduos gerados em obra fossem desviados de aterros sanitários. ECONOMIA DE ENERGIA 22,18% ECONOMIA DE ÁGUA POTÁVEL EM DISPOSITIVOS 20,16% ECONOMIA DE ÁGUA POTÁVEL NO PAISAGISMO 100,00% RESÍDUOS DESVIADOS DE ATERRO 85,63% MATERIAIS COM CONTEÚDO RECICLADO 21,08% MATERIAIS REGIONAIS 34,55% MADEIRA CERTIFICADA FSC 100,00% ÁREAS VERDES (% em relação à área do terreno) 36,82% DADOS TÉCNICOS (em %):
  • 20. 20 mar-abr/16 rev/gbc/br projeto em destaque • Tratamento e reaproveitamento de água:bacias sanitárias em todo edifício; •Geradoresqueatendema100%dasdemandasdoedifício:Inclusiveasdecon- dicionamento de ar das áreas comuns e privativas; • Vidros de alta performance: Controle da entrada de luz natural e design único do edifício, vidros com diferentes tonalidades ; • Sistema de ar condicionado: 8 evaporadores por conjunto e 32 por andar VRF quente/frio; • Pé direito de 2,95 metros: piso/teto; • CFTV/controle de acesso BMS: Elevadores integrados às catracas; • Piso elevado: 15 cm de altura com placas metálicas removíveis; •LumináriasLEDcomSistemaDALE:menorconsumo/m²,maiorvidaútilepos- sibilidade de integração com automação; • Alta eficiência energética; • Banheiros com sensores de presença; • Bicicletário com vestiários masculino e feminino. Relação com o entorno A relação com o entorno também foi um dos pontos valorizados no projeto do edifício Jaca- randá, que também contribuiu fortemente para a conquista da certificação. O empreendimen- to conta com bicicletário, vagas preferenciais para veículos com baixa emissão, proximida- de com ciclovias e meios de transportes alter- nativos, como linhas de ônibus e metros que incentivam os usuários a não utilizarem veícu- los poluentes, além de fácil acesso a serviços básicos. Além disso, houve a minimização das ilhas de calor, pela instalação de 100% das vagas de estacionamentos nos subsolos, pos- sibilitando a diminuição das áreas pavimenta- das expostas e através da implementação de coberturas verdes e com materiais de alto índi- ce de refletância solar. Reforçando o histórico e as premissas volta- das para a sustentabilidade, a Bratke foi res- ponsável por outro empreendimento certifica- do pelo LEED, o edifício Jatobá, que garantiu o selo LEED NC nível Gold. Foi um projeto desenvolvido em parceria com a empresa Engeform. Ao longo de 30 anos grande parte dos edifícios localizados na Avenida Enge- nheiro Luiz Carlos Berrini foram projetados por Carlos Bratke e construídos pela Bratke Construtora, inclusive atuando com proces- so de retrofit nos edifícios mais antigos. “O nosso principal objetivo é manter a região ar- borizada com qualidade de vida, os prédios em ordem, e com custos operacionais mais baixos. Isso é importante para nós, por isso a sustentabilidade tem tudo a ver com o que praticamos. Essa é uma grande preocupação que a gente tem hoje, o benefício ao longo prazo”, ressalta Flávio Martins. O arquiteto Carlos Bratke esclarece que as medidas sustentáveis adotadas em outros projetos não têm necessariamente a intenção de conquistar um selo ambiental, o impor- tante é o fato de que usando métodos mais eficientes, com equipamentos mais avança- dos, sistemas de reuso de água entre outros já são muito importantes para se adquirir um benefício econômico e ambiental. Vista aérea do edifício DIFERENCIAIS SUSTENTÁVEIS ©L.Braga
  • 22. 22 mar-abr/16 rev/gbc/br desempenho O s ACPs - AlternativeCompliance Paths (Caminhos Alternativos de Conformidade, em português) foram desenvolvidos para proporcionar maiores opções e um método mais flexível para empreendimentos de todo o mundo, possibilitando a conformidade com créditos do LEED, uma vez que alguns créditos uti- lizam normas e contem exigências de difícil cumprimento fora dos Es- tados Unidos. Os ACPCs for South America foram criados especificamente para atender as necessidades dos projetos LEED na América do Sul após o encontro de representantes do GBC Brasil, GBC Chile, GBC Argentina, GBC Colômbia, GBC Peru com o USGBC em Santiago em setembro de 2013. Segundo a arquiteta Marcia Picarelli Davis, LEED AP BD+C, O+M e diretora da Novva Solutions, o LEED 2009 BD&C ACPs for South Ameri- ca foi desenvolvido para os sistemas Building Design and Construction (Novas Construções e Reformas) para edifícios comerciais e edifícios institucionais, empreendimentos Core and Shell (Envelope e Áreas Co- muns), e Schools (Escolas) especificamente para empreendimentos na América do Sul. “Os ACPs globais se aplicam a todos os empreendi- mentos, independentemente de sua localização, embora alguns só es- tejam disponíveis para aqueles fora dos EUA. Eles também podem ser aplicados de acordo com o empreendimento com base em sua viabili- dade, não sendo obrigatórios para nenhum empreendimento”, afirma. Para que um ACP seja aprovado, ele passa pelo LEED International Caminhos alternativos para os créditos do LEED ACPs asseguram que a certificação LEED siga o mesmo nível de excelência em todo o mundo Roundtable (Mesa Redonda Internacional LEED), um grupo consultivo do Green Building Council que representa 40 países, que discute as barreiras técnicas encontradas em seus respectivos mercados, para assim propor a criação de ACPs. ”Nesse grupo são discutidas várias questões da Certificação LEED como a criação de ACPs ou a definição dos créditos de Prioridade Regional, dentre outros”, garante Marcia. Além disso, o trabalho tem o intuito de reforçar a orientação internacio- nal da certificação LEED, visando tornar este sistema mais eficaz em nível global. De acordo com Felipe Faria, diretor do GBC Brasil, “a ideia é manter a consistência da ferramenta de certificação LEED presente em 153 países, sendo flexível através de normas técnicas locais, tornando-o ao mesmo tempo local, regional e global. O GBC Brasil lidera o número de ACPs criados graças à larga experiência e disposição dos profissionais voluntários”. “Concentrando-se em normas e soluções globais, estes caminhos al- ternativos de cumprimento fazem do LEED cada vez mais flexível e garantem uma linguagem comum para todos os greenbuildings.” Scott Horst, Vice Presidente, LEED, USGBC Após rigorosa análise técnica das normas e práticas locais, os seguintes créditos LEED receberam ACPs para empreendimentos na América do Sul: LEED ACP Por Bruna Dalto
  • 23. revistagbcbrasil.com.br 23mar-abr/16 desempenho SSc4.3 - Transporte Alternativo – Baixa Emissividade e Veículos de Combustível Eficiente Objetivo: Reduzir os impactos da poluição e de desenvolvimento da terra pelo uso do automóvel. Empreendimentos na América do Sul podem agora usar os programas governamentais brasileiros como o INMETRO e IBAMA para determinar se um veículo é classificado como de baixa emissão ou baixo consu- mo de combustível. Estes programas produziram uma lista de veículos classificados como sustentáveis, que representa de maneira mais pre- cisa em termos de eficiência, emissividade e consumo dos veículos disponíveis na América do Sul em relação ao que era fornecido nas exigências do crédito original. EAc6 - Green Power Objetivo: Estimular o desenvolvimento e uso de fontes de energia com base líquida zero de poluição e tecnologias de energia renovável. Empreendimentos na América do Sul podem usar agora o Certificado de Energia Renovável brasileiro, uma iniciativa da ABBEólica – Associa- ção brasileira de energia eólica, e da ABRAGEL – Associação brasileira de energia limpa, em parceria com o Instituto Totum. Este ACP permite a empreendimentos na América do Sul comprarem energia verde pro- duzida localmente, ao invés de RECs (Renewable Energy Certificates) de energia verde produzida nos EUA. Isso estimula ainda mais o inves- timento em tecnologias de energia verde na América do Sul. O regulamento do Programa de Certificação em Energias Renováveis também prevê a possibilidade de comercializar e/ou transferir certifi- cados aos consumidores da energia elétrica gerada por estas usinas certificadas. Deste modo, é possível adquirir o número determinado de selos de acordo com o consumo energético aferido da planta consu- midora que pode ser representada por uma indústria, condomínio resi- dencial, ou ainda prédio comercial. A primeira empresa no Brasil a buscar a certificação LEED, utilizan- do o Programa de Certificação em Energia Renovável foi o Citibank, com sua agência inteligente na avenida Nova Faria Lima, em São Paulo (SP), conhecida como Flagship Faria Lima, que adquiriu 244 certifica- dos, equivalentes ao uso de 244 MWh de energia renovável certificada, o que equivale ao consumo energético da agência por dois anos. Segundo Elbia Ganoum, presidente da ABEEólica “entre os principais benefícios da utilização do Programa de Certificação estão incentivar as fontes renováveis complementares e obter uma acreditação que ateste que foram respeitados aspectos socioambientais relevantes nas etapas de construção e operação de um empreendimento. Assim, o gerador adquire a possibilidade de comercializar certificados para seus clientes (novo mercado de negócio) e também possibilita a diferencia- ção no mercado de um produto. “CONCENTRANDO- SE EM NORMAS E SOLUÇÕES GLOBAIS, ESTES CAMINHOS ALTERNATIVOS DE CONFORMIDADE FAZEM DO LEED CADA VEZ MAIS FLEXÍVEL E GARANTEM UMA LINGUAGEM COMUM PARA TODOS OS GREENBUILDINGS.” Scott Horst, Vice Presidente, LEED, USGBC
  • 24. 24 mar-abr/16 rev/gbc/br DOSSIÊ SOLUÇÕES E nergia limpa é um dos temas de maior relevância na atualidade brasileira. A necessidade em gerar energia através de fontes renováveis se tornou imprescin- dível para o suprimento das de- mandas energéticas. De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME) as fontes renováveis contribuem para a diver- sificação da matriz elétrica, além de estarem usualmente relacionadas a projetos menos impactantes do ponto de vista ambiental. Grande parte das fontes renováveis é obtida sem a emissão de gases de efeito estufa, o que contribui com a estratégia brasileira para atingir as metas de redução de emissões desses gases, conforme a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC). Segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE – 2024), ao final de 2015, as energias renováveis representavam 42,5% de toda a matriz energética brasileira, com des- taque para o crescimento das fontes alterna- tivas à geração hidrelétrica, como a eólica, solar e biomassa. “Em dez anos, esse tipo de energia renovável cresceu 30%, passando de 2,8% de toda a oferta de energia interna em 2004 para 4,1% em 2014”. Na matriz tam- bém incluem, por exemplo, o petróleo e seus derivados, como a gasolina, e o gás de co- zinha. “Esse cenário faz parte da política do Ministério de diversificação da matriz energé- tica brasileira, que considera uma forma mais eficiente do uso de recursos naturais do pla- neta”, explica o secretário de Planejamento Energético do MME, Altino Ventura. A diversificação da matriz energética bra- sileira é fundamental para as potenciais crises de energia que o país atravessa, diz w(Associação Brasileira de Energia Eólica). Segundo ela, nenhum país pode ter uma ma- triz energética baseada apenas em uma úni- DOSSIÊ ESPECIAL ENERGIA LIMPA
  • 25. revistagbcbrasil.com.br 25mar-abr/16 DOSSIÊ SOLUÇÕES Aexpansãoeadiversificaçãodefontesrenováveis no Brasil crescem exponencialmente nos últimos anos e deverão representar 86% da geração de energia elétrica no país até 2024 ©VítorBrandão BRASIL RUMO À ENERGIA LIMPA©Divulgação ca fonte de recurso, pois se o recurso falha, o país entra em colapso de fornecimento de energia. “A solução de política energética é a complementação desta matriz a partir de ou- tros recursos renováveis como a fonte eólica, fonte biomassa, fonte solar, e o Brasil já está seguindo nesta trajetória”, analisa. “O Brasil aprendeu que não pode ter uma fonte prin- cipal de energia. A hídrica continuará sendo a maior participante da matriz nos próximos anos, porém o ideal é que o Brasil expanda com a participação das complementares”, conclui. Na matriz de geração de energia elétrica, as renováveis deverão representar perto de 86% em 2024, com destaque para a energia eóli- ca, que dos atuais 5,6% de participação na matriz de capacidade instalada de geração de energia (janeiro/2016) elétrica deverá pas- sar a 8% em 2024. Capacidade de eólica instalada no Brasil cresceu 60% em 12 meses O número de usinas eólicas no Brasil nos últi- mos cinco anos, passou de 51 para 330 par- ques, representando uma expansão de 7.039 megawatts (MW) de capacidade instalada, que em janeiro de 2016 totalizou 7.968 MW, contra os 929 MW de janeiro de 2011. “Esse cenário demonstra que estes empreendi- mentos atingiram preços bastante competi- tivos e impulsionaram a instalação de uma indústria nacional de equipamentos para o atendimento deste mercado. Dessa forma, esta fonte, ainda com grande potencial a ser explorado, se consolida como um dos princi- pais componentes para a expansão da matriz de energia elétrica do Brasil”, afirma o MME. O aumento expressivo dessas usinas no Bra- sil é resultado dos Leilões de Energia para a fonte eólica, iniciados em 2009. Desde então, o nordeste representa o maior polo da ener- gia eólica no Brasil, que responde atualmente por 5.699 MW da capacidade instalada no Sistema Interligado Nacional – SIN, seguida pela região sul, com 1.730 MW e pela região sudeste, representando 28 MW. Segundo o MME, a capacidade eólica instalada cresceu 60% em 12 meses até janeiro de 2016. “Con- siderando toda a potência instalada no país, em todas as fontes, foram adicionados 7.676 MW, neste período, sendo 2.873 MW de ge- ração de fonte hidráulica, 1.810 MW de fontes térmicas, 2.987 MW de fonte eólica e 6 MW de fonte solar”, complementa o MME. No Brasil o avanço do desenvolvimento de geração de energia elétrica através de fontes eólica vem se consolidando em ritmo ace- lerado. Os primeiros parques eólicos nesta modalidade começaram a entrar em opera- ção em 2012. De acordo com Elbia Ganoum,
  • 26. 26 mar-abr/16 rev/gbc/br DOSSIÊ SOLUÇÕES Crescimento da energia solar através da geração distribuída A energia solar garante um potencial energé- tico muito alto no Brasil, pois há uma gran- de incidência de luz solar durante a maior parte do ano, que atualmente se desenvolve também de uma forma sustentável, verifica- -se este desenvolvimento através da utiliza- ção de placas fotovoltaicas nas construções atuais brasileira, cujo objetivo é, além da preservação do meio ambiente, evitando o uso de energia da matriz energética, mas também focando na economia e retorno fi- nanceiro para investidores desta tecnologia. A irradiação no Brasil é muito melhor do que em outros países. Pegando exemplo de paí- ses como Alemanha, Japão, Estados Unidos, China, que são os países que mais estão usando esta tecnologia, a irradiação solar é pelo menos 30% menor do que no Brasil, ga- rante Márcio Takata, sócio-diretor da Enova Solar e professor do curso de Energias Reno- váveis do Green Building Council Brasil. Em dezembro de 2015, o Ministério de Mi- nas e Energia (MME) lançou o Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD), para ampliar e aprofundar as ações de estímulo à geração de energia pelos próprios consumidores, com base nas fontes renováveis de energia (em especial a solar fotovoltaica). O Progra- ma pode movimentar pouco mais de R$ 100 bilhões em investimentos, até 2030. “A gera- ção distribuída traz benefícios para o consu- midor e para o setor elétrico, o que reduz a necessidade de estrutura de transmissão elé- trica e evita perdas. Até 2030, 2,7 milhões de unidades consumidoras poderão ter energia gerada por elas mesmas, entre residência, comércios, indústrias e no setor agrícola, o que pode resultar em 23.500 MW (48 TWh produzidos) de energia limpa e renovável, o equivalente à metade da geração da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Com isso, o Brasil pode evitar que sejam emitidos 29 milhões de to- neladas de CO2 na atmosfera”, afirma MME. De acordo com a Agência Nacional de Ener- gia Elétrica (Aneel), o Sistema de Compen- sação de Energia Elétrica, instituído pela Resolução Normativa nº 482/2012, é um dos avanços no setor e tem crescido expressi- vamente desde as primeiras instalações, em 2012. Entre 2014 e 2016, os registros de adesões ao modelo de geração distribuída quadruplicaram, e com a revisão da norma, que simplificam procedimentos de registro, a estimativa é que até 2024 mais 1,2 milhão de consumidores passem a produzir sua própria energia, o equivalente a 4,5 gigawatts (GW) de potência instalada. Brasil em 1° lugar no grupo da BRICS com participação de ener- gia renovável na matriz No cenário internacional, o Brasil tornou-se o 4º país no ranking mundial de expansão de potência na energia eólica em 2014, e subiu cinco posições no ranking mundial de capa- cidade instalada. Agora, ocupa o 10º lugar em geração, tendo sido o 15º em 2013. O Brasil também é o país com a maior par- ticipação de energia renovável na matriz de geração elétrica dentro do grupo conhecido como BRICS, que inclui também Rússia, Ín- dia, China e África do Sul. De acordo com o relatório “Energia no Bloco dos BRICS” (agosto de 2015), as fontes renováveis repre- sentaram 73% da geração de energia elétrica do país, em 2014. Nos demais países do gru- po, este percentual varia de 2% (no caso da África do Sul) a 22%, na China. Já em novembro de 2015, conforme apresen- ENERGIA LIMPA este é um cenário virtuoso de crescimento. “É um cenário favorável para o futuro, pois a fon- te eólica é, atualmente, a segunda fonte de energia mais competitiva do país, é a fonte de energia mais abundante”, destaca. Considerando que o Brasil tem pouco poten- cial hidrelétrico para explorar, a fonte eólica se tornou a segunda fonte mais importante. Em 2014 o Brasil tornou-se o segundo país mais atrativo em geração de energias renováveis, ficando atrás somente da China. “Atualmen- te, o Brasil possui uma potência instalada de mais de 8 GW, representando quase 6% da geração de energia total da matriz brasileira. As outras fontes que possuem participação relevante são as hidrelétricas, que possui o primeiro lugar em geração de energia, com 65%, termelétricas com 9,9% e biomassa, representando 9,5% da geração de energia total da rede”, explica Elbia Ganoum. “Com o crescimento de instalação dos parques eólicos e leilões, a previsão é que a energia eólica seja a segunda maior fonte de geração de energia até 2020.” O foco de uma das conferências mais im- portantes do mundo é a redução de CO2 na atmosfera, que mobilizou centenas de países a se reunirem por um bem maior, a preserva- ção do meio ambiente e condições climáti- cas drásticas em que o planeta se encontra. A energia eólica é uma aliada importante no processo de redução de emissões de CO2 . Segundo informações da ABEEólica, a gera- ção de energia eólica contribuiu para redução de 6 milhões de toneladas de CO2 em 2015, considerando os parques instalados no ano. Para cada GW instalado há uma redução de 1,8 milhões de CO2 evitados. “A perspectiva de instalação para o ano de 2016 é de 11 GW de potência, o que evitará cerca de 20 milhões de toneladas de CO2 lançados na atmosfera”, analisa a presidente da associação.
  • 27. revistagbcbrasil.com.br 27mar-abr/16 DOSSIÊ SOLUÇÕES mento de terras para construção de parques eólicos, o que gera renda de aluguel para o locador. “A fonte eólica além de gerar energia limpa, renovável e competitiva, contribui mui- to para o desenvolvimento socioeconômico nas regiões mais pobres do país”. Segundo Elbia Ganoum estes produtos recebem o ar- rendamento das terras por 20 anos. Além da geração de renda através do arren- damento de terras, para cada GW gerada através fonte eólica, cerca de 15 mil postos de trabalho são gerados ao longo da cadeia. Para o ano de 2016, a previsão é de criação de mais 50 mil empregos, uma vez que a ex- pectativa é que a geração de energia ultra- passe dos 3 GW somente este ano. Aquecimento da cadeia produtiva A Associação Brasileira de Energia Eólica – ABEEÓLICA, que representa o setor eólico no País, tem entre seus associados: 8 fabri- cantes de aerogeradores de grande porte, 16 empresas de engenharia, consultoria e cons- trução, 14 fabricantes de peças e componen- tes e 3 fabricantes de pás eólicas. Isso ca- racteriza o quanto está consolidada a cadeia produtiva do setor eólico no Brasil. A energia eólica representa um dos mercados mais importantes para o setor de compósitos no País, com comercialização de mais de 90% de toda a resina epóxi produzidas no Brasil, que são utilizadas na fabricação das pás eóli- cas, segundo a ALMACO (Associação Latino Americana de Compósitos). Enfim, destaca- mos que o parque industrial da tecnologia eólica está em pleno desenvolvimento com novos investimentos sendo feitos, garantin- do, assim, o atendimento do mercado interno e tornando o País um potencial exportador de equipamentos para a América Latina. Em relação ao setor solar, de acordo com Márcio Takata, no Brasil ainda existem poucos tado no Boletim Mensal de Monitoramento do Sistema Elétrico Brasileiro (Janeiro/2016), publicação da Secretaria de Energia Elétrica/ MME, as fontes renováveis (hidráulica, solar, eólica e biomassa) representaram aproxima- damente 79% da matriz de produção de ener- gia elétrica no país. Investimentos para energia solar fotovoltaica é o maior entre as fontes em 2015 De acordo com o MME, no ano passado, nos cinco leilões realizados para ampliação da capacidade de geração no país, foram con- tratados 1.789 MW nas diversas fontes, com investimentos previstos em R$ 13,3 bilhões. As energias renováveis tiveram destaque, com a contratação de energia eólica de 22 empreendimentos, 30 de solar e 13 de bio- massa. Em energia contratada, considerando essas três fontes, foram contratados 665,4 MW médios. Os investimentos previstos para a energia solar fotovoltaica, para fornecer a energia contratada nos leilões de 2015 é o maior entre as fontes, de R$ 4,3 bilhões. 17 usinas hidrelétricas (pequenas e grandes) foram contratadas 900 MW, ou seja, pratica- mente a metade da energia contratada e 61% da capacidade a ser instalada. Geração de emprego Outro grande potencial que provêm da gera- ção de energia renovável é o desenvolvimen- to social, através da geração de postos de trabalho, uma significativa evolução dado à atual situação econômica que o país atraves- sa. Este desenvolvimento é bastante relevante para os pequenos produtores, principalmen- te nas regiões com poucas oportunidades econômicas no país, tais como, o nordeste, o semiárido brasileiro, através do arrenda- Elbia Ganoum Altino Ventura Filho ©MárciaKalume/AgênciaSenado©DivulgaçãoABEEólica fabricantes de módulos fotovoltaicos. Márcio explica que atualmente 60% dos custos in- vestidos em uma usina solar correspondem a produtos importados. “Isso ocorre devido ao país ainda estar iniciando seus passos rumo ao crescimento em grande escala. Trata-se de um mercado recente, porém para que o mercado cresça de forma sustentável, para que as empresas invistam precisam ter maior segurança de que o mercado é de fato um mercado, e não apenas uma promessa”, en- fatiza. Márcio acrescenta que, atualmente, os módulos fotovoltaicos importados são equi- pamentos muito importantes para o cresci- mento do setor, e representa cerca de 15 a 30% dos investimentos total dos produtos im- portados, mas que há uma alta possibilidade da nacionalização destes produtos. ©DivulgaçãoABEEólica Taíba Wind Farm, Ceará
  • 28. 28 mar-abr/16 rev/gbc/br DOSSIÊ SOLUÇÕES O sol é considerado uma das fontes renováveis de maior potencial para geração de energia elétrica no Brasil, e uma tecnologia promissora para este desenvolvimento é a fonte solar fotovoltaica, que vem se des- tacando dentro de dois grandes segmentos, a geração centralizada, que abrange a cons- trução de grandes usinas solares, cujo foco é a distribuição de energia elétrica para matriz energética nacional, e a geração distribuída, outro grande segmento do setor solar fotovol- taico, que abrange a instalação de sistemas solares fotovoltaicos em telhados e fachadas de edifícios residenciais, comerciais, indus- triais e públicos e também vem crescendo de forma significativa na atualidade. O Brasil já é referência em geração de ener- gia elétrica através de fontes renováveis, que atualmente representam mais de 80% de sua matriz. Porém a participação das fontes fós- seis nos últimos anos aumentou como uma forma do governo complementar a geração de energia das hidrelétricas. No entanto, de acordo com Rodrigo Lopes Sauaia, presiden- te executivo da ABSOLAR (Associação Brasi- leira de Energia Solar Fotovoltaica), não só é possível como benéfico para o país buscar a diversificação da matriz elétrica do país atra- vés das chamadas ‘fontes renováveis com- plementares’, tais como, biomassa, eólica e solar, que contribuem para garantir maior segurança energética, sustentabilidade am- biental, movimentação econômica e geração de empregos de qualidade ao Brasil. O setor solar fotovoltaico ganhou espaço no cenário de energia elétrica nacional a partir de 2013, quando houve a primeira inserção em grande escala de fonte solar na matriz elétrica, resultado de um leilão do governo do Estado de Pernambuco, no qual foram contratadas cinco usinas solares fotovoltai- cas com capacidade de geração de 92 MW (Megawats). Das cinco usinas, duas já estão em operação, e fazem parte do primeiro par- que híbrido do Brasil, que combina geração de energia solar fotovoltaica e eólica, onde 10 MW de potência são gerados por energia so- lar fotovoltaica. O ano de 2014 também teve grande volume de contratação de energia so- lar através de leilões, com a implantação de mais de 30 usinas da fonte, seguida por dois leilões adicionais em 2015, que contrataram por volta de 1000 MW de potência cada um. Atualmente são 99 usinas solares já contrata- das, representando um total de 3.300 MW de energia solar fotovoltaica e mais de R$ 12,5 bilhões em investimentos, que entrarão em operação até o final de 2018. O Sol promovendo sustentabilidade e segurança energética para o Brasil Geração distribuída e centralizada, leilões e incentivos fiscais contribuem para geração de energia solar fotovoltaica, além de fomentar o setor produtivo e promover o desenvolvimento social através de geração de emprego e renda ENERGIA LIMPA ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA: Rodrigo Lopes Sauaia Márcio Takata ©EnovaSolar©DivulgaçãoABSOLAR
  • 29. revistagbcbrasil.com.br 29mar-abr/16 DOSSIÊ SOLUÇÕES Geração distribuída em edifica- ções A geração distribuída se tornou um mercado competitivo para os grandes e adensados centros urbanos do país. O consumidor pode gerar sua própria energia através da utiliza- ção de sistemas solares fotovoltaicos nos te- lhados ou fachadas de edifícios, o que dimi- nui sua demanda por eletricidade da rede de distribuição. A característica mais marcante deste tipo de geração é a possibilidade deste consumidor fornecer energia limpa e renová- vel para a matriz elétrica do país, ao mesmo tempo em que economiza dinheiro, incentiva a geração de novos empregos e negócios na sua região, ajuda na proteção ambiental e ainda contribui para o desenvolvimento sus- tentável do país rumo a uma economia de baixo carbono. A resolução normativa nº 482 da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), insti- tuída em abril de 2012, divide a geração dis- tribuída em dois tipos, a micro e minigeração de energia. Com a revisão desta normativa através da resolução nº 687 da ANEEL, de novembro de 2015, as faixas de potência nominal foram ajustadas de 100 kW para 75 kW para microgeração, ao passo que a mini- geração teve sua potência nominal ampliada para a partir de 75 kW e até 5 MW. A revisão, qualificada como histórica por especialistas do setor, deve promover uma ampliação ex- ponencial no mercado de micro e minigera- ção ao longo dos próximos anos. Além disso, a revisão 687/2015, que entrou em efeito a partir de 1º de março de 2016, trouxe uma série de aprimoramentos estratégicos para incentivar a geração distribuída em residên- cias e edifícios de todo o país. Ao final de 2012, o Brasil possuía apenas três sistemas de micro e minigeração instalados e em 2013 este número aumentou 25 vezes, chegando a um total de 75 sistemas instala- dos em todo país. No ano de 2014, os siste- mas implantados deram um salto para 423 projetos. De 2014 para 2015 o crescimento de sistemas implantados foi de impressionantes 308% no segmento de micro e minigeração, atingindo a marca de 1731 sistemas. Atual- mente são mais de 1.900 sistemas instalados no Brasil, segundo dados da ANEEL, sendo que mais de 96% de todos os sistemas são da fonte solar fotovoltaica, a maioria em resi- dências e pequenos comércios. “Podemos dizer que a energia solar foto- voltaica é a tecnologia líder de mercado no segmento de micro e minigeração distribuí- da, em especial por ser a mais abundante do país, de fácil instalação e operação. A nossa expectativa para o ano de 2016 é de que este segmento cresça ainda mais fortemente do que no ano de 2015. A resolução normativa 687/2015 incorporou uma série de aprimo- ramentos regulatórios favoráveis ao desen- volvimento da micro e minigeração do Bra- sil”, afirma Rodrigo Sauaia. “Essa resolução posicionou o país na vanguarda, como uma referência internacional na área de promoção à geração distribuída a partir de fontes reno- váveis”, complementa. De acordo com Rodrigo Sauaia, qualquer empresa ou residência pode se tornar uma geradora de energia limpa e renovável, bas- tando para isso possuir um telhado adequa- do para a instalação de um sistema solar fotovoltaico. Um exemplo exposto pelo presi- dente executivo da ABSOLAR são as empre- sas comerciais e de serviços que não operam aos finais de semana. Neste caso, a empre- sa gera energia diariamente com o sistema solar fotovoltaico, porém consome a energia apenas durante os dias úteis semana. Ainda assim, enquanto a unidade não está em ope- ração, a energia gerada é injetada na rede de distribuição, ajudando a atender a demanda do bairro e da região. Este processo, além de contribuir com o meio ambiente, através da redução da demanda de eletricidade gerada por combustíveis fósseis, diminui as perdas do sistema elétrico nacional. No Brasil estas perdas chegam a representar quase 15% da demanda total de eletricidade, segundo dados oficiais EPE, e são ocasionadas pelo transporte da energia elétrica por milhares de quilômetros através das linhas de trans- missão e na distribuição. “Podemos reduzir essas perdas quando geramos a energia de forma distribuída e próxima do ponto de con- sumo, o que aumenta a eficiência técnica e econômica da matriz elétrica nacional, redu- zindo custos e aumentando a competitivida- de das empresas brasileiras”, explica. Compensação de energia elétrica A resolução normativa nº 482/2012 da ANEEL estabeleceu também o Sistema de Compen- sação de Energia Elétrica, que permite a ge- ração de créditos pela unidade consumidora com micro ou minigeração. O mecanismo simplificou a conexão da geração distribuída à rede de distribuição de energia elétrica e Fotos:Divulgação
  • 30. 30 mar-abr/16 rev/gbc/br DOSSIÊ SOLUÇÕES permitiu que a produção de energia exceden- te seja repassada à matriz, gerando “crédi- tos de energia”, válidos por 60 meses. Estes créditos podem ser posteriormente utilizados para abater a demanda desta unidade consu- midora, ou ainda de outras unidades consu- midoras da mesma pessoa ou empresa. De acordo com Márcio Takata, sócio-diretor da Enova Solar e professor do curso de Ener- gias Renováveis do Green Building Council Brasil, o sistema de compensação de energia é um avanço muito importante da normativa. “A geração de energia solar fotovoltaica em condomínios verticais é um grande desafio, pois geralmente na há área suficiente que permita geração de energia para todos os condôminos, geralmente a quantidade de energia gerada acaba atendendo somente as áreas comuns dos edifícios. Mas com a revisão da norma, abriram-se possibilidades para o setor, pois é possível instalar o siste- ma fotovoltaico em um local de maior área, maximizando a geração desta energia, além de proporcionar que esta energia seja utiliza- da em outro imóvel, desde que este seja do mesmo proprietário. Com isso o mercado de gerado de distribuída tende a cresce muito nos próximos anos”, destaca. O cliente pode usufruir deste benefício abaten- do o seu consumo na proporção de 1 kWh de energia gerada para 1 kWh de energia consu- mida. Esse modelo é chamado de medição líquida e conhecido internacionalmente como net-metering. Com ele, evitam-se os custos de armazenamento a energia elétrica gerada, que é repassada à rede para consumo imediato e eficiente. Desta forma, o país otimiza a gera- ção de energia para atender a demanda, pois o próprio consumidor contribui para a geração de parte da energia elétrica que o Brasil preci- sa, além de contribuir para a preservação dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas. Geração compartilhada Um novo modelo de geração de energia elé- trica inovador segundo Rodrigo Sauaia e, que alavanca o desenvolvimento do setor é a chamada geração compartilhada, estabe- lecida pela resolução normativa nº 687/2015. Ela funciona como um tipo de “compra cole- tiva” de energia solar fotovoltaica. Este novo modelo, com potencial de geração de novas oportunidades de negócios, poderia ser uti- lizado também junto a certificações susten- táveis, qualidade construtiva, redução de impactos ambientais, mesmo em empreen- dimentos que não possuem espaços fisica- mente projetados para comportar sistemas de geração de energia. Através da geração compartilhada, consu- midores de todos os tipos podem se reunir e investir em conjunto em um sistema solar fotovoltaico único e de porte maior. Com isso, é possível reduzir custos com o ganho de escala, tornando a energia solar fotovol- taica mais barata aos consumidores. “A ideia deste novo modelo é dinamizar e criar novas oportunidades e modelos de negócios para a participação da população brasileira na geração distribuída a partir de fontes renová- veis. A nossa expectativa é de que a energia solar fotovoltaica seja uma das principais fontes deste modelo, pelo interesse que a população tem. As análises de opinião públi- ca apontam que mais de 80% da população brasileira apoia e se interessa por energia so- lar fotovoltaica, o que favorece a integração desta fonte na nossa sociedade”, destaca o presidente executivo da ABSOLAR. Financiamentos e redução de im- postos para a cadeia produtiva Atualmente existe uma série de linhas de finan- ciamento destinados à instalação de sistemas solares fotovoltaicos em edificações. Alguns exemplos, incluem o BNB (Banco do Nordeste), que possui a linha de financiamento FNE Ver- de; o BNDES, que disponibiliza financiamentos para empresas com interesse em investir em projetos de sustentabilidade e podem ser uti- lizados tanto para eficiência energética quanto para geração de energia renovável, bem como oportunidades específicas de financiamento via agências e bancos estaduais, a exemplo dos Estados de São Paulo, Goiás e Pernambuco. Outros financiamentos voltados para o seg- mento são as linhas PROGER e PROGER Tu- Solarfotovoltaica Biogás Biomassa Eólica Hidráulica Solar/Eólica TOTAL Potência Total Instalada (kW) 18.000 16.000 14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 0 13.383 951 1.000 121 829 281 16.565 ENERGIA LIMPA Solarfotovoltaica Biogás Biomassa Eólica Hidráulica Solar/Eólica TOTAL Número de conexões por fonte 1.800 1.600 1.400 1.200 1.000 800 600 400 200 0 1.675 6 1 33 2 14 1.731 Fonte ANEEL Fonte ANEEL Fotos:Divulgação
  • 31. revistagbcbrasil.com.br 31mar-abr/16 DOSSIÊ SOLUÇÕES Você já pode reservar o seu exemplar. Ligue para 11 5078 6109 e saiba como receber seu Anuário em primeira mão. Valor especial de pré-lançamento. Lançamento Julho/2016 VIBEDITORAwww.revistagbcbrasil.com.br Anuário de Certificações GBC Brasil 2016 Não perca essa oportunidade de destacar a sua empresa no principal veículo de informação da construção sustentável! 11 5078 6109 | revistagbc@gbcbrasil.org.br Invista certo: garanta o seu espaço na publicação oficial do Green Building Council Brasil. A edição 2015 do Anuário de Certificações GBC Brasil reuniu mais de 60 projetos, 40 empresas e se tornou a publicação de referência do setor. Agora, em 2016, sua empresa vai encontrar informações completas e detalhadas sobre os empreendimentos certificados no ano passado, bem como dados e estatísticas sobre os selos LEED, tipologias, classificação. Opinião de especialistas e consultores sobre as perspectivas de um mercado em expansão. E o exclusivo Guia de for- necedores de soluções sustentáveis que contribuem para a certificação dos projetos. Imagensilustrativas
  • 32. 32 mar-abr/16 rev/gbc/br DOSSIÊ SOLUÇÕES ENERGIA LIMPArismo, a primeira com foco em pequenas e médias empresa, e a segunda voltada para o segmento de construções hoteleiras, ambos os programas são oferecidos pelo Banco do Brasil. Nas linhas Producard e Construcard da Caixa Econômica Federal, foi também in- corporada a energia solar fotovoltaica, a partir de 2014. A Caixa Econômica Federal também possui linha CAIXA BCD – Pessoa Jurídica – Eco Eficiência, que possui foco nas peque- nas e médias empresas. Segundo Sauaia, ainda existem as linhas de financiamento através do BNDES (Banco Na- cional de Desenvolvimento Social), que foca em equipamentos nacionalizados, bem como linhas através de bancos de fomento e fundos estaduais, além das várias oportunidades em bancos privados. “Já existem várias oportuni- dades disponíveis, incluindo bancos privados, que também investem em soluções no setor fotovoltaico” explica Rodrigo Sauaia. Apesar de diversas linhas de financiamento disponíveis para o segmento, Sauaia salienta que muitas opções ainda não estão alinhadas com as características de um projeto de lon- go prazo, como um sistema solar fotovoltaico. Para tanto, é necessário levar em considera- ção o baixo risco que um sistema como este traz ao longo dos anos. “Recomendamos aos entes financeiros que o produto financeiro em projetos deste tipo tenham entre oito e 12 anos de prazo de amortização, o que já é aplicado pelos bancos públicos. Além disso, deve-se levar em consideração que o sistema fotovol- taico é um equipamento de baixo risco, que opera robustamente por 25 anos e as taxas de financiamento precisam refletir esta caracterís- tica. Isso ainda não está aparecendo, pois os juros são muito elevados”, destaca. Questões tributárias também são barreiras para o crescimento do setor solar fotovoltai- co, devido aos impostos ainda elevados para este setor no Brasil, muito superior à carga tributária sobre equipamentos de outras fon- tes renováveis. De acordo com Sauaia, “a tributação faz toda a diferença. É uma forma de reduzir o preço médio da energia solar e aumentar sua competitividade de inserção na matriz elétrica brasileira. Buscamos igualda- de, sem prejuízo às demais fontes”, diz. Nesse tem também avanços importantes, com a isenção de tributos federais, como PIS e COFINS, que não incidem mais sobre a mi- cro e minigeração de energia. Com o aumen- to da tarifa de energia elétrica no país, combi- nado com a redução no custo da tecnologia, que teve uma queda de cerca de 70% e 80% nos últimos 10 anos no mundo, a energia solar fotovoltaica se tornou economicamen- te atrativa para os diferentes segmentos no país. “O benefício não fica só na geração de energia, mas também para as empresas que investem na obtenção de um selo, como o LEED do Green Building Council, pela sinali- zação junto à sua marca do reconhecimento e engajamento com temas ambientais e de sustentabilidade, além do impacto visual po- sitivo trazido por um sistema solar fotovoltai- co, além, é claro, da economia com a energia elétrica”, argumenta Sauaia. Desenvolvimento social e capaci- tação profissional A expectativa do setor é que com o desenvolvi- mento da energia solar fotovoltaica, o Brasil gere uma média de entre 25 a 30 empregos por MW instalado por ano. A previsão é que sejam ins- talados 3.300 MW de energia solar fotovoltaica até 2018, em uma média de pelo menos 1.000 MW por ano, o que corresponderia a cerca de 30 mil novos empregos gerados pelo setor. Ou- tra área importante é a formação profissional. Segundo Sauaia, o Brasil já tem profissionais com níveis técnico e superior voltados para a área de engenharia elétrica, mas muitos ainda não conhecem as especificidades da energia solar fotovoltaica. Por isso, é preciso trabalhar essas especificidades através de cursos de for- mação, aprofundamentos e parcerias acadêmi- cas. “A capacitação é um tema importante para o avanço do setor, mas é um tipo de trabalho que uma associação não faz sozinha, mas com parceiros, com universidades, escolas técnicas, SENAI, centros de formação, agências e entida- des do governo, entre outras”, conclui. Perspectivas que vão além dos compromissos Um dos grandes acontecimentos em prol da sustentabilidade do planeta ocorreu em Pa- ris, no final de 2015, com a COP21. As me- tas estabelecidas pelo Brasil em relação ao setor elétrico, são que o Brasil deverá gerar pelo menos 23% de sua demanda elétrica até 2030 a partir de fontes renováveis não- -hídricas, como, biomassa, eólica e solar. A energia solar fotovoltaica é um eixo importan- te desta meta, com a perspectiva de repre- sentar mais de 7% da matriz elétrica nacional. Apesar destes objetivos oficiais, Sauaia res- salta que as expectativas do setor vão além dos compromissos firmados. “Acreditamos que o Brasil reúne as condições necessá- rias para não apenas atingir, como também superar estas metas, em especial devido ao enorme potencial de fontes renováveis que o país possui. Por isso, entendemos que o Brasil pode inclusive ousar mais, realizando um trabalho de aceleração do uso de suas renováveis não-hídricas, ajudando inclusive a substituir parte da demanda de termelétricas muito poluentes e com custos elevados”, afir- ma. Segundo ele, a sinalização do Ministério de Minas e Energia é de buscar substituir em torno 15 mil MW das termelétricas mais anti- gas e caras, localizadas nas regiões nordeste e norte do Brasil, por energias renováveis nos próximos anos. Para o presidente executivo da ABSOLAR, a COP21 foi um primeiro passo de um trabalho mais amplo e abrangente que deverá ser de- senvolvido ao longo das próximas décadas. Sobretudo, foi uma sinalização muito impor- tante por parte dos mais de 190 países que estiveram reunidos aprovando, em comum acordo, essa meta internacional de transição para uma economia de baixo carbono e para a mitigação dos efeitos mais adversos das mudanças climáticas. “Neste âmbito, expec- tativa do setor solar fotovoltaico é de contri- buir com os governos ao redor do mundo na transformação da matriz energética global. A energia solar fotovoltaica é parte estratégica desta solução, contribuindo para atingirmos as nossas metas de redução de emissões de gases efeito estufa, trazendo geração de renda, empregos de qualidade, uso de tecno- logias cada vez mais eficientes, bem como, geração de valor econômico com sustentabi- lidade e consciência ambiental”, finaliza.
  • 34. 34 mar-abr/16 rev/gbc/br DOSSIÊ SOLUÇÕES D ando exemplo não somente através da teoria, a Enova Solar dissemina na prática o conceito e a importância do desenvolvimento de projetos solares fotovoltaicos para geração de energia limpa. A empresa especializada em soluções, serviços e capacitação na área de energia solar tem como premissa enraizada em seus valores ações como o compartilhamento de informações do setor através da capacitação profissional. Comprovando que o exemplo é um dos melhores meios de inserção do aprendizado na sociedade, a empresa tem instalado em sua sede o próprio sistema fotovoltaico que gera maior parte da energia consu- mida, e tem expectativa de começar a injetar o excedente de energia gerada na rede em um curto prazo. “Esse esquema de utilização de energia solar é muito interessante, que é o conceito de geração dis- tribuída, na qual você pode gerar energia no seu próprio local, casa, empresa, injetar essa energia quando ocorre um excedente, além de utilizar este crédito”, afirma Márcio Takata, diretor da Enova Solar. Com o foco em consultoria e capacitação profissional, a Enova Solar, busca fornecer a seus parceiros as ferramentas necessárias para o desenvolvimento de projetos solares através de treinamen- tos, workshop, cursos de capacitação alinhando conceitos teóricos e práticos. Além disso, a empresa oferece consultoria para o desen- volvimento de sistemas fotovoltaicos no segmento de geração distri- buída e projetos de porte, como as usinas voltadas para o segmento de geração centralizada. Esta consultoria abrange estudos de viabilidade, levantamento de po- tencial de geração solar, estudos de conexão de rede, elaboração de projetos e comissionamento. De acordo com Márcio Takata, existe uma escassez de conhecimento muito grande no setor e precisa ser abastecida, por este motivo a empresa fornece o Know How necessá- rio para o desenvolvimento do setor solar fotovoltaico. Márcio ressalta a importância da disseminação de conteúdo com transparência, apresentando ao mercado as novas tecnologias, operações dos projetos, informações sobre a evolução e cenário no setor através de cursos e treinamentos, ou seja, transmitir o conhe- cimento que as empresas e clientes precisam para desenvolverem seus próprios projetos. Só em 2015 a Enova Solar capacitou cerca de 580 profissionais, entre engenheiros, arquitetos e até mesmo em- preendedores. Segundo ele, em 2016 as expectativas vão além, com pelo menos 750 profissionais capacitados presencialmente. “Ajuda- mos as empresas entenderem quais são os caminhos. Este é o nos- so papel aqui, o compartilhamento de conhecimento. É um tema que tratamos com muito carinho”, enfatiza. Outra novidade e um avanço em relação à acessibilidade à capacita- ção profissional é a ferramenta de ensino a distancia oferecida pela empresa, com previsão para lançamento nos próximos dois meses, que contribuirá para alcançar o mercado em maior escala de profis- sionais. “Entendemos que este compartilhamento de conhecimento e experiências é algo muito significativo para o aquecimento do setor fotovoltaico, é o início de um relacionamento com os clientes e em- presas iniciantes neste mercado”, esclarece Takata. Para o diretor da Enova Solar, entidades e associações de fomento são fundamentais para disseminar este conhecimento e potencializar os procedimentos adequados nos projetos de geração de energia re- novável. Em especial, o GBC Brasil tem como base a educação e capa- citação profissional, pilar fundamental na trajetória da entidade no país. Além do setor solar fotovoltaico, a Enova Solar vem trabalhando mui- to com a parte de capacitação profissional de uma nova tecnologia chamada CSP (Concentraited Solar Power), que gera energia solar ENOVA SOLAR: Compartilhando conhecimento e experiências Com um Know How impressionante no setor fotovoltaico, a Enova Solar contribui para o crescimento do setor solar fotovoltaico através de capacitação profissional ENERGIA LIMPA
  • 35. revistagbcbrasil.com.br 35mar-abr/16 DOSSIÊ SOLUÇÕES através de uma grande concentração de calor direcionada através de espelhos para um ponto central do sistema. “Formamos a primeira turma de capacitação no sistema CSP em fevereiro, no Brasil, foram 18 engenheiros que se especializaram nesta tecnologia. Importante ressaltar que esse Know How também vem do apoio de profissionais da Alemanha, país que possui vasta experiência em capacitação do pessoal para este tecnologia”. Renovável não quer dizer sustentável A nossa matriz, embora renovável, devido a maior parte de geração de energia ser proveniente das hidrelétricas, não significa necessariamen- te que se trata de uma fonte sustentável de energia, segundo diretor da Enova Solar. Para ele é preciso, de fato, mudar a matriz energética brasileira e, de uma forma muito rápida diversificar os recursos. “A fon- te hidrelétrica continuará sendo extremamente importante para o país. É uma característica que está em nosso DNA. Por outro lado, não se pode concentrar 70% da geração em uma única fonte, pois é só parar de chover um pouco que já começamos a ficar preocupado”, alerta. De acordo com Takata, a sociedade começa a entender a importân- cia da geração distribuída da energia solar, e que esta diversificação dos recursos é fundamental para atingir maior grau de sustentabili- dade e segurança para a matriz energética brasileira. Por isso, várias medidas que estão sendo tomadas, começou na Resolução Norma- tiva n° 482/12, que definiu os critérios de conexão a rede, e vem se desenvolvendo ainda mais com a nova revisão da normativa. Energia solar no Brasil e no mundo O Brasil possui um potencial muito favorável para geração de energia solar. Segundo Márcio Takata, o nível de irradiação em nosso país é no mínimo 30% melhor do que em outros países. Mas, apesar des- ses países possuírem pouco recurso solar, já estão muito à frente do Brasil em relação ao desenvolvimento da geração de energia solar fotovoltaica. O diretor da Enova Solar explica que o motivo pelo qual o mercado brasileiro ainda não avançou neste sentido, apesar de sua capacidade de alta irradiação em praticamente todo o país, é que o tema ainda e muito jovem. A Alemanha está neste mercado há mais de 20 anos, e vem trabalhan- do não somente a questão da energia solar, mas o conceito de gera- ção distribuída. Outro país que se destaca em relação à energia solar é a China, que detém um quarto das instalações fotovoltaicas mundial, contando com as novas instalações. Japão e Estados Unidos também vêm crescendo fortemente no setor, pois são países que já trazem em sua cultura a ideia de gerar sua própria energia. “É uma tecnologia mais sustentável, epermite menores volumes de perdas devido à gera- ção de energia ocorrer próximo ao local de consumo, isso representa uma maior independência de outras fontes, sobretudo nesses países, que a fonte de geração é fóssil, extremamente poluente. Então, são alguns fatores que fizeram eles começarem antes”, destaca. Apesar de um mercado ainda pequeno, o Brasil possui um poten- cial gigantesco, que atrai, mundialmente, o interesse de fabricantes e empresas do setor. Isso contribui para a geração e parceria de negócios entre empreendedores e corrobora cada vez mais para o aquecimento do setor fotovoltaico no país. Fotos:DivulgaçãoEnovaSolar Treinamento e capacitação na Enova Solar
  • 36. 36 mar-abr/16 rev/gbc/br DOSSIÊ SOLUÇÕES CASE: Templo Budista Kaidozan Shoboji Um case interessan- te entre os projetos da Enova Solar é o Templo Budista Kai- dozan Sho- boji locali- zado na Vila Mariana. O templo, que foi inaugura- do em 2005, possui um sistema solar fotovoltaico que en- trou em funcionamento em maio de 2015. O sistema foi desenvolvido pela empresa He- lenium Services, empresa responsável pelo desenvolvimento do projeto inicial, e teve o apoio da Enova Solar para um processo de consultoria, que viabilizou a adaptação e acompanhamento do sistema para a nova le- gislação bem como o processo de conexão com a rede elétrica adotando o conceito de geração distribuída. Outra organização que teve papel importante na implementação do projeto foi a empresa Quality Air Climatiza- ção, que executou grande parte da obra civil e elétrica, tais como, instalação de estrutura metálica, módulos, inversores, quadros, fia- ção e alvenaria. O sistema solar fotovoltaico do templo bu- dista conta com 42 módulos fotovoltaicos instalados em uma área de 70 metros qua- drados na área térrea do empreendimento. De acordo com Elena Yakovenco, diretora da Helenium Services, o sistema possui capaci- dade de gerar 235 kw/h através de cada mó- dulo, resultando em uma geração de apro- ximadamente 10 kw/h de energia ao todo. “O consumo de energia do edifício reduziu aproximadamente em 10 vezes, chegando a economizar até 100% da energia fornecida pela distribuidora”, afirma Elena Yakovenco. “Desde o início o sistema foi planejado como planta conectada à rede elétrica e, conse- quentemente, a instalação do equipamento net metering, que calcula o excesso de ener- gia gerada na rede”, complementa. Foram investidos entre R$ 120 mil e R$ 130 mil reais para a implantação do sistema fo- tovoltaico no templo. A expectativa para o re- torno do investimento, segundo Elena Yako- venca, é de cerca de 10 anos. Porém, ela relembra que, o custo dos equipamentos ad- quiridos há quatro anos eram maiores, visto estar diante a um mercado jovem bem como a necessidade da importação de alguns equi- pamentos que não eram produzidos no Bra- sil. “O investimento para esta instalação hoje seria menor, o que resultaria em um prazo menor de retorno de investimento”, conclui. •Potenciainstaladade9.87kWp •42módulosmonocristalinosBosch235kWp •3inversoresSMASunnyBoy3000HF-30 • Sistema de medição ambiental, monitoramento re- motodaplanta •ConexãoaredeemMaiode2015 •Reduçãoemaprox.10vezesoconsumodeenergia Templo Budista Kaidozan Shoboji, Rua Luís Góis, 504 - Vila Mariana, São Paulo ENERGIA LIMPA Márcio Takata Enova Solar “A FONTE HIDRELÉTRICA CONTINUARÁ SENDO EXTREMAMENTE IMPORTANTE PARA O PAÍS. É UMA CARACTERÍSTICA QUE ESTÁ EM NOSSO DNA. POR OUTRO LADO, NÃO SE PODE CONCENTRAR 70% DA GERAÇÃO EM UMA ÚNICA FONTE, POIS É SÓ PARAR DE CHOVER UM POUCO QUE JÁ COMEÇAMOS A FICAR PREOCUPADO” ©DivulgaçãoEnovaSolar Elena Yakovenca ©HeleniumServices ©DivulgaçãoHeleniumServices DOSSIÊ SOLUÇÕES 36 mar-abr/16 rev/gbc/br
  • 37. revistagbcbrasil.com.br 37mar-abr/16 DOSSIÊ SOLUÇÕES A capacitação profissional qualificada vem se tornando requisito cada vez mais forte quando se fala em sus- tentabilidade. O diferencial do profissional que possui qualificações específicas para construção de edifícios verdes é cada vez mais valorizado pelas empresas in- vestidoras no setor da construção civil. Profissionais do setor estão atentos a esta demanda e procuram se especializar assumindo o compromisso de projetar e construir cada vez melhor e com maior eficiência. Um dos temas que vem se evidenciando no setor da construção civil brasileira é a utilização de geração de energia através de fontes re- nováveis, que deixou de ser uma solução para o futuro, tornando-se uma das principais alternativas para a questão energética nas cons- truções. A mais comum encontrada nas construções de edifícios é a geração de energia solar - normalmente gerada através de placas fotovoltaicas. Outras fontes de energia são: energia eólica – que utili- za o regime de ventos -, além da geração de energia através de siste- mas dos próprios edifícios – tais como cogeração que produz energia através de gás natural -, regenerativa – que utiliza o calor gerado nos sistema de elevadores-, entre outras. O GBC Brasil vem fazendo um trabalho forte, dentro do quesito capa- citação, nos últimos anos. Entre os diversos cursos que a organiza- ção oferece existe o de Energias Renováveis em Edifícios Sustentá- veis. O curso é destinado aos profissionais das áreas de engenharia, arquitetura, incorporadores, empreiteiros, representantes de entida- des de classe, bem como profissionais da área de meio ambiente. O conteúdo do curso contempla os seguintes temas: Panorama da Energia no Brasil; Sustentabilidade e Energias Renováveis; Energias Renováveis no processo de certificação de Prédios Sustentáveis; Tecnologias; Energia Solar Térmica; Energia Solar Fotovoltáica; Ener- gia Eólica; PCHs; Geotérmica; Solar Cooling; Cálculo de Demanda e Dimensionamento; Estudos de Casos; Debates finais. A metodologia de ensino é feita através exposição dialogada áudio/ visual, aulas práticas, além de fornecerem o material para o curso. Fontes de energias renováveis em alta GBC Brasil oferece capacitação para utilização de energias renováveis em edifícios sustentáveis Para mais informações sobre o curso acesse: gbcbrasil.org.br/cursos.php.
  • 38. 38 mar-abr/16 rev/gbc/br inovação ENERGIA ZERO: O FUTURO DA CONSTRUÇÃO CIVIL inovação 38 mar-abr/16 rev/gbc/br
  • 39. revistagbcbrasil.com.br 39mar-abr/16 inovação A autossuficiência energética tem ganhado destaque nos debates sobre sustentabilidade devido ao aumento do preço da conta de energia, atenção com o aquecimento global e os atuais problemas climáticos. Uma proposta bastante atrativa sobre este tema são os edifícios de energia zero, mais conhecidos como ZEBs (zero ener- gybuildings), aqueles que produzem, ao longo do ano, uma quantidade de energia maior ao que consomem. Além disso, diminuem os gastos com energia e ao usar recursos alterna- tivos, também diminuem as emissões de gases do efeito estufa. Eles vêm sendo introduzidos no planejamento energético de diversos países do mundo, como Alemanha, Noruega e Estados Unidos. A Cali- fórnia, por exemplo, determinou recentemente, que os edifícios residen- ciais tenham energia zero até 2020 e os comerciais até 2030. Principaisfontesalternativasdeenergia: Energia solar – por meio de painel fotovoltaico, que podem ser instalados nos te- lhados; ou aquecimento de água, através de coletores solares que aquecem a água. SegundooBoletimdeTendência,doSebraeInteligênciaSetorial,umadastendências energéticasatuaisnoBrasiléautilizaçãodeplacassolaresemfachadasejanelas,que captamenergiasolarepossibilitamamicroeminigeraçãodeenergia. Energia eólica - é gerada pela força dos ventos e possui custo competitivo quando comparadoaodastermoelétricas,nuclearesehidrelétricas.UmlevantamentodaAs- sociaçãoBrasileiradeEnergiaEólica,feitoem2014,consideraoRioGrandedoNorteé oEstadoquemaisproduzenergiaeólicanopaís. Em 2013, uma Norma Resolutiva (482/2012) da Aneel - Agencia Nacional de Energia Elétricaestabeleceuregrasparaamicroeaminiproduçãodeenergia,deaté100kW eentre100kWe1.000kW,respectivamente,permitindoaosconsumidoresageração desuaprópriaenergia. AindasegundoaAneel,atéjunhode2015,jáhavia725sistemasdeenergiarenovável implantadosnoBrasil,sendo681fotovoltaicos,4biogás,1biomassa,11solar/eólica, 1hidráulicoe27eólicos. ©LeonardoFinotti Por Bruna Dalto
  • 40. 40 mar-abr/16 rev/gbc/br inovação No Brasil este conceito já vem sendo discutido e implantado, conforme veremos a seguir. Mineirão O estádio Governador Magalhães Pinto, o famoso Mineirão, recebeu a Usina Solar Fotovoltaica (USF) em maio de 2013, com potência insta- lada de 1,42 MWp e cerca de 6.000 módulos fotovoltaicos. A Usina foi construída pela Cemig - Companhia Energética de Minas Gerais, em parceria com a Minas Arena (empresa responsável pela administração do estádio) e o banco alemão KfW e toda a sua energia gerada é man- dada à rede de distribuição da Cemig, porém 10% dessa energia deve retornar para ser utilizada dentro do Estádio. A área utilizada para a instalação dos painéis fotovoltaicos é de cerca de 9.500 m² na cobertura do estádio. E em apenas dois meses de fun- cionamento, a USF gerou mais de 300 MWh, o suficiente para abaste- cer, em média, 1200 residências durante esse período; o que tornou a unidade a maior usina em cobertura do país e uma das maiores insta- ladas em arenas esportivas do mundo. Também foi adotada na estratégia de eficiência energética sistemas eficientes de ar condicionado (Central de água gelada e VRF), além das baixas densidades de potência e iluminação, o que permite uma redução de 45,83% no custo de energia em relação ao baseline. O gás utilizado nos sistemas de condicionamento de ar foi selecionado cuidadosamente para minimizar o impacto na camada de ozônio e no aquecimento global. O projeto também contém medidores de energia capazes de monitorar o seu consumo de acordo com o uso final dos sistemas prediais. Esses medidores estão conectados numa central de automação para que a equipe de operação possa monitorar o consumo de energia em tempo real e tomar ações corretivas no sistema. A obra conquistou a pontua- ção máxima da certificação LEED NC, nível Platinum. ECB Bayer Considerado o primeiro edifício a gerar 100% da sua demanda de ener- gia, o EcoCommercialBuilding da Bayer possui um sistema energético controlado por uma célula que mede em tempo real a geração e a utili- zação dessa energia, devolvendo o excedente para a rede na utilização em outros edifícios. ©RodrigoLima inovação
  • 41. revistagbcbrasil.com.br 41mar-abr/16 inovação Em sua construção, foram escolhidos materiais de alta performance. As coberturas e as fachadas são feitas com chapas de policarbonato. O ma- terial permite que a luz natural seja aproveitada, retendo até 50% do calor. Painéis com núcleo de poliuretano (PU) garantem o isolamento térmico do edifício, reduzindo até 90% o calor transmitido por coberturas e pa- redes. Além disso, a tecnologia diminui significativamente a espessura de isolamento e possibilita grande velocidade de execução. Também possui isolamento térmico em spray de secagem rápida, no qual o material é aplicado em coberturas e fachadas existentes para garantir maior conforto térmico e menor consumo de energia, sem in- terromper a operação do edifício. Os sistemas de automação e con- trole funcionam em tempo real, a fim de garantir menor consumo de energia, melhor aproveitamento de luz e ventilação natural. Além de tecnologia para utilização de energia solar. Segundo João Vieira, Gerente Sênior de Construção e Sustentabilida- de da Cushman&Wakefield, Consultoria responsável pelo processo de certificação LEED, as técnicas construtivas utilizadas foram de estrutu- ra modular. “Ou seja, o edifício pode sofrer manutenção e reforma sem grandes esforços, além de contar com materiais leves e baratos, se comparados ao custo de demolições e nova construção de estrutura”. CatuçabaEcovila Devido à sua localização, numa altitude 1.500m, em uma pequena al- deia a 150 km de São Paulo, a casa não está conectada à rede elétrica, o que torna necessário ter a produção e armazenamento de energia no local. O Studio MK27, então, desenvolveu-a 100% autossuficiente emgeração de energia, água e tratamento de esgoto, ou seja, total- mentesustentável. A análise climática foi o ponto inicial para alcançar tal objetivo, devi- do ainfluência no comportamento térmico das habitaçõese o poten- cial energético que representa. A forte relação com a natureza local, os ventos, as chuvas e o sol, abundante na maior parte do ano, é o que permite a autonomia na geração de energia. “O ECB É O EXEMPLO DE COMO UM EDIFÍCIO URBANO PODE TER SUSTENTABILIDADE SEM ABRIR MÃO DA SOFISTICAÇÃO E DO GERENCIAMENTO DOS RECURSOS” João Vieira, Gerente Sênior de Construção e Sustentabilidade da Cushman&Wakefield Fotos:©LeonardoFinotti
  • 42. 42 mar-abr/16 rev/gbc/br inovação Segundo o estudo "Integração de Sistemas de Energia Renovável com Arquitetura Contemporânea em uma Residência Zero Energia no Sudeste Brasileiro"*, o sistema de produção e armazenamento de eletricidade proposto é constituído por um painel fotovoltaico, um ge- rador de energia eólica e um banco de baterias. Já o sistema de água quente sanitária conta com painéis solares, um tanque de armazena- mento de água quente e um aquecedor de água de condensação a gás. O sistema solar térmico foi dimensionado de acordo com a regulação térmica brasileira de edifícios (Inmetro, 2012) e os dados de radiação foram obtidos a partir do banco de dados de radiação solar brasileira (CRESESB, 2014). *Produzido por Ana Filipa Silva1 , Maria M. Lerer2 , Lair Reis3 e Guilherme Carrilho da Graça1 1 Instituto Dom Luiz, Universidade de Lisboa, Portugal 2 NaturalWorks, Portugal 3 Studio MK27, São Paulo, Brasil Esquemadeproduçãodearmazenamentodeenergia Fotos:©StudioMK27
  • 43. revistagbcbrasil.com.br 43mar-abr/16 inovação Melhores estratégias de otimização energética, segundo o Masterplan energético assinado pelo engenheiro Guilherme Carrilho da Graça, da Na- turalWorks: Inverno:promoveroaproveitamentodaradiaçãosolardeformaareduzir asnecessidadesdeaquecimentoeiluminaçãoartificial;isolartermicamente aenvolventetérmicaparalimitarasperdasdecalor;promoveraestabilida- dedatemperaturainterioratravésdainérciatérmica. Verão:sombrearadequadamenteosvãosduranteoperíododeincidência solar;combinaraventilaçãonaturalcomainérciatérmicaparatirarpartido da capacidade de arrefecimento noturno; assegurar umforte isolamento térmico da cobertura, que é a superfície opaca em que a incidência solar é maispenalizadora. Temos como Missão, criarmos um habitat mais integrado com o ser humano, através da prestação de serviços diferenciados nos mercados da construção e desenvolvimento imobiliário. Quem Somos: Arquitetura e Urbanismo desenvolve um trabalho criterioso voltado a busca contínua da qualida- de, atendendo prazos e custos propostos. A Natureza destas atividades vai desde a Pesquisa e Aná- lise de Restrições, Programação, Pré-Dimensionamento e Planejamento Físico, ao Projeto Arquite- tônico Completo, o Projeto de Reforma, o Projeto de Arquitetura de Interiores, Planos Urbanísticos e de Paisagismo, a Coordenação de Projetos Complementares, Fiscalização e Acompanhamento da Obra e Desenhos de Apresentação. Asau – Arquitetura e Urbanismo Projetos que atendem suas necessidades: Comercial, Residencial e Industrial. Projetos • Arquitetura Sustentável • Arquitetura Residencial, Comercial, industrial • Design de Interiores e Decoração • Paisagismo e urbanismo • Loteamentos Consultoria • Gerenciamento de Projetos e Obras • Paisagismo, Design e Decoração de interiores • Perícia Judicial (Engenharia e Ambiental) • Licenciamento Ambiental • Estudo de viabilidade econômica para empreendimentos imobiliários • Projetos de engenharia (topografia, instalações em geral etc.) • Consultas técnicas para Arquitetura e Engenharia Contatos Rua Doutor José Roberto Freire, 206 Centro - Itaguaí, 23815-203 Tel: 55 (21) 2688-3229 Email: atendimento@asau.com.br www.asau.com.br www.facebook.com/asauarquitetura
  • 44. 44 mar-abr/16 rev/gbc/br desempenho P ensando em sustentabilidade no planejamento de um Centro de Distribuição, a princípio a primeira grande diferença entre as construções sustentáveis e convencionais é a dimensão e extensão da área que se deve ser analisada, projetada e, consequentemente executado. No caso do investimento em soluções sus- tentáveis, especificamente nas áreas de cli- matização, tais como, instalação de sistemas de ar condicionado, ventilação mecânica, en- CLIMATIZAÇÃO EM CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO tre outros, se tornou um desafio ainda maior dependendo da complexidade do projeto. De acordo com o diretor da Newset, Eduar- do Rodovalho “Nos centros de distribuição como em qualquer projeto, os cuidados com a operação adequada e eficiente, levando o conforto aos usuários traduzindo em um aumento de produtividade dos funcionários, alinhado a um projeto explorando ao máximo os recursos e as soluções naturais, agrega ao projeto um grande diferencial e destaque junto a concorrência.” NEWSET: Investimentos em ações sustentáveis tomadas na concepção e instalação de sistemas de ar condicionado e ventilação mecânica em centros de distribuição Prologis CCP Dutra