situação do Brasil e da Argentina com relação aos acidentes de trânsito
Palestrante: Julio Jacobo Waiselfisz, autor do estudo “Mapa da Violência 2013: Acidentes de Trânsito e Motocicleta”
Saiba mais em http://www.conass.org.br/especialistas-nacionais-e-internacionais-discutem-seguranca-no-transito-e-os-impactos-nos-sistemas-de-saude/
3. HISTÓRICO DOS MAPAS DA VIOLÊNCIA.
Desde o primeiro Mapa, divulgado em 1998 pela Unesco/
Instituto Ayrton Senna com o tema “os jovens do Brasil”, já
foram divulgados um total de 29 Mapas da Violência.
Inicialmente cada 2 anos, posteriormente anual e, desde
2011, mais de um a cada ano.
O foco global é sempre violência letal, mas com
abordagens temáticas diferenciadas: mulher, jovens de
América Latina, jovens do Brasil, acidentes de trânsito,
infância e adolescência, mortes armas de fogo, etc.
O Mapa já teve diversas parcerias para sua divulgação:
Ministérios da Justiça, Ministério da Saúde, Unesco, Ritla,
Seppir, OEI, Instituto Ayrton Senna, Instituto Sangari,
Flacso, Cebela, Secretaria Geral da Presidência, SNJ,
etc.
4. AS FONTES DOS MAPAS
Homicídios, suicídios, acidentes de
transporte, morte por arma de fogo e outras
violências letais: Declarações de Óbito,
Subsistema de Informações de Mortalidade
– SIM – do Ministério da Saúde - MS.
População. Censos do IBGE e estimativas
intercensitárias do DATASUS/MS.
Estatísticas Internacionais. Organização
Mundial da Saúde – OMS: WHOSIS, World
Mortality Databases
5. Só no ano de 2010, aconteceram 1,24 milhão de mortes por
acidente de trânsito em 182 países do mundo.
Entre 20 e 50 milhões sobrevivem com traumatismos e feridas.
Os acidentes de trânsito representam a 3ª causa de morte
na
faixa de 30-44 anos, a 2ª na faixa de 5-14 e a 1ª na faixa de 15-29.
Segundo a OMS, se 90% dessas mortes acontecem em países
com rendimentos baixos ou médios que possuem menos da
metade dos veículos do mundo, vai ser nesses países que a
situação vai se agravar ainda muito mais, em função de um
esperado aumento nos índices de motorização, sem
investimentos na segurança nas vias públicas, como no Brasil.
tais acidentes representam (2010) um custo de US$ 518 bi/ano.
Se nada for feito, deveremos ter 1,9 mi de vítimas no trânsito em
2020 e
2,4 milhões em 2030.
Segundo a OMS:
World Health Organization. Global status report on road safety 2013: supporting a decade of action. Switzerland. WHO, 2013.
(1a).
Organización Mundial de la Salud. Informe sobre la situación mundial de la seguridad vial: es hora de pasar a la acción. Suíça.
18. 1 Segundo as Guias de Internação do Sistema de Informações Hospitalares (MS), 2012
2 Nos anos de 2003 e 2006, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA,
divulga os resultados de duas exaustivas e complexas pesquisas sobre os custos
dos acidentes de trânsito no país.
O custo total foi estimado pelo IPEA em R$ 3,6 bilhões para as 49
aglomerações urbanas estudadas e R$ 5,3 bilhões para toda a área urbana do País.
Mas temos que considerar que esses valores foram calculados:
20. Com as 43.780 mortes registradas pelo SIM/MS em 2014 e um número estimado
de 419 mil acidentes com vítimas que ocasionaram diversos tipos de lesões em
580 mil pessoas só nesse ano, das quais 200 mil tiveram que ser internadas, a
realidade dos números indica que a situação é séria. E mais grave ainda: se
perdurar as condições atuais, a tendência desses números é crescer ainda mais.
O Estatuto Nacional de Trânsito estabelece § 2º O trânsito, em condições seguras,
é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema
Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências,
adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito
Na prática cotidiana vai se consolidando a tendência inversa: responsabilizar, de
forma quase exclusiva, os usuários das vias públicas, num claro processo de
inversão das responsabilidades que a lei estabelece. São indicadores dessa
inversão:
Pesquisas institucionais centrada nos usuários (alcoolemia, cansaço, uso de
equipamentos de segurança, velocidade excessiva, etc. )
Sumiço de estatísticas sobre acidentes de trânsito, nos sites dos organismos
responsáveis pela sua coleta e divulgação (leia-se Denatran, Polícia
Rodoviária Federal, etc.).
A maior parte das medidas pomposamente anunciadas no Plano Nacional De
Segurança no Trânsito Para a Década 2011-2020, formulado pelo Governo
Federal, até hoje não saíram do papel, como o Observatório Nacional do
Trânsito, o Sistema Integrado de Informações de Trânsito, e tantos outros.
CONCLUINDO: