2. Como antecipei, poucas questões têm
‘dividido’ a igreja por tanto tempo e
provocado tantos debates quantos as
questões suscitadas neste capítulo.
Ainda que muitos dos temas abordados
neste texto sejam encontrados em
outros lugares na Bíblia, a referência a
este ‘reino milenar’ só existe aqui.
3. Fato é que como fruto destas
discussões, basicamente, três teorias
ganharam força no decorrer da história.
São elas:
1. O Pré-Milenismo:
Suas crenças básicas são:
4. O pré-milenismo ensina que Jesus
Cristo voltará antes do período
milenar, as características do reino
milenar são:
- terá duração de mil anos
- sua localização será aqui na terra
- o governo será mundial sob
ordens de Jesus Cristo em pessoa
5. A posição pré-milenista é sem dúvida a
mais antiga e criada pela Igreja desde
seus primeiros séculos. O pré-
milenismo perdeu força com o início da
Igreja católica no tempo de Agostinho
(354-430 A.D.), o catolicismo unido
com o Estado na época de Constantino
fez esmorecer a esperança da volta de
Jesus, porém sempre houve pré-
milenistas, mesmo quando
não era conhecido.
6. Em suma, O pré-milenismo ensina que
no fim do presente século haverá uma
grande tribulação seguida pela
segunda vinda de Cristo. Na vinda de
Cristo, o Anticristo será julgado, os
justos serão ressuscitados, Satanás
será preso e Cristo estabelecerá o seu
reino na terra, o que durará mil anos e
será um tempo de bênção sem
precedentes para a igreja...
7. ...No fim do milênio, Satanás será solto
e instigará uma rebelião, que será
rapidamente subjugada. Nesse
momento, os injustos serão
ressuscitados para o julgamento, e o
estado eterno terá início.
8. 2. A Visão Amilenista.
O amilenismo, crê que o milênio de
Apocalipse 20 deve ser interpretado
simbolicamente. Ao contrário do que a
palavra deixa a entender, sendo
ausência de milênio, o amilenismo crê
num milênio, porém não da forma literal
como o pré-amilenista ou o
pós-amilenista.
9. O amilenismo crê num milênio que
iniciou-se com a primeira Vinda de
Cristo, representando o período do
Evangelho, que segue até a Segunda
Vinda de Cristo. Entende, assim, a
primeira ressurreição de modo
espiritual: se a segunda morte é a
separação de Deus no lago de fogo, a
primeira ressurreição é a união com
Cristo até a ressurreição dos justos,
para o juízo final.
10. Logo, espiritualmente, os mortos em
Cristo já estariam participando do
milênio no Paraíso (céu). Durante esse
período, Satanás estaria preso de
modo não total, ficando inerte, mas
teria seu poder limitado com a morte e
ressurreição de Cristo, de modo que
não pode impedir o
crescimento do Evangelho.
11. De modo geral, o Milênio, na visão
Amilenista, seria o período da
Dispensação da Graça, onde os justos
falecidos habitam com Deus e Satanás
tem seu poder limitado, culminando
com a Volta de Cristo e com o Juízo
Final e único, iniciando a Eternidade.
12. Em fim, O amilenismo vê Apocalipse
20 como uma descrição do reino de
Cristo com o santos ao longo de todo o
presente século. Alguns amilenistas
enfatizam o reino de Cristo com os
santos nos céus, enquanto outros
ensinam que esse reino também
está conectado com a igreja
militante aqui na terra.
13. Amilenistas tendem a argumentar que
o crescimento do reino de Cristo possui
poucas, se é que possui,
manifestações visíveis. O foco está
mais no sofrimento pelo qual Cristo
indicou que a igreja passaria.
14. De acordo com o amilenismo, o
presente século milenar, que é
caracterizado pelo sofrimento, será
seguido pela segunda vinda de Cristo,
a ressurreição geral, o último
julgamento, o novo céu e nova terra, e,
com estes, o reino eterno e
glorioso do Pai. Por fim, para esta
teoria vivenciamos o milênio.
15. 3. A visão Pós-Milenista.
O pós-milenismo defende que Cristo
virá pela segunda vez, ao término do
milênio. Muitos pós-milenistas creem
que a era Milenar iniciou-se quando
Cristo foi assunto ao céu e outros
creem que ela surgirá quando o
Evangelho houver sido pregado em
toda terra, promovendo um tempo de
justiça, paz, e refrigério para
a humanidade.
16. O pós-milenismo espera que a grande
maioria da população mundial se
converterá à Cristo, este será um
tempo de triunfo do evangelho antes do
retorno glorioso de Cristo.
17. Reforçando, O pós-milenismo ensina
que os “mil anos” de Apocalipse 20
ocorrem antes da segunda vinda de
Cristo. Até recentemente, a maioria dos
pós-milenistas ensinavam que o
milênio seriam os últimos mil anos do
presente século. Hoje, muitos pós-
milenistas ensinam que a era do
milênio é todo o período
entre o primeiro e o segundo
advento de Cristo.
18. Como veremos, isso significa que
versões contemporâneas do pós-
milenismo são muito próximas em
muitas maneiras ao amilenismo. A
principal diferença entre os dois não é
tanto o momento do milênio, mas a
natureza do milênio.
19. Em geral, o pós-milenismo ensina que
no presente século, o Espírito Santo
atrairá multidões sem precedentes para
Cristo através da fiel pregação do
evangelho. Para esta teoria entre as
multidões que serão convertidas estão
os israelitas étnicos que, até então,
rejeitaram o Messias...
20. No fim do presente século, Cristo
retornará, haverá uma ressurreição
geral dos justos e injustos, e o
julgamento final acontecerá, sendo
sucedido pela inauguração do novo
céu e da nova terra.
21. Entretanto, esta discussão é
secundária, diante da função que
este texto ocupa em todo o
Apocalipse. Sobre isso podemos
lembrar que Apoc. 20 é parte de
uma seção bem maior (17 ao 20)
que, como aprendemos,
22. ...trata do juízo final sobre as forças do
mal e da chegada do escaton (17 ao
19) e que, tais temas, se fundem e
findam aqui quando nos deparamos
com a derrota do dragão e a vindicação
dos santos, o que
INDEPENDE DA NOSSA VISÃO
ACERCA DO MILÊNIO.
23. São três os acontecimentos descritos
por este capítulo:
1.Satanás é amarrado. (1 a 3)
2. O reinado de mil anos
dos santos. (4 a 6)
3. A libertação de Satanás
e a batalha final. (7 a 10)
24. Mas... O que significa
a prisão de satanás?
A primeira coisa que precisamos
entender é que toda esta linguagem de
poço, tampa, chave, corrente é
simbólica. Pois trata-se de
um ser espiritual e não vai ser uma
tampa ou uma corrente que prenderá
um espírito.
25. Ainda sim, prender, fechar e selar são
termos que denotam limitação do seu
poder. Significa dizer que nem em sua
casa, nem na terra, nem no céu ele
tem poder para agir livremente. O que
não significa dizer que ele está inativo
ou fora de cena, mas sua atividade
está restringida.
26. Por isso podemos entender a segunda
afirmação sobre ele:
Porque está preso e amarrado
“satanás não pode mais enganar as
nações”. Aliás, para isso ele foi
preso e amarrado: para que não
enganasse as nações, para que não
faça uso de sua principal estratégia
que é o engano do mundo.
27. A grande questão é saber qual a
extensão de suas amarras no que diz
respeito aos seus limites. Satanás está
amarrado, mas atua de forma limitada.
Qual é o limite de sua atuação?
Aqui se dá, talvez, a principal
cisma entre o pré e o amilenista.
28. Para os que acreditam que esta
condição de satanás é a mesmo de
Marcos 3.27 – João 12.31 – Col. 2.15 -
“Ninguém pode roubar os bens do
valente, entrando-lhe em sua casa, se
primeiro não maniatar o valente; e
então roubará a sua casa.”
“Agora é o juízo deste mundo; agora
será expulso o príncipe deste mundo.”
29. “E, despojando os principados e
potestades, os expôs publicamente e
deles triunfou em si mesmo.”
Quero dizer, para estes a prisão refere-
se à era da igreja. Onde por mais
incrível que pareça satanás não opera
todo mal que deseja porque está
amarrado e limitado em suas ações...
30. Por conta disso, a igreja consegue
avançar em sua obra missionária e
chegar a lugares nunca antes
visitados com as boas novas de
Cristo. Assim, para muitos, a prisão
de satanás começou na primeira
vinda de Cristo.
31. Mas... Haverá um tempo em que
satanás será solto. Deus determinou
ser necessária a soltura dele por um
breve período final. A questão é:
Por que Deus consideraria
isso necessário?
Não encontramos uma resposta
conclusiva no texto, deste modo...
32. Mas... Haverá um tempo em que
satanás será solto. Deus determinou
ser necessária a soltura dele por um
breve período final. As questões são:
Quando?
Por que Deus consideraria
isso necessário?
Não encontramos uma resposta
conclusiva no texto, deste modo...
33. A partir de uma leitura de todo contexto
apocalíptico, acredita-se sua soltura
seja o tempo da grande tribulação, da
apostasia e do reinado do anticristo, e,
que o propósito deste acontecimento é
provar o poder da depravação humana
que não se arrepende e demonstrar, de
uma vez por todas, a necessidade do
castigo eterno.
Assim,
34. O milênio é a evidência judicial que
condenará as habitantes da terra e
provará que seu pecado eterno
requer castigo eterno.
35. O que se segue é a certeza que Deus
nos dá que satanás se levanta tão e
simplesmente para tornar a cair, agora,
de modo definitivo. Assim, quando os
inimigos de Deus e do seu povo se
reúnem para guerrear, Deus envia fogo
do céu para devorá-los como prelúdio
do fogo eterno que será o
destino deles...
36. ... Neste momento satanás se une
ais outros dois membros da falsa
trindade no lago de fogo, onde seus
seguidores logo se juntarão a eles.
Pois a justiça divina requer tal
resposta...
37. Ainda sim, os que se sentem
ofendidos por esse ensino das
escrituras e por esse desfecho para
o ímpios, o fazem porque têm uma
percepção pequena demais da
natureza terrível do pecado e da
reação natural que a santidade
divina deve ter a ele...
38. Podemos, inclusive, lembrar que
Deus buscou o arrependimento das
nações muitas vezes. Deus não
tolera o pecado e sua resposta
é justa e definitiva.
Como bem disse Osborne:
39. “ a eternidade não pode começar
enquanto o pecado não for
eliminado e é o que acontece aqui.
Assim, a nova ordem é
estabelecida, quero dizer: como a
desaparecimento da antiga ordem,
do que é humano, da morte; o
novo, o que é espiritual, a vida
se estabelece.