SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
Disciplina: Introdução à Prática Hospitalar
Professora: Sheila Tamanini
Equipamento de Proteção Individual (EPI) e
Resíduos de Serviços de Saúde
Acadêmicas:
Gabriela Rodrigues
Paula Souza
Rafaela Rech
Vanessa Gigoski
Porto Alegre, 2013
INTRODUÇÃO
A biossegurança consiste em um “conjunto de práticas e ações técnicas
com preocupações sociais e ambientais destinadas a controlar os possíveis
riscos à saúde oferecidos à equipe da saúde e aos pacientes’”.
A Lei brasileira nº 9.431 de 6 de janeiro de 1997, dispõe sobre a
obrigatoriedade da manutenção pelos hospitais do país de um programa de
controle de infecções hospitalares (Portaria nº 2.616/MS/GM de 12 de maio de
1998). Sua abrangência é ampla envolvendo relações com a promoção de
saúde no ambiente de trabalho, no meio ambiente e na comunidade.
Na Fonoaudiologia, assim como nas demais áreas da saúde, é
necessária a adoção de procedimentos de controle de infecção em suas
diversas áreas de atuação. Entre esses procedimentos, estão o uso de
Equipamento de Proteção Individual (EPI) e o correto descarte de resíduos, os
quais serão expostos a seguir.
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)
São equipamentos recomendados para todos os Profissionais da Área
da Saúde: avental ou jaleco, gorro, máscara, luvas e óculos de proteção.
Embora tenha indicação para proteção e segurança ocupacionais, o uso
inadequado desses equipamentos pode resultar em risco coletivo. Em algumas
situações o mesmo dispositivo de uso individual deve ser adotado com objetivo
de proteção coletiva, como em procedimentos assépticos.
A higiene pessoal também deve ser realizada para uma melhor eficácia
da proteção aos indivíduos, por isso, tomar banho, lavar o jaleco, manter as
unhas curtas e sem esmalte, entre outros cuidados, colaboram com uma rotina
saudável.
Para frequentar o hospital são necessários cuidados como: usar sempre
sapato fechado, não usar jóias, usar roupas mais cobertas, cabelos compridos
devem ser mantidos sempre presos. É necessário bom senso e adequação ao
ambiente com roupas mais discretas, evitar saltos altos e utensílios
extravagantes. Além de evitarmos uma má impressão ou causar algum dano,
estamos nos protegendo e evitando a disseminação de microrganismos e
doenças.
O jaleco deve ser sempre utilizado, pois protege a roupa do profissional;
deve ser de cor clara, mangas compridas e decote alto; utilizado,
exclusivamente, no ambiente de trabalho; após retirado, deve ser transportado
pelo avesso em embalagem plástica; e sua higienização sempre separada das
demais roupas da família.
O uso da máscara deve ter alguns cuidados especiais, ela deve ser
utilizada apenas nos ambientes propícios. Ela é uma barreira das vias aéreas
superiores. Seu uso deve seguir os princípios de conforto e adaptação,
devendo ser descartável e conter três camadas. É importante que seja trocada
a cada atendimento asséptico e/ou quando estiver suja ou molhada.
Os óculos de proteção não são utilizados em qualquer situação, apenas
quando o profissional da saúde estiver em contato com gotículas aerossóis.
As luvas são essenciais em todos os casos de contato com pacientes e
de manuseio dos materiais, tanto para procedimentos invasivos ou não-
invasivos. São importantes para o paciente e para o profissional evitando a
disseminação dos vírus. Estão disponíveis no mercado luvas de látex e de vinil,
sendo essa última, indicada para pessoas com hipersensibilidade ao látex.
Existem cinco tipos de luva que poderão ser usadas no ambiente hospitalar:
- Luvas estéreis: de uso único e descartáveis; utilizada em
procedimentos invasivos e desinfecção de alto nível de esterilização química; é
necessária anti-sepsia das mãos antes do uso.
- Luvas de procedimento: indicadas para procedimentos não-invasivos;
também são de uso único e descartáveis; seu uso deve ser precedido da
higienização das mãos.
- Luvas grossas: utilizada nos procedimentos de lavagem de
instrumentos, limpeza em geral e manuseio de lixo. São reutilizáveis e devem
ser lavadas todos os dias, sua substituição é necessária quando apresentar
desgaste ou estiver rasgada.
- Luvas térmicas: utilizada em procedimentos de esterilização em estufa
e autoclave.
- Luvas plásticas: descartáveis e de uso único; utilizadas como recurso
auxiliar ao controle de infecção, devem ser usadas sobrepostas às luvas de
procedimentos quando for necessário tocar em superfícies fora do campo de
trabalho.
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - DESCARTE DE
PERFUROCORTANTES
O manejo dos resíduos de serviços de saúde deve ser praticado
conforme Resolução de Diretoria Colegiada - RDC nº 306 da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo classificados em:
• Grupo A – resíduos com possível presença de agentes biológicos que
podem apresentar risco de infecção. Este grupo apresenta subgrupos com
recomendações específicas para cada um, entretanto para acondicionamento
de coleta devem ser dispostos em sacos brancos-leitosos, identificados com
símbolo de substância infectante constante, com desenho e contornos pretos.
Estes devem ser substituídos quando atingir dois terços de sua capacidade ou
a cada 24 horas.
• Grupo B - resíduos contendo substâncias químicas que podem
apresentar risco a saúde pública ou ao meio ambiente.
• Grupo C – qualquer material resultante da atividade humana que
contenha radionuclídeos em quantidade superior aos limites de isenção
especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e
para os quais a reutilização é imprópria ou não-prevista.
• Grupo D - resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou
radiológico à saúde ou ao meio ambiente.
• Grupo E - materiais perfurocortantes ou escarificantes como agulhas,
artigos de vidro, escalpes, lâminas de bisturi, lancetas, entre outros. Estes
devem ser descartados separadamente, no local de sua geração,
imediatamente após o uso em recipientes rígidos e resistentes a punctura, a
ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificados, de acordo com a
norma NBR 13853/97 da ABNT.
REFERÊNCIAS
1. Conselho Federal de Fonoaudiologia. Medidas de Controle de Infecção para
Fonoaudiólogos - Manual de Biossegurança. 8º Colegiado, Brasília, 2007. 1.
2. Souza CP, Tanigute CC, Tipple AFV. Biossegurança: medidas de
precauções-padrão em fonoaudiologia. Fonoaudiol Bras. 2000;3(4):18-24.
3. Mancini PC, Teixeira LC, Resende LM, Gomes AM, Vicente LCC, Oliveira
PM. Medidas de biossegurança em audiologia. Rev. CEFAC vol.10 no.4 São
Paulo Oct./Dec. 2008
especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e
para os quais a reutilização é imprópria ou não-prevista.
• Grupo D - resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou
radiológico à saúde ou ao meio ambiente.
• Grupo E - materiais perfurocortantes ou escarificantes como agulhas,
artigos de vidro, escalpes, lâminas de bisturi, lancetas, entre outros. Estes
devem ser descartados separadamente, no local de sua geração,
imediatamente após o uso em recipientes rígidos e resistentes a punctura, a
ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificados, de acordo com a
norma NBR 13853/97 da ABNT.
REFERÊNCIAS
1. Conselho Federal de Fonoaudiologia. Medidas de Controle de Infecção para
Fonoaudiólogos - Manual de Biossegurança. 8º Colegiado, Brasília, 2007. 1.
2. Souza CP, Tanigute CC, Tipple AFV. Biossegurança: medidas de
precauções-padrão em fonoaudiologia. Fonoaudiol Bras. 2000;3(4):18-24.
3. Mancini PC, Teixeira LC, Resende LM, Gomes AM, Vicente LCC, Oliveira
PM. Medidas de biossegurança em audiologia. Rev. CEFAC vol.10 no.4 São
Paulo Oct./Dec. 2008

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Biossegurança em laboratórios de análises clínicas 2014
Biossegurança em laboratórios de análises clínicas 2014Biossegurança em laboratórios de análises clínicas 2014
Biossegurança em laboratórios de análises clínicas 2014Bárbara Ostrosky de Oliveira
 
Controle de infecção e biossegurança 2013
Controle de infecção e biossegurança 2013Controle de infecção e biossegurança 2013
Controle de infecção e biossegurança 2013Guilherme Terra
 
Aula biossegurança
Aula biossegurançaAula biossegurança
Aula biossegurançaRenatbar
 
Biossegurança em odontologia
Biossegurança em odontologiaBiossegurança em odontologia
Biossegurança em odontologiaDebora Lana
 
Biosegurança nas ações de enfermagem
Biosegurança nas ações de enfermagemBiosegurança nas ações de enfermagem
Biosegurança nas ações de enfermagemGabriela Montargil
 
Aula 1 biossegurança e mais fundamentos
Aula 1   biossegurança e mais fundamentosAula 1   biossegurança e mais fundamentos
Aula 1 biossegurança e mais fundamentosMarlon Vaughan
 
EPIs (Equipamento de Proteção Individual)
EPIs (Equipamento de Proteção Individual)EPIs (Equipamento de Proteção Individual)
EPIs (Equipamento de Proteção Individual)PCare Fisioterapia
 
Aula biossegurança 2
Aula biossegurança 2Aula biossegurança 2
Aula biossegurança 2Paula Rocha
 

Mais procurados (20)

Biossegurança em laboratórios de análises clínicas 2014
Biossegurança em laboratórios de análises clínicas 2014Biossegurança em laboratórios de análises clínicas 2014
Biossegurança em laboratórios de análises clínicas 2014
 
Biossegurança na Podologia
Biossegurança na PodologiaBiossegurança na Podologia
Biossegurança na Podologia
 
Controle de infecção e biossegurança 2013
Controle de infecção e biossegurança 2013Controle de infecção e biossegurança 2013
Controle de infecção e biossegurança 2013
 
biossegurança
biossegurançabiossegurança
biossegurança
 
Aula biossegurança
Aula biossegurançaAula biossegurança
Aula biossegurança
 
Biossegurança pdf
Biossegurança pdfBiossegurança pdf
Biossegurança pdf
 
Biossegurança em odontologia
Biossegurança em odontologiaBiossegurança em odontologia
Biossegurança em odontologia
 
Biosegurança nas ações de enfermagem
Biosegurança nas ações de enfermagemBiosegurança nas ações de enfermagem
Biosegurança nas ações de enfermagem
 
Aula 1 biossegurança e mais fundamentos
Aula 1   biossegurança e mais fundamentosAula 1   biossegurança e mais fundamentos
Aula 1 biossegurança e mais fundamentos
 
Biosseguranca 2012
Biosseguranca 2012Biosseguranca 2012
Biosseguranca 2012
 
2. biossegurança
2. biossegurança2. biossegurança
2. biossegurança
 
introdução semiologia
introdução semiologiaintrodução semiologia
introdução semiologia
 
Normas de Biossegurança
Normas de Biossegurança Normas de Biossegurança
Normas de Biossegurança
 
(Fonte md) treinamento em biosseguranca site
(Fonte md) treinamento em biosseguranca site(Fonte md) treinamento em biosseguranca site
(Fonte md) treinamento em biosseguranca site
 
Biossegurança 2
Biossegurança 2Biossegurança 2
Biossegurança 2
 
Palestra+biosegurança
Palestra+biosegurançaPalestra+biosegurança
Palestra+biosegurança
 
EPIs (Equipamento de Proteção Individual)
EPIs (Equipamento de Proteção Individual)EPIs (Equipamento de Proteção Individual)
EPIs (Equipamento de Proteção Individual)
 
Assepsia+e
Assepsia+eAssepsia+e
Assepsia+e
 
Biossegurança em laboratorios
Biossegurança em laboratoriosBiossegurança em laboratorios
Biossegurança em laboratorios
 
Aula biossegurança 2
Aula biossegurança 2Aula biossegurança 2
Aula biossegurança 2
 

Semelhante a Ep is rss

K_AISA_Aula4_biosseguranca.pdf
K_AISA_Aula4_biosseguranca.pdfK_AISA_Aula4_biosseguranca.pdf
K_AISA_Aula4_biosseguranca.pdfKatiaRegina87
 
Semiotecnica 2-ano-de-enfermagem-1-capitulo
Semiotecnica 2-ano-de-enfermagem-1-capituloSemiotecnica 2-ano-de-enfermagem-1-capitulo
Semiotecnica 2-ano-de-enfermagem-1-capituloVirgílio Lima
 
biossegurança (1) (1) (1).pptx
biossegurança (1) (1) (1).pptxbiossegurança (1) (1) (1).pptx
biossegurança (1) (1) (1).pptxBrendaBarbosa48
 
Treinamento NR-6 - LIMPEZA.ppt
Treinamento NR-6 - LIMPEZA.pptTreinamento NR-6 - LIMPEZA.ppt
Treinamento NR-6 - LIMPEZA.pptflávio barbosa
 
Manual Boas Praticas no Uso de EPIs
Manual Boas Praticas no Uso de EPIsManual Boas Praticas no Uso de EPIs
Manual Boas Praticas no Uso de EPIsAdeildo Caboclo
 
Biossegurança faculdade católica
Biossegurança faculdade católica Biossegurança faculdade católica
Biossegurança faculdade católica Hygor Malheiros
 
Biosseguranca_ambiente_cirurgico.pptx
Biosseguranca_ambiente_cirurgico.pptxBiosseguranca_ambiente_cirurgico.pptx
Biosseguranca_ambiente_cirurgico.pptxssuser87b501
 
Aula Biossegurança[5473].pdf
Aula Biossegurança[5473].pdfAula Biossegurança[5473].pdf
Aula Biossegurança[5473].pdfCarolinaMalburg2
 
CURSO_COLETA-CRF-Biossegurança.pdf
CURSO_COLETA-CRF-Biossegurança.pdfCURSO_COLETA-CRF-Biossegurança.pdf
CURSO_COLETA-CRF-Biossegurança.pdfssuserf1aeac2
 
AULA DE BIOSSEGURANÇA.pdf
AULA DE BIOSSEGURANÇA.pdfAULA DE BIOSSEGURANÇA.pdf
AULA DE BIOSSEGURANÇA.pdfLuana Pereira
 
Trabalho biossegurança
Trabalho biossegurançaTrabalho biossegurança
Trabalho biossegurançaCathy E Aviz
 
Diálogo de Segurança do Trabalho
Diálogo de Segurança do TrabalhoDiálogo de Segurança do Trabalho
Diálogo de Segurança do TrabalhoThiago Morəno
 
Protocolo 04 -_epi_odontologia
Protocolo 04 -_epi_odontologiaProtocolo 04 -_epi_odontologia
Protocolo 04 -_epi_odontologiaRamos, Luiz Ramos
 

Semelhante a Ep is rss (20)

K_AISA_Aula4_biosseguranca.pdf
K_AISA_Aula4_biosseguranca.pdfK_AISA_Aula4_biosseguranca.pdf
K_AISA_Aula4_biosseguranca.pdf
 
Semiotecnica 2-ano-de-enfermagem-1-capitulo
Semiotecnica 2-ano-de-enfermagem-1-capituloSemiotecnica 2-ano-de-enfermagem-1-capitulo
Semiotecnica 2-ano-de-enfermagem-1-capitulo
 
Biosegurança.pdf
Biosegurança.pdfBiosegurança.pdf
Biosegurança.pdf
 
biossegurança (1) (1) (1).pptx
biossegurança (1) (1) (1).pptxbiossegurança (1) (1) (1).pptx
biossegurança (1) (1) (1).pptx
 
Treinamento NR-6 - LIMPEZA.ppt
Treinamento NR-6 - LIMPEZA.pptTreinamento NR-6 - LIMPEZA.ppt
Treinamento NR-6 - LIMPEZA.ppt
 
Aula esterilizacao
Aula esterilizacaoAula esterilizacao
Aula esterilizacao
 
Manual Boas Praticas no Uso de EPIs
Manual Boas Praticas no Uso de EPIsManual Boas Praticas no Uso de EPIs
Manual Boas Praticas no Uso de EPIs
 
Biossegurança faculdade católica
Biossegurança faculdade católica Biossegurança faculdade católica
Biossegurança faculdade católica
 
Biosseguranca_ambiente_cirurgico.pptx
Biosseguranca_ambiente_cirurgico.pptxBiosseguranca_ambiente_cirurgico.pptx
Biosseguranca_ambiente_cirurgico.pptx
 
Aula Biossegurança[5473].pdf
Aula Biossegurança[5473].pdfAula Biossegurança[5473].pdf
Aula Biossegurança[5473].pdf
 
BIOSSEGURANÇA.pptx
BIOSSEGURANÇA.pptxBIOSSEGURANÇA.pptx
BIOSSEGURANÇA.pptx
 
BIOSSEGURANÇA.ppt
BIOSSEGURANÇA.pptBIOSSEGURANÇA.ppt
BIOSSEGURANÇA.ppt
 
5 epi epc
5 epi epc5 epi epc
5 epi epc
 
CURSO_COLETA-CRF-Biossegurança.pdf
CURSO_COLETA-CRF-Biossegurança.pdfCURSO_COLETA-CRF-Biossegurança.pdf
CURSO_COLETA-CRF-Biossegurança.pdf
 
AULA DE BIOSSEGURANÇA.pdf
AULA DE BIOSSEGURANÇA.pdfAULA DE BIOSSEGURANÇA.pdf
AULA DE BIOSSEGURANÇA.pdf
 
Trabalho biossegurança
Trabalho biossegurançaTrabalho biossegurança
Trabalho biossegurança
 
Aula técnica de higiene das mãos
Aula  técnica de higiene das mãosAula  técnica de higiene das mãos
Aula técnica de higiene das mãos
 
Diálogo de Segurança do Trabalho
Diálogo de Segurança do TrabalhoDiálogo de Segurança do Trabalho
Diálogo de Segurança do Trabalho
 
Protocolo 04 -_epi_odontologia
Protocolo 04 -_epi_odontologiaProtocolo 04 -_epi_odontologia
Protocolo 04 -_epi_odontologia
 
Biossegurança
BiossegurançaBiossegurança
Biossegurança
 

Ep is rss

  • 1. Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Disciplina: Introdução à Prática Hospitalar Professora: Sheila Tamanini Equipamento de Proteção Individual (EPI) e Resíduos de Serviços de Saúde Acadêmicas: Gabriela Rodrigues Paula Souza Rafaela Rech Vanessa Gigoski Porto Alegre, 2013
  • 2. INTRODUÇÃO A biossegurança consiste em um “conjunto de práticas e ações técnicas com preocupações sociais e ambientais destinadas a controlar os possíveis riscos à saúde oferecidos à equipe da saúde e aos pacientes’”. A Lei brasileira nº 9.431 de 6 de janeiro de 1997, dispõe sobre a obrigatoriedade da manutenção pelos hospitais do país de um programa de controle de infecções hospitalares (Portaria nº 2.616/MS/GM de 12 de maio de 1998). Sua abrangência é ampla envolvendo relações com a promoção de saúde no ambiente de trabalho, no meio ambiente e na comunidade. Na Fonoaudiologia, assim como nas demais áreas da saúde, é necessária a adoção de procedimentos de controle de infecção em suas diversas áreas de atuação. Entre esses procedimentos, estão o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e o correto descarte de resíduos, os quais serão expostos a seguir. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) São equipamentos recomendados para todos os Profissionais da Área da Saúde: avental ou jaleco, gorro, máscara, luvas e óculos de proteção. Embora tenha indicação para proteção e segurança ocupacionais, o uso inadequado desses equipamentos pode resultar em risco coletivo. Em algumas situações o mesmo dispositivo de uso individual deve ser adotado com objetivo de proteção coletiva, como em procedimentos assépticos. A higiene pessoal também deve ser realizada para uma melhor eficácia da proteção aos indivíduos, por isso, tomar banho, lavar o jaleco, manter as unhas curtas e sem esmalte, entre outros cuidados, colaboram com uma rotina saudável. Para frequentar o hospital são necessários cuidados como: usar sempre sapato fechado, não usar jóias, usar roupas mais cobertas, cabelos compridos
  • 3. devem ser mantidos sempre presos. É necessário bom senso e adequação ao ambiente com roupas mais discretas, evitar saltos altos e utensílios extravagantes. Além de evitarmos uma má impressão ou causar algum dano, estamos nos protegendo e evitando a disseminação de microrganismos e doenças. O jaleco deve ser sempre utilizado, pois protege a roupa do profissional; deve ser de cor clara, mangas compridas e decote alto; utilizado, exclusivamente, no ambiente de trabalho; após retirado, deve ser transportado pelo avesso em embalagem plástica; e sua higienização sempre separada das demais roupas da família. O uso da máscara deve ter alguns cuidados especiais, ela deve ser utilizada apenas nos ambientes propícios. Ela é uma barreira das vias aéreas superiores. Seu uso deve seguir os princípios de conforto e adaptação, devendo ser descartável e conter três camadas. É importante que seja trocada a cada atendimento asséptico e/ou quando estiver suja ou molhada. Os óculos de proteção não são utilizados em qualquer situação, apenas quando o profissional da saúde estiver em contato com gotículas aerossóis. As luvas são essenciais em todos os casos de contato com pacientes e de manuseio dos materiais, tanto para procedimentos invasivos ou não- invasivos. São importantes para o paciente e para o profissional evitando a disseminação dos vírus. Estão disponíveis no mercado luvas de látex e de vinil, sendo essa última, indicada para pessoas com hipersensibilidade ao látex. Existem cinco tipos de luva que poderão ser usadas no ambiente hospitalar: - Luvas estéreis: de uso único e descartáveis; utilizada em procedimentos invasivos e desinfecção de alto nível de esterilização química; é necessária anti-sepsia das mãos antes do uso. - Luvas de procedimento: indicadas para procedimentos não-invasivos; também são de uso único e descartáveis; seu uso deve ser precedido da higienização das mãos.
  • 4. - Luvas grossas: utilizada nos procedimentos de lavagem de instrumentos, limpeza em geral e manuseio de lixo. São reutilizáveis e devem ser lavadas todos os dias, sua substituição é necessária quando apresentar desgaste ou estiver rasgada. - Luvas térmicas: utilizada em procedimentos de esterilização em estufa e autoclave. - Luvas plásticas: descartáveis e de uso único; utilizadas como recurso auxiliar ao controle de infecção, devem ser usadas sobrepostas às luvas de procedimentos quando for necessário tocar em superfícies fora do campo de trabalho. RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - DESCARTE DE PERFUROCORTANTES O manejo dos resíduos de serviços de saúde deve ser praticado conforme Resolução de Diretoria Colegiada - RDC nº 306 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo classificados em: • Grupo A – resíduos com possível presença de agentes biológicos que podem apresentar risco de infecção. Este grupo apresenta subgrupos com recomendações específicas para cada um, entretanto para acondicionamento de coleta devem ser dispostos em sacos brancos-leitosos, identificados com símbolo de substância infectante constante, com desenho e contornos pretos. Estes devem ser substituídos quando atingir dois terços de sua capacidade ou a cada 24 horas. • Grupo B - resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco a saúde pública ou ao meio ambiente. • Grupo C – qualquer material resultante da atividade humana que contenha radionuclídeos em quantidade superior aos limites de isenção
  • 5. especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e para os quais a reutilização é imprópria ou não-prevista. • Grupo D - resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente. • Grupo E - materiais perfurocortantes ou escarificantes como agulhas, artigos de vidro, escalpes, lâminas de bisturi, lancetas, entre outros. Estes devem ser descartados separadamente, no local de sua geração, imediatamente após o uso em recipientes rígidos e resistentes a punctura, a ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificados, de acordo com a norma NBR 13853/97 da ABNT. REFERÊNCIAS 1. Conselho Federal de Fonoaudiologia. Medidas de Controle de Infecção para Fonoaudiólogos - Manual de Biossegurança. 8º Colegiado, Brasília, 2007. 1. 2. Souza CP, Tanigute CC, Tipple AFV. Biossegurança: medidas de precauções-padrão em fonoaudiologia. Fonoaudiol Bras. 2000;3(4):18-24. 3. Mancini PC, Teixeira LC, Resende LM, Gomes AM, Vicente LCC, Oliveira PM. Medidas de biossegurança em audiologia. Rev. CEFAC vol.10 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2008
  • 6. especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e para os quais a reutilização é imprópria ou não-prevista. • Grupo D - resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente. • Grupo E - materiais perfurocortantes ou escarificantes como agulhas, artigos de vidro, escalpes, lâminas de bisturi, lancetas, entre outros. Estes devem ser descartados separadamente, no local de sua geração, imediatamente após o uso em recipientes rígidos e resistentes a punctura, a ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificados, de acordo com a norma NBR 13853/97 da ABNT. REFERÊNCIAS 1. Conselho Federal de Fonoaudiologia. Medidas de Controle de Infecção para Fonoaudiólogos - Manual de Biossegurança. 8º Colegiado, Brasília, 2007. 1. 2. Souza CP, Tanigute CC, Tipple AFV. Biossegurança: medidas de precauções-padrão em fonoaudiologia. Fonoaudiol Bras. 2000;3(4):18-24. 3. Mancini PC, Teixeira LC, Resende LM, Gomes AM, Vicente LCC, Oliveira PM. Medidas de biossegurança em audiologia. Rev. CEFAC vol.10 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2008