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XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018
Proposta de novo método para obtenção da curva equivalente do
ensaio bidirecional em estacas escavadas
Thaís Lucouvicz Dada
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil, thaisldada@gmail.com
Faiçal Massad
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil, faical.massad@usp.br
RESUMO: O artigo apresenta um novo método para a obtenção da curva equivalente do ensaio
bidirecional, baseado no modelo de Coyle-Reese (1966). O método é analítico, de simples aplicação
e permite a introdução de dados variáveis ao longo do fuste da estaca, tais como seção transversal e
módulo de elasticidade do material. São apresentadas uma descrição detalhada do método proposto
e aplicações práticas. Para a obtenção das curvas equivalentes, além deste método, utilizaram-se o
método de Massad (2015) e a aplicação das formulações de Fleming (1992), sendo que dois casos
também foram interpretados por Fellenius (2014). Ademais, duas das estacas também foram
submetidas ou à prova de carga convencional, ou a ensaio dinâmico. Concluiu-se que todas as
curvas carga-recalque apresentaram bom ajuste entre si. Entretanto, a interpretação nos casos das
estacas submetidas a dois diferentes ensaios mostrou alteração de seu comportamento, o que leva a
sugerir a execução de ensaios, preferencialmente, em estacas diferentes, próximas entre si.
PALAVRAS-CHAVE: Ensaio Bidirecional, O-cell, Prova de Carga em Estaca, Curva Carga-
Recalque, Curva Equivalente, Modelo de Coyle e Reese.
1 INTRODUÇÃO
O ensaio bidirecional foi desenvolvido pelo
brasileiro Elísio Silva (Silva, 1983; 1986), além
de Osterberg (1989), este sendo responsável
pela grande divulgação e repercussão do ensaio.
O ensaio consiste na aplicação de carga em
profundidade na estaca, através de uma ou mais
expancells (ou O-cells) previamente instaladas.
Para a obtenção da curva carga-recalque
equivalente a carregamento no topo, simulando
uma prova de carga convencional, os
precursores do ensaio idealizaram o método
chamado de "tradicional" (Silva, 1983;
Osterberg, 1995), que considera a estaca
infinitamente rígida. Entretanto, resulta em
deslocamentos menores que os reais,
especialmente em casos de estacas longas ou
compressíveis (Massad, 2015).
Outros métodos buscam considerar a
compressibilidade da estaca. Destes, destacam-
se: o método utilizado pela empresa Fugro
Loadtest (England, 2005; 2009), baseado nas
formulações de Fleming (1992), e o de Massad
(2015), que apresenta um método de obtenção
do encurtamento elástico da estaca através do
coeficiente c', correlato ao coeficiente c de
Leonards e Lovell (1979).
Neste artigo, é proposto e detalhado um novo
método, baseado no modelo de previsão de
comportamento de estacas desenvolvido por
Coyle e Reese (1966). O diferencial em relação
a outros métodos analíticos é a possibilidade de
introdução de parâmetros variáveis da estaca,
tais como seção transversal e módulo de
elasticidade do material, enquanto nos citados
anteriormente, devem-se utilizar nessas
condições parâmetros equivalentes.
São apresentados estudos de casos de seis
estacas ensaiadas bidirecionalmente, sendo que
uma também foi submetida a um ensaio de
carregamento dinâmico e outra, a uma prova de
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carga estática convencional.
2 FUNDAMENTOS DOS MÉTODOS
EMPREGADOS
A seguir apresentam-se os fundamentos teóricos
dos métodos de interpretação dos ensaios
bidirecionais.
2.1 Encurtamento Elástico de Estacas
O fuste de uma estaca carregada axialmente no
topo sofre o encurtamento elástico etop dado
pela eq. 1:
r
p
r
l
top
K
Q
K
A
ce  (1)
onde c é o coeficiente de Leonards e Lovell
(1979), Al é o atrito lateral total, Qp é a carga de
ponta total e Kr é a rigidez da estaca como peça
estrutural. Por sua vez, c e Kr são dados pelas
eqs. 2 e 3:
l
ll
A
AA
c

 (2)
L
SE
Kr

 (3)
onde (Al – Āl) é o atrito lateral médio transferido
pela estaca ao solo, E é o módulo de
elasticidade da estaca e S é sua seção
transversal.
Para ensaios bidirecionais, o trecho do fuste
que está sujeito a uma carga ascendente
aplicada pela expancell, por sua vez, tem o
encurtamento elástico, ebid, menor, quando
comparado à aplicação de uma mesma carga no
topo. Pode ser obtido pelo coeficiente c' de
Massad (2015), correlato de c de Leonards e
Lovell (1979), segundo a eq. 4:
r
l
bid
K
A
ce  ' (4)
onde Al é o atrito lateral no trecho do fuste
acima da expancell, Kr é obtido considerando-se
o mesmo trecho e c' também é obtido pela eq. 2,
porém relacionado à aplicação de carga
ascendente a partir da ponta (Massad, 2015).
Tem-se: c+c' = 1.
2.2 Modelo de Coyle e Reese para a Previsão
da Curva Po-yo no Topo
Coyle e Reese (1966), dentre outros (Poulos e
Davis, 1980; Randolph e Wroth, 1978;
Randolph, 1994; Fleming, 1992), elaboraram
um modelo consagrado para a previsão da curva
carga-recalque de uma estaca carregada no topo.
O modelo de Coyle e Reese (1966) é baseado
em funções de transferência de carga, conforme
a Figura 1.
Figura 1. Estaca carregada axialmente, com indicação das
forças atuantes em cada elemento (fonte: adaptado de
Coyle e Reese, 1966; Vesic; 1977).
Resumidamente, o modelo consiste em obter
as forças e deslocamentos em cada elemento
pré-definido da estaca (elementos i = 1 a n),
através do equilíbrio estático, utilizando-se a
Lei de Hooke e admitindo-se conhecidas as
funções de transferência de carga.
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O atrito lateral total da estaca, Al, é dado pela
somatória de P1 a Pn, e a resistência de ponta
é dada por Qp (Figura 1). O cálculo é iterativo e,
portanto, o encurtamento elástico etop é
imputado automaticamente.
Para cada elemento i, pode ser adotada uma
seção transversal e módulo de elasticidade,
além de considerado um atrito lateral unitário fi
referente àquela camada de solo.
A metodologia de aplicação do modelo de
Coyle e Reese (1966) está transcrita a seguir,
nos subitens I a IX:
I. Inicia-se com a escolha arbitrária de um
valor pequeno para o recalque da ponta, yp.
Calcula-se a carga de ponta Qp.
II. Estima-se um deslocamento médio para o
elemento da ponta ( ny ). Para a primeira
iteração, adota-se ny = yp.
III. Utilizando-se ny , estima-se o atrito
lateral unitário fn neste segmento, através da
curva conhecida fn = f( ny ).
IV. Conhecendo-se o atrito lateral unitário fn,
computa-se a força atuante no topo do elemento
n, Pn-1:
npn PQP 1 (5)
nnn LDfP   (6)
onde Pn é a carga devido ao atrito lateral no
elemento n, e D e Ln são o diâmetro e o
comprimento do elemento n.
V. Calcula-se o encurtamento elástico da
estaca no trecho entre a ponta e metade do
elemento n (e/2), assumindo-se variação linear
de carga para pequenos segmentos:
SE
LQP
e npmedn





)2/(
2
2/ ,
(7)
2
1
,
pn
medn
QP
P

 
(8)
onde Pn,med é a carga atuante na seção média do
elemento n e E e S são seu módulo de
elasticidade e sua seção transversal.
VI. Calcula-se o novo deslocamento do ponto
médio do elemento da ponta:
2/eyy pn  (9)
VII. Comparam-se os valores do
deslocamento no ponto médio, ny , calculado no
item VI e o admitido no item II.
VIII. Caso o deslocamento calculado não seja
igual ao admitido com uma tolerância
admissível, repetir os passos III a VIII,
admitindo para ny o valor calculado em VI.
IX. Quando o cálculo convergir, partir para o
elemento de estaca acima e assim,
sucessivamente, até chegar no elemento 1,
obtendo-se então Po e yo.
2.3 Previsão da Curva Equivalente Po-yo de
Ensaios Bidirecionais
Para a obtenção da curva carga-recalque
equivalente a carregamentos no topo, Po-yo,
através de ensaios bidirecionais, destacam-se
dois métodos que consideram a hipótese de
estaca compressível, mais realista em relação à
consideração de estaca infinitamente rígida do
método “tradicional” (Silva, 1983; Osterberg,
1995):
a) Aplicação das formulações de Fleming
(1992), utilizadas pela empresa Fugro
Loadtest, através de softwares específicos
(England, 2005; 2009). Dada e Massad
(2018a; 2018b) descrevem uma maneira
de aplicar as formulações sem a
necessidade de uso destes softwares;
b) Método de Massad (2015), que é analítico
e se baseia na utilização do coeficiente c'
(eq. 4) para cálculo do encurtamento
elástico do fuste (trecho acima da
expancell) e na consideração da "ponta
fictícia" (trecho do fuste da estaca abaixo
da expancell, mais a ponta).
2.4 Novo Método Baseado em Coyle-Reese
O método proposto consiste, resumidamente, na
obtenção das curvas de transferência de carga
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do atrito lateral unitário, f =f(yf), e da reação de
ponta, rp =f(yp), através do ensaio bidirecional e
utilização das mesmas no modelo Coyle e
Reese (1966) para previsão da curva carga-
recalque no topo Po-yo. Os valores de yf e yp
correspondem, respectivamente, ao
deslocamento a meia altura do fuste e ao
deslocamento da ponta, sendo considerada a
"ponta fictícia" (Massad, 2015).
O modelo de Coyle e Reese (1966),
conforme dito anteriormente, incorpora
automaticamente o encurtamento elástico da
estaca, para carga aplicada no topo. Para
incorporar a correção do encurtamento elástico
que ocorreu devido à carga ascendente do
ensaio bidirecional, a curva do fuste (trecho
acima da expancell), lida, em geral, somente no
topo da estaca, deve ser transladada para a meia
altura do fuste.
O novo método considera as seguintes
hipóteses simplificadoras:
 O encurtamento elástico da estaca durante
o ensaio bidirecional, do trecho entre o
topo da estaca e o ponto médio do fuste
foi considerado igual à metade do
encurtamento elástico total do fuste dado
pela eq. 4;
 Para aplicação do modelo de Coyle e
Reese (1966), as camadas de subsolo ao
longo do fuste são substituídas por uma
única camada equivalente de solo
homogêneo.
O método proposto consiste, na prática, da
adequação dos parâmetros obtidos através do
ensaio bidirecional. Após esta adequação, é
aplicado o próprio modelo de Coyle e Reese
(1966), tal qual como idealizado para estacas
carregadas no topo. A nova metodologia pode
ser aplicada seguindo-se os passos A a F a
seguir:
A. Dadas as curvas resultantes do ensaio
bidirecional (Figura 2), são obtidas as
respectivas aproximações matemáticas mais
adequadas a cada curva, sugerindo o modelo
hiperbólico (Fleming, 1992) ou de Cambefort
(1964), neste caso para a ponta de estacas
escavadas.
Assim, obtêm-se: Al = f(yo) e Qp = f(yp),
onde Al é a carga de atrito lateral mobilizada em
cada estágio do ensaio, referente ao trecho até o
nível da expancell, yo é o deslocamento
ascendente medido no topo da estaca, Qp é a
resistência de ponta, equivalente à "ponta
fictícia", e yp é o deslocamento da "ponta
fictícia", medido na base da expancell.
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
25
0 200 400 600 800 1000
Deslocamentos
Cargas
Curvaresultantedo ensaio (fuste)
Curvaresultantedo ensaio (pontafictícia)
Aprox. matemática(topo)
Aprox. matemática(pontafictícia)
Aprox. matemática(meiaaltura)
I) Fuste - Atrito
II) Ponta fictícia
0
(I)
(II)
LI
LII
)( fl yfA 
)( ol yfA 
)( pp yfQ 
Figura 2. Resultados típicos do ensaio bidirecional e
modelos de aproximações matemáticas que podem ser
adotadas para as curvas. LI é o comprimento do fuste da
estaca, até o nível da expancell, e LII é o da "ponta
fictícia".
B. A curva obtida para o fuste, medida no
topo da estaca, deve ser transladada para um
ponto a meia altura do fuste, utilizando-se a eq.
10:
2/bidof eyy  (10)
onde yf é o deslocamento a meia altura do fuste,
yo é o deslocamento no topo e ebid é calculado
pela eq. 4. Caso a leitura do deslocamento
durante o ensaio seja feita no topo da expancell,
deve-se descontar ebid/2 do valor lido.
Assim, obtêm-se a aproximação matemática
de Al = f(yf), indicada na Figura 2.
C. Através da interpretação das curvas,
podem ser definidos o atrito lateral e a
resistência de ponta últimas, Al,ult e Qp,ult. No
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caso de modelos hiperbólicos, pode ser usado o
método de Chin (1970; 1971), desde que: a)
limitados pelos valores máximos de atrito e
ponta do método de Décourt e Quaresma
(1978); ou b) não tenha ocorrido a ruptura.
D. Obtêm-se as funções de transferência de
carga para o atrito lateral unitário e reação de
ponta, além das resistências últimas, dividindo-
se Al = f(yf), Qp = f(yp), Al,ult e Qp,ult.pelas áreas
lateral e de ponta: fmed = f(yf); rp = f(yp); fult e
rp,ult.
Figura 3. Estaca carregada axialmente, adotando-se
parâmetros do solo obtidos a partir do ensaio
bidirecional. Simulação de aplicação de carga no topo
para construção da curva Po-yo.
E. Conforme a Figura 3, divide-se o fuste da
estaca (trecho acima da expancell, de
comprimento LI) em n elementos. Admitir, para
os elementos da estaca, as funções de
transferência de carga do fuste e da ponta
obtidas nos passos anteriores: fmed = f(yf) e Qp =
f(yp).
Como está sendo admitida uma camada
equivalente de solo homogêneo ao longo do
fuste, no limite das cargas, o coeficiente c (eq.
1), resulta igual a 0,5. Portanto, neste método, a
heterogeneidade do perfil de subsolo é
considerada através da translação da curva
resultante do ensaio bidirecional para a meia
altura da estaca, com uso do coeficiente c'. (eq.
4 ).
F. Aplica-se, então, o modelo de Coyle e
Reese (1966), seguindo-se os passos I a IX
apresentados no subitem 2.1.2.
3 APLICAÇÕES PRÁTICAS
Foram analisados resultados de ensaios
bidirecionais de bibliografia, executados em
estacas escavadas de grande diâmetro (estacão),
estaca raiz e estacas ômega, em quatro obras no
Brasil, conforme a Tabela 1.
Tabela 1. Ensaios executados nas estacas.
Obra Local Fonte Estaca
Tipo de
Ensaio*
A
METRÔ
de São
Paulo
(Oratório)
Dada e
Massad
(2018a)
Estacão
(E-106)
BID
Estacão
(E-244)
BID
B
Cidade
do Rio de
Janeiro
Dada e
Massad
(2018a)
Raiz
(E-B3)
BID e
ECD
C
Cidade de
São Paulo
Fellenius
(2014)**
Ômega
(PC-02)
BID
Ômega
(PC-07)
BID
D
Região
Sudeste
De Mello et
al. (2015)
Estacão
(Pile 1)
PCE e
BID
* BID = Ensaio bidirecional
ECD = Ensaio de carregamento dinâmico
PCE = Prova de carga estática convencional
** Foram reapresentados por Massad (2015) e Dada e
Massad (2018b)
Nas obras A e C, duas estacas de cada obra
foram submetidas ao ensaio bidirecional. Na
obra B, uma estaca foi submetida ao ensaio
bidirecional e, posteriormente, ao ensaio de
carregamento dinâmico. Na obra D, foi
executada, primeiramente, uma prova de carga
estática convencional e, em seguida, um ensaio
bidirecional na mesma estaca.
A Tabela 2 apresenta os dados das estacas
analisadas. LI é o comprimento da estaca até o
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nível da expancell e LII, é o comprimento
abaixo (Figura 2). Os parâmetros Kr (eq. 3), c
(eq. 1) e c’ (eq. 4) foram calculados para o
trecho I do fuste, sendo que c e c' foram obtidos
a partir de estimativas de atrito lateral unitário
último, conforme Massad (2015).
A estaca E-B3 (obra B) tinha seção
transversal variável. A mesma foi executada
com diâmetro de 0,50 m até 8,1 m de
profundidade, a partir da qual foi embutida em
saprolito, sendo seu diâmetro reduzido para
0,40 m. A expancell foi instalada a 10,5 m de
profundidade. Para o trecho I do fuste, foram
calculados os valores equivalentes de diâmetro
e rigidez da estaca, De e Kre, indicados na nota 2
da Tabela 2.
Tabela 2. Dados e parâmetros de cálculo.
Obra Est. D (m)
LI
1
(m)
LII
1
(m)
Kr
(kN/
mm)
c c'
A
E-106 0,80 10,1 7,5 1342 0,73 0,27
E-244 0,70 14,5 5,5 742 0,49 0,51
B E-B3
0,50/
0,40 2 10,5 5,0
857/
2011 2 0,58 0,42
C
PC-02 0,70 8,5 3,0 906 0,56 0,44
PC-07 0,70 7,2 4,3 1069 0,51 0,49
D Pile 1 0,80 9,5 4,0 1323 0,64 0,36
1
LI: Comprimento do fuste da estaca, até o nível da expancell;
LII: Comprimento da estaca abaixo da expancell ("ponta
fictícia");
2
Estaca E-B3: D = 0,50 m até profundidade de 8,1 m; D =
0,40 m entre 8,1 e 10,5m; D = 0,40m entre 10,5 e 15,5m
(ponta fictícia). Diâmetro equivalente do fuste: De  0,477 m.
Rigidez da estaca equivalente: Kre  601 kN/mm.
3.1 Obtenção das Curvas Equivalentes
Nas Figuras 4, 6, 8, 10, 12 e 14, apresentam-
se as curvas resultantes de cada ensaio
bidirecional executado. Todas as medidas de
deslocamento foram feitas no topo da estaca
(trecho do fuste) e na base da expancell (trecho
da "ponta fictícia").
Na sequência de cada resultado, são
mostradas as curvas equivalentes (Figuras 5, 7,
9, 11, 13 e 15), interpretadas pelo método de
Massad (2015), pela aplicação das formulações
de Fleming (1992) e pelo novo método, baseado
em Coyle e Reese (1966). Nas estacas da obra C
(Figuras 11 e 13), também se apresentam as
curvas obtidas por Fellenius (2014).
Para as obras B e D, em que foram
executados outros tipos de provas de carga, são
apresentadas as respectivas curvas no mesmo
gráfico, para comparação (Figuras 9 e 15).
-8
-4
0
4
8
0 250 500 750 1000
Deslocamento(mm)
Carga (kN)
Trecho I (Ensaio) Trecho II (Ensaio)
Hipérbole I (topo) Hipérbole II
Hipérbole I (meia altura)
OBRA A (E-106)a) Atrito
b) Ponta fictícia
𝐴𝑙 =
10000 ∙ 𝑦𝑓
3,954 + 11,687 ∙ 𝑦𝑓
𝑄′ 𝑝 =
10000 ∙ 𝑦𝑝
13,040 + 8,500 ∙ 𝑦𝑝
10,1m
7,5m
0
Figura 4. Obra A, Estacão E-106 – Resultados do ensaio
bidirecional.
0
2
4
6
8
10
0 500 1000 1500 2000
yo(mm)
Po (kN)
Massad Fleming (compressível) Coyle-Reese
OBRA A
(E-106)
Carga
máxima
do ensaio
Figura 5. Obra A, Estacão E-106 – Curvas equivalentes.
-8
-4
0
4
8
12
16
0 400 800 1200 1600 2000
Deslocamento(mm)
Carga (kN)
Trecho I (Ensaio) Trecho II (Ensaio)
Hipérbole I (topo) Hipérbole II (ponta)
Hipérbole I (meia altura)
OBRA A (E-244)a) Atrito
b) Ponta
fictícia
𝐴 𝑙 =
10000 ∙ 𝑦 𝑓
6,175 + 5,953 ∙ 𝑦 𝑓
𝑄′ 𝑝 =
10000 ∙ 𝑦𝑝
8,340 + 3,520 ∙ 𝑦𝑝
14,5m
5,5m
0
Figura 6. Obra A, Estacão E-244 – Resultados do ensaio
bidirecional.
Para a obtenção das curvas equivalentes do
ensaio bidirecional na E-B3 (Figura 9) através
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do método de Massad (2015) e do baseado nas
formulações de Fleming (1992), foi necessário
utilizar os valores equivalentes de diâmetro e
rigidez da estaca, De e Kre, indicados na Tabela
2 (nota 2).
0
5
10
15
20
0 1000 2000 3000 4000 5000
yo(mm)
Po (kN)
Massad Fleming (Compressível) Coyle-Reese
OBRA A
(E-244)
Carga
máxima
do ensaio
Figura 7. Obra A, Estacão E-244 – Curvas equivalentes.
-125
-100
-75
-50
-25
0
25
0 500 1000 1500
Deslocamento(mm)
Carga (kN)
OBRA B
(E-B3)
𝐴𝑙 =
10000 ∙ 𝑦𝑓
5,614 + 7,103 ∙ 𝑦𝑓
𝑄′ 𝑝 =
10000 ∙ 𝑦𝑝
21,777 + 7,717 ∙ 𝑦𝑝
a) Atrito
b) Ponta fictícia
0
8,1m
5,0m
2,4m
Figura 8. Obra B, Raiz E-B3 – Resultados do ensaio
bidirecional.
0
5
10
15
20
25
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
yo(mm)
Po (kN)
Massad Fleming (compressível)
ECD (simulação) Coyle-Reese
OBRA B
(E-B3)
Carga
máxima
do ensaio
bidirecional
Figura 9. Obra B, Raiz E-B3 – Curvas equivalentes e
curva estática simulada através do ensaio de
carregamento dinâmico.
No novo método baseado em Coyle-Reese
(1966), os elementos da estaca E-B3 foram
divididos conforme a variação da seção
transversal, possibilitando o input dos dados de
geometria diferentes. Porém, foi utilizado o Kre
para estimar o encurtamento elástico durante o
ensaio (eq. 4), a fim de transladar a curva do
topo do fuste para a meia altura.
Dada e Massad (2018a) apresentam uma
interpretação mais detalhada da E-B3. A estaca
apresentou comportamentos diferentes entre si,
quando submetida ao ensaio bidirecional e
quando submetida, posteriormente, ao ensaio de
carregamento dinâmico. Ocorreu,
principalmente, um ganho de resistência de
ponta no segundo ensaio, que era praticamente
nula logo após a execução da estaca.
Assim, na Figura 9, apresenta-se a curva
"ECD (simulação)", isto é, a curva simulada do
CAPWAP, obtida através do modelo de Coyle e
Reese (1966) considerando resistência de ponta
nula e atritos laterais unitários do ensaio
dinâmico. Vê-se que o ajuste foi muito bom em
relação às curvas equivalentes do ensaio
bidirecional.
-20
-10
0
10
20
30
0 200 400 600 800 1000
Deslocamento(mm)
Carga (kN)
OBRA C (PC-02)
a) Atrito
b) Ponta fictícia
𝐴𝑙 =
10000 ∙ 𝑦𝑓
20,558 + 9,940 ∙ 𝑦𝑓
𝑄𝑝 = 300 + 61,82 ∙ 𝑦𝑝
8,5m
3,0m
0
Figura 10. Obra C, Ômega PC-02 – Resultados do ensaio
bidirecional.
0
5
10
15
20
0 500 1000 1500 2000
yo(mm)
Po (kN)
Métodode Fellenius (Fellenius,2014)
Massad
Coyle-Reese
Fleming(compressível)
OBRA C
(PC-02)
Carga máxima
do ensaio
Figura 11. Obra C, Ômega PC-02 – Curvas equivalentes,
incluindo a curva proposta por Fellenius (2014).
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Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
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-30
-20
-10
0
10
20
0 500 1000
Deslocamento(mm)
Carga (kN)
OBRA C
(PC-07)
a) Atrito
b) Ponta fictícia
𝐴𝑙 =
10000 ∙ 𝑦𝑓
42,085 + 9,950 ∙ 𝑦𝑓
𝑄 𝑝 =
10000 ∙ 𝑦𝑝
38,337 + 11,678 ∙ 𝑦𝑝
7,2m
4,3m
0
Figura 12. Obra C, Ômega PC-07 – Resultados do ensaio
bidirecional.
0
6
12
18
24
30
0 500 1000 1500 2000
yo(mm)
Po (kN)
Método de Fellenius (Fellenius, 2014)
Massad
Fleming (compressível)
Coyle-Reese
OBRA C
(PC-07)
Carga máxima
do ensaio
Figura 13. Obra C, Ômega PC-07 – Curvas equivalentes,
incluindo a curva proposta por Fellenius (2014).
No caso da Pile 1 (obra D), apresentada nas
Figuras 14 e 15, assim como para a estaca E-B3
(obra B), também se observou a alteração do
comportamento da estaca entre a prova de carga
estática convencional e, posteriormente, o
ensaio bidirecional.
A curva resultante da prova de carga estática
convencional na Pile 1 (Figura 15) apresentou
um comportamento aproximadamente elástico,
indicando mobilização praticamente apenas do
atrito lateral. Porém, como a expancell foi
embutida em material rochoso, interpreta-se que
a carga aplicada durante o teste, no nível da
expancell, teria provocado a ruptura do contato
estaca-rocha. Assim, durante o ensaio
bidirecional, o atrito lateral unitário do trecho II
("ponta fictícia") corresponderia a valores
residuais, solicitando a ponta da estaca, que se
apresentava amolgada.
Observa-se, na Figura 15, que as curvas
equivalentes do ensaio bidirecional e a curva da
PCE convencional convergiram até a ordem do
atrito lateral último do trecho do fuste (adotado
igual a 3000 kN, com base em estimativa pelo
método de Décourt-Quaresma (1978),
atualizado por Décourt (2016), e em valores
obtidos por De Mello et al. (2015) através de
ensaios dinâmicos), afastando-se após esta
carga, devido à diferença de comportamentos do
trecho abaixo da expancell.
-20
-15
-10
-5
0
5
0 800 1600 2400 3200
Deslocamento(mm)
Carga (kN)
Trecho I (Ensaio) Trecho II (Ensaio)
Hipérbole I (topo) Hipérbole II (ponta)
Hipérbole I (meia altura)
OBRA D
(Pile 1)
a) Atrito
b) Ponta fictícia
9,5m
4,0m
0
𝐴𝑙 =
10000
3,83 +1,83 ∙ 𝑦𝑓
𝑄 𝑝 = 250 + 192 ∙ 𝑦𝑝
Figura 14. Obra D, Pile 1 – Resultados do ensaio
bidirecional.
0
4
8
12
16
20
0 1400 2800 4200 5600 7000
yo(mm)
Po (kN)
Massad Fleming (Compressível)
Coyle-Reese PCE convencional
OBRA D
(Pile 1)
Carga máxima do
ensaio bidirecional
Diferença das curvas
devido à alteração das
condições do subsolo
Figura 15. Obra D, Pile 1 – Curvas equivalentes,
incluindo a curva da prova de carga estática
convencional.
3.2 Análise Geral dos Resultados
As curvas carga-recalque do fuste obtidas
através do ensaio bidirecional apresentaram
comportamento do tipo hiperbólico, conforme
idealizado por Fleming (1992). A ponta fictícia,
por sua vez, apresentou comportamento
hiperbólico em metade dos casos, e do tipo
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rígido-elástico de Cambefort (1964) nos outros.
Este último se deu onde houve menor
contribuição do atrito unitário no trecho abaixo
da expancell, sendo a curva condicionada pelo
comportamento da ponta da estaca escavada.
O atrito lateral último foi obtido por
extrapolação da curva do fuste através do
Método de Chin (1970; 1971), exceto para a
Pile 1, Obra D (Figura 14), em que se utilizou o
método de Décourt-Quaresma (1978). Os
valores de Al,ult estimados encontram-se na
Tabela 3.
Nos casos do estacão E-244, Obra A (Figura
6) e da estaca ômega PC-02, Obra C (Figura
10), ocorreu a ruptura do fuste. Como os atritos
laterais últimos estimados foram próximos às
cargas máximas dos ensaios, mantiveram-se,
para Al,ult, os valores estimados.
Tabela 3. Atrito lateral máximo do ensaio bidirecional (Al
ensaio) e atrito lateral último estimado (Al,ult).
Estaca Tipo
D
(m)
LI
(m)
Al ensaio
(kN) *
Al,ult **
(kN)
E-106
(Obra A)
Estacão 0,80 10,1 809 ~855
E-244
(Obra A)
Estacão 0,70 14,5 1659 ~1660
E-B3
(Obra B)
Raiz
0,50 /
0,40
10,5 1218 ~1394
PC-02
(Obra C)
Ômega 0,70 8,5 931 ~1000
PC-07
(Obra C)
Ômega 0,70 7,2 761 ~1000
Pile 1
(Obra D)
Estacão 0,80 9,5 2807 ~3000
* Atrito lateral máximo atingido durante o ensaio
bidirecional; ** Atrito lateral último estimado.
- Ambos referem-se ao trecho acima da expancell (LI).
Observa-se ótima convergência entre as
curvas equivalentes obtidas através dos três
métodos empregados (Figuras 5, 7, 9, 11, 13 e
15). No caso das estacas ômegas PC-02 e PC-07
(obra C), incluiu-se o método de Fellenius
(2014), também resultando em curvas
semelhantes às demais.
Para a estaca E-B3, cuja seção transversal é
variável ao longo do fuste, foi possível
considerar esta variação diretamente no método
de cálculo baseado em Coyle e Reese (1966),
como foi observado acima. Para a aplicação dos
outros métodos, foi necessário introduzir
parâmetros equivalentes.
Os dois casos em que foram executados mais
de um ensaio na mesma estaca (E-B3 da Obra B
e Pile 1 da Obra D) merecem uma observação à
parte. Notou-se que a execução de um ensaio
em uma estaca altera seu comportamento e,
portanto, a realização de um segundo ensaio na
mesma estaca leva a resultados diferentes. No
caso da estaca E-B3, a validação da
interpretação foi possível através do uso do
modelo de Coyle e Reese (1966).
Devido a isso, muitas vezes o projetista não
consegue obter resultados conclusivos. Para fins
comparativos, sugere-se a execução de ensaios
em estacas próximas, sendo mais facilmente
interpretáveis.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As curvas carga-recalque equivalentes dos
ensaios bidirecionais, estimadas através de
vários métodos, resultaram muito semelhantes
para as seis estacas analisadas, incluindo-se o
novo método proposto, baseado no modelo de
Coyle e Reese (1966).
No caso da estaca raiz E-B3 (Obra B), cuja
seção transversal é variável, o uso do novo
método possibilitou a introdução de parâmetros
variáveis da estaca ao longo do fuste. Para os
outros métodos, devem-se utilizar parâmetros
equivalentes.
Notou-se que a execução de dois ensaios em
uma mesma estaca altera seu comportamento,
dificultando a interpretação dos resultados.
Assim, sugere-se a execução de ensaios em
estacas diferentes, próximas entre si, pois as
eventuais diferenças nas condições de contorno
que afetarão os resultados são mais facilmente
conhecidas.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a Escola Politécnica da
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018
Universidade de São Paulo e a CAPES, por
viabilizarem a pesquisa. Também agradecem ao
METRÔ – Companhia do Metropolitano de São
Paulo e aos engenheiros Fernando Villar Perez
(EGB – Escritório Geotécnico Brasileiro) e
Maurício Hiromi Yamaji (Planservi
Engenharia) pelo fornecimento dos dados, e a
Werner Bilfinger (Vecttor Projetos), pelos
dados disponibilizados e contribuição técnica.
REFERÊNCIAS
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terrain homogène des pieux isolés et des groupes des
piex. Annales de l’Institut du Batiment et des Travaux
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Proposta de novo método para obtenção da curva equivalente do ensaio bidirecional em estacas escavadas

  • 1. XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento Urbano COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil ©ABMS, 2018 Proposta de novo método para obtenção da curva equivalente do ensaio bidirecional em estacas escavadas Thaís Lucouvicz Dada Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil, thaisldada@gmail.com Faiçal Massad Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil, faical.massad@usp.br RESUMO: O artigo apresenta um novo método para a obtenção da curva equivalente do ensaio bidirecional, baseado no modelo de Coyle-Reese (1966). O método é analítico, de simples aplicação e permite a introdução de dados variáveis ao longo do fuste da estaca, tais como seção transversal e módulo de elasticidade do material. São apresentadas uma descrição detalhada do método proposto e aplicações práticas. Para a obtenção das curvas equivalentes, além deste método, utilizaram-se o método de Massad (2015) e a aplicação das formulações de Fleming (1992), sendo que dois casos também foram interpretados por Fellenius (2014). Ademais, duas das estacas também foram submetidas ou à prova de carga convencional, ou a ensaio dinâmico. Concluiu-se que todas as curvas carga-recalque apresentaram bom ajuste entre si. Entretanto, a interpretação nos casos das estacas submetidas a dois diferentes ensaios mostrou alteração de seu comportamento, o que leva a sugerir a execução de ensaios, preferencialmente, em estacas diferentes, próximas entre si. PALAVRAS-CHAVE: Ensaio Bidirecional, O-cell, Prova de Carga em Estaca, Curva Carga- Recalque, Curva Equivalente, Modelo de Coyle e Reese. 1 INTRODUÇÃO O ensaio bidirecional foi desenvolvido pelo brasileiro Elísio Silva (Silva, 1983; 1986), além de Osterberg (1989), este sendo responsável pela grande divulgação e repercussão do ensaio. O ensaio consiste na aplicação de carga em profundidade na estaca, através de uma ou mais expancells (ou O-cells) previamente instaladas. Para a obtenção da curva carga-recalque equivalente a carregamento no topo, simulando uma prova de carga convencional, os precursores do ensaio idealizaram o método chamado de "tradicional" (Silva, 1983; Osterberg, 1995), que considera a estaca infinitamente rígida. Entretanto, resulta em deslocamentos menores que os reais, especialmente em casos de estacas longas ou compressíveis (Massad, 2015). Outros métodos buscam considerar a compressibilidade da estaca. Destes, destacam- se: o método utilizado pela empresa Fugro Loadtest (England, 2005; 2009), baseado nas formulações de Fleming (1992), e o de Massad (2015), que apresenta um método de obtenção do encurtamento elástico da estaca através do coeficiente c', correlato ao coeficiente c de Leonards e Lovell (1979). Neste artigo, é proposto e detalhado um novo método, baseado no modelo de previsão de comportamento de estacas desenvolvido por Coyle e Reese (1966). O diferencial em relação a outros métodos analíticos é a possibilidade de introdução de parâmetros variáveis da estaca, tais como seção transversal e módulo de elasticidade do material, enquanto nos citados anteriormente, devem-se utilizar nessas condições parâmetros equivalentes. São apresentados estudos de casos de seis estacas ensaiadas bidirecionalmente, sendo que uma também foi submetida a um ensaio de carregamento dinâmico e outra, a uma prova de
  • 2. XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento Urbano COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil ©ABMS, 2018 carga estática convencional. 2 FUNDAMENTOS DOS MÉTODOS EMPREGADOS A seguir apresentam-se os fundamentos teóricos dos métodos de interpretação dos ensaios bidirecionais. 2.1 Encurtamento Elástico de Estacas O fuste de uma estaca carregada axialmente no topo sofre o encurtamento elástico etop dado pela eq. 1: r p r l top K Q K A ce  (1) onde c é o coeficiente de Leonards e Lovell (1979), Al é o atrito lateral total, Qp é a carga de ponta total e Kr é a rigidez da estaca como peça estrutural. Por sua vez, c e Kr são dados pelas eqs. 2 e 3: l ll A AA c   (2) L SE Kr   (3) onde (Al – Āl) é o atrito lateral médio transferido pela estaca ao solo, E é o módulo de elasticidade da estaca e S é sua seção transversal. Para ensaios bidirecionais, o trecho do fuste que está sujeito a uma carga ascendente aplicada pela expancell, por sua vez, tem o encurtamento elástico, ebid, menor, quando comparado à aplicação de uma mesma carga no topo. Pode ser obtido pelo coeficiente c' de Massad (2015), correlato de c de Leonards e Lovell (1979), segundo a eq. 4: r l bid K A ce  ' (4) onde Al é o atrito lateral no trecho do fuste acima da expancell, Kr é obtido considerando-se o mesmo trecho e c' também é obtido pela eq. 2, porém relacionado à aplicação de carga ascendente a partir da ponta (Massad, 2015). Tem-se: c+c' = 1. 2.2 Modelo de Coyle e Reese para a Previsão da Curva Po-yo no Topo Coyle e Reese (1966), dentre outros (Poulos e Davis, 1980; Randolph e Wroth, 1978; Randolph, 1994; Fleming, 1992), elaboraram um modelo consagrado para a previsão da curva carga-recalque de uma estaca carregada no topo. O modelo de Coyle e Reese (1966) é baseado em funções de transferência de carga, conforme a Figura 1. Figura 1. Estaca carregada axialmente, com indicação das forças atuantes em cada elemento (fonte: adaptado de Coyle e Reese, 1966; Vesic; 1977). Resumidamente, o modelo consiste em obter as forças e deslocamentos em cada elemento pré-definido da estaca (elementos i = 1 a n), através do equilíbrio estático, utilizando-se a Lei de Hooke e admitindo-se conhecidas as funções de transferência de carga.
  • 3. XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento Urbano COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil ©ABMS, 2018 O atrito lateral total da estaca, Al, é dado pela somatória de P1 a Pn, e a resistência de ponta é dada por Qp (Figura 1). O cálculo é iterativo e, portanto, o encurtamento elástico etop é imputado automaticamente. Para cada elemento i, pode ser adotada uma seção transversal e módulo de elasticidade, além de considerado um atrito lateral unitário fi referente àquela camada de solo. A metodologia de aplicação do modelo de Coyle e Reese (1966) está transcrita a seguir, nos subitens I a IX: I. Inicia-se com a escolha arbitrária de um valor pequeno para o recalque da ponta, yp. Calcula-se a carga de ponta Qp. II. Estima-se um deslocamento médio para o elemento da ponta ( ny ). Para a primeira iteração, adota-se ny = yp. III. Utilizando-se ny , estima-se o atrito lateral unitário fn neste segmento, através da curva conhecida fn = f( ny ). IV. Conhecendo-se o atrito lateral unitário fn, computa-se a força atuante no topo do elemento n, Pn-1: npn PQP 1 (5) nnn LDfP   (6) onde Pn é a carga devido ao atrito lateral no elemento n, e D e Ln são o diâmetro e o comprimento do elemento n. V. Calcula-se o encurtamento elástico da estaca no trecho entre a ponta e metade do elemento n (e/2), assumindo-se variação linear de carga para pequenos segmentos: SE LQP e npmedn      )2/( 2 2/ , (7) 2 1 , pn medn QP P    (8) onde Pn,med é a carga atuante na seção média do elemento n e E e S são seu módulo de elasticidade e sua seção transversal. VI. Calcula-se o novo deslocamento do ponto médio do elemento da ponta: 2/eyy pn  (9) VII. Comparam-se os valores do deslocamento no ponto médio, ny , calculado no item VI e o admitido no item II. VIII. Caso o deslocamento calculado não seja igual ao admitido com uma tolerância admissível, repetir os passos III a VIII, admitindo para ny o valor calculado em VI. IX. Quando o cálculo convergir, partir para o elemento de estaca acima e assim, sucessivamente, até chegar no elemento 1, obtendo-se então Po e yo. 2.3 Previsão da Curva Equivalente Po-yo de Ensaios Bidirecionais Para a obtenção da curva carga-recalque equivalente a carregamentos no topo, Po-yo, através de ensaios bidirecionais, destacam-se dois métodos que consideram a hipótese de estaca compressível, mais realista em relação à consideração de estaca infinitamente rígida do método “tradicional” (Silva, 1983; Osterberg, 1995): a) Aplicação das formulações de Fleming (1992), utilizadas pela empresa Fugro Loadtest, através de softwares específicos (England, 2005; 2009). Dada e Massad (2018a; 2018b) descrevem uma maneira de aplicar as formulações sem a necessidade de uso destes softwares; b) Método de Massad (2015), que é analítico e se baseia na utilização do coeficiente c' (eq. 4) para cálculo do encurtamento elástico do fuste (trecho acima da expancell) e na consideração da "ponta fictícia" (trecho do fuste da estaca abaixo da expancell, mais a ponta). 2.4 Novo Método Baseado em Coyle-Reese O método proposto consiste, resumidamente, na obtenção das curvas de transferência de carga
  • 4. XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento Urbano COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil ©ABMS, 2018 do atrito lateral unitário, f =f(yf), e da reação de ponta, rp =f(yp), através do ensaio bidirecional e utilização das mesmas no modelo Coyle e Reese (1966) para previsão da curva carga- recalque no topo Po-yo. Os valores de yf e yp correspondem, respectivamente, ao deslocamento a meia altura do fuste e ao deslocamento da ponta, sendo considerada a "ponta fictícia" (Massad, 2015). O modelo de Coyle e Reese (1966), conforme dito anteriormente, incorpora automaticamente o encurtamento elástico da estaca, para carga aplicada no topo. Para incorporar a correção do encurtamento elástico que ocorreu devido à carga ascendente do ensaio bidirecional, a curva do fuste (trecho acima da expancell), lida, em geral, somente no topo da estaca, deve ser transladada para a meia altura do fuste. O novo método considera as seguintes hipóteses simplificadoras:  O encurtamento elástico da estaca durante o ensaio bidirecional, do trecho entre o topo da estaca e o ponto médio do fuste foi considerado igual à metade do encurtamento elástico total do fuste dado pela eq. 4;  Para aplicação do modelo de Coyle e Reese (1966), as camadas de subsolo ao longo do fuste são substituídas por uma única camada equivalente de solo homogêneo. O método proposto consiste, na prática, da adequação dos parâmetros obtidos através do ensaio bidirecional. Após esta adequação, é aplicado o próprio modelo de Coyle e Reese (1966), tal qual como idealizado para estacas carregadas no topo. A nova metodologia pode ser aplicada seguindo-se os passos A a F a seguir: A. Dadas as curvas resultantes do ensaio bidirecional (Figura 2), são obtidas as respectivas aproximações matemáticas mais adequadas a cada curva, sugerindo o modelo hiperbólico (Fleming, 1992) ou de Cambefort (1964), neste caso para a ponta de estacas escavadas. Assim, obtêm-se: Al = f(yo) e Qp = f(yp), onde Al é a carga de atrito lateral mobilizada em cada estágio do ensaio, referente ao trecho até o nível da expancell, yo é o deslocamento ascendente medido no topo da estaca, Qp é a resistência de ponta, equivalente à "ponta fictícia", e yp é o deslocamento da "ponta fictícia", medido na base da expancell. -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 0 200 400 600 800 1000 Deslocamentos Cargas Curvaresultantedo ensaio (fuste) Curvaresultantedo ensaio (pontafictícia) Aprox. matemática(topo) Aprox. matemática(pontafictícia) Aprox. matemática(meiaaltura) I) Fuste - Atrito II) Ponta fictícia 0 (I) (II) LI LII )( fl yfA  )( ol yfA  )( pp yfQ  Figura 2. Resultados típicos do ensaio bidirecional e modelos de aproximações matemáticas que podem ser adotadas para as curvas. LI é o comprimento do fuste da estaca, até o nível da expancell, e LII é o da "ponta fictícia". B. A curva obtida para o fuste, medida no topo da estaca, deve ser transladada para um ponto a meia altura do fuste, utilizando-se a eq. 10: 2/bidof eyy  (10) onde yf é o deslocamento a meia altura do fuste, yo é o deslocamento no topo e ebid é calculado pela eq. 4. Caso a leitura do deslocamento durante o ensaio seja feita no topo da expancell, deve-se descontar ebid/2 do valor lido. Assim, obtêm-se a aproximação matemática de Al = f(yf), indicada na Figura 2. C. Através da interpretação das curvas, podem ser definidos o atrito lateral e a resistência de ponta últimas, Al,ult e Qp,ult. No
  • 5. XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento Urbano COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil ©ABMS, 2018 caso de modelos hiperbólicos, pode ser usado o método de Chin (1970; 1971), desde que: a) limitados pelos valores máximos de atrito e ponta do método de Décourt e Quaresma (1978); ou b) não tenha ocorrido a ruptura. D. Obtêm-se as funções de transferência de carga para o atrito lateral unitário e reação de ponta, além das resistências últimas, dividindo- se Al = f(yf), Qp = f(yp), Al,ult e Qp,ult.pelas áreas lateral e de ponta: fmed = f(yf); rp = f(yp); fult e rp,ult. Figura 3. Estaca carregada axialmente, adotando-se parâmetros do solo obtidos a partir do ensaio bidirecional. Simulação de aplicação de carga no topo para construção da curva Po-yo. E. Conforme a Figura 3, divide-se o fuste da estaca (trecho acima da expancell, de comprimento LI) em n elementos. Admitir, para os elementos da estaca, as funções de transferência de carga do fuste e da ponta obtidas nos passos anteriores: fmed = f(yf) e Qp = f(yp). Como está sendo admitida uma camada equivalente de solo homogêneo ao longo do fuste, no limite das cargas, o coeficiente c (eq. 1), resulta igual a 0,5. Portanto, neste método, a heterogeneidade do perfil de subsolo é considerada através da translação da curva resultante do ensaio bidirecional para a meia altura da estaca, com uso do coeficiente c'. (eq. 4 ). F. Aplica-se, então, o modelo de Coyle e Reese (1966), seguindo-se os passos I a IX apresentados no subitem 2.1.2. 3 APLICAÇÕES PRÁTICAS Foram analisados resultados de ensaios bidirecionais de bibliografia, executados em estacas escavadas de grande diâmetro (estacão), estaca raiz e estacas ômega, em quatro obras no Brasil, conforme a Tabela 1. Tabela 1. Ensaios executados nas estacas. Obra Local Fonte Estaca Tipo de Ensaio* A METRÔ de São Paulo (Oratório) Dada e Massad (2018a) Estacão (E-106) BID Estacão (E-244) BID B Cidade do Rio de Janeiro Dada e Massad (2018a) Raiz (E-B3) BID e ECD C Cidade de São Paulo Fellenius (2014)** Ômega (PC-02) BID Ômega (PC-07) BID D Região Sudeste De Mello et al. (2015) Estacão (Pile 1) PCE e BID * BID = Ensaio bidirecional ECD = Ensaio de carregamento dinâmico PCE = Prova de carga estática convencional ** Foram reapresentados por Massad (2015) e Dada e Massad (2018b) Nas obras A e C, duas estacas de cada obra foram submetidas ao ensaio bidirecional. Na obra B, uma estaca foi submetida ao ensaio bidirecional e, posteriormente, ao ensaio de carregamento dinâmico. Na obra D, foi executada, primeiramente, uma prova de carga estática convencional e, em seguida, um ensaio bidirecional na mesma estaca. A Tabela 2 apresenta os dados das estacas analisadas. LI é o comprimento da estaca até o
  • 6. XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento Urbano COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil ©ABMS, 2018 nível da expancell e LII, é o comprimento abaixo (Figura 2). Os parâmetros Kr (eq. 3), c (eq. 1) e c’ (eq. 4) foram calculados para o trecho I do fuste, sendo que c e c' foram obtidos a partir de estimativas de atrito lateral unitário último, conforme Massad (2015). A estaca E-B3 (obra B) tinha seção transversal variável. A mesma foi executada com diâmetro de 0,50 m até 8,1 m de profundidade, a partir da qual foi embutida em saprolito, sendo seu diâmetro reduzido para 0,40 m. A expancell foi instalada a 10,5 m de profundidade. Para o trecho I do fuste, foram calculados os valores equivalentes de diâmetro e rigidez da estaca, De e Kre, indicados na nota 2 da Tabela 2. Tabela 2. Dados e parâmetros de cálculo. Obra Est. D (m) LI 1 (m) LII 1 (m) Kr (kN/ mm) c c' A E-106 0,80 10,1 7,5 1342 0,73 0,27 E-244 0,70 14,5 5,5 742 0,49 0,51 B E-B3 0,50/ 0,40 2 10,5 5,0 857/ 2011 2 0,58 0,42 C PC-02 0,70 8,5 3,0 906 0,56 0,44 PC-07 0,70 7,2 4,3 1069 0,51 0,49 D Pile 1 0,80 9,5 4,0 1323 0,64 0,36 1 LI: Comprimento do fuste da estaca, até o nível da expancell; LII: Comprimento da estaca abaixo da expancell ("ponta fictícia"); 2 Estaca E-B3: D = 0,50 m até profundidade de 8,1 m; D = 0,40 m entre 8,1 e 10,5m; D = 0,40m entre 10,5 e 15,5m (ponta fictícia). Diâmetro equivalente do fuste: De  0,477 m. Rigidez da estaca equivalente: Kre  601 kN/mm. 3.1 Obtenção das Curvas Equivalentes Nas Figuras 4, 6, 8, 10, 12 e 14, apresentam- se as curvas resultantes de cada ensaio bidirecional executado. Todas as medidas de deslocamento foram feitas no topo da estaca (trecho do fuste) e na base da expancell (trecho da "ponta fictícia"). Na sequência de cada resultado, são mostradas as curvas equivalentes (Figuras 5, 7, 9, 11, 13 e 15), interpretadas pelo método de Massad (2015), pela aplicação das formulações de Fleming (1992) e pelo novo método, baseado em Coyle e Reese (1966). Nas estacas da obra C (Figuras 11 e 13), também se apresentam as curvas obtidas por Fellenius (2014). Para as obras B e D, em que foram executados outros tipos de provas de carga, são apresentadas as respectivas curvas no mesmo gráfico, para comparação (Figuras 9 e 15). -8 -4 0 4 8 0 250 500 750 1000 Deslocamento(mm) Carga (kN) Trecho I (Ensaio) Trecho II (Ensaio) Hipérbole I (topo) Hipérbole II Hipérbole I (meia altura) OBRA A (E-106)a) Atrito b) Ponta fictícia 𝐴𝑙 = 10000 ∙ 𝑦𝑓 3,954 + 11,687 ∙ 𝑦𝑓 𝑄′ 𝑝 = 10000 ∙ 𝑦𝑝 13,040 + 8,500 ∙ 𝑦𝑝 10,1m 7,5m 0 Figura 4. Obra A, Estacão E-106 – Resultados do ensaio bidirecional. 0 2 4 6 8 10 0 500 1000 1500 2000 yo(mm) Po (kN) Massad Fleming (compressível) Coyle-Reese OBRA A (E-106) Carga máxima do ensaio Figura 5. Obra A, Estacão E-106 – Curvas equivalentes. -8 -4 0 4 8 12 16 0 400 800 1200 1600 2000 Deslocamento(mm) Carga (kN) Trecho I (Ensaio) Trecho II (Ensaio) Hipérbole I (topo) Hipérbole II (ponta) Hipérbole I (meia altura) OBRA A (E-244)a) Atrito b) Ponta fictícia 𝐴 𝑙 = 10000 ∙ 𝑦 𝑓 6,175 + 5,953 ∙ 𝑦 𝑓 𝑄′ 𝑝 = 10000 ∙ 𝑦𝑝 8,340 + 3,520 ∙ 𝑦𝑝 14,5m 5,5m 0 Figura 6. Obra A, Estacão E-244 – Resultados do ensaio bidirecional. Para a obtenção das curvas equivalentes do ensaio bidirecional na E-B3 (Figura 9) através
  • 7. XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento Urbano COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil ©ABMS, 2018 do método de Massad (2015) e do baseado nas formulações de Fleming (1992), foi necessário utilizar os valores equivalentes de diâmetro e rigidez da estaca, De e Kre, indicados na Tabela 2 (nota 2). 0 5 10 15 20 0 1000 2000 3000 4000 5000 yo(mm) Po (kN) Massad Fleming (Compressível) Coyle-Reese OBRA A (E-244) Carga máxima do ensaio Figura 7. Obra A, Estacão E-244 – Curvas equivalentes. -125 -100 -75 -50 -25 0 25 0 500 1000 1500 Deslocamento(mm) Carga (kN) OBRA B (E-B3) 𝐴𝑙 = 10000 ∙ 𝑦𝑓 5,614 + 7,103 ∙ 𝑦𝑓 𝑄′ 𝑝 = 10000 ∙ 𝑦𝑝 21,777 + 7,717 ∙ 𝑦𝑝 a) Atrito b) Ponta fictícia 0 8,1m 5,0m 2,4m Figura 8. Obra B, Raiz E-B3 – Resultados do ensaio bidirecional. 0 5 10 15 20 25 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 yo(mm) Po (kN) Massad Fleming (compressível) ECD (simulação) Coyle-Reese OBRA B (E-B3) Carga máxima do ensaio bidirecional Figura 9. Obra B, Raiz E-B3 – Curvas equivalentes e curva estática simulada através do ensaio de carregamento dinâmico. No novo método baseado em Coyle-Reese (1966), os elementos da estaca E-B3 foram divididos conforme a variação da seção transversal, possibilitando o input dos dados de geometria diferentes. Porém, foi utilizado o Kre para estimar o encurtamento elástico durante o ensaio (eq. 4), a fim de transladar a curva do topo do fuste para a meia altura. Dada e Massad (2018a) apresentam uma interpretação mais detalhada da E-B3. A estaca apresentou comportamentos diferentes entre si, quando submetida ao ensaio bidirecional e quando submetida, posteriormente, ao ensaio de carregamento dinâmico. Ocorreu, principalmente, um ganho de resistência de ponta no segundo ensaio, que era praticamente nula logo após a execução da estaca. Assim, na Figura 9, apresenta-se a curva "ECD (simulação)", isto é, a curva simulada do CAPWAP, obtida através do modelo de Coyle e Reese (1966) considerando resistência de ponta nula e atritos laterais unitários do ensaio dinâmico. Vê-se que o ajuste foi muito bom em relação às curvas equivalentes do ensaio bidirecional. -20 -10 0 10 20 30 0 200 400 600 800 1000 Deslocamento(mm) Carga (kN) OBRA C (PC-02) a) Atrito b) Ponta fictícia 𝐴𝑙 = 10000 ∙ 𝑦𝑓 20,558 + 9,940 ∙ 𝑦𝑓 𝑄𝑝 = 300 + 61,82 ∙ 𝑦𝑝 8,5m 3,0m 0 Figura 10. Obra C, Ômega PC-02 – Resultados do ensaio bidirecional. 0 5 10 15 20 0 500 1000 1500 2000 yo(mm) Po (kN) Métodode Fellenius (Fellenius,2014) Massad Coyle-Reese Fleming(compressível) OBRA C (PC-02) Carga máxima do ensaio Figura 11. Obra C, Ômega PC-02 – Curvas equivalentes, incluindo a curva proposta por Fellenius (2014).
  • 8. XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento Urbano COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil ©ABMS, 2018 -30 -20 -10 0 10 20 0 500 1000 Deslocamento(mm) Carga (kN) OBRA C (PC-07) a) Atrito b) Ponta fictícia 𝐴𝑙 = 10000 ∙ 𝑦𝑓 42,085 + 9,950 ∙ 𝑦𝑓 𝑄 𝑝 = 10000 ∙ 𝑦𝑝 38,337 + 11,678 ∙ 𝑦𝑝 7,2m 4,3m 0 Figura 12. Obra C, Ômega PC-07 – Resultados do ensaio bidirecional. 0 6 12 18 24 30 0 500 1000 1500 2000 yo(mm) Po (kN) Método de Fellenius (Fellenius, 2014) Massad Fleming (compressível) Coyle-Reese OBRA C (PC-07) Carga máxima do ensaio Figura 13. Obra C, Ômega PC-07 – Curvas equivalentes, incluindo a curva proposta por Fellenius (2014). No caso da Pile 1 (obra D), apresentada nas Figuras 14 e 15, assim como para a estaca E-B3 (obra B), também se observou a alteração do comportamento da estaca entre a prova de carga estática convencional e, posteriormente, o ensaio bidirecional. A curva resultante da prova de carga estática convencional na Pile 1 (Figura 15) apresentou um comportamento aproximadamente elástico, indicando mobilização praticamente apenas do atrito lateral. Porém, como a expancell foi embutida em material rochoso, interpreta-se que a carga aplicada durante o teste, no nível da expancell, teria provocado a ruptura do contato estaca-rocha. Assim, durante o ensaio bidirecional, o atrito lateral unitário do trecho II ("ponta fictícia") corresponderia a valores residuais, solicitando a ponta da estaca, que se apresentava amolgada. Observa-se, na Figura 15, que as curvas equivalentes do ensaio bidirecional e a curva da PCE convencional convergiram até a ordem do atrito lateral último do trecho do fuste (adotado igual a 3000 kN, com base em estimativa pelo método de Décourt-Quaresma (1978), atualizado por Décourt (2016), e em valores obtidos por De Mello et al. (2015) através de ensaios dinâmicos), afastando-se após esta carga, devido à diferença de comportamentos do trecho abaixo da expancell. -20 -15 -10 -5 0 5 0 800 1600 2400 3200 Deslocamento(mm) Carga (kN) Trecho I (Ensaio) Trecho II (Ensaio) Hipérbole I (topo) Hipérbole II (ponta) Hipérbole I (meia altura) OBRA D (Pile 1) a) Atrito b) Ponta fictícia 9,5m 4,0m 0 𝐴𝑙 = 10000 3,83 +1,83 ∙ 𝑦𝑓 𝑄 𝑝 = 250 + 192 ∙ 𝑦𝑝 Figura 14. Obra D, Pile 1 – Resultados do ensaio bidirecional. 0 4 8 12 16 20 0 1400 2800 4200 5600 7000 yo(mm) Po (kN) Massad Fleming (Compressível) Coyle-Reese PCE convencional OBRA D (Pile 1) Carga máxima do ensaio bidirecional Diferença das curvas devido à alteração das condições do subsolo Figura 15. Obra D, Pile 1 – Curvas equivalentes, incluindo a curva da prova de carga estática convencional. 3.2 Análise Geral dos Resultados As curvas carga-recalque do fuste obtidas através do ensaio bidirecional apresentaram comportamento do tipo hiperbólico, conforme idealizado por Fleming (1992). A ponta fictícia, por sua vez, apresentou comportamento hiperbólico em metade dos casos, e do tipo
  • 9. XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento Urbano COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil ©ABMS, 2018 rígido-elástico de Cambefort (1964) nos outros. Este último se deu onde houve menor contribuição do atrito unitário no trecho abaixo da expancell, sendo a curva condicionada pelo comportamento da ponta da estaca escavada. O atrito lateral último foi obtido por extrapolação da curva do fuste através do Método de Chin (1970; 1971), exceto para a Pile 1, Obra D (Figura 14), em que se utilizou o método de Décourt-Quaresma (1978). Os valores de Al,ult estimados encontram-se na Tabela 3. Nos casos do estacão E-244, Obra A (Figura 6) e da estaca ômega PC-02, Obra C (Figura 10), ocorreu a ruptura do fuste. Como os atritos laterais últimos estimados foram próximos às cargas máximas dos ensaios, mantiveram-se, para Al,ult, os valores estimados. Tabela 3. Atrito lateral máximo do ensaio bidirecional (Al ensaio) e atrito lateral último estimado (Al,ult). Estaca Tipo D (m) LI (m) Al ensaio (kN) * Al,ult ** (kN) E-106 (Obra A) Estacão 0,80 10,1 809 ~855 E-244 (Obra A) Estacão 0,70 14,5 1659 ~1660 E-B3 (Obra B) Raiz 0,50 / 0,40 10,5 1218 ~1394 PC-02 (Obra C) Ômega 0,70 8,5 931 ~1000 PC-07 (Obra C) Ômega 0,70 7,2 761 ~1000 Pile 1 (Obra D) Estacão 0,80 9,5 2807 ~3000 * Atrito lateral máximo atingido durante o ensaio bidirecional; ** Atrito lateral último estimado. - Ambos referem-se ao trecho acima da expancell (LI). Observa-se ótima convergência entre as curvas equivalentes obtidas através dos três métodos empregados (Figuras 5, 7, 9, 11, 13 e 15). No caso das estacas ômegas PC-02 e PC-07 (obra C), incluiu-se o método de Fellenius (2014), também resultando em curvas semelhantes às demais. Para a estaca E-B3, cuja seção transversal é variável ao longo do fuste, foi possível considerar esta variação diretamente no método de cálculo baseado em Coyle e Reese (1966), como foi observado acima. Para a aplicação dos outros métodos, foi necessário introduzir parâmetros equivalentes. Os dois casos em que foram executados mais de um ensaio na mesma estaca (E-B3 da Obra B e Pile 1 da Obra D) merecem uma observação à parte. Notou-se que a execução de um ensaio em uma estaca altera seu comportamento e, portanto, a realização de um segundo ensaio na mesma estaca leva a resultados diferentes. No caso da estaca E-B3, a validação da interpretação foi possível através do uso do modelo de Coyle e Reese (1966). Devido a isso, muitas vezes o projetista não consegue obter resultados conclusivos. Para fins comparativos, sugere-se a execução de ensaios em estacas próximas, sendo mais facilmente interpretáveis. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS As curvas carga-recalque equivalentes dos ensaios bidirecionais, estimadas através de vários métodos, resultaram muito semelhantes para as seis estacas analisadas, incluindo-se o novo método proposto, baseado no modelo de Coyle e Reese (1966). No caso da estaca raiz E-B3 (Obra B), cuja seção transversal é variável, o uso do novo método possibilitou a introdução de parâmetros variáveis da estaca ao longo do fuste. Para os outros métodos, devem-se utilizar parâmetros equivalentes. Notou-se que a execução de dois ensaios em uma mesma estaca altera seu comportamento, dificultando a interpretação dos resultados. Assim, sugere-se a execução de ensaios em estacas diferentes, próximas entre si, pois as eventuais diferenças nas condições de contorno que afetarão os resultados são mais facilmente conhecidas. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a Escola Politécnica da
  • 10. XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento Urbano COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil ©ABMS, 2018 Universidade de São Paulo e a CAPES, por viabilizarem a pesquisa. Também agradecem ao METRÔ – Companhia do Metropolitano de São Paulo e aos engenheiros Fernando Villar Perez (EGB – Escritório Geotécnico Brasileiro) e Maurício Hiromi Yamaji (Planservi Engenharia) pelo fornecimento dos dados, e a Werner Bilfinger (Vecttor Projetos), pelos dados disponibilizados e contribuição técnica. REFERÊNCIAS Cambefort, M. (1964). Essai sur le Comportement en terrain homogène des pieux isolés et des groupes des piex. Annales de l’Institut du Batiment et des Travaux Public, nº 204. Chin, F.K. (1970). Estimation of the ultimate load of piles not carried to failure, 2nd Southeast Asian Conference on Soil Engineering, SEAGS/ University of Singapore, Singapore, p. 81-90. Chin, F.K. (1971). Discussion of Pile Tests – Arkansas River Project, Journal of the Soil Mechanics and Foundations Division, ASCE, Vol. 97-6, p. 930-932. Coyle, H.M. e Reese, L.C. (1966). Load transfer for axially loaded piles in clay. Journal of the Soil Mechanics and Foundations Division, ASCE, Vol. 92-2, p. 1-26. Dada, T.L. e Massad, F. (2018a). Ensaio bidirecional: características, interpretação e estudos de casos de estacas moldadas in loco no Brasil, Geotecnia, SPG/ ABMS/ SEMSIG. No prelo. Dada, T.L. e Massad, F. (2018b). Aplicação prática de metodologias de interpretação de ensaios bidirecionais em estacas escavadas no Brasil, 16º Congresso Nacional de Geotecnia, CNG, LREC/ SPG, Ponta Delgada, Portugal. De Mello, L.G.; Bilfinger, W. e Perez, F. (2015). A case study of bearing capacity of bored piles in weak rocks based on static load tests, 15th Pan-American Conference on Soil Mechanics and Geotechnical Engineering, XV PCSMGE, Buenos Aires, Argentina, p. 1575-1582. Décourt, L. (2016). Análise e Projeto de Fundações Profundas: Estacas. In: Hachich, W. C. et al. Fundações: Teoria e Prática, 3a ed., PINI/ ABMS/ ABEF, São Paulo, Brasil. Cap. 8.1, p.263-297. Décourt, L. e Quaresma, A. R. (1978). Capacidade de carga de estacas a partir de valores de SPT, 6º Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia de Fundações, COBRAMSEF, ABMS, Rio de Janeiro, Brasil, v.1, p.45-53. England, M. (2005). A conservative method of analysis of test results from bi-directional static load tests, 10th Baltic Geotechnical Conference, Riga, Latvia, www.loadtest.com/INT_media/media.htm. England, M. (2009). Review of methods of analysis of test results from bi-directional static load tests, 5th International Symposium on Deep Foundations on Bored and Auger Piles, BAP V, Ghent, Belgium, ISBN 978-0-415-47556-3. Fellenius, B. H. (2014). Analysis of results from routine static loading tests with emphasis on the bidirectional test, 17º Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica, COBRAMSEG, Goiânia, Brasil. Fleming, W.G.K. (1992). A new method for single pile settlement prediction and analysis. Géotechnique, ICE, Vol. 42-3, p. 411-425. Leonards, G.A. e Lovell, D. (1979). Interpretation of load tests on high-capacity driven piles, Behavior of Deep Foundations, ASTM STP 670, ASTM, Boston, USA, p. 388-415. Massad, F. (2015). On the Interpretation of the Bidirectional Static Load Test, Soils & Rocks, ABMS/ SPG, Vol. 38-3, p. 249-262. Osterberg, J. O. (1989). New device for load testing driven piles and drilled shafts separates friction and end bearing, 14th International Conference of Piling and Deep Foundation, London, England, v. 1, p. 421- 427. Osterberg, J. O. (1995). The Osterberg Cell for loading testing drilled shafts and driven piles, FHWA-SA-94- 035/ PB95-209508, Federal Highway Administration, U.S. Department of Transportation, Washington, USA. Poulos, H.G. e Davis, E.H. (1980). Pile Foundation Analysis and Design, Wiley, New York, USA, 397 p. Randolph, M.F. (1994). Design methods for pile groups and pile rafts, XIII International Conference on Soil Mechanics and Foundation Engineering, ICSMFE, A. A. Balkema/ Rotterdam, New Delhi, India, v. 5, p. 61- 82. Randolph, M.F.; Wroth, C.P. (1978). Analysis of deformation of vertically loaded piles, Journal of the Geotechnical Engineering Division, ASCE, Vol. 104- 12, p. 1465-1487. Silva, P.E.C.A.F. (1983). Célula Expansiva Hidrodinâmica: Uma nova maneira de executar provas de carga, Publicação independente, Belo Horizonte, Brasil, 106 p. Silva, P.E.C.A.F. (1986). Célula Expansiva Hidrodinâmica: Uma nova maneira de executar provas de carga, 8º Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia de Fundações, COBRAMSEF, Porto Alegre, Brasil, v. 6, p. 223-241. Vesic, A.S. (1977). NCHRP Syntesis of Highway Practice 42: Design of Pile Foundations, Transportation Research Board, Washington, USA, 68 p.