4. Patologias GI
Patologias gástricas
Ácido clorídrico – segregado pelas células
parietais em resposta ao estímulo da
acetilcolina, gastrina e histamina;
5. Patologias GI
Patologias gástricas
Mucosa do estômago e do duodeno está
normalmente protegida da acção proteolítica
do ácido gástrico e da pepsina por uma
camada de muco segregado por glândulas
nas paredes epiteliais desde o esófago (parte
inferior) até à porção superior do duodeno;
6. Patologias GI
Patologias gástricas
A mucosa é protegida da invasão bacteriana
pela acção digestiva da pepsina e do ácido
clorídrico e também pela secreção de muco;
O muco contêm bicarbonato e é segregado
pela mucosa (produção estimulada pela acção
das prostaglandinas), mas o pâncreas
também liberta suco pancreático para a
neutralização ácida no lúmen intestinal;
7. Patologias GI
Patologias gástricas
Fisiopatologia
Indigestão ou dispepsia
Termo indefinido usado frequentemente para
descrever qualquer desconforto epigástrico
depois das refeições, que ocorre como uma
consequência de uma desordem no trato
digestivo;
8. Patologias GI
Patologias gástricas
Indigestão ou dispepsia
Causas
Problemas psíquicos ou físicos (apendicite
crónica, úlcera, doenças da vesicular biliar,
gastrite crónica, refluxo GE, atraso do
esvaziamento gástrico, cancro, etc);
Maus hábitos alimentares, quer em qualidade
quer em quantidade, excesso de alimentos de
difícil digestão;
Comer rapidamente e mastigar
inadequadamente;
9. Patologias GI
Patologias gástricas
Indigestão ou dispepsia
Dispepsia – pode ser benigna e com poucas
consequências ou pode indicar problemas mais
graves;
Sintomatologia
Dor abdominal vaga
Inchaço
Náuseas
Regurgitação
Arrotar
10. Patologias GI
Patologias gástricas
Indigestão ou dispepsia
Tratar a causa seja esta mental ou física –
Dieta equilibrada associada a hábitos
alimentares correctos;
11. Patologias GI
Patologias gástricas
Indigestão ou dispepsia
Cuidados nutricionais
Alimentos ou bebidas
Gordura Cafeína Bebidas alcoólicas
Açúcar Especiarias
Controlo simples
Comer lentamente, mastigar bem os alimentos
Não comer ou beber demasiado (ref. ligeiras e pequeno
volume)
Evitar excessos alimentares
12. Patologias GI
Patologias gástricas
Hipocloridria
Diminuição da quantidade de ácido clorídrico (HCL)
no suco gástrico;
Consequências
Proteínas mal digeridas
Fermentação acelerada dos HC
Mucosa gástrica muito sensível
Pode surgir fermentação ou putrefacção, pois as
bactérias mantêm a sua acção devido à alteração de
pH, por diminuição da produção de ácido clorídrico;
Diarreias
13. Patologias GI
Patologias gástricas
Hipocloridria
Cuidados nutricionais
Retirar
Leite (evita a introdução de bactérias)
Fibras (provocam estase gástrica e diminuição do
esvaziamento gástrico)
Gorduras (diminuem a produção de HCL e o
esvaziamento gástrico)
Bebidas e alimentos gelados
14. Patologias GI
Patologias gástricas
Hipocloridria
Cuidados nutricionais
Dar
Sopas com baixo teor de gordura e caldos de
carne (estimulam a secreção de HCL);
Hidratos de carbono complexos (amido) pois
fermentam menos;
Frutas e vegetais cozidos (sem casca)
15. Patologias GI
Patologias gástricas
Acloridria
Ausência de HCL livre no suco gástrico, mas ainda
existe algum HCL na forma combinada;
Aquilia
Ausência total de HCL e de pepsina no suco gástrico;
É uma situação frequente após radioterapia que
destrói as células parietais do estômago produtoras
de HCL;
Atenção nestas situações que também pode haver
diminuição do factor intrínseco o que pode levar a def.
de vitamina B12;
16. Patologias GI
Patologias gástricas
Gastrite aguda
Inflamação repentina e, por vezes violenta, da
mucosa gástrica, que não melhora com a
ingestão de alimentos;
Sintomas
Náuseas, vómitos, hemorragia, dor, mal estar,
anorexia e cefaleias;
17. Patologias GI
Patologias gástricas
Gastrite aguda
Causas
Ingestão de alimentos específicos para os quais o
indivíduo apresenta sensibilidade;
Comer muito rapidamente;
Comer após emoções fortes ou quando o
indivíduo se encontra muito cansado;
Excesso de álcool, tabaco ou alimentos muito
condimentados;
18. Patologias GI
Patologias gástricas
Gastrite aguda
Causas
Ingestão de alimentos impróprios para consumo
ou de uma substância corrosiva;
Medicamentos (aspirina ou AINES);
Toxinas (infecção no dentes, nas amígdalas ou
nos seios nasais);
Após radioterapia, trauma, queimadura, cirurgia,
hipoxia, choque, febre, icterícia ou falência renal;
19. Patologias GI
Patologias gástricas
Gastrite aguda
Tratamento
Remover a causa e/ou substância corrosiva o
mais rapidamente possível;
Lavagem ao estômago e/ou provocar o
vómito;
Irrigação do cólon e administração de um
laxante;
20. Patologias GI
Patologias gástricas
Gastrite aguda
Tratamento
Pausa alimentar durante 24-48h (nem água,
pois estimula a produção de suco gástrico);
Líquidos são administrados por via
endovenosa;
Re-alimentação após 24-48h;
Líquidos incluindo leite;
Caldos passados de legumes;
21. Patologias GI
Patologias gástricas
Gastrite aguda
Tratamento
Papas (leite com amido de milho ou com
cevada/arroz)
Fruta cozida;
Evitar caldos de carne;
Fazer refeições pequenas e frequentes;
Vai-se progredindo para uma dieta normal de
acordo com a tolerância do doente;
22. Patologias GI
Patologias gástricas
Gastrite crónica
Definição
Devido aos episódios repetidos de gastrite
aguda;
Manifesta-se pela atrofia da mucosa e pela
diminuição da secreção gástrica com
consequente má digestão, diminuição da
secreção do FI e, portanto, da vitamina B12;
23. Patologias GI
Patologias gástricas
Gastrite crónica
Sintomas
Indigestão, perda de apetite, regurgitação,
náuseas, sensação de repleção, dores
epigástricas (vagas), vómitos;
24. Patologias GI
Patologias gástricas
Gastrite crónica
Causas
As causas da gastrite crónica são
desconhecidas;
Este tipo de gastrite pode preceder úlceras e
neoplasias gástricas;
25. Patologias GI
Patologias gástricas
Gastrite crónica
Causas
Pensa-se que na sua origem podem estar:
Excessos alimentares (como na gastrite aguda);
Infecção no antro por Helicobacter pylori (organismo
Gram-negativo, flagelado, resistente ao ácido do
estômago e que produz ureases que por sua vez
produzem amónia facilitando a alcalinização imediata
ao redor da bactéria);
Indirectamente relacionada com: tuberculose,
insuficiência cardíaca e/ou nefrite;
27. Patologias GI
Patologias gástricas
Gastrite crónica
Existem 3 tipos de gastrite:
Superficial – inflamação na mucosa com
hemorragias e pequenas lesões;
28. Patologias GI
Patologias gástricas
Gastrite crónica
Existem 3 tipos de gastrite:
Atrófica – ocorre em todas as camadas do
estômago, e resulta numa diminuição no
número de células parietais e principais –
úlcera gástrica, neoplasia gástrica e/ou
anemia perniciosa;
29. Patologias GI
Patologias gástricas
Gastrite crónica
Existem 3 tipos de gastrite:
Hipertrófica – provoca o aparecimento de uma
mucosa inerte, nodular e irregular com
hemorragias frequentes;
30. Patologias GI
Patologias gástricas
Gastrite crónica
Cuidados nutricionais
O plano alimentar deve ser adequado em
energia e nutrientes, adaptado à
hipersensibilidade do doente;
Deve ser de consistência mole;
Refeições muito repartidas e pouco de cada
vez;
31. Patologias GI
Patologias gástricas
Gastrite crónica
Cuidados nutricionais
Mastigar bem os alimentos;
Identificar e evitar alimentos causadores de
desconforto e/ou muito condimentados;
Não ingerir quantidade excessiva de líquidos
durante as refeições (pode provocar distensão
gástrica);
32. Patologias GI
Patologias gástricas
Úlcera péptica
Definição
Lesão erosiva da mucosa gástrica (úlcera
gástrica) ou da mucosa duodenal (úlcera
duodenal);
A localização da úlcera determina a sua
nomenclatura; Frequentemente, ambos os
tipos são agrupados com um termo comum –
úlcera péptica;
33. Patologias GI
Patologias gástricas
Úlcera péptica
Frequência/Incidência
A úlcera duodenal é mais comum do que a
gástrica;
Ambos os tipos ocorrem mais frequentemente
nos homens;
As úlceras gástricas são menos frequentes, no
entanto estão mais associadas a malignidade
e a mortalidade;
35. Patologias GI
Patologias gástricas
Úlcera gástrica
Parece ser provocada por factores que
rompem a barreira da mucosa, permitindo
assim a difusão dos iões H+ (do HCL) no
tecido da mucosa, onde causam danos que
eventualmente conduzem à destruição celular
e à subsequente ulceração (mais frequente no
antro do estômago), tais como:
36. Patologias GI
Patologias gástricas
Úlcera gástrica
Função pilórica anormal;
Refluxo duodeno-gástrico;
Defesas alteradas da mucosa gástrica;
Diminuição do fluxo sanguíneo na mucosa;
Diminuição da produção de prostaglandinas –
diminuição da produção de bicarbonato;
37. Patologias GI
Patologias gástricas
Úlcera gástrica
Diminuição da camada gel da mucosa;
Infecção por Helicobacter Pylori;
Maus hábitos alimentares (comer depressa,
horário irregular,…)
Stresse e ansiedade;
Excesso de álcool, café, chá, refrigerantes com
cafeína;
Cigarros e medicação (ácido acetilsalicílico);
38. Patologias GI
Patologias
Úlcera duodenal
A sua localização mais frequente é 3 cm
abaixo do piloro, no bolbo duodenal onde a
acidez gástrica é ainda elevada (baixo pH),
pois o suco gástrico ainda não foi totalmente
neutralizado;
39. Patologias GI
Patologias
Úlcera duodenal
Causas mais frequentes
Aumento da capacidade de secreção de HCL;
Aumento da secreção basal de HCL;
Aumento do número de células parietais e da
sua sensibilidade à gastrina – aumento de
HCL;
Aumento da secreção nocturna de suco
gástrico;
40. Patologias GI
Patologias
Úlcera duodenal
Causas mais frequentes
Aumento da velocidade de esvaziamento
gástrico (não havendo neutralização do HCL);
Hipersecreção de gastrina após a refeições;
Defesa anormal da mucosa duodenal (por
diminuição do suco pancreático);
41. Patologias GI
Patologias
Úlcera duodenal
Causas mais frequentes
Incapacidade de inibir a libertação de gastrina quando
o pH gástrico baixa muito;
Excesso de ingestão de AINES e/ou corticóides;
Stresse emocional e/ou ansiedade prolongada –
estimulação do nervo vago – aumento da produção
de acetilcolina – aumento da produção de HCL;
Diminuição da produção de suco pancreático pela
acção da nicotina – diminuição da produção de
bicarbonato;
42. Patologias GI
Patologias gástricas
Úlcera péptica
Tratamento
Elevar o pH gástrico (antiácidos);
Diminuir a motilidade gástrica;
Administrar anticolinérgicos;
Evitar o stresse;
Cuidados nutricionais adequados;
43. Patologias GI
Patologias gástricas
Úlcera péptica
Cuidados nutricionais
Fazer pelo menos 3 ref/dia;
Refeições com pouco volume (para evitar
distensão gástrica de 3 em 3 horas);
Evitar consumir café, chá, chocolate, bebidas
alcoólicas, refrigerantes com cafeína, tabaco,
temperos excessivos, fritos…
44. Patologias GI
Patologias gástricas
Úlcera péptica
Cuidados nutricionais
Evitar usar com frequência aspirina ou AINES;
Evitar alimentos e/ou bebidas que provoquem
desconforto;
Comer em ambiente calmo, se possível;
Tomar anti-ácidos 1 a 3 horas depois das
refeições e antes de deitar;
45. Patologias GI
Patologias gástricas
Tratamento liberal da úlcera
Podem utilizar-se todos os alimentos, a
gordura deve ser ingerida crua, deve
privilegiar-se o consumo de ómega 3 e ómega
6;
Evitar: fritos, assados com gordura, bebidas
alcoólicas, café, chá e refrigerantes;
Temperos picantes;
Stresse;
46. Patologias GI
Patologias
Síndrome de Dumping
É a resposta fisiológica complexa à presença
de alimentos indigeridos no jejuno;
Pode aparecer após cirurgia gástrica (ou
vagotomia) em que alguns doentes com 2/3
do estômago removido podem apresentar
Síndrome de Dumping quando retomam uma
alimentação normal;
47. Patologias GI
Patologias
Síndrome de Dumping
Nesta situação, os alimentos após deglutição
são descarregados 10 a 15 minutos depois da
ingestão, em vez de serem gradualmente
libertados em pequenas quantidades;
48. Patologias GI
Patologias
Síndrome de Dumping
Sintomas (principais)
Pirose (azia)
Náuseas
Dores abdominais com cólicas
Diarreia (15 minutos aproximadamente após a
ingestão)
49. Patologias GI
Patologias
Síndrome de Dumping
Sintomas (outros)
Fraqueza, calor, vertigens, desmaios, taquicardia
e suores frios;
Provocados pela entrada rápida dos alimentos
ingeridos no jejuno, com consequente hidrólise,
resultando em conteúdo intestinal hipertónico que
é rapidamente diluído por fluidos retirados do
plasma e do líquido extracelular, conduzindo a
uma brusca diminuição do débito cardíaco e à
dilatação do jejuno – reflexo simpático vasomotor
que provoca sudorese, taquicardia e alterações
no ECG;
50. Patologias GI
Patologias
Síndrome de Dumping
Consequências
Hipoglicemia (1 a 2 horas após a refeição
devido à rápida digestão e absorção);
Malabsorção devido à esteatorreia;
Anemia (hemorragias, diminuição da absorção
do Fe devido à não transformação do Fe2+
em Fe3+, ou diminuição da produção de FI
resultando numa diminuição da absorção da
vitamina B12;
51. Patologias GI
Patologias
Síndrome de Dumping
Cuidados Nutricionais
Plano alimentar hiperenergético (35 a 45
kcal/kg de peso de ref);
Plano alimentar hiperproteico (1,5 a 2 g/kg de
peso de ref);
Plano alimentar moderadamente lipídico;
Utilizar TCM se a esteatorreia estiver
presente;
52. Patologias GI
Patologias
Síndrome de Dumping
Cuidados Nutricionais
Deitar pelo menos 1 hora após as refeições
com a cabeça um pouco mais alta que o
corpo;
Refeições com pouco volume (120 a 150 ml);
Evitar alimentos que provoquem mal estar
(esta identificação é individual);
Proibir a utilização de líquidos durante as
refeições, sopas, fritos e condimentos;