O documento discute distúrbios do sistema gastrointestinal superior, incluindo doença do refluxo gastroesofágico, úlceras pépticas, câncer de estômago e síndrome de dumping. Ele destaca a importância da nutrição clínica nesses distúrbios, como dietas para prevenir e tratar desnutrição, controlar sintomas e melhorar resultados cirúrgicos.
2. Desordens digestivas
• Problema comum; mais de 48 milhões de
consultas ambulatoriais por ano
• Os hábitos alimentares e a nutrição
desempenham papéis essenciais na
prevenção e no tratamento de doenças do
trato gastrintestinal (GI)
• A TNM é necessária para prevenir e tratar
a desnutrição associada às doenças do
trato GI.
3. Esôfago
• Canal da boca ao estômago
o Esfíncter esofágico superior
o Esfíncter esofágico inferior
Conferir Figura 26.1.
4. Doença do refluxo
gastroesofágico (DRGE)
• Definida como sintomas de azia
• Resulta no refluxo do conteúdo gástrico para
o esôfago e até mesmo para a boca
• Classificações de gravidade com base na
presença de doença erosiva
• Incidência de aproximadamente 18% a 28%
da população norte-americana.
5. Apresentação da doença do refluxo
gastroesofágico
• Desconforto durante e após as refeições
• DRGE noturna associada a esofagite grave e
esôfago de Barrett
• Mudança nos hábitos alimentares,
especialmente à noite
o Pequenas refeições frequentes
o Alimentos desencadeantes devem ser evitados
• Associado à obesidade e doença pulmonar
obstrutiva crônica (DPOC).
6. Fisiopatologia da doença do refluxo
gastroesofágico
• O esfíncter esofágico inferior atua como
barreira antirrefluxo
• O relaxamento transitório do esfíncter esofágico
inferior permite o refluxo
• Pressão no estômago proximal > esôfago
contribui para o refluxo
• Bolsa de ácido.
7. Esofagite
• Inflamação, ulceração, erosões, cicatrizes
• Aguda de refluxo, ingestão de um agente
corrosivo, infecção, intubação, radiação,
infiltração eosinofílica
• Exposição crônica de contato prolongado com
ácido gástrico ou outro irritante (p. ex., AINEs)
• Esôfago de Barrett visto em 1,6 a 6,8% da
população.
8. Esôfago de Barrett
• Condição pré-cancerosa que pode progredir
para adenocarcinoma esofágico
• Os fatores de risco incluem DRGE prolongada,
sexo masculino, meia-idade, obesidade,
tabagismo e história familiar
• Incidência crescente.
9. Hérnia de hiato
• Uma bolsa externa de uma parte do estômago
para o tórax através do hiato esofágico do
diafragma
• Azia, regurgitação, desconforto epigástrico
após refeições grandes e energeticamente
densas
• Contribui para DRGE e esofagite
• Terapia nutricional médica: redução de peso,
diminuição do tamanho da refeição
• Pode necessitar de cirurgia.
10. Tratamentos médico e cirúrgico
de refluxo
• Fármacos
o Suprimem a secreção de ácido
• Inibidores da bomba de prótons
• Antagonistas do receptor H2
• Antiácidos
• Cirurgia
o Fundoplicatura de Nissen.
11. Controle do estilo de vida
para refluxo
• Consumir uma dieta balanceada com fibras
• Ingerir pequenas refeições
• Redução de peso
• Elevar a cabeceira da cama
• Evitar deitar-se, praticar exercícios vigorosos e
roupas justas após a refeição
• Evitar bebidas alcoólicas, cafeína, tabagismo,
alimentos ácidos e picantes.
12. Cirurgias do esôfago
• Esofagectomia
o Substituição do canal da boca ao estômago
• TNM
o Fase pré-operatória
• Disfagia
o Fase pós-operatória
• Tração gástrica
• Síndrome de Dumping.
13. Câncer de cabeça e pescoço
• Cavidade oral, orofaringe, laringe, esôfago
• Caracterizado por disfagia e odinofagia (dor à
deglutição)
• Altamente correlacionado com tabagismo e
consumo de bêbidas alcoólicas
• Contribui para a desnutrição crônica
• Apresenta desafios únicos para a ingestão
nutricional.
14. Terapia nutricional médica e câncer
• Tubo de gastrostomia com o objetivo de
retornar à dieta oral quando possível
• Terapia de deglutição profilática agressiva.
15. Estômago
• Armazena refeições e mistura alimentos
com secreções gástricas
• Controla o esvaziamento do duodeno
• Capacidade de 50 ml com expansão para
4 litros
• As células parietais produzem 1,5 a 2 L
de ácido/dia
• pH entre 1 e 2.
16. Dispepsia
• Desconforto epigástrico ou dor após as
refeições
• Distensão abdominal, saciedade precoce,
náuseas e eructações
• Causada por DRGE, úlcera péptica, gastrite,
doença da vesícula biliar
• TNM
o Reduzir a ingestão de gordura na dieta, fazer
refeições
o Diário de sintomas alimentares.
17. Gastrite
• Termo inespecífico que significa inflamação do
estômago
• Gastrite por H. pylori é responsável pela
inflamação crônica da mucosa gástrica
• Gastrite não H. pylori
o Substâncias erosivas
o Gastrenterite eosinofílica
• Sintomas: náuseas, vômitos, mal-estar,
anorexia, hemorragia e dor epigástrica.
18. Úlcera péptica
• Causas primárias: infecção por H. pylori,
gastrite, uso de AINEs, corticosteroides e
doença grave.
• Desconforto abdominal, distensão abdominal,
eructações, náuseas, vômitos, anorexia,
perda de peso
• Envolve as regiões gástrica e duodenal
o Úlceras gástricas: secreção de ácido normal ou
baixa, risco aumentado de hemorragia
o Úlceras duodenais: alta secreção de ácido;
diminuição da secreção de bicarbonato.
19. Tratamentos médico e cirúrgico
de úlceras gástricas
• Úlcera péptica: antibióticos para tratar H.
pylori
o Supressão de ácido
o Cirurgia
• Estresse – complicação de estresse
metabólico por lesão ou doença
o Aumento do risco de hemorragia e isquemia
gástrica
o Sucralfato, supressores de ácido e antibióticos.
20. Terapia nutricional médica para
úlceras pépticas
• Alimentos proteicos tamponam as secreções
gástricas, mas também estimulam gastrina,
ácido e pepsina
• Avaliar o estado de vitamina B12
• Ingestão moderada de álcool
• Não há necessidade de limitar os alimentos
ácidos, uma vez que são menos ácidos do que
o ácido do estômago
• Pimenta, pimenta caiena e pimenta-do-reino e
cafeína podem aumentar a secreção de ácido
• Boa dieta geral com ingestão adequada de
fibras.
21. Carcinoma de estômago
• Etiologia: > 80% devidos a H. pylori
• Obstrução e interferência mecânica
• Ressecção cirúrgica ou gastrectomia
• Prevenção: frutas e vegetais
• Bebidas alcoólicas, excesso de peso,
alimentos muito salgados ou em conserva,
carnes processadas, gordura, amidos,
açúcares simples, micronutrientes
inadequados aumentam o risco
• TNM com base na tolerância e no estágio da
doença.
23. Complicações pós-gastrectomia
• Obstrução
• Síndrome de Dumping
• Desconforto abdominal
• Diarreia
• Perda de peso
• Saciedade precoce
• Má absorção de nutrientes (deficiências
de vitaminas/minerais, como B12, ferro).
24. Síndrome de Dumping
• Resposta fisiológica complexa ao rápido
esvaziamento do conteúdo hipertônico no
duodeno e jejuno
• Precoce (10 a 30 minutos pós-prandiais)
o Dor, distensão abdominal, náusea, vômito,
diarreia, cefaleia, rubor, fadiga e hipotensão
• Tardia (1 a 3 horas pós-prandiais)
o Hipoglicemia com transpiração, fraqueza,
confusão, tremores e fome.
25. Tratamento da síndrome
de Dumping
• O tratamento inicial é a promoção de
alterações na dieta
• Medicamentos para retardar o esvaziamento
gástrico e retardar o trânsito gastrintestinal
dos alimentos
• Acarbose – interfere na absorção de
carboidratos
• Octreotida – inibe a liberação de insulina.
26. Terapia nutricional médica para
síndrome de Dumping (1 de 2)
• Pequenas refeições distribuídas ao longo do dia provavelmente
resultarão em melhor absorção hídrica e alterações hídricas menos
acentuadas
• Alimentos com alto teor de proteína e gordura moderada são
recomendados, com calorias suficientes para manutenção ou ganho
de peso, conforme necessário. Os carboidratos complexos são
incluídos conforme tolerados
• A ingestão de alimentos fibrosos retarda o trânsito gastrintestinal
superior e aumenta a viscosidade, no entanto, para evitar
obstrução, deve-se ter cuidado com partículas grandes e
suplementos de fibras, especialmente com estreitamento do
esôfago ou da saída gástrica ou dismotilidade
• Deitar-se e evitar atividades 1 hora depois de comer ajuda a
retardar o esvaziamento gástrico
27. Terapia nutricional médica para
síndrome de Dumping (2 de 2)
• Acredita-se que ingerir grandes quantidades de líquidos com as
refeições acelere o trânsito gastrintestinal, mas devem ser
consumidas quantidades adequadas de líquidos ao longo do dia,
pequenas quantidades de cada vez
• Apenas pequenas quantidades de doces hipertônicos e
concentrados devem ser ingeridas. Isso inclui refrigerantes, sucos,
tortas, bolos, biscoitos e sobremesas congeladas (a menos que
sejam feitos com substitutos do açúcar)
• A lactose, especialmente no leite ou no sorvete, pode ser mal
tolerada devido ao trânsito rápido e, portanto, precisa ser evitada. É
provável que queijos e iogurtes sejam mais bem tolerados
• Esteatorreia – reduzir a gordura e fornecer enzimas pancreáticas.
28. Gastroparesia
• Esvaziamento gástrico retardado
• Condição complexa associada a fatores
químicos e neurológicos
• As causas mais comuns incluem diabetes,
cirurgia e infecção viral
• Sintomas: distensão abdominal, anorexia,
náusea, vômito, saciedade precoce,
halitose, hipoglicemia pós-prandial.
29. Tratamento médico da
gastroparesia
• Tratar náuseas e vômitos com procinéticos e
antieméticos
• Bezoar – matéria não digerida no estômago
o Impactado pelo tamanho das partículas de fibra e
pela mastigação
o Decomposição com terapia enzimática.
30. Terapia nutricional médica
para gastroparesia
• Esvaziamento gástrico afetado por
o Volume
o Líquidos vs. sólidos
o Hiperglicemia
o Fibras
o Gorduras
o Osmolalidade
• Refeições pequenas e frequentes
• Dieta pastosa ou líquida
31. Transtornos gastrintestinais –
novos diagnósticos
• Síndrome do intestino narcótico ou
hiperalgesia GI induzida por opioides
• Constipação induzida por opioides
• Síndrome de hiperêmese canabinoide.
32. Pontos-chave (1 de 2)
• O tratamento para distúrbios do trato GI superior
mudou significativamente no século passado. Por
muitos anos, a dietoterapia foi branda e os
produtos lácteos considerados protetores contra
os ácidos. As recomendações de dieta agora
estão focadas em alimentos que afetam a
pressão do EEI e o tempo de esvaziamento
gástrico
• O progresso no tratamento clínico dos distúrbios
gastrintestinais melhorou bastante o resultado
para os pacientes
33. Pontos-chave (2 de 2)
• Atualmente, o cuidado nutricional para pacientes
com distúrbios gastrintestinais superiores é
específico, individualizado e muito mais efetivo
do que no passado devido ao maior
conhecimento dos mecanismos
neuroendócrinos, patógenos e agentes
ambientais
• Os nutricionistas têm muitas ferramentas e
formas de manipular os alimentos disponíveis
que podem melhorar a cirurgia gástrica e o
tratamento geral.