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Semiologia do Sistema Digestório
Profa Nicole Rangely Nogueira Martins de Carvalho
INTRODUCAO:
• O trato gastrointestinal (GI) é se estende da boca até o ânus, e de órgãos glandulares
acessórios que lançam seu conteúdo na luz deste.
FUNCOES:
• Absorver nutrientes e água, que passam para a circulação,
• Eliminar produtos residuais.
PROCESSOS FISIOLOGICOS:
• Motilidade Secreção
• Digestão Absorção
• Excreção
Sistema Digestório Superior
• Boca: Representa a primeira porção do trato gastrointestinal.
• Lingua: É a maior estrutura da cavidade oral, tem participação ativa na
gustação, deglutição e na fala (articulação da palavra
• Faringe: Tubo afunilado dividido em três partes: nasal, oral e laríngea, tendo as
2 ultimas, também, funçao digestória. As contrações musculares dessas áreas
ajudam a impulsionar o alimento para o esôfago e, em seguida, para o estômago.
• Esofago: É um tubo muscular com aproximadamente 25cm de comprimento,
que transporta o bolo alimentar da faringe oral para o estômago.
• Estomago: É é um alargamento do canal alimentar em formato de J, que liga
o esôfago ao duodeno, a primeira parte do intestino delgado.
Funções: misturar a saliva, os alimentos e o suco gástrico para formar o quimo;
reservatório para o alimento antes da liberação para o intestino delgado; secretar
suco gástrico, que contém HCl (desnatura proteínas), pepsina (começa a digestão
de proteínas), fator intrínseco (auxilia na absorção de vitamina B12 ) e lipase
gástrica (auxilia na digestão de triglicerídeos) ; secretar gastrina no sangue.
Regiões: a cárdia, o fundo gástrico, o corpo gástrico e a piloro.
Sistema Digestorio Inferior
• Intestino Delgado: É o órgão mais longo do trato alimentar e está dividido em
três regiões: duodeno (porção proximal), jejuno (região média, mais longa e
onde ocorre maior absorção de nutrientes) e íleo (porção final, em contato
com o intestino grosso). Esse órgão digere material alimentar e absorve
nutrientes resultantes do processo digestivo, através das vilosidades
• Intestino Grosso: È subdivido em ceco, cólon (ascendente, transverso,
descendente e sigmoide), reto e ânus; tendo aproximadamente 1,5m de
comprimento. Ele não está ligado a absorção de micronutrientes, mas sim, pela
maior absorção de água e íons do quimo proFigado:venientes do intestino
delgado, compactando o quimo em fezes que serão eliminadas
Glândulas Acessórias
• Fígado: È a glândula mais pesada (aproximadamente 1,4 kg em um
adulto médio) e é o segundo em tamanho, perdendo apenas para a pele.
Funcoes: Secretar bile, Manter glicemia, Metabolizar de lipídios e
proteínas, Processamento de fármacos e hormônios, Armazenamento de
glicogênio, vitaminas (A, B12 , D, E e K) e minerais (ferro e cobre.
• Pâncreas: É uma glândula retroperitoneal que mede aproximadamente
12 a 15 cm de comprimento e 2,5 cm de espessura, encontra-se
posteriormente à curvatura maior do estômago. O pâncreas consiste em:
cabeça, corpo e cauda que está ligado ao duodeno por dois ductos.
• Glândulas Salivares
• Introdução:
• 70% dos diagnósticos gastroenterológicos são feitos com a
historia clínica.
• 90% dos diagnósticos é feita associando exame físico.
• Exames complementares podem se desnecessários ou confundir
raciocínio clinico.
1) Anamnese
1.1) Anamnese geral:
1.2) Anamnese objetiva:
• Queixa Principal (QP):
• Historia da Doença Atual (HDA):
• Buscar informações relacionadas ao aparelho digestório com
interrogatório sintomatológico.
• Estabelecer relação de tempo e evolução.
• Associação de sintomas com hábitos alimentares, atividades do
dia a dia, estresse, atividades profissionais.
• Se faz uso de medicação continua.
• Antecedentes Patológicos:
• Hábito intestinal
• Passado de ulcera gástrica, gastrite e sangramento digestivo
• Cirurgias prévias
• Exames realizados anteriormente
• Banho de rio
• História de hepatite
• Se conhece barbeiro ou se morou em casa de taipa
• História de etilismo e/ou tabagismo
• Uso crônico de medicação
• Passado de hemotransfusao
Antecedentes Familiares:
• Historia de neoplasia do aparelho digestivo
• Patologias digestivas benignas
• Tratamento cirúrgico ocorrido em familiares
2 - Principais Sinais e Sintomas
2.1-Náuseas:
• Sensação desprazerosa de estar a ponto de vomitar; em geral
percebido na região da garganta ou epigástrica
2.2-Regurgitação:
• Sem náuseas
• Retorno passivo de alimentos ou secreções do estômago a boca
• Sem participação de músculos abdominais
2.3-Vômitos:
• Expulsão violenta do conteúdo gástrico pela boca; em geral,
precedidos por náuseas.
• Associado ou não: Palidez
• Taquicardia
• Sudorese
• Sialorréia
• Hipotensão
• Febre
• Cefaléia
• Vômitos em jato pode estar associado a HIC
• Hematêmese: vômito com sangue (HDA)
Vômitos e Regurgitações:
• Frequência / periodicidade
• Numero de episódios
• Início
• Relação ou não com alimento
• Ocorre no início que o alimento é introduzido na boca ou após
deglutição?
• Leite materno exclusivo ou fórmula?
• Associado a outros alimentos?
• Há outros sintomas associados?
2.4-Disfagia:
• Dificuldade ou impossibilidade de deglutir alimentos
• Disfagia orofaríngea ou alta ou Disfagia esofágica (sensação de
parada do bolo alimentar no esôfago)
• Tempo de instalação (súbito, lento, gradual)
• Seletividade (sólidos, pastosos, líquidos)
• Evolução: episódica ou não
• Fatores de melhora e piora
• Outros sintomas associados
• Disfagia alta (orofaríngea):
• Após tentativa de deglutição, o alimento permanece em parte ou todo na
cavidade bucal
• Causas:
• Miopatias
• Doenças do SNC
• Compressões extrínsecas
• Distúrbio funcional
• Disfagia baixa (esofágica):
• Sensação de parada do bolo alimentar no esôfago
• Causas:
• Motoras: esofagite de refluxo, megaesôfago chagásico, estenose cáustica, LES,
DM, amiloidose primária, acalasia idiopática
• Acalásia: incoordenação motora do corpo do esôfago com a abertura da
cárdia
Acalásia primária (idiopática) e acalasia secundária como na doença de
Chagas
• Disfagia do Refluxo:
• Pseudodisfagia: sensação de desconforto quando ingere
alimentos mal fragmentados.
• Globus hystericus: sensação de corpo estranho localizado a nível
da fúrcula esternal e que se movimenta de cima para baixo e de
baixo para cima, desaparecendo durante a alimentação e
reaparecendo em seguida, manifestação psicossomática.
2.5- Odinofagia:
• Dor que surge com a ingestão de alimentos
• Ocorre: esofagite cáustica
• Candidíase esofágica
• Esofagite herpética
• Ulcerações na mucosa esofágica por medicamentos
• Esôfago em quebra nozes: esôfago com contrações peristálticas
de grandes amplitudes e duração
• Dor de grande intensidade ocorre na síndrome de Boerhaave
(ruptura espontânea do esôfago)
2.6- Pirose:
• Sintoma de RGE, gastropatia por erro alimentar
• Azia ou queimação
• Localização retroesternal
• Localização: apêndice xifoide refletindo para epigástrio e
ambos lados do tórax.
2.7- Soluço:
Ocorre devido a contrações do diafragma.
Causas: hérnia hiatal, megaesôfago, doenças do SNC, irritação
do nervo frênico ou de diafragma, doenças do mediastino
2.8- Sialorréia: Sialose ou ptialismo
• Produção exagerada de saliva
2.9- Aerofagia:
• Deglutição de grande quantidade de ar
• Leva à eructação
2.10- Hematêmese: vômito com sangue
• Sangue vivo ou em borra de café
• Hemorragia digestiva alta: origem do sangramento pode ser
na boca até o ângulo de Treitz
• 2.11- Dor Abdominal:
• Localização
• Irradiação
• Caráter
• Intensidade
• Duração
• Ritmo
• Fatores de melhora
• Fatores de piora
• Cronologia
• Início
• Evolução
• Momento atual
• Localização da dor abdominal:
• Irradiação da dor:
• Dor por distensão das paredes intestinais ou por contração da
musculatura, quando muito intensa pode irradiar-se para dorso.
• Dor por peritonite no QID pode irradiar-se para base de coxa.
• Patologia biliar é sugerida com dor em epigástrio irradiada a
hipocôndrio D ou FID ou ombro ou escápula D.
• Dor em epigástrio que se irradia a ambos hipocôndrios,
podendo circular a região superior de abdome e dorso sugere
doença pancreática..
• Dor em epigástrio que se irradia a fúrcula esternal, podendo
envolver a mandíbula sugere patologia esofágica. Diagnóstico
diferencial IAM
• Dor inicialmente em epigástrio que após algumas horas irradia
para FID sugere apendicite.
• Dor em hipocôndrio que se irradia segundo trajeto de ureter,
podendo atingir face interna de coxa e genitália sugere
processo renal.
• Litíase de colédoco: dor em cólica localizada em hipocôndrio ,
escápula e região supra-clavicular D: litíase de colédoco
• Caráter da dor abdominal
• Dor visceral origina-se pela distensão ou contração das paredes
musculares, em cólica
• Dor súbita em facada localizada pode indicar peritonite
localizada ou úlcera perfurada
• Intensidade da dor:
• Ritmo ou Frequência da dor:
• Número de vezes que a dor acontece
• Diariamente ou quantas vezes por semana ou mês
• Associar a fatores de melhora ou piora
• Cronologia: quando iniciou, como evoluiu e momento atual
• Outros sintomas: febre, distensão, diarreia, constipação, parada
ou de eliminação de gases e fezes, edema, alterações de pele
2.12) Plenitude pós-prandial:
• Sensação de peso no epigástrio, referida como “empaxamento”
após a alimentação que pode ocorrer quando o volume
ingerido é superior a capacidade do volume gástrico ou quando
a ingestão de alimentos é rápida ou doença que interfere a
motilidade intestinal
2.13) Sangramento intestinal
• Melena: fezes pretas, viscosas, aderentes e fétidas (HDA)
• Enterorragia: eliminação de sangue pelo ânus
• Hematoquezia: fezes misturadas de sangue vivo
• 2.14) Acolia fecal:
• Pode estar presente ou não na atresia biliar
2.15) Esteatorréia: aumento da quantidade de gordura excretada
nas fezes
2.16) Encoprese: evacuação completa em local ou momento
inapropriado nas roupas, voluntária ou não, resultante de fatores
emocionais ou fisiológicos
2.17) Incontinência fecal: falta de controle esfincteriano
secundário a distúrbio neuromuscular
2.18) Tenesmo: sensação de dor no reto ou períneo com desejo
imperioso de evacuar
• 2.19) Icterícia:
• Coloração amarela das mucosas, pele, líquidos orgânicos devido
ao aumento de bilirrubina pode ser às custas de bilirrubina direta
ou indireta
• Neonatal por incompatibilidade ABO e Rh mais comuns às custas
de BI
2.20) Constipação intestinal:
• Sintoma definido com fezes endurecidas, com dor ou dificuldade
de evacuar e/ou ocorrência de comportamento de retenção, pode
ocorrer escape fecal ou soiling (perda involuntária de parte de
conteúdo fecal devido a retenção) e aumento no intervalo de
evacuações (< que 3 evacuações por semana)
Pode ocorrer também:
• Hematoquezia
• Sensação de esvaziamento retal incompleto
• Dor abdominal
• Aguda e crônica, esta última com sintomas superior a 2 semanas
2.21) Diarreia:
• Diarreia: aumento da quantidade e frequência das evacuações e/ou
diminuição da consistencia das fezes.
• Duração:
-Aguda: até 14 dias
-Persistente: >de 14 dias
-Crônica: > de 4 semanas
2.22) Disenteria:
• Diarreia com sangue e/ou muco, além de dores abdominais.
Hábito intestinal
• Frequência
• Consistência
• Formato das fezes
• Avaliar sinais associados:
• Dor ou desconforto ao evacuar
• Sensação de esvaziamento fecal incompleto
• Sangramento retal
• Prolapso retal
• Verificar características anormais das fezes: gordurosas que
boiam ou entopem vasos
• Ritmo intestinal geralmente declina com o decorrer da idade
• Primeira semana de vida: 97% dos lactentes apresentam 1 a 9
evacuações diárias
• Entre 2 a 5 meses de vida: 93% dos lactentes 1 a 7 evacuações
diárias
• Entre 1 a 4 anos de idade: 85% evacuam 1 a 2 vezes/dia
• Pseudodiarréia do lactente: ocorre em lactentes amamentados
em seio materno exclusivo, sem perda de peso e sem outros
sintomas
• Pseudoconstipação do lactente: ocorre em lactentes
amamentados em seio materno exclusivo que permanecem
mais que 3 até 10 dias sem evacuar sem dor ou desconforto
abdominal, fezes amolecidas
Eliminação de mecônio – importância de verificar
• 94% dos RNs eliminam nas primeiras 24 horas
• 98% nas primeiras 48 horas
• Prematuros de 1000 a 1500 g 20 a 57% eliminam nas primeiras 48
horas
• Atraso: afastar doenças como megacólon congênito
2.23) Ascite:
• Acúmulo anormal de líquido na cavidade peritoneal
• Sintomas: abdome globoso, rápido ganho de peso,
dispneia, atitude lordótica do paciente, palpitações,
astenia, edema em membros inferiores até anasarca.
• Causas: hipoalbuminemia (sindrome nefrotica e dengue),
septicemia, hipertensão portal, cirrose, insuficiência cardíaca,
esquitossomose, tuberculose, doenças pancreáticas, neoplasias
LES
Obrigada!

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  • 1. Semiologia do Sistema Digestório Profa Nicole Rangely Nogueira Martins de Carvalho
  • 2. INTRODUCAO: • O trato gastrointestinal (GI) é se estende da boca até o ânus, e de órgãos glandulares acessórios que lançam seu conteúdo na luz deste. FUNCOES: • Absorver nutrientes e água, que passam para a circulação, • Eliminar produtos residuais. PROCESSOS FISIOLOGICOS: • Motilidade Secreção • Digestão Absorção • Excreção
  • 3. Sistema Digestório Superior • Boca: Representa a primeira porção do trato gastrointestinal. • Lingua: É a maior estrutura da cavidade oral, tem participação ativa na gustação, deglutição e na fala (articulação da palavra • Faringe: Tubo afunilado dividido em três partes: nasal, oral e laríngea, tendo as 2 ultimas, também, funçao digestória. As contrações musculares dessas áreas ajudam a impulsionar o alimento para o esôfago e, em seguida, para o estômago. • Esofago: É um tubo muscular com aproximadamente 25cm de comprimento, que transporta o bolo alimentar da faringe oral para o estômago. • Estomago: É é um alargamento do canal alimentar em formato de J, que liga o esôfago ao duodeno, a primeira parte do intestino delgado. Funções: misturar a saliva, os alimentos e o suco gástrico para formar o quimo; reservatório para o alimento antes da liberação para o intestino delgado; secretar suco gástrico, que contém HCl (desnatura proteínas), pepsina (começa a digestão de proteínas), fator intrínseco (auxilia na absorção de vitamina B12 ) e lipase gástrica (auxilia na digestão de triglicerídeos) ; secretar gastrina no sangue. Regiões: a cárdia, o fundo gástrico, o corpo gástrico e a piloro.
  • 4. Sistema Digestorio Inferior • Intestino Delgado: É o órgão mais longo do trato alimentar e está dividido em três regiões: duodeno (porção proximal), jejuno (região média, mais longa e onde ocorre maior absorção de nutrientes) e íleo (porção final, em contato com o intestino grosso). Esse órgão digere material alimentar e absorve nutrientes resultantes do processo digestivo, através das vilosidades • Intestino Grosso: È subdivido em ceco, cólon (ascendente, transverso, descendente e sigmoide), reto e ânus; tendo aproximadamente 1,5m de comprimento. Ele não está ligado a absorção de micronutrientes, mas sim, pela maior absorção de água e íons do quimo proFigado:venientes do intestino delgado, compactando o quimo em fezes que serão eliminadas
  • 5. Glândulas Acessórias • Fígado: È a glândula mais pesada (aproximadamente 1,4 kg em um adulto médio) e é o segundo em tamanho, perdendo apenas para a pele. Funcoes: Secretar bile, Manter glicemia, Metabolizar de lipídios e proteínas, Processamento de fármacos e hormônios, Armazenamento de glicogênio, vitaminas (A, B12 , D, E e K) e minerais (ferro e cobre. • Pâncreas: É uma glândula retroperitoneal que mede aproximadamente 12 a 15 cm de comprimento e 2,5 cm de espessura, encontra-se posteriormente à curvatura maior do estômago. O pâncreas consiste em: cabeça, corpo e cauda que está ligado ao duodeno por dois ductos. • Glândulas Salivares
  • 6. • Introdução: • 70% dos diagnósticos gastroenterológicos são feitos com a historia clínica. • 90% dos diagnósticos é feita associando exame físico. • Exames complementares podem se desnecessários ou confundir raciocínio clinico.
  • 7. 1) Anamnese 1.1) Anamnese geral: 1.2) Anamnese objetiva: • Queixa Principal (QP): • Historia da Doença Atual (HDA): • Buscar informações relacionadas ao aparelho digestório com interrogatório sintomatológico. • Estabelecer relação de tempo e evolução. • Associação de sintomas com hábitos alimentares, atividades do dia a dia, estresse, atividades profissionais. • Se faz uso de medicação continua.
  • 8. • Antecedentes Patológicos: • Hábito intestinal • Passado de ulcera gástrica, gastrite e sangramento digestivo • Cirurgias prévias • Exames realizados anteriormente • Banho de rio • História de hepatite • Se conhece barbeiro ou se morou em casa de taipa • História de etilismo e/ou tabagismo • Uso crônico de medicação • Passado de hemotransfusao
  • 9. Antecedentes Familiares: • Historia de neoplasia do aparelho digestivo • Patologias digestivas benignas • Tratamento cirúrgico ocorrido em familiares
  • 10. 2 - Principais Sinais e Sintomas 2.1-Náuseas: • Sensação desprazerosa de estar a ponto de vomitar; em geral percebido na região da garganta ou epigástrica 2.2-Regurgitação: • Sem náuseas • Retorno passivo de alimentos ou secreções do estômago a boca • Sem participação de músculos abdominais
  • 11. 2.3-Vômitos: • Expulsão violenta do conteúdo gástrico pela boca; em geral, precedidos por náuseas. • Associado ou não: Palidez • Taquicardia • Sudorese • Sialorréia • Hipotensão • Febre • Cefaléia • Vômitos em jato pode estar associado a HIC • Hematêmese: vômito com sangue (HDA)
  • 12. Vômitos e Regurgitações: • Frequência / periodicidade • Numero de episódios • Início • Relação ou não com alimento • Ocorre no início que o alimento é introduzido na boca ou após deglutição? • Leite materno exclusivo ou fórmula? • Associado a outros alimentos? • Há outros sintomas associados?
  • 13. 2.4-Disfagia: • Dificuldade ou impossibilidade de deglutir alimentos • Disfagia orofaríngea ou alta ou Disfagia esofágica (sensação de parada do bolo alimentar no esôfago) • Tempo de instalação (súbito, lento, gradual) • Seletividade (sólidos, pastosos, líquidos) • Evolução: episódica ou não • Fatores de melhora e piora • Outros sintomas associados
  • 14. • Disfagia alta (orofaríngea): • Após tentativa de deglutição, o alimento permanece em parte ou todo na cavidade bucal • Causas: • Miopatias • Doenças do SNC • Compressões extrínsecas • Distúrbio funcional • Disfagia baixa (esofágica): • Sensação de parada do bolo alimentar no esôfago • Causas: • Motoras: esofagite de refluxo, megaesôfago chagásico, estenose cáustica, LES, DM, amiloidose primária, acalasia idiopática • Acalásia: incoordenação motora do corpo do esôfago com a abertura da cárdia Acalásia primária (idiopática) e acalasia secundária como na doença de Chagas
  • 15. • Disfagia do Refluxo: • Pseudodisfagia: sensação de desconforto quando ingere alimentos mal fragmentados. • Globus hystericus: sensação de corpo estranho localizado a nível da fúrcula esternal e que se movimenta de cima para baixo e de baixo para cima, desaparecendo durante a alimentação e reaparecendo em seguida, manifestação psicossomática.
  • 16. 2.5- Odinofagia: • Dor que surge com a ingestão de alimentos • Ocorre: esofagite cáustica • Candidíase esofágica • Esofagite herpética • Ulcerações na mucosa esofágica por medicamentos • Esôfago em quebra nozes: esôfago com contrações peristálticas de grandes amplitudes e duração • Dor de grande intensidade ocorre na síndrome de Boerhaave (ruptura espontânea do esôfago)
  • 17. 2.6- Pirose: • Sintoma de RGE, gastropatia por erro alimentar • Azia ou queimação • Localização retroesternal • Localização: apêndice xifoide refletindo para epigástrio e ambos lados do tórax. 2.7- Soluço: Ocorre devido a contrações do diafragma. Causas: hérnia hiatal, megaesôfago, doenças do SNC, irritação do nervo frênico ou de diafragma, doenças do mediastino 2.8- Sialorréia: Sialose ou ptialismo • Produção exagerada de saliva
  • 18. 2.9- Aerofagia: • Deglutição de grande quantidade de ar • Leva à eructação 2.10- Hematêmese: vômito com sangue • Sangue vivo ou em borra de café • Hemorragia digestiva alta: origem do sangramento pode ser na boca até o ângulo de Treitz
  • 19. • 2.11- Dor Abdominal: • Localização • Irradiação • Caráter • Intensidade • Duração • Ritmo • Fatores de melhora • Fatores de piora • Cronologia • Início • Evolução • Momento atual
  • 20. • Localização da dor abdominal: • Irradiação da dor: • Dor por distensão das paredes intestinais ou por contração da musculatura, quando muito intensa pode irradiar-se para dorso. • Dor por peritonite no QID pode irradiar-se para base de coxa. • Patologia biliar é sugerida com dor em epigástrio irradiada a hipocôndrio D ou FID ou ombro ou escápula D. • Dor em epigástrio que se irradia a ambos hipocôndrios, podendo circular a região superior de abdome e dorso sugere doença pancreática..
  • 21. • Dor em epigástrio que se irradia a fúrcula esternal, podendo envolver a mandíbula sugere patologia esofágica. Diagnóstico diferencial IAM • Dor inicialmente em epigástrio que após algumas horas irradia para FID sugere apendicite. • Dor em hipocôndrio que se irradia segundo trajeto de ureter, podendo atingir face interna de coxa e genitália sugere processo renal. • Litíase de colédoco: dor em cólica localizada em hipocôndrio , escápula e região supra-clavicular D: litíase de colédoco
  • 22. • Caráter da dor abdominal • Dor visceral origina-se pela distensão ou contração das paredes musculares, em cólica • Dor súbita em facada localizada pode indicar peritonite localizada ou úlcera perfurada • Intensidade da dor:
  • 23. • Ritmo ou Frequência da dor: • Número de vezes que a dor acontece • Diariamente ou quantas vezes por semana ou mês • Associar a fatores de melhora ou piora • Cronologia: quando iniciou, como evoluiu e momento atual • Outros sintomas: febre, distensão, diarreia, constipação, parada ou de eliminação de gases e fezes, edema, alterações de pele
  • 24. 2.12) Plenitude pós-prandial: • Sensação de peso no epigástrio, referida como “empaxamento” após a alimentação que pode ocorrer quando o volume ingerido é superior a capacidade do volume gástrico ou quando a ingestão de alimentos é rápida ou doença que interfere a motilidade intestinal
  • 25. 2.13) Sangramento intestinal • Melena: fezes pretas, viscosas, aderentes e fétidas (HDA) • Enterorragia: eliminação de sangue pelo ânus • Hematoquezia: fezes misturadas de sangue vivo • 2.14) Acolia fecal: • Pode estar presente ou não na atresia biliar
  • 26. 2.15) Esteatorréia: aumento da quantidade de gordura excretada nas fezes 2.16) Encoprese: evacuação completa em local ou momento inapropriado nas roupas, voluntária ou não, resultante de fatores emocionais ou fisiológicos 2.17) Incontinência fecal: falta de controle esfincteriano secundário a distúrbio neuromuscular 2.18) Tenesmo: sensação de dor no reto ou períneo com desejo imperioso de evacuar
  • 27. • 2.19) Icterícia: • Coloração amarela das mucosas, pele, líquidos orgânicos devido ao aumento de bilirrubina pode ser às custas de bilirrubina direta ou indireta • Neonatal por incompatibilidade ABO e Rh mais comuns às custas de BI
  • 28. 2.20) Constipação intestinal: • Sintoma definido com fezes endurecidas, com dor ou dificuldade de evacuar e/ou ocorrência de comportamento de retenção, pode ocorrer escape fecal ou soiling (perda involuntária de parte de conteúdo fecal devido a retenção) e aumento no intervalo de evacuações (< que 3 evacuações por semana) Pode ocorrer também: • Hematoquezia • Sensação de esvaziamento retal incompleto • Dor abdominal • Aguda e crônica, esta última com sintomas superior a 2 semanas
  • 29. 2.21) Diarreia: • Diarreia: aumento da quantidade e frequência das evacuações e/ou diminuição da consistencia das fezes. • Duração: -Aguda: até 14 dias -Persistente: >de 14 dias -Crônica: > de 4 semanas 2.22) Disenteria: • Diarreia com sangue e/ou muco, além de dores abdominais.
  • 30. Hábito intestinal • Frequência • Consistência • Formato das fezes • Avaliar sinais associados: • Dor ou desconforto ao evacuar • Sensação de esvaziamento fecal incompleto • Sangramento retal • Prolapso retal • Verificar características anormais das fezes: gordurosas que boiam ou entopem vasos
  • 31. • Ritmo intestinal geralmente declina com o decorrer da idade • Primeira semana de vida: 97% dos lactentes apresentam 1 a 9 evacuações diárias • Entre 2 a 5 meses de vida: 93% dos lactentes 1 a 7 evacuações diárias • Entre 1 a 4 anos de idade: 85% evacuam 1 a 2 vezes/dia • Pseudodiarréia do lactente: ocorre em lactentes amamentados em seio materno exclusivo, sem perda de peso e sem outros sintomas • Pseudoconstipação do lactente: ocorre em lactentes amamentados em seio materno exclusivo que permanecem mais que 3 até 10 dias sem evacuar sem dor ou desconforto abdominal, fezes amolecidas
  • 32. Eliminação de mecônio – importância de verificar • 94% dos RNs eliminam nas primeiras 24 horas • 98% nas primeiras 48 horas • Prematuros de 1000 a 1500 g 20 a 57% eliminam nas primeiras 48 horas • Atraso: afastar doenças como megacólon congênito
  • 33. 2.23) Ascite: • Acúmulo anormal de líquido na cavidade peritoneal • Sintomas: abdome globoso, rápido ganho de peso, dispneia, atitude lordótica do paciente, palpitações, astenia, edema em membros inferiores até anasarca. • Causas: hipoalbuminemia (sindrome nefrotica e dengue), septicemia, hipertensão portal, cirrose, insuficiência cardíaca, esquitossomose, tuberculose, doenças pancreáticas, neoplasias LES