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O espiritismo tem como uma de suas premissas a sobrevivência da alma e
sua passagem pelo plano material. Assim, então, cada um de nós já esteve
aqui, neste mesmo mundo, encarnado da mesma forma que hoje, apenas
que com um corpo material diferente, filho de pais diferentes, em uma
época e um local diferente. Teve as mesmas necessidades materiais,
diversos anseios, desejos e etc. Conviveu com diversas pessoas, tomou
muitas decisões, cometeu erros, acertou outras vezes. Tudo isso aconteceu,
diversas e diversas vezes, e somou experiência a cada um de nós, somou
lições que são incorporadas e nunca perdidas. Porque esquecemos? Surge
então, naturalmente, a todos nós a questão: Se eu passei por tudo isso,
porque não me lembro de nada?
Vale lembrar que os críticos contumazes do Espiritismo atribuem a não
existência da reencarnação ao fato das pessoas não se recordarem das vidas
anteriores: o que foram, o que fizeram. Diga-se, desde logo, que a memória
não é condição necessária da existência. Afirma-se, ainda, que o
esquecimento do passado é contraproducente. Se já vivemos muitas vezes
na Terra, por que não nos lembramos? Segundo alguns, a lembrança
auxiliaria a não repetir os equívocos do passado. Também serviria de
incentivo à adoção de um patamar nobre de conduta. Afinal, seria possível
correlacionar as dores atuais a específicos erros de outrora.
Consequentemente, as criaturas teriam interesse em agir com dignidade.
Essa ideia parece sedutora, mas não resiste a uma análise criteriosa. Tenha-
se em mente que o esquecimento constitui a regra geral.
Deus, em sua imensa sabedoria, sabe muito bem o que é melhor para nós,
como crianças espirituais que somos. Temos necessidades específicas,
muitas delas nem sequer conhecemos ou gostamos. Todo pai sabe muito
bem que tem que impor, certas vezes, coisas às crianças. Ninguém gosta de
ver uma criança chorando, mas sabe que isso não é importante se o choro
vem do fato dela ter tomado uma vacina. O pequeno mal causado a ela é,
em muito, compensado pelos benefícios da imunização às doenças. Assim
também age Deus conosco. Sabe que muitas coisas nos são necessárias, por
isso nos são impostas. O conhecimento excessivo pode ofuscar as pessoas.
Tal como a uma criança, não se fala de morte, doença e etc. sem o devido
cuidado e na correta medida, saber coisas do nosso passado pode ser muito
doloroso, de nenhum proveito à nossa evolução.
Cada vida que passamos encarnados é uma oportunidade de redimir as
faltas que cometemos. Somos colocados nas mesmas situações, frente a
frente com as mesmas pessoas e locais, para podermos corrigir os erros e
aprender a não cometê-los mais. Se nos lembrássemos de todas as
existências anteriores, teríamos uma vantagem injusta. Faríamos as coisas
não porque aprendemos, mas apenas porque nos lembramos do erro. Não
teríamos o mérito da atitude que tomamos, sem o qual não evoluímos
efetivamente. Assim, Deus nos dá a chance de tentarmos de novo, mas não
nos tira o mérito da boa ação. Está tudo perdido? Também surge a questão:
Não nos lembraremos mais do nosso passado? Devemos nos lembrar que a
vida principal é a do espírito, que cada encarnação é apenas um processo de
aprendizado, mas que sempre voltamos ao plano maior.
É assim que, após cada encarnação, quando do outro lado da vida,
lembramo-nos das existências anteriores, como quem lembra cada ano
passado na escola. Claro que a lembrança completa de todas as existências
só ocorrerá quando estivermos bastante evoluídos, pois a pessoa não deixa
de ser em nada o que ela é apenas por ter alterado seu estado, de modo que
nem todos estão prontos para suportar, mesmo que desencarnados, as
revelações do passado. Assim, o espírito só tem lembrança de alguns fatos
mais relevantes de suas existências, fatos estes que ele usa para definir
como será sua próxima existência, escolhendo os problemas, situações,
pessoas que conhecerá e demais dados, visando sempre seu aprendizado e
aprimoramento. Não se importa com as dificuldades, prefere-as mesmo,
pois sabe que elas o levarão adiante.
Toda a nossa experiência, tudo o que passamos, é perdido a cada nova
encarnação? Se olharmos o esquecimento do passado sem o devido
cuidado, podemos pensar que sim. Já que ele diz que esquecemos de tudo,
então tudo o que aprendemos foi perdido, temos que aprender tudo de
novo. A experiência de vida nos prova o contrário. Quem nunca ouviu falar
daquelas crianças que são pequenos gênios, que sem que ninguém
ensinasse nada, ou com um pequeno aprendizado, são capazes de fazer
coisas como se fossem adultos? De onde viria esta experiência, senão de
vidas passadas. Porque dois irmãos, criados na mesma casa, expostos aos
mesmos estímulos, educados da mesma forma, podem ser tão diferentes
entre si?
Acontece que o passado está esquecido, sim, mas não perdido. Está
gravado em nossa mente num local que não nos permite ir lá e lembrar o
que houve, mas permite usar aquilo para o nosso bem. É o nosso
subconsciente. Assim, a voz intuitiva de nossa consciência, é muitas vezes
a lembrança adormecida e escondida do nosso passado que vem à tona para
refrear nossos erros do presente. Assim também ocorre com as pessoas que
convivemos. Todos nós não temos aqueles com quem nós afinamos
imediatamente? Não temos aquela pessoa que conhecemos no trabalho,
vizinha da nova casa ou até mesmo no ônibus, e imediatamente gostamos?
Não temos aqueles que queremos estar sempre juntos deles, mesmo que
sem saber o porque? E não há o inverso? Aqueles que imediatamente não
gostamos?
Que tudo o que fazem parece errado? Pois bem estes são os amigos e
inimigos do passado que reencontramos. Não nos lembramos deles, até
porque podem estar bem diferentes do que eram. Mas guardamos lá dentro
de nós o secreto conhecimento de sua existência, e dos motivos que temos
para estarmos juntos de novo. Lembrar-se do passado ajuda? A cada novo
retorno à matéria, somos beneficiados com o esquecimento temporário de
nossas ações pretéritas para que, com esse esquecimento, a criança que
chega ao nosso lar como nosso filho, seja recebida e tratada com todo
carinho, com todo cuidado, com toda ternura, se tornando alvo de inúmeras
atenções de seus pais e demais familiares, todos empenhados em dar-lhe o
melhor, em todos os sentidos, contribuindo assim para a sua elevação.
Agora, como ficaria o exercício da fraternidade nessa família onde cada um
soubesse o mal que fez ao outro em existência pregressa? Sem passar
borracha no passado, tais situações seriam muito complicadas. Sobretudo
seria difícil vencer um dos mais graves problemas humanos; o ódio, que é a
negação dos princípios de fraternidade que regem o Universo. Esse
esquecimento temporário, bem ao contrário do que se possa supor, é uma
verdadeira bênção. Para efeito de comparação, observemos que o
condenado pela justiça humana geralmente é visto com desconfiança,
mesmo depois de cumprida a pena a que foi sentenciado. Se assim é, o que
dizer então se soubéssemos que, entre nós, em nossa família, no cadinho de
nossa lar, tivesse reencarnado como nosso filho, por exemplo, alguém que,
em existência passada, ...
... tivesse eliminado a nossa vida física naquela existência? Não é difícil
concluir que, muito provavelmente, haveria uma tragédia. O esquecimento
permite a transformação da mágoa em amor. Assim, podemos concluir que
sob a bênção do esquecimento os elos fraternos se estabelecem. Não é
relevante lembrar o passado. O importante é viver bem o presente. Outro
aspecto interessante ocorre quando pensamos o que faríamos com o
conhecimento do passado, se lembrássemos de tudo? Todos devem
conhecer todos os aspectos da vida. Assim, todos passam por etapas como
ricos, pobres, saudáveis, doentes e etc. Não importa como vivemos, e sim o
que fazemos de nossas vidas. Mas cá entre nós, quem não gostaria de saber
que já foi rei?
Não seria bom, quando conversasse com outra pessoa, mencionar, assim
por cima, que já governamos todo um reino. Que tínhamos mil serviçais ao
nosso dispor, para atender todos os nossos desejos. Não seria bom? Claro
que seria, mas isso seria útil? Aí está a grande questão. Deus respeita nossa
vontade, através do livre arbítrio, mas quer o melhor para nós, impõe-nos
limites para evitar que nosso orgulho e vaidade nos atrapalhem. Responda-
me você, como se sentiria, sabendo que já foi rainha um dia, na hora de
lavar roupa? Lembrando, enquanto toma o ônibus lotado, que houve época
em que homens fortes lhe carregavam para todo lado onde fosse? Será que
ajuda? Ou atrapalha? E não são só as coisas boas não. Imagine então como
se sentiria ao falar com alguém que você soubesse que matou em outra
vida?
Não se sentiria humilhado? Não ficaria imaginando se ele não quereria
vingança? Não teria sua consciência lhe cobrando o tempo todo? Orgulho e
humilhação. Estes seriam os resultados destas lembranças. Em nada
ajudariam para nossa evolução. Só atrapalhariam. Deus sabe o que faz.
Estamos Sempre Juntos: Se encarnamos, como já dissemos, é para aprender
coisas novas e corrigir os erros do passado. Por isso estamos sempre
cercados daqueles com quem convivemos em outras vidas. Mas seria fácil
perdoar uma pessoa que nos fez um grande mal no passado, mesmo que
hoje fosse alguém próximo, como um pai, um irmão ou mesmo um filho?
Deus nos deu o que realmente necessitamos. É a capacidade de saber o que
é certo e errado. Tira-nos a lembrança do passado, que em nada nos auxilia.
É aquilo que chamamos de consciência, é a lembrança interior do que
fizemos, é dela que precisamos. Assim, não importa saber quem fomos ou o
que fizemos em outras vidas. O que importa é aproveitar o tempo de
encarnado, que é curto e raro, para corrigir nossas más tendências, nossos
defeitos. Sim porque mudar maus hábitos é coisa difícil e complicada. Não
é de um dia para outro que paramos de fumar, de comer demais, de falar
mal do próximo, de ser preguiçosos. Ninguém se torna santo de um dia para
o outro. É um trabalho árduo, difícil, lento, que começa com a atitude, e
que com a repetição dessa atitude torna-se um hábito, e que com mais
repetição torna-se sentimento, para aí sim incorporar-se de modo definitivo.
Finalmente, uma última questão nos surge:
Podemos lembrar-nos de alguma forma, do passado? A resposta é sim.
Antes, devemos considerar que Deus só quer o melhor para nós. Em função
disso, Ele sabe que, algumas vezes, uma pequena revelação aqui, um clarão
do passado ali, pode auxiliar alguém que esteja perdendo o rumo, que não
esteja ouvindo bem o que sua consciência lhe diz. Tudo sempre com um
propósito definido, e não para apenas suprir curiosidade sem uso prático.
Isso significaria que nunca poderíamos saber de nada. Os tempos atuais
mostram que não é bem assim. Como já disse, Deus, em seu infinito amor e
bondade, respeita nossa vontade, até quando queremos algo que pode nos
prejudicar. Ele indica o caminho, mas os passos são sempre nossos. Com o
aumento do conhecimento da ciência, naturalmente o homem vai entrando
em caminhos antes intransponíveis.
Hoje temos técnicas desenvolvidas por médicos e psicanalistas, conhecidas
como “Regressão a Vidas Passadas” que permitem ir muito além do que
normalmente seria possível. As pessoas que estão envolvidas nestes
processos nem sempre são tão esclarecidas quanto às verdades e
necessidades do indivíduo perante sua vida espiritual, de modo que podem
fornecer revelações nem sempre úteis para as pessoas. É bom, ou é ruim?
Só Deus e a pessoa que passa por isso é que pode dizer. Não podemos
julga-los, mas se pensarmos um pouco no que já foi discutido, da utilidade
de saber de detalhes das outras vidas, vamos concluir que este
conhecimento deve ter limites, do contrário ficaremos ofuscados com a
verdade. Olha o Teu Presente:
Para aqueles que tiverem curiosidade de saber o que foram no passado, mas
não queiram enfrentar as consequências do excesso de informação, os
livros da codificação nos dão uma dica preciosa. Preciosa porque é baseada
em informações que já temos, portanto sem medo de saber o que não é
bom. O Espírito da Verdade nos diz, literalmente: “Se queres saber como
foi teu passado, olha teu presente, tudo o que passas hoje é resultado do que
fizestes ontem”. Como é isso então? Basta lembrar as Leis de Deus, da Lei
de Causa e Efeito e da Lei de Justiça. A primeira diz que tudo o que
fazemos tem um efeito, se fazemos coisas boas, resultam em coisas boas, se
fazemos coisas não tão boas, resultam em coisas não tão boas. A segunda
garante que tudo o que fizemos, de bom ou de mau, retornará para nós na
exata medida.
CONCLUSÃO:
No processo evolutivo em que todo o universo está incluso, num
dinamismo e mutações constantes, através de leis perfeitas e imutáveis, o
Espírito humano caminha sempre, aprendendo e desenvolvendo-se.
Conhecer essas leis é necessário para saber-se quem se é, de onde veio, o
que faz na Terra, para onde vai e como deve ir. Quanto mais o homem se
aprofunda nessas questões, mais facilidade e segurança ganha nessa
caminhada evolutiva para a conquista da perfeição e felicidade possíveis.
Uma dessas leis é a das vidas sucessivas em mundo materiais, a
reencarnação, o retorno do espírito ao corpo tantas vezes quantas se tornem
necessárias para o autoburilamento, libertando-se das paixões e adquirindo
experiências superiores, ...
... sublimando as expressões do instinto ao tempo em que desenvolve a
inteligência e penetra nas potencialidades transcendentes da intuição. Nesse
processo, acontece o esquecimento do passado. O espírito, ao renascer, em
um corpo pequenino e frágil, o mais indefeso dos recém-nascidos do reino
animal, está deslembrado, na sua consciência, de todo o seu passado,
embora ele esteja no seu inconsciente. Esse esquecimento se dá por força
do próprio processo reencarnatório, que se inicia no plano espiritual,
continuando no físico. O espírito reencarnante passa por diversas fases.
Cada um pensa como quiser. Mas o esquecimento do passado do Espírito
imortal é uma das maiores dádivas que a vida nos oferece. É talvez o mais
precioso exemplo da misericórdia divina.
Deus sempre nos concede novas oportunidades de aprendizado. O que não
aprendemos numa etapa, podemos aprender na etapa seguinte.
Muita Paz!
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A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é
levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida.
Leia Kardec! Estude Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec!
O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!

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Esquecimento do passado

  • 1.
  • 2. O espiritismo tem como uma de suas premissas a sobrevivência da alma e sua passagem pelo plano material. Assim, então, cada um de nós já esteve aqui, neste mesmo mundo, encarnado da mesma forma que hoje, apenas que com um corpo material diferente, filho de pais diferentes, em uma época e um local diferente. Teve as mesmas necessidades materiais, diversos anseios, desejos e etc. Conviveu com diversas pessoas, tomou muitas decisões, cometeu erros, acertou outras vezes. Tudo isso aconteceu, diversas e diversas vezes, e somou experiência a cada um de nós, somou lições que são incorporadas e nunca perdidas. Porque esquecemos? Surge então, naturalmente, a todos nós a questão: Se eu passei por tudo isso, porque não me lembro de nada?
  • 3. Vale lembrar que os críticos contumazes do Espiritismo atribuem a não existência da reencarnação ao fato das pessoas não se recordarem das vidas anteriores: o que foram, o que fizeram. Diga-se, desde logo, que a memória não é condição necessária da existência. Afirma-se, ainda, que o esquecimento do passado é contraproducente. Se já vivemos muitas vezes na Terra, por que não nos lembramos? Segundo alguns, a lembrança auxiliaria a não repetir os equívocos do passado. Também serviria de incentivo à adoção de um patamar nobre de conduta. Afinal, seria possível correlacionar as dores atuais a específicos erros de outrora. Consequentemente, as criaturas teriam interesse em agir com dignidade. Essa ideia parece sedutora, mas não resiste a uma análise criteriosa. Tenha- se em mente que o esquecimento constitui a regra geral.
  • 4. Deus, em sua imensa sabedoria, sabe muito bem o que é melhor para nós, como crianças espirituais que somos. Temos necessidades específicas, muitas delas nem sequer conhecemos ou gostamos. Todo pai sabe muito bem que tem que impor, certas vezes, coisas às crianças. Ninguém gosta de ver uma criança chorando, mas sabe que isso não é importante se o choro vem do fato dela ter tomado uma vacina. O pequeno mal causado a ela é, em muito, compensado pelos benefícios da imunização às doenças. Assim também age Deus conosco. Sabe que muitas coisas nos são necessárias, por isso nos são impostas. O conhecimento excessivo pode ofuscar as pessoas. Tal como a uma criança, não se fala de morte, doença e etc. sem o devido cuidado e na correta medida, saber coisas do nosso passado pode ser muito doloroso, de nenhum proveito à nossa evolução.
  • 5. Cada vida que passamos encarnados é uma oportunidade de redimir as faltas que cometemos. Somos colocados nas mesmas situações, frente a frente com as mesmas pessoas e locais, para podermos corrigir os erros e aprender a não cometê-los mais. Se nos lembrássemos de todas as existências anteriores, teríamos uma vantagem injusta. Faríamos as coisas não porque aprendemos, mas apenas porque nos lembramos do erro. Não teríamos o mérito da atitude que tomamos, sem o qual não evoluímos efetivamente. Assim, Deus nos dá a chance de tentarmos de novo, mas não nos tira o mérito da boa ação. Está tudo perdido? Também surge a questão: Não nos lembraremos mais do nosso passado? Devemos nos lembrar que a vida principal é a do espírito, que cada encarnação é apenas um processo de aprendizado, mas que sempre voltamos ao plano maior.
  • 6. É assim que, após cada encarnação, quando do outro lado da vida, lembramo-nos das existências anteriores, como quem lembra cada ano passado na escola. Claro que a lembrança completa de todas as existências só ocorrerá quando estivermos bastante evoluídos, pois a pessoa não deixa de ser em nada o que ela é apenas por ter alterado seu estado, de modo que nem todos estão prontos para suportar, mesmo que desencarnados, as revelações do passado. Assim, o espírito só tem lembrança de alguns fatos mais relevantes de suas existências, fatos estes que ele usa para definir como será sua próxima existência, escolhendo os problemas, situações, pessoas que conhecerá e demais dados, visando sempre seu aprendizado e aprimoramento. Não se importa com as dificuldades, prefere-as mesmo, pois sabe que elas o levarão adiante.
  • 7. Toda a nossa experiência, tudo o que passamos, é perdido a cada nova encarnação? Se olharmos o esquecimento do passado sem o devido cuidado, podemos pensar que sim. Já que ele diz que esquecemos de tudo, então tudo o que aprendemos foi perdido, temos que aprender tudo de novo. A experiência de vida nos prova o contrário. Quem nunca ouviu falar daquelas crianças que são pequenos gênios, que sem que ninguém ensinasse nada, ou com um pequeno aprendizado, são capazes de fazer coisas como se fossem adultos? De onde viria esta experiência, senão de vidas passadas. Porque dois irmãos, criados na mesma casa, expostos aos mesmos estímulos, educados da mesma forma, podem ser tão diferentes entre si?
  • 8. Acontece que o passado está esquecido, sim, mas não perdido. Está gravado em nossa mente num local que não nos permite ir lá e lembrar o que houve, mas permite usar aquilo para o nosso bem. É o nosso subconsciente. Assim, a voz intuitiva de nossa consciência, é muitas vezes a lembrança adormecida e escondida do nosso passado que vem à tona para refrear nossos erros do presente. Assim também ocorre com as pessoas que convivemos. Todos nós não temos aqueles com quem nós afinamos imediatamente? Não temos aquela pessoa que conhecemos no trabalho, vizinha da nova casa ou até mesmo no ônibus, e imediatamente gostamos? Não temos aqueles que queremos estar sempre juntos deles, mesmo que sem saber o porque? E não há o inverso? Aqueles que imediatamente não gostamos?
  • 9. Que tudo o que fazem parece errado? Pois bem estes são os amigos e inimigos do passado que reencontramos. Não nos lembramos deles, até porque podem estar bem diferentes do que eram. Mas guardamos lá dentro de nós o secreto conhecimento de sua existência, e dos motivos que temos para estarmos juntos de novo. Lembrar-se do passado ajuda? A cada novo retorno à matéria, somos beneficiados com o esquecimento temporário de nossas ações pretéritas para que, com esse esquecimento, a criança que chega ao nosso lar como nosso filho, seja recebida e tratada com todo carinho, com todo cuidado, com toda ternura, se tornando alvo de inúmeras atenções de seus pais e demais familiares, todos empenhados em dar-lhe o melhor, em todos os sentidos, contribuindo assim para a sua elevação.
  • 10. Agora, como ficaria o exercício da fraternidade nessa família onde cada um soubesse o mal que fez ao outro em existência pregressa? Sem passar borracha no passado, tais situações seriam muito complicadas. Sobretudo seria difícil vencer um dos mais graves problemas humanos; o ódio, que é a negação dos princípios de fraternidade que regem o Universo. Esse esquecimento temporário, bem ao contrário do que se possa supor, é uma verdadeira bênção. Para efeito de comparação, observemos que o condenado pela justiça humana geralmente é visto com desconfiança, mesmo depois de cumprida a pena a que foi sentenciado. Se assim é, o que dizer então se soubéssemos que, entre nós, em nossa família, no cadinho de nossa lar, tivesse reencarnado como nosso filho, por exemplo, alguém que, em existência passada, ...
  • 11. ... tivesse eliminado a nossa vida física naquela existência? Não é difícil concluir que, muito provavelmente, haveria uma tragédia. O esquecimento permite a transformação da mágoa em amor. Assim, podemos concluir que sob a bênção do esquecimento os elos fraternos se estabelecem. Não é relevante lembrar o passado. O importante é viver bem o presente. Outro aspecto interessante ocorre quando pensamos o que faríamos com o conhecimento do passado, se lembrássemos de tudo? Todos devem conhecer todos os aspectos da vida. Assim, todos passam por etapas como ricos, pobres, saudáveis, doentes e etc. Não importa como vivemos, e sim o que fazemos de nossas vidas. Mas cá entre nós, quem não gostaria de saber que já foi rei?
  • 12. Não seria bom, quando conversasse com outra pessoa, mencionar, assim por cima, que já governamos todo um reino. Que tínhamos mil serviçais ao nosso dispor, para atender todos os nossos desejos. Não seria bom? Claro que seria, mas isso seria útil? Aí está a grande questão. Deus respeita nossa vontade, através do livre arbítrio, mas quer o melhor para nós, impõe-nos limites para evitar que nosso orgulho e vaidade nos atrapalhem. Responda- me você, como se sentiria, sabendo que já foi rainha um dia, na hora de lavar roupa? Lembrando, enquanto toma o ônibus lotado, que houve época em que homens fortes lhe carregavam para todo lado onde fosse? Será que ajuda? Ou atrapalha? E não são só as coisas boas não. Imagine então como se sentiria ao falar com alguém que você soubesse que matou em outra vida?
  • 13. Não se sentiria humilhado? Não ficaria imaginando se ele não quereria vingança? Não teria sua consciência lhe cobrando o tempo todo? Orgulho e humilhação. Estes seriam os resultados destas lembranças. Em nada ajudariam para nossa evolução. Só atrapalhariam. Deus sabe o que faz. Estamos Sempre Juntos: Se encarnamos, como já dissemos, é para aprender coisas novas e corrigir os erros do passado. Por isso estamos sempre cercados daqueles com quem convivemos em outras vidas. Mas seria fácil perdoar uma pessoa que nos fez um grande mal no passado, mesmo que hoje fosse alguém próximo, como um pai, um irmão ou mesmo um filho? Deus nos deu o que realmente necessitamos. É a capacidade de saber o que é certo e errado. Tira-nos a lembrança do passado, que em nada nos auxilia.
  • 14. É aquilo que chamamos de consciência, é a lembrança interior do que fizemos, é dela que precisamos. Assim, não importa saber quem fomos ou o que fizemos em outras vidas. O que importa é aproveitar o tempo de encarnado, que é curto e raro, para corrigir nossas más tendências, nossos defeitos. Sim porque mudar maus hábitos é coisa difícil e complicada. Não é de um dia para outro que paramos de fumar, de comer demais, de falar mal do próximo, de ser preguiçosos. Ninguém se torna santo de um dia para o outro. É um trabalho árduo, difícil, lento, que começa com a atitude, e que com a repetição dessa atitude torna-se um hábito, e que com mais repetição torna-se sentimento, para aí sim incorporar-se de modo definitivo. Finalmente, uma última questão nos surge:
  • 15. Podemos lembrar-nos de alguma forma, do passado? A resposta é sim. Antes, devemos considerar que Deus só quer o melhor para nós. Em função disso, Ele sabe que, algumas vezes, uma pequena revelação aqui, um clarão do passado ali, pode auxiliar alguém que esteja perdendo o rumo, que não esteja ouvindo bem o que sua consciência lhe diz. Tudo sempre com um propósito definido, e não para apenas suprir curiosidade sem uso prático. Isso significaria que nunca poderíamos saber de nada. Os tempos atuais mostram que não é bem assim. Como já disse, Deus, em seu infinito amor e bondade, respeita nossa vontade, até quando queremos algo que pode nos prejudicar. Ele indica o caminho, mas os passos são sempre nossos. Com o aumento do conhecimento da ciência, naturalmente o homem vai entrando em caminhos antes intransponíveis.
  • 16. Hoje temos técnicas desenvolvidas por médicos e psicanalistas, conhecidas como “Regressão a Vidas Passadas” que permitem ir muito além do que normalmente seria possível. As pessoas que estão envolvidas nestes processos nem sempre são tão esclarecidas quanto às verdades e necessidades do indivíduo perante sua vida espiritual, de modo que podem fornecer revelações nem sempre úteis para as pessoas. É bom, ou é ruim? Só Deus e a pessoa que passa por isso é que pode dizer. Não podemos julga-los, mas se pensarmos um pouco no que já foi discutido, da utilidade de saber de detalhes das outras vidas, vamos concluir que este conhecimento deve ter limites, do contrário ficaremos ofuscados com a verdade. Olha o Teu Presente:
  • 17. Para aqueles que tiverem curiosidade de saber o que foram no passado, mas não queiram enfrentar as consequências do excesso de informação, os livros da codificação nos dão uma dica preciosa. Preciosa porque é baseada em informações que já temos, portanto sem medo de saber o que não é bom. O Espírito da Verdade nos diz, literalmente: “Se queres saber como foi teu passado, olha teu presente, tudo o que passas hoje é resultado do que fizestes ontem”. Como é isso então? Basta lembrar as Leis de Deus, da Lei de Causa e Efeito e da Lei de Justiça. A primeira diz que tudo o que fazemos tem um efeito, se fazemos coisas boas, resultam em coisas boas, se fazemos coisas não tão boas, resultam em coisas não tão boas. A segunda garante que tudo o que fizemos, de bom ou de mau, retornará para nós na exata medida.
  • 18. CONCLUSÃO: No processo evolutivo em que todo o universo está incluso, num dinamismo e mutações constantes, através de leis perfeitas e imutáveis, o Espírito humano caminha sempre, aprendendo e desenvolvendo-se. Conhecer essas leis é necessário para saber-se quem se é, de onde veio, o que faz na Terra, para onde vai e como deve ir. Quanto mais o homem se aprofunda nessas questões, mais facilidade e segurança ganha nessa caminhada evolutiva para a conquista da perfeição e felicidade possíveis. Uma dessas leis é a das vidas sucessivas em mundo materiais, a reencarnação, o retorno do espírito ao corpo tantas vezes quantas se tornem necessárias para o autoburilamento, libertando-se das paixões e adquirindo experiências superiores, ...
  • 19. ... sublimando as expressões do instinto ao tempo em que desenvolve a inteligência e penetra nas potencialidades transcendentes da intuição. Nesse processo, acontece o esquecimento do passado. O espírito, ao renascer, em um corpo pequenino e frágil, o mais indefeso dos recém-nascidos do reino animal, está deslembrado, na sua consciência, de todo o seu passado, embora ele esteja no seu inconsciente. Esse esquecimento se dá por força do próprio processo reencarnatório, que se inicia no plano espiritual, continuando no físico. O espírito reencarnante passa por diversas fases. Cada um pensa como quiser. Mas o esquecimento do passado do Espírito imortal é uma das maiores dádivas que a vida nos oferece. É talvez o mais precioso exemplo da misericórdia divina.
  • 20. Deus sempre nos concede novas oportunidades de aprendizado. O que não aprendemos numa etapa, podemos aprender na etapa seguinte. Muita Paz! Visite o meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados, cujo objetivo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida. Leia Kardec! Estude Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec! O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!