Vila Franca do Campo foi a primeira capital de São Miguel, mas perdeu importância após um terramoto em 1522 que destruiu grande parte da vila. É conhecida pelas suas queijadas, um doce tradicional feito no mosteiro local. A vila possui património cultural, arquitetónico e natural, incluindo museus, igrejas históricas, praias e trilhos pedestres.
1. EscolaSecundária daRibeira Grande
Tarefas: Trabalhoindividual
Escolha uma região de Portugal e explore-a primeiramente no domínio do património gastronómico - saberes e sabores. Indique
o custo médio de cada receita selecionada
Posteriormente, aponte sumariamente alguns aspectos relevantes dessa região, conforme os itens a seguir indicados. Vá registando as
pesquisas efetuadas em documento próprio (em anexo) e publicando o resultado no blogue quando terminar um item.
Vila Franca do campo foi durante o primeiro século de povoamento a mais importante povoação da ilha de São Miguel,
nela se fixando o capitão do donatário e as principais instituições da ilha (alfândega, ouvidoria), pelo que merece a alcunha de
primeira capital micaelense.
Vila Franca do Campo perdeu o estatuto de capital, quando na noite de 21 para 22 de Outubro de 1522, um violento
sismo provocou um grande escorregamento de terras nas encostas dominantes à vila, soterrando a maior parte do povoado.
O efeito combinado do sismo e do soterramento provocou a morte a alguns milhares de pessoas. O sismo, hoje conhecido
por subversão de Vila Franca, causou ainda mortes em muitas outras povoações de São Miguel e também grandes
escorregamentos de terras na Maia e na região vizinha de Ponta Garça. A tragédia de Vila Franca inspirou muitos escritores
e pelo menos um romance de raiz oral intitulado Romance que se fez d'algumas mágoas, e perdas que causou o tremor de
Vila Franca do Campo, editado por Teófilo Braga.
Apesar da destruição, Vila Franca manteve até ao século XVIII, quando a Ribeira Grande a suplantou em importância, o
papel de segunda povoação da ilha (depois de Ponta Delgada, nela se desenrolando alguns dos mais importantes eventos das
lutas contra entre os partidários de D. António, Prior do Crato e de Castela, que culminaram na batalha naval de Vila Franca,
travada ao longo do litoral sul da ilha de São Miguel a 26 de Julho de 1582. Após a batalha, o marquês de Santa Cruz de
2. Mudela, D. Álvaro de Bazán, desembarcou na vila, nela estabelecendo o seu quartel general e ali fazendo supliciar cerca de
800 prisioneiros franceses e portugueses, no maior massacre jamais ocorrido nos Açores. Em Julho de 1562 nasceu nesta
povoação Bento de Góis que empreendeu na Ásia Central, entre 1602 e 1606, a maior viagem de exploração terrestre
portuguesa e uma das maiores de sempre da história da humanidade.
Doçaria Regional / Queijadas de Vila Franca
De tradição secular, as queijadas da Vila são um doce originário do Convento de Santo
André, edificado em 1533, e o primeiro dos Açores da 1ª Regra de Santa Clara. Nos fins do séc.
XVIII vieram para o convento da Vila freiras de origem holandesa e espanhola, que
confeccionavam as queijadas de acordo com uma receita secular. É uma queijada macia,
suculentae doce,com largatradição e de grande qualidade, sendo um produto emblemático do
concelho de Vila Franca do Campo.
Receita típica da região com cálculo de custos
Ingredientes Para a Massa:
250 g de farinha
1 ovo inteiro
Meia colher de sopa de banha
1 Colher de sopa rasa de manteiga
1 colher de sobremesa de açúcar
½ colher de café de sal
3. Ingredientes Para o Recheio:
2 litros de leite cru
Coalho
6 gemas
1 clara
250 g de açúcar
1 colher de chá de manteiga
1 Colher de sopa rasa de farinha
Açúcar em pó (açúcar inglês ou de confeiteiro)
Em relação a cálculo de custos não consegui encontrar informação concreta, no entanto consegui encontrar o preço
relativo a uma caixa de 6 queijadas que custa 6,75€, e de 12queijadas por 11,98€.
Restauração (pastelarias, restaurantes,lojase/ou fabricantes)
As Queijadas de Vila Franca do Campo, são produzidas pela empresa Queijadas de Adelino
Morgado & Filhas, Lda.
Podem se encontrar em qualquer café ou pastelaria da vila e nas demais da ilha. Encontra se em venda
também nas grandes superfícies, como os supermercados e hipermercados. Sem ser uma regra
aplicável na generalidade, grande parte dos equipamentos de restauração da ilha têm-na na oferta de
sobremesa.
4. Patrimóniocultural (museus;saberes/ofíciostradicionais;festividades)
Vila franca do Campo dispõe de um Museu Municipal, que integra o espólio do antigo Museu Rural
da Casa de Povo de Vila Franca do Campo, criado em 1955. Tem como festividades bem conhecidas como
São João da Vila e suas famosas marchas. Para além desta festividade dispõe ainda da festa do Senhor da
Pedra, tradição daquela terra.
A olaria também constitui uma actividade artesanal típica neste concelho. A "louça da vila", como é
conhecida popularmente, exibe peças singelas em barro vermelho não vidrado, que até há bem poucos dias
eram utilizadas no quotidiano das gentes locais: como o pote, o púcaro e a púcara, o alguidar, a infusa, a
tijela, etc.
5. Para além da olaria registam-se as rendas e bordados (Vila Franca do Campo e Ponta Garça), os
trabalhos em vime (Ponta Garça), as bonecas em pano ou folha de milho (Ponta Garça), as mantas de
retalhos tecidas no tear (Ribeira das Tainhas e Ponta Garça), miniaturas em madeira (Ribeira das Tainhas) e
flores artificiais em penas ou escamas de peixe (Vila Franca do Campo, Ribeira das Tainhas e Ponta Garça).
Património arquitectónico (casas típicas;edifíciosclassificados)
Vila Franca do campo dispõe de vários edifícios classificados como é o exemplo da igreja
paroquial de São Pedro, a ermida de Santa Catarina, ermida de nossa Senhora da Paz, igreja e
convento de São Francisco de Vila Franca do campo, a olaria e forno anexo na rua padre Lucindo e 4
exemplos de dragoeiro na praia.
6. Património natural (praias; rios; paisagens; flora e fauna)
Como património natural Vila Franca do Campo dispõe do conhecido ilhéu. Tem também alguns
jardins, algumas praias sendo a mais conhecida a vinha da areia. A sua flora é bem conhecida como a
verdura abundante e a produção de banana e vinha sendo uma grande tradição deste lugar. Quanto à
fauna, a área do ilhéu e uma área protegida por ser o berço de diversas espécies que ali se desenvolvem e
reproduzem. Tem ainda para oferecer paisagens como as Lagoas do Fogo, do Congro ou dos Nenúfares.
Vila Franca do Campo tem muitas outras actividades e programas que pode fazer nos meses menos
quentes. A par disso, e mantendo uma tradição ainda enraizada, Ricardo Rodrigues tem na sua agenda a
criação da Rota das Olarias. Uma outra sugestão que nos deixa o nosso interlocutor é o avistamento das
baleias e dos golfinhos. “Inicialmente todos pensavam que tal só era possível na época de verão, mas a
verdade é que as baleias e os golfinhos também surgem no inverno e, por essa razão, é uma actividade que
pretendemos incrementar cada vez mais”.
7. Os percursos pedestres são outras das atracções da vila. O trilho da Lagoa do Congro conta com um
perímetro de cerca de 1.250 metros e está rodeada por árvores densas que escondem as paredes da cratera.
Quem por já lá passou, diz que aqui se respira paz e silêncio. Certamente, um local de visita obrigatória para
todos os amates da natureza, em particular, adeptos de caminhadas.
E porque esta foi a primeira vila portuguesa a receber electricidade via hídrica, Ricardo Rodrigues
deixa também a sugestão de uma visita ao Museu da Electricidade, que constitui uma referência histórica dos
Açores e permite, a turistas e naturais da região, um entender do esforço, da dificuldade e da coragem que
foi necessária aos seus antepassados para alcançarem o grau de desenvolvimento da região.
As queijadas de Vila Franca do Campo são simplesmente de comer e chorar por mais, ou já não
tivessem sido premiadas internacionalmente e ostentarem o galardão de ‘Melhor Doce Conventual
Português.
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