1. Curso de Escatologia (10)
Juízo Final, Novo Céu e Nova Terra
Afonso Murad
www.afonsomurad.blogspot.com
2. Juízo Final
Nelson Cavaquinho
O sol há de brilhar mais uma vez
A luz há de chegar aos corações
Do mal será queimada a semente
O amor será eterno novamente
É o Juízo Final, a história do bem e do mal
Quero ter olhos pra ver, a maldade desaparecer.
(Analise esta música e identifique os elementos
simbólicos que apontam para a crença cristã sobre o
Juízo Final)
4. JUÍZO FINAL: VITÓRIA!
• O verbo hebreu "safat" significa "julgar" e "governar".
Quando Deus intervém na história, Ele julga.
• Sua intervenção tem dupla vertente: salvífica e judicial,
com predominância na primeira, já que o juízo de Deus
dirige-se para a salvação.
• Mt 25,31ss, Lc 10,18; 2 Tes 2,8: o juízo será a vitória
definitiva de Cristo sobre os poderes hostis. Parusia e
juízo aparecem indissoluvelmente unidos.
• A parusia, como instauração consumada do reino de
Deus é o juízo, que traz consigo o gozo do triunfo. Longe
de estimular o temor, dá alegria (1 Jo 4,17s).
7. • Por pressão da mentalidade jurídica latina, a atitude
esperançada frente ao juízo como ato da salvação
cedeu terreno à concepção do juízo como ato de
decisão.
• O dia do Senhor se transforma no "dia da ira". Não se
destaca mais a confiança na certeza da vitória de
Cristo, mas a angústia e a insegurança diante de uma
provável sentença.
• Hoje, deve-se recuperar a compreensão original do
juízo como intervenção decisiva e consumadora do
Cristo salvador.
• A parusia revela a verdade das pessoas e da história
coletiva, que a opacidade da história não deixa
perceber.
8. Ressurreição dos mortos
A ressurreição de Cristo é a confirmação da esperança de que
Deus não abandona os seus eleitos ao poder da morte.
2 Cor 5,1-5: polêmica anti-gnóstica. Paulo refuta a concepção
desencarnada da salvação, na qual a "desnudez" da alma
seria o bem supremo. Não se trata de "desvestir", mas sim de
revestir. A esperança cristã não reside na libertação do
corpo, mas na sua transformação.
O paralelo entre a ressurreição de Cristo e a nossa: 1 Cor
6,14; 2 Cor 4,14; Rom 8,11; Col 1,18. Cristo "transfigurará
este miserável corpo nosso num corpo glorioso como o seu"
(Fil 3,21; Cf. Rom 8,23; Ef 2,5-7.10; 4,22-23; Col 3,4).
9. Ressurreição no símbolo apostólico
A ressurreição é um evento
escatológico:no último dia, no fim
do mundo, com a chegada de Cristo,
A ressurreição é um evento
universal: todos os homens
ressuscitarão, justos e pecadores.
Há identidade somática, pois os
mortos ressuscitam com seus corpos
(transformados)
10. Ressurreição da carne?
A mensagem central da
ressurreição consiste em que
Deus, criando o homem e a
mulher, os quer como humanos, e
não como simples espírito. Visa
um interlocutor perenemente
válido, um pessoa capaz de dar
respostas. E a ressurreição
garante a eficaz seriedade deste
propósito criador, ao incluir a
corporeidade (Ruiz de La Peña)
11. Dimensão
cristológica da
ressurreição final
• Deus vem ao encontro da pessoa humana até na morte.
• Angulo cristológico: o amor de Cristo, manifestado na sua
vida, morte e ressurreição, tem força salvífica que atinge a
todos.
• Deus nos ressuscitará como fez com Cristo, o primogênito
entre os irmãos.
• A ressurreição de Cristo não está completa até que "os seus"
ressuscitem.
12. Ressuscitaremos...
porque
Cristo
ressuscitou
como à imagem
membros do do
seu Corpo. Ressuscitado
13. Ressurreição do corpo
• Os símbolos de fé apresentam diversas formulações:
ressurreição do corpo, da carne, e dos mortos. Não se
tratando de reanimação de cadáver, a melhor fórmula é
a terceira.
• Somos corpo. A esperança cristã promete a plenificação
para sempre não de uma parte do ser humano, mas da
pessoa como unidade, do "eu".
• Ressuscitar com o mesmo corpo significa "recobrar a
própria vida em todas as suas dimensões
autenticamente humanas; não perder nada de tudo
aquilo que agora constitui e individualiza a cada homem
e mulher. Este corpo transparecerá melhor do que
nunca a identidade da pessoa”
14. Ressurreição Final!
A plenificação da pessoa acontece com a consumação da
sociedade e do mundo, pois o indivíduo é ser social e faz
parte do cosmos.
15. É possível o triunfo de Deus neste mundo?
SIM
NÃO
16. Respostas não cristãs
• Kardecista: pela evolução dos espíritos, até
chegar ao nível mais elevado de iluminação de
toda a humanidade.
• Marxista: a utopia possível da sociedade sem
classes, o socialismo.
• Esoterismo e Nova Era: a era de Aquário
chegou!
17. Esperanças cristãs
• Milenarismo: espera-se mil anos de paz no
mundo, para os eleitos de Deus.
• Neopentecostalismo: a vitória de Deus acontece no
sucesso individual neste mundo.
• Teologia da Libertação: a nova sociedade, sem
excluídos, é o começo do Reino neste mundo.
• Videntes modernos: o novo mundo vem pela
intervenção extraordinária de Deus e a adesão
religiosa dos justos.
• Síntese do Vaticano II: Há relação de convergência e
diferença entre “’progresso humano” e “consumação
do Reino”. Ao final, permanecerão o amor e sua obra.
18. Novo Céu e nova Terra
• Vi então um novo céu e uma nova terra. O primeiro céu e a
primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também
descer do céu, de junto de Deus, a Cidade Santa, uma Jerusalém
nova, pronta como esposa que se enfeita para o seu amado.
Ouvi: “Esta é a morada de Deus com a humanidade. Eles serão o
seu povo e ele, o Deus-com-eles, será o seu Deus. Ele vai
enxugar toda lágrima dos olhos deles, pois nunca mais haverá
morte, nem luto, nem grito, nem dor. Sim, as coisas antigas
desapareceram”. Aquele que está sentado no trono declarou:
“Eis que faço novas todas as coisas” (Ap21,1-5).
• Não vi na cidade nenhum templo, pois seu Templo é o Senhor.
Não precisa de luz, pois a glória de Deus a ilumina (Ap 21,22s).
19. Nova criação e juízo final
• Tenho certeza de que os sofrimentos presentes não têm proporção com a
glória futura que vai se revelar em nós. Porque a criação, em contínuos
desejos, espera esta revelação dos filhos de Deus (..) As criaturas esperam ser
libertados da escravidão da corrupção para participarem da liberdade
gloriosa dos filhos de Deus. A criação geme até agora, como que em dores de
parto. E não só ela, mas nós também, que possuímos o Espírito como primeira
dádiva de Deus, gememos interiormente, esperando a filiação adotiva, a
redenção do nosso corpo. Nós fomos salvos na esperança ...” (Rom 8,18-24).
• “O mesmo Senhor Jesus descerá do céu, quando for dado um sinal, o grito do
Anjo, o toque da trombeta divina e o mortos ressuscitarão primeiro, pelo
poder de Cristo. Depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados
juntamente com eles por entre as nuvens, nos ares, ao encontro do Senhor, e
estaremos para sempre com ele. Portanto, consolem-se mutuamente com
estas palavras” (1 Tes 4,13-18).
20. Juízo Final, Parusia e Glorificação do Cosmos
• Juízo Final, parusia e “nova criação” são diferentes
dimensões do mesmo evento, relacionados com o gesto
último e definitivo de Deus sobre toda a história humana.
Já começam a se realizar no encontro festivo de cada ser
humano ressuscitado pelo Senhor, mas terá uma
consumação coletiva.
- Juízo Final: última palavra de Deus sobre a humanidade.
Fim do mal, triunfo definitivo do Bem.
- Parusia: Encontro da humanidade com o Cristo glorificado,
que vem ao seu encontro.
- Nova criação: A natureza também será transformado por
Deus no fim dos tempos.
- Ressurreição Final: realização total da Vida, tranformando
a matéria.
21. Afonso Murad
Material didático e instrucional,
destinado a estudantes de teologia. Versão 2012-a