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ESTRADAS DA MADEIRA E AS
NOVAS VIAS DE COMUNICAÇÃO
IMPACTO PAISAGÍSTICO
Unidade Curricular: Mercados Turísticos
Docente: Dr.ª Luz Silva
Trabalho elaborado por:
Carlos Abreu
Ricardo Freitas
Ivo Gama
Junho 2009
2
Introdução ----------------------------------------------------------------------------------------3
Desenvolvimento histórico --------------------------------------------------------------------3
Actualidade ------------------------------------------------------------------------------------ 11
Vantagem das acessibilidades --------------------------------------------------------------- 12
Impacto paisagístico -------------------------------------------------------------------------- 15
Madeira, o lado direito ------------------------------------------------------------------------ 17
Conclusão -------------------------------------------------------------------------------------- 24
Bibliografia ------------------------------------------------------------------------------------- 25
3
Introdução
Hoje na Madeira demoramos menos de 1 hora para ir do Funchal a Santana ou ao
Porto Moniz.
Mas nem sempre foi assim, há menos de 20 anos as coisas eram bem diferentes.
Viajar por terra comodamente e com segurança foi o resultado de um processo longo,
difícil e por vezes heróico. O povo Madeirense improvisou e “inventou” caminhos
esculpidos em vales profundos e altas montanhas.
Neste trabalho pretendemos demonstrar um pouco da história do Homem
madeirense na conquista da sua mobilidade numa terra bela e trabalhosa, desde a
construção das primeiras estradas, inseguras, perigosas e de difícil transição, até à
construção da via rápida e via expresso. Abordaremos também, de que modo a
construção de todos estes acessos irão contribuir para o crescimento e desenvolvimento
do nosso principal sector de actividade e fonte de receitas, o Turismo.
Desenvolvimento Histórico
A construção e dinamização dos acessos solo madeirense, iniciou-se nos fins do
Sec. XIX e primórdios do Sec. XX. O facto de este ser muito acidentado obstou durante
mais de quatro séculos a construção duma rede de estradas que servisse habitantes e
forasteiros. Separadas por montanhas, rochas de difícil acesso, profundos desfiladeiros
ou ribeiras de grande caudal, as populações comunicavam-se e reuniam-se só em
determinadas épocas do ano por motivos políticos ou religiosos ou seja, viviam quase
no isolamento total.
A maior parte das estradas eram carreiros de pé-posto, e as que tinham o nome de
nacionais não passavam de veredas praticadas no solo, de piso difícil, à beira de
abismos, esculpidas em montanhas tornando-se incómodas e perigosas para os
viandantes. O trânsito era feito a pé, a cavalo ou em rede sendo raro ou mesmo
impossível outro meio de transporte. Deparado com este cenário, o Governador Civil
José Silvestre Ribeiro, em ofício de 28 de Setembro de 1850, dizia ao Ministério do
Reino que considerava a Madeira uma ilha sem estradas.
Em 1815 a Junta de Agricultura do Arquipélago, com o objectivo de animar o
lavrador, menorizar a dependência do comerciante estrangeiro, fornecedor de tudo o
que era necessário e facilitar o comércio interno da ilha, que até à data era feito
4
maioritariamente por um sistema de cabotagem, apresentou ao Rei o projecto para uma
estrada geral para Leste e para Oeste com ramificações de Norte a Sul, planificado pelo
Bacharel José Maria da Fonseca, seu Inspector.
Cabotagem
Deu-se início a essa via pública em Junho do mesmo ano, sendo a estrada que saía
do Funchal pelo Ribeiro Seco de Cima, Avista - Navios, Quebradas, chegava Câmara de
Lobos pelo Sítio da Torre, descia à Vila e aí bifurcava para o Estreito e Quinta Grande,
seguindo para Oeste e Norte.
Em meados do Sec XIX dá-se o grande arranque para a melhoria dos acessos por
toda a ilha pois não só repararam e melhoraram as estradas e caminhos existentes, como
também se confluíram outras:
A Estrada Monumental, do Funchal para Câmara de Lobos; do Porto do Moniz
para a Ribeira da Janela; do Seixal para S. Vicente; das Terças (Santa Cruz) para o
Santo da Serra; da Ponta do Sol para a Madalena do Mar e da Ladeira de Santana para o
Calhau de S. Jorge; abertura dos caminhos da
Ribeira Brava para a Serra de Água, na margem direita da ribeira, e o do Palheiro
Ferreiro para a Camacha. Também ordenaram melhoramentos nas pontes de todas as
5
freguesias, sendo exemplo disso as da Estrada Monumental e respectivos pontões, as do
Ribeiro Frio, Ribeira do Inferno e Fajã da Murta; construíram a da Ribeira de S. João.
Estrada entre S. Vicente e o Seixal
Outra obra de grande importância para a Madeira e sua administração oficial, pela
complexidade sua arquitectura, relativamente à época e disponibilidades financeiras, a
que está ligado o nome e prestígio de J. Silvestre Ribeiro, é a conclusão da Ponte dos
Socorridos, sobre a Ribeira com este mesmo nome. Foi de sua iniciativa construção do
último arco na margem direita, de todos o mais difícil devido à violência do curso de
água, que estava por acabar desde 1790, concluindo-se somente a 10 de Novembro de
1851, «vencendo-se com a construção de tal Ponte a maior dificuldade que apresentava
a execução da estrada nova para Câmara de Lobos pela beira-mar». Esta via ainda hoje
é conhecida pelo nome de Estrada Monumental, não só por respeito a memória de Luís
Mousinho de Albuquerque pela dificuldade na conclusão da ponte do Ribeiro Seco, mas
também por toda a sua grandiosidade sendo a maior estrada construída até 1901.
6
Câmara de Lobos
No entanto e apesar de todos os esforços as estradas da Madeira continuavam de
um modo geral a ser primitivas tendo como exemplo a estrada que ligava a costa Norte
à costa Sul da ilha entre a Ribeira Brava e S. Vicente. Esta, no troço Serra de Água
Encumeada, mais parecia um carreiro de gado escavado nas montanhas e aberto pelas
enxurradas por entre matagal, silvado e giesta, assim se subia a Boca da Encumeada e
descia para S. Vicente.
Só a partir de 1901, com a atribuição de alguma Autonomia Administrativa ao
Distrito do Funchal, se abriram mais estradas como a Monumental. O Visconde da
Ribeira Brava (Francisco Correia de Herédia), que presidia a Junta Agrícola, mandou
elaborar conjuntamente com a Junta Geral, um grandioso plano de estradas, obra
visionária e futurista, apercebendo-se das grandes potencialidades turísticas da ilha.
7
Estrada da Pontinha
As principais vias de comunicação e turismo construídas, durante os últimos 50
anos, identificam-se parcialmente ao plano rodoviário traçado pelo Visconde da Ribeira
Brava e estudado tecnicamente por Francisco António Soares Júnior.
Vereda entre a Encumeada e o Lombo do Mouro, plano turístico do Visconde da Ribeira Brava.
Estudo de 1914
8
“Algumas veredas de estudo estão abertas em rochas, quase a prumo» como a do
projectado troço da Estrada de Oeste, entre a Encumeada e o Lombo do Mouro, obras
feitas como as de todos os tempos e da mesma natureza na Madeira, a custa de muito
dinheiro, força de vontade, sacrifícios e dedicações de funcionários e trabalhadores.
Estes, como muitos outros, desprendidos, corajosos e heróicos, suspensos “por grossos
calabres em trapézios com um abismo de 500m aos pés, faziam perfurações que deviam
ser dinamitadas”.
Entre 1913 e 1918, inauguraram activamente os primeiros trabalhos constantes de
terraplanagens das estradas nacionais de Câmara de Lobos-Ribeira Brava-S. Vicente e
do Funchal a Machico, para a notável obra de viação moderna que desfrutamos e cuja
rede continua a completar-se com iniciativas e empreendimentos ainda mais arrojados,
progressivos e eficientes.
Seleccionados estrategicamente os pontos de atracção turística, a Junta Agrícola,
em colaboração com a Junta Geral, abriram mais duas estradas tendo em conta as
necessidades da população e prevendo uma maior afluência turística, uma por Leste e
outra por Oeste, que abraçando assim toda a ilha e facultando aos nossos hóspedes e
forasteiros a visita a belezas naturais tão que podem «competir com as melhores do
mundo» e são rivais das paisagens Suíças. Porque, sem vias de rodagem acelerada, era
inacessível «O que há de mais belo, a não ser com risco da vida e por preços fabulosos».
Estrada S. Vicente, Porto Moniz
9
Passeio de rede
Até à data o único transporte para esses sítios era a rede, mas para esta eram
necessários quatro homens, dois de serviço e um de folga, além dum carregador de
alimentos para todos. Esta despesa poderia chegar aos oito escudos diários, recuando
cerca de setenta anos, esta importância que se tornava incomportável. Além disso a
rede, em algumas estradas do litoral e do interior da ilha, nomeadamente nas da Ribeira
da Janela para o Seixal, desta freguesia para S. Vicente, das Queimadas para o Pico
Ruivo e noutras, pecava pela falta de segurança dos seus ocupantes em certas partes do
trajecto.
10
Porto Moniz
Era frequente, nas curvas mais apertadas dos caminhos mais estreitos, ficar
inteiramente suspensa sobre abismos cavados nos vales ou sobre o mar. Por isso “era
indispensável sair desta situação vergonhosa e inutilizadora”, rasgando estradas e
ramais que conduziam aos pontos de vista mais recomendáveis e aliciantes.
Datas de referência:
1913 – Data em que se inicia o transporte colectivo de passageiros
1920 – Ano que chegou pela 1ª vez uma moto ao Poiso, uma Indian de 2,5 cv tendo que
ser puxada à mão em parte do percurso
1923 – Anuncia-se um transporte para a Encumeada com partida do Funchal às 06:00h
da madrugada
11
Fevereiro de 1935 – Data em que chega pela 1º vez ao Porto da Cruz uma “abelhinha”
nome que eram carinhosamente apelidados os automóveis
1987 – Criação da empresa de transportes públicos Horários do Funchal.
Actualidade
Em meados da década de 80 do século passado dá-se a grande revolução nas vias
de comunicação da madeira, a obra mais significativa para o desenvolvimento turístico
e não só. A via que marca a mudança tem apenas 2 Km e é o princípio do que virá a ser
a via rápida. Inaugurada em 1986 e ligando a rotunda de D. Francisco Santana a S.
Martinho, nomeada a Estrada Da Liberdade.
Via Rápida
Em 2005 a rede viária está dividida em 2 grupos: A rede regional principal com
320 Km e rede regional complementar com 304 Km. A primeira rede é constituída por
nove estradas, sendo a mais emblemática a estrada regional 101 que percorre a ilha em
todo o seu litoral. Estas estradas são objecto de uma classificação funcional, em vias
rápidas, vias expresso e vias regulares.
A via rápida liga a Ribeira Brava ao Caniçal. Possui serviços de vigilância, de
controlo e apoio a tráfego 24h por dia. Circulam pela via rápida média cerca de 28.000
viaturas diariamente sendo nalguns troços esse número na ordem dos 60.000 carros.
12
Via Rápida
Existem cerca de 8 vias expresso com duas faixas de rodagem pelo menos, bermas
pavimentadas e acessos condicionados. As outras estradas da via principal são
classificadas como vias regulares.
Via Rápida e Via Expresso
Quanto á rede regional complementar é constituída por 38 novas estradas e 12
antigas, actualmente restauradas, que constituíam a antiga estrada nacional 101 mais a
antiga estrada para o Curral das Freiras tendo como objectivo a ligação entre estradas
regionais principais e os núcleos populacionais mais importantes.
Durante os últimos anos a Madeira voltou a assistir às inaugurações de estradas
coroando uma política de desenvolvimento, que possibilitou uma alteração radical na
maneira de viver na região, bem como quem nos visita.
Hoje, a qualidade das vias terrestres serve não só os naturais com os seus
transportes privados, bem como os forasteiros quer em transportes colectivos ou de
aluguer. Novas e funcionais, estas estradas aproximam uma infinidade de produtos bens
e serviços.
Vantagem das acessibilidades
Podemos então afirmar que se as estradas aproximaram as várias localidades da
ilha da Madeira, também são em parte responsáveis pelo desenvolvimento das mesmas.
13
Reparamos então, coincidência ou não, que nos anos que se seguiram à construção das
vias rápidas e vias expresso, houve efectivamente uma aposta por parte do sector
público e privado em inúmeras freguesias outrora um pouco esquecidas.
Calheta
Salientamos algumas das estruturas e infra – estruturas que foram criadas
principalmente no final do sec. passado e principio presente sec:
- Construção de vários centros culturais e de congressos, centros de saúde com serviços
de urgência permanentes, rede de saneamento básico com estações de tratamento de
águas residuais, bibliotecas municipais, parques públicos, parques industriais, mercados
abastecedores de produtos agrícolas, reservas naturais, serviços sócias, piscinas públicas
e jardins públicos.
14
Riberira da Janela antes e depois
Centro das Artes – Casa das Mudas
15
Porto Moniz
A partir desta altura tornou-se óbvia a importância da criação de unidades
hoteleiras e criaram-se condições para apostar em novas tipologias turísticas (turismo
rural, ecoturismo, turismo de montanha, desporto e aventura entre outros).
Com toda esta conjuntura, reuniram-se então vários elementos para haver uma
maior afluência turística para a região. Esta afluência para além de ser em maior número
expandiu-se pelas várias localidades da ilha, contrariando assim uma anterior
centralização na cidade do Funchal.
Impacto paisagístico
Tal como podemos verificar nas imagens é inegável que estes monstros de betão
desvirtuam em algumas zonas a beleza natural da nossa ilha, beleza essa, que por vezes
teve de ser “sacrificada” por algo considerado essencial ao crescimento e
desenvolvimento.
16
Via Rápida
Temos de reconhecer que sem estas estradas com certeza que haveriam alguns
projectos que foram levados a cabo que deixariam de fazer sentido sendo a distância e a
viabilidade económica alguns dos obstáculos que podemos assinalar. Neste sentido
achamos que prevaleceu a senda do desenvolvimento social, económico e turístico.
Com as novas e melhoradas acessibilidades passou a valer a pena o investimento
público e de iniciativa privada em locais outrora impensáveis devido à grande
probabilidade de insucesso.
Centro das artes – Casa das Mudas Praia artificialm da Calheta
17
Museu da Baleia - Caniçal Aquário da Madeira – Porto Moniz
Estalagem da Ponta do Sol Hotel da Ponta delgada
Com o objectivo de exemplificar de um modo mais prático o modo como as
acessibilidades vieram facilitar a estadia dos turistas e o dia a dia dos residentes,
observe-se o conteúdo de um blog de um turista.
T E R Ç A - F E I R A , O U T U B R O 2 8 , 2 0 0 8
Madeira, o lado direito
18
O dia despertou cedinho e lá nos metemos naquele foguete que é o Ford Fiesta. A
primeira paragem foi num miradouro todo arranjadinho no Livramento. A vista para o
Funchal é novamente incrível. Dali subimos para um dos locais que mais aparece nos
postais da Madeira: o Monte (550m de altitude) e a sua igreja de Nossa Sra. do Monte.
É aqui que podemos ir à "boleia" nuns cestos que deslizam pelas estradas.
Aparentemente a descida é de 2km até ao Livramento e como não sabíamos
exactamente se tínhamos que voltar a pé (e subir 2km de rampas), deixámos essa
aventura para uma próxima visita ao Funchal. Dali embrenhámo-nos na serra e penso
que esta cascata era perto de Terreiro da Luta (876m de altitude). O tempo para ali
também tinha mudado significativamente, era Inverno e o nevoeiro estava cerradíssimo!
O tempo foi piorando com a altitude e quando chegámos ao Ribeiro Frio (880m)
estávamos a bater o dente! De notar que as fotografias parecem de locais desertos
porque foram tiradas depois de uma chuvada incrível que espantou os "camones" todos.
Ali é também o ponto de partida para uma levada. Começámos a descer até ao Fortim
do Faial e a temperatura subiu inevitavelmente.
19
Nesta fotografia aparece o Faial (penso sempre nos Açores!) e o monte que lhe dá
uma paisagem incrível penso que seja onde se encontra o miradouro Penha da Águia.
Retomámos o nosso caminho para Santana e vi pela primeira vez a flor do Natal sem ser
num vaso.
Finalmente Santana e as suas casas típicas! Estas duas com o jardinzinho estão
perto da Câmara Municipal. Almoçámos por aqueles lados e tivemos a surpresa de ver
uma família de franceses encharcados dos pés à cabeça em t-shirt e pergunto-me por
onde é que aquelas almas andaram! Nessa altura decidimos que, apesar de parecer que
ia chover, íamos tentar fazer qualquer coisa da Levada do Caldeirão Verde, sendo
assim, o destino apontava para as Queimadas.
Mesmo assim, demorámos algum tempo ainda em Santana a apreciar as casas
típicas (reparem nas miniaturas à entrada desta!) e fomos até à costa admirar o Ilhéu da
Rocha do Navio e o seu periclitante teleférico, além de uma cascata que mudava de
curso conforme o vento.
20
Lá nos enchemos de coragem e dirigimos o Ford Fiesta para Queimadas que está a
900m de altitude e cujo acesso é uma estrada que mais parece uma rampa. Como a
subida foi demorada, tivemos muito tempo para admirar a paisagem: árvores,
tonalidades laranjas típicas do Outono (fotografia do Elmano) e claro, cascatas.
Eventualmente lá chegámos ao parque de merendas das Queimadas. Esta casita para os
patos é o máximo.
Lá começámos a percorrer a levada do Caldeirão Verde (levada é o nome que dão
a canais de irrigação na Madeira). Qualquer um de nós recomenda vivamente que
percorram pelo menos uma se puderem! As vistas são sempre verdejantes, cai água de
todo o lado e também podemos ver o oceano de algumas perspectivas, além de árvores
estranhas (fotografia do Elmano)
21
Chegámos à nossa primeira grande barreira: uma cascata em que era preciso
atravessar de pedra em pedra para chegar ao outro lado (a fotografia acima é novamente
do Elmano). Eu não decidi nada, mas eles atravessaram na mesma por isso tive que
segui-los! Desconfio que foi aqui que os meus ténis descolaram... he he Mais escadas,
menos escadas, mais duche, menos duche lá chegámos a uma cascata simplesmente
magnífica!
Posso afirmar que isto mete respeito. A água cai bem alto e faz um estrondo
incrível no chão, já para não falar da quantidade de vapor de água que rodeava a zona.
22
Foi aqui que decidimos voltar para trás antes que caísse a noite e ficássemos ali no
meio do nada. Estamos tão embrenhados na serra que mesmo quando espreitamos para
algum lado temos noção que somos invisíveis. Ao fim de 2h e meia de aventura,
chegámos novamente ao carro que estava solitário no parque. Descer dali foi um
instante (a descer todos os santos ajudam!).
A próxima paragem foi o miradouro do Pico do Facho. Dali podemos ver o
Machico e a pista do aeroporto. Depois de uma paragem no Fórum Madeira para
comprar ténis (e meias!), resolvemos repetir a proeza e voltar a interrogar o mesmo
taxista em Câmara de Lobos. Decorem isto: a 6km da praça de Câmara de Lobos, no
sentido inverso ao Funchal, encontra-se o restaurante "Santo António" no Estreito de
Câmara de Lobos. É a melhor espetada que vão comer na vossa vida e peçam o
acompanhamento todo que inclui pão do caco com manteiga de alho e milho frito, além
dos típicos batatas e salada. É simplesmente divinal!
23
Dali resolvemos passear até ao Cabo Girão para tirar umas fotografias ao Funchal.
Após uma observação ao blog deste turista, podemos afirmar com alguma certeza
que este programa de um dia de férias, num passado muito próximo, daria para uns dois
ou três dias.
24
Conclusão
Vivendo numa sociedade global em que o comodismo e o conforto são
prioritários, longe vai o tempo em que os nossos turistas, para percorrerem uma levada
ou simplesmente visitarem uma freguesia situada na costa norte demoravam quase um
dia por estradas inseguras assustadoras e muito desconfortáveis
De acordo com a documentação analisada, concluímos que em nossa opinião, não
encontrando factos que comprovem directamente a relação do aumento turístico com o
melhoramento e aumento das acessibilidades na Ilha da Madeira, não podemos deixar
de frisar que após o aparecimento das vias rápidas, vias expresso e remodelação de
algumas estradas antigas, deparamo-nos com um incremento de afluência turística na
Ilha. Verificamos também que esses turistas não procuram somente os nossos maiores
cartazes turísticos (Sol e Mar, Fim de Ano, Carnaval, Festa da Flor) centralizados no
Funchal, mas também outros produtos, como por exemplo, turismo cultural, turismo
rural, turismo desporto e aventura, etc., encontrando-os por toda a parte da Região
Autónoma da Madeira. Devemos afirmar que para a construção de estruturas e infra-
estruturas deverá ser feito um planeamento e elaborada uma estratégia muito cuidada de
modo a atingir um equilíbrio do ponto de vista ambiental e paisagístico.
25
Bibliografia
http://www.portomoniz.pt/Default.aspx
http://www.cm-calheta-madeira.com/
http://estatistica.gov-madeira.pt/
http://br.olhares.com/pelas_estradas_da_madeira_foto1056188.html
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=593277&page=3
http://www.madeiraarchipelago.com/photo/thumbnails.php?album=search&cat=0&page
=4orange-clouds.blogspot.com/2008_10_01_archive...
http://www.maxmaniac.net/rain/madeira/

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As estradas da Madeira e o impacto paisagístico

  • 1. ESTRADAS DA MADEIRA E AS NOVAS VIAS DE COMUNICAÇÃO IMPACTO PAISAGÍSTICO Unidade Curricular: Mercados Turísticos Docente: Dr.ª Luz Silva Trabalho elaborado por: Carlos Abreu Ricardo Freitas Ivo Gama Junho 2009
  • 2. 2 Introdução ----------------------------------------------------------------------------------------3 Desenvolvimento histórico --------------------------------------------------------------------3 Actualidade ------------------------------------------------------------------------------------ 11 Vantagem das acessibilidades --------------------------------------------------------------- 12 Impacto paisagístico -------------------------------------------------------------------------- 15 Madeira, o lado direito ------------------------------------------------------------------------ 17 Conclusão -------------------------------------------------------------------------------------- 24 Bibliografia ------------------------------------------------------------------------------------- 25
  • 3. 3 Introdução Hoje na Madeira demoramos menos de 1 hora para ir do Funchal a Santana ou ao Porto Moniz. Mas nem sempre foi assim, há menos de 20 anos as coisas eram bem diferentes. Viajar por terra comodamente e com segurança foi o resultado de um processo longo, difícil e por vezes heróico. O povo Madeirense improvisou e “inventou” caminhos esculpidos em vales profundos e altas montanhas. Neste trabalho pretendemos demonstrar um pouco da história do Homem madeirense na conquista da sua mobilidade numa terra bela e trabalhosa, desde a construção das primeiras estradas, inseguras, perigosas e de difícil transição, até à construção da via rápida e via expresso. Abordaremos também, de que modo a construção de todos estes acessos irão contribuir para o crescimento e desenvolvimento do nosso principal sector de actividade e fonte de receitas, o Turismo. Desenvolvimento Histórico A construção e dinamização dos acessos solo madeirense, iniciou-se nos fins do Sec. XIX e primórdios do Sec. XX. O facto de este ser muito acidentado obstou durante mais de quatro séculos a construção duma rede de estradas que servisse habitantes e forasteiros. Separadas por montanhas, rochas de difícil acesso, profundos desfiladeiros ou ribeiras de grande caudal, as populações comunicavam-se e reuniam-se só em determinadas épocas do ano por motivos políticos ou religiosos ou seja, viviam quase no isolamento total. A maior parte das estradas eram carreiros de pé-posto, e as que tinham o nome de nacionais não passavam de veredas praticadas no solo, de piso difícil, à beira de abismos, esculpidas em montanhas tornando-se incómodas e perigosas para os viandantes. O trânsito era feito a pé, a cavalo ou em rede sendo raro ou mesmo impossível outro meio de transporte. Deparado com este cenário, o Governador Civil José Silvestre Ribeiro, em ofício de 28 de Setembro de 1850, dizia ao Ministério do Reino que considerava a Madeira uma ilha sem estradas. Em 1815 a Junta de Agricultura do Arquipélago, com o objectivo de animar o lavrador, menorizar a dependência do comerciante estrangeiro, fornecedor de tudo o que era necessário e facilitar o comércio interno da ilha, que até à data era feito
  • 4. 4 maioritariamente por um sistema de cabotagem, apresentou ao Rei o projecto para uma estrada geral para Leste e para Oeste com ramificações de Norte a Sul, planificado pelo Bacharel José Maria da Fonseca, seu Inspector. Cabotagem Deu-se início a essa via pública em Junho do mesmo ano, sendo a estrada que saía do Funchal pelo Ribeiro Seco de Cima, Avista - Navios, Quebradas, chegava Câmara de Lobos pelo Sítio da Torre, descia à Vila e aí bifurcava para o Estreito e Quinta Grande, seguindo para Oeste e Norte. Em meados do Sec XIX dá-se o grande arranque para a melhoria dos acessos por toda a ilha pois não só repararam e melhoraram as estradas e caminhos existentes, como também se confluíram outras: A Estrada Monumental, do Funchal para Câmara de Lobos; do Porto do Moniz para a Ribeira da Janela; do Seixal para S. Vicente; das Terças (Santa Cruz) para o Santo da Serra; da Ponta do Sol para a Madalena do Mar e da Ladeira de Santana para o Calhau de S. Jorge; abertura dos caminhos da Ribeira Brava para a Serra de Água, na margem direita da ribeira, e o do Palheiro Ferreiro para a Camacha. Também ordenaram melhoramentos nas pontes de todas as
  • 5. 5 freguesias, sendo exemplo disso as da Estrada Monumental e respectivos pontões, as do Ribeiro Frio, Ribeira do Inferno e Fajã da Murta; construíram a da Ribeira de S. João. Estrada entre S. Vicente e o Seixal Outra obra de grande importância para a Madeira e sua administração oficial, pela complexidade sua arquitectura, relativamente à época e disponibilidades financeiras, a que está ligado o nome e prestígio de J. Silvestre Ribeiro, é a conclusão da Ponte dos Socorridos, sobre a Ribeira com este mesmo nome. Foi de sua iniciativa construção do último arco na margem direita, de todos o mais difícil devido à violência do curso de água, que estava por acabar desde 1790, concluindo-se somente a 10 de Novembro de 1851, «vencendo-se com a construção de tal Ponte a maior dificuldade que apresentava a execução da estrada nova para Câmara de Lobos pela beira-mar». Esta via ainda hoje é conhecida pelo nome de Estrada Monumental, não só por respeito a memória de Luís Mousinho de Albuquerque pela dificuldade na conclusão da ponte do Ribeiro Seco, mas também por toda a sua grandiosidade sendo a maior estrada construída até 1901.
  • 6. 6 Câmara de Lobos No entanto e apesar de todos os esforços as estradas da Madeira continuavam de um modo geral a ser primitivas tendo como exemplo a estrada que ligava a costa Norte à costa Sul da ilha entre a Ribeira Brava e S. Vicente. Esta, no troço Serra de Água Encumeada, mais parecia um carreiro de gado escavado nas montanhas e aberto pelas enxurradas por entre matagal, silvado e giesta, assim se subia a Boca da Encumeada e descia para S. Vicente. Só a partir de 1901, com a atribuição de alguma Autonomia Administrativa ao Distrito do Funchal, se abriram mais estradas como a Monumental. O Visconde da Ribeira Brava (Francisco Correia de Herédia), que presidia a Junta Agrícola, mandou elaborar conjuntamente com a Junta Geral, um grandioso plano de estradas, obra visionária e futurista, apercebendo-se das grandes potencialidades turísticas da ilha.
  • 7. 7 Estrada da Pontinha As principais vias de comunicação e turismo construídas, durante os últimos 50 anos, identificam-se parcialmente ao plano rodoviário traçado pelo Visconde da Ribeira Brava e estudado tecnicamente por Francisco António Soares Júnior. Vereda entre a Encumeada e o Lombo do Mouro, plano turístico do Visconde da Ribeira Brava. Estudo de 1914
  • 8. 8 “Algumas veredas de estudo estão abertas em rochas, quase a prumo» como a do projectado troço da Estrada de Oeste, entre a Encumeada e o Lombo do Mouro, obras feitas como as de todos os tempos e da mesma natureza na Madeira, a custa de muito dinheiro, força de vontade, sacrifícios e dedicações de funcionários e trabalhadores. Estes, como muitos outros, desprendidos, corajosos e heróicos, suspensos “por grossos calabres em trapézios com um abismo de 500m aos pés, faziam perfurações que deviam ser dinamitadas”. Entre 1913 e 1918, inauguraram activamente os primeiros trabalhos constantes de terraplanagens das estradas nacionais de Câmara de Lobos-Ribeira Brava-S. Vicente e do Funchal a Machico, para a notável obra de viação moderna que desfrutamos e cuja rede continua a completar-se com iniciativas e empreendimentos ainda mais arrojados, progressivos e eficientes. Seleccionados estrategicamente os pontos de atracção turística, a Junta Agrícola, em colaboração com a Junta Geral, abriram mais duas estradas tendo em conta as necessidades da população e prevendo uma maior afluência turística, uma por Leste e outra por Oeste, que abraçando assim toda a ilha e facultando aos nossos hóspedes e forasteiros a visita a belezas naturais tão que podem «competir com as melhores do mundo» e são rivais das paisagens Suíças. Porque, sem vias de rodagem acelerada, era inacessível «O que há de mais belo, a não ser com risco da vida e por preços fabulosos». Estrada S. Vicente, Porto Moniz
  • 9. 9 Passeio de rede Até à data o único transporte para esses sítios era a rede, mas para esta eram necessários quatro homens, dois de serviço e um de folga, além dum carregador de alimentos para todos. Esta despesa poderia chegar aos oito escudos diários, recuando cerca de setenta anos, esta importância que se tornava incomportável. Além disso a rede, em algumas estradas do litoral e do interior da ilha, nomeadamente nas da Ribeira da Janela para o Seixal, desta freguesia para S. Vicente, das Queimadas para o Pico Ruivo e noutras, pecava pela falta de segurança dos seus ocupantes em certas partes do trajecto.
  • 10. 10 Porto Moniz Era frequente, nas curvas mais apertadas dos caminhos mais estreitos, ficar inteiramente suspensa sobre abismos cavados nos vales ou sobre o mar. Por isso “era indispensável sair desta situação vergonhosa e inutilizadora”, rasgando estradas e ramais que conduziam aos pontos de vista mais recomendáveis e aliciantes. Datas de referência: 1913 – Data em que se inicia o transporte colectivo de passageiros 1920 – Ano que chegou pela 1ª vez uma moto ao Poiso, uma Indian de 2,5 cv tendo que ser puxada à mão em parte do percurso 1923 – Anuncia-se um transporte para a Encumeada com partida do Funchal às 06:00h da madrugada
  • 11. 11 Fevereiro de 1935 – Data em que chega pela 1º vez ao Porto da Cruz uma “abelhinha” nome que eram carinhosamente apelidados os automóveis 1987 – Criação da empresa de transportes públicos Horários do Funchal. Actualidade Em meados da década de 80 do século passado dá-se a grande revolução nas vias de comunicação da madeira, a obra mais significativa para o desenvolvimento turístico e não só. A via que marca a mudança tem apenas 2 Km e é o princípio do que virá a ser a via rápida. Inaugurada em 1986 e ligando a rotunda de D. Francisco Santana a S. Martinho, nomeada a Estrada Da Liberdade. Via Rápida Em 2005 a rede viária está dividida em 2 grupos: A rede regional principal com 320 Km e rede regional complementar com 304 Km. A primeira rede é constituída por nove estradas, sendo a mais emblemática a estrada regional 101 que percorre a ilha em todo o seu litoral. Estas estradas são objecto de uma classificação funcional, em vias rápidas, vias expresso e vias regulares. A via rápida liga a Ribeira Brava ao Caniçal. Possui serviços de vigilância, de controlo e apoio a tráfego 24h por dia. Circulam pela via rápida média cerca de 28.000 viaturas diariamente sendo nalguns troços esse número na ordem dos 60.000 carros.
  • 12. 12 Via Rápida Existem cerca de 8 vias expresso com duas faixas de rodagem pelo menos, bermas pavimentadas e acessos condicionados. As outras estradas da via principal são classificadas como vias regulares. Via Rápida e Via Expresso Quanto á rede regional complementar é constituída por 38 novas estradas e 12 antigas, actualmente restauradas, que constituíam a antiga estrada nacional 101 mais a antiga estrada para o Curral das Freiras tendo como objectivo a ligação entre estradas regionais principais e os núcleos populacionais mais importantes. Durante os últimos anos a Madeira voltou a assistir às inaugurações de estradas coroando uma política de desenvolvimento, que possibilitou uma alteração radical na maneira de viver na região, bem como quem nos visita. Hoje, a qualidade das vias terrestres serve não só os naturais com os seus transportes privados, bem como os forasteiros quer em transportes colectivos ou de aluguer. Novas e funcionais, estas estradas aproximam uma infinidade de produtos bens e serviços. Vantagem das acessibilidades Podemos então afirmar que se as estradas aproximaram as várias localidades da ilha da Madeira, também são em parte responsáveis pelo desenvolvimento das mesmas.
  • 13. 13 Reparamos então, coincidência ou não, que nos anos que se seguiram à construção das vias rápidas e vias expresso, houve efectivamente uma aposta por parte do sector público e privado em inúmeras freguesias outrora um pouco esquecidas. Calheta Salientamos algumas das estruturas e infra – estruturas que foram criadas principalmente no final do sec. passado e principio presente sec: - Construção de vários centros culturais e de congressos, centros de saúde com serviços de urgência permanentes, rede de saneamento básico com estações de tratamento de águas residuais, bibliotecas municipais, parques públicos, parques industriais, mercados abastecedores de produtos agrícolas, reservas naturais, serviços sócias, piscinas públicas e jardins públicos.
  • 14. 14 Riberira da Janela antes e depois Centro das Artes – Casa das Mudas
  • 15. 15 Porto Moniz A partir desta altura tornou-se óbvia a importância da criação de unidades hoteleiras e criaram-se condições para apostar em novas tipologias turísticas (turismo rural, ecoturismo, turismo de montanha, desporto e aventura entre outros). Com toda esta conjuntura, reuniram-se então vários elementos para haver uma maior afluência turística para a região. Esta afluência para além de ser em maior número expandiu-se pelas várias localidades da ilha, contrariando assim uma anterior centralização na cidade do Funchal. Impacto paisagístico Tal como podemos verificar nas imagens é inegável que estes monstros de betão desvirtuam em algumas zonas a beleza natural da nossa ilha, beleza essa, que por vezes teve de ser “sacrificada” por algo considerado essencial ao crescimento e desenvolvimento.
  • 16. 16 Via Rápida Temos de reconhecer que sem estas estradas com certeza que haveriam alguns projectos que foram levados a cabo que deixariam de fazer sentido sendo a distância e a viabilidade económica alguns dos obstáculos que podemos assinalar. Neste sentido achamos que prevaleceu a senda do desenvolvimento social, económico e turístico. Com as novas e melhoradas acessibilidades passou a valer a pena o investimento público e de iniciativa privada em locais outrora impensáveis devido à grande probabilidade de insucesso. Centro das artes – Casa das Mudas Praia artificialm da Calheta
  • 17. 17 Museu da Baleia - Caniçal Aquário da Madeira – Porto Moniz Estalagem da Ponta do Sol Hotel da Ponta delgada Com o objectivo de exemplificar de um modo mais prático o modo como as acessibilidades vieram facilitar a estadia dos turistas e o dia a dia dos residentes, observe-se o conteúdo de um blog de um turista. T E R Ç A - F E I R A , O U T U B R O 2 8 , 2 0 0 8 Madeira, o lado direito
  • 18. 18 O dia despertou cedinho e lá nos metemos naquele foguete que é o Ford Fiesta. A primeira paragem foi num miradouro todo arranjadinho no Livramento. A vista para o Funchal é novamente incrível. Dali subimos para um dos locais que mais aparece nos postais da Madeira: o Monte (550m de altitude) e a sua igreja de Nossa Sra. do Monte. É aqui que podemos ir à "boleia" nuns cestos que deslizam pelas estradas. Aparentemente a descida é de 2km até ao Livramento e como não sabíamos exactamente se tínhamos que voltar a pé (e subir 2km de rampas), deixámos essa aventura para uma próxima visita ao Funchal. Dali embrenhámo-nos na serra e penso que esta cascata era perto de Terreiro da Luta (876m de altitude). O tempo para ali também tinha mudado significativamente, era Inverno e o nevoeiro estava cerradíssimo! O tempo foi piorando com a altitude e quando chegámos ao Ribeiro Frio (880m) estávamos a bater o dente! De notar que as fotografias parecem de locais desertos porque foram tiradas depois de uma chuvada incrível que espantou os "camones" todos. Ali é também o ponto de partida para uma levada. Começámos a descer até ao Fortim do Faial e a temperatura subiu inevitavelmente.
  • 19. 19 Nesta fotografia aparece o Faial (penso sempre nos Açores!) e o monte que lhe dá uma paisagem incrível penso que seja onde se encontra o miradouro Penha da Águia. Retomámos o nosso caminho para Santana e vi pela primeira vez a flor do Natal sem ser num vaso. Finalmente Santana e as suas casas típicas! Estas duas com o jardinzinho estão perto da Câmara Municipal. Almoçámos por aqueles lados e tivemos a surpresa de ver uma família de franceses encharcados dos pés à cabeça em t-shirt e pergunto-me por onde é que aquelas almas andaram! Nessa altura decidimos que, apesar de parecer que ia chover, íamos tentar fazer qualquer coisa da Levada do Caldeirão Verde, sendo assim, o destino apontava para as Queimadas. Mesmo assim, demorámos algum tempo ainda em Santana a apreciar as casas típicas (reparem nas miniaturas à entrada desta!) e fomos até à costa admirar o Ilhéu da Rocha do Navio e o seu periclitante teleférico, além de uma cascata que mudava de curso conforme o vento.
  • 20. 20 Lá nos enchemos de coragem e dirigimos o Ford Fiesta para Queimadas que está a 900m de altitude e cujo acesso é uma estrada que mais parece uma rampa. Como a subida foi demorada, tivemos muito tempo para admirar a paisagem: árvores, tonalidades laranjas típicas do Outono (fotografia do Elmano) e claro, cascatas. Eventualmente lá chegámos ao parque de merendas das Queimadas. Esta casita para os patos é o máximo. Lá começámos a percorrer a levada do Caldeirão Verde (levada é o nome que dão a canais de irrigação na Madeira). Qualquer um de nós recomenda vivamente que percorram pelo menos uma se puderem! As vistas são sempre verdejantes, cai água de todo o lado e também podemos ver o oceano de algumas perspectivas, além de árvores estranhas (fotografia do Elmano)
  • 21. 21 Chegámos à nossa primeira grande barreira: uma cascata em que era preciso atravessar de pedra em pedra para chegar ao outro lado (a fotografia acima é novamente do Elmano). Eu não decidi nada, mas eles atravessaram na mesma por isso tive que segui-los! Desconfio que foi aqui que os meus ténis descolaram... he he Mais escadas, menos escadas, mais duche, menos duche lá chegámos a uma cascata simplesmente magnífica! Posso afirmar que isto mete respeito. A água cai bem alto e faz um estrondo incrível no chão, já para não falar da quantidade de vapor de água que rodeava a zona.
  • 22. 22 Foi aqui que decidimos voltar para trás antes que caísse a noite e ficássemos ali no meio do nada. Estamos tão embrenhados na serra que mesmo quando espreitamos para algum lado temos noção que somos invisíveis. Ao fim de 2h e meia de aventura, chegámos novamente ao carro que estava solitário no parque. Descer dali foi um instante (a descer todos os santos ajudam!). A próxima paragem foi o miradouro do Pico do Facho. Dali podemos ver o Machico e a pista do aeroporto. Depois de uma paragem no Fórum Madeira para comprar ténis (e meias!), resolvemos repetir a proeza e voltar a interrogar o mesmo taxista em Câmara de Lobos. Decorem isto: a 6km da praça de Câmara de Lobos, no sentido inverso ao Funchal, encontra-se o restaurante "Santo António" no Estreito de Câmara de Lobos. É a melhor espetada que vão comer na vossa vida e peçam o acompanhamento todo que inclui pão do caco com manteiga de alho e milho frito, além dos típicos batatas e salada. É simplesmente divinal!
  • 23. 23 Dali resolvemos passear até ao Cabo Girão para tirar umas fotografias ao Funchal. Após uma observação ao blog deste turista, podemos afirmar com alguma certeza que este programa de um dia de férias, num passado muito próximo, daria para uns dois ou três dias.
  • 24. 24 Conclusão Vivendo numa sociedade global em que o comodismo e o conforto são prioritários, longe vai o tempo em que os nossos turistas, para percorrerem uma levada ou simplesmente visitarem uma freguesia situada na costa norte demoravam quase um dia por estradas inseguras assustadoras e muito desconfortáveis De acordo com a documentação analisada, concluímos que em nossa opinião, não encontrando factos que comprovem directamente a relação do aumento turístico com o melhoramento e aumento das acessibilidades na Ilha da Madeira, não podemos deixar de frisar que após o aparecimento das vias rápidas, vias expresso e remodelação de algumas estradas antigas, deparamo-nos com um incremento de afluência turística na Ilha. Verificamos também que esses turistas não procuram somente os nossos maiores cartazes turísticos (Sol e Mar, Fim de Ano, Carnaval, Festa da Flor) centralizados no Funchal, mas também outros produtos, como por exemplo, turismo cultural, turismo rural, turismo desporto e aventura, etc., encontrando-os por toda a parte da Região Autónoma da Madeira. Devemos afirmar que para a construção de estruturas e infra- estruturas deverá ser feito um planeamento e elaborada uma estratégia muito cuidada de modo a atingir um equilíbrio do ponto de vista ambiental e paisagístico.