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BIOGRAFIA DE LUIS VAZ
DE CAMÕES
Trabalho realizado por: Mailyne Vieira
Número: 12
Turma: 11ºPtas
ÍNDICE
• Biografia
• Principais características da poesia Camoniana
• Análise de um poema de Camões
• O meu poema
• Vilancete e cantiga
BIOGRAFIA
• Luís Vaz de Camões nasceu em 1524 e morreu em 1580. Foi um grande poeta português, autor do poema
"Os Lusíadas", uma das obras mais importantes da literatura portuguesa, que celebra os feitos marítimos
e guerreiros de Portugal.
É o maior representante do Classicismo português.
• Nasceu aparentemente em Lisboa, não se sabe o local exato nem o ano de seu nascimento, supõe-se por
volta de 1524. Filho de Simão Vaz de Camões e de Ana de Sá Macedo, foi para o Exército da Coroa de
Portugal em 1547, embarcou como soldado para a África, onde participou na guerra contra os Celtas e
Marrocos, e em combate perdeu o seu olho direito.
Em 1552, de volta a Lisboa frequentou tanto serões da nobreza como as noitadas populares. Numa briga,
feriu um funcionário real e acabou por ir preso.
• Embarcou para a Índia em 1553, onde participou de várias expedições militares. Em 1556, foi para a
China, também em várias expedições. Em 1570, voltou para Lisboa, já com os manuscritos do poema "Os
Lusíadas", que foi publicado em 1572, com a ajuda do rei D. Sebastião.
CONTINUAÇÃO…
• O grande amor de Camões foi a jovem chinesa chamada Dinamene, que morreu afogada em
um naufrágio. Diz a lenda que Camões conseguiu salvar o manuscrito de “Os Lusíadas”,
segurando com uma das mãos e nadando com a outra.
• Depois da morte da sua amada, Camões escreveu vários sonetos lamentando a sua morte
sendo o mais famoso “A Saudade do Ser Amado”. Camões deixou além de “Os Lusíadas”, um
conjunto de poesias líricas, entre elas “Os Efeitos Contraditórios do Amor” e “O Desconcerto
do Mundo”. E as comédias “El-Rei Seleuco”, “Filodemo” e “Anfitriões”.
Camões morreu em Lisboa, Portugal, no dia 10 de Junho 1580, em absoluta pobreza.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA POESIA
CAMONIANA
• Lírica Camoniana
Na lírica camoniana coexiste a poética tradicional e o estilo renascentista.
• Caraterísticas da corrente tradicional
As formas poéticas tradicionais: cantigas, vilancetes, esparsas, endechas, trovas...
Uso da medida velha: redondilha menor e maior.
Temas tradicionais e populares; a menina que vai à fonte; o verde dos campos e dos
olhos; o amor simples e natural; a saudade e o sofrimento; a dor e a mágoa; o ambiente
cortesão com as suas “cousas de folgar” e as futilidades; a exaltação da beleza de uma
mulher de condição servil, de olhos pretos e morena (a “Barbara, escrava”); a infelicidade
presente e a felicidade passada.
CONTINUAÇÃO…
• Características da corrente renascentista
O estilo novo: soneto, canção, écloga, ode, entre outros.
Medida nova: decassílabos.
O amor surge, à maneira petrarquista, como fonte de contradições, entre a vida e a
morte, a água e o fogo, a esperança e o desengano;
A concepção da mulher, outro tema essencial da lírica camoniana, em íntima ligação
com a temática amorosa e com o tratamento dado à Natureza (“locus amenus”),
oscila igualmente entre o pólo platónico (ideal de beleza física, espelho da beleza
interior), representado pelo modelo de Laura e o modelo renascentista de Vénus.
ANÁLISE DE UM POEMA
DE CAMÕES
• O poema que passaremos a analisar divide-se em 2
partes:
Mote: descreve a ação geral realizada por Leonor, a
sua amada.
Volta: o poeta anda em volta do assunto tratado no
mote.
Na volta o sujeito poético faz a descrição da figura
feminina tratada no mote, descrevendo tanto a
beleza física e psicológica da sua amada
demonstrando assim o fascínio que ela exerce nele.
“Descalça vai para a fonte
Leonor pela verdura;
Vai formosa e não segura.
Leva na cabeça o pote,
O texto nas mãos de prata,
Cinta de fina escarlata.
Sainho de chamalote;
Traz a vasquinha de cote.
Mais branca que a neve pura;
Vai formosa e não segura.
Descobre a touca a garganta,
Cabelos de ouro o trançado,
Fita de cor de encarnado,
Tão linda que o mundo espanta;
Chove nela graça tanta
Que dá graça a formosura;
Vai formosa e não segura.”
O MEU POEMA
VILANCETE E CANTIGA
• Vilancete era uma forma poética comum na Península Ibérica, na época da Renascença.
Os vilancetes podiam também ser adaptados para música.
Este tipo de poema tem um mote, o início do poema que, na música, funciona como refrão, seguido de
uma ou mais estrofes. Cada uma com 7 versos.
Cada verso de um vilancete está normalmente dividido em cinco ou sete sílabas métricas ("medida
velha").
Se o último verso do mote se repetir no fim da estrofe, diz-se que o vilancete é perfeito.
Ex.: (Mote:)
Enforquei minha Esperança;
Mas Amor foi tão madraço,
Que lhe cortou o baraço.
• Como se pode ver, o esquema rimático é: abb cddc cbb, que era o mais comum.
O tema dos vilancetes era normalmente a saudade, o campo e os pastores, a 'mulher perfeita' e amor não-
correspondido e consequente sofrimento.
CONTINUAÇÃO…
• Cantiga é a denominação de certos poemas
curtos, de tema leve e de grande aceitação
popular. Seu fundo e sua forma variam de
acordo com as diferentes épocas. Na Idade
Média, a cantiga apresentou diversos
géneros: cantiga de amigo, de amor, de
escárnio, de maldizer, e de romana.
• A diferença entre o vilancete e a cantiga
depende do número de versos no mote: se
houver 2 ou 3 é um vilancete, se houver 4
ou mais é uma cantiga.

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  • 1. BIOGRAFIA DE LUIS VAZ DE CAMÕES Trabalho realizado por: Mailyne Vieira Número: 12 Turma: 11ºPtas
  • 2. ÍNDICE • Biografia • Principais características da poesia Camoniana • Análise de um poema de Camões • O meu poema • Vilancete e cantiga
  • 3. BIOGRAFIA • Luís Vaz de Camões nasceu em 1524 e morreu em 1580. Foi um grande poeta português, autor do poema "Os Lusíadas", uma das obras mais importantes da literatura portuguesa, que celebra os feitos marítimos e guerreiros de Portugal. É o maior representante do Classicismo português. • Nasceu aparentemente em Lisboa, não se sabe o local exato nem o ano de seu nascimento, supõe-se por volta de 1524. Filho de Simão Vaz de Camões e de Ana de Sá Macedo, foi para o Exército da Coroa de Portugal em 1547, embarcou como soldado para a África, onde participou na guerra contra os Celtas e Marrocos, e em combate perdeu o seu olho direito. Em 1552, de volta a Lisboa frequentou tanto serões da nobreza como as noitadas populares. Numa briga, feriu um funcionário real e acabou por ir preso. • Embarcou para a Índia em 1553, onde participou de várias expedições militares. Em 1556, foi para a China, também em várias expedições. Em 1570, voltou para Lisboa, já com os manuscritos do poema "Os Lusíadas", que foi publicado em 1572, com a ajuda do rei D. Sebastião.
  • 4. CONTINUAÇÃO… • O grande amor de Camões foi a jovem chinesa chamada Dinamene, que morreu afogada em um naufrágio. Diz a lenda que Camões conseguiu salvar o manuscrito de “Os Lusíadas”, segurando com uma das mãos e nadando com a outra. • Depois da morte da sua amada, Camões escreveu vários sonetos lamentando a sua morte sendo o mais famoso “A Saudade do Ser Amado”. Camões deixou além de “Os Lusíadas”, um conjunto de poesias líricas, entre elas “Os Efeitos Contraditórios do Amor” e “O Desconcerto do Mundo”. E as comédias “El-Rei Seleuco”, “Filodemo” e “Anfitriões”. Camões morreu em Lisboa, Portugal, no dia 10 de Junho 1580, em absoluta pobreza.
  • 5. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA POESIA CAMONIANA • Lírica Camoniana Na lírica camoniana coexiste a poética tradicional e o estilo renascentista. • Caraterísticas da corrente tradicional As formas poéticas tradicionais: cantigas, vilancetes, esparsas, endechas, trovas... Uso da medida velha: redondilha menor e maior. Temas tradicionais e populares; a menina que vai à fonte; o verde dos campos e dos olhos; o amor simples e natural; a saudade e o sofrimento; a dor e a mágoa; o ambiente cortesão com as suas “cousas de folgar” e as futilidades; a exaltação da beleza de uma mulher de condição servil, de olhos pretos e morena (a “Barbara, escrava”); a infelicidade presente e a felicidade passada.
  • 6. CONTINUAÇÃO… • Características da corrente renascentista O estilo novo: soneto, canção, écloga, ode, entre outros. Medida nova: decassílabos. O amor surge, à maneira petrarquista, como fonte de contradições, entre a vida e a morte, a água e o fogo, a esperança e o desengano; A concepção da mulher, outro tema essencial da lírica camoniana, em íntima ligação com a temática amorosa e com o tratamento dado à Natureza (“locus amenus”), oscila igualmente entre o pólo platónico (ideal de beleza física, espelho da beleza interior), representado pelo modelo de Laura e o modelo renascentista de Vénus.
  • 7. ANÁLISE DE UM POEMA DE CAMÕES • O poema que passaremos a analisar divide-se em 2 partes: Mote: descreve a ação geral realizada por Leonor, a sua amada. Volta: o poeta anda em volta do assunto tratado no mote. Na volta o sujeito poético faz a descrição da figura feminina tratada no mote, descrevendo tanto a beleza física e psicológica da sua amada demonstrando assim o fascínio que ela exerce nele. “Descalça vai para a fonte Leonor pela verdura; Vai formosa e não segura. Leva na cabeça o pote, O texto nas mãos de prata, Cinta de fina escarlata. Sainho de chamalote; Traz a vasquinha de cote. Mais branca que a neve pura; Vai formosa e não segura. Descobre a touca a garganta, Cabelos de ouro o trançado, Fita de cor de encarnado, Tão linda que o mundo espanta; Chove nela graça tanta Que dá graça a formosura; Vai formosa e não segura.”
  • 9. VILANCETE E CANTIGA • Vilancete era uma forma poética comum na Península Ibérica, na época da Renascença. Os vilancetes podiam também ser adaptados para música. Este tipo de poema tem um mote, o início do poema que, na música, funciona como refrão, seguido de uma ou mais estrofes. Cada uma com 7 versos. Cada verso de um vilancete está normalmente dividido em cinco ou sete sílabas métricas ("medida velha"). Se o último verso do mote se repetir no fim da estrofe, diz-se que o vilancete é perfeito. Ex.: (Mote:) Enforquei minha Esperança; Mas Amor foi tão madraço, Que lhe cortou o baraço. • Como se pode ver, o esquema rimático é: abb cddc cbb, que era o mais comum. O tema dos vilancetes era normalmente a saudade, o campo e os pastores, a 'mulher perfeita' e amor não- correspondido e consequente sofrimento.
  • 10. CONTINUAÇÃO… • Cantiga é a denominação de certos poemas curtos, de tema leve e de grande aceitação popular. Seu fundo e sua forma variam de acordo com as diferentes épocas. Na Idade Média, a cantiga apresentou diversos géneros: cantiga de amigo, de amor, de escárnio, de maldizer, e de romana. • A diferença entre o vilancete e a cantiga depende do número de versos no mote: se houver 2 ou 3 é um vilancete, se houver 4 ou mais é uma cantiga.