O documento discute as normas de biossegurança em ambientes cirúrgicos veterinários. Ele descreve os princípios das precauções padrão, como o uso de equipamentos de proteção individual e a lavagem das mãos. Também explica os procedimentos para a preparação da equipe cirúrgica, incluindo a vestimenta com jalecos, máscaras, luvas e outros itens, além da escarificação cirúrgica das mãos.
1. BIOSSEGURANÇA EM AMBIENTES CIRÚRGICOS
2011.1
DMV. Emanoel F. Martins Filho
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA DE MEDICINA VETERINÁRIA
TÉCNICA OPERATÓRIA VETERINARIA – MEV A33
2. BIOSSEGURANÇA
São regras gerais que objetivam a
preservação da saúde dos profissionais, da
coletividade e do ambiente, além da
integridade do paciente.
3. BIOSSEGURANÇA
RISCO X PERIGO
“Risco é a probabilidade ou chance de lesão ou morte”
(SANDERS & MCCORMICK, 1993).
“Perigo é uma condição ou um conjunto de circunstâncias que
têm o potencial de causar ou contribuir para uma lesão ou morte”
(SANDERS & MCCORMICK, 1993).
“Um perigo é um agente químico, biológico ou físico
(incluindo-se a radiação eletromagnética) ou um conjunto de condições
que apresentam uma fonte de risco mas não o risco em si”
(KOLLURU, 1996).
4. BIOSSEGURANÇA
AGENTES DE RISCO
“Entende-se por agente de risco, qualquer componente de natureza física,
química, biológica que possa comprometer a saúde do homem, dos
animais, do ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos”.
TIPOS DE RISCO
RISCOS
FÍSICOS QUÍMICOS BIOLÓGICOS ERGONÔMICOS ACIDENTES
•Gases
•Líquidos
•Pó
•Temperatura
•Ruídos
•Radiações
•Bactérias
•Vírus
•Sangue e secreção
•Postura
•Repetitividade
•Esforço físico
•Manipulação
•Armazenamento
•Equipamento
inadequado
6. BIOSSEGURANÇA
OS PRINCÍPIOS DAS “PRECAUÇÕES PADRÃO”
NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
a) Uso de barreiras ou equipamentos de proteção individual (EPI)
b) Lavagem das Mãos
c) Manipulação de Instrumentos e Materiais
d) Manipulação de Materiais Cortantes e de Punção
e) Ambiente e Equipamentos
f) Vacinação
7. NORMAS DE SEGURANÇA INDIVIDUAL
ü UNIFORMES: obrigatoriamente protegido com avental de mangas longas,
fechado na frente e longo (abaixo dos joelhos)
ü CABELOS: permanentemente presos na sua totalidade. Em áreas de controle
biológico, o uso do gorro é obrigatório (Laboratório de Cultura, Biologia
Molecular, Produção de Componentes Lábeis Sangüíneos, Laboratório de
Microbiologia, Isolamento Reverso, Centro Cirúrgico, etc.)
ü SAPATOS: exclusivamente fechados
ü UNHAS: devem ser curtas e bem cuidadas.
ü JÓIAS E BIJUTERIAS: deve-se usar o mínimo possível (ideal não utilizar)
8. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
JALECO
GORRO
MÁSCARA
LUVAS
ÓCULOS DE PROTEÇÃO
PRO-PÉ
PIJAMA CIRÚRGICO
Área Externa Área Interna
Elementos indispensáveis para promover uma
extensão dos limites corpóreos do aluno em
relação ao objeto manipulado
10. HOSPITAL VETERINÁRIO
Será correto manter animais de espécies distintas cara-a-cara?
Qual o risco inerente aos animais e aos proprietários nessa área?
MANUSEIO DOS ANIMAIS
•Todos os animais devem ser manuseados por profissionais trajados com EPI
(Equipamentos de Proteção Individual)
Os atendentes e Médicos Veterinários enluvados e com aventais e jalecos
descartáveis, sempre.
ÁREA DE RECEPÇÃO DOS ANIMAIS.
11. CENTRO CIRÚRGICO
SALA / ÁREA FUNÇÃO
Vestiário Vestir a equipe com os trajes cirúrgicos apropriados
Preparação anestésica e cirúrgica Destina-se à sedação, contenção e tricotomia
Área de Circulação (corredor) Acesso a salas de cirurgia
Sala de Suprimentos
(ANESTÉSICO / MANUTENÇÃO)
Contem equipamentos necessários anestesia e
manutenção
Áreas de pias de escarificação
Degermação das mãos e antebraços antes do
procedimento cirúrgico
Áreas de paramentação Vestimento de aventais e luvas
Sala Cirúrgica Salas onde se realizam as intervenções cirúrgicas
Área de recuperação pós-operatória
Área onde os pacientes são monitorados até sua
recuperação completa
Área contaminada
Área Mista
Área Limpa
Classificação quanto a contaminação
12. PREPARAÇÃO DA EQUIPE CIRÚRGICA
ü VESTUARIO CIRÚRGICO
Todas os indivíduos que entram no conjunto da sala cirúrgica devem estar
apropriadamente vestida, independente de participar ou não da cirurgia
GORRO
MÁSCARA
LUVAS
PIJAMA CIRÚRGICO
PRO-PÉ
19. PREPARAÇÃO DA EQUIPE CIRÚRGICA
ü ESCARIFICAÇÃO CIRÚRGICA
Antes da escovação iniciar, o cirurgião e equipe devem estar vestidos
adequadamente e ter todas as jóias removidas dos braços e dedos. Assim que
a escovação iniciar, as mãos e braços não devem tocar nada que não esteja
estéril. Se isto ocorrer, deve-se repetir as manobras desde o início.
A finalidade é remover a sujeira e a gordura, a flora bacteriana transitória, e uma
porção da flora bacteriana residente das mãos e braços
ATENÇÃO
20. PREPARAÇÃO DA EQUIPE CIRÚRGICA
ü ABERTURA DO PACOTE CIRÚRGICO
As mãos e braços devem ser secas com toalha estéril, que pode ser alcançada
ou tirada do pacote cirúrgico.
Pegar com uma mão por uma das pontas, longe do corpo e desdobrar. Usar
metade da toalha para secar cada mão.
Iniciar pela ponta dos dedos, meio dos dedos, mão e ir secando em direção ao
cotovelo.
Após uma mão e braço estarem secos, colocar a parte não usada da toalha na
mão seca e secar a outra mão e braço.
ü SECAGEM DAS MÃOS
21. PREPARAÇÃO DA EQUIPE CIRÚRGICA
ü COLOCANDO O AVENTAL
Os aventais cirúrgicos são dobrados de maneira padrão, aparecendo em
primeiro lugar a parte dos ombros das costas.
Ele deve ser pego, levantado e desdobrado, longe do corpo, sem contaminá-lo.
Sacudir o avental para desdobrar e abrir, sem tocar em nada ao redor e colocar
os braços pela manga e as mãos devem aparecer ou não pelos punhos,
dependendo do método de colocação de luvas a ser usado.
O avental é amarrado por um assistente, sem tocar em nada mais que as tiras.
22. PREPARAÇÃO DA EQUIPE CIRÚRGICA
ü CALÇANDO AS LUVAS
ABERTO FECHADO
Remover do pacote, aberto pelo assistente,
sem tocar na parte de fora da luva
As mãos são introduzidas na manga do avental
até os punhos, porém não através deles.
Nenhuma parte da mão deve ser exposta.
Escorregar a mão direita para dentro da luva e
deixar o punho dobrado para baixo
Segurar a luva através do tecido da manga do
avental e o punho da luva entre o polegar e o
indicador
Pegar a luva esquerda com os dedos
enluvados da mão direita, por baixo do punho
dobrado e escorregar a mão esquerda para
dentro da luva, puxando o punho da mesma
sobre o punho do avental.
Com as mãos ainda dentro do avental, segurar a
luva esquerda com a mão esquerda. Deixar a
luva com a palma para baixo, sobre a manga
esquerda do avental
Com a mão esquerda, finalizar de arrumar o
punho da luva direita, colocando os dedos
enluvados da mão esquerda debaixo da parte
dobrada do punho da mão direita e desvirar o
punho sobre o punho do avental.
Usando a mão direita, ainda dentro da manga do
avental, introduzir o punho da luva sobre o punho
do avental.
Ajustar as luvas de maneira que elas calcem
apropriadamente os dedos e a mão, limpando
após o excesso de talco da parte externa da
luva.
Pegar ambos, a luva e o punho (através da
manga) com a mão direita e puxar a luva da mão
esquerda. Repetir o procedimento da luva na
mão direita.
Método alternativo
23. CONDUTA DO PROFISSIONAL
ü Estar devidamente uniformizado
ü Evitar aglomeração em volta da equipe cirúrgica
ü Evitar movimentação desnecessária
ü Fale somente o necessário
ü Cuidado com materiais perfurocortantes
ü Atenção no descarte de materiais
ü Permanecer com uniforme somente nas dependências do HV
24. BOM SENSO (5’s)
üSHITSUKE - SENSO DE AUTO-DISCIPLINA
"fazer dessas atitudes, ou seja, da metodologia, um hábito, transformando os
5s's num modo de vida".
üSEIRI - SENSO DE UTILIZAÇÃO
"separar o útil do inútil, eliminando o desnecessário"
ü SEITON - SENSO DE ARRUMAÇÃO
"identificar e arrumar tudo, para que qualquer
pessoa possa localizar facilmente"
ü SEISO - SENSO DE LIMPEZA
"manter um ambiente sempre limpo , eliminando as
causas da sujeira e aprendendo a não sujar".
üSEIKETSU - SENSO DE SAÚDE E HIGIENE
"manter um ambiente de trabalho sempre favorável a saúde e higiene".
25. CONDUTA DO PROFISSIONAL
A biossegurança requer treinamento, conhecimento
científico, responsabilidade e um constante monitoramento de
atitudes por parte de cada profissional, para se tornar
realmente efetiva, não adianta realizar procedimentos isolados.
O controle de infecção precisa ser uma postura coletiva
e não somente individual. É necessário que todos do grupo
sigam corretamente as condutas preventivas, pois qualquer
comportamento inadequado pode causar uma contaminação.