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XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018
Estudo de Caso de Projeto de Fundações e Contenções para
Implantação de Elevado da Ciclovia na Avenida Niemeyer/RJ
Caio Duque Estrada Amendola
UERJ, Rio de Janeiro, Brasil, caiodeamendola@gmail.com
Juliano de Lima
CEFET/RJ e Fundação GEO-RIO, Rio de Janeiro, Brasil, juliano.lima@cefet-rj.br
RESUMO: O presente trabalho está relacionado aos projetos geotécnicos de três soluções do
elevado da ciclovia na Avenida Niemeyer, interligando os bairros do Leblon e São Conrado, no Rio
de Janeiro. A estrutura da ciclovia é composta por trechos em superfície e trechos com tabuleiros
sobre pilares de concreto armado. Tendo em vista que a topografia da região é bastante acidentada e
há blocos rochosos suscetíveis a rolamentos, o projeto exigiu diversos tipos de contenções e
soluções ao longo de sua extensão. Dessa forma, definiu-se como base central para o trabalho o
dimensionamento geotécnico e estrutural de dois tipos de suporte/fundação para o tabuleiro da
ciclovia (fundação em estacas parcialmente enterradas submetidas a esforços transversais e
fundação direta chumbada em maciço rochoso) e de uma contenção de bloco rochoso com
contrafortes ancorados e chumbados. Para modelagem e determinação dos esforços nas fundações
foi utilizado o programa CYPECAD, bem como a elaboração de rotinas de cálculos manuais para os
cálculos das fundações e estrutura de contenção. Os resultados apresentados satisfazem as
verificações, e os dimensionamentos seguem as normas brasileiras vigentes.
PALAVRAS-CHAVE: Fundações, Estruturas de Contenção, Ciclovia, Avenida Niemeyer.
1 INTRODUÇÃO
As fundações e obras de contenção, bem como
todas as partes da estrutura, devem ser
projetadas e executadas de forma a garantir, sob
a ação das variadas cargas, as condições
mínimas de segurança, funcionalidade e
durabilidade. Para isso, devem ser analisadas
tanto do ponto de vista geotécnico quanto do
estrutural. Assim, na elaboração de um projeto
de tal tipo, esses dois ramos da engenharia
devem ser levados em consideração.
Tendo em vista a complexidade executiva e
de projeto da obra, os temas fundações e
contenções da ciclovia da Avenida Niemeyer
foram decididos como objeto de estudo deste
trabalho.
O projeto básico foi idealizado pela
Fundação GEO-RIO, órgão vinculado à
Secretaria Municipal de Obras da Prefeitura da
Cidade do Rio de Janeiro, com o objetivo de
integrar as zonas Sul e Oeste da cidade, criando
uma alternativa ao transporte motorizado.
Entretanto, o escopo deste trabalho abrange
apenas algumas das diversas soluções adotadas
ao longo da ciclovia, com relação às fundações
e também às contenções que se fizeram
necessárias.
Cabe salientar que todas as soluções
apresentadas neste trabalho foram
desenvolvidas pelos autores, embora a
concepção geral da superestrutura tenha sido
preservada de acordo com projeto da GEO-RIO.
2 APRESENTAÇÃO DO ESTUDO DE
CASO
O local escolhido para este estudo trata-se da
ciclovia implantada em paralelo à Avenida
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Niemeyer, interligando os bairros do Leblon e
São Conrado, no Rio de Janeiro (vide Figura 1).
Figura 1. Mapa de localização da ciclovia
Fonte: Modificado do Google Earth (2015)
A mesma possui aproximadamente 3.900m
de extensão e, em média, dois metros e meio de
largura, sendo composta de trechos elevados
(tabuleiros sobre pilares de concreto armado) e
trechos sobre o terreno.
2.1 Caracterização geológica da região
A ciclovia está inserida em uma área cujo
substrato é, majoritariamente, a Suíte Rio de
Janeiro, como exibe a Figura 2. Também consta
como substrato a Sillimanita Biotita Gnaisse e
uma pequena parte de Depósitos praiais,
marinhos e/ou lagunares.
Figura 2. Mapa geológico da região
Fonte: Adaptado de CPRM-GEOBANK
Segundo Valeriano et al. (2012), a Suíte Rio
de Janeiro tem como seu litotipo mais
representante um ortognaisse grosso bem
foliado, tradicionalmente denominado de
gnaisse facoidal. É caracterizado por feldspatos
com formas amendoadas (3 a 5cm) em matriz
granítica rica em biotita.
Uma vez intemperizados, os níveis de biotita
observados nesta rocha podem gerar planos de
fraqueza ou superfícies preferenciais de
percolação de fluidos.
2.2 Investigações Geotécnicas
Para o desenvolvimento do projeto básico da
ciclovia foram levados em consideração dois
tipos de informação do local: sondagens
existentes e informações coletadas em campo.
Por meio das visitas técnicas ao local, pode-
se perceber que a região possui uma topografia
bem acidentada, com trechos de rocha (sã e com
grau de fraturamento) e de solo. Isso também
pode ser confirmado pelas imagens de satélite
disponíveis da área (ex.: Google Earth).
Ademais, a ciclovia está construída em
terreno inclinado ao lado do mar, sujeita à ação
de ventos e de ondas/respingos de maré em
alguns trechos. Portanto, ao longo de sua
extensão, o projeto exigiu diversos tipos de
soluções, necessitando de algumas contenções
complementares.
A Figura 3 ilustra um trecho, próximo à praia
de São Conrado, em rocha maciça sã, sem
fraturas visíveis e ausência de material instável
visível ou identificado em sondagem.
Figura 3. Trecho em rocha sã sem fraturas visíveis
Fonte: Modificado do Google Earth (2015)
Já a Figura 4 ilustra um trecho com presença
de fraturamento intenso do maciço rochoso e
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concentração de material terroso e rochoso a
jusante da pista da Avenida Niemeyer.
Figura 4. Trecho com presença de fraturamento
Fonte: Modificado do Google Earth (2015)
A Figura 5 apresenta um perfil de sondagem
simplificado da região próxima à solução com
tabuleiro apoiado sobre pilares/estacas
parcialmente enterradas (item 3.1). Dessa
forma, o mesmo será utilizado para algumas
verificações por ser o mais representativo da
seção em questão.
Figura 5. Perfil de sondagem (AMENDOLA, 2015)
3 SOLUÇÕES ESTUDADAS
Neste item são apresentadas as três soluções
estudadas: (1) Solução em estacas parcialmente
enterradas submetidas a esforços laterais; (2)
Solução com fundação direta chumbada em
rocha; (3) Solução em contraforte ancorado e
chumbado. A Figura 6 ilustra um mapa com a
localização aproximada das soluções estudadas.
Figura 6. Mapa de localização das soluções estudadas
Fonte: Modificado do Google Earth (2015)
3.1 Solução em estacas parcialmente
enterradas submetidas a esforços laterais
A solução em questão é composta pela estrutura
mista (aço e concreto armado) ilustrada na
Figura 7. Vale ressaltar que as estacas estão
espaçadas de 4,00 em 4,00 metros.
Figura 7. Seção transversal típica (GEO-RIO, 2014b)
3.1.1 Cargas acidentais na estrutura
As cargas acidentais consideradas na estrutura
estão listadas na Tabela 1, bem como as normas
de referências para os respectivos cálculos e os
valores adotados.
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Tabela 1. Cargas acidentais utilizadas
Descrição
Norma de
referência (ABNT)
Valor
adotado
Carga móvel
não majorada
NBR 7188 (2013) 5kN/m²
Coeficiente de
impacto
NBR 7187 (2003) 1,32
Carga móvel
majorada pelo
coeficiente de
impacto
NBR 7188 (2013) 6,60kN/m²
Carga no
guarda-corpo
NBR 7188 (2013) 2,00kN/m²
Carga de vento
nos pilares
circulares
NBR 6123 (1988) 0,137kN/m
3.1.2 Modelagem da solução
A solução em questão foi modelada no
programa CYPECAD e as cargas apresentadas
na Tabela 1 foram inseridas. A Figura 8 ilustra
uma vista geral da solução.
Figura 8. Vista geral da solução (AMENDOLA, 2015)
3.1.3 Esforços na fundação
No programa CYPECAD, foram inseridos os
valores característicos das cargas e dos
coeficientes das normas brasileiras vigentes. As
combinações das ações foram feitas de forma
que os efeitos mais desfavoráveis para a
estrutura fossem determinados. Dessa forma, os
valores dos esforços atuantes na fundação são
apresentados na Tabela 2.
Tabela 2. Esforços nas fundações
Esforço Valor
Esforço axial (Nd) 121kN
Momento fletor (Md) 26kN.m
3.1.4 Comprimento equivalente
Neste tópico, é apresentado o comprimento
equivalente Le calculado pelo método de
Davisson e Robinson (1965). O mesmo se
aplica ao caso de estacas longas, parcialmente
enterradas, submetida no topo à força horizontal
H, a força vertical P e ao momento M, usando o
conceito de estaca substituta.
A Figura 9 representa o comprimento
equivalente calculado igual a 4,91m. O mesmo
é igual ao somatório do comprimento livre mais
o comprimento em função da profundidade
enterrada.
Figura 9. Comprimento equivalente da estaca
(AMENDOLA, 2015)
3.1.5 Verificação da capacidade de carga da
estaca
As estimativas de capacidade de carga foram
feitas pelos métodos semiempíricos de Aoki-
Veloso (1975), Décourt-Quaresma (1982) e
Cabral e Antunes (2000), como mostra a Figura
10. Pelo método de Cabral e Antunes (2000),
considerando um embutimento mínimo de 1,00
metro em rocha fraturada, tem-se a capacidade
de carga maior do que 345kN.
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Pelos métodos Aoki-Velloso (1975) e
Décourt-Quaresma (1982) e, considerando
espessura de solo arenoso média de 6,00m, a
capacidade de carga foi calculada e considerada
satisfatória para a solução em questão.
Figura 10. Previsões de capacidade de carga
(AMENDOLA, 2015)
3.1.6 Dimensionamento estrutural
O dimensionamento estrutural da estaca foi
feito com a utilização do ábaco de flexo-
compressão proposto pelo professor Lobo B.
Carneiro para seções circulares maciças com
relação da/db=0,80, apresentado em Alonso
(2012).
A Figura 11 ilustra a seção transversal da
estaca com a disposição das armações e a
Tabela 3 resume as armações calculadas para a
solução.
Figura 11. Armadura das estacas (AMENDOLA, 2015)
Tabela 3. Resumo das armações da estaca
Armação Descrição
Longitudinal 6 12,5mm
Transversal 6,3mm c/ 15cm
Cabe destacar que as armaduras
longitudinais e transversais atendem as
prescriçoes da ABNT NBR 6118 (2014), no que
tange o espaçamento e as bitolas.
3.2 Solução com fundação direta chumbada
em rocha
A solução em questão (Figura 12) é composta
por um tabuleiro em concreto protendido com
um formato de “pi” e largura de 2,50m.
A sustentação vertical do tabuleiro é
assegurada por pilares pré-moldados (seção
transversal retangular com 0,40x0,50m)
“encabeçados” por uma travessa com dimensões
de 2,00x0,50x0,45m. A fundação das estruturas
é constituída por fundações diretas chumbadas
no maciço rochoso.
Figura 12. Seção transversal típica
Fonte: Adapatado de GEO-RIO (2014b)
3.2.1 Cargas acidentais na estrutura
As cargas acidentais consideradas na estrutura
estão listadas na Tabela 4, bem como as normas
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de referências para os respectivos cálculos e os
valores adotados.
Tabela 4. Cargas acidentais utilizadas
Descrição
Norma de referência
(ABNT)
Valor
adotado
Carga móvel
não majorada
NBR 7188 (2013) 5kN/m²
Coeficiente de
impacto
NBR 7187 (2003) 1,32
Carga móvel
majorada pelo
coeficiente de
impacto
NBR 7188 (2013) 6,60kN/m²
Carga no
guarda-corpo
NBR 7188 (2013) 2,00kN/m²
Carga de vento
nos pilares
NBR 6123 (1988) 0,55kN/m
Pressão de água
em movimento
NBR 7187 (2003) 3,20kN/m
3.2.2 Modelagem do problema
A solução em questão foi modelada no
programa CYPECAD e as cargas foram
inseridas. A Figura 13 ilustra uma vista geral da
modelagem.
Figura 13. Vista geral da solução (AMENDOLA, 2015)
3.2.3 Esforços na fundação
No programa CYPECAD, foram inseridos os
valores característicos das cargas e dos
coeficientes das normas brasileiras vigentes. As
combinações das ações foram feitas de forma
que os efeitos mais desfavoráveis para a
estrutura fossem determinados. Dessa forma, os
valores dos esforços atuantes na fundação são
apresentados na Tabela 5.
Tabela 5. Esforços nas fundações
Esforço Valor
N 542,1kN
Mx’ 75,4kN.m
My 290,7kN.m
Vx 0,00kN
Vy 32,6kN
Vale ressaltar que os esforços atuantes
listados estão atuando no topo do cálice,
devendo estes ser considerados no contato entre
o chumbador e a superfície rochosa. Portanto, o
momento Mx foi acrescido do momento gerado
pela força cortante Vy e o braço de alavanca
(igual a 0,60m). O ângulo do terreno
considerado para cálculo foi de 30°.
3.2.4 Verificação dos chumbadores
Segundo Alonso (2010), o problema de
estaqueamento sujeito a momentos é resolvido
por tentativas, lançando-se um estaqueamento e
calculando-se as cargas atuantes nas cargas. A
solução será aceita se as cargas forem, no
máximo, iguais às cargas admissíveis de
compressão e tração, bem como os esforços de
cisalhamento.
Percebe-se que, para o problema em questão,
pode-se utilizar a mesma abordagem para
estaqueamento, pois os chumbadores têm
função semelhante.
Inicialmente, foram escolhidos chumbadores
com diâmetro ∅=25mm feitos com aço CA-50 e
dispostos nas extremidades do cálice,
descontando-se a espessura de cobrimento igual
a 4cm, conforme ilustra a Figura 14.
Os chumbadores foram verificados à
tração/compressão – equação (1) – e ao
cisalhamento – equação (2) –, bem como ao
critério de ruptura de Tresca – equação (3).
Todas as verificações foram satisfeitas.
(1)
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(2)
(3)
O comprimento de ancoragem de cada
chumbador foi calculado como 1,15m,
atendendo ainda aos comprimentos mínimos
conforme critérios apresentados pela GEO-RIO.
Vale destacar que, no contato cálice-rocha,
os chumbadores devem ser protegidos com uma
tubulação de PVC para proteger contra a
corrosão.
Figura 14. Disposição final dos chumbadores
(AMENDOLA, 2015)
Ademais, segundo a ABNT NBR 6122
(2010), para fundações diretas sobre rochas, no
caso de superfícies inclinadas, pode-se
escalonar a superfície ou utilizar chumbadores
para evitar o deslizamento do elemento de
fundação. Com isso, a solução apresentada pode
ser justificada do ponto de vista técnico.
3.3 Solução em contraforte ancorado e
chumbado
A solução em questão é composta por
contrafortes de concreto armado, associados a
tirantes e chumbadores para fixação do bloco
rochoso, conforme ilustra a Figura 15.
Este tipo de estrutura garante segurança à
jusante desta contenção, atenuando o risco de
quedas de blocos.
Figura 15. Seção transversal do contraforte ancorado e
chumbado (GEO-RIO, 2014b)
3.3.1 Verificação das ancoragens (tirantes)
Neste item será apresentado o passo-a-passo
para o dimensionamento dos tirantes: escolha da
barra, a quantidade necessária para estabilização
e o comprimento de ancoragem. A Figura 16
mostra uma seção esquemática para o
dimensionamento.
Figura 16. Seção esquemática para cálculo
Fonte: Adaptado de GEO-RIO (2014a)
Para esta solução, adotaram-se as dimensões
do bloco de rocha apresentadas na Tabela 6.
Tabela 6. Dimensões adotadas
Altura do
bloco de rocha
Largura do bloco
Profundidade
da rocha
H = 2,5m L = 10m2
/m 3,00m
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De acordo com a ABNT NBR 6120 (1980),
o peso específico de um gnaisse é de
aproximadamente 30kN/m³.
Os parâmetros para o bloco de rocha foram
adotados com base em Rocha (1976) para
granitos e gnaisses. Assim, o ângulo de atrito
foi tomado como a média entre 35º e 45º, ou
seja, 40º. Optou-se por desprezar a coesão pelo
fato de a rocha estar em decomposição
(observações de campo) e, portanto, estando a
favor da segurança.
A Tabela 7 apresenta os parâmetros adotados
para o bloco de rocha (gnaisse).
Tabela 7. Parâmetros geotécnicos para o bloco de rocha
Material (kN/m³) c (kPa) (graus)
Gnaisse 30,0 0,0 40
Inicialmente, foram determinados o peso do
bloco rochoso (W) e a resultante das pressões
d’água na base do bloco (Ub) e na fenda (Uv),
conforme apresenta a Tabela 8. Adotou-se a
altura da água Zw igual à altura H do bloco.
Tabela 8. Dados preliminares
Peso W Pressão d’água Ub Pressão d’água Uv
750 kN/m 150kN/m 45kN/m
Após isso, foram determinadas as equações
de equilíbrio nas direções normal e tangencial.
Para estabilização do bloco rochoso, é
necessário um esforço de ancoragem T, o qual
foi calculado igual a 410kN/m. A barra
escolhida foi a GEWI de 32mm de diâmetro
com carga de trabalho Ttrabalho = 210kN.
Portanto, para determinação do número de
tirantes deve-se dividir o esforço T pela carga
de trabalho de uma barra, o que resultou em 2
barras/metro. Como a profundidade da rocha foi
considerada igual a 3,00m, como mostra a
Tabela 6, são necessários 6 tirantes.
Além disso, verificou-se que o Fator de
Segurança ao deslizamento está de acordo com
a ABNT NBR 11682 (2009). Estabeleceu-se
que o nível de segurança desejado contra a
perda de vidas humanas é alto. O nível de
segurança desejado contra danos materiais e
ambientais foi definido como médio.
Dessa forma, o fator de segurança mínimo
estabelecido para o projeto foi de FS=1,50. O
fator de segurança encontrado FS=1,65 é
superior ao mínimo do projeto, atendendo,
portanto, essa verificação.
3.3.2 Verificação dos chumbadores
Os chumbadores foram verificados à tração e ao
cisalhamento, bem como ao critério de ruptura
de Tresca, pelas equações (1), (2) e (3).
Para chumbadores com diâmetro de 25mm,
verificou-se que o mesmo não satisfaz à
verificação a tração. Assim, optou-se por
aumentar a bitola dos chumbadores para 32mm
e fazer outra verificação.
A Tabela 9 resume os resultados das
verificações nos chumbadores.
Tabela 9. Resumo das verificações nos chumbadores
Diâmetro Verificação
Esforço
atuante
(kN)
Esforço
admissível
(kN)
OK?
25 mm Tração 308,75 223,2 Não
25 mm Cisalham. 30,9 129,5 OK
25 mm Tresca 30,9 31,3 OK
32 mm Tração 308,75 365,6 OK
32 mm Cisalham. 30,9 212,03 OK
32 mm Tresca 30,9 51,2 OK
Além disso, o comprimento de ancoragem de
cada chumbador foi calculado como 1,50m,
atendendo ainda aos comprimentos mínimos
conforme critérios apresentados pela GEO-RIO.
A Figura 17 ilustra uma vista superior dos
chumbadores em um contraforte.
Figura 17. Vista superior dos chumbadores em um
contraforte (AMENDOLA, 2015)
Já a Figura 18 exibe uma vista superior dos
contrafortes.
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Figura 18. Vista superior dos contrafortes (AMENDOLA,
2015)
Por tudo isso, a solução foi dimensionada com
ancoragens (tirantes) GEWI de diâmetro
∅=32mm, com trecho livre variável e trecho
ancorado de 5,00m. Além disso, serão adotados
quatro chumbadores com diâmetro ∅=32mm,
feitos com aço CA-50 em cada contraforte, com
comprimento de ancoragem de 1,50m.
A Figura 19 representa a seção transversal do
contraforte ancorado e chumbado. Já a Figura
20 ilustra a vista frontal da solução.
Figura 19. Seção transversal do contraforte ancorado e
chumbado, com medidas em centímetros (AMENDOLA,
2015)
Figura 20. Vista frontal da solução, com medidas em
metros (AMENDOLA, 2015)
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste artigo, foram apresentadas três soluções
da ciclovia na Avenida Niemeyer: (1) Fundação
em estacas parcialmente enterradas submetidas
a esforços transversais; (2) Fundação direta
chumbada em maciço rochoso; (3) Contenção
de bloco rochoso com contrafortes ancorados e
chumbados.
Os resultados apresentados no presente
trabalho satisfazem as verificações, e os
dimensionamentos seguem as normas
brasileiras vigentes.
É fundamental afirmar que os resultados aqui
mostrados não necessariamente correspondem
aos resultados obtidos para execução do projeto.
Isso se dá pelo fato das considerações,
parâmetros, metodologias de cálculo e
informações serem variados, podendo conduzir
a resultados diferentes, já que não foram
disponibilizados todos os documentos do
projeto. No entanto, cabe salientar que a
concepção geral foi preservada de acordo com
projeto básico da GEO-RIO.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à Fundação Instituto de
Geotécnica (GEO-RIO) pelo fornecimento dos
dados necessários para o desenvolvimento do
trabalho.
REFERÊNCIAS
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profundas. 2. ed. Blucher, São Paulo, SP, Brasil,
158p.
Alonso, U. R. (2010) Exercícios de fundações. 2. ed.
Blucher, São Paulo, SP, Brasil, 201 p.
Amendola, C. D. E. Análise geotécnica e estrutural para
três soluções da ciclovia na Avenida Niemeyer/RJ.
2015. 150f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação) – CEFET/RJ, Rio de Janeiro, 2015.
Aoki, N. & Velloso, D. A. (1975) An approximate
method to estimate the bearing capacity of piles. In:
5th PCSMFE, Buenos Aires, Argentina, Vol. 1, p.
367-376.
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018
Associação Brasileira de Normas Técnicas (2014) NBR
6118: Projeto de estruturas de concreto -
Procedimento Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 238 p.
Associação Brasileira de Normas Técnicas (1980) NBR
6120: Cargas para o cálculo de estruturas. Rio de
Janeiro, RJ, Brasil, 5 p.
Associação Brasileira de Normas Técnicas (2010) NBR
6122: Projeto e execução de fundações. Rio de
Janeiro, RJ, Brasil, 91 p.
Associação Brasileira de Normas Técnicas (1988) NBR
6123: Forças devidas ao vento em edificações. Rio de
Janeiro, RJ, Brasil, 66 p.
Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003) NBR
7187: Projeto de pontes de concreto armado e de
concreto protendido - Procedimento. Rio de Janeiro,
RJ, Brasil, 11 p.
Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013) NBR
7188: Carga móvel em ponte rodoviária e passarela de
pedestre. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 14 p.
Associação Brasileira de Normas Técnicas (2009) NBR
11682: Estabilidade de encostas. Rio de Janeiro, RJ,
Brasil, 33 p.
Cabral, D. A. e Antunes, W. R. (2000) Sugestão para a
determinação de capacidade de carga de estacas
escavadas embutidas em rocha. In: 4º SEFE, São
Paulo, SP, Brasil, Vol. 2, p. 169-177.
Davisson, M. T. & Robinson, K. E. (1965) Bending and
Buckling of Partially Embedded Pile. In: 6th
ICSMFE, Canada, Vol. 2, p. 243-246.
Décourt, L. (1982) Prediction of the bearing capacity of
piles based exclusively on values of SPT. In:
EUROPEAN SYMPOSIUM OF PENETRATION
TEST, Procedings… Amsterdam, v.1. p. 29-34.
Fundação Instituto de Geotécnica do Município do Rio de
Janeiro – GEO-RIO (2014a) Manual Técnico de
Encostas. 2 ed. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 2 v.
Fundação Instituto de Geotécnica do Município do Rio de
Janeiro – GEO-RIO (2014b) Projeto Básico para
Implantação de Elevado da Ciclovia na Avenida
Niemeyer/RJ. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Rocha, M. (1976) Alguns problemas relativos à Mecânica
das Rochas dos materiais de baixa resistência. Revista
Geotecnia, SPG, Ano 6, Vol. 18. 25 p.
Valeriano, C. M. et. al. (2012) Geologia e Recursos
Minerais da Folha Baía de Guanabara SF-23-Z-B-IV,
estado do Rio de Janeiro escala 1:100.000. CPRM,
Belo Horizonte, MG, Brasil, 156p.

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Estudo de Caso de Projeto de Fundações e Contenções para Implantação de Elevado da Ciclovia na Avenida Niemeyer/RJ

  • 1. XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento Urbano COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil ©ABMS, 2018 Estudo de Caso de Projeto de Fundações e Contenções para Implantação de Elevado da Ciclovia na Avenida Niemeyer/RJ Caio Duque Estrada Amendola UERJ, Rio de Janeiro, Brasil, caiodeamendola@gmail.com Juliano de Lima CEFET/RJ e Fundação GEO-RIO, Rio de Janeiro, Brasil, juliano.lima@cefet-rj.br RESUMO: O presente trabalho está relacionado aos projetos geotécnicos de três soluções do elevado da ciclovia na Avenida Niemeyer, interligando os bairros do Leblon e São Conrado, no Rio de Janeiro. A estrutura da ciclovia é composta por trechos em superfície e trechos com tabuleiros sobre pilares de concreto armado. Tendo em vista que a topografia da região é bastante acidentada e há blocos rochosos suscetíveis a rolamentos, o projeto exigiu diversos tipos de contenções e soluções ao longo de sua extensão. Dessa forma, definiu-se como base central para o trabalho o dimensionamento geotécnico e estrutural de dois tipos de suporte/fundação para o tabuleiro da ciclovia (fundação em estacas parcialmente enterradas submetidas a esforços transversais e fundação direta chumbada em maciço rochoso) e de uma contenção de bloco rochoso com contrafortes ancorados e chumbados. Para modelagem e determinação dos esforços nas fundações foi utilizado o programa CYPECAD, bem como a elaboração de rotinas de cálculos manuais para os cálculos das fundações e estrutura de contenção. Os resultados apresentados satisfazem as verificações, e os dimensionamentos seguem as normas brasileiras vigentes. PALAVRAS-CHAVE: Fundações, Estruturas de Contenção, Ciclovia, Avenida Niemeyer. 1 INTRODUÇÃO As fundações e obras de contenção, bem como todas as partes da estrutura, devem ser projetadas e executadas de forma a garantir, sob a ação das variadas cargas, as condições mínimas de segurança, funcionalidade e durabilidade. Para isso, devem ser analisadas tanto do ponto de vista geotécnico quanto do estrutural. Assim, na elaboração de um projeto de tal tipo, esses dois ramos da engenharia devem ser levados em consideração. Tendo em vista a complexidade executiva e de projeto da obra, os temas fundações e contenções da ciclovia da Avenida Niemeyer foram decididos como objeto de estudo deste trabalho. O projeto básico foi idealizado pela Fundação GEO-RIO, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Obras da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, com o objetivo de integrar as zonas Sul e Oeste da cidade, criando uma alternativa ao transporte motorizado. Entretanto, o escopo deste trabalho abrange apenas algumas das diversas soluções adotadas ao longo da ciclovia, com relação às fundações e também às contenções que se fizeram necessárias. Cabe salientar que todas as soluções apresentadas neste trabalho foram desenvolvidas pelos autores, embora a concepção geral da superestrutura tenha sido preservada de acordo com projeto da GEO-RIO. 2 APRESENTAÇÃO DO ESTUDO DE CASO O local escolhido para este estudo trata-se da ciclovia implantada em paralelo à Avenida
  • 2. XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento Urbano COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil ©ABMS, 2018 Niemeyer, interligando os bairros do Leblon e São Conrado, no Rio de Janeiro (vide Figura 1). Figura 1. Mapa de localização da ciclovia Fonte: Modificado do Google Earth (2015) A mesma possui aproximadamente 3.900m de extensão e, em média, dois metros e meio de largura, sendo composta de trechos elevados (tabuleiros sobre pilares de concreto armado) e trechos sobre o terreno. 2.1 Caracterização geológica da região A ciclovia está inserida em uma área cujo substrato é, majoritariamente, a Suíte Rio de Janeiro, como exibe a Figura 2. Também consta como substrato a Sillimanita Biotita Gnaisse e uma pequena parte de Depósitos praiais, marinhos e/ou lagunares. Figura 2. Mapa geológico da região Fonte: Adaptado de CPRM-GEOBANK Segundo Valeriano et al. (2012), a Suíte Rio de Janeiro tem como seu litotipo mais representante um ortognaisse grosso bem foliado, tradicionalmente denominado de gnaisse facoidal. É caracterizado por feldspatos com formas amendoadas (3 a 5cm) em matriz granítica rica em biotita. Uma vez intemperizados, os níveis de biotita observados nesta rocha podem gerar planos de fraqueza ou superfícies preferenciais de percolação de fluidos. 2.2 Investigações Geotécnicas Para o desenvolvimento do projeto básico da ciclovia foram levados em consideração dois tipos de informação do local: sondagens existentes e informações coletadas em campo. Por meio das visitas técnicas ao local, pode- se perceber que a região possui uma topografia bem acidentada, com trechos de rocha (sã e com grau de fraturamento) e de solo. Isso também pode ser confirmado pelas imagens de satélite disponíveis da área (ex.: Google Earth). Ademais, a ciclovia está construída em terreno inclinado ao lado do mar, sujeita à ação de ventos e de ondas/respingos de maré em alguns trechos. Portanto, ao longo de sua extensão, o projeto exigiu diversos tipos de soluções, necessitando de algumas contenções complementares. A Figura 3 ilustra um trecho, próximo à praia de São Conrado, em rocha maciça sã, sem fraturas visíveis e ausência de material instável visível ou identificado em sondagem. Figura 3. Trecho em rocha sã sem fraturas visíveis Fonte: Modificado do Google Earth (2015) Já a Figura 4 ilustra um trecho com presença de fraturamento intenso do maciço rochoso e
  • 3. XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento Urbano COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil ©ABMS, 2018 concentração de material terroso e rochoso a jusante da pista da Avenida Niemeyer. Figura 4. Trecho com presença de fraturamento Fonte: Modificado do Google Earth (2015) A Figura 5 apresenta um perfil de sondagem simplificado da região próxima à solução com tabuleiro apoiado sobre pilares/estacas parcialmente enterradas (item 3.1). Dessa forma, o mesmo será utilizado para algumas verificações por ser o mais representativo da seção em questão. Figura 5. Perfil de sondagem (AMENDOLA, 2015) 3 SOLUÇÕES ESTUDADAS Neste item são apresentadas as três soluções estudadas: (1) Solução em estacas parcialmente enterradas submetidas a esforços laterais; (2) Solução com fundação direta chumbada em rocha; (3) Solução em contraforte ancorado e chumbado. A Figura 6 ilustra um mapa com a localização aproximada das soluções estudadas. Figura 6. Mapa de localização das soluções estudadas Fonte: Modificado do Google Earth (2015) 3.1 Solução em estacas parcialmente enterradas submetidas a esforços laterais A solução em questão é composta pela estrutura mista (aço e concreto armado) ilustrada na Figura 7. Vale ressaltar que as estacas estão espaçadas de 4,00 em 4,00 metros. Figura 7. Seção transversal típica (GEO-RIO, 2014b) 3.1.1 Cargas acidentais na estrutura As cargas acidentais consideradas na estrutura estão listadas na Tabela 1, bem como as normas de referências para os respectivos cálculos e os valores adotados.
  • 4. XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento Urbano COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil ©ABMS, 2018 Tabela 1. Cargas acidentais utilizadas Descrição Norma de referência (ABNT) Valor adotado Carga móvel não majorada NBR 7188 (2013) 5kN/m² Coeficiente de impacto NBR 7187 (2003) 1,32 Carga móvel majorada pelo coeficiente de impacto NBR 7188 (2013) 6,60kN/m² Carga no guarda-corpo NBR 7188 (2013) 2,00kN/m² Carga de vento nos pilares circulares NBR 6123 (1988) 0,137kN/m 3.1.2 Modelagem da solução A solução em questão foi modelada no programa CYPECAD e as cargas apresentadas na Tabela 1 foram inseridas. A Figura 8 ilustra uma vista geral da solução. Figura 8. Vista geral da solução (AMENDOLA, 2015) 3.1.3 Esforços na fundação No programa CYPECAD, foram inseridos os valores característicos das cargas e dos coeficientes das normas brasileiras vigentes. As combinações das ações foram feitas de forma que os efeitos mais desfavoráveis para a estrutura fossem determinados. Dessa forma, os valores dos esforços atuantes na fundação são apresentados na Tabela 2. Tabela 2. Esforços nas fundações Esforço Valor Esforço axial (Nd) 121kN Momento fletor (Md) 26kN.m 3.1.4 Comprimento equivalente Neste tópico, é apresentado o comprimento equivalente Le calculado pelo método de Davisson e Robinson (1965). O mesmo se aplica ao caso de estacas longas, parcialmente enterradas, submetida no topo à força horizontal H, a força vertical P e ao momento M, usando o conceito de estaca substituta. A Figura 9 representa o comprimento equivalente calculado igual a 4,91m. O mesmo é igual ao somatório do comprimento livre mais o comprimento em função da profundidade enterrada. Figura 9. Comprimento equivalente da estaca (AMENDOLA, 2015) 3.1.5 Verificação da capacidade de carga da estaca As estimativas de capacidade de carga foram feitas pelos métodos semiempíricos de Aoki- Veloso (1975), Décourt-Quaresma (1982) e Cabral e Antunes (2000), como mostra a Figura 10. Pelo método de Cabral e Antunes (2000), considerando um embutimento mínimo de 1,00 metro em rocha fraturada, tem-se a capacidade de carga maior do que 345kN.
  • 5. XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento Urbano COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil ©ABMS, 2018 Pelos métodos Aoki-Velloso (1975) e Décourt-Quaresma (1982) e, considerando espessura de solo arenoso média de 6,00m, a capacidade de carga foi calculada e considerada satisfatória para a solução em questão. Figura 10. Previsões de capacidade de carga (AMENDOLA, 2015) 3.1.6 Dimensionamento estrutural O dimensionamento estrutural da estaca foi feito com a utilização do ábaco de flexo- compressão proposto pelo professor Lobo B. Carneiro para seções circulares maciças com relação da/db=0,80, apresentado em Alonso (2012). A Figura 11 ilustra a seção transversal da estaca com a disposição das armações e a Tabela 3 resume as armações calculadas para a solução. Figura 11. Armadura das estacas (AMENDOLA, 2015) Tabela 3. Resumo das armações da estaca Armação Descrição Longitudinal 6 12,5mm Transversal 6,3mm c/ 15cm Cabe destacar que as armaduras longitudinais e transversais atendem as prescriçoes da ABNT NBR 6118 (2014), no que tange o espaçamento e as bitolas. 3.2 Solução com fundação direta chumbada em rocha A solução em questão (Figura 12) é composta por um tabuleiro em concreto protendido com um formato de “pi” e largura de 2,50m. A sustentação vertical do tabuleiro é assegurada por pilares pré-moldados (seção transversal retangular com 0,40x0,50m) “encabeçados” por uma travessa com dimensões de 2,00x0,50x0,45m. A fundação das estruturas é constituída por fundações diretas chumbadas no maciço rochoso. Figura 12. Seção transversal típica Fonte: Adapatado de GEO-RIO (2014b) 3.2.1 Cargas acidentais na estrutura As cargas acidentais consideradas na estrutura estão listadas na Tabela 4, bem como as normas
  • 6. XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento Urbano COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil ©ABMS, 2018 de referências para os respectivos cálculos e os valores adotados. Tabela 4. Cargas acidentais utilizadas Descrição Norma de referência (ABNT) Valor adotado Carga móvel não majorada NBR 7188 (2013) 5kN/m² Coeficiente de impacto NBR 7187 (2003) 1,32 Carga móvel majorada pelo coeficiente de impacto NBR 7188 (2013) 6,60kN/m² Carga no guarda-corpo NBR 7188 (2013) 2,00kN/m² Carga de vento nos pilares NBR 6123 (1988) 0,55kN/m Pressão de água em movimento NBR 7187 (2003) 3,20kN/m 3.2.2 Modelagem do problema A solução em questão foi modelada no programa CYPECAD e as cargas foram inseridas. A Figura 13 ilustra uma vista geral da modelagem. Figura 13. Vista geral da solução (AMENDOLA, 2015) 3.2.3 Esforços na fundação No programa CYPECAD, foram inseridos os valores característicos das cargas e dos coeficientes das normas brasileiras vigentes. As combinações das ações foram feitas de forma que os efeitos mais desfavoráveis para a estrutura fossem determinados. Dessa forma, os valores dos esforços atuantes na fundação são apresentados na Tabela 5. Tabela 5. Esforços nas fundações Esforço Valor N 542,1kN Mx’ 75,4kN.m My 290,7kN.m Vx 0,00kN Vy 32,6kN Vale ressaltar que os esforços atuantes listados estão atuando no topo do cálice, devendo estes ser considerados no contato entre o chumbador e a superfície rochosa. Portanto, o momento Mx foi acrescido do momento gerado pela força cortante Vy e o braço de alavanca (igual a 0,60m). O ângulo do terreno considerado para cálculo foi de 30°. 3.2.4 Verificação dos chumbadores Segundo Alonso (2010), o problema de estaqueamento sujeito a momentos é resolvido por tentativas, lançando-se um estaqueamento e calculando-se as cargas atuantes nas cargas. A solução será aceita se as cargas forem, no máximo, iguais às cargas admissíveis de compressão e tração, bem como os esforços de cisalhamento. Percebe-se que, para o problema em questão, pode-se utilizar a mesma abordagem para estaqueamento, pois os chumbadores têm função semelhante. Inicialmente, foram escolhidos chumbadores com diâmetro ∅=25mm feitos com aço CA-50 e dispostos nas extremidades do cálice, descontando-se a espessura de cobrimento igual a 4cm, conforme ilustra a Figura 14. Os chumbadores foram verificados à tração/compressão – equação (1) – e ao cisalhamento – equação (2) –, bem como ao critério de ruptura de Tresca – equação (3). Todas as verificações foram satisfeitas. (1)
  • 7. XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento Urbano COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil ©ABMS, 2018 (2) (3) O comprimento de ancoragem de cada chumbador foi calculado como 1,15m, atendendo ainda aos comprimentos mínimos conforme critérios apresentados pela GEO-RIO. Vale destacar que, no contato cálice-rocha, os chumbadores devem ser protegidos com uma tubulação de PVC para proteger contra a corrosão. Figura 14. Disposição final dos chumbadores (AMENDOLA, 2015) Ademais, segundo a ABNT NBR 6122 (2010), para fundações diretas sobre rochas, no caso de superfícies inclinadas, pode-se escalonar a superfície ou utilizar chumbadores para evitar o deslizamento do elemento de fundação. Com isso, a solução apresentada pode ser justificada do ponto de vista técnico. 3.3 Solução em contraforte ancorado e chumbado A solução em questão é composta por contrafortes de concreto armado, associados a tirantes e chumbadores para fixação do bloco rochoso, conforme ilustra a Figura 15. Este tipo de estrutura garante segurança à jusante desta contenção, atenuando o risco de quedas de blocos. Figura 15. Seção transversal do contraforte ancorado e chumbado (GEO-RIO, 2014b) 3.3.1 Verificação das ancoragens (tirantes) Neste item será apresentado o passo-a-passo para o dimensionamento dos tirantes: escolha da barra, a quantidade necessária para estabilização e o comprimento de ancoragem. A Figura 16 mostra uma seção esquemática para o dimensionamento. Figura 16. Seção esquemática para cálculo Fonte: Adaptado de GEO-RIO (2014a) Para esta solução, adotaram-se as dimensões do bloco de rocha apresentadas na Tabela 6. Tabela 6. Dimensões adotadas Altura do bloco de rocha Largura do bloco Profundidade da rocha H = 2,5m L = 10m2 /m 3,00m
  • 8. XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento Urbano COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil ©ABMS, 2018 De acordo com a ABNT NBR 6120 (1980), o peso específico de um gnaisse é de aproximadamente 30kN/m³. Os parâmetros para o bloco de rocha foram adotados com base em Rocha (1976) para granitos e gnaisses. Assim, o ângulo de atrito foi tomado como a média entre 35º e 45º, ou seja, 40º. Optou-se por desprezar a coesão pelo fato de a rocha estar em decomposição (observações de campo) e, portanto, estando a favor da segurança. A Tabela 7 apresenta os parâmetros adotados para o bloco de rocha (gnaisse). Tabela 7. Parâmetros geotécnicos para o bloco de rocha Material (kN/m³) c (kPa) (graus) Gnaisse 30,0 0,0 40 Inicialmente, foram determinados o peso do bloco rochoso (W) e a resultante das pressões d’água na base do bloco (Ub) e na fenda (Uv), conforme apresenta a Tabela 8. Adotou-se a altura da água Zw igual à altura H do bloco. Tabela 8. Dados preliminares Peso W Pressão d’água Ub Pressão d’água Uv 750 kN/m 150kN/m 45kN/m Após isso, foram determinadas as equações de equilíbrio nas direções normal e tangencial. Para estabilização do bloco rochoso, é necessário um esforço de ancoragem T, o qual foi calculado igual a 410kN/m. A barra escolhida foi a GEWI de 32mm de diâmetro com carga de trabalho Ttrabalho = 210kN. Portanto, para determinação do número de tirantes deve-se dividir o esforço T pela carga de trabalho de uma barra, o que resultou em 2 barras/metro. Como a profundidade da rocha foi considerada igual a 3,00m, como mostra a Tabela 6, são necessários 6 tirantes. Além disso, verificou-se que o Fator de Segurança ao deslizamento está de acordo com a ABNT NBR 11682 (2009). Estabeleceu-se que o nível de segurança desejado contra a perda de vidas humanas é alto. O nível de segurança desejado contra danos materiais e ambientais foi definido como médio. Dessa forma, o fator de segurança mínimo estabelecido para o projeto foi de FS=1,50. O fator de segurança encontrado FS=1,65 é superior ao mínimo do projeto, atendendo, portanto, essa verificação. 3.3.2 Verificação dos chumbadores Os chumbadores foram verificados à tração e ao cisalhamento, bem como ao critério de ruptura de Tresca, pelas equações (1), (2) e (3). Para chumbadores com diâmetro de 25mm, verificou-se que o mesmo não satisfaz à verificação a tração. Assim, optou-se por aumentar a bitola dos chumbadores para 32mm e fazer outra verificação. A Tabela 9 resume os resultados das verificações nos chumbadores. Tabela 9. Resumo das verificações nos chumbadores Diâmetro Verificação Esforço atuante (kN) Esforço admissível (kN) OK? 25 mm Tração 308,75 223,2 Não 25 mm Cisalham. 30,9 129,5 OK 25 mm Tresca 30,9 31,3 OK 32 mm Tração 308,75 365,6 OK 32 mm Cisalham. 30,9 212,03 OK 32 mm Tresca 30,9 51,2 OK Além disso, o comprimento de ancoragem de cada chumbador foi calculado como 1,50m, atendendo ainda aos comprimentos mínimos conforme critérios apresentados pela GEO-RIO. A Figura 17 ilustra uma vista superior dos chumbadores em um contraforte. Figura 17. Vista superior dos chumbadores em um contraforte (AMENDOLA, 2015) Já a Figura 18 exibe uma vista superior dos contrafortes.
  • 9. XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento Urbano COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil ©ABMS, 2018 Figura 18. Vista superior dos contrafortes (AMENDOLA, 2015) Por tudo isso, a solução foi dimensionada com ancoragens (tirantes) GEWI de diâmetro ∅=32mm, com trecho livre variável e trecho ancorado de 5,00m. Além disso, serão adotados quatro chumbadores com diâmetro ∅=32mm, feitos com aço CA-50 em cada contraforte, com comprimento de ancoragem de 1,50m. A Figura 19 representa a seção transversal do contraforte ancorado e chumbado. Já a Figura 20 ilustra a vista frontal da solução. Figura 19. Seção transversal do contraforte ancorado e chumbado, com medidas em centímetros (AMENDOLA, 2015) Figura 20. Vista frontal da solução, com medidas em metros (AMENDOLA, 2015) 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste artigo, foram apresentadas três soluções da ciclovia na Avenida Niemeyer: (1) Fundação em estacas parcialmente enterradas submetidas a esforços transversais; (2) Fundação direta chumbada em maciço rochoso; (3) Contenção de bloco rochoso com contrafortes ancorados e chumbados. Os resultados apresentados no presente trabalho satisfazem as verificações, e os dimensionamentos seguem as normas brasileiras vigentes. É fundamental afirmar que os resultados aqui mostrados não necessariamente correspondem aos resultados obtidos para execução do projeto. Isso se dá pelo fato das considerações, parâmetros, metodologias de cálculo e informações serem variados, podendo conduzir a resultados diferentes, já que não foram disponibilizados todos os documentos do projeto. No entanto, cabe salientar que a concepção geral foi preservada de acordo com projeto básico da GEO-RIO. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à Fundação Instituto de Geotécnica (GEO-RIO) pelo fornecimento dos dados necessários para o desenvolvimento do trabalho. REFERÊNCIAS Alonso, U. R. (2012) Dimensionamento de fundações profundas. 2. ed. Blucher, São Paulo, SP, Brasil, 158p. Alonso, U. R. (2010) Exercícios de fundações. 2. ed. Blucher, São Paulo, SP, Brasil, 201 p. Amendola, C. D. E. Análise geotécnica e estrutural para três soluções da ciclovia na Avenida Niemeyer/RJ. 2015. 150f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – CEFET/RJ, Rio de Janeiro, 2015. Aoki, N. & Velloso, D. A. (1975) An approximate method to estimate the bearing capacity of piles. In: 5th PCSMFE, Buenos Aires, Argentina, Vol. 1, p. 367-376.
  • 10. XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento Urbano COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil ©ABMS, 2018 Associação Brasileira de Normas Técnicas (2014) NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto - Procedimento Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 238 p. Associação Brasileira de Normas Técnicas (1980) NBR 6120: Cargas para o cálculo de estruturas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 5 p. Associação Brasileira de Normas Técnicas (2010) NBR 6122: Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 91 p. Associação Brasileira de Normas Técnicas (1988) NBR 6123: Forças devidas ao vento em edificações. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 66 p. Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003) NBR 7187: Projeto de pontes de concreto armado e de concreto protendido - Procedimento. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 11 p. Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013) NBR 7188: Carga móvel em ponte rodoviária e passarela de pedestre. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 14 p. Associação Brasileira de Normas Técnicas (2009) NBR 11682: Estabilidade de encostas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 33 p. Cabral, D. A. e Antunes, W. R. (2000) Sugestão para a determinação de capacidade de carga de estacas escavadas embutidas em rocha. In: 4º SEFE, São Paulo, SP, Brasil, Vol. 2, p. 169-177. Davisson, M. T. & Robinson, K. E. (1965) Bending and Buckling of Partially Embedded Pile. In: 6th ICSMFE, Canada, Vol. 2, p. 243-246. Décourt, L. (1982) Prediction of the bearing capacity of piles based exclusively on values of SPT. In: EUROPEAN SYMPOSIUM OF PENETRATION TEST, Procedings… Amsterdam, v.1. p. 29-34. Fundação Instituto de Geotécnica do Município do Rio de Janeiro – GEO-RIO (2014a) Manual Técnico de Encostas. 2 ed. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 2 v. Fundação Instituto de Geotécnica do Município do Rio de Janeiro – GEO-RIO (2014b) Projeto Básico para Implantação de Elevado da Ciclovia na Avenida Niemeyer/RJ. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Rocha, M. (1976) Alguns problemas relativos à Mecânica das Rochas dos materiais de baixa resistência. Revista Geotecnia, SPG, Ano 6, Vol. 18. 25 p. Valeriano, C. M. et. al. (2012) Geologia e Recursos Minerais da Folha Baía de Guanabara SF-23-Z-B-IV, estado do Rio de Janeiro escala 1:100.000. CPRM, Belo Horizonte, MG, Brasil, 156p.