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1
BRASIL
Construindo o
Brasil que queremos
GBC Casa & Condomínio
ANO 1 / Nº 1 / JUNHO DE 2019
GBC
ANUÁRIO
2019
GBC BRASIL - ANUÁRIO 20192 GBC BRASIL - ANUÁRIO 20192
3
GBC BRASIL - ANUÁRIO 20196
7
Em operação desde março de 2018, o centro de distribuição da Coca-Cola em Uberlandia (MG)
é o primeiro do grupo a ser Zero Água e Zero Energia. O edifício é autossuficiente, ou seja, gera no
próprio local toda a energia que precisa, trata, reutiliza e infiltra 100% dos efluentes e reaproveita água
da chuva coletada em uma cobertura de mais de 60.000 m2
. Nossos clientes redefinindo o possível.
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mercado de construção civil, garantindo
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projetos, feitos com segurança e cuidado
com o meio ambiente.
GBC BRASIL - ANUÁRIO 201912
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PRIORIDADE NO PLANEJAMENTO
DOS EMPREENDIMENTOS GLP
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e soluções integradas que geram valor para seus clientes.
Respeitamos o meio ambiente, planejando galpões que reduzem custos de energia, reutilizam
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entre os quais 12 estão no Brasil. Seja na construção ou nas operações diárias, pensar de forma
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13
GBC
ANUÁRIO
2019
BRASIL
GBC Casa & Condomínio
ANO 1 / Nº 1 / JUNHO DE 2019
GBC BRASIL - ANUÁRIO 201914
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OS NÚMEROS SÃO EXPRESSIVOS.
O ATENDIMENTO É SOB MEDIDA.
15
Construindo o Brasil que queremos –
um tributo aos heróis que edificam
nosso movimento
O movimento das construções verdes no Brasil ganhou musculatura para alcançar um
patamar mais elevado no país. No mundo, nosso setor movimenta cerca de US$ 1 trilhão
por ano, e poderá ser responsável pela geração de quase sete milhões de novos empregos,
diretos e indiretos, em todos os níveis de atuação, até 2030.
Trata-se do setor que mais contribui para os objetivos de desenvolvimento sustentável
das Nações Unidas, além de ser a principal solução para nortear os desafios hídrico e
energético do nosso país.
Atualmente, sinônimos de negócios mais rentáveis, tornaram-se comuns no mercado
brasileiro estudos que atestam resultados econômicos. De acordo com recente estudo
feito por pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Odilon Costa e Wesley Silva,
edificações comerciais certificadas LEED, em São Paulo, promovem uma valorização por
metro quadrado na comercialização do aluguel de 4% a 8%.
Outro estudo recente, divulgado pela universidade de Harvard (EUA), sobre co-benefícios
das edificações LEED no Brasil concluiu que, em um intervalo de 15 anos, a cada R$ 1,00
economizado em energia, R$ 0,39 centavos são revertidos em ganhos com saúde e
Felipe Faria
CEO do Green Building
Council Brasil e presidente
do Comitê dos GBCs
das Américas pelo World
Green Building Council   
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GBC BRASIL - ANUÁRIO 201916
benefícios climáticos. E considerando um universo de 1.340 empreendimentos registrados
para receber a certificação até o momento, sugerem uma economia real de R$ 931 milhões
em redução de energia, R$ 41 milhões na redução de impactos climáticos negativos e
outros R$ 319 milhões com a redução de poluição do ar. O que os números revelam?
Menos visitas a hospitais, menos faltas ao trabalho, estudos ou qualquer outra atividade.
Nosso movimento é tão relevante que a Organização das Nações Unidas (ONU), durante a
COP 21, nos lançou o desafio de criarmos uma ferramenta que contribuísse, de maneira mais
intensa, para o estímulo a edificações autossuficientes em energia. Após análises e estudos,
lançamos o GBC Zero Energy, ferramenta que premia a edificação que, ao longo de 12
meses, gerou a mesma quantidade de energia que consumiu, pela alta eficiência energética,
produção de energia renovável on site e off site. E detalhe, com viabilidade financeira. Além
disso, frisa-se que só foi possível aceitar este desafio pois nossas empresas e profissionais estão
priorizando o planejamento, a melhor técnica, ganharam experiência e maturidade. Nossa
expectativa é finalizar 2019 com 40 edificações registradas no GBC ZERO ENERGY.
Esta maturidade, inclusive, nos fez refletir sobre o amadurecimento do movimento green
building no país, e de que maneira ele poderia impactar direta e decisivamente em todas as
camadas da população e mercado. A partir de 2017, lançamos a certificação GBC Casa &
Condomínio para ser empregada em projetos multifamiliares verticais. A ferramenta possui
alguns pilares fundamentais que têm atraído a atenção de investidores e desenvolvedores a
investirem neste tipo de empreendimento: conforto, saúde e bem-estar; economia operacional
e manutenção; verificação adicional de qualidade; vantagens econômicas para investidores e
proprietários. Em menos de dois anos, temos mais de 60 empreendimentos registrados nessa
categoria, com 10 certificações. Essa modalidade crescerá de forma célere frente o advento de
incentivos financeiros que serão lançados para o mercado, ainda em 2019.
Porém o diferencial deste movimento que destaco no começo de 2019, é sua resiliência
aos desafios e externalidades que pressionaram a economia brasileira nos últimos anos,
em especial a construção civil. Continuamos na quarta posição no ranking dos dez países
e regiões fora dos EUA com a maior área certificada LEED. Trata-se de um ranking de
* Metros Quadrados Brutos em milhões. Dados de Dezembro de 2018.
**Os Estados Unidos, onde LEED foi criado, não está no ranking, mas se mantém como o maior Mercado para o LEED
no mundo, sendo que há inúmeras políticas públicas incentivando estas edificações nas diversas esferas de Governo”.
17
mercado que usa o LEED para criar espaços mais saudáveis para as pessoas, além de usar
menos água e energia, reduzir as emissões de carbono e economizar recursos financeiros
para famílias e empresas. Seguimos em quarto lugar com mais de 530 projetos certificados
LEED, totalizando quase 17 milhões de metros quadrados de espaços certificados.
A manutenção dessa posição, mesmo enfrentando um período complicado para economia,
é mais uma vitória para o movimento de construções sustentáveis. A posição consolida o
fato dessas edificações serem a melhor opção de negócio do mercado imobiliário. Somente
as melhores opções crescem na crise. Os green buildings cresceram porque são essenciais,
diferenciados, porque alocam os recursos com maestria, aumentam a produtividade e
investem em funcionários.
Em 2018, de janeiro a dezembro, foram 88 registros (três vezes mais que o ano anterior)
de empreendimentos que pleitearam certificação LEED. Apenas no ano passado, o GBC
Brasil registrou 22 empreendimentos na categoria LEED ID+C, voltado especialmente
para projetos de interiores em escritórios comerciais, lojas de varejo e estabelecimentos
de hospedagem, como hotéis, motéis, pousadas ou qualquer outro estabelecimento que
forneça alojamento. Já o LEED O+M, criado para certificar edificações já existentes, recebeu
39 pedidos de registros.
Fato é que hoje nós somos relevantes como movimento. Vivemos um momento histórico
para o movimento. Fazemos parte de uma verdadeira revolução no mercado de uma
maneira geral. Temos dado respostas rápidas para a preservação de nosso planeta. Nós,
do GBC Brasil, temos a convicção que, ainda nessa geração, progressivamente, todos irão
morar, trabalhar e estudar em uma edificação sustentável.
E os heróis de tudo isso são nossos profissionais, apaixonados pelo propósito do
movimento, persistem e se policiam para blindarem seus pensamentos de conflitos,
mesmo quando bombardeados de notícias pessimistas, e realizam a crescente elevação do
padrão do mercado, no qual a melhor técnica passa a vencer os melhores contatos; e o
planejamento é maximizado de modo a alcançar a eficiência em sentido amplo.
Ademais, como tudo se inicia com conceituação integrada de projeto, arrisco a afirmar que
essas lideranças possuem aptidão para atuação colaborativa, com certo grau especial de
altruísmo. Não se sentem melhores por terem encontrado o caminho do melhor modelo de
negócio, e sim mais responsáveis, retornando às bases para auxiliar a capacitar e engajar
tantos outros profissionais, mesmo que concorrentes, pois sabem que a transformação que
desejam para o mercado e a continuidade da evolução dos seus negócios, dependem do
engajamento de todos.
Nós do GBC Brasil agradecemos imensamente a possibilidade de trabalhar e contribuir com
profissionais e empresas, que de forma colaborativa, trabalham por propósito, para um
movimento, em que todos saiam ganhando.
Felipe Faria
CEO do Green Building Council Brasil
Presidente do Comitê dos GBCs das Américas
pelo World Green Building Council
GBC BRASIL - ANUÁRIO 201918
Construindo o Brasil que queremos 12
Conceito Zero Energy é democrático e economicamente viável 20
O futuro começa em casa 24
Desempenho sob controle 28
Eficiência no uso da água 34
Nada se perde, tudo se transforma 40
Construindo um futuro melhor 44
Apresentação de Mahesh Ramanujam 46
Certificação Guiaderodas 50
Bresco conquista certificação B Corporation 52
GBC Brasil Certificações LEED 2017 58
GBC Brasil Certificações LEED 2018 148
GBC Brasil Certificações Casa & Condomínio 208
GBC Brasil Certificações Zero Energy 230
Projetos, Produtos e Serviços 244
Evento Greenbuilding Brasil 2018 278
Os Projetos que buscam a certificação LEED são analisados por
9 dimensões. Todas possuem pré-requisitos e créditos que a medida que atendidos,
garantem pontos à edificação. Os níveis são: Certified, Silver, Gold e Platinum.
Categorias da versão 3 (2009):
LEED NC (New Construction), LEED CS (Core and Shell),
LEED HC (Healthcare), LEED for Schools, LEED for Retail,
LEED EBOM (Existing buildings operation and maintenance),
LEED CI (Commercial Interiors), LEED ND (Neighborhood).
Categorias da versão 4 (versão atual):
LEED BD+C: New Construction; Core and Shell; Schools; Retail; Healthcare;
Data Centers; Hospitality; Warehouses and Distribution Centers.
LEED O+M: Existing Buildings; Data Centers; Hospitality; Warehouses and Distribution
Centers; Schools; Retail.
LEED ID+C: Commercial Interiors; Retail; Hospitality.
LEED ND: LEED ND: Plan; LEED ND: Built Project.
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São Paulo
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GBC BRASIL - ANUÁRIO 201920
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CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Presidente GBC Brasil
José Moulin Netto
Presidente, Conselho Administrativo do GBC Brasil
Vice-Presidente GBC Brasil
Paula Tauil
Diretora de Novos Negócios e Inovação,
Cyrela Commercial Properties (CCP)
MEMBROS DO CONSELHO
Raul Penteado
Diretor do Conselho Adminstração, Deca
Carlos Bittencourt
Presidente, Bresco
Ednelson Ivantes
Diretor Executivo, Plaenge Industrial
Gisela Pinheiro
Vice-Presidente, BASF
Luiz Cabral
Presidente, Johnson Controls e Hitachi
Marcos Bensoussan
Sócio-Diretor, Setri
Martin Jaco
CEO, BR Properties
Paulo Mancio
Senior Vice-Presidente, Accorhotels
Paulo Perez
Diretor, Saint Gobain
Roberto Aflalo
Sócio-Diretor, Aflalo Gasperine
Virgínia Sodré
Sócia-Diretora, Infinitytech
Manoel Gameiro
Ex-Presidente GBC Brasil
CEO Green Building Council Brasil
Felipe Faria
DIRETOR EXECUTIVO
Jacques Rutman jacques@jjcarol.com.br
PROJETO GRÁFICO Jackie Carol
REDAÇÃO Nanci Corbioli - MTb 21838/SP
REVISÃO Rafaela N.
CONTATO COMERCIAL Cássio Rogério Moura
RESPONSÁVEL DO GBC Ágatha Carvalho
Capa: Jackie Carol e Fred Meyer
ANO 1 / Nº 1 / JUNHO DE 2019
As imagens e textos que não estão creditados são de divulgação
das empresas, que assumem a responsabilidade sobre os respectivos
copyrights. As matérias de autoria de colaboradores e anunciantes
não refletem, necessariamente, a opinião da Editora. Todos os
esforços foram feitos para reconhecer os direitos autorais das
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informação relativa a autoria, titularidade e/ou outros dados,
se comprometendo a incluí-los em edições futuras.
CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS:
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GBC BRASIL - ANUÁRIO 201922
Conceito Zero Energy
é democrático e
economicamente viável
Brasil é o segundo país a ter
edificações Zero Energy, atrás
somente do Canadá. Já são
22 projetos em processo de
certificação e sete certificados.
Durante a Conferência das Nações Unidas sobre
as Mudanças Climáticas (COP 21), realizada em
2015 em Paris, foi selado um acordo histórico
com o objetivo de reduzir mundialmente a
emissão de carbono para conter os efeitos das
mudanças climáticas. Denominado Acordo
de Paris, ele foi aprovado por 195 países e
estabeleceu como meta um grande esforço
coletivo para limitar o aquecimento global a
menos de 2ºC até 2100.
Representações do World GBC e dos 74 Green
Building Councils no mundo, que juntos contam
com mais de 27 mil empresas associadas,
estiveram presentes à COP 21 e assumiram o
compromisso de criar o programa Zero Energy
a fim de zerar a emissão de carbono decorrente
da atividade da construção civil. “A ideia é que
todas as novas edificações e grandes reformas se
tornem Net Zero a partir de 2030, e que 100%
dos edifícios se tornem Net Zero até 2050”,
completa Maíra Macedo, gerente de relações
institucionais e governamentais do GBC Brasil
e líder do desenvolvimento da certificação Zero
Energy no país. “Como o Brasil é liderança em
empreendimentos LEED, fomos convidados a
integrar o comitê internacional, composto por
10 GBCs nacionais, para ajudar a desenvolver o
programa Advancing Net Zero”, explica Maíra.
O passo seguinte foi a instituição do comitê
nacional para a elaboração da ferramenta de
certificação no Brasil, o que contou com o apoio
do Ministério do Meio Ambiente, do Instituto
Clima e Sociedade, do Instituto Totum e de um
comitê técnico altamente qualificado, composto
por representantes das faculdades de arquitetura
(FAU) e de engenharia civil (Poli) da USP e de
entidades como Associação Brasileira de Energia
Solar Fotovoltaica (Absolar), Associação Brasileira
de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e
Aquecimento (Abrava), Sinduscon SP e Secovi-
SP, além de diversas empresas de soluções em
energia. A ferramenta é nacional e pode ser
aplicada em todo o território brasileiro sem a
necessidade de adaptações.
Características da certificação
Segundo o conceito do Green Building Council
Brasil, “Zero Energy Building (ZEB) é o edifício
que comprova que o consumo de energia local
da operação anual é zerado por uma combinação
de alta eficiência energética e geração de energia
por fontes renováveis”. A geração de energia
pode ocorrer no próprio local ou em fazendas
solares, por exemplo.
23
Para conquistar o selo, a edificação é avaliada sob
diferentes aspectos (ler quadro Requisitos do GBC
Brasil Zero Energy ), que devem ser devidamente
documentados. Se todos os pré-requisitos forem
atendidos, a edificação recebe a pré-certificação
e deve operar por um ano para que seja
comprovado o balanço energético no período, e
só então o selo Zero Energy é concedido.
O balanço energético para renovação do selo é
feito anualmente com base nos mesmos critérios
e a conta tem que continuar zerando. “Só o
resultado zero interessa para a certificação. Isso
também mobiliza as pessoas, porque elas passam
a perceber seu consumo e entendem que se
gastarem mais , vão precisar reduzir o consumo
ou investir em mais painéis fotovoltaicos.
Por outro lado, se a geração for maior que o
consumo, isso significa prejuízo, pois não tem
como vender o excedente para a concessionária”,
explica Guido Petinelli, sócio-diretor da Petinelli,
consultoria de sustentabilidade com escritórios
nos três estados da Região Sul do Brasil.
De acordo com Maíra, os estudos realizados pelo
comitê técnico de elaboração do referencial para
Certificação GBC Brasil Zero Energy ajudaram
a adequar os requisitos mínimos exigidos das
diversas tipologias que poderão pleitear esta
certificação. “Isso garante o atendimento técnico
e financeiro das estratégias a serem adotadas,
o que viabiliza sua implantação”, destaca.
“Critérios claros e bem definidos, e uma auditoria
de terceira parte para avaliação dos projetos, e o
desempenho real in loco garantem transparência
e praticidade para obtenção da certificação”, ela
completa.
Entre os requisitos avaliados para a concessão
do selo está a área mínima da edificação, que
é de 100 m2
para todas as tipologias, exceto
para residências unifamiliares, que podem ter
qualquer metragem. A tipologia também é livre,
com exceção das construções provisórias. A
certificação é adotada de forma voluntária pelos
empreendedores que querem se destacar no
mercado e adaptar seus empreendimentos às
novas exigências do público consumidor.
OBJETIVOS DA CERTIFICAÇÃO
ZERO ENERGY
• Garantir o cumprimento das metas da
COP Paris;
• Acelerar a transformação do mercado
nacional de eficiência energética e a
geração de fontes de energias
renováveis;
• Gerar novos empregos;
• Desenvolver novas tecnologias;
• Reconhecer a iniciativa dos
empreendedores;
• Promover ambientes mais saudáveis,
capazes de aumentar o bem-estar dos
ocupantes.
Tempo de operação
Taxa de ocupação mínima
Metragem mínima das áreas construídas
Tipologia
Atendimento a legislações municipais,
estaduais e federais
Empreendimento off grid
Eficiência energética mínima para geração
on site
Eficiência energética mínima para geração off
site
Geração de energia renovável on site
Geração de energia renovável off site
Compra de créditos de energia renovável
Uso de energia não renovável
Balanço energético anual do empreendimento
REQUISITOS DA CERTIFICAÇÃO
ZERO ENERGY
GBC BRASIL - ANUÁRIO 201924
Conceito que cabe no bolso
OS GBCs de países da América do Norte e da
Europa estão se mobilizando para adaptar o
conceito Zero Energy às suas realidades. “No
caso do Brasil, temos uma matriz energética
relativamente limpa, por essa razão, aqui a
preocupação é maior com a edificação do
que com a geração. Lá é o contrário”, afirma
Petinelli. Em todos os casos, o objetivo é zerar as
emissões relacionadas à atividade de construção
civil. Cinco estados brasileiros já somam 22
empreendimentos em processo de certificação
e sete certificados. “Somos um dos principais
vetores desse conceito no mundo. O Canadá foi
o primeiro a ter edificações Zero Energy, e nós
estamos em segundo lugar, à frente dos Estados
Unidos e da Europa”, enfatiza Petinelli.
Pode até parecer coisa de ficção científica à
primeira vista, mas zerar o balanço energético
depende da combinação entre a alta eficiência
energética de uma edificação e geração de
energia por fontes renováveis. “O conceito Zero
Energy é democrático e economicamente viável,
dispensa grandes investimentos em tecnologias
complexas. Graças aos chineses, os painéis
fotovoltaicos estão com preços muito mais
acessíveis, e no Brasil essa tem sido a forma mais
comum de geração de energia nos sites”,
diz Petinelli.
Empreendimentos Zero Energy
Em operação há menos de um ano, portanto ainda
pré-certificadas, as instalações da Coca-Cola em
Uberlândia, MG, são compostas por um galpão
para estoque e outro de uso administrativo. O que
funciona como centro de distribuição é o primeiro
edifício autossuficiente e o primeiro a obter a
certificação LEED em nível Platinum da empresa. O
projeto foi desenvolvido visando a máxima eficiência
energética. Os painéis fotovoltaicos devem produzir
1.000,00 kWh a cada ano, sendo que mais de
80% são destinados ao sistema de iluminação.
Um exemplo que demonstra a viabilidade
financeira do selo Zero Energy é a Embaixada
da Noruega, no Distrito Federal. O projeto de
ampliação e reforma, elaborado pelo escritório
Casa Cinco Arquitetos Associados, de Curitiba,
incluiu o retrofit energético do conjunto
construído, visando a máxima eficiência em todos os
sistemas. O uso de isolamento térmico reduziu o
calor interno e a capacidade instalada do sistema
de ar condicionado. Os recursos financeiros
que seriam usados nesses equipamentos foram
redirecionados para a aquisição dos painéis
fotovoltaicos. “Dessa maneira, o custo da
transformação em Zero Energy ficou somente 2,8%
acima do custo da reforma”, ressalta Petinelli.
Centro de
distribuição da
Coca-Cola em
Uberlândia, MG. Os
painéis fotovoltaicos
devem produzir
1.000,00 kWh/ano.
25
O selo Zero Energy para os campi da Univali,
localizados nas cidades de Biguaçu, Tijucas
e Piçarras, em Santa Catarina, exemplifica
a variedade de tipologias contempladas
pelas certificação. Para garantir a viabilidade
econômica, a instituição redimensionou e
trocou todos os equipamentos dos sistemas de
iluminação e ar condicionado nos três campi, o
que reduziu o consumo pela metade e garantiu
que os painéis fotovoltaicos gerassem energia
suficiente para o atendimento das novas
demandas energéticas das edificações.
O investimento total de 3,5 milhões de reais foi
viabilizado pelo convênio entre a universidade e
as Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc),
e a expectativa é que a Univali economize
1.051,97 MWh/ano, o que equivale a cerca de
422 mil reais a cada ano.
A própria sede da consultoria Petinelli em
Curitiba já é certificada. O prédio de dois
pavimentos e 350 m2 é o primeiro do mundo a
reunir as certificações LEED Platinum, Zero Energy
e LEED Zero. Além de conciliar máxima eficiência
energética com geração de energia por fontes
renováveis, ele também é Zero Água, pois capta
e trata a água da chuva para fins potáveis e trata
100% do esgoto, usado para fins não potáveis.
Embaixada da Noruega, no DF.
O custo da transformação em Zero
Energy ficou somente 2,8% acima do
custo da reforma.
Os campi Biguaçu, Tijucas e Piçarras da
Univali, SC, geram 1.051,97 MWh/ano,
o que resulta em economia anual de
422 mil reais.
Sede da consultoria Petinelli, em Curitiba.
O prédio é o primeiro do mundo a reunir as
certificações LEED Platinum, LEED Zero
e Zero Energy.
Imagens: divulgação Petinelli
GBC BRASIL - ANUÁRIO 201926
O futuro
começa em casa
As certificações de sustentabilidade tornam-se cada vez
mais frequentes no segmento residencial
Desempenho abaixo do esperado nos aspectos
relacionados à economia operacional e de
manutenção e também no que diz respeito
a conforto, saúde e bem-estar. Esses são
alguns dos problemas das construções
residenciais brasileiras, sejam elas do tipo uni
ou multifamiliares, comenta a arquiteta Agatha
Carvalho, gerente técnica do GBC Brasil.
A Certificação GBC Brasil Casa & Condomínio,
concedida pelo Green Building Council Brasil,
nasceu para ajudar a regularizar esse setor.
Desenvolvida com o auxílio de mais de 200
profissionais especialistas em suas áreas,
ela fornece os parâmetros e as ferramentas
necessárias para projetar, construir e operar as
edificações residenciais com alto desempenho e
práticas sustentáveis.
De acordo com Agatha Carvalho, a certificação
contribui com os objetivos de desenvolvimento
sustentável (ODS) da ONU e possui benefícios
como reduções de custos operacionais para
os moradores, por conta da maior eficiência
energética, hídrica e conscientização dos
moradores, desempenho superior ao exigido pelas
normas técnicas brasileiras, maior qualidade da
edificação e valor patrimonial, ambientes mais
saudáveis e produtivos para ocupantes resultando
em melhor qualidade de vida, saúde e bem-
estar, além da possibilidade de qualificação para
descontos fiscais, subsídios de zoneamento e outros
incentivos financeiros por parte do poder público.
OBJETIVOS DA CERTIFICAÇÃO GBC
BRASIL CASA & CONDOMÍNIO
• Mitigação dos impactos da mudança
climática;
• Melhoria da saúde humana e do bem-
estar do ocupante;
• Proteção e restauração de recursos
hídricos;
• Proteção e restauração da biodiversidade
e os serviços ecossistêmicos;
• Desenvolvimento da economia verde;
• Aumento da comunicação e educação,
contribuindo para o aumento da
equidade social, justiça ambiental, saúde
comunitária e qualidade de vida.
27
Processo de certificação
Com o sucesso do lançamento da ferramenta
de certificação e amadurecimento do mercado,
o GBC Brasil lançou, em 2017, a versão 2 da
Certificação, que apresenta atualização de
conteúdo e expansão dos critérios, colocando
em destaque aspectos fundamentais para o ser
humano, como conforto, saúde e bem-estar.
Para que uma casa ou condomínio conquiste
a certificação, é necessário atender a todos os
pré-requisitos (itens obrigatórios) e o mínimo
de 40 pontos no atendimento dos créditos,
demonstrando um desempenho acima do
convencional. A certificação é concedida em
quatro níveis (Verde, Prata, Ouro e Platina), o
que incentiva a busca por melhores resultados e
um rápido progresso em direção aos objetivos.
Segundo Agatha, o processo de auditoria e
certificação é segmentado em duas etapas
(projeto e obra) e é realizado por uma empresa
de terceira parte, líder mundial na avaliação
de conformidade e certificação, que realiza a
auditoria documental e verificação in loco das
edificações a serem certificadas.
Condomínio Ícaro,
em Curitiba. Projeto
arquitetônico de
Arthur Casas,
paisagismo de
Renata Tilli e
iluminação das áreas
comuns assinada por
Foco Luz & Desenho.
Imagem: divulgação
Ícaro.
Mercado promissor
Até o momento foram
registrados 60 projetos em dez
estados do país e no Distrito
Federal, sendo 41 casas e
19 condomínios verticais ou
horizontais. Destes, 10 já foram
certificados e os outros 50
ainda estão em fase de obras
ou em processo de avaliação.
O estado do Paraná vem se
destacando como um dos
mercados residenciais mais
promissores do segmento
green building, concentrando
13 dos 60 projetos, atrás
apenas do estado de
São Paulo com 28. Vale
destacar que todos os novos
empreendimentos residenciais
de classe alta da capital
paranaense foram registrados
para obter a certificação.
GBC BRASIL - ANUÁRIO 201928
Entre os pioneiros da região, encontram-se:
empresa Laguna com os projetos ROC, Almáa
Cabral e Mai Terraces; MDGP com o projeto Arbo
Cabral; AG7 com o Residencial Ícaro Jardins do
Graciosa; a incorporação Valor Real, responsável
pelo primeiro projeto Minha Casa Minha Vida, o
Pinhais Park.
“Já temos alguns projetos Minha Casa Minha
Vida no pipeline da certificação, e o Pinhais
Park, que já foi certificado na etapa de projeto,
comprova a aplicabilidade técnica e a viabilidade
financeira. Nosso movimento é genuinamente
inclusivo”, explica Agatha.
Empreendimentos pioneiros
Desenvolver um projeto residencial visando a
alguma certificação de sustentabilidade é um
processo novo para a maioria das empresas.
Este também é o caso da MPD Engenharia,
responsável pelo Myrá Alphaville, o primeiro
residencial de alto padrão do estado de São
Paulo a ser registrado para obter a Certificação
GBC Brasil Casa & Condomínio. Implantado em
Barueri, SP, o prédio terá 50 unidades de 313
m² e 410 m² distribuídas por 25 pavimentos. A
entrega da torre está prevista para 2021.
De acordo Milton Meyer, vice-presidente de
operações da MPD, a intenção de certificar veio
da experiência da empresa, instalada em um
edifício certificado LEED nível Gold. “Queríamos
aqueles elementos presentes também em nossos
projetos e percebemos que a certificação poderia
dar o que buscávamos. Assim, o conceito do
empreendimento considerou conforto, saúde e
bem-estar para seus moradores, além da redução
de custos proporcionada por sistemas mais
eficientes em termos de água, energia, resíduos e
emissão de gases de efeito estufa”, descreve.
Como a empresa já tem a preocupação com
a sustentabilidade de seus empreendimentos,
boa parte dos itens previstos pela certificação
já estava presente no projeto inicial do Myrá.
“Quando decidimos certificar, precisamos
apenas ajustar aspectos gerenciais e adequar
necessidades, como as questões relativas à
eficiência energética ou de acessibilidade.
Também passou a haver uma cobrança mais
rígida sobre o controle de evidências por
Myrá Alphaville,
em Barueri, SP.
Arquitetura de Luiz
Eduardo Oliveira,
paisagismo de
Benedito Abbud e
projeto das áreas
comuns elaborado
por Quitete & Faria.
O Myrá Alphaville oferece sistema
automatizado de irrigação e reúso de águas
pluviais para rega de jardins, medição
individualizada de água e iluminação em
LED nas áreas comuns. Imagens:
divulgação Ícaro.
29
parte do projeto e da obra. Assim, passamos a
registrar todos os pontos com fotos, contratar
laudos, simulações e ensaios para comprovar o
atendimento de diversos itens solicitados”. A
MPD está desenvolvendo agora as formas de
comunicar a seus clientes todos os aspectos de
sustentabilidade do Myrá.
Segundo Meyer, a MPD entende a Certificação
GBC Brasil Casa & Condomínio como um
importante diferencial de mercado e considera
o cenário bastante positivo para pensar na
certificação de seus futuros projetos de
alto padrão.
Outro importante condomínio que pleiteia
a certificação é o Alameda Jardins,
empreendimento da Tishman Speyer que será
implantado nas imediações da estação Oscar
Freire do metrô de São Paulo. A torre residencial
de alto padrão terá 28 pavimentos e 144
apartamentos com áreas entre 91m2
e
Alameda Jardins,
em São Paulo,
SP. Projeto de
Aflalo Gasperini
Arquitetos, design
de interiores de
Carlos Rossi e
paisagismo de
Pamela Burton
em parceria com
Sergio Santana.
Imagem: divulgação
Alameda Jardins.
268 m². Suas características
sustentáveis incluem reúso de
água da chuva para irrigação,
carregadores para carros
elétricos, jardins verticais e
sistema de aquecimento de
água complementado por
energia solar.
O incorporador, Tishman
Speyer, possui larga experiência
na conceituação, construção
e operações de edificações
com certificação LEED, sendo
um dos responsáveis pelo
desenvolvimento do mercado
nacional de green building e
agora passa a levar esta expertise
ao setor residencial. Inclusive o
Edifício Alameda Jardins já está
certificado na fase de projeto no
GBC Casa & Condomínio.
GBC BRASIL - ANUÁRIO 201930
Desempenho
sob controle
A plataforma ARC é uma ferramenta mundial para monitoramento e
análise de performance das edificações
A quantidade crescente de edificações certificadas
em todo o mundo bem como a necessidade de
manter seu desempenho dentro daquilo que
foi projetado foram fatores decisivos para o
desenvolvimento da Plataforma ARC, criada pela
Green Business Certification Inc. (GBCI) para
contribuir com a visão do U.S. Green Building
Council (USGBC) acerca da sustentabilidade do
ambiente construído. Lançada há pouco mais de dois
anos, a ARC é uma evolução da Dynamic Plaque,
a antiga plataforma do LEED para monitoramento
e pontuação de desempenho de edifícios.
Segundo Sandrino Beltrane, líder de
desenvolvimento de negócios no Brasil pelo GBCI,
a ARC integra e agrupa, em uma plataforma única
e simples diferentes programas e referenciais,
o que proporciona a todos os edifícios e
comunidades, como bairros ou shopping centers, a
possibilidade de criar conexões, realizar benchmark
em escala local e internacional, gerenciar
desempenho em tempo real, mensurar melhorias
e proporcionar qualidade de vida superior aos
usuários dessas edificações. “A plataforma ARC
é mundial e incentiva a performance dos green
buildings a partir do monitoramento e análise de
seu desempenho”, explica Beltrane.
Aberta a edificações com ou sem certificação
LEED, a plataforma engloba cinco temas: água,
energia, resíduos, transporte e experiência
humana. O próprio cliente insere os dados
referentes a seu edifício ou comunidade para
que eles possam ser comparados com as
informações de outros empreendimentos da
mesma tipologia no Brasil e em outros países.
A ARC atende tanto aqueles que querem
simplesmente comparar seu desempenho com
os demais, quanto os que buscam a certificação
de operação. “Se o objetivo é alcançar uma
meta empresarial de economia, as equipes de
facilities podem usar a plataforma para medir
os resultados. A ARC também alavanca o
mercado de certificação LEED EB OM de prédios
existentes, pois os resultados alcançados podem
ser submetidos ao GBC mundial diretamente
pela ARC”, detalha Beltrane.
O Brasil já superou a marca de 100 projetos na
plataforma, sinalizando para uma necessidade
de mercado orientada à performance. Para
Beltrane, “o futuro do mercado green
building não se preocupará apenas em
projetar e construir de forma sustentável, mas
principalmente como se dará a operação,
manutenção e utilização desses edifícios e
comunidades ao longo de suas vidas úteis.
Além disso, como se dará a integração com as
pessoas, como será a experiência humana, o
impacto e a satisfação de todos os ocupantes
e usuários”.
31
Superando dificuldades
Segundo Wagner Oliveira, Diretor da Unidade de
Sustentabilidade do CTE, os green buildings são
projetados e certificados com o objetivo principal
de reduzir o impacto ambiental. “O LEED dá
ênfase bastante grande de eficiência energética
e de redução de emissões em decorrência do
uso da matriz energética. No entanto, se os
green buildings não são operados e monitorados
corretamente, eles acabam tendo um consumo
muito acima do que era esperado durante a
etapa de certificação”, afirma Oliveira.
De acordo com o diretor, prédios mais novos têm
sistema operacional com margem de segurança
bastante significativa e respondem mais
prontamente a mudanças diárias nas condições
de uso ou a necessidades futuras de crescimento.
No entanto, o desempenho operacional dos
edifícios existentes deixa a desejar. Em 2014, o
CTE realizou um estudo que demonstrou que
mais de 70% dos edifícios existentes avaliados
consumiam até 70% a mais do que era esperado
na etapa de certificação. Parte deles não contava
com sistemas de automação, o que faz com que
os sistemas funcionem a 100% da carga em
tempo integral, impactando diretamente sobre
o consumo de água e energia. Outros contavam
com sistemas de automação, porém mal
configurados ou mal instalados.
Uma dificuldade muito importante que foi
identificada e afeta todos os empreendimentos
é a falta de parâmetros de comparação dos
indicadores, o que inviabiliza o trabalho das
equipes de monitoramento. “Mesmo com
projetos e sistemas extremamente eficientes, os
prédios estão consumindo mais do que deveriam
em decorrência da falta de monitoramento e da
falta de parametrização correta dos sistemas para
que eles possam ter um desempenho coerente
com a certificação”, afirma Oliveira.
GBC BRASIL - ANUÁRIO 201932
Futuro dos green buildings
Com esse cenário, surge a preocupação com
a credibilidade dos green buildings, comenta
o diretor do CTE. Ele destaca que, como há
um certo investimento em tecnologia, em
equipamentos, em atendimento aos pré-
requisitos dos sistemas de certificação, o prédio
certificado tem que apresentar o desempenho
previsto, não pode consumir a mesma coisa ou
mais que um prédio convencional bem operado.
“Não adianta gastar milhões de reais em um
empreendimento supermoderno que será
operado de forma totalmente convencional, sem
nenhuma tecnologia embarcada. O importante
é a operação. Precisa monitorar, acompanhar
osdados, construir metodologias de avaliação e,
especialmente, criar indicadores que permitam à
equipe de operação identificar o quão eficiente
é o edifício”.
Desenhada também com essas intenções, a
plataforma ARC influencia positivamente o futuro
dos green buildings, entende Oliveira. “A partir
do momento em que o mercado passa a usar um
sistema integrado ao de certificação e no qual é
possível incluir dados de maneira simplificada e
ter um benchmark para saber o quão eficiente
está aquele determinado edifício, começa a surgir
a cultura de monitoramento, de avaliação e de
comparação dos resultados com as médias de
outros edifícios nacionais e internacionais. Isso
permite saber se o edifício está atendendo ou
não aos requisitos de certificação e qual o nível
de eficiência dos empreendimentos que estão
passando pelo processo de certificação”, ele afirma.
A plataforma internacional ARC é recente e,
segundo Oliveira, ainda deve passar por alguns
ajustes para alcançar a plenitude e conquistar
maior adesão em alguns países. “O cálculo
energético dá grande peso à questão da matriz
energética, à emissão de gases do efeito estufa.
Como a matriz brasileira é relativamente mais
limpa, a plataforma acaba dando uma pontuação
bastante expressiva para a eficiência energética,
mesmo que os edifícios não sejam tão eficientes
em termo de consumo. Isso acaba limitando o
incentivo para que os operadores reduzam o
consumo energético do prédio”, destaca.
Há cerca de dois anos, a consultoria CTE
adotou a ARC como seu principal veículo para
a certificação de edifícios existentes. “De lá
para cá 100% das nossas certificações de
prédios existentes têm sido feitas por essa
plataforma. O CTE tem cinco dos oito projetos
certificados no Brasil com a ARC e tem vários
outros em processo de certificação”. Um dos
empreendimentos é o Itaú BBA que, em sua
segunda certificação de operação, passou do
nível Gold para Platinum”, finaliza Oliveira.
33
ARC, uma única e simples plataforma que integra diferentes programas
e referenciais, proporcionando a todos os edifícios e comunidades a
possibilidade de criarem conexões, realizarem benchmark em escala
local e internacional, gerenciarem desempenho em tempo real,
melhor qualidade de vida às pessoas. arcskoru.com
GBC BRASIL - ANUÁRIO 201934
O GBCI é um organismo de certificação e
credenciamento de terceira parte, que suporta
com exclusividade os referenciais de certificação
e acreditações profissionais LEED, EDGE, GRESB,
Parksmart, PEER, SITES, TRUE e WELL, contando
atualmente com mais de 300 especialistas técnicos
e consultores.
O Brasil - país cujo mercado de Green Building ocupa
uma posição de destaque dentro do cenário internacional
- possui desafios, características e demandas específicas,
motivo pelo qual viu-se a necessidade de uma maior
integração entre o GBCI, o GBC Brasil e os principais
stakeholders que operam no setor.
Dando continuidade à sua estratégia de
desenvolvimento de mercado global, o GBCI iniciou
em outubro de 2018 sua operação no Brasil, numa
parceria inédita com o GBC e cujo objetivo central é
o desenvolvimento de estratégicas conjuntas para a
ampliação do mercado.
A atuação do GBCI no Brasil opera considerando três
pilares principais:
• Gestão de clientes e parceiros;
• Novos mercados;
• Marketing e Recursos.
Gestão de clientes e parceiros
Trabalhar com foco na melhora do processo de
comunicação entre o mercado brasileiro, o GBCI
e as entidades responsáveis pelos referenciais e
acreditações, seja monitorando todo o processo de
Customer Experience, quanto implementando ações
de melhorias.
Atuar próximo aos principais clientes, parceiros e
fomentadores de negócios, entendendo as reais
necessidades do mercado e promovendo ações locais
especificas conforme cada demanda.
Influenciar positivamente nas tomadas de decisão,
garantindo que a experiência do cliente com todo
o processo de certificação seja a melhor possível,
promovendo replicabilidade, agregando valor e
influenciando positivamente a sociedade.
Garantir que toda informação técnica e de mercado
desenvolvida pelas entidades responsáveis pelos
referenciais e acreditações cheguem rapidamente ao
mercado brasileiro.
Novos Mercados
Mapear constantemente oportunidades e atratividade
para entrada em novas indústrias e nichos de
mercado, implementando novas ações comerciais,
ampliando redes de parceiros e suportando atividades
de divulgação e participação em eventos para novos
setores.
O Brasil é um país que apresenta diversas
novas possibilidades de ampliação de negócios,
considerando toda a oferta de produtos do portfólio
do GBCI.
Historicamente as certificações Green Building
ganharam força no mercado imobiliário, porém
extrapolou sua visibilidade para outros setores
igualmente importantes da economia.
A dinâmica da nossa economia e a influência que
nossa política exerce setorialmente sinaliza para
constantes mudanças no protagonismo do mercado.
O agronegócio, a indústria, o varejo e o setor público,
por exemplo, têm apresentado grande potencial de
investimentos em Green Building, mais do que isso,
esses setores precisam rapidamente implementar
ações concretas de sustentabilidade em suas
operações. O GBCI, em parceira com o GBC Brasil já
está atuando setorialmente para o desenvolvimento
desses novos mercados.
Marketing e Recursos
Atuar alinhado com o GBC Brasil e com as entidades
responsáveis pelas certificações e acreditações,
no desenvolvimento da estratégia de marketing
e comunicação do portfólio, considerando
primordialmente as necessidades do mercado
brasileiro, como por exemplo tradução de documentos
importantes, criação de vídeos educacionais,
realização de workshops e webinars, suporte em
feiras e eventos, produção de conteúdo técnico e de
mercado, dentre outros.
Sandrino Beltrane
Líder de Desenvolvimento de Negócios
no Brasil pelo GBCI Inc. - sbeltrane@gbci.org
GBCI no Brasil
Saia na frente com os cursos de capacitação do GBC Brasil
saiba mais em:
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Operação e Manutenção
de Edifícios Existentes
Certificação
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Certificação
Co
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AVANÇADO
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Autossuficientes
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Prédios
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LEEDGA
Preparatório para todos os
sistemas de certificação
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Co
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GERAL
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PRESENCIAL E ONLINE
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Inovações e Tecnologias
GBCBrasil
Casa&Condomínio
v2
Comosetornarumprofissionalacreditado
Certificação
Co
nhecimen
to
AVANÇADO
ProjetoIntegrado
Premissa para o sucesso
de Green Buildings
EnergyPlus
Simulação Computacional
Termoenergética
Software
LEED for Healthcare
+
WELL Building Standard
GBC BRASIL - ANUÁRIO 201936
Eficiência
no uso da água
Novas normas técnicas, projetos eficientes e sistemas criativos ajudam
a garantir performance elevada na gestão de água
A crise hídrica que afetou até os grandes centros
urbanos do sudeste do país no período entre
2013 e 2016 evidenciou a urgente necessidade
de reduzir o consumo de água potável. Nesse
contexto, as certificações de sustentabilidade
ganharam destaque e os profissionais passaram
a buscar mais respaldo técnico para adotá-las em
seus empreendimentos. Assim,
os recursos economizadores,
como arejadores, bacias com
caixas acopladas e até mesmo as
instalações para água de reúso
tornaram-se mais conhecidos e
passaram a ser mais utilizados.
foto de Wagner
Machado Carlos
Lemes sob licença
Creative Commons
http://www.flickr.
com/photos/wagner-
machado-carlos-lemes/
37
“Quando falamos em água de reúso, existe o
risco de contaminação. Foi nesse momento que
o meio técnico começou a ficar preocupado
com o que estava sendo feito de certo e de
errado”, conta a engenheira civil Lilian Sarrouf,
coordenadora da comissão que elaborou os dois
projetos de normas relacionadas à economia
de água potável – o primeiro com o título de
“Conservação de Água em Edificações” e a
outra denominada “Diretrizes para Uso de Fontes
Alternativas”. Ambos ainda estão em consulta
nacional e a expectativa é que entrem em vigor
até o segundo semestre de 2019. Atuando
como indutor de normas técnicas, o GBC Brasil
participou da comissão a fim de assegurar
respaldo técnico para as questões relativas ao uso
eficiente da água na certificação LEED.
O cenário técnico estará atualizado quando for
concluída também a revisão da NBR 15527 -
Água de chuva - Aproveitamento de coberturas
em áreas urbanas para fins não potáveis, que
está sendo realizada sob a coordenação do
engenheiro civil Plínio Tomaz. Ela deve incorporar
alterações para se alinhar às duas novas normas.
Tudo nos conformes
De acordo com Lilian, a norma sobre conservação
de água potável tem seu ponto de destaque na
gestão da água. Tanto no projeto, na execução
da obra quanto na operação do empreendimento
tem que haver o olhar de gestor para entender
o que é melhor sob os aspectos técnicos,
financeiros e de pessoas. Existem legislações
equivocadas que levam à adoção de soluções
inadequadas e a norma ajuda a corrigir isso. “A
ideia é ver a edificação como um todo e adotar
uma tecnologia viável para cada tipologia. Nem
sempre uma central de tratamento de esgoto será
compatível ou trará benefícios. Se sua capacidade
for maior do que a necessária, não haverá
volume de efluentes suficiente para que ocorra o
tratamento. Quando isso acontece, alguns fecham
a estação ou completam o volume com água
potável da concessionária”, exemplifica Lilian.
A segunda norma dá diretrizes para uso de água
de fontes alternativas, com regras bem definidas
de projeto, execução e operação. A água de
chuva (ler boxe Termos e definições usados na
norma) é uma fonte alternativa para uso em
limpeza, irrigação e bacias sanitárias. Embora
seja mais simples que o tratamento de esgoto,
essa água também requer controle e filtros. “São
diretrizes técnicas para que tudo seja feito de
forma correta e não seja necessário abortar boas
ideias”, resume.
TERMOS E DEFINIÇÕES USADOS NA NORMA
Água cinza clara - água servida proveniente de
chuveiros, banheiras, lavatórios, tanques e máquinas
de lavar-roupa.
Água cinza escura - água servida proveniente de pia
de cozinha e máquina de lavar louça considerada
isoladamente ou somada à água cinza clara.
Água clara - efluente gerado por sistemas de
resfriamento, sistema de vapor e condensado, sistema
de destilação e outros equipamentos.
Água de chuva – água resultante de precipitações
atmosféricas, coletada em coberturas e telhados onde
não haja circulação de pessoas, veículos ou animais.
Água de rebaixamento de lençol - água resultante
do rebaixamento de lençol freático para redução de
pressões neutras no subsolo de edificações.
Água de reposição de torre de resfriamento (água
de make-up) - água destinada à reposição da água
perdida por processos de evaporação, arraste ou
purgas em sistemas de torre de resfriamento.
Água não potável - água cujas características
não estão de acordo com padrão de potabilidade
estabelecido em legislação vigente.
Água negra - água proveniente de bacia sanitária e
mictório
Água pluvial - água resultante de precipitações
atmosféricas coletada em pisos e lajes em que haja
circulação de pessoas, veículos ou animais
Água potável - água que atenda ao padrão de
potabilidade estabelecido em legislação vigente.
Fonte alternativa não potável - fonte de água não
potável alternativa à água potável fornecida pela
empresa prestadora de serviços de saneamento.
Reúso de água - reutilização, mediante tratamento
adequado, de água previamente utilizada.
GBC BRASIL - ANUÁRIO 201938
A qualidade da água também foi contemplada
com orientações sobre o controle biológico,
que varia conforme o nível de contaminação do
efluente. Por exemplo, a água da chuva, que
é aquela captada em coberturas e telhados, é
menos contaminada do que as águas pluviais,
que são coletadas em pisos e lajes onde há
circulação de pessoas, veículos ou animais.
Projeto traz mais eficiência
O bom projeto faz toda a diferença para o
uso eficiente da água. Um exemplo bastante
emblemático está na solução adotada na nova
sede corporativa da locadora de veículos Localiza,
um edifício de 26 andares e 30 mil m² de área
construída e mais de 18 mil m² de jardins,
implantado em Belo Horizonte. Embora não seja
certificado, o empreendimento é considerado
uma referência local na gestão de água. O
projeto é de Botti Rubin Arquitetos e as obras
ficaram a cargo da Racional Engenharia.
Uma empresa de instalações hidráulicas sugeriu
inicialmente o uso das águas cinzas nas bacias
sanitárias, porém não realizou balanço hídrico
nem simulações para avaliação de custo. Para
desenhar um projeto eficiente e com viabilidade
financeira, foi chamada a InfinityTech, empresa
de consultoria e engenharia com foco em
programas e projetos relacionados à eficiência do
uso da água e à gestão ambiental. “Um prédio
comercial não tem grande volume de água cinza
e aquela ideia não se justificava sob o ponto de
vista financeiro”, explica Virgínia Sodré, sócia-
fundadora da empresa e secretária da comissão
que elaborou as novas normas da ABNT sobre
conservação de água e uso de fontes alternativas.
A InfinityTech realizou o balanço hídrico,
avaliando todas as condições e verificou que a
demanda de água não potável era superior à
oferta das fontes alternativas. A prefeitura já
A NOVA NORMA CONSIDERA A
UTILIZAÇÃO DAS SEGUINTES FONTES
ALTERNATIVAS DE ÁGUA NÃO-POTÁVEL
a) água de chuva;
b) água pluvial;
c) água de rebaixamento de lençol;
d) água clara;
e) água cinza clara;
f) água cinza escura;
g) água negra;
h) esgoto sanitário.
OS USOS NÃO POTÁVEIS EM
EDIFICAÇÕES,ABRANGIDOS PELA
NOVA NORMA, SÃO:
• Descarga de bacias sanitárias e
mictórios, independentemente do
sistema de acionamento;
• Lavagem de logradouros, pátios,
garagens e áreas externas;
• Lavagem de veículos;
• Irrigação para fins paisagísticos;
• Uso ornamental (fontes, chafarizes e
lagos);
• Sistemas de resfriamento de água;
• Arrefecimento de telhados.
Na sede da Localiza, estudo de
implantação de metais mais eficientes
mostrou que era possível reduzir o
consumo em 37%. O potencial de
suprimento da demanda de irrigação
(44,41 m³/dia) com água pluvial
é de aproximadamente 38% (17,26
m³/dia). A economia total de água
potável é superior a 40%.
Imagens:divulgaçãoLocaliza-LuizaAnannias
39
exigia o aproveitamento da água da chuva, mas
mandava descartar as águas pluviais – mesmo
tratada, a água pluvial tem cor amarelada,
resultante da decomposição vegetal, e não é
utilizada em bacias sanitárias por dar a sensação
de água suja e causar rejeição do usuário.
“A solução ali foi aproveitar as águas cinzas
e pluviais tratadas para irrigação das áreas
verdes e para a torre de resfriamento do ar
condicionado”, conta Virgínia. O potencial de
suprimento da demanda de irrigação (44,41 m³/
dia) com água pluvial é de aproximadamente
38% (17,26 m³/dia).
O aproveitamento da água de chuva ainda foi
maximizado com a automação. Quando chove,
mais água é bombeada para o reservatório que
atende as bacias sanitárias. O estudo ainda
mostrou que a implantação de metais mais
eficientes traria economia de 37% no consumo
de água.
Outras opções menos convencionais foram
consideradas e incorporadas ao projeto. A água
da drenagem do terreno é captada e direcionada
a um reservatório com divisões. A água mais suja
é descartada e o volume mais limpo é
A BLU tem um sistema patenteado para
o fornecimento de água mineral potável
sem embalagem plástica. O serviço
é dirigido aos segmentos residencial,
corporativo e industrial.
tratado e destinado ao reúso. Considerada não
potável, a água do poço também é aproveitada
nas descargas e no resfriamento da torre de ar
condicionado. No total, a economia de água
potável é superior a 40%.
Sem embalagem plástica
O mercado oferece alternativas inovadoras
que ajudam a garantir performances elevadas
na gestão da água. Um exemplo é dado pela
empresa BLU, de Forteleza. Seu diferencial é um
sistema patenteado no Brasil e no exterior para
o fornecimento de água mineral potável sem
embalagem plástica. O serviço é dirigido aos
segmentos residencial, corporativo e industrial.
Segundo Henrique Hissa, sócio-diretor da
empresa, o funcionamento é simples. A BLU
faz parcerias com fontes locais e monta a
infraestrutura necessária para o fornecimento.
Para isso, são necessários um reservatório de
aço inox, tubulação 100% atóxica e medidores
individuais. “Nem precisa de obras, é só passar a
tubulação pelos shafts”, detalha Hissa.
O cliente opta por planos mensais entre 50 litros
e 300 litros e o caminhão faz o abastecimento
semanal. Se o consumo exceder o volume
contratado, o cliente paga a diferença sem ter o
Imagens:divulgaçãoBLU
GBC BRASIL - ANUÁRIO 201940
fornecimento interrompido. Junto com o boleto,
os clientes recebem os laudos auditados em
laboratórios externos que atestam a qualidade da
água mineral fornecida.
Além de atuar na capital cearense, a Blu tem
representação em cidades como Natal, São Paulo,
Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, em parcerias
com as principais construtoras brasileiras.
Irrigação inteligente
A Rain Bird se destaca no mercado por sua
linha de produtos e serviços para irrigação
comprometidos com o uso inteligente da
água. Os sistemas oferecidos são acionados
diariamente por tempo determinado em função
das demandas diárias do jardim ou de suas áreas
específicas. Sensores de chuva e de umidade
O sistema de irrigação Drip
Xerigtion, da Rain Bird, tem
menor consumo de água
consumo de água. Ele emprega
um tubo gotejador que pode
ser posicionado acima ou
abaixo da terra. Os tubos
recebem proteção contra
intrusão de raízes que dispensa
o uso de herbicidas.
de solo impedem o acionamento do sistema ou
reduzem o tempo de irrigação dependendo do
volume de chuva precipitado.
O sistema pode ser combinado a um controlador
com acesso à internet. Dessa forma o cliente
pode acionar a irrigação de qualquer lugar do
mundo. Basta cadastrar o CEP que o próprio
sistema corrige a programação de irrigação em
acordo com variações climáticas. “Ele faz o ajuste
entre a programação e o dia da irrigação. Caso
o cliente não concorde, ele pode ajustar como
preferir”, explica Marcelo Zlochevsky, gerente
geral da empresa.
Um sistema diferenciado da empresa é o
Drip Xerigtion, que apresenta um sistema de
irrigação com menor consumo de água. Ele
emprega um tubo gotejador que pode ser
posicionado acima ou abaixo da terra. Ao final
da irrigação, o gotejador é travado
para não ocorrer a perda da água
que está na tubulação.
Quando se trata de uso enterrado,
os tubos recebem proteção contra
intrusão de raízes que dispensa o
uso de herbicidas. Esse tubo pode
ser utilizado para irrigação com
água de reúso, desde que o sistema
seja acoplado a filtros para evitar
entupimento dos gotejadores.
Um exemplo de sua aplicação está
nos jardins de um centro hospitalar
no Distrito Federal. Com os tubos
enterrados, foi possível aproveitar
a água resultante dos processos
de análises clínicas, sem risco de
contaminação.
Imagens:divulgaçãoRainBird
41
gbcbrasil.org.br
41
gbcbrasil.org.br
+43,700,000 m²
O Brasil se manteve por mais um ano na 4a posição do ranking internacional LEED (sem consi-
derar Estados Unidos), atrás da China, Canadá e Índia. O ranking anual destaca os lugares
que estão dando passos significativos nos projetos, construção e desempenho de edifícios
sustentáveis. A lista classifica países e regiões com base em seus metros quadrados brutos
com certificação LEED até 31 de dezembro de 2018.
Somente as melhores opções crescem na crise. Os Green Buildings cresceram porque são
essenciais, diferenciados, porque alocam os recursos com maestria, aumentam a produtivi-
dade e investem em funcionários. Os Green Buildings otimizam os canais de comunicação
interno e protegem a saúde e conforto dos ocupantes.
GBC BRASIL - ANUÁRIO 201942
Nada se perde,
tudo se transforma
A economia circular é um novo
modelo econômico baseado na
sustentabilidade e traz benefícios
para toda a sociedade.
As modas intensificadas e a obsolescência
planejada dos produtos impõem um ritmo
insustentável à extração de matérias-primas e ao
descarte de produtos não biodegradáveis, o que
coloca em xeque o modelo linear da economia
baseado em extrair, produzir e descartar.
“No modelo linear, os produtos não são feitos
para durar e têm prazo determinado para deixar
de funcionar. Um exemplo é o celular, que fica
mais lento a cada atualização, fazendo com que
o usuário acabe comprando um novo aparelho. A
alternativa a esse modelo é dada pela economia
circular, que busca trazer o conceito de resiliência
e abundância para o aspecto econômico, além
do ambiental”, afirma Adriana Hansen, gerente
de consultoria da Unidade de Sustentabilidade
do CTE – Centro de Tecnologia das Edificações, e
profissional LEED AP e Cradle to Cradle.
Esquema da economia
circular, disponibilizado pela
Fundação Ellen MacArthur
(Fonte: https://www.
ellenmacarthurfoundation.
org/pt/economia-circular-1/
conceito).
43
De acordo com a definição no site da Fundação
Ellen MacArthur , entidade com sede no Reino
Unido e cuja atuação visa a inserir esse novo
modelo na agenda de tomadores de decisão em
empresas, governos e na academia, a economia
circular “busca redefinir a noção de crescimento,
com foco em benefícios para toda a sociedade.
Isso envolve dissociar a atividade econômica do
consumo de recursos finitos e eliminar resíduos
do sistema por princípio. Apoiada por uma
transição para fontes de energia renovável, a
economia circular constrói capital econômico,
natural e social”. O modelo baseia-se em um
tripé: eliminar resíduos e poluição por princípio;
manter produtos e materiais em ciclos de uso;
regenerar sistemas naturais.
Círculo virtuoso
O foco da economia circular está concentrado na
transformação de materiais descartados em matéria-
prima para outros produtos de qualidade e mais
duráveis, o que cria um círculo virtuoso. “É o oposto
do plástico, que a cada vez que é reciclado volta
como um produto inferior”, exemplifica Adriana.
A cadeia da produção ainda está começando a
pensar em como lidar com essas questões. “É
preciso se perguntar quais são os diferenciais
sustentáveis reais do seu produto, como ter ciclos
de vida mais longos, o quanto um material pode
ser mais durável, como usar um material reciclado
em um produto mais durável e mais resistente ou
como desenhar processos autossuficientes. Esses
questionamentos valem para todos os setores,
inclusive o da construção civil”, diz ela.
Na economia circular, os produtos que agregam
valor podem ter seu custo inicial maior. Um bom
exemplo é o caso das lâmpadas LED que, apesar
de mais caras que suas antecessoras, conquistaram
o mercado devido ao menor consumo de energia
e à vida útil mais longa, qualidades que melhoram
a gestão de recursos e atendem aos parâmetros de
sustentabilidade das edificações.
“Há casos em que agregar valor não é uma
questão financeira, e sim de escolha”, destaca
Adriana. Os próprios materiais escolhidos podem
ser decisivos para tornar uma edificação mais
sustentável. No projeto de um banheiro, por
exemplo, a preferência por materiais e cores
neutros e clássicos, em detrimento das modas
datadas, faz com que o ambiente mantenha-se
esteticamente agradável por muito mais tempo e
não pareça obsoleto assim que for lançada uma
nova coleção de revestimento.
Reciclado e reciclável
Algumas empresas já buscam meios de resgatar
a matéria prima de seus produtos usados e que
pode ser reutilizada em sua cadeia produtiva. É o
caso, por exemplo, da Shaw Contract , empresa
que oferece soluções para pisos e segue um
programa de produtos Cradle to Cradle Certified,
o que garante essa abordagem regenerativa da
produção. “A empresa pede para os clientes
devolverem o carpete usado que seria descartado
e leva esse material para reprocessamento na
fábrica, nos Estados Unidos, criando um novo
carpete de qualidade”, detalha Adriana.
Outro bom exemplo é o da Santa Luzia Molduras,
que, desde 2002, vem investindo na utilização de
matéria-prima reciclada e reciclável. Localizada
em Santa Catarina, a empresa é a única empresa
do Brasil com capacidade de transformar grandes
quantidades de resíduos plásticos em produtos como
rodapés, rodatetos, rodameios, guarnições, molduras
e alguns revestimentos de variados estilos. A empresa
já substitui toda a a madeira de seus processos
produtivos por poliestireno, poliestireno expandido
(EPS) e o poliuretano que foram descartados – eles
correspondem a 98% dos materiais empregados em
sua linha de produção e os 2% restantes referem-
se a itens não recicláveis, como colas e tintas.
As novas matérias-primas da empresas são
obtidas por meio de parcerias com cooperativas
de catadores de várias localidades do país, que
recebem os resíduos e fazem a triagem, e até
mesmo com estabelecimentos prisionais, para
reaproveitar as embalagens de EPS usadas para
servir a alimentação dos detentos.
São materiais muito leves, de baixo valor agregado,
e que por essa razão normalmente despertam
pouco interesse para reciclagem. “O Brasil produz
a cada ano 65 mil toneladas de EPS e apenas
GBC BRASIL - ANUÁRIO 201944
A Prolata mantém
parcerias com
cooperativas
de catadores e
pontos de entrega
voluntária para
reciclar as latas de
aço pós-uso.
Revestimento
Urbanbrick,
da Santa Luzia
Molduras. O
material emprega
poliuretano
reciclado em sua
fabricação.
10% são recicladas. O restante é responsável
por 20% do volume dos aterros e demora 450
anos para ser decomposto”, explica Gilberto
Luiz Zanette, sócio administrador da Santa Luzia
Molduras. O mais novo produto da empresa
é o revestimento Urbanbrick, fabricado com
o poliuretano reciclado. Ele apresenta uma
releitura contemporânea da beleza da superfície
da pedra bruta e dos tijolinhos artesanais e
garante fácil instalação.
Uma parceria entre a Associação Brasileira dos
Fabricantes de Tintas (Abrafati) e a Associação
Brasileira de Embalagens de Aço (Abeaço) deu
origem à Prolata , uma associação sem fins
lucrativos criada em 2012 para atender à Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e demais
políticas públicas de âmbitos federal, estadual
e municipal. O principal objetivo da Prolata é a
reciclagem de latas de aço, que têm alto valor
agregado. Para isso ela estabelece parcerias
com cooperativas e mantém pontos de entrega
voluntária do material.
Em 2018, a associação apresentou ao Ministério
do Meio Ambiente um plano de logística
reversa para embalagens de aço, que prevê a
obrigatoriedade de fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes estruturarem e
implementarem sistemas de logística reversa,
mediante retorno dos produtos após o uso
pelo consumidor.
Segundo dados da Prolata, o mercado nacional
consome atualmente uma média anual de 7
milhões de toneladas de aço pós-consumo e o
descarte adequado de latas de aço pós-consumo
é capaz de gerar apenas 600 mil toneladas por
ano em média, embora o mercado seja capaz de
absorver 100% das latas de aço pós-consumo.
Imagens:divulgaçãoAbrafatiImagens:divulgaçãoAbrafati
Imagens:divulgaçãoSantaLuziaMolduras
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GBC BRASIL - ANUÁRIO 201946
Construindo
um futuro melhor
É inegável a urgência de tomarmos medidas para
lidar com as emissões de carbono associadas
aos edifícios e ao setor da construção. O
Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas (IPCC) nos diz que devemos manter
o aquecimento global dentro de 1,5 graus para
evitar efeitos desastrosos. Para isso, a economia
mundial deve se descarbonizar completamente
até meados do século, e isso exige que todos os
edifícios tenham emissões nulas até 2050.
Construções sustentáveis contribuem para
os esforços de implementação do Acordo
de Paris e estão alinhados com os Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Essas metas estabelecem um desafio para
a humanidade de dissociar o crescimento
econômico das mudanças climáticas, da pobreza
e da desigualdade. Este é um desafio que
acreditamos que a construção sustentável pode
ajudar a resolver.
Enquanto muitos podem olhar para um edifício
e ver apenas uma estrutura inanimada, nós
olhamos para os edifícios e vemos tanto a
fisicalidade como o processo pelo qual eles
são criados - uma oportunidade para não só
economizar energia, água e emissões de carbono
- mas para educar, criar empregos, fortalecer as
comunidades, melhorar a saúde e o bem-estar,
e muito, muito mais. A construção sustentável é
um verdadeiro catalisador para abordar alguns
dos problemas mais prementes do mundo.
Pesquisas de mercado nos dizem que o mercado
internacional de
projetos de construções
sustentáveis cresceu
significativamente nos
últimos 10 anos; e esta
demanda está pronta
para crescer ainda mais.
Vamos descarbonizar
Em 2018, o World
Green Building Council
(WorldGBC) lançou um Compromisso de Edifícios
de Carbono Zero na histórica Cúpula Global de
Ação Climática, com signatários do alto escalão
de empresas, prefeitos de cidades e governadores
de estados e regiões. Os 42 signatários
fundadores comprometeram-se a eliminar o
equivalente a 221 milhões de toneladas de
emissões de carbono (CO2e). Esta liderança dá
fortes sinais de que devemos mudar a maneira
como projetamos, construímos e operamos
nossos edifícios para reduzir o desperdício de
energia e nossa dependência de combustíveis
fósseis, que estão causando danos irreversíveis ao
nosso planeta. Edifícios e construções respondem
por 39% das emissões de CO2 relacionadas
à energia, e nosso objetivo é descarbonizar
a indústria até 2050 e limitar o aumento da
temperatura global a menos de 1,5 graus.
Os GBCs membros do WorldGBC estão liderando
o trabalho com seus respectivos membros em
direção a prédios Net Zero. Já foram lançados
Cristina Gamboa,
CEO do World Green Building
Council (WGBC)
47
nove guias de certificação de edifícios Net Zero
em energia na Alemanha, Índia, Suécia, EUA,
França, Canadá, Brasil, Austrália e África do Sul.
Uma rede global com ações locais
Em nosso 17º ano de operação, a rede WorldGBC
de quase 70 GBCs e seus 37.000 membros
certificou 2,65 bilhões de m2 de área verde em
todo o mundo. Trabalhando com seus governos,
35 países se beneficiaram do conhecimento
de seus GBCs para adotar políticas públicas
aprimoradas de construções sustentáveis.
A China é responsável por 30% das emissões
globais de gases de efeito estufa e é uma das
mais recentes adições à nossa rede global. Isso
significa que estamos em uma posição ainda mais
forte para acelerar a redução mundial de carbono
em todo o setor da construção.
É apenas por meio de um forte movimento de
construções sustentáveis em diversas partes do
mundo, incluindo áreas em que novas construções
estão em crescimento, como a África, que
atingiremos as metas de descarbonização. Para
atingir esta meta audaciosa de transformação da
Indústria da Construção, tornaremos parte de nosso
foco a produção, transporte, descarte de materiais
de construção e os próprios processos construtivos.
Cristina Gamboa
CEO do World Green Building Council
“É um privilégio para o
WorldGBC colaborar com o
GBC Brasil, uma das lideranças
que permite que a indústria da
construção contribua de maneira
significativa para a redução da
pegada de carbono do País, que
promove o desenvolvimento
sustentável e melhoras na
qualidade de vida em geral.”
Membros do Green Building
Council (GBC) durante o “GBC
Members Day” realizado no
Congresso WGBC em Toronto.
Imagens: divulgação World Green
Building Council (WorldGBC)
GBC BRASIL - ANUÁRIO 201948
O ano de 2018 foi incrível para a comunidade
global de construções sustentáveis. Graças a todos
vocês, fizemos um progresso real. Temos muito
do que nos orgulhar, e sou muito grato por fazer
parte dessa comunidade, porque nunca paramos
de nos esforçar para sermos melhores.
Em 2018, celebramos o 25º aniversário do USGBC!
Por 25 anos, nos unimos para tornar nosso planeta
mais forte, mais verde e mais sustentável. Quando o
USGBC foi fundado, em 1993, iniciamos com uma
visão simples: edifícios e comunidades irão regenerar e
sustentar a saúde e a vitalidade de toda a vida dentro
de uma geração.
E hoje passamos pela nossa primeira geração - e
muita coisa mudou durante este tempo. Há 25 anos
não havia uma comunidade de prédios sustentáveis
definida, não havia como saber se um prédio era
realmente sustentável nem um consenso sobre
diretrizes para ajudar aqueles que queriam construir
desta maneira. Assim, o USGBC criou o LEED
como uma forma de medir e definir o que significa
construção sustentável e fornecer um roteiro para o
desenvolvimento de edifícios sustentáveis.
Com o LEED, estabelecemos um sistema simples,
holístico e baseado em métricas. Agora, as pessoas
sabem que, se estiverem em um prédio certificado LEED,
estão consumindo menos energia e água, evitando
desperdícios, economizando em custos de manutenção,
melhorando a qualidade do ar interno, oferecendo
conforto a seus ocupantes e causando menor impacto
ambiental em sua comunidade. Eles também sabem
que estão em um edifício que melhora a saúde e o
bem-estar dos ocupantes. Os projetos certificados
LEED estão ajudando a elevar a qualidade de vida de
populações que abrangem todos os cantos do planeta.
Após a sua introdução, o LEED foi adotado por um
grupo de líderes que abrangeu diversas indústrias. E
hoje, a construção sustentável se tornou uma indústria
de trilhões de
dólares, e o LEED se
tornou o programa
mais amplamente
utilizado no mundo.
O LEED está em
toda parte com
projetos em 167
países e territórios.
Existem atualmente cerca de 97.000 projetos
registrados e certificados LEED, totalizando cerca de 21
bilhões de pés quadrados de espaço.
Recentemente anunciamos que o Brasil se manteve em
quarto lugar no ranking Top 10 Países e Regiões para
o LEED no mundo, com base em metros quadrados
certificados LEED, com um total de 531 projetos
certificados LEED e 16,74 milhões de metros quadrados
brutos certificados. O Brasil está liderando a mudança
no desenvolvimento de edifícios, comunidades e
cidades mais sustentáveis. Sua liderança no país serve
como modelo global para outros mercados sobre como
podemos gerenciar nossos recursos com eficiência e
maestria, criando mudanças duradouras e mensuráveis
em nossas comunidades.
E o Brasil está preparado para uma expansão ainda
maior, já que a construção sustentável deverá aumentar
rapidamente no país nos próximos três anos. Tenho o
prazer de informar que, em parceria com o GBC Brasil,
abrimos um escritório do GBCI no País para atender
às demandas de seu crescente mercado de construção
sustentável. Tanto o USGBC quanto o GBCI têm um
relacionamento de longa data com o GBC Brasil, e já
tivemos muito sucesso trabalhando juntos. A parceria
Mahesh Ramanujam
Presidente e CEO do
U.S. Green Building Council
MosheZusmanPhotographyStudio
49
com eles para estabelecer o GBCI
Brasil servirá para acelerar ainda
mais nossos esforços de verdejar
o ambiente construído brasileiro
e transformar seu mercado. Esta
expansão é o reflexo da enorme
liderança e demanda da comunidade
de construção sustentável no Brasil.
Você pode observar que durante
a primeira geração do USGBC
tivemos muito sucesso. Mas
agora estamos nos preparando
para o próximo capítulo da nossa
história. E com isso em mente,
este ano lançamos nossa mais
nova versão do LEED, o LEED v4.1,
que é o sistema mais abrangente,
colaborativo, acessível e eficaz até
hoje. Não é uma mudança de versão completa, mas
sim uma série de atualizações incrementais para os
sistemas de classificação LEEDv4.
Começamos com o lançamento do LEED O+M v4.1
em março, ainda em versão beta, para influenciar
radicalmente a forma como o LEED impacta o
mercado de construção existente. Recentemente,
também lançamos o LEED v4.1 para Transit, BD+C
e ID+C, e anunciamos que o LEED v4.1 para
Residenciais, Cidades e Comunidades seria lançado
em 2019. Tenho o prazer de compartilhar que cada
uma dessas atualizações do sistema de classificação
também terá resultados de desempenho completos
impulsionados pelo Arc, tornando o LEED v4.1 o
primeiro standard real de desempenho de edifícios,
comunidades e cidades.
O LEED v4.1 fundamentalmente transformou
nosso processo de desenvolvimento do sistema
de classificação. Isso nos permitiu maior agilidade
para incorporar feedback em tempo real, para que
possamos realmente elevar o nível do mercado. Tenho
orgulho do trabalho que está sendo feito para garantir
que o LEED não seja apenas o standard líder, mas
também um padrão de vida.
Também estamos direcionando nossos esforços para
um modelo de monitoramento e certificação contínuo
baseado em desempenho.
Recentemente,anunciamos que todos os projetos LEED
podem se re-certificar, fornecendo 12 meses de dados
de desempenho. Acreditamos que não é suficiente
demonstrar liderança em um momento específico, e
queremos que todos os projetos
LEED continuem a demonstrar
liderança muito depois de serem
construídos e ocupados.
Encorajamos todos os projetos a elevar o seu
desempenho, relatando dados e buscando a re-
certificação através do LEED v4.1. Isso permitirá que
eles quantifiquem totalmente seus investimentos
e contribuições para tornar este planeta um lugar
melhor. A mudança para um sistema de verificação
contínua através de dados de desempenho de
construção nos permite garantir que os edifícios estão
realmente beneficiando as pessoas que os habitam.
Hoje, milhões de pessoas estão vivendo, trabalhando
e aprendendo em edifícios com certificação LEED. Isso
é a culminação de inúmeras mudanças de pequena
escala que se juntaram ao longo de décadas, estrutura
por estrutura, bloco a bloco. E juntos, eles inspiraram
pessoas em todo o mundo e deram início a uma
mudança fundamental na maneira como pensamos
sobre nossos prédios e comunidades.
Para a comunidade de construções sustentáveis, nossa
missão determina todas as ações que tomamos. Até 2050,
a área total de todos os edifícios deverá dobrar para mais
de 400 bilhões de metros quadrados. E cada novo edifício
durará várias gerações. Isso significa que as escolhas que
fazemos hoje irão definitivamente impactar o futuro. Temos
que tomar as decisões certas e almejar cada vez mais.
Por isso, estamos intensificando nossos esforços
para apoiar e promover a colaboração global para
descarbonizar edifícios, redes e comunidades,
Plataforma Arc no
lobby do edifício
2101 L St em
Washington, DC.
AnaKa’ahanui
GBC BRASIL - ANUÁRIO 201950
investindo nossos recursos e alavancando nossas
ferramentas e tecnologias para uma visão positiva.
E isso significa definir nossas metas em zero.
Acreditamos que o net zero é um alvo poderoso que
impulsionará a indústria.
Durante anos, os projetos LEED em todo o mundo
aspiraram atingir o marco net zero. É hora de
reconhecer a liderança deles e formalizar o compromisso
com a rede de net zeros em toda a comunidade LEED.
É por isso que lançamos recentemente um programa de
certificação net zero que dá à comunidade de prédios
sustentáveis um novo objetivo a ser alcançado: LEED
Zero. Nossas novas certificações zero ajudarão a reforçar
esses líderes visionários, melhorando o desempenho, a
responsabilidade e a transparência.
Os projetos LEED podem alcançar a certificação LEED
Zero quando demonstrarem qualquer um ou um
dos seguintes: emissões zero de carbono, uso de
energia, uso de água ou resíduos. Coletivamente,
estes novos programas de certificação encorajarão
uma abordagem holística para que edifícios e lugares
possam contribuir para um futuro regenerativo que
melhore a saúde e o bem-estar não só dos seus
ocupantes, mas de toda a humanidade.
Um dos grandes passos que concordamos para o LEED
v4.1 foi não apenas aumentar nosso padrão de referência
de energia para a ASHRAE 90.1 2016, mas também
adicionar uma métrica de carbono aos sistemas de
classificação de edifícios novos e existentes pela primeira
vez para medir o impacto climático do edifício. Tudo
isto é parte de uma visão para garantir que a próxima
fase dos esforços do USGBC seja LEED Positive, onde os
edifícios estão realmente gerando mais energia do que
eles usam, e removendo mais carbono do que produzem.
Muita coisa mudou em 25 anos. Ao encerrarmos um
capítulo importante, somos lembrados de que abrir
nossos corações e mentes para o que é possível é como
abrimos a próxima porta e nos preparamos para o
nosso próximo e maior conjunto de desafios. Quando
o USGBC foi fundado em 1993, o foco eram prédios
sustentáveis. Isso foi importante,
mas hoje não é suficiente.
Como o mercado global de
edificações sustentáveis evoluiu,
devemos também evoluir. Temos
que expandir a maneira como
falamos sobre sustentabilidade. O
cerne dos esforços da comunidade
de edifícios sustentáveis deve ir
além da construção e eficiência, e dos materiais que
compõem nossos prédios. Devemos chegar mais fundo
e focar no que mais importa dentro desses edifícios: os
seres humanos.
Nosso foco deve estar nos seres humanos, porque os
padrões que estamos mais comprometidos a elevar
são os da própria qualidade de vida - para todos os
membros dessa comunidade e para as populações que
abrangem todos os cantos do planeta.
Mais do que qualquer outra coisa, a construção
sustentável é sobre pessoas.
Eu sei que todos nós acreditamos que cada ser humano
merece um lugar seguro e saudável para chamar de lar.
É por isso que fazemos o trabalho que fazemos. Um
futuro melhor requer um padrão de vida universal que
não deixa ninguém para trás. E esse futuro não seria
possível sem a sua liderança. Obrigado por tudo que
você fez para nos ajudar em nossa primeira geração.
Estou orgulhoso do que conseguimos realizar juntos e
estou animado e otimista com o que criaremos a seguir.
A segunda geração começa agora!
Mahesh Ramanujam
Presidente e CEO do U.S. Green Building Council
O Dell Children’s
Hospital, localizado
no centro do Texas,
é o primeiro hospital
do mundo a ser
certificado com
o LEED Platinum
pelo sistema de
classificação LEED
for Healthcare
(LEED-HC).
JodyHorton
51
Benefícios de se tornar um membro do
GBC Brasil
Os membros do Green Building Council Brasil são a chave para a expansão do movi-
mento de construções sustentáveis no País. Com o avanço de suas soluções sustentá-
veis, continuamos a entregar novas oportunidades de prosperidade.
Os membros do GBC ganham
acesso a inteligência de mercado
que lhes capacita com habilidades
e conhecimentos aprimorados,
permitindo tomadas de decisões
certas, nos momentos certos. Isto
inclui acesso à experiência e
melhores práticas, eventos,
treinamentos e figuras influentes
que estão na vanguarda deste
movimento.
1. INTELIGÊNCIA DE
MERCADO
Membros do GBC aumentam o
perfil de sua empresa ou organi-
zação e fortalecem sua marca.
Você se tornará associado às
principais autoridades em
construções sustentáveis e
campanhas de alto perfil, como
Greenbuilding Brasil e Green
Building Week.
4. DEMONSTRE SUA
LIDERANÇA
3. CRESCIMENTO DE
MERCADO
Os membros do GBC participam
do desenvolvimento de iniciativas
e políticas públicas e contribuem
para o avanço da construção
sustentável a nível local e nacio-
nal. Tal envolvimento é crucial
para o crescimento do mercado
de edifícios sustentáveis, o que
subsequentemente pode levar a
um aumento do trabalho e da
renda da sua organização.
2. PARCERIAS DE
NEGÓCIOS
Ao se tornar membro do GBC,
você conhecerá uma ampla rede
de organizações comprometidas
com a sustentabilidade. Isto
oferece diversas oportunidades
para o desenvolvimento de
parcerias que complementarão os
serviços que sua empresa oferece,
por sua vez ajudando a garantir
uma porcentagem maior do seu
mercado local de construções
sustentáveis.
5. ALINHAMENTO COM
O ACORDO DE PARIS
Como membro do GBC, você
apoiará iniciativas alinhadas com os
objetivos do Acordo de Paris e com
os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável da ONU. Sua participa-
ção também alinhará suas organiza-
ções com esses desafios globais.
GBC BRASIL - ANUÁRIO 201952
Certificação Guiaderodas
Iniciativa reconhecida pela ONU e pelo MIT Technology Review
traz inovação aos prédios e empresas e mostra que a acessibilidade
é boa para os negócios
O que é a Certificação Guiaderodas?
É um programa que reconhece as melhores
práticas de acessibilidade. Um local certificado
pelo Guiaderodas está preparado para atender
bem, desde a infraestrutura até o atendimento, às
necessidades de qualquer pessoa, inclusive pessoas
com deficiência, gestantes, pessoas com crianças de
colo ou indivíduos com estaturas e idades diferentes.
Anterior à falta de acessibilidade, está a falta de
conscientização sobre a importância desse tema.
E esse é o início do processo de certificação.
Tudo começa com uma campanha de
engajamento dentro da empresa utilizando o
aplicativo Guiaderodas, um guia colaborativo
para avaliar e consultar a acessibilidade dos
locais. Os espaços em processo de certificação
são avaliados através de um questionário
especial, com perguntas sobre a acessibilidade
arquitetônica e comportamental, tais como:
“Você sabe onde é o sanitário acessível da sua
empresa? Ele é utilizado por quem precisa?”
Além da percepção dos colaboradores, arquitetos
especialistas da equipe do Guiaderodas fazem
a avaliação do espaço ocupado, tendo como
base as normas técnicas vigentes no país.
Concomitantemente, pessoas com deficiência
testam as instalações na prática, trazendo soluções
razoáveis para que o ambiente seja funcional.
O cumprimento das etapas para a Certificação dura
45 dias. Nesse período também é realizado um
treinamento sobre Atitude Acessível que
visa, através de situações do dia a dia, a ampliar
conhecimentos que aprimoram o atendimento às
pessoas com deficiência ou que tenham qualquer
restrição de mobilidade. Isso faz com que os valores
de cuidado com as pessoas e bom atendimento
sejam fortalecidos dentro da cultura da organização.
Encarar a acessibilidade como um mero
cumprimento de norma é coisa do passado.
Muitas organizações estão despertando para
o fato de que abraçar o tema da acessibilidade
multiplica os benefícios de uma empresa - reduz
riscos regulatórios, fortalece a confiança na
marca, aprimora a experiência do colaborador e
do cliente e melhora a produtividade de todos.
A WeWork, empresa que fornece espaços de
trabalho compartilhados em dezenas de países, já
teve duas unidades de São Paulo certificadas pelo
Guiaderodas. “Trabalhamos com hospitalidade
e buscamos a melhor experiência para todos os
nossos membros. O Guiaderodas nos ajuda a primar
pela excelência em acessibilidade e essa conquista
é motivo de muito orgulho para nós”, diz Celso
Santos, gerente de Facilities Brasil da Wework.
Para os edifícios comerciais, a valorização do
imóvel e os ganhos econômicos são evidentes.
Empresas inclusivas buscam locar espaços
certificados pelo Guiaderodas para atender às
demandas de seus funcionários.
É o caso da KPMG, empresa de auditoria e
consultoria que tem presença mundial, e da EZ
Towers, prédio comercial localizado na zona sul
53
da cidade de São Paulo. Tanto a KPMG quanto a
EZ Towers já possuem a Certificação Guiaderodas.
“O maior ativo da nossa empresa são as pessoas.
No momento que a gente fala sobre a Certificação
Guiaderodas, isso contagia clientes, fornecedores,
parceiros e as próximas gerações. As pessoas que
querem escolher um local de trabalho verão isso
como um diferencial e vão dizer: essa é a empresa
onde eu quero trabalhar”, ressalta Charles Krieck,
presidente da KPMG Brasil.
UMA IDEIA QUANDO É BOA,
É BOA PARA TODOS
O maior legado da iniciativa do Guiaderodas é a
propagação da causa. O aplicativo cumpre essa
função e funciona como ferramenta de
utilidade pública.
O Guiaderodas já impactou a vida de milhões
de pessoas com restrição de mobilidade, seus
amigos e familiares. Esse público é cada vez
mais crescente, principalmente devido ao
envelhecimento da população.
Reconhecido pela ONU como melhor solução
digital inclusiva, o aplicativo conta com avaliações
de locais em mais de 1000 cidades presentes em
mais de 85 países.
O fundador do Guiaderodas, o cadeirante Bruno
Mahfuz, enfatiza que a missão do Guiaderodas é
deixar de existir. “Um dia o mundo será acessível
para todos. Nesse dia fecharemos as portas e nos
dedicaremos a outra coisa”, completa Bruno, que
foi escolhido pelo MIT Technology Review como
um dos maiores inovadores da América Latina.
Alguns edifícios e empresas que conquistaram a
Certificação Guiaderodas:
- Estádio Allianz Parque (Água Branca, São Paulo
- SP).
- WeWork Inovabra Habitat (Bela Vista, São
Paulo - SP).
- Torres de escritórios EZ Towers (Chácara Santo
Antônio, São Paulo - SP).
- Torre Santander (Vila Olímpia, São Paulo - SP).
- CA Technologies (Escritório, Chácara Santo
Antônio, São Paulo - SP).
- KPMG (Escritório-sede, Chácara Santo Antônio,
São Paulo - SP).
- Atento (Site Zona Leste, Itaquera, São Paulo - SP).
- WeWork Metro Office (Butantã, São Paulo - SP)
- Trend Micro (Escritório-sede, Itaim, São Paulo - SP)
- Farol Santander (Centro, São Paulo - SP)
GBC Brasil e Guia de Rodas
firmam parceria
Com a missão de transformar a indústria da
construção civil e a cultura da sociedade em
direção à sustentabilidade, o Green Building
Council Brasil entende ser relevante a parceria
com o Guia de Rodas. A parceria compreende as
áreas de disseminação de informação, divulgação
de casos de sucesso, auxílio no aprimoramento
técnico dos quesitos sociais nos referenciais de
certificações e manuais de operação, cooperação
em cursos e eventos, além da área de relações
institucionais.
Para Felipe Faria, CEO do GBC Brasil, “a forma de
atuação do Guia de Rodas muito se assemelha
ao GBC Brasil, eles conseguiram com maestria
demonstrar que a boa gestão dos preceitos de
acessibilidade universal é boa para os negócios”.
Mutuamente, as Organizações evidenciarão que a
excelência no alinhamento dos aspectos sociais e
ambientais estão atrelados aos melhores modelos
de negócios e tendem a aumentar os ganhos
econômicos.
Para Agatha Carvalho, Gerente Técnica do GBC
Brasil, a parceria é muito importante nesse momento
em que as ferramentas de certificações de green
building passam a avaliar o desempenho das
edificações e colocam o indivíduo como prioridade.
“Nossas ferramentas buscam conforto, saúde e bem
estar, sendo que as métricas físicas e perceptivas
durante a operação das edificações é o que
realmente nos revela se estamos no caminho.
O Guia de Rodas vai além do atendimento às normas
técnicas, eles são o conhecimento necessário para a
real experiência inclusiva de todos”.
GBC BRASIL - ANUÁRIO 201954
Bresco conquista
certificação B Corporation
Empresa de investimentos imobiliários com foco na aquisição ou construção de imóveis
corporativos para locação, a Bresco é a pioneira em seu setor no desenvolvimento de projetos
com sustentabilidade ambiental. Inovando mais uma vez, ela se tornou a primeira do
segmento a conquistar a certificação Empresa B (B Corporation), destinada a corporações que
objetivam exercer triplo impacto positivo (ambiental, social e econômico) no mundo.
Desde dezembro de 2018, a Bresco integra a
rede Movimento B ao lado de mais de 2600
organizações certificadas e espalhadas por 60
países, sendo 139 delas no Brasil. “Ser uma
Empresa B significa adotar as melhores práticas
corporativas e buscar continuamente a geração
desse triplo impacto positivo sobre o meio
ambiente e as comunidades em que atuamos.
É tentar ser melhor em tudo, até mesmo nas
menores coisas”, resume Carlos Sisti, diretor de
operações da Bresco.
Processo de certificação
A certificação Empresa
B é conferida pela B
Lab, organização norte-
americana sem fins
lucrativos que promove as
B Corps. Sua parceira na
América Latina é a ONG
Sistema B, que defende
uma nova economia em que
o sucesso seja medido pelo
bem-estar das pessoas, da
sociedade e da natureza.
Para conquistar a certificação, as empresas
devem somar o mínimo de 85 pontos em um
rigoroso processo de avaliação e comprovar todas
as respostas por meio de documentação. As
aprovadas firmam o compromisso institucional
e legal de tomar decisões considerando as
consequências de suas ações sobre a comunidade
e o meio ambiente a longo prazo.
A Bresco obteve 100 pontos no processo de
avaliação graças a boas práticas, como priorização
de construções sustentáveis, oferta de benefícios
diferenciados a seus colaboradores e cuidado
com as comunidades nas quais atua. Um exemplo
é a parceria que estabeleceu com a Associação
Parceiros da Educação, visando à melhora no
rendimento escolar dos alunos de quatro escolas
públicas da região de Campinas, SP.
Cultura de sustentabilidade
A Bresco surgiu em 2011 dando continuidade à
Bracor, empresa que foi uma das fundadoras do
GBC Brasil e responsável pelo desenvolvimento
do primeiro edifício da América Latina a
conquistar a certificação LEED Core and Shell, em
2008. Em 2010, foi a vez de a Bracor planejar
55
dois galpões logísticos, um para a Procter &
Gamble e outro para a Colgate, que foram os
primeiros do país a alcançar a certificação LEED
em nível Gold.
Em 2011, a empresa passou por uma
reestruturação e mudou o nome para Bresco.
Entre seus novos acionistas estão os sócios
fundadores da Natura, que foi apontada por
duas vezes (2010 e 2017) como a empresa mais
sustentável do ano em levantamento realizado
pela revista Exame. O CEO Carlos Betancourt,
que também é membro do conselho do GBC,
permaneceu no cargo, junto com parte da
diretoria e o corpo técnico. Foi o trabalho conjunto
desse grupo que incentivou a empresa a preservar
sua cultura sustentável e a continuar adotando os
parâmetros de sustentabilidade até mesmo nos
projetos que não buscavam certificação.
Projetos sustentáveis
Entre os desafios da Bresco está o HUB Natura, o
centro de distribuição (CD) automatizado que foi
inaugurado em 2014 nas proximidades de
Jundiaí, SP. O CD de 35 mil metros quadrados
tem pé-direito de 20 metros para atender à
operação quase que exclusivamente robotizada,
com pouquíssima interferência humana. Segundo
Sisti, isso dispensou a necessidade de iluminação
e ventilação de conforto, mas levou a equipe a
buscar outras formas para reduzir o consumo de
energia. “Conseguimos o LEED Silver para esse
projeto”, destaca.
Outro empreendimento de referência é o Parque
Corporativo Bresco Viracopos, com 1 milhão de
metros quadrados e implantado às margens da
rodovia Santos Dumont, no Distrito Industrial
de Campinas, SP. Faz parte desse conjunto o
G1, primeiro galpão logístico com certificação
LEED Gold da região de Campinas, SP. Em sua
cobertura foi instalada uma usina fotovoltaica
com cerca de 3 mil metros quadrados de painéis
solares com capacidade de 300 KW P/H, o
suficiente para atender a totalidade do consumo
das áreas comuns do empreendimento. Além
disso, ele conta com estação de tratamento de
esgoto que fornece água de reúso com 98% de
pureza para as demandas do paisagismo, das
bacias sanitárias e lavagem de pisos.
Com mais de um
milhão de metros
quadrados de
área, o Parque
Corporativo Bresco
Viracopos deve
receber outras
edificações,
incluindo um hotel.
Imagens:divulgaçãoBresco
GBC BRASIL - ANUÁRIO 201956
O conjunto ainda não foi concluído e deve
receber mais edificações, incluindo um hotel.
Entre seus diferenciais está outra usina
fotovoltaica, com capacidade de gerar 24 KW
P/H, que fornece energia para o abastecimento
de veículos elétricos.
Há ainda um parque linear com 247 mil metros
quadrados de área preservada. Para o incremento
da Mata Atlântica e reconstituição do bioma na
gleba foram plantadas 26 mil mudas de espécies
nativas. Cortado pelo córrego Viracopos, o parque
linear é aberto à população e oferece estações
para exercícios físicos. Além disso, ele conta com
câmeras que auxiliam na segurança da área e no
monitoramento da fauna local, que inclui macacos
bugio, capivaras e cachorros do mato. Por essa
razão, foram criadas passagens para que os
animais possam atravessar a rodovia em segurança.
O galpão G1 tem
em sua cobertura
uma usina
fotovoltaica com
cerca de 3 mil
metros quadrados
de painéis solares
com capacidade
para gerar
300 KW P/H.
Imagens:divulgaçãoBresco
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Certificações
LEED 2017
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O conceito Green Building pautou o projeto e
a construção da Torre A do Hospital Nove de
Julho (H9J), inaugurada em 2016 a um custo
de 350 milhões de reais. Entre os recursos de
sustentabilidade adotados no prédio de 18
pavimentos, localizado nas proximidades da
avenida Paulista, estão incluídos uso de energia
solar, aproveitamento da luz natural e redutores
de vazão em louças e metais sanitários. A torre
obteve a certificação LEED NC nível Certified.
Com a inauguração desse novo bloco, o H9J
passou a contar com 410 leitos e 22 salas
cirúrgicas, sendo duas delas híbridas, com
equipamentos de Hemodinâmica e Ressonância
Magnética. Além disso, há três ambientes
exclusivos para cirurgia robótica, com destaque
para a Sala Inteligente da Robótica.
HOSPITAL NOVE
DE JULHO - TORRE A
Premissas sustentáveis para o dia a dia
Os diferenciais incluem ainda o Espaço Unic,
andar VIP composto por oito suítes de 50 m2
com
áreas distintas para paciente e acompanhante.
Segundo o Dr. Alfonso Migliore Neto, diretor
geral do H9J, a sustentabilidade é premissa para
as decisões institucionais e ações do dia a dia.
“Construímos um prédio que, além da economia
de energia e água, seguiu um plano de controle
de poluição com o menor impacto possível para a
região. Outro exemplo é a implantação do Prontuário
Eletrônico do Paciente (PEP), com a certificação digital
que, em breve, nos tornará um hospital totalmente
digital, sem papel”, explica. Recentemente, o
H9J teve seu sistema de prontuário eletrônico
avaliado pela HIMSS Analytics, o que lhe garantiu a
certificação nível 6 da Healthcare Information and
Management Systems Society (HIMSS).
63
Espaço sustentável
Os impactos da obra foram
minimizados por estratégias
como a proteção de galerias
pluviais para evitar acúmulo de
sedimentos e resíduos, além de
lava-rodas e lava-bicas. O efeito
ilha de calor foi reduzido com
vagas de garagem no subsolo
e pelo uso de materiais claros
e vegetações em superfícies do
terreno.
Eficiência no uso de água
Segundo Raísa Mendes, da
consultoria LEED Cushman
& Wakefield, os métodos
adotados para a redução do
consumo de água resultaram
em economia de 34% em
comparação a um edifício
padrão. Entre essas medidas,
estão o uso de água de chuva
para irrigação do paisagismo e
de louças e metais sanitários de
menor vazão.
Energia e atmosfera
De acordo com a simulação
energética feita na etapa de
projeto, comparando o hospital
a um prédio de mesmo uso, mas
com sistemas convencionais, a
redução dos custos de consumo
energético é de 21,78%.
O resultado é atribuído à
eficiência dos sistemas de
iluminação interna, ventilação e
aquecimento de água.
Materiais e recursos
Do total gasto com materiais
para a obra, 34% referem-se a
insumos regionais, o que reduz
o impacto ambiental decorrente
da geração de poluentes
atmosféricos, como CO2,
durante o transporte. Apenas
5% dos resíduos gerados em
canteiro foram destinados a
aterros, todo o restante foi
encaminhado para reciclagem.
Crédito de Prioridade Regional
O LEED determina que
algumas de suas estratégias
de sustentabilidade sejam
prioritárias em determinadas
regiões. No caso do Hospital
Nove de Julho, localizado
na cidade de São Paulo, foi
possível atender à prioridade
de eficiência energética, explica
Raísa Mendes, da consultoria
LEED Cushman & Wakefield.
Projeto:
Hospital Nove de Julho – Torre A
Cliente/Proprietário:
Hospital Nove de Julho
Localização:
São Paulo, SP
Área construída:
20.000 m²
Construtora:
Afonso França
Arquitetura:
Cássia Cavani Arquitetura e Urbanismo
Consultoria LEED:
Cushman & Wakefield
Certificação:
29 de março de 2017
Sistema e Nível da Certificação:
LEED-NC v2009 nível Certified
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Anuário GBC Brasil 2019

  • 1. 1 BRASIL Construindo o Brasil que queremos GBC Casa & Condomínio ANO 1 / Nº 1 / JUNHO DE 2019 GBC ANUÁRIO 2019
  • 2. GBC BRASIL - ANUÁRIO 20192 GBC BRASIL - ANUÁRIO 20192
  • 3. 3
  • 4.
  • 5.
  • 6. GBC BRASIL - ANUÁRIO 20196
  • 7. 7 Em operação desde março de 2018, o centro de distribuição da Coca-Cola em Uberlandia (MG) é o primeiro do grupo a ser Zero Água e Zero Energia. O edifício é autossuficiente, ou seja, gera no próprio local toda a energia que precisa, trata, reutiliza e infiltra 100% dos efluentes e reaproveita água da chuva coletada em uma cobertura de mais de 60.000 m2 . Nossos clientes redefinindo o possível. brand&brand
  • 8.
  • 9.
  • 10. AFONSO FRANÇA ENGENHARIA | Construindo um nome cada vez mais forte.
  • 11. www.afonsofranca.com.br INOVAÇÃO EM SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS: UMA QUESTÃO DE RESPEITO E RESPONSABILIDADE. PLANTAMOS HOJE O FUTURO DAS NOVAS GERAÇÕES. A Afonso França Engenharia oferece a melhor solução para o mercado de construção civil, garantindo transparência nos processos, tecnologia de ponta e rapidez na entrega de grandes projetos, feitos com segurança e cuidado com o meio ambiente.
  • 12. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201912 A SUSTENTABILIDADE É PRIORIDADE NO PLANEJAMENTO DOS EMPREENDIMENTOS GLP A GLP é líder global em instalações logísticas modernas e se preocupa em oferecer galpões e soluções integradas que geram valor para seus clientes. Respeitamos o meio ambiente, planejando galpões que reduzem custos de energia, reutilizam água e otimizam a iluminação e ventilação. Temos mais de 30 galpões com certificação LEED, entre os quais 12 estão no Brasil. Seja na construção ou nas operações diárias, pensar de forma sustentável faz parte do nosso DNA. E. locacao@GLProp.com S. www.GLProp.com.br T. (11) 3500 3700 - (21) 3570 8180
  • 13. 13 GBC ANUÁRIO 2019 BRASIL GBC Casa & Condomínio ANO 1 / Nº 1 / JUNHO DE 2019
  • 14. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201914 EM QUASE UMA DÉCADA DE ATUAÇÃO, A EASY JÁ ULTRAPASSOU A MARCA DE + 700 IMPLANTAÇÕES REALIZADAS PARA + 500 EMPRESAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS. NOSSA EQUIPE, COMPOSTA POR + 300 COLABORADORES, É RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DE + 1 MILHÃO DE M² NOS PRINCIPAIS SEGMENTOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL. 100% ÉTICA. www.easyconstrutora.com.br (11) 2737.8790 MEMBRO OS NÚMEROS SÃO EXPRESSIVOS. O ATENDIMENTO É SOB MEDIDA.
  • 15. 15 Construindo o Brasil que queremos – um tributo aos heróis que edificam nosso movimento O movimento das construções verdes no Brasil ganhou musculatura para alcançar um patamar mais elevado no país. No mundo, nosso setor movimenta cerca de US$ 1 trilhão por ano, e poderá ser responsável pela geração de quase sete milhões de novos empregos, diretos e indiretos, em todos os níveis de atuação, até 2030. Trata-se do setor que mais contribui para os objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, além de ser a principal solução para nortear os desafios hídrico e energético do nosso país. Atualmente, sinônimos de negócios mais rentáveis, tornaram-se comuns no mercado brasileiro estudos que atestam resultados econômicos. De acordo com recente estudo feito por pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Odilon Costa e Wesley Silva, edificações comerciais certificadas LEED, em São Paulo, promovem uma valorização por metro quadrado na comercialização do aluguel de 4% a 8%. Outro estudo recente, divulgado pela universidade de Harvard (EUA), sobre co-benefícios das edificações LEED no Brasil concluiu que, em um intervalo de 15 anos, a cada R$ 1,00 economizado em energia, R$ 0,39 centavos são revertidos em ganhos com saúde e Felipe Faria CEO do Green Building Council Brasil e presidente do Comitê dos GBCs das Américas pelo World Green Building Council    ClickArte
  • 16. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201916 benefícios climáticos. E considerando um universo de 1.340 empreendimentos registrados para receber a certificação até o momento, sugerem uma economia real de R$ 931 milhões em redução de energia, R$ 41 milhões na redução de impactos climáticos negativos e outros R$ 319 milhões com a redução de poluição do ar. O que os números revelam? Menos visitas a hospitais, menos faltas ao trabalho, estudos ou qualquer outra atividade. Nosso movimento é tão relevante que a Organização das Nações Unidas (ONU), durante a COP 21, nos lançou o desafio de criarmos uma ferramenta que contribuísse, de maneira mais intensa, para o estímulo a edificações autossuficientes em energia. Após análises e estudos, lançamos o GBC Zero Energy, ferramenta que premia a edificação que, ao longo de 12 meses, gerou a mesma quantidade de energia que consumiu, pela alta eficiência energética, produção de energia renovável on site e off site. E detalhe, com viabilidade financeira. Além disso, frisa-se que só foi possível aceitar este desafio pois nossas empresas e profissionais estão priorizando o planejamento, a melhor técnica, ganharam experiência e maturidade. Nossa expectativa é finalizar 2019 com 40 edificações registradas no GBC ZERO ENERGY. Esta maturidade, inclusive, nos fez refletir sobre o amadurecimento do movimento green building no país, e de que maneira ele poderia impactar direta e decisivamente em todas as camadas da população e mercado. A partir de 2017, lançamos a certificação GBC Casa & Condomínio para ser empregada em projetos multifamiliares verticais. A ferramenta possui alguns pilares fundamentais que têm atraído a atenção de investidores e desenvolvedores a investirem neste tipo de empreendimento: conforto, saúde e bem-estar; economia operacional e manutenção; verificação adicional de qualidade; vantagens econômicas para investidores e proprietários. Em menos de dois anos, temos mais de 60 empreendimentos registrados nessa categoria, com 10 certificações. Essa modalidade crescerá de forma célere frente o advento de incentivos financeiros que serão lançados para o mercado, ainda em 2019. Porém o diferencial deste movimento que destaco no começo de 2019, é sua resiliência aos desafios e externalidades que pressionaram a economia brasileira nos últimos anos, em especial a construção civil. Continuamos na quarta posição no ranking dos dez países e regiões fora dos EUA com a maior área certificada LEED. Trata-se de um ranking de * Metros Quadrados Brutos em milhões. Dados de Dezembro de 2018. **Os Estados Unidos, onde LEED foi criado, não está no ranking, mas se mantém como o maior Mercado para o LEED no mundo, sendo que há inúmeras políticas públicas incentivando estas edificações nas diversas esferas de Governo”.
  • 17. 17 mercado que usa o LEED para criar espaços mais saudáveis para as pessoas, além de usar menos água e energia, reduzir as emissões de carbono e economizar recursos financeiros para famílias e empresas. Seguimos em quarto lugar com mais de 530 projetos certificados LEED, totalizando quase 17 milhões de metros quadrados de espaços certificados. A manutenção dessa posição, mesmo enfrentando um período complicado para economia, é mais uma vitória para o movimento de construções sustentáveis. A posição consolida o fato dessas edificações serem a melhor opção de negócio do mercado imobiliário. Somente as melhores opções crescem na crise. Os green buildings cresceram porque são essenciais, diferenciados, porque alocam os recursos com maestria, aumentam a produtividade e investem em funcionários. Em 2018, de janeiro a dezembro, foram 88 registros (três vezes mais que o ano anterior) de empreendimentos que pleitearam certificação LEED. Apenas no ano passado, o GBC Brasil registrou 22 empreendimentos na categoria LEED ID+C, voltado especialmente para projetos de interiores em escritórios comerciais, lojas de varejo e estabelecimentos de hospedagem, como hotéis, motéis, pousadas ou qualquer outro estabelecimento que forneça alojamento. Já o LEED O+M, criado para certificar edificações já existentes, recebeu 39 pedidos de registros. Fato é que hoje nós somos relevantes como movimento. Vivemos um momento histórico para o movimento. Fazemos parte de uma verdadeira revolução no mercado de uma maneira geral. Temos dado respostas rápidas para a preservação de nosso planeta. Nós, do GBC Brasil, temos a convicção que, ainda nessa geração, progressivamente, todos irão morar, trabalhar e estudar em uma edificação sustentável. E os heróis de tudo isso são nossos profissionais, apaixonados pelo propósito do movimento, persistem e se policiam para blindarem seus pensamentos de conflitos, mesmo quando bombardeados de notícias pessimistas, e realizam a crescente elevação do padrão do mercado, no qual a melhor técnica passa a vencer os melhores contatos; e o planejamento é maximizado de modo a alcançar a eficiência em sentido amplo. Ademais, como tudo se inicia com conceituação integrada de projeto, arrisco a afirmar que essas lideranças possuem aptidão para atuação colaborativa, com certo grau especial de altruísmo. Não se sentem melhores por terem encontrado o caminho do melhor modelo de negócio, e sim mais responsáveis, retornando às bases para auxiliar a capacitar e engajar tantos outros profissionais, mesmo que concorrentes, pois sabem que a transformação que desejam para o mercado e a continuidade da evolução dos seus negócios, dependem do engajamento de todos. Nós do GBC Brasil agradecemos imensamente a possibilidade de trabalhar e contribuir com profissionais e empresas, que de forma colaborativa, trabalham por propósito, para um movimento, em que todos saiam ganhando. Felipe Faria CEO do Green Building Council Brasil Presidente do Comitê dos GBCs das Américas pelo World Green Building Council
  • 18. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201918 Construindo o Brasil que queremos 12 Conceito Zero Energy é democrático e economicamente viável 20 O futuro começa em casa 24 Desempenho sob controle 28 Eficiência no uso da água 34 Nada se perde, tudo se transforma 40 Construindo um futuro melhor 44 Apresentação de Mahesh Ramanujam 46 Certificação Guiaderodas 50 Bresco conquista certificação B Corporation 52 GBC Brasil Certificações LEED 2017 58 GBC Brasil Certificações LEED 2018 148 GBC Brasil Certificações Casa & Condomínio 208 GBC Brasil Certificações Zero Energy 230 Projetos, Produtos e Serviços 244 Evento Greenbuilding Brasil 2018 278 Os Projetos que buscam a certificação LEED são analisados por 9 dimensões. Todas possuem pré-requisitos e créditos que a medida que atendidos, garantem pontos à edificação. Os níveis são: Certified, Silver, Gold e Platinum. Categorias da versão 3 (2009): LEED NC (New Construction), LEED CS (Core and Shell), LEED HC (Healthcare), LEED for Schools, LEED for Retail, LEED EBOM (Existing buildings operation and maintenance), LEED CI (Commercial Interiors), LEED ND (Neighborhood). Categorias da versão 4 (versão atual): LEED BD+C: New Construction; Core and Shell; Schools; Retail; Healthcare; Data Centers; Hospitality; Warehouses and Distribution Centers. LEED O+M: Existing Buildings; Data Centers; Hospitality; Warehouses and Distribution Centers; Schools; Retail. LEED ID+C: Commercial Interiors; Retail; Hospitality. LEED ND: LEED ND: Plan; LEED ND: Built Project. Conteúdo
  • 19. Líder global com foco exclusivo na execução de obras corporativas São Paulo Rua Gal. Furtado do Nascimento, 684 4º andar Alto de Pinheiros - São Paulo - SP Tel 11 3026-4321 | Fax 11 3026-4330 Rio de Janeiro Av. Almrirante Barroso, 81 36º andar Centro - Rio de Janeiro - RJ Tel 21 3852-2028aceeng.com.br | isgplc.com
  • 20. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201920 J.J.Carol Editora Rua Itapicuru, 613 cj.41, Perdizes São Paulo SP 05006-000 Brasil Tel +55 (11) 3871-1888 jr@jjcarol.com.br www.jjcarol.com.br CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidente GBC Brasil José Moulin Netto Presidente, Conselho Administrativo do GBC Brasil Vice-Presidente GBC Brasil Paula Tauil Diretora de Novos Negócios e Inovação, Cyrela Commercial Properties (CCP) MEMBROS DO CONSELHO Raul Penteado Diretor do Conselho Adminstração, Deca Carlos Bittencourt Presidente, Bresco Ednelson Ivantes Diretor Executivo, Plaenge Industrial Gisela Pinheiro Vice-Presidente, BASF Luiz Cabral Presidente, Johnson Controls e Hitachi Marcos Bensoussan Sócio-Diretor, Setri Martin Jaco CEO, BR Properties Paulo Mancio Senior Vice-Presidente, Accorhotels Paulo Perez Diretor, Saint Gobain Roberto Aflalo Sócio-Diretor, Aflalo Gasperine Virgínia Sodré Sócia-Diretora, Infinitytech Manoel Gameiro Ex-Presidente GBC Brasil CEO Green Building Council Brasil Felipe Faria DIRETOR EXECUTIVO Jacques Rutman jacques@jjcarol.com.br PROJETO GRÁFICO Jackie Carol REDAÇÃO Nanci Corbioli - MTb 21838/SP REVISÃO Rafaela N. CONTATO COMERCIAL Cássio Rogério Moura RESPONSÁVEL DO GBC Ágatha Carvalho Capa: Jackie Carol e Fred Meyer ANO 1 / Nº 1 / JUNHO DE 2019 As imagens e textos que não estão creditados são de divulgação das empresas, que assumem a responsabilidade sobre os respectivos copyrights. As matérias de autoria de colaboradores e anunciantes não refletem, necessariamente, a opinião da Editora. Todos os esforços foram feitos para reconhecer os direitos autorais das imagens publicadas neste publicação. A editora agradece qualquer informação relativa a autoria, titularidade e/ou outros dados, se comprometendo a incluí-los em edições futuras. CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS: Ale Dias Alexandre Bigliazzi André Nazareth André Telles Beto Assem Bianca Rezende Digital Light Evelyn Müller Fábio Pitrez Felipe Menezes Flávio Meyer Gabriel Castro Gabriel Porto Gerson Lima Ivan Souza Jefferson Bernardes João Luiz dos Anjos Jomar Bragança Leca Novo Leonardo Martins Marcelo Aniello Marcos Peron Mauro Correa Metris Virtual Photo Nelson Kon Patrícia Marchiori Paulo Braz Ricardo dos Santos Conceição Ricardo Durand Alves Roberto Afetian Rodrigo Feith Ronaldo Rezende Rubens Chaves Studio Demian Golovaty Fotografia Tuca Reinés Vitor Tosetto
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  • 22. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201922 Conceito Zero Energy é democrático e economicamente viável Brasil é o segundo país a ter edificações Zero Energy, atrás somente do Canadá. Já são 22 projetos em processo de certificação e sete certificados. Durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 21), realizada em 2015 em Paris, foi selado um acordo histórico com o objetivo de reduzir mundialmente a emissão de carbono para conter os efeitos das mudanças climáticas. Denominado Acordo de Paris, ele foi aprovado por 195 países e estabeleceu como meta um grande esforço coletivo para limitar o aquecimento global a menos de 2ºC até 2100. Representações do World GBC e dos 74 Green Building Councils no mundo, que juntos contam com mais de 27 mil empresas associadas, estiveram presentes à COP 21 e assumiram o compromisso de criar o programa Zero Energy a fim de zerar a emissão de carbono decorrente da atividade da construção civil. “A ideia é que todas as novas edificações e grandes reformas se tornem Net Zero a partir de 2030, e que 100% dos edifícios se tornem Net Zero até 2050”, completa Maíra Macedo, gerente de relações institucionais e governamentais do GBC Brasil e líder do desenvolvimento da certificação Zero Energy no país. “Como o Brasil é liderança em empreendimentos LEED, fomos convidados a integrar o comitê internacional, composto por 10 GBCs nacionais, para ajudar a desenvolver o programa Advancing Net Zero”, explica Maíra. O passo seguinte foi a instituição do comitê nacional para a elaboração da ferramenta de certificação no Brasil, o que contou com o apoio do Ministério do Meio Ambiente, do Instituto Clima e Sociedade, do Instituto Totum e de um comitê técnico altamente qualificado, composto por representantes das faculdades de arquitetura (FAU) e de engenharia civil (Poli) da USP e de entidades como Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), Sinduscon SP e Secovi- SP, além de diversas empresas de soluções em energia. A ferramenta é nacional e pode ser aplicada em todo o território brasileiro sem a necessidade de adaptações. Características da certificação Segundo o conceito do Green Building Council Brasil, “Zero Energy Building (ZEB) é o edifício que comprova que o consumo de energia local da operação anual é zerado por uma combinação de alta eficiência energética e geração de energia por fontes renováveis”. A geração de energia pode ocorrer no próprio local ou em fazendas solares, por exemplo.
  • 23. 23 Para conquistar o selo, a edificação é avaliada sob diferentes aspectos (ler quadro Requisitos do GBC Brasil Zero Energy ), que devem ser devidamente documentados. Se todos os pré-requisitos forem atendidos, a edificação recebe a pré-certificação e deve operar por um ano para que seja comprovado o balanço energético no período, e só então o selo Zero Energy é concedido. O balanço energético para renovação do selo é feito anualmente com base nos mesmos critérios e a conta tem que continuar zerando. “Só o resultado zero interessa para a certificação. Isso também mobiliza as pessoas, porque elas passam a perceber seu consumo e entendem que se gastarem mais , vão precisar reduzir o consumo ou investir em mais painéis fotovoltaicos. Por outro lado, se a geração for maior que o consumo, isso significa prejuízo, pois não tem como vender o excedente para a concessionária”, explica Guido Petinelli, sócio-diretor da Petinelli, consultoria de sustentabilidade com escritórios nos três estados da Região Sul do Brasil. De acordo com Maíra, os estudos realizados pelo comitê técnico de elaboração do referencial para Certificação GBC Brasil Zero Energy ajudaram a adequar os requisitos mínimos exigidos das diversas tipologias que poderão pleitear esta certificação. “Isso garante o atendimento técnico e financeiro das estratégias a serem adotadas, o que viabiliza sua implantação”, destaca. “Critérios claros e bem definidos, e uma auditoria de terceira parte para avaliação dos projetos, e o desempenho real in loco garantem transparência e praticidade para obtenção da certificação”, ela completa. Entre os requisitos avaliados para a concessão do selo está a área mínima da edificação, que é de 100 m2 para todas as tipologias, exceto para residências unifamiliares, que podem ter qualquer metragem. A tipologia também é livre, com exceção das construções provisórias. A certificação é adotada de forma voluntária pelos empreendedores que querem se destacar no mercado e adaptar seus empreendimentos às novas exigências do público consumidor. OBJETIVOS DA CERTIFICAÇÃO ZERO ENERGY • Garantir o cumprimento das metas da COP Paris; • Acelerar a transformação do mercado nacional de eficiência energética e a geração de fontes de energias renováveis; • Gerar novos empregos; • Desenvolver novas tecnologias; • Reconhecer a iniciativa dos empreendedores; • Promover ambientes mais saudáveis, capazes de aumentar o bem-estar dos ocupantes. Tempo de operação Taxa de ocupação mínima Metragem mínima das áreas construídas Tipologia Atendimento a legislações municipais, estaduais e federais Empreendimento off grid Eficiência energética mínima para geração on site Eficiência energética mínima para geração off site Geração de energia renovável on site Geração de energia renovável off site Compra de créditos de energia renovável Uso de energia não renovável Balanço energético anual do empreendimento REQUISITOS DA CERTIFICAÇÃO ZERO ENERGY
  • 24. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201924 Conceito que cabe no bolso OS GBCs de países da América do Norte e da Europa estão se mobilizando para adaptar o conceito Zero Energy às suas realidades. “No caso do Brasil, temos uma matriz energética relativamente limpa, por essa razão, aqui a preocupação é maior com a edificação do que com a geração. Lá é o contrário”, afirma Petinelli. Em todos os casos, o objetivo é zerar as emissões relacionadas à atividade de construção civil. Cinco estados brasileiros já somam 22 empreendimentos em processo de certificação e sete certificados. “Somos um dos principais vetores desse conceito no mundo. O Canadá foi o primeiro a ter edificações Zero Energy, e nós estamos em segundo lugar, à frente dos Estados Unidos e da Europa”, enfatiza Petinelli. Pode até parecer coisa de ficção científica à primeira vista, mas zerar o balanço energético depende da combinação entre a alta eficiência energética de uma edificação e geração de energia por fontes renováveis. “O conceito Zero Energy é democrático e economicamente viável, dispensa grandes investimentos em tecnologias complexas. Graças aos chineses, os painéis fotovoltaicos estão com preços muito mais acessíveis, e no Brasil essa tem sido a forma mais comum de geração de energia nos sites”, diz Petinelli. Empreendimentos Zero Energy Em operação há menos de um ano, portanto ainda pré-certificadas, as instalações da Coca-Cola em Uberlândia, MG, são compostas por um galpão para estoque e outro de uso administrativo. O que funciona como centro de distribuição é o primeiro edifício autossuficiente e o primeiro a obter a certificação LEED em nível Platinum da empresa. O projeto foi desenvolvido visando a máxima eficiência energética. Os painéis fotovoltaicos devem produzir 1.000,00 kWh a cada ano, sendo que mais de 80% são destinados ao sistema de iluminação. Um exemplo que demonstra a viabilidade financeira do selo Zero Energy é a Embaixada da Noruega, no Distrito Federal. O projeto de ampliação e reforma, elaborado pelo escritório Casa Cinco Arquitetos Associados, de Curitiba, incluiu o retrofit energético do conjunto construído, visando a máxima eficiência em todos os sistemas. O uso de isolamento térmico reduziu o calor interno e a capacidade instalada do sistema de ar condicionado. Os recursos financeiros que seriam usados nesses equipamentos foram redirecionados para a aquisição dos painéis fotovoltaicos. “Dessa maneira, o custo da transformação em Zero Energy ficou somente 2,8% acima do custo da reforma”, ressalta Petinelli. Centro de distribuição da Coca-Cola em Uberlândia, MG. Os painéis fotovoltaicos devem produzir 1.000,00 kWh/ano.
  • 25. 25 O selo Zero Energy para os campi da Univali, localizados nas cidades de Biguaçu, Tijucas e Piçarras, em Santa Catarina, exemplifica a variedade de tipologias contempladas pelas certificação. Para garantir a viabilidade econômica, a instituição redimensionou e trocou todos os equipamentos dos sistemas de iluminação e ar condicionado nos três campi, o que reduziu o consumo pela metade e garantiu que os painéis fotovoltaicos gerassem energia suficiente para o atendimento das novas demandas energéticas das edificações. O investimento total de 3,5 milhões de reais foi viabilizado pelo convênio entre a universidade e as Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), e a expectativa é que a Univali economize 1.051,97 MWh/ano, o que equivale a cerca de 422 mil reais a cada ano. A própria sede da consultoria Petinelli em Curitiba já é certificada. O prédio de dois pavimentos e 350 m2 é o primeiro do mundo a reunir as certificações LEED Platinum, Zero Energy e LEED Zero. Além de conciliar máxima eficiência energética com geração de energia por fontes renováveis, ele também é Zero Água, pois capta e trata a água da chuva para fins potáveis e trata 100% do esgoto, usado para fins não potáveis. Embaixada da Noruega, no DF. O custo da transformação em Zero Energy ficou somente 2,8% acima do custo da reforma. Os campi Biguaçu, Tijucas e Piçarras da Univali, SC, geram 1.051,97 MWh/ano, o que resulta em economia anual de 422 mil reais. Sede da consultoria Petinelli, em Curitiba. O prédio é o primeiro do mundo a reunir as certificações LEED Platinum, LEED Zero e Zero Energy. Imagens: divulgação Petinelli
  • 26. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201926 O futuro começa em casa As certificações de sustentabilidade tornam-se cada vez mais frequentes no segmento residencial Desempenho abaixo do esperado nos aspectos relacionados à economia operacional e de manutenção e também no que diz respeito a conforto, saúde e bem-estar. Esses são alguns dos problemas das construções residenciais brasileiras, sejam elas do tipo uni ou multifamiliares, comenta a arquiteta Agatha Carvalho, gerente técnica do GBC Brasil. A Certificação GBC Brasil Casa & Condomínio, concedida pelo Green Building Council Brasil, nasceu para ajudar a regularizar esse setor. Desenvolvida com o auxílio de mais de 200 profissionais especialistas em suas áreas, ela fornece os parâmetros e as ferramentas necessárias para projetar, construir e operar as edificações residenciais com alto desempenho e práticas sustentáveis. De acordo com Agatha Carvalho, a certificação contribui com os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da ONU e possui benefícios como reduções de custos operacionais para os moradores, por conta da maior eficiência energética, hídrica e conscientização dos moradores, desempenho superior ao exigido pelas normas técnicas brasileiras, maior qualidade da edificação e valor patrimonial, ambientes mais saudáveis e produtivos para ocupantes resultando em melhor qualidade de vida, saúde e bem- estar, além da possibilidade de qualificação para descontos fiscais, subsídios de zoneamento e outros incentivos financeiros por parte do poder público. OBJETIVOS DA CERTIFICAÇÃO GBC BRASIL CASA & CONDOMÍNIO • Mitigação dos impactos da mudança climática; • Melhoria da saúde humana e do bem- estar do ocupante; • Proteção e restauração de recursos hídricos; • Proteção e restauração da biodiversidade e os serviços ecossistêmicos; • Desenvolvimento da economia verde; • Aumento da comunicação e educação, contribuindo para o aumento da equidade social, justiça ambiental, saúde comunitária e qualidade de vida.
  • 27. 27 Processo de certificação Com o sucesso do lançamento da ferramenta de certificação e amadurecimento do mercado, o GBC Brasil lançou, em 2017, a versão 2 da Certificação, que apresenta atualização de conteúdo e expansão dos critérios, colocando em destaque aspectos fundamentais para o ser humano, como conforto, saúde e bem-estar. Para que uma casa ou condomínio conquiste a certificação, é necessário atender a todos os pré-requisitos (itens obrigatórios) e o mínimo de 40 pontos no atendimento dos créditos, demonstrando um desempenho acima do convencional. A certificação é concedida em quatro níveis (Verde, Prata, Ouro e Platina), o que incentiva a busca por melhores resultados e um rápido progresso em direção aos objetivos. Segundo Agatha, o processo de auditoria e certificação é segmentado em duas etapas (projeto e obra) e é realizado por uma empresa de terceira parte, líder mundial na avaliação de conformidade e certificação, que realiza a auditoria documental e verificação in loco das edificações a serem certificadas. Condomínio Ícaro, em Curitiba. Projeto arquitetônico de Arthur Casas, paisagismo de Renata Tilli e iluminação das áreas comuns assinada por Foco Luz & Desenho. Imagem: divulgação Ícaro. Mercado promissor Até o momento foram registrados 60 projetos em dez estados do país e no Distrito Federal, sendo 41 casas e 19 condomínios verticais ou horizontais. Destes, 10 já foram certificados e os outros 50 ainda estão em fase de obras ou em processo de avaliação. O estado do Paraná vem se destacando como um dos mercados residenciais mais promissores do segmento green building, concentrando 13 dos 60 projetos, atrás apenas do estado de São Paulo com 28. Vale destacar que todos os novos empreendimentos residenciais de classe alta da capital paranaense foram registrados para obter a certificação.
  • 28. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201928 Entre os pioneiros da região, encontram-se: empresa Laguna com os projetos ROC, Almáa Cabral e Mai Terraces; MDGP com o projeto Arbo Cabral; AG7 com o Residencial Ícaro Jardins do Graciosa; a incorporação Valor Real, responsável pelo primeiro projeto Minha Casa Minha Vida, o Pinhais Park. “Já temos alguns projetos Minha Casa Minha Vida no pipeline da certificação, e o Pinhais Park, que já foi certificado na etapa de projeto, comprova a aplicabilidade técnica e a viabilidade financeira. Nosso movimento é genuinamente inclusivo”, explica Agatha. Empreendimentos pioneiros Desenvolver um projeto residencial visando a alguma certificação de sustentabilidade é um processo novo para a maioria das empresas. Este também é o caso da MPD Engenharia, responsável pelo Myrá Alphaville, o primeiro residencial de alto padrão do estado de São Paulo a ser registrado para obter a Certificação GBC Brasil Casa & Condomínio. Implantado em Barueri, SP, o prédio terá 50 unidades de 313 m² e 410 m² distribuídas por 25 pavimentos. A entrega da torre está prevista para 2021. De acordo Milton Meyer, vice-presidente de operações da MPD, a intenção de certificar veio da experiência da empresa, instalada em um edifício certificado LEED nível Gold. “Queríamos aqueles elementos presentes também em nossos projetos e percebemos que a certificação poderia dar o que buscávamos. Assim, o conceito do empreendimento considerou conforto, saúde e bem-estar para seus moradores, além da redução de custos proporcionada por sistemas mais eficientes em termos de água, energia, resíduos e emissão de gases de efeito estufa”, descreve. Como a empresa já tem a preocupação com a sustentabilidade de seus empreendimentos, boa parte dos itens previstos pela certificação já estava presente no projeto inicial do Myrá. “Quando decidimos certificar, precisamos apenas ajustar aspectos gerenciais e adequar necessidades, como as questões relativas à eficiência energética ou de acessibilidade. Também passou a haver uma cobrança mais rígida sobre o controle de evidências por Myrá Alphaville, em Barueri, SP. Arquitetura de Luiz Eduardo Oliveira, paisagismo de Benedito Abbud e projeto das áreas comuns elaborado por Quitete & Faria. O Myrá Alphaville oferece sistema automatizado de irrigação e reúso de águas pluviais para rega de jardins, medição individualizada de água e iluminação em LED nas áreas comuns. Imagens: divulgação Ícaro.
  • 29. 29 parte do projeto e da obra. Assim, passamos a registrar todos os pontos com fotos, contratar laudos, simulações e ensaios para comprovar o atendimento de diversos itens solicitados”. A MPD está desenvolvendo agora as formas de comunicar a seus clientes todos os aspectos de sustentabilidade do Myrá. Segundo Meyer, a MPD entende a Certificação GBC Brasil Casa & Condomínio como um importante diferencial de mercado e considera o cenário bastante positivo para pensar na certificação de seus futuros projetos de alto padrão. Outro importante condomínio que pleiteia a certificação é o Alameda Jardins, empreendimento da Tishman Speyer que será implantado nas imediações da estação Oscar Freire do metrô de São Paulo. A torre residencial de alto padrão terá 28 pavimentos e 144 apartamentos com áreas entre 91m2 e Alameda Jardins, em São Paulo, SP. Projeto de Aflalo Gasperini Arquitetos, design de interiores de Carlos Rossi e paisagismo de Pamela Burton em parceria com Sergio Santana. Imagem: divulgação Alameda Jardins. 268 m². Suas características sustentáveis incluem reúso de água da chuva para irrigação, carregadores para carros elétricos, jardins verticais e sistema de aquecimento de água complementado por energia solar. O incorporador, Tishman Speyer, possui larga experiência na conceituação, construção e operações de edificações com certificação LEED, sendo um dos responsáveis pelo desenvolvimento do mercado nacional de green building e agora passa a levar esta expertise ao setor residencial. Inclusive o Edifício Alameda Jardins já está certificado na fase de projeto no GBC Casa & Condomínio.
  • 30. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201930 Desempenho sob controle A plataforma ARC é uma ferramenta mundial para monitoramento e análise de performance das edificações A quantidade crescente de edificações certificadas em todo o mundo bem como a necessidade de manter seu desempenho dentro daquilo que foi projetado foram fatores decisivos para o desenvolvimento da Plataforma ARC, criada pela Green Business Certification Inc. (GBCI) para contribuir com a visão do U.S. Green Building Council (USGBC) acerca da sustentabilidade do ambiente construído. Lançada há pouco mais de dois anos, a ARC é uma evolução da Dynamic Plaque, a antiga plataforma do LEED para monitoramento e pontuação de desempenho de edifícios. Segundo Sandrino Beltrane, líder de desenvolvimento de negócios no Brasil pelo GBCI, a ARC integra e agrupa, em uma plataforma única e simples diferentes programas e referenciais, o que proporciona a todos os edifícios e comunidades, como bairros ou shopping centers, a possibilidade de criar conexões, realizar benchmark em escala local e internacional, gerenciar desempenho em tempo real, mensurar melhorias e proporcionar qualidade de vida superior aos usuários dessas edificações. “A plataforma ARC é mundial e incentiva a performance dos green buildings a partir do monitoramento e análise de seu desempenho”, explica Beltrane. Aberta a edificações com ou sem certificação LEED, a plataforma engloba cinco temas: água, energia, resíduos, transporte e experiência humana. O próprio cliente insere os dados referentes a seu edifício ou comunidade para que eles possam ser comparados com as informações de outros empreendimentos da mesma tipologia no Brasil e em outros países. A ARC atende tanto aqueles que querem simplesmente comparar seu desempenho com os demais, quanto os que buscam a certificação de operação. “Se o objetivo é alcançar uma meta empresarial de economia, as equipes de facilities podem usar a plataforma para medir os resultados. A ARC também alavanca o mercado de certificação LEED EB OM de prédios existentes, pois os resultados alcançados podem ser submetidos ao GBC mundial diretamente pela ARC”, detalha Beltrane. O Brasil já superou a marca de 100 projetos na plataforma, sinalizando para uma necessidade de mercado orientada à performance. Para Beltrane, “o futuro do mercado green building não se preocupará apenas em projetar e construir de forma sustentável, mas principalmente como se dará a operação, manutenção e utilização desses edifícios e comunidades ao longo de suas vidas úteis. Além disso, como se dará a integração com as pessoas, como será a experiência humana, o impacto e a satisfação de todos os ocupantes e usuários”.
  • 31. 31 Superando dificuldades Segundo Wagner Oliveira, Diretor da Unidade de Sustentabilidade do CTE, os green buildings são projetados e certificados com o objetivo principal de reduzir o impacto ambiental. “O LEED dá ênfase bastante grande de eficiência energética e de redução de emissões em decorrência do uso da matriz energética. No entanto, se os green buildings não são operados e monitorados corretamente, eles acabam tendo um consumo muito acima do que era esperado durante a etapa de certificação”, afirma Oliveira. De acordo com o diretor, prédios mais novos têm sistema operacional com margem de segurança bastante significativa e respondem mais prontamente a mudanças diárias nas condições de uso ou a necessidades futuras de crescimento. No entanto, o desempenho operacional dos edifícios existentes deixa a desejar. Em 2014, o CTE realizou um estudo que demonstrou que mais de 70% dos edifícios existentes avaliados consumiam até 70% a mais do que era esperado na etapa de certificação. Parte deles não contava com sistemas de automação, o que faz com que os sistemas funcionem a 100% da carga em tempo integral, impactando diretamente sobre o consumo de água e energia. Outros contavam com sistemas de automação, porém mal configurados ou mal instalados. Uma dificuldade muito importante que foi identificada e afeta todos os empreendimentos é a falta de parâmetros de comparação dos indicadores, o que inviabiliza o trabalho das equipes de monitoramento. “Mesmo com projetos e sistemas extremamente eficientes, os prédios estão consumindo mais do que deveriam em decorrência da falta de monitoramento e da falta de parametrização correta dos sistemas para que eles possam ter um desempenho coerente com a certificação”, afirma Oliveira.
  • 32. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201932 Futuro dos green buildings Com esse cenário, surge a preocupação com a credibilidade dos green buildings, comenta o diretor do CTE. Ele destaca que, como há um certo investimento em tecnologia, em equipamentos, em atendimento aos pré- requisitos dos sistemas de certificação, o prédio certificado tem que apresentar o desempenho previsto, não pode consumir a mesma coisa ou mais que um prédio convencional bem operado. “Não adianta gastar milhões de reais em um empreendimento supermoderno que será operado de forma totalmente convencional, sem nenhuma tecnologia embarcada. O importante é a operação. Precisa monitorar, acompanhar osdados, construir metodologias de avaliação e, especialmente, criar indicadores que permitam à equipe de operação identificar o quão eficiente é o edifício”. Desenhada também com essas intenções, a plataforma ARC influencia positivamente o futuro dos green buildings, entende Oliveira. “A partir do momento em que o mercado passa a usar um sistema integrado ao de certificação e no qual é possível incluir dados de maneira simplificada e ter um benchmark para saber o quão eficiente está aquele determinado edifício, começa a surgir a cultura de monitoramento, de avaliação e de comparação dos resultados com as médias de outros edifícios nacionais e internacionais. Isso permite saber se o edifício está atendendo ou não aos requisitos de certificação e qual o nível de eficiência dos empreendimentos que estão passando pelo processo de certificação”, ele afirma. A plataforma internacional ARC é recente e, segundo Oliveira, ainda deve passar por alguns ajustes para alcançar a plenitude e conquistar maior adesão em alguns países. “O cálculo energético dá grande peso à questão da matriz energética, à emissão de gases do efeito estufa. Como a matriz brasileira é relativamente mais limpa, a plataforma acaba dando uma pontuação bastante expressiva para a eficiência energética, mesmo que os edifícios não sejam tão eficientes em termo de consumo. Isso acaba limitando o incentivo para que os operadores reduzam o consumo energético do prédio”, destaca. Há cerca de dois anos, a consultoria CTE adotou a ARC como seu principal veículo para a certificação de edifícios existentes. “De lá para cá 100% das nossas certificações de prédios existentes têm sido feitas por essa plataforma. O CTE tem cinco dos oito projetos certificados no Brasil com a ARC e tem vários outros em processo de certificação”. Um dos empreendimentos é o Itaú BBA que, em sua segunda certificação de operação, passou do nível Gold para Platinum”, finaliza Oliveira.
  • 33. 33 ARC, uma única e simples plataforma que integra diferentes programas e referenciais, proporcionando a todos os edifícios e comunidades a possibilidade de criarem conexões, realizarem benchmark em escala local e internacional, gerenciarem desempenho em tempo real, melhor qualidade de vida às pessoas. arcskoru.com
  • 34. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201934 O GBCI é um organismo de certificação e credenciamento de terceira parte, que suporta com exclusividade os referenciais de certificação e acreditações profissionais LEED, EDGE, GRESB, Parksmart, PEER, SITES, TRUE e WELL, contando atualmente com mais de 300 especialistas técnicos e consultores. O Brasil - país cujo mercado de Green Building ocupa uma posição de destaque dentro do cenário internacional - possui desafios, características e demandas específicas, motivo pelo qual viu-se a necessidade de uma maior integração entre o GBCI, o GBC Brasil e os principais stakeholders que operam no setor. Dando continuidade à sua estratégia de desenvolvimento de mercado global, o GBCI iniciou em outubro de 2018 sua operação no Brasil, numa parceria inédita com o GBC e cujo objetivo central é o desenvolvimento de estratégicas conjuntas para a ampliação do mercado. A atuação do GBCI no Brasil opera considerando três pilares principais: • Gestão de clientes e parceiros; • Novos mercados; • Marketing e Recursos. Gestão de clientes e parceiros Trabalhar com foco na melhora do processo de comunicação entre o mercado brasileiro, o GBCI e as entidades responsáveis pelos referenciais e acreditações, seja monitorando todo o processo de Customer Experience, quanto implementando ações de melhorias. Atuar próximo aos principais clientes, parceiros e fomentadores de negócios, entendendo as reais necessidades do mercado e promovendo ações locais especificas conforme cada demanda. Influenciar positivamente nas tomadas de decisão, garantindo que a experiência do cliente com todo o processo de certificação seja a melhor possível, promovendo replicabilidade, agregando valor e influenciando positivamente a sociedade. Garantir que toda informação técnica e de mercado desenvolvida pelas entidades responsáveis pelos referenciais e acreditações cheguem rapidamente ao mercado brasileiro. Novos Mercados Mapear constantemente oportunidades e atratividade para entrada em novas indústrias e nichos de mercado, implementando novas ações comerciais, ampliando redes de parceiros e suportando atividades de divulgação e participação em eventos para novos setores. O Brasil é um país que apresenta diversas novas possibilidades de ampliação de negócios, considerando toda a oferta de produtos do portfólio do GBCI. Historicamente as certificações Green Building ganharam força no mercado imobiliário, porém extrapolou sua visibilidade para outros setores igualmente importantes da economia. A dinâmica da nossa economia e a influência que nossa política exerce setorialmente sinaliza para constantes mudanças no protagonismo do mercado. O agronegócio, a indústria, o varejo e o setor público, por exemplo, têm apresentado grande potencial de investimentos em Green Building, mais do que isso, esses setores precisam rapidamente implementar ações concretas de sustentabilidade em suas operações. O GBCI, em parceira com o GBC Brasil já está atuando setorialmente para o desenvolvimento desses novos mercados. Marketing e Recursos Atuar alinhado com o GBC Brasil e com as entidades responsáveis pelas certificações e acreditações, no desenvolvimento da estratégia de marketing e comunicação do portfólio, considerando primordialmente as necessidades do mercado brasileiro, como por exemplo tradução de documentos importantes, criação de vídeos educacionais, realização de workshops e webinars, suporte em feiras e eventos, produção de conteúdo técnico e de mercado, dentre outros. Sandrino Beltrane Líder de Desenvolvimento de Negócios no Brasil pelo GBCI Inc. - sbeltrane@gbci.org GBCI no Brasil
  • 35. Saia na frente com os cursos de capacitação do GBC Brasil saiba mais em: gbcbrasil.org.br/cursos cursos.gbcbrasil.org.br LEEDOM Operação e Manutenção de Edifícios Existentes Certificação Co nhecime nto AVANÇADO LEEDBD+C Para Novas Construções Certificação Co nhecimen to AVANÇADO PRESENCIAL E ONLINE Autossuficientes em Energia Prédios PRESENCIAL E ONLINE PRESENCIAL E ONLINE LEEDGA Preparatório para todos os sistemas de certificação Acreditação Co nhecime nto GERAL PRESENCIAL E ONLINE PRESENCIAL E ONLINE MateriaiseRecursos Inovações e Tecnologias GBCBrasil Casa&Condomínio v2 Comosetornarumprofissionalacreditado Certificação Co nhecimen to AVANÇADO ProjetoIntegrado Premissa para o sucesso de Green Buildings EnergyPlus Simulação Computacional Termoenergética Software LEED for Healthcare + WELL Building Standard
  • 36. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201936 Eficiência no uso da água Novas normas técnicas, projetos eficientes e sistemas criativos ajudam a garantir performance elevada na gestão de água A crise hídrica que afetou até os grandes centros urbanos do sudeste do país no período entre 2013 e 2016 evidenciou a urgente necessidade de reduzir o consumo de água potável. Nesse contexto, as certificações de sustentabilidade ganharam destaque e os profissionais passaram a buscar mais respaldo técnico para adotá-las em seus empreendimentos. Assim, os recursos economizadores, como arejadores, bacias com caixas acopladas e até mesmo as instalações para água de reúso tornaram-se mais conhecidos e passaram a ser mais utilizados. foto de Wagner Machado Carlos Lemes sob licença Creative Commons http://www.flickr. com/photos/wagner- machado-carlos-lemes/
  • 37. 37 “Quando falamos em água de reúso, existe o risco de contaminação. Foi nesse momento que o meio técnico começou a ficar preocupado com o que estava sendo feito de certo e de errado”, conta a engenheira civil Lilian Sarrouf, coordenadora da comissão que elaborou os dois projetos de normas relacionadas à economia de água potável – o primeiro com o título de “Conservação de Água em Edificações” e a outra denominada “Diretrizes para Uso de Fontes Alternativas”. Ambos ainda estão em consulta nacional e a expectativa é que entrem em vigor até o segundo semestre de 2019. Atuando como indutor de normas técnicas, o GBC Brasil participou da comissão a fim de assegurar respaldo técnico para as questões relativas ao uso eficiente da água na certificação LEED. O cenário técnico estará atualizado quando for concluída também a revisão da NBR 15527 - Água de chuva - Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis, que está sendo realizada sob a coordenação do engenheiro civil Plínio Tomaz. Ela deve incorporar alterações para se alinhar às duas novas normas. Tudo nos conformes De acordo com Lilian, a norma sobre conservação de água potável tem seu ponto de destaque na gestão da água. Tanto no projeto, na execução da obra quanto na operação do empreendimento tem que haver o olhar de gestor para entender o que é melhor sob os aspectos técnicos, financeiros e de pessoas. Existem legislações equivocadas que levam à adoção de soluções inadequadas e a norma ajuda a corrigir isso. “A ideia é ver a edificação como um todo e adotar uma tecnologia viável para cada tipologia. Nem sempre uma central de tratamento de esgoto será compatível ou trará benefícios. Se sua capacidade for maior do que a necessária, não haverá volume de efluentes suficiente para que ocorra o tratamento. Quando isso acontece, alguns fecham a estação ou completam o volume com água potável da concessionária”, exemplifica Lilian. A segunda norma dá diretrizes para uso de água de fontes alternativas, com regras bem definidas de projeto, execução e operação. A água de chuva (ler boxe Termos e definições usados na norma) é uma fonte alternativa para uso em limpeza, irrigação e bacias sanitárias. Embora seja mais simples que o tratamento de esgoto, essa água também requer controle e filtros. “São diretrizes técnicas para que tudo seja feito de forma correta e não seja necessário abortar boas ideias”, resume. TERMOS E DEFINIÇÕES USADOS NA NORMA Água cinza clara - água servida proveniente de chuveiros, banheiras, lavatórios, tanques e máquinas de lavar-roupa. Água cinza escura - água servida proveniente de pia de cozinha e máquina de lavar louça considerada isoladamente ou somada à água cinza clara. Água clara - efluente gerado por sistemas de resfriamento, sistema de vapor e condensado, sistema de destilação e outros equipamentos. Água de chuva – água resultante de precipitações atmosféricas, coletada em coberturas e telhados onde não haja circulação de pessoas, veículos ou animais. Água de rebaixamento de lençol - água resultante do rebaixamento de lençol freático para redução de pressões neutras no subsolo de edificações. Água de reposição de torre de resfriamento (água de make-up) - água destinada à reposição da água perdida por processos de evaporação, arraste ou purgas em sistemas de torre de resfriamento. Água não potável - água cujas características não estão de acordo com padrão de potabilidade estabelecido em legislação vigente. Água negra - água proveniente de bacia sanitária e mictório Água pluvial - água resultante de precipitações atmosféricas coletada em pisos e lajes em que haja circulação de pessoas, veículos ou animais Água potável - água que atenda ao padrão de potabilidade estabelecido em legislação vigente. Fonte alternativa não potável - fonte de água não potável alternativa à água potável fornecida pela empresa prestadora de serviços de saneamento. Reúso de água - reutilização, mediante tratamento adequado, de água previamente utilizada.
  • 38. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201938 A qualidade da água também foi contemplada com orientações sobre o controle biológico, que varia conforme o nível de contaminação do efluente. Por exemplo, a água da chuva, que é aquela captada em coberturas e telhados, é menos contaminada do que as águas pluviais, que são coletadas em pisos e lajes onde há circulação de pessoas, veículos ou animais. Projeto traz mais eficiência O bom projeto faz toda a diferença para o uso eficiente da água. Um exemplo bastante emblemático está na solução adotada na nova sede corporativa da locadora de veículos Localiza, um edifício de 26 andares e 30 mil m² de área construída e mais de 18 mil m² de jardins, implantado em Belo Horizonte. Embora não seja certificado, o empreendimento é considerado uma referência local na gestão de água. O projeto é de Botti Rubin Arquitetos e as obras ficaram a cargo da Racional Engenharia. Uma empresa de instalações hidráulicas sugeriu inicialmente o uso das águas cinzas nas bacias sanitárias, porém não realizou balanço hídrico nem simulações para avaliação de custo. Para desenhar um projeto eficiente e com viabilidade financeira, foi chamada a InfinityTech, empresa de consultoria e engenharia com foco em programas e projetos relacionados à eficiência do uso da água e à gestão ambiental. “Um prédio comercial não tem grande volume de água cinza e aquela ideia não se justificava sob o ponto de vista financeiro”, explica Virgínia Sodré, sócia- fundadora da empresa e secretária da comissão que elaborou as novas normas da ABNT sobre conservação de água e uso de fontes alternativas. A InfinityTech realizou o balanço hídrico, avaliando todas as condições e verificou que a demanda de água não potável era superior à oferta das fontes alternativas. A prefeitura já A NOVA NORMA CONSIDERA A UTILIZAÇÃO DAS SEGUINTES FONTES ALTERNATIVAS DE ÁGUA NÃO-POTÁVEL a) água de chuva; b) água pluvial; c) água de rebaixamento de lençol; d) água clara; e) água cinza clara; f) água cinza escura; g) água negra; h) esgoto sanitário. OS USOS NÃO POTÁVEIS EM EDIFICAÇÕES,ABRANGIDOS PELA NOVA NORMA, SÃO: • Descarga de bacias sanitárias e mictórios, independentemente do sistema de acionamento; • Lavagem de logradouros, pátios, garagens e áreas externas; • Lavagem de veículos; • Irrigação para fins paisagísticos; • Uso ornamental (fontes, chafarizes e lagos); • Sistemas de resfriamento de água; • Arrefecimento de telhados. Na sede da Localiza, estudo de implantação de metais mais eficientes mostrou que era possível reduzir o consumo em 37%. O potencial de suprimento da demanda de irrigação (44,41 m³/dia) com água pluvial é de aproximadamente 38% (17,26 m³/dia). A economia total de água potável é superior a 40%. Imagens:divulgaçãoLocaliza-LuizaAnannias
  • 39. 39 exigia o aproveitamento da água da chuva, mas mandava descartar as águas pluviais – mesmo tratada, a água pluvial tem cor amarelada, resultante da decomposição vegetal, e não é utilizada em bacias sanitárias por dar a sensação de água suja e causar rejeição do usuário. “A solução ali foi aproveitar as águas cinzas e pluviais tratadas para irrigação das áreas verdes e para a torre de resfriamento do ar condicionado”, conta Virgínia. O potencial de suprimento da demanda de irrigação (44,41 m³/ dia) com água pluvial é de aproximadamente 38% (17,26 m³/dia). O aproveitamento da água de chuva ainda foi maximizado com a automação. Quando chove, mais água é bombeada para o reservatório que atende as bacias sanitárias. O estudo ainda mostrou que a implantação de metais mais eficientes traria economia de 37% no consumo de água. Outras opções menos convencionais foram consideradas e incorporadas ao projeto. A água da drenagem do terreno é captada e direcionada a um reservatório com divisões. A água mais suja é descartada e o volume mais limpo é A BLU tem um sistema patenteado para o fornecimento de água mineral potável sem embalagem plástica. O serviço é dirigido aos segmentos residencial, corporativo e industrial. tratado e destinado ao reúso. Considerada não potável, a água do poço também é aproveitada nas descargas e no resfriamento da torre de ar condicionado. No total, a economia de água potável é superior a 40%. Sem embalagem plástica O mercado oferece alternativas inovadoras que ajudam a garantir performances elevadas na gestão da água. Um exemplo é dado pela empresa BLU, de Forteleza. Seu diferencial é um sistema patenteado no Brasil e no exterior para o fornecimento de água mineral potável sem embalagem plástica. O serviço é dirigido aos segmentos residencial, corporativo e industrial. Segundo Henrique Hissa, sócio-diretor da empresa, o funcionamento é simples. A BLU faz parcerias com fontes locais e monta a infraestrutura necessária para o fornecimento. Para isso, são necessários um reservatório de aço inox, tubulação 100% atóxica e medidores individuais. “Nem precisa de obras, é só passar a tubulação pelos shafts”, detalha Hissa. O cliente opta por planos mensais entre 50 litros e 300 litros e o caminhão faz o abastecimento semanal. Se o consumo exceder o volume contratado, o cliente paga a diferença sem ter o Imagens:divulgaçãoBLU
  • 40. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201940 fornecimento interrompido. Junto com o boleto, os clientes recebem os laudos auditados em laboratórios externos que atestam a qualidade da água mineral fornecida. Além de atuar na capital cearense, a Blu tem representação em cidades como Natal, São Paulo, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, em parcerias com as principais construtoras brasileiras. Irrigação inteligente A Rain Bird se destaca no mercado por sua linha de produtos e serviços para irrigação comprometidos com o uso inteligente da água. Os sistemas oferecidos são acionados diariamente por tempo determinado em função das demandas diárias do jardim ou de suas áreas específicas. Sensores de chuva e de umidade O sistema de irrigação Drip Xerigtion, da Rain Bird, tem menor consumo de água consumo de água. Ele emprega um tubo gotejador que pode ser posicionado acima ou abaixo da terra. Os tubos recebem proteção contra intrusão de raízes que dispensa o uso de herbicidas. de solo impedem o acionamento do sistema ou reduzem o tempo de irrigação dependendo do volume de chuva precipitado. O sistema pode ser combinado a um controlador com acesso à internet. Dessa forma o cliente pode acionar a irrigação de qualquer lugar do mundo. Basta cadastrar o CEP que o próprio sistema corrige a programação de irrigação em acordo com variações climáticas. “Ele faz o ajuste entre a programação e o dia da irrigação. Caso o cliente não concorde, ele pode ajustar como preferir”, explica Marcelo Zlochevsky, gerente geral da empresa. Um sistema diferenciado da empresa é o Drip Xerigtion, que apresenta um sistema de irrigação com menor consumo de água. Ele emprega um tubo gotejador que pode ser posicionado acima ou abaixo da terra. Ao final da irrigação, o gotejador é travado para não ocorrer a perda da água que está na tubulação. Quando se trata de uso enterrado, os tubos recebem proteção contra intrusão de raízes que dispensa o uso de herbicidas. Esse tubo pode ser utilizado para irrigação com água de reúso, desde que o sistema seja acoplado a filtros para evitar entupimento dos gotejadores. Um exemplo de sua aplicação está nos jardins de um centro hospitalar no Distrito Federal. Com os tubos enterrados, foi possível aproveitar a água resultante dos processos de análises clínicas, sem risco de contaminação. Imagens:divulgaçãoRainBird
  • 41. 41 gbcbrasil.org.br 41 gbcbrasil.org.br +43,700,000 m² O Brasil se manteve por mais um ano na 4a posição do ranking internacional LEED (sem consi- derar Estados Unidos), atrás da China, Canadá e Índia. O ranking anual destaca os lugares que estão dando passos significativos nos projetos, construção e desempenho de edifícios sustentáveis. A lista classifica países e regiões com base em seus metros quadrados brutos com certificação LEED até 31 de dezembro de 2018. Somente as melhores opções crescem na crise. Os Green Buildings cresceram porque são essenciais, diferenciados, porque alocam os recursos com maestria, aumentam a produtivi- dade e investem em funcionários. Os Green Buildings otimizam os canais de comunicação interno e protegem a saúde e conforto dos ocupantes.
  • 42. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201942 Nada se perde, tudo se transforma A economia circular é um novo modelo econômico baseado na sustentabilidade e traz benefícios para toda a sociedade. As modas intensificadas e a obsolescência planejada dos produtos impõem um ritmo insustentável à extração de matérias-primas e ao descarte de produtos não biodegradáveis, o que coloca em xeque o modelo linear da economia baseado em extrair, produzir e descartar. “No modelo linear, os produtos não são feitos para durar e têm prazo determinado para deixar de funcionar. Um exemplo é o celular, que fica mais lento a cada atualização, fazendo com que o usuário acabe comprando um novo aparelho. A alternativa a esse modelo é dada pela economia circular, que busca trazer o conceito de resiliência e abundância para o aspecto econômico, além do ambiental”, afirma Adriana Hansen, gerente de consultoria da Unidade de Sustentabilidade do CTE – Centro de Tecnologia das Edificações, e profissional LEED AP e Cradle to Cradle. Esquema da economia circular, disponibilizado pela Fundação Ellen MacArthur (Fonte: https://www. ellenmacarthurfoundation. org/pt/economia-circular-1/ conceito).
  • 43. 43 De acordo com a definição no site da Fundação Ellen MacArthur , entidade com sede no Reino Unido e cuja atuação visa a inserir esse novo modelo na agenda de tomadores de decisão em empresas, governos e na academia, a economia circular “busca redefinir a noção de crescimento, com foco em benefícios para toda a sociedade. Isso envolve dissociar a atividade econômica do consumo de recursos finitos e eliminar resíduos do sistema por princípio. Apoiada por uma transição para fontes de energia renovável, a economia circular constrói capital econômico, natural e social”. O modelo baseia-se em um tripé: eliminar resíduos e poluição por princípio; manter produtos e materiais em ciclos de uso; regenerar sistemas naturais. Círculo virtuoso O foco da economia circular está concentrado na transformação de materiais descartados em matéria- prima para outros produtos de qualidade e mais duráveis, o que cria um círculo virtuoso. “É o oposto do plástico, que a cada vez que é reciclado volta como um produto inferior”, exemplifica Adriana. A cadeia da produção ainda está começando a pensar em como lidar com essas questões. “É preciso se perguntar quais são os diferenciais sustentáveis reais do seu produto, como ter ciclos de vida mais longos, o quanto um material pode ser mais durável, como usar um material reciclado em um produto mais durável e mais resistente ou como desenhar processos autossuficientes. Esses questionamentos valem para todos os setores, inclusive o da construção civil”, diz ela. Na economia circular, os produtos que agregam valor podem ter seu custo inicial maior. Um bom exemplo é o caso das lâmpadas LED que, apesar de mais caras que suas antecessoras, conquistaram o mercado devido ao menor consumo de energia e à vida útil mais longa, qualidades que melhoram a gestão de recursos e atendem aos parâmetros de sustentabilidade das edificações. “Há casos em que agregar valor não é uma questão financeira, e sim de escolha”, destaca Adriana. Os próprios materiais escolhidos podem ser decisivos para tornar uma edificação mais sustentável. No projeto de um banheiro, por exemplo, a preferência por materiais e cores neutros e clássicos, em detrimento das modas datadas, faz com que o ambiente mantenha-se esteticamente agradável por muito mais tempo e não pareça obsoleto assim que for lançada uma nova coleção de revestimento. Reciclado e reciclável Algumas empresas já buscam meios de resgatar a matéria prima de seus produtos usados e que pode ser reutilizada em sua cadeia produtiva. É o caso, por exemplo, da Shaw Contract , empresa que oferece soluções para pisos e segue um programa de produtos Cradle to Cradle Certified, o que garante essa abordagem regenerativa da produção. “A empresa pede para os clientes devolverem o carpete usado que seria descartado e leva esse material para reprocessamento na fábrica, nos Estados Unidos, criando um novo carpete de qualidade”, detalha Adriana. Outro bom exemplo é o da Santa Luzia Molduras, que, desde 2002, vem investindo na utilização de matéria-prima reciclada e reciclável. Localizada em Santa Catarina, a empresa é a única empresa do Brasil com capacidade de transformar grandes quantidades de resíduos plásticos em produtos como rodapés, rodatetos, rodameios, guarnições, molduras e alguns revestimentos de variados estilos. A empresa já substitui toda a a madeira de seus processos produtivos por poliestireno, poliestireno expandido (EPS) e o poliuretano que foram descartados – eles correspondem a 98% dos materiais empregados em sua linha de produção e os 2% restantes referem- se a itens não recicláveis, como colas e tintas. As novas matérias-primas da empresas são obtidas por meio de parcerias com cooperativas de catadores de várias localidades do país, que recebem os resíduos e fazem a triagem, e até mesmo com estabelecimentos prisionais, para reaproveitar as embalagens de EPS usadas para servir a alimentação dos detentos. São materiais muito leves, de baixo valor agregado, e que por essa razão normalmente despertam pouco interesse para reciclagem. “O Brasil produz a cada ano 65 mil toneladas de EPS e apenas
  • 44. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201944 A Prolata mantém parcerias com cooperativas de catadores e pontos de entrega voluntária para reciclar as latas de aço pós-uso. Revestimento Urbanbrick, da Santa Luzia Molduras. O material emprega poliuretano reciclado em sua fabricação. 10% são recicladas. O restante é responsável por 20% do volume dos aterros e demora 450 anos para ser decomposto”, explica Gilberto Luiz Zanette, sócio administrador da Santa Luzia Molduras. O mais novo produto da empresa é o revestimento Urbanbrick, fabricado com o poliuretano reciclado. Ele apresenta uma releitura contemporânea da beleza da superfície da pedra bruta e dos tijolinhos artesanais e garante fácil instalação. Uma parceria entre a Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati) e a Associação Brasileira de Embalagens de Aço (Abeaço) deu origem à Prolata , uma associação sem fins lucrativos criada em 2012 para atender à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e demais políticas públicas de âmbitos federal, estadual e municipal. O principal objetivo da Prolata é a reciclagem de latas de aço, que têm alto valor agregado. Para isso ela estabelece parcerias com cooperativas e mantém pontos de entrega voluntária do material. Em 2018, a associação apresentou ao Ministério do Meio Ambiente um plano de logística reversa para embalagens de aço, que prevê a obrigatoriedade de fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes estruturarem e implementarem sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor. Segundo dados da Prolata, o mercado nacional consome atualmente uma média anual de 7 milhões de toneladas de aço pós-consumo e o descarte adequado de latas de aço pós-consumo é capaz de gerar apenas 600 mil toneladas por ano em média, embora o mercado seja capaz de absorver 100% das latas de aço pós-consumo. Imagens:divulgaçãoAbrafatiImagens:divulgaçãoAbrafati Imagens:divulgaçãoSantaLuziaMolduras
  • 45. BUREAU VERITAS CERTIFICATION Conheça nossas soluções O Bureau V - - - - As T Rede - R ara completar www }
  • 46. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201946 Construindo um futuro melhor É inegável a urgência de tomarmos medidas para lidar com as emissões de carbono associadas aos edifícios e ao setor da construção. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) nos diz que devemos manter o aquecimento global dentro de 1,5 graus para evitar efeitos desastrosos. Para isso, a economia mundial deve se descarbonizar completamente até meados do século, e isso exige que todos os edifícios tenham emissões nulas até 2050. Construções sustentáveis contribuem para os esforços de implementação do Acordo de Paris e estão alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Essas metas estabelecem um desafio para a humanidade de dissociar o crescimento econômico das mudanças climáticas, da pobreza e da desigualdade. Este é um desafio que acreditamos que a construção sustentável pode ajudar a resolver. Enquanto muitos podem olhar para um edifício e ver apenas uma estrutura inanimada, nós olhamos para os edifícios e vemos tanto a fisicalidade como o processo pelo qual eles são criados - uma oportunidade para não só economizar energia, água e emissões de carbono - mas para educar, criar empregos, fortalecer as comunidades, melhorar a saúde e o bem-estar, e muito, muito mais. A construção sustentável é um verdadeiro catalisador para abordar alguns dos problemas mais prementes do mundo. Pesquisas de mercado nos dizem que o mercado internacional de projetos de construções sustentáveis cresceu significativamente nos últimos 10 anos; e esta demanda está pronta para crescer ainda mais. Vamos descarbonizar Em 2018, o World Green Building Council (WorldGBC) lançou um Compromisso de Edifícios de Carbono Zero na histórica Cúpula Global de Ação Climática, com signatários do alto escalão de empresas, prefeitos de cidades e governadores de estados e regiões. Os 42 signatários fundadores comprometeram-se a eliminar o equivalente a 221 milhões de toneladas de emissões de carbono (CO2e). Esta liderança dá fortes sinais de que devemos mudar a maneira como projetamos, construímos e operamos nossos edifícios para reduzir o desperdício de energia e nossa dependência de combustíveis fósseis, que estão causando danos irreversíveis ao nosso planeta. Edifícios e construções respondem por 39% das emissões de CO2 relacionadas à energia, e nosso objetivo é descarbonizar a indústria até 2050 e limitar o aumento da temperatura global a menos de 1,5 graus. Os GBCs membros do WorldGBC estão liderando o trabalho com seus respectivos membros em direção a prédios Net Zero. Já foram lançados Cristina Gamboa, CEO do World Green Building Council (WGBC)
  • 47. 47 nove guias de certificação de edifícios Net Zero em energia na Alemanha, Índia, Suécia, EUA, França, Canadá, Brasil, Austrália e África do Sul. Uma rede global com ações locais Em nosso 17º ano de operação, a rede WorldGBC de quase 70 GBCs e seus 37.000 membros certificou 2,65 bilhões de m2 de área verde em todo o mundo. Trabalhando com seus governos, 35 países se beneficiaram do conhecimento de seus GBCs para adotar políticas públicas aprimoradas de construções sustentáveis. A China é responsável por 30% das emissões globais de gases de efeito estufa e é uma das mais recentes adições à nossa rede global. Isso significa que estamos em uma posição ainda mais forte para acelerar a redução mundial de carbono em todo o setor da construção. É apenas por meio de um forte movimento de construções sustentáveis em diversas partes do mundo, incluindo áreas em que novas construções estão em crescimento, como a África, que atingiremos as metas de descarbonização. Para atingir esta meta audaciosa de transformação da Indústria da Construção, tornaremos parte de nosso foco a produção, transporte, descarte de materiais de construção e os próprios processos construtivos. Cristina Gamboa CEO do World Green Building Council “É um privilégio para o WorldGBC colaborar com o GBC Brasil, uma das lideranças que permite que a indústria da construção contribua de maneira significativa para a redução da pegada de carbono do País, que promove o desenvolvimento sustentável e melhoras na qualidade de vida em geral.” Membros do Green Building Council (GBC) durante o “GBC Members Day” realizado no Congresso WGBC em Toronto. Imagens: divulgação World Green Building Council (WorldGBC)
  • 48. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201948 O ano de 2018 foi incrível para a comunidade global de construções sustentáveis. Graças a todos vocês, fizemos um progresso real. Temos muito do que nos orgulhar, e sou muito grato por fazer parte dessa comunidade, porque nunca paramos de nos esforçar para sermos melhores. Em 2018, celebramos o 25º aniversário do USGBC! Por 25 anos, nos unimos para tornar nosso planeta mais forte, mais verde e mais sustentável. Quando o USGBC foi fundado, em 1993, iniciamos com uma visão simples: edifícios e comunidades irão regenerar e sustentar a saúde e a vitalidade de toda a vida dentro de uma geração. E hoje passamos pela nossa primeira geração - e muita coisa mudou durante este tempo. Há 25 anos não havia uma comunidade de prédios sustentáveis definida, não havia como saber se um prédio era realmente sustentável nem um consenso sobre diretrizes para ajudar aqueles que queriam construir desta maneira. Assim, o USGBC criou o LEED como uma forma de medir e definir o que significa construção sustentável e fornecer um roteiro para o desenvolvimento de edifícios sustentáveis. Com o LEED, estabelecemos um sistema simples, holístico e baseado em métricas. Agora, as pessoas sabem que, se estiverem em um prédio certificado LEED, estão consumindo menos energia e água, evitando desperdícios, economizando em custos de manutenção, melhorando a qualidade do ar interno, oferecendo conforto a seus ocupantes e causando menor impacto ambiental em sua comunidade. Eles também sabem que estão em um edifício que melhora a saúde e o bem-estar dos ocupantes. Os projetos certificados LEED estão ajudando a elevar a qualidade de vida de populações que abrangem todos os cantos do planeta. Após a sua introdução, o LEED foi adotado por um grupo de líderes que abrangeu diversas indústrias. E hoje, a construção sustentável se tornou uma indústria de trilhões de dólares, e o LEED se tornou o programa mais amplamente utilizado no mundo. O LEED está em toda parte com projetos em 167 países e territórios. Existem atualmente cerca de 97.000 projetos registrados e certificados LEED, totalizando cerca de 21 bilhões de pés quadrados de espaço. Recentemente anunciamos que o Brasil se manteve em quarto lugar no ranking Top 10 Países e Regiões para o LEED no mundo, com base em metros quadrados certificados LEED, com um total de 531 projetos certificados LEED e 16,74 milhões de metros quadrados brutos certificados. O Brasil está liderando a mudança no desenvolvimento de edifícios, comunidades e cidades mais sustentáveis. Sua liderança no país serve como modelo global para outros mercados sobre como podemos gerenciar nossos recursos com eficiência e maestria, criando mudanças duradouras e mensuráveis em nossas comunidades. E o Brasil está preparado para uma expansão ainda maior, já que a construção sustentável deverá aumentar rapidamente no país nos próximos três anos. Tenho o prazer de informar que, em parceria com o GBC Brasil, abrimos um escritório do GBCI no País para atender às demandas de seu crescente mercado de construção sustentável. Tanto o USGBC quanto o GBCI têm um relacionamento de longa data com o GBC Brasil, e já tivemos muito sucesso trabalhando juntos. A parceria Mahesh Ramanujam Presidente e CEO do U.S. Green Building Council MosheZusmanPhotographyStudio
  • 49. 49 com eles para estabelecer o GBCI Brasil servirá para acelerar ainda mais nossos esforços de verdejar o ambiente construído brasileiro e transformar seu mercado. Esta expansão é o reflexo da enorme liderança e demanda da comunidade de construção sustentável no Brasil. Você pode observar que durante a primeira geração do USGBC tivemos muito sucesso. Mas agora estamos nos preparando para o próximo capítulo da nossa história. E com isso em mente, este ano lançamos nossa mais nova versão do LEED, o LEED v4.1, que é o sistema mais abrangente, colaborativo, acessível e eficaz até hoje. Não é uma mudança de versão completa, mas sim uma série de atualizações incrementais para os sistemas de classificação LEEDv4. Começamos com o lançamento do LEED O+M v4.1 em março, ainda em versão beta, para influenciar radicalmente a forma como o LEED impacta o mercado de construção existente. Recentemente, também lançamos o LEED v4.1 para Transit, BD+C e ID+C, e anunciamos que o LEED v4.1 para Residenciais, Cidades e Comunidades seria lançado em 2019. Tenho o prazer de compartilhar que cada uma dessas atualizações do sistema de classificação também terá resultados de desempenho completos impulsionados pelo Arc, tornando o LEED v4.1 o primeiro standard real de desempenho de edifícios, comunidades e cidades. O LEED v4.1 fundamentalmente transformou nosso processo de desenvolvimento do sistema de classificação. Isso nos permitiu maior agilidade para incorporar feedback em tempo real, para que possamos realmente elevar o nível do mercado. Tenho orgulho do trabalho que está sendo feito para garantir que o LEED não seja apenas o standard líder, mas também um padrão de vida. Também estamos direcionando nossos esforços para um modelo de monitoramento e certificação contínuo baseado em desempenho. Recentemente,anunciamos que todos os projetos LEED podem se re-certificar, fornecendo 12 meses de dados de desempenho. Acreditamos que não é suficiente demonstrar liderança em um momento específico, e queremos que todos os projetos LEED continuem a demonstrar liderança muito depois de serem construídos e ocupados. Encorajamos todos os projetos a elevar o seu desempenho, relatando dados e buscando a re- certificação através do LEED v4.1. Isso permitirá que eles quantifiquem totalmente seus investimentos e contribuições para tornar este planeta um lugar melhor. A mudança para um sistema de verificação contínua através de dados de desempenho de construção nos permite garantir que os edifícios estão realmente beneficiando as pessoas que os habitam. Hoje, milhões de pessoas estão vivendo, trabalhando e aprendendo em edifícios com certificação LEED. Isso é a culminação de inúmeras mudanças de pequena escala que se juntaram ao longo de décadas, estrutura por estrutura, bloco a bloco. E juntos, eles inspiraram pessoas em todo o mundo e deram início a uma mudança fundamental na maneira como pensamos sobre nossos prédios e comunidades. Para a comunidade de construções sustentáveis, nossa missão determina todas as ações que tomamos. Até 2050, a área total de todos os edifícios deverá dobrar para mais de 400 bilhões de metros quadrados. E cada novo edifício durará várias gerações. Isso significa que as escolhas que fazemos hoje irão definitivamente impactar o futuro. Temos que tomar as decisões certas e almejar cada vez mais. Por isso, estamos intensificando nossos esforços para apoiar e promover a colaboração global para descarbonizar edifícios, redes e comunidades, Plataforma Arc no lobby do edifício 2101 L St em Washington, DC. AnaKa’ahanui
  • 50. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201950 investindo nossos recursos e alavancando nossas ferramentas e tecnologias para uma visão positiva. E isso significa definir nossas metas em zero. Acreditamos que o net zero é um alvo poderoso que impulsionará a indústria. Durante anos, os projetos LEED em todo o mundo aspiraram atingir o marco net zero. É hora de reconhecer a liderança deles e formalizar o compromisso com a rede de net zeros em toda a comunidade LEED. É por isso que lançamos recentemente um programa de certificação net zero que dá à comunidade de prédios sustentáveis um novo objetivo a ser alcançado: LEED Zero. Nossas novas certificações zero ajudarão a reforçar esses líderes visionários, melhorando o desempenho, a responsabilidade e a transparência. Os projetos LEED podem alcançar a certificação LEED Zero quando demonstrarem qualquer um ou um dos seguintes: emissões zero de carbono, uso de energia, uso de água ou resíduos. Coletivamente, estes novos programas de certificação encorajarão uma abordagem holística para que edifícios e lugares possam contribuir para um futuro regenerativo que melhore a saúde e o bem-estar não só dos seus ocupantes, mas de toda a humanidade. Um dos grandes passos que concordamos para o LEED v4.1 foi não apenas aumentar nosso padrão de referência de energia para a ASHRAE 90.1 2016, mas também adicionar uma métrica de carbono aos sistemas de classificação de edifícios novos e existentes pela primeira vez para medir o impacto climático do edifício. Tudo isto é parte de uma visão para garantir que a próxima fase dos esforços do USGBC seja LEED Positive, onde os edifícios estão realmente gerando mais energia do que eles usam, e removendo mais carbono do que produzem. Muita coisa mudou em 25 anos. Ao encerrarmos um capítulo importante, somos lembrados de que abrir nossos corações e mentes para o que é possível é como abrimos a próxima porta e nos preparamos para o nosso próximo e maior conjunto de desafios. Quando o USGBC foi fundado em 1993, o foco eram prédios sustentáveis. Isso foi importante, mas hoje não é suficiente. Como o mercado global de edificações sustentáveis evoluiu, devemos também evoluir. Temos que expandir a maneira como falamos sobre sustentabilidade. O cerne dos esforços da comunidade de edifícios sustentáveis deve ir além da construção e eficiência, e dos materiais que compõem nossos prédios. Devemos chegar mais fundo e focar no que mais importa dentro desses edifícios: os seres humanos. Nosso foco deve estar nos seres humanos, porque os padrões que estamos mais comprometidos a elevar são os da própria qualidade de vida - para todos os membros dessa comunidade e para as populações que abrangem todos os cantos do planeta. Mais do que qualquer outra coisa, a construção sustentável é sobre pessoas. Eu sei que todos nós acreditamos que cada ser humano merece um lugar seguro e saudável para chamar de lar. É por isso que fazemos o trabalho que fazemos. Um futuro melhor requer um padrão de vida universal que não deixa ninguém para trás. E esse futuro não seria possível sem a sua liderança. Obrigado por tudo que você fez para nos ajudar em nossa primeira geração. Estou orgulhoso do que conseguimos realizar juntos e estou animado e otimista com o que criaremos a seguir. A segunda geração começa agora! Mahesh Ramanujam Presidente e CEO do U.S. Green Building Council O Dell Children’s Hospital, localizado no centro do Texas, é o primeiro hospital do mundo a ser certificado com o LEED Platinum pelo sistema de classificação LEED for Healthcare (LEED-HC). JodyHorton
  • 51. 51 Benefícios de se tornar um membro do GBC Brasil Os membros do Green Building Council Brasil são a chave para a expansão do movi- mento de construções sustentáveis no País. Com o avanço de suas soluções sustentá- veis, continuamos a entregar novas oportunidades de prosperidade. Os membros do GBC ganham acesso a inteligência de mercado que lhes capacita com habilidades e conhecimentos aprimorados, permitindo tomadas de decisões certas, nos momentos certos. Isto inclui acesso à experiência e melhores práticas, eventos, treinamentos e figuras influentes que estão na vanguarda deste movimento. 1. INTELIGÊNCIA DE MERCADO Membros do GBC aumentam o perfil de sua empresa ou organi- zação e fortalecem sua marca. Você se tornará associado às principais autoridades em construções sustentáveis e campanhas de alto perfil, como Greenbuilding Brasil e Green Building Week. 4. DEMONSTRE SUA LIDERANÇA 3. CRESCIMENTO DE MERCADO Os membros do GBC participam do desenvolvimento de iniciativas e políticas públicas e contribuem para o avanço da construção sustentável a nível local e nacio- nal. Tal envolvimento é crucial para o crescimento do mercado de edifícios sustentáveis, o que subsequentemente pode levar a um aumento do trabalho e da renda da sua organização. 2. PARCERIAS DE NEGÓCIOS Ao se tornar membro do GBC, você conhecerá uma ampla rede de organizações comprometidas com a sustentabilidade. Isto oferece diversas oportunidades para o desenvolvimento de parcerias que complementarão os serviços que sua empresa oferece, por sua vez ajudando a garantir uma porcentagem maior do seu mercado local de construções sustentáveis. 5. ALINHAMENTO COM O ACORDO DE PARIS Como membro do GBC, você apoiará iniciativas alinhadas com os objetivos do Acordo de Paris e com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Sua participa- ção também alinhará suas organiza- ções com esses desafios globais.
  • 52. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201952 Certificação Guiaderodas Iniciativa reconhecida pela ONU e pelo MIT Technology Review traz inovação aos prédios e empresas e mostra que a acessibilidade é boa para os negócios O que é a Certificação Guiaderodas? É um programa que reconhece as melhores práticas de acessibilidade. Um local certificado pelo Guiaderodas está preparado para atender bem, desde a infraestrutura até o atendimento, às necessidades de qualquer pessoa, inclusive pessoas com deficiência, gestantes, pessoas com crianças de colo ou indivíduos com estaturas e idades diferentes. Anterior à falta de acessibilidade, está a falta de conscientização sobre a importância desse tema. E esse é o início do processo de certificação. Tudo começa com uma campanha de engajamento dentro da empresa utilizando o aplicativo Guiaderodas, um guia colaborativo para avaliar e consultar a acessibilidade dos locais. Os espaços em processo de certificação são avaliados através de um questionário especial, com perguntas sobre a acessibilidade arquitetônica e comportamental, tais como: “Você sabe onde é o sanitário acessível da sua empresa? Ele é utilizado por quem precisa?” Além da percepção dos colaboradores, arquitetos especialistas da equipe do Guiaderodas fazem a avaliação do espaço ocupado, tendo como base as normas técnicas vigentes no país. Concomitantemente, pessoas com deficiência testam as instalações na prática, trazendo soluções razoáveis para que o ambiente seja funcional. O cumprimento das etapas para a Certificação dura 45 dias. Nesse período também é realizado um treinamento sobre Atitude Acessível que visa, através de situações do dia a dia, a ampliar conhecimentos que aprimoram o atendimento às pessoas com deficiência ou que tenham qualquer restrição de mobilidade. Isso faz com que os valores de cuidado com as pessoas e bom atendimento sejam fortalecidos dentro da cultura da organização. Encarar a acessibilidade como um mero cumprimento de norma é coisa do passado. Muitas organizações estão despertando para o fato de que abraçar o tema da acessibilidade multiplica os benefícios de uma empresa - reduz riscos regulatórios, fortalece a confiança na marca, aprimora a experiência do colaborador e do cliente e melhora a produtividade de todos. A WeWork, empresa que fornece espaços de trabalho compartilhados em dezenas de países, já teve duas unidades de São Paulo certificadas pelo Guiaderodas. “Trabalhamos com hospitalidade e buscamos a melhor experiência para todos os nossos membros. O Guiaderodas nos ajuda a primar pela excelência em acessibilidade e essa conquista é motivo de muito orgulho para nós”, diz Celso Santos, gerente de Facilities Brasil da Wework. Para os edifícios comerciais, a valorização do imóvel e os ganhos econômicos são evidentes. Empresas inclusivas buscam locar espaços certificados pelo Guiaderodas para atender às demandas de seus funcionários. É o caso da KPMG, empresa de auditoria e consultoria que tem presença mundial, e da EZ Towers, prédio comercial localizado na zona sul
  • 53. 53 da cidade de São Paulo. Tanto a KPMG quanto a EZ Towers já possuem a Certificação Guiaderodas. “O maior ativo da nossa empresa são as pessoas. No momento que a gente fala sobre a Certificação Guiaderodas, isso contagia clientes, fornecedores, parceiros e as próximas gerações. As pessoas que querem escolher um local de trabalho verão isso como um diferencial e vão dizer: essa é a empresa onde eu quero trabalhar”, ressalta Charles Krieck, presidente da KPMG Brasil. UMA IDEIA QUANDO É BOA, É BOA PARA TODOS O maior legado da iniciativa do Guiaderodas é a propagação da causa. O aplicativo cumpre essa função e funciona como ferramenta de utilidade pública. O Guiaderodas já impactou a vida de milhões de pessoas com restrição de mobilidade, seus amigos e familiares. Esse público é cada vez mais crescente, principalmente devido ao envelhecimento da população. Reconhecido pela ONU como melhor solução digital inclusiva, o aplicativo conta com avaliações de locais em mais de 1000 cidades presentes em mais de 85 países. O fundador do Guiaderodas, o cadeirante Bruno Mahfuz, enfatiza que a missão do Guiaderodas é deixar de existir. “Um dia o mundo será acessível para todos. Nesse dia fecharemos as portas e nos dedicaremos a outra coisa”, completa Bruno, que foi escolhido pelo MIT Technology Review como um dos maiores inovadores da América Latina. Alguns edifícios e empresas que conquistaram a Certificação Guiaderodas: - Estádio Allianz Parque (Água Branca, São Paulo - SP). - WeWork Inovabra Habitat (Bela Vista, São Paulo - SP). - Torres de escritórios EZ Towers (Chácara Santo Antônio, São Paulo - SP). - Torre Santander (Vila Olímpia, São Paulo - SP). - CA Technologies (Escritório, Chácara Santo Antônio, São Paulo - SP). - KPMG (Escritório-sede, Chácara Santo Antônio, São Paulo - SP). - Atento (Site Zona Leste, Itaquera, São Paulo - SP). - WeWork Metro Office (Butantã, São Paulo - SP) - Trend Micro (Escritório-sede, Itaim, São Paulo - SP) - Farol Santander (Centro, São Paulo - SP) GBC Brasil e Guia de Rodas firmam parceria Com a missão de transformar a indústria da construção civil e a cultura da sociedade em direção à sustentabilidade, o Green Building Council Brasil entende ser relevante a parceria com o Guia de Rodas. A parceria compreende as áreas de disseminação de informação, divulgação de casos de sucesso, auxílio no aprimoramento técnico dos quesitos sociais nos referenciais de certificações e manuais de operação, cooperação em cursos e eventos, além da área de relações institucionais. Para Felipe Faria, CEO do GBC Brasil, “a forma de atuação do Guia de Rodas muito se assemelha ao GBC Brasil, eles conseguiram com maestria demonstrar que a boa gestão dos preceitos de acessibilidade universal é boa para os negócios”. Mutuamente, as Organizações evidenciarão que a excelência no alinhamento dos aspectos sociais e ambientais estão atrelados aos melhores modelos de negócios e tendem a aumentar os ganhos econômicos. Para Agatha Carvalho, Gerente Técnica do GBC Brasil, a parceria é muito importante nesse momento em que as ferramentas de certificações de green building passam a avaliar o desempenho das edificações e colocam o indivíduo como prioridade. “Nossas ferramentas buscam conforto, saúde e bem estar, sendo que as métricas físicas e perceptivas durante a operação das edificações é o que realmente nos revela se estamos no caminho. O Guia de Rodas vai além do atendimento às normas técnicas, eles são o conhecimento necessário para a real experiência inclusiva de todos”.
  • 54. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201954 Bresco conquista certificação B Corporation Empresa de investimentos imobiliários com foco na aquisição ou construção de imóveis corporativos para locação, a Bresco é a pioneira em seu setor no desenvolvimento de projetos com sustentabilidade ambiental. Inovando mais uma vez, ela se tornou a primeira do segmento a conquistar a certificação Empresa B (B Corporation), destinada a corporações que objetivam exercer triplo impacto positivo (ambiental, social e econômico) no mundo. Desde dezembro de 2018, a Bresco integra a rede Movimento B ao lado de mais de 2600 organizações certificadas e espalhadas por 60 países, sendo 139 delas no Brasil. “Ser uma Empresa B significa adotar as melhores práticas corporativas e buscar continuamente a geração desse triplo impacto positivo sobre o meio ambiente e as comunidades em que atuamos. É tentar ser melhor em tudo, até mesmo nas menores coisas”, resume Carlos Sisti, diretor de operações da Bresco. Processo de certificação A certificação Empresa B é conferida pela B Lab, organização norte- americana sem fins lucrativos que promove as B Corps. Sua parceira na América Latina é a ONG Sistema B, que defende uma nova economia em que o sucesso seja medido pelo bem-estar das pessoas, da sociedade e da natureza. Para conquistar a certificação, as empresas devem somar o mínimo de 85 pontos em um rigoroso processo de avaliação e comprovar todas as respostas por meio de documentação. As aprovadas firmam o compromisso institucional e legal de tomar decisões considerando as consequências de suas ações sobre a comunidade e o meio ambiente a longo prazo. A Bresco obteve 100 pontos no processo de avaliação graças a boas práticas, como priorização de construções sustentáveis, oferta de benefícios diferenciados a seus colaboradores e cuidado com as comunidades nas quais atua. Um exemplo é a parceria que estabeleceu com a Associação Parceiros da Educação, visando à melhora no rendimento escolar dos alunos de quatro escolas públicas da região de Campinas, SP. Cultura de sustentabilidade A Bresco surgiu em 2011 dando continuidade à Bracor, empresa que foi uma das fundadoras do GBC Brasil e responsável pelo desenvolvimento do primeiro edifício da América Latina a conquistar a certificação LEED Core and Shell, em 2008. Em 2010, foi a vez de a Bracor planejar
  • 55. 55 dois galpões logísticos, um para a Procter & Gamble e outro para a Colgate, que foram os primeiros do país a alcançar a certificação LEED em nível Gold. Em 2011, a empresa passou por uma reestruturação e mudou o nome para Bresco. Entre seus novos acionistas estão os sócios fundadores da Natura, que foi apontada por duas vezes (2010 e 2017) como a empresa mais sustentável do ano em levantamento realizado pela revista Exame. O CEO Carlos Betancourt, que também é membro do conselho do GBC, permaneceu no cargo, junto com parte da diretoria e o corpo técnico. Foi o trabalho conjunto desse grupo que incentivou a empresa a preservar sua cultura sustentável e a continuar adotando os parâmetros de sustentabilidade até mesmo nos projetos que não buscavam certificação. Projetos sustentáveis Entre os desafios da Bresco está o HUB Natura, o centro de distribuição (CD) automatizado que foi inaugurado em 2014 nas proximidades de Jundiaí, SP. O CD de 35 mil metros quadrados tem pé-direito de 20 metros para atender à operação quase que exclusivamente robotizada, com pouquíssima interferência humana. Segundo Sisti, isso dispensou a necessidade de iluminação e ventilação de conforto, mas levou a equipe a buscar outras formas para reduzir o consumo de energia. “Conseguimos o LEED Silver para esse projeto”, destaca. Outro empreendimento de referência é o Parque Corporativo Bresco Viracopos, com 1 milhão de metros quadrados e implantado às margens da rodovia Santos Dumont, no Distrito Industrial de Campinas, SP. Faz parte desse conjunto o G1, primeiro galpão logístico com certificação LEED Gold da região de Campinas, SP. Em sua cobertura foi instalada uma usina fotovoltaica com cerca de 3 mil metros quadrados de painéis solares com capacidade de 300 KW P/H, o suficiente para atender a totalidade do consumo das áreas comuns do empreendimento. Além disso, ele conta com estação de tratamento de esgoto que fornece água de reúso com 98% de pureza para as demandas do paisagismo, das bacias sanitárias e lavagem de pisos. Com mais de um milhão de metros quadrados de área, o Parque Corporativo Bresco Viracopos deve receber outras edificações, incluindo um hotel. Imagens:divulgaçãoBresco
  • 56. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201956 O conjunto ainda não foi concluído e deve receber mais edificações, incluindo um hotel. Entre seus diferenciais está outra usina fotovoltaica, com capacidade de gerar 24 KW P/H, que fornece energia para o abastecimento de veículos elétricos. Há ainda um parque linear com 247 mil metros quadrados de área preservada. Para o incremento da Mata Atlântica e reconstituição do bioma na gleba foram plantadas 26 mil mudas de espécies nativas. Cortado pelo córrego Viracopos, o parque linear é aberto à população e oferece estações para exercícios físicos. Além disso, ele conta com câmeras que auxiliam na segurança da área e no monitoramento da fauna local, que inclui macacos bugio, capivaras e cachorros do mato. Por essa razão, foram criadas passagens para que os animais possam atravessar a rodovia em segurança. O galpão G1 tem em sua cobertura uma usina fotovoltaica com cerca de 3 mil metros quadrados de painéis solares com capacidade para gerar 300 KW P/H. Imagens:divulgaçãoBresco
  • 57. 57
  • 58. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201958 VOCÊ ECONOMIZA ATÉ 50 % RESULTADO GARANTIDO PAGAMENTO APÓS RESULTADO *Consulte quantidade mínima PALESTRAS DE CONSCIENTIZAÇÃO NÓS INVESTIMOS OU VOCÊ INVESTE KIT COMPLETO para economia em chuveiro/ducha R$18,90 KIT DUAL FLUSH com mecanismo de entrada R$64,90 PULVERIZADOR SPRAY importado da Alemanha R$16,90 TELEMETRIA (loT) mensalidade de R$200,00 VAMOS JUNTOS ALVAR NOSSO PLANETA? www.wenergy.com.br (11) 2476-3490 Membro
  • 59. 59 CADA - GOTA - CONTA SEJA UMA EMPRESA PROTAGONISTA DA SUSTENTABILIDADE Junte-se à W-Energy Clientes da W-Energy economizaram no último ano o equivalente a: 40 mil caminhões pipa 756 piscinas semi-olímpicas R$ 17 milhões nas contas de água 42 dias de abastecimento em São Caetano do Sul Wagner Carvalho - Ceo W-Energy www.wenergy.com.br +55 (11) 2476-3490 Conheça o programa de Transformação Cultural Sustentável da W-Energy + de 7 mil pessoas treinadas com o Programa de Transformação Cultural Sustentável da W-Energy Saiba mais em: www.wenergy.com.br Membro
  • 60.
  • 62. GBC BRASIL - ANUÁRIO 201962 O conceito Green Building pautou o projeto e a construção da Torre A do Hospital Nove de Julho (H9J), inaugurada em 2016 a um custo de 350 milhões de reais. Entre os recursos de sustentabilidade adotados no prédio de 18 pavimentos, localizado nas proximidades da avenida Paulista, estão incluídos uso de energia solar, aproveitamento da luz natural e redutores de vazão em louças e metais sanitários. A torre obteve a certificação LEED NC nível Certified. Com a inauguração desse novo bloco, o H9J passou a contar com 410 leitos e 22 salas cirúrgicas, sendo duas delas híbridas, com equipamentos de Hemodinâmica e Ressonância Magnética. Além disso, há três ambientes exclusivos para cirurgia robótica, com destaque para a Sala Inteligente da Robótica. HOSPITAL NOVE DE JULHO - TORRE A Premissas sustentáveis para o dia a dia Os diferenciais incluem ainda o Espaço Unic, andar VIP composto por oito suítes de 50 m2 com áreas distintas para paciente e acompanhante. Segundo o Dr. Alfonso Migliore Neto, diretor geral do H9J, a sustentabilidade é premissa para as decisões institucionais e ações do dia a dia. “Construímos um prédio que, além da economia de energia e água, seguiu um plano de controle de poluição com o menor impacto possível para a região. Outro exemplo é a implantação do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), com a certificação digital que, em breve, nos tornará um hospital totalmente digital, sem papel”, explica. Recentemente, o H9J teve seu sistema de prontuário eletrônico avaliado pela HIMSS Analytics, o que lhe garantiu a certificação nível 6 da Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS).
  • 63. 63 Espaço sustentável Os impactos da obra foram minimizados por estratégias como a proteção de galerias pluviais para evitar acúmulo de sedimentos e resíduos, além de lava-rodas e lava-bicas. O efeito ilha de calor foi reduzido com vagas de garagem no subsolo e pelo uso de materiais claros e vegetações em superfícies do terreno. Eficiência no uso de água Segundo Raísa Mendes, da consultoria LEED Cushman & Wakefield, os métodos adotados para a redução do consumo de água resultaram em economia de 34% em comparação a um edifício padrão. Entre essas medidas, estão o uso de água de chuva para irrigação do paisagismo e de louças e metais sanitários de menor vazão. Energia e atmosfera De acordo com a simulação energética feita na etapa de projeto, comparando o hospital a um prédio de mesmo uso, mas com sistemas convencionais, a redução dos custos de consumo energético é de 21,78%. O resultado é atribuído à eficiência dos sistemas de iluminação interna, ventilação e aquecimento de água. Materiais e recursos Do total gasto com materiais para a obra, 34% referem-se a insumos regionais, o que reduz o impacto ambiental decorrente da geração de poluentes atmosféricos, como CO2, durante o transporte. Apenas 5% dos resíduos gerados em canteiro foram destinados a aterros, todo o restante foi encaminhado para reciclagem. Crédito de Prioridade Regional O LEED determina que algumas de suas estratégias de sustentabilidade sejam prioritárias em determinadas regiões. No caso do Hospital Nove de Julho, localizado na cidade de São Paulo, foi possível atender à prioridade de eficiência energética, explica Raísa Mendes, da consultoria LEED Cushman & Wakefield. Projeto: Hospital Nove de Julho – Torre A Cliente/Proprietário: Hospital Nove de Julho Localização: São Paulo, SP Área construída: 20.000 m² Construtora: Afonso França Arquitetura: Cássia Cavani Arquitetura e Urbanismo Consultoria LEED: Cushman & Wakefield Certificação: 29 de março de 2017 Sistema e Nível da Certificação: LEED-NC v2009 nível Certified