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A Experiência Brasileira na utilização do Ensaio de Integridade
através da Perfilagem Térmica
Felipe Vianna Amaral de Souza Cruz
Concremat Engenharia e Tecnologia S/A, Rio de Janeiro, Brasil, felipe.cruz@concremat.com.br
Gustavo Alves Tristão
Concremat Engenharia e Tecnologia S/A, São Paulo, Brasil, gustavo.tristao@concremat.com.br
Gina Beim
Pile Dynamics, Inc, Ohio, Estados Unidos, gbeim@pile.com
RESUMO: Este trabalho descreve a primeira realização no Brasil dos ensaios de integridade pelo
método da perfilagem térmica. Realizado no ano de 2013 na obra Vila dos Atletas, um
empreendimento para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, o ensaio apresentou
resultados bastante representativos para a análise da integridade da estaca, deslocamento da
armadura e alargamento da seção transversal, entre outras conclusões. As fundações da obra em
questão consistiam de estacas moldadas “in loco”. No entanto, os métodos de execução deste tipo
de estaca não se prestam a um monitoramento perfeito do processo construtivo, resultando em certa
probabilidade de defeitos acidentais. Em razão disso, a avaliação da integridade das estacas de
grande diâmetro é de extrema importância. Embora existam vários métodos pelos quais essa
avaliação é conduzida, nenhum é por si só suficiente para availar a totalidade do elemento de
fundação. A perfilagem térmica tem o potencial de preencher este vácuo, uma vez que, em um
único ensaio, oferece um quadro consideravelmente mais completo da qualidade da fundação do
que cada um dos demais ensaios de integridade ora no mercado..
As principais vantagens do Ensaio de Integridade por Perfilagem Térmica são a rapidez do
resultado, pois se consegue o resultado em um periodo de 24 a 48 horas, após a concretagem
(dependendo do diâmetro da esataca ensaiada) e o fato do ensaio conseguir mapear a integridade ao
longo de todo o comprimento e em toda seção da estaca (não somente entre a armadura). Com isso
concluímos que para estacas de grande diâmetro, onde outros ensaios de integridade normalmente
utilizados nem sempre resultam em resultados conclusivos, o ensaio que nos dará o melhor
respaldo sobre a integridade da estaca é o Ensaio de Integridade por Perfilagem Térmica.
PALAVRAS-CHAVE: Estaca, Ensaio de Integridade, Ensaio de Perfilagem Térmica, TIP, Controle
de Desempenho em Fundações.
1 INTRODUÇÃO
Este artigo introduz os ensaios de integridade
em estacas moldadas in loco (também chamadas
de estacas escavadas e estacões) pelo método de
Perfilagem Térmica, e apresenta um exemplo de
sua aplicação no Brasil. O método de
Perfilagem Térmica, ou TIP, do inglês Thermal
Integrity Profiling, permite avaliar o formato
destas estacas, e a existência de anomalias nas
mesmas, com base em medidas de temperatura
tomadas durante o processo de cura do
concreto.
As estacas moldadas in loco são
frequentemente projetadas para resistir a
grandes cargas de projeto. No entanto, os
métodos de execução deste tipo de estaca não se
prestam a um monitoramento perfeito do
processo construtivo, resultando em certa
probabilidade de defeitos acidentais. Em razão
disso, a avaliação da integridade das estacas
escavadas de grande diâmetro é de extrema
importância. Existem vários métodos pelos
quais essa avaliação é conduzida, porém
nenhum é por si só suficiente para availar a
totalidade do elemento de fundação. A
realização conjunta de múltiplos ensaios em
uma só estaca seria uma solução, mas na prática
não é um procedimento viável do ponto de vista
econômico (Mullins et al, 2013). Essas
considerações levaram à exploração de um
ensaio que pudesse fornecer um quadro mais
completo da qualidade da fundação: a
perfilagem térmica.
No Brasil, esse ensaio ainda está nos
estágios iniciais de divulgação, mas possui
potencial para ganhar mercado e se tornar uma
solução melhor, com um melhor custo/benefício
para verificação de integridade em fundações
profundas, do que os ensaios Cross Hole e
Gama-Gama, que descrevemos na seção
seguinte.
2 ENSAIOS DE INTEGRIDADE
Entre os métodos de ensaios de integridade de
estacas de concreto moldadas in loco pode-se
citar o Ensaio de Integridade de Baixa
Deformação (também conhecido como Ensaio
PIT), o Ensaio “Cross Hole” (CSL) e o Ensaio
Gama-Gama (GGL). Cada um desses métodos
possui pontos fortes, mas também limitações
(Mullins et al, 2012).
2.1 Ensaio de Integridade de Baixa
Deformação (PIT)
Os ensaios de integridade de baixa
deformação (PIT) são capazes de avaliar a seção
transversal em sua totalidade, mas o
comprimento do fuste, diametro da estaca
ensaiada e características do subsolo podem
prejudicar sua interpretação. Como o ensaio é
baseado em estimulos de baixa deformação, o
sinal perde intensidade ao longo do fuste,
possuindo limites de comprimento, dependendo
do tipo do solo, acima dos quais o seu resultado
nem sempre é satisfatório. Além disso, no caso
de defeitos múltiplos, o ensaio PIT
frequentemente detecta somente a primeira
descontinuidade da estaca, ou seja, aquela
situada mais próxima da superfície. Apesar de
suas limitações e a necessidade de uma análise
bastante criteriosa, o ensaio de integridade de
baixa deformação PIT ainda é um dos que
apresenta as melhores condições de
custos/benefícios para esse tipo de avaliação.
2.2 Ensaio de Integridade Cross Hole (CSL)
O ensaio Cross Hole requer que tubos de acesso
sejam instalados na estaca, geralmente
amarrados à armadura, e se baseia no tempo de
trajeto de pulsos sônicos entre um tubo de
acesso e outro (i.e., na velocidade da onda no
concreto). Velocidades de onda inferiores ao
valor esperado, assim como pulsos que chegam
ao receptor mais fracos do que o esperado,
indicam a suspeita de um concreto de
resistência insuficiente, ou de vazios. Vários
Departamentos de Estradas de Rodagem
americanos aceitam ou rejeitam estacas
moldadas in loco com base na velocidade de
onda verificada e intensidade do sinal recebido
pelo ensaio CSL. No entanto, esse ensaio
permite avaliar a qualidade do concreto somente
na região entre os tubos, ou seja, na região
interior à armadura. A contribuição do concreto
desta parte central à resistência aos esforços dos
momentos fletores é insignificante, quando
comparada à contribuição do concreto da parte
externa. O concreto que forma o vínculo entre a
armadura e o solo é de extrema importância
tanto do ponto de vista geotécnico como
estrutural. Apesar de suas limitações, nos
Estados Unidos este é o ensaio mais utilizado
na avaliação das estacas de grande diâmetro
moldadas in loco, porém no Brasil, o ensaio
CSL nunca chegou a ganhar muita
popularidade.
2.3 Ensaio de Integridade Gama-Gama
(GGL)
O ensaio Gama-Gama, de aplicação rara no
Brasil, também requer tubos de acesso, e utiliza
medições de raios gama para avaliar a
densidade do concreto na região circunvizinha
ao tubo de acesso, restringindo-se a um raio de
76 a 114 mm do centro do tubo (Caltrans, 2005
e 2010). No Estado da Califórnia, onde este
ensaio é bastante utilizado, as estacas moldadas
in loco são aceitas ou rejeitadas com base na
distribuição estatística das medições obtidas em
cada uma (quanto maior o desvio padrão, maior
a chance de rejeição). Este ensaio permite
avaliar parte da região exterior à armadura, mas
não a sua totalidade.
3 ENSAIO DE PERFILAGEM TÉMICA
(TIP)
3.1 Considerações Teóricas
A compreensão do processo de geração de calor
durante a cura do concreto permite prever a
distribuição teórica das temperaturas no interior
das estacas moldadas in loco com base em
princípios físicos, químicos e moleculares
relativos à geração de calor e sua difusão no
solo e ao perfil de temperatura característico de
uma estaca corretamente instalada (Mullins e
Ashmawy, 2005; Mullins e Kranc, 2007).
A quantidade de calor produzida, bem
como a taxa de produção do calor, são
diretamente relacionadas à composição do
concreto e à constituição química do cimento e
de seus aditivos. Já o processo de difusão do
calor no meio ambiente; é função
primordialmente da densidade do solo.
É possível estimar a distribuição da
temperatura teórica no interior de uma estaca de
concreto moldada in loco a partir das
considerações acima e do tipo de solo (conteúdo
mineralógico e densidade) revelado pelas
sondagens (Pauly, 2010). A variação da
temperatura teórica em função do tempo, por
sua vez, pode ser estimada com base nas teorias
termodinâmicas de produção e de dissipação de
calor.
De modo geral, a insuficiência de
concreto numa certa região (por exemplo,
bolhas, estrangulamento do fuste) faz com que
aquela região apresente-se relativamente fria; a
ocorrência de concreto em excesso
(protuberância) resulta em temperaturas
relativamente altas. As anomalias do concreto,
tanto no interior como no exterior da armadura,
afetam a temperatura não só na região do
defeito, mas em toda a seção transversal,
embora o efeito se torne progressivamente
menor ao se medir a temperatura em pontos
mais afastados do defeito (Mullins et al, 2012b).
Em condições perfeitas, a distribuição da
temperatura interna ao longo da seção
transversal de um fuste de formato cilíndrico é
aproximadamente normal (Figura 1).
10
20
30
40
50
60
70
80
90
-3 -2 -1 0 1 2 3
50
70
90
110
130
150
170
190
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10
T
e
m
p
e
ra
tu
ra
(C
)
Posição(m)
T
e
m
p
e
ra
tura
(F
)
Posição(ft)
Diâmetro daArmadura
Diâmetro daEscavação
MáximaTemperatura Medida
Mínima Temperatura Medida
Modelo da
Distribuição Lateral
deTemperaturas
Temperatura em
tubosdearmadura
perfeitamente
centrada
Tubo 6
Tubo 1
Figura 1. Distribuição teórica da temperatura ao longo da
seção transversal de uma estaca com 3,3 m de diâmetro.
3.2 Tipos de Ensaios
A perfilagem térmica de integridade utiliza
temperaturas medidas durante o processo de
cura de concreto. Estas temperaturas podem ser
obtidas por dois métodos distintos.
Em uma das modalidades do ensaio de
perfilagem térmica, uma sonda (Figura 2)
contendo quatro sensores térmicos (termopares
infravermelhos direcionados horizontalmente e
orientados a 0, 90, 180 e 270 graus) é inserida
em tubos de acesso semelhantes ao utilizados
nos ensaios CSL.
Figura 2. Sonda Térmica
Esse processo permite medir as
temperaturas na parede do tubo de acesso em
quatro direções, e ao longo de todo o
comprimento do fuste. O processo é repetido
para cada um dos tubos de acesso. Os dados são
coletados em tempo real e baixados a um
computador para análise durante o periodo de
pico de temperatura, que pode ser estimado
pelos diâmteros das estacas ensaiadas (Figura
3).
Figura 3. Tempo de coleta de dados.
Em uma segunda modalidade do ensaio
os tubos de acesso não são necessários. Uma
fiação contendo sensores térmicos digitais e
descartáveis (Thermal Wire(R)
cables, Cotton et
al, 2010) é acoplada à armadura (Figura 4).
Nesta segunda modalidade do ensaio a
aquisição de dados é feita automaticamente
durante o período de cura, iniciando-se logo
após a concretagem. Os dados coletados podem
ser baixados para um computador a qualquer
momento que seja conveniente. Com esse tipo
de instrumentação é muito importante que as
informações sobre a armadura e clipagem das
mesmas sejam o mais assertivas possíveis, pois
as fiações são fabricadas especificamente para o
ensaio.
Figura 4. Fiação térmica acoplada a armadura
4 RESULTADOS
4.1 Avaliação do Alinhamento da Armadura
A variação da temperatura medida em cada um
dos pontos de medição (tubo de acesso ou
elemento da fiação térmica, ambos localizados
na armadura) é afetada tanto pela excentricidade
da armadura como pelo recobrimento de
concreto. Com base na distribuição teórica
ilustrada na Figura 1, para uma armadura
perfeitamente centralizada, a temperatura em
todos os pontos de medida deveria ser idêntica.
Uma armadura ligeiramente excêntrica, mais
próxima a uma das paredes da escavação,
exibirá temperaturas mais baixas nos pontos de
medição próximos à interface com o solo, e
temperaturas mais altas nos tubos ou fiações
mais próximas ao centro da estaca. Há várias
razões pelas quais as armaduras se desviam do
alinhamento central, incluindo escavação
excessiva, falta ou quebra de espaçadores e
desalinhamento da gaiola de armadura. Por esse
motivo, uma estaca moldada in loco, mesmo
que perfeitamente cilíndrica, pode exibir
temperaturas não uniformes nos pontos de
medição. A comparação entre a temperatura
mais alta e a mais baixa – diametralmente
opostas – com a temperatura média a uma dada
profundidade torna possível diferenciar a falta
de alinhamento da gaiola de uma variação de
seção transversal. Além disso, é possível se
determinar a magnitude da falta de alinhamento,
bem como o cobrimento de concreto,
utilizando-se a parte linear da curva de
temperatura teórica e as temperaturas medidas
em campo. O alinhamento da gaiola da
armadura ao longo do fuste pode ser avaliado
comparando-se as temperaturas medidas em
tubos de acesso diametralmente opostos e
observando-se a diferença entre as várias
medidas e a média dentre as mesmas.
4.2 Avaliação do Fuste
Os relatórios de controle da concretagem são
mecanismos-chave para a identificação de
condições atípicas. A comparação da variação
do nível do concreto no poço de escavação com
o volume de concreto lançado por cada
caminhão betoneira permite o cálculo do
diâmetro efetivo médio, e constitui o nível mais
básico de inspeção. O diâmetro efetivo leva a
uma estimativa básica do perfil do fuste e é
comparado com o de projeto. Nos Estados
Unidos, essa informação é frequentemente
utilizada na decisão de se realizarem ensaios de
integridade. No entanto, para estacas pequenas,
nas quais apenas um ou dois caminhões
betoneiras são utilizados, não é possível se
obter uma boa visualização do formato do fuste.
O ensaio TIP permite uma availação mais
sofisticada do que esta simples observação em
campo. Em uma estaca perfeitamente cilíndrica,
a curva de temperaturas (médias dentre todos os
pontos numa mesma cota) medidas versus
profundidade é perfeitamente vertical, com
excessão das regiões junto ao topo e pé da
estaca, onde há transferência de calor com o ar
ou o solo (o método TIP permite levar em conta
este fenômeno). Nos casos reais, as curvas de
temperatura média medida pelo método de
perfilagem térmica ao longo da profundidade
nunca é perfeitamente vertical, e por isto pode
ser usada para representar o formato do fuste.
Ao ser plotada conjuntamente com o diâmetro
médio teórico obtido das observações em
campo, a curva de temperatura permite
estabelecer uma relação entre temperatura
média medida e diâmetro efetivo em cada cota.
Desta forma estabelece-se com bastante
confiança o formato do fuste.
5 EXPERIÊNCIA BRASILEIRA –
ESTUDO DE CASO
A construção da Vila dos Atletas, com
capacidade para receber 18 mil esportistas e
treinadores que participarão dos Jogos
Olímpicos do Rio, em 2016, foi a primeira obra
no Brasil a utilizar essa inovação tecnológica
para a verificação da integridade de estacas
moldadas “in loco”. A estaca ensaiada era do
tipo escavada, possuía 1,10 m de diâmetro e
39,0 metros de comprimento, características
perfeitas para optarmos pelo Ensaio TIP.
A instrumentação foi incorporada junto
à armação da estaca por meio de quatro fios
térmicos (Fig. 5). A estaca foi totalmente
armada ao longo do seu comprimento, sendo a
armadura dividida em três gaiolas (11 m + 11 m
+ 18 m). A instrumentação foi fixada na
primeira gaiola ainda no solo (Fig. 6) e foi
estimado um comprimento restante de espera da
fiação térmica para instrumentar a segunda
gaiola de 11 metros, assim que a mesma fosse
clipada a primeira armadura (Fig. 7).
Figura 5 – Fiação Térmica posicionada na armadura
Figura 6 – Fixação da instrumentação na armadura
Durante a colocação da segunda parte da
armadura, os fios térmicos foram inseridos com
a gaiola na vertical, conforme sua introdução na
estaca. A terceira armadura foi instrumentada
no terreno e conectada aos fios térmicos
restantes no momento da clipagem.
Figura 7 – Clipagem das armaduras instrumentadas
Após a instrumentação ter sido
finalizada, os coletores térmicos (TAP, do
inglês Thermal Acquisition Port) foram testados
e a concretagem liberada para ser iniciada
(Fig.8). Na concretagem foram utilizados cinco
caminhões betoneira com 8,0 m³ de concreto,
cada.
No dia seguinte após 23 horas do início
da concretagem, foram retirados os coletores de
temperatura e iniciou-se a análise do ensaio no
escritório.
Os resultados mostraram uma estaca
uniforme ao longo do comprimento e íntegra
com alguns pontos de alargamento. O diâmetro
médio da estaca em todas as profundidades foi
superior ao diâmetro nominal de 1,10 m,
especificado no projeto (Fig. 9).
Figura 8 – Fixação dos coletores (TAP) para registro
Salienta-se que os primeiros 3 metros da
imagem são referentes a sensores térmicos que
encontram-se para fora do terreno.
Considerando o diâmetro da gaiola de 95 cm, os
dados indicaram uma cobertura de concreto de 6
a 14 cm ao longo do comprimento da estaca
(Fig. 10).
Figura 9: Imagem 3D representando o alargamento
ocorrido ao longo do fuste da estaca
A Figura 10 mostra as temperaturas
medidas ao longo do fuste da estaca. Cada um
dos traços 1 a 4 corresponde a uma fiação
térmica, estando ainda representada a curva
média (indicada por Avg. na Fig 10).
Figura 10: Representação gráfica de medidas de
temperatura versus profundidade.
Os quatro registros comportaram-se
aproximadamente de maneira semelhante, não
apresentando um desvio significativo de um
alinhamento vertical. Este resultado mostra
uma estaca em boas condições, sem nenhum
dano ou anomalia. No entanto, a armadura não
se encontra perfeitamente alinhada em todo seu
comprimento, principalmente nos
comprimentos de 3 a 12 m e de 22 a 39 m. As
temperaturas não idênticas em cada um dos
quatro pontos de medição indicam que a
armadura apresenta-se algum desalinhamento.
O deslocamento mais significativo da
armadura ocorreu na profundidade de 32,61 m,
onde o fio térmico 4 apresentou uma
temperatura mais elevada porque encontra-se
mais próximo ao centro da estaca e o fio 2
(diametralmente oposto) encontra-se mais
próximo a interface solo-estaca devido à sua
baixa temperatura (Fig. 13).
A Figura 11 mostra o alargamento da
estaca provavelmente devido à oscilação da
perfuratriz ou escavação excessiva nos
primeiros 3 metros. A Figura 12 mostra a gaiola
totalmente centralizada na seção da estaca.
Figura 11 – Posição da gaiola no comprimento 0,3 m
Figura 12 – Posição da gaiola no comprimento 21,6 m
Figura 13 – Deslocamento da gaiola no comprimento
32,61 m
OBS: Linha vermelha - Ilustração da gaiola; Linha verde
- Ilustração da estaca projetada; Linha preta - Ilustração
da estaca executada
6 CONCLUSÕES
A execução de ensaios de integridade por vários
métodos em uma mesma estaca, quando viável,
geralmente resulta em uma boa avaliação da
qualidade da fundação. Quando realizados
individualmente, no entanto, cada um dos
ensaios ora em uso corrente pode vir a deixar
alguma incerteza. O esaio pelo método CSL
não examina a região exterior à gaiola da
armadura; o Gama-Gama cobre
aproximadamente 10% dessa importante região,
onde geralmente ocorrem as anomalias, e o
método PIT, embora realiza uma análise total da
seção transversal do fuste, apresenta restrições
quanto à profundidade. O método de perfilagem
térmica (TIP) permite examinar 100% da área
da seção transversal ao longo de todo o
comprimento, além de avaliar a geometria do
fuste, o posicionamento da gaiola da armadura e
o recobrimento de concreto. Uma importante
vantagem do ensaio TIP é a possibilidade de
obtenção de resultados mais rápidos do que
através de outros métodos (durante, e não após,
o período de cura).
A interpretação da maior parte dos
resultados obtidos com a perfilagem térmica é
relativamente simples. As cotas do fundo e do
topo da estaca, o alinhamento da armadura e as
variações significativas da seção transversal são
estimadas a partir da observação das
temperaturas medidas. A comparação
quantitativa dos relatórios de construção e de
concretagem com as temperaturas medidas por
meio de perfilagem térmica permite estimar a
geometria do fuste e a posição da armadura com
maior precisão.
O primeiro ensaio de perfilagem térmica
(TIP) realizado no Brasil demonstra todos os
benefícios que este pode trazer as grandes obras
que estão ocorrendo no país, em estacas de
grandes diâmetros e comprimentos, nas quais o
PIT possui suas restrições e os outros métodos
não identificam as ocorrencias na região externa
à armadura.
Ressalta-se ainda que o ensaio de
perfilagem térmica (TIP) pode ser utilizado para
verificar a integridade e forma de outras
estruturas de concreto, como por exemplo, lajes,
paredes diafragma, micro estacas e colunas de
“’jet grouting”, desde que sua geometria seja
adaptada para esse tipo de analise. Ao
considerar-se a introdução desta tecnologia ao
mercado brasileiro, deve-se evidentemente levar
em conta o preço de execução de cada um dos
ensaios existentes. Recomendamos também
uma detalhada comparação entre os dois
métodos de ensaios de perfilagem térmica ora
oferecidos no mercado, uma vez que as
vantagens e desvantagens da fiação térmica
versus o método sonda não foram discutidas em
detalhe neste trabalho. A única desvantagem da
utilização desse ensaio no Brasil seria seu
elevado preço de venda, pelo menos
considerando a utilização da fiação térmica,
pois a mesma precisaria ser exportada e essa
exportação eleva o custo do ensaio, por outro
lado, com a utilização da sonda térmica
poderíamos utilizar o memso modelo já
utilizado nos ensaios de Cross Hole (CSL).
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao Consórcio Ilha Pura, por ter
nos ofericido a oportinidade de realizarmos essa
inovação para ensaios de integridade aqui no
Brasil.
A Área de Negócios de Inspeções e
Laboratórios (ANIL) das empresas Concremat,
por ter investido nesse projeto.
A empresa Pile Dynamics, Inc. por ter nos
oferecido todo apoio e suporte técnico para
aprendizado e desenvolvimento das analises.
REFERÊNCIAS
Caltrans (2005). Method of ascertaining the homogeneity
of concrete in cast-in-drilled hole (CIDH) piles using
the gamma-gamma test method, California
Department of Transportation Specifications,
California Test 233.
Caltrans (2010). Gamma-gamma logging (GGL).
www.dot.ca.gov/hq/esc/geotech/ft/gamma.htm
Cotton, D., Ference, M., Piscsalko, G., and Rausche, F.
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and Using the Sam, US Patent 8,382,369.
Mullins, G.(2010). Thermal Integrity Profiling of Drilled
Shafts. DFI Journal, Vol. 4 No. 2
Mullins, G. e Ashmawy, A., (2005). Factors affecting
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FDOT Project BC353-19.
Mullins, G., Beim, G, Likins, G. E., Beim, J.W.(2012).
Avaliação da Integridade de Fundações Moldadas in
Loco Pelo Método de Perfilagem Térmica, Seminário
de Engenharia de Fundações Especiais e Geotecnia:
São Paulo, Brasil.
Mullins, G. e Kranc, S. C.(2004)_. Method for testing the
integrity of concrete shafts,US Patent 6,783,273.
Mullins, G., Likins, G. E., Beim, G, (2012). Método de
Perfilagem Térmica para Avaliação da Integridade de
Fundações Moldadas In Loco. Cobramseg 2012; XVI
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Piscsalko, G.(2012). New Non Destructive Testing
Method for Drilled Shafts and ACIP Piles,
Proceedings, 37th Annual Conference on Deep
Foundations, Deep Foundations Institute, Houston,
Texas.
Pauly, N. (2010). Thermal conductivity of soils from the
analysis of boring logs, Master’s Thesis, University of
South Florida Department of Civil and Environmental
Engineering, Tampa, Florida.

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  • 1. A Experiência Brasileira na utilização do Ensaio de Integridade através da Perfilagem Térmica Felipe Vianna Amaral de Souza Cruz Concremat Engenharia e Tecnologia S/A, Rio de Janeiro, Brasil, felipe.cruz@concremat.com.br Gustavo Alves Tristão Concremat Engenharia e Tecnologia S/A, São Paulo, Brasil, gustavo.tristao@concremat.com.br Gina Beim Pile Dynamics, Inc, Ohio, Estados Unidos, gbeim@pile.com RESUMO: Este trabalho descreve a primeira realização no Brasil dos ensaios de integridade pelo método da perfilagem térmica. Realizado no ano de 2013 na obra Vila dos Atletas, um empreendimento para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, o ensaio apresentou resultados bastante representativos para a análise da integridade da estaca, deslocamento da armadura e alargamento da seção transversal, entre outras conclusões. As fundações da obra em questão consistiam de estacas moldadas “in loco”. No entanto, os métodos de execução deste tipo de estaca não se prestam a um monitoramento perfeito do processo construtivo, resultando em certa probabilidade de defeitos acidentais. Em razão disso, a avaliação da integridade das estacas de grande diâmetro é de extrema importância. Embora existam vários métodos pelos quais essa avaliação é conduzida, nenhum é por si só suficiente para availar a totalidade do elemento de fundação. A perfilagem térmica tem o potencial de preencher este vácuo, uma vez que, em um único ensaio, oferece um quadro consideravelmente mais completo da qualidade da fundação do que cada um dos demais ensaios de integridade ora no mercado.. As principais vantagens do Ensaio de Integridade por Perfilagem Térmica são a rapidez do resultado, pois se consegue o resultado em um periodo de 24 a 48 horas, após a concretagem (dependendo do diâmetro da esataca ensaiada) e o fato do ensaio conseguir mapear a integridade ao longo de todo o comprimento e em toda seção da estaca (não somente entre a armadura). Com isso concluímos que para estacas de grande diâmetro, onde outros ensaios de integridade normalmente utilizados nem sempre resultam em resultados conclusivos, o ensaio que nos dará o melhor respaldo sobre a integridade da estaca é o Ensaio de Integridade por Perfilagem Térmica. PALAVRAS-CHAVE: Estaca, Ensaio de Integridade, Ensaio de Perfilagem Térmica, TIP, Controle de Desempenho em Fundações. 1 INTRODUÇÃO Este artigo introduz os ensaios de integridade em estacas moldadas in loco (também chamadas de estacas escavadas e estacões) pelo método de Perfilagem Térmica, e apresenta um exemplo de sua aplicação no Brasil. O método de Perfilagem Térmica, ou TIP, do inglês Thermal Integrity Profiling, permite avaliar o formato destas estacas, e a existência de anomalias nas mesmas, com base em medidas de temperatura tomadas durante o processo de cura do concreto. As estacas moldadas in loco são frequentemente projetadas para resistir a grandes cargas de projeto. No entanto, os métodos de execução deste tipo de estaca não se prestam a um monitoramento perfeito do processo construtivo, resultando em certa probabilidade de defeitos acidentais. Em razão disso, a avaliação da integridade das estacas escavadas de grande diâmetro é de extrema
  • 2. importância. Existem vários métodos pelos quais essa avaliação é conduzida, porém nenhum é por si só suficiente para availar a totalidade do elemento de fundação. A realização conjunta de múltiplos ensaios em uma só estaca seria uma solução, mas na prática não é um procedimento viável do ponto de vista econômico (Mullins et al, 2013). Essas considerações levaram à exploração de um ensaio que pudesse fornecer um quadro mais completo da qualidade da fundação: a perfilagem térmica. No Brasil, esse ensaio ainda está nos estágios iniciais de divulgação, mas possui potencial para ganhar mercado e se tornar uma solução melhor, com um melhor custo/benefício para verificação de integridade em fundações profundas, do que os ensaios Cross Hole e Gama-Gama, que descrevemos na seção seguinte. 2 ENSAIOS DE INTEGRIDADE Entre os métodos de ensaios de integridade de estacas de concreto moldadas in loco pode-se citar o Ensaio de Integridade de Baixa Deformação (também conhecido como Ensaio PIT), o Ensaio “Cross Hole” (CSL) e o Ensaio Gama-Gama (GGL). Cada um desses métodos possui pontos fortes, mas também limitações (Mullins et al, 2012). 2.1 Ensaio de Integridade de Baixa Deformação (PIT) Os ensaios de integridade de baixa deformação (PIT) são capazes de avaliar a seção transversal em sua totalidade, mas o comprimento do fuste, diametro da estaca ensaiada e características do subsolo podem prejudicar sua interpretação. Como o ensaio é baseado em estimulos de baixa deformação, o sinal perde intensidade ao longo do fuste, possuindo limites de comprimento, dependendo do tipo do solo, acima dos quais o seu resultado nem sempre é satisfatório. Além disso, no caso de defeitos múltiplos, o ensaio PIT frequentemente detecta somente a primeira descontinuidade da estaca, ou seja, aquela situada mais próxima da superfície. Apesar de suas limitações e a necessidade de uma análise bastante criteriosa, o ensaio de integridade de baixa deformação PIT ainda é um dos que apresenta as melhores condições de custos/benefícios para esse tipo de avaliação. 2.2 Ensaio de Integridade Cross Hole (CSL) O ensaio Cross Hole requer que tubos de acesso sejam instalados na estaca, geralmente amarrados à armadura, e se baseia no tempo de trajeto de pulsos sônicos entre um tubo de acesso e outro (i.e., na velocidade da onda no concreto). Velocidades de onda inferiores ao valor esperado, assim como pulsos que chegam ao receptor mais fracos do que o esperado, indicam a suspeita de um concreto de resistência insuficiente, ou de vazios. Vários Departamentos de Estradas de Rodagem americanos aceitam ou rejeitam estacas moldadas in loco com base na velocidade de onda verificada e intensidade do sinal recebido pelo ensaio CSL. No entanto, esse ensaio permite avaliar a qualidade do concreto somente na região entre os tubos, ou seja, na região interior à armadura. A contribuição do concreto desta parte central à resistência aos esforços dos momentos fletores é insignificante, quando comparada à contribuição do concreto da parte externa. O concreto que forma o vínculo entre a armadura e o solo é de extrema importância tanto do ponto de vista geotécnico como estrutural. Apesar de suas limitações, nos Estados Unidos este é o ensaio mais utilizado na avaliação das estacas de grande diâmetro moldadas in loco, porém no Brasil, o ensaio CSL nunca chegou a ganhar muita popularidade. 2.3 Ensaio de Integridade Gama-Gama (GGL) O ensaio Gama-Gama, de aplicação rara no Brasil, também requer tubos de acesso, e utiliza medições de raios gama para avaliar a densidade do concreto na região circunvizinha ao tubo de acesso, restringindo-se a um raio de
  • 3. 76 a 114 mm do centro do tubo (Caltrans, 2005 e 2010). No Estado da Califórnia, onde este ensaio é bastante utilizado, as estacas moldadas in loco são aceitas ou rejeitadas com base na distribuição estatística das medições obtidas em cada uma (quanto maior o desvio padrão, maior a chance de rejeição). Este ensaio permite avaliar parte da região exterior à armadura, mas não a sua totalidade. 3 ENSAIO DE PERFILAGEM TÉMICA (TIP) 3.1 Considerações Teóricas A compreensão do processo de geração de calor durante a cura do concreto permite prever a distribuição teórica das temperaturas no interior das estacas moldadas in loco com base em princípios físicos, químicos e moleculares relativos à geração de calor e sua difusão no solo e ao perfil de temperatura característico de uma estaca corretamente instalada (Mullins e Ashmawy, 2005; Mullins e Kranc, 2007). A quantidade de calor produzida, bem como a taxa de produção do calor, são diretamente relacionadas à composição do concreto e à constituição química do cimento e de seus aditivos. Já o processo de difusão do calor no meio ambiente; é função primordialmente da densidade do solo. É possível estimar a distribuição da temperatura teórica no interior de uma estaca de concreto moldada in loco a partir das considerações acima e do tipo de solo (conteúdo mineralógico e densidade) revelado pelas sondagens (Pauly, 2010). A variação da temperatura teórica em função do tempo, por sua vez, pode ser estimada com base nas teorias termodinâmicas de produção e de dissipação de calor. De modo geral, a insuficiência de concreto numa certa região (por exemplo, bolhas, estrangulamento do fuste) faz com que aquela região apresente-se relativamente fria; a ocorrência de concreto em excesso (protuberância) resulta em temperaturas relativamente altas. As anomalias do concreto, tanto no interior como no exterior da armadura, afetam a temperatura não só na região do defeito, mas em toda a seção transversal, embora o efeito se torne progressivamente menor ao se medir a temperatura em pontos mais afastados do defeito (Mullins et al, 2012b). Em condições perfeitas, a distribuição da temperatura interna ao longo da seção transversal de um fuste de formato cilíndrico é aproximadamente normal (Figura 1). 10 20 30 40 50 60 70 80 90 -3 -2 -1 0 1 2 3 50 70 90 110 130 150 170 190 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 T e m p e ra tu ra (C ) Posição(m) T e m p e ra tura (F ) Posição(ft) Diâmetro daArmadura Diâmetro daEscavação MáximaTemperatura Medida Mínima Temperatura Medida Modelo da Distribuição Lateral deTemperaturas Temperatura em tubosdearmadura perfeitamente centrada Tubo 6 Tubo 1 Figura 1. Distribuição teórica da temperatura ao longo da seção transversal de uma estaca com 3,3 m de diâmetro. 3.2 Tipos de Ensaios A perfilagem térmica de integridade utiliza temperaturas medidas durante o processo de cura de concreto. Estas temperaturas podem ser obtidas por dois métodos distintos. Em uma das modalidades do ensaio de perfilagem térmica, uma sonda (Figura 2) contendo quatro sensores térmicos (termopares infravermelhos direcionados horizontalmente e orientados a 0, 90, 180 e 270 graus) é inserida em tubos de acesso semelhantes ao utilizados nos ensaios CSL. Figura 2. Sonda Térmica Esse processo permite medir as temperaturas na parede do tubo de acesso em quatro direções, e ao longo de todo o comprimento do fuste. O processo é repetido para cada um dos tubos de acesso. Os dados são
  • 4. coletados em tempo real e baixados a um computador para análise durante o periodo de pico de temperatura, que pode ser estimado pelos diâmteros das estacas ensaiadas (Figura 3). Figura 3. Tempo de coleta de dados. Em uma segunda modalidade do ensaio os tubos de acesso não são necessários. Uma fiação contendo sensores térmicos digitais e descartáveis (Thermal Wire(R) cables, Cotton et al, 2010) é acoplada à armadura (Figura 4). Nesta segunda modalidade do ensaio a aquisição de dados é feita automaticamente durante o período de cura, iniciando-se logo após a concretagem. Os dados coletados podem ser baixados para um computador a qualquer momento que seja conveniente. Com esse tipo de instrumentação é muito importante que as informações sobre a armadura e clipagem das mesmas sejam o mais assertivas possíveis, pois as fiações são fabricadas especificamente para o ensaio. Figura 4. Fiação térmica acoplada a armadura 4 RESULTADOS 4.1 Avaliação do Alinhamento da Armadura A variação da temperatura medida em cada um dos pontos de medição (tubo de acesso ou elemento da fiação térmica, ambos localizados na armadura) é afetada tanto pela excentricidade da armadura como pelo recobrimento de concreto. Com base na distribuição teórica ilustrada na Figura 1, para uma armadura perfeitamente centralizada, a temperatura em todos os pontos de medida deveria ser idêntica. Uma armadura ligeiramente excêntrica, mais próxima a uma das paredes da escavação, exibirá temperaturas mais baixas nos pontos de medição próximos à interface com o solo, e temperaturas mais altas nos tubos ou fiações mais próximas ao centro da estaca. Há várias razões pelas quais as armaduras se desviam do alinhamento central, incluindo escavação excessiva, falta ou quebra de espaçadores e desalinhamento da gaiola de armadura. Por esse motivo, uma estaca moldada in loco, mesmo que perfeitamente cilíndrica, pode exibir temperaturas não uniformes nos pontos de medição. A comparação entre a temperatura mais alta e a mais baixa – diametralmente opostas – com a temperatura média a uma dada profundidade torna possível diferenciar a falta de alinhamento da gaiola de uma variação de seção transversal. Além disso, é possível se determinar a magnitude da falta de alinhamento, bem como o cobrimento de concreto, utilizando-se a parte linear da curva de temperatura teórica e as temperaturas medidas em campo. O alinhamento da gaiola da armadura ao longo do fuste pode ser avaliado comparando-se as temperaturas medidas em tubos de acesso diametralmente opostos e observando-se a diferença entre as várias medidas e a média dentre as mesmas.
  • 5. 4.2 Avaliação do Fuste Os relatórios de controle da concretagem são mecanismos-chave para a identificação de condições atípicas. A comparação da variação do nível do concreto no poço de escavação com o volume de concreto lançado por cada caminhão betoneira permite o cálculo do diâmetro efetivo médio, e constitui o nível mais básico de inspeção. O diâmetro efetivo leva a uma estimativa básica do perfil do fuste e é comparado com o de projeto. Nos Estados Unidos, essa informação é frequentemente utilizada na decisão de se realizarem ensaios de integridade. No entanto, para estacas pequenas, nas quais apenas um ou dois caminhões betoneiras são utilizados, não é possível se obter uma boa visualização do formato do fuste. O ensaio TIP permite uma availação mais sofisticada do que esta simples observação em campo. Em uma estaca perfeitamente cilíndrica, a curva de temperaturas (médias dentre todos os pontos numa mesma cota) medidas versus profundidade é perfeitamente vertical, com excessão das regiões junto ao topo e pé da estaca, onde há transferência de calor com o ar ou o solo (o método TIP permite levar em conta este fenômeno). Nos casos reais, as curvas de temperatura média medida pelo método de perfilagem térmica ao longo da profundidade nunca é perfeitamente vertical, e por isto pode ser usada para representar o formato do fuste. Ao ser plotada conjuntamente com o diâmetro médio teórico obtido das observações em campo, a curva de temperatura permite estabelecer uma relação entre temperatura média medida e diâmetro efetivo em cada cota. Desta forma estabelece-se com bastante confiança o formato do fuste. 5 EXPERIÊNCIA BRASILEIRA – ESTUDO DE CASO A construção da Vila dos Atletas, com capacidade para receber 18 mil esportistas e treinadores que participarão dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, foi a primeira obra no Brasil a utilizar essa inovação tecnológica para a verificação da integridade de estacas moldadas “in loco”. A estaca ensaiada era do tipo escavada, possuía 1,10 m de diâmetro e 39,0 metros de comprimento, características perfeitas para optarmos pelo Ensaio TIP. A instrumentação foi incorporada junto à armação da estaca por meio de quatro fios térmicos (Fig. 5). A estaca foi totalmente armada ao longo do seu comprimento, sendo a armadura dividida em três gaiolas (11 m + 11 m + 18 m). A instrumentação foi fixada na primeira gaiola ainda no solo (Fig. 6) e foi estimado um comprimento restante de espera da fiação térmica para instrumentar a segunda gaiola de 11 metros, assim que a mesma fosse clipada a primeira armadura (Fig. 7). Figura 5 – Fiação Térmica posicionada na armadura Figura 6 – Fixação da instrumentação na armadura Durante a colocação da segunda parte da armadura, os fios térmicos foram inseridos com a gaiola na vertical, conforme sua introdução na estaca. A terceira armadura foi instrumentada no terreno e conectada aos fios térmicos restantes no momento da clipagem.
  • 6. Figura 7 – Clipagem das armaduras instrumentadas Após a instrumentação ter sido finalizada, os coletores térmicos (TAP, do inglês Thermal Acquisition Port) foram testados e a concretagem liberada para ser iniciada (Fig.8). Na concretagem foram utilizados cinco caminhões betoneira com 8,0 m³ de concreto, cada. No dia seguinte após 23 horas do início da concretagem, foram retirados os coletores de temperatura e iniciou-se a análise do ensaio no escritório. Os resultados mostraram uma estaca uniforme ao longo do comprimento e íntegra com alguns pontos de alargamento. O diâmetro médio da estaca em todas as profundidades foi superior ao diâmetro nominal de 1,10 m, especificado no projeto (Fig. 9). Figura 8 – Fixação dos coletores (TAP) para registro Salienta-se que os primeiros 3 metros da imagem são referentes a sensores térmicos que encontram-se para fora do terreno. Considerando o diâmetro da gaiola de 95 cm, os dados indicaram uma cobertura de concreto de 6 a 14 cm ao longo do comprimento da estaca (Fig. 10). Figura 9: Imagem 3D representando o alargamento ocorrido ao longo do fuste da estaca A Figura 10 mostra as temperaturas medidas ao longo do fuste da estaca. Cada um dos traços 1 a 4 corresponde a uma fiação térmica, estando ainda representada a curva média (indicada por Avg. na Fig 10). Figura 10: Representação gráfica de medidas de temperatura versus profundidade. Os quatro registros comportaram-se aproximadamente de maneira semelhante, não apresentando um desvio significativo de um alinhamento vertical. Este resultado mostra uma estaca em boas condições, sem nenhum dano ou anomalia. No entanto, a armadura não se encontra perfeitamente alinhada em todo seu comprimento, principalmente nos comprimentos de 3 a 12 m e de 22 a 39 m. As temperaturas não idênticas em cada um dos quatro pontos de medição indicam que a armadura apresenta-se algum desalinhamento.
  • 7. O deslocamento mais significativo da armadura ocorreu na profundidade de 32,61 m, onde o fio térmico 4 apresentou uma temperatura mais elevada porque encontra-se mais próximo ao centro da estaca e o fio 2 (diametralmente oposto) encontra-se mais próximo a interface solo-estaca devido à sua baixa temperatura (Fig. 13). A Figura 11 mostra o alargamento da estaca provavelmente devido à oscilação da perfuratriz ou escavação excessiva nos primeiros 3 metros. A Figura 12 mostra a gaiola totalmente centralizada na seção da estaca. Figura 11 – Posição da gaiola no comprimento 0,3 m Figura 12 – Posição da gaiola no comprimento 21,6 m Figura 13 – Deslocamento da gaiola no comprimento 32,61 m OBS: Linha vermelha - Ilustração da gaiola; Linha verde - Ilustração da estaca projetada; Linha preta - Ilustração da estaca executada 6 CONCLUSÕES A execução de ensaios de integridade por vários métodos em uma mesma estaca, quando viável, geralmente resulta em uma boa avaliação da qualidade da fundação. Quando realizados individualmente, no entanto, cada um dos ensaios ora em uso corrente pode vir a deixar alguma incerteza. O esaio pelo método CSL não examina a região exterior à gaiola da armadura; o Gama-Gama cobre aproximadamente 10% dessa importante região, onde geralmente ocorrem as anomalias, e o método PIT, embora realiza uma análise total da seção transversal do fuste, apresenta restrições quanto à profundidade. O método de perfilagem térmica (TIP) permite examinar 100% da área da seção transversal ao longo de todo o comprimento, além de avaliar a geometria do fuste, o posicionamento da gaiola da armadura e o recobrimento de concreto. Uma importante vantagem do ensaio TIP é a possibilidade de obtenção de resultados mais rápidos do que através de outros métodos (durante, e não após, o período de cura). A interpretação da maior parte dos resultados obtidos com a perfilagem térmica é relativamente simples. As cotas do fundo e do topo da estaca, o alinhamento da armadura e as
  • 8. variações significativas da seção transversal são estimadas a partir da observação das temperaturas medidas. A comparação quantitativa dos relatórios de construção e de concretagem com as temperaturas medidas por meio de perfilagem térmica permite estimar a geometria do fuste e a posição da armadura com maior precisão. O primeiro ensaio de perfilagem térmica (TIP) realizado no Brasil demonstra todos os benefícios que este pode trazer as grandes obras que estão ocorrendo no país, em estacas de grandes diâmetros e comprimentos, nas quais o PIT possui suas restrições e os outros métodos não identificam as ocorrencias na região externa à armadura. Ressalta-se ainda que o ensaio de perfilagem térmica (TIP) pode ser utilizado para verificar a integridade e forma de outras estruturas de concreto, como por exemplo, lajes, paredes diafragma, micro estacas e colunas de “’jet grouting”, desde que sua geometria seja adaptada para esse tipo de analise. Ao considerar-se a introdução desta tecnologia ao mercado brasileiro, deve-se evidentemente levar em conta o preço de execução de cada um dos ensaios existentes. Recomendamos também uma detalhada comparação entre os dois métodos de ensaios de perfilagem térmica ora oferecidos no mercado, uma vez que as vantagens e desvantagens da fiação térmica versus o método sonda não foram discutidas em detalhe neste trabalho. A única desvantagem da utilização desse ensaio no Brasil seria seu elevado preço de venda, pelo menos considerando a utilização da fiação térmica, pois a mesma precisaria ser exportada e essa exportação eleva o custo do ensaio, por outro lado, com a utilização da sonda térmica poderíamos utilizar o memso modelo já utilizado nos ensaios de Cross Hole (CSL). AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Consórcio Ilha Pura, por ter nos ofericido a oportinidade de realizarmos essa inovação para ensaios de integridade aqui no Brasil. A Área de Negócios de Inspeções e Laboratórios (ANIL) das empresas Concremat, por ter investido nesse projeto. A empresa Pile Dynamics, Inc. por ter nos oferecido todo apoio e suporte técnico para aprendizado e desenvolvimento das analises. REFERÊNCIAS Caltrans (2005). Method of ascertaining the homogeneity of concrete in cast-in-drilled hole (CIDH) piles using the gamma-gamma test method, California Department of Transportation Specifications, California Test 233. Caltrans (2010). Gamma-gamma logging (GGL). www.dot.ca.gov/hq/esc/geotech/ft/gamma.htm Cotton, D., Ference, M., Piscsalko, G., and Rausche, F. (2010). Pile Sensing Device and Method of Making and Using the Sam, US Patent 8,382,369. Mullins, G.(2010). Thermal Integrity Profiling of Drilled Shafts. DFI Journal, Vol. 4 No. 2 Mullins, G. e Ashmawy, A., (2005). Factors affecting anomaly formation in drilled shafts. Final Report, FDOT Project BC353-19. Mullins, G., Beim, G, Likins, G. E., Beim, J.W.(2012). Avaliação da Integridade de Fundações Moldadas in Loco Pelo Método de Perfilagem Térmica, Seminário de Engenharia de Fundações Especiais e Geotecnia: São Paulo, Brasil. Mullins, G. e Kranc, S. C.(2004)_. Method for testing the integrity of concrete shafts,US Patent 6,783,273. Mullins, G., Likins, G. E., Beim, G, (2012). Método de Perfilagem Térmica para Avaliação da Integridade de Fundações Moldadas In Loco. Cobramseg 2012; XVI Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica: Pernambuco, Brasil. Piscsalko, G.(2012). New Non Destructive Testing Method for Drilled Shafts and ACIP Piles, Proceedings, 37th Annual Conference on Deep Foundations, Deep Foundations Institute, Houston, Texas. Pauly, N. (2010). Thermal conductivity of soils from the analysis of boring logs, Master’s Thesis, University of South Florida Department of Civil and Environmental Engineering, Tampa, Florida.