2. O que é Dissertação?
Dissertação é um texto que se caracteriza pela
exposição, defesa de uma idéia que será analisada e
discutida a partir de um ponto de vista. Para tal defesa
o autor do texto dissertativo trabalha com
argumentos, com fatos, com dados, os quais utiliza
para reforçar ou justificar o desenvolvimento de suas
idéias.
3. Organização
Introdução - onde você explicita o assunto a ser
discutido, com a apresentação de uma ideia ou de um
ponto de vista que pretende defender.
Desenvolvimento ou argumentação - em que irá
desenvolver seu ponto de vista. Para isso, deve
argumentar, fornecer dados, trabalhar exemplos, se
necessário.
4. Organização
Conclusão - em que dará um fecho coerente com
o desenvolvimento e com os argumentos
apresentados. Em geral, a conclusão é uma retomada
da ideia apresentada na introdução, agora com mais
ênfase, de forma mais conclusiva, onde não deve
aparecer nenhuma ideia nova, uma vez que você está
fechando o texto.
5. Organização
O texto dissertativo argumentativo destina-se ao
chamado "leitor universal", ou seja, a qualquer pessoa
que tenha acesso a ele. Devem ser textos abrangendo
conceitos amplos, genéricos, evitando particularizar
situações. As construções mais adequadas,
procurando evitar-se a 1ª pessoa do singular, seriam:
"Notamos que grande parte dos
brasileiros..."
"Observa-se que uma parcela da
população..."
6. Como fazer uma boa redação?
Verbos: os verbos devem estar em terceira pessoa,
ou seja, referindo-se a: ele, ela, eles, elas.
Linguagem: é formal, logo, obedece às normas
gramaticais. Dessa forma, empregos de expressões
coloquiais, ou seja, da oralidade e gírias estão
excluídas, tais como: tá boa, o bofe lá, tampá o sol
com a peneira, ninguém merece, isso está cheirando
mal, sem noção, camarada, etc.
7. Como fazer uma boa redação?
Palavras: devem ser usadas no seu sentido denotativo,
literal, ou melhor, no que consta no dicionário. Deixe o
sentido figurado para as poesias e outros tipos de textos.
Expressões: é comum lermos: eu acho, na minha
opinião, de acordo com que penso a esse respeito, em
redações dissertativas. No entanto, essas colocações são
redundantes, pois é um texto que mostra o ponto de vista
do autor em relação a um fato. Então, é redundante usar
tais expressões, mesmo porque deve-se manter a terceira
pessoa do discurso.
8. Como fazer uma boa redação?
Períodos: devem ser objetivos e claros. De preferência,
mais breves, pois períodos muito longos geram confusão.
Aproveite e verifique se a pontuação está correta: se o
ponto final está presente em cada ideia finalizada! Estará
errada se as orações estiverem emendadas por vírgulas,
ocasionando o período longo e confuso.
Estrutura: observe aqui a paragrafação, ou seja, a
divisão por parágrafos e também se há introdução,
desenvolvimento e uma boa conclusão. Muitas vezes, esta
última parte é esquecida!
9. Como fazer uma boa redação?
Por último observe se sua dissertação tem o
mínimo de 15 linhas escritas e o máximo de 35
(tamanho exigido na maioria dos processos seletivos,
principalmente no ENEM).
Se você seguir esses critérios básicos e suficientes da
dissertação, então, com certeza, terá uma ótima
avaliação!
10. Prática: textos de referência
É possível prevenir massacres como o da escola de Realengo?
Em abril de 2011, o Brasil ganhou destaque internacional devido a um
crime semelhante a outros já ocorridos mundo afora. O chamado
massacre de Realengo chocou o país, principalmente por vitimar
crianças dentro de um espaço de crescimento e proteção. Também
provocou discussões sobre as causas da atitude do atirador: genética,
religião, doenças mentais, bullying. Não faltaram opiniões sobre
medidas preventivas a tomar: proibição do porte de armas no país,
instalação de detector de metais nas escolas, criação de programas de
saúde pública para casos de distúrbios mentais. Passado o primeiro
impacto, no entanto, especialistas começam a atribuir o
comportamento do atirador a um conjunto de fatores (e não a apenas
um), o que também pediria um conjunto de soluções. Como você
avalia esse tipo de crime? Leia a coletânea e elabore uma dissertação
argumentativa em prosa, discutindo as causas de chacinas escolares e
possíveis medidas preventivas.
11. Prática :textos para referência
Tiros em Realengo
Wellington Menezes de Oliveira fez mais de 60 disparos com um revólver
calibre 38 contra os alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira. Durante o
ataque, anteontem (07 de abril), ele recarregou a arma nove vezes, diz a
polícia.
O atirador, que matou 12 estudantes, tinha ainda um revólver calibre 32 com o
qual efetuou poucos disparos. Segundo o delegado Felipe Ettore, da Divisão de
Homicídios, foram achadas 62 cápsulas de 38 na escola.
(...) Um primo e uma irmã adotiva do atirador disseram à polícia que a mãe
biológica dele sofria de esquizofrenia. Os policiais investigam ainda se o
assassino participava de uma seita religiosa.
O revólver 38 usado no ataque tinha a numeração raspada. O outro foi
roubado há mais de 15 anos. No mercado ilegal, um revólver é vendido por até
R$ 450.
[Folha de S. Paulo, 09 de abril de 2011, p. C3]
12. Prática : textos para referência
Um filósofo analisa o massacre de Realengo
[...] O mal não seria algo originário, mas efeito de condições anteriores. Há
uma vasta gama de possíveis causas para o crime. Mas não interessa aqui qual
explicação se dê. O que importa é que se deem explicações, talvez algumas
delas genéticas, mas que terão sido ativadas por razões de convívio (ou sua
falta) e por carência de tratamento especializado. Ou seja, o mal é produto de
algo que, em si, não é mal. Não haveria "o Mal", menos ainda o demônio. Há
problemas de ordem humana e que o homem, isto é, a sociedade, pode
resolver.
[...] Como pode alguém massacrar inocentes? Ora, há um grande exemplo
histórico nessa direção, que foi o nazismo. Muitos indagaram como a
Alemanha, país tão civilizado, fora capaz de matar 6 milhões de judeus, bem
como ciganos, em menor número, e eslavos, mais numerosos. Há explicações:
a humilhação do Tratado de Versalhes, imposto aos alemães (em 1919, após a
1.ª Guerra Mundial), um antissemitismo presente em várias camadas da
população, o autoritarismo prussiano. Mas não bastam
13. Prática:textos para referência
Outras culturas tiveram elementos comparáveis, separados ou
reunidos, e nem por isso realizaram holocaustos. Daí que vários
estudiosos digam que, em última análise, a análise não
consegue explicar o horror. As causas e razões apontadas ficam
muito aquém do sofrimento gerado. Daí que se possa e se deva
contar o que aconteceu, mas sem jamais entender como tanto
mal pôde ser feito pelo homem - ou tolerado por Deus, se Ele
existe. Se o horror é inexplicável, que seja, então, narrado: que,
pelo menos, não se torne inenarrável. E sabemos que contar o
horror pode aumentá-lo, mas também pode aliviá-lo.
[Renato Janine Ribeiro, professor de Ética e Filosofia
Política da USP, em O Estado de S. Paulo, 10 de abril de 2011
(texto adaptado )]
14. Prática: elaboração textual
Com base nos textos lidos e nos seus
conhecimentos desenvolvidos na escola, elabore um
texto dissertativo com o tema : “É possível prevenir
massacres como o da escola de Realengo?”
Seu texto deve ser redigido conforme a norma
padrão da língua portuguesa e conter de 20 a 30
linhas. Suas ideias devem propor uma solução ao
problema que respeite os direitos humanos.
15. Prática
Escrever habilmente requer competências e
habilidades que são adquiridas com a prática
constante. Boas ideias sem boas exposições não são
aproveitáveis. Nós somos o que comemos. Qual a sua
alimentação intelectual?
Quais seus autores preferidos?
Como você gasta seu tempo?
Os sonhos do presente podem ser o futuro
concretizado. No entanto, as práticas devem
acompanhar qualquer manifestação onírica.
16. Boa redação!
“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para
a vitória é o desejo de vencer.” ( Mahatma Gandhi)