O documento discute as diferenças gramaticais entre a língua de sinais (L1) e o português (L2) na escrita de surdos. Apresenta exemplos de textos escritos por surdos que mostram a influência da L1 na L2, como a ausência de flexão verbal. Defende que uma educação bilíngue mais efetiva pode ajudar a minimizar essa interferência entre as línguas.
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Educação bilíngue para surdos
1. Formação e Instrumentalização de Professores de Libras
A Escrita da Pessoa Surda: uma breve análise intralinguística
Professor: Adilsomar Leite
2. Apresentação
Nesta apresentação farei uma breve explanação
sobre divergências na gramática de primeira língua
(L1) e de segunda (L2) na escrita da pessoa surda.
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3. A Língua Portuguesa
Primeiramente, é preciso entender que a escrita da
língua portuguesa é a segunda língua para a
comunidade surda. Acontece que nem sempre o surdo
é inserido em uma escola de educaç ão bilíngue, o que
contribui para (L1) interferir em (L2).
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4. As Produções dos Surdos
As produções abaixo foram disponibilizadas pelo professor Fabiano da
Rocha. Como ficaria muito extenso tratar de todas as peculiaridades
intralinguísticas , neste momento, tratarei brevemente dos tempos e
flexão verbal, mas apenas na primeira produção.
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5. As Produções
Texto I:
"Hoje Eu trabalhar manhã Varrer casa, lavar quintal, Ajudar Mãe dona de casa.
Trabalhar muito manhãtarde e noite. Só sexta feira, sábado e domingo.“
Texto II:
"Eu acho que estudo de ideias qual essa administraç ão de trabalho é mercado de
conversa de precisa de muito falso ou cuidado de trabalho de confusão de grupos de
habilidades ou de possibilidade de filosofia de moral de importância de fazer
administrar?"
6. As Produções
Texto III:
"É certo um exemplo as 16:30 encontrarána igreja vão junto e ai depois saída
16:50 meio".
Texto IV:
"Boa noite ! Tão lindíssima é sou sinistra"
"Então, desafio quem é Debora Regina escolhe me aí fala foto hein kk UI
uoooouuu"
"Olha só simples de quem pessoal? Vamos nessa desafio".
7. As Produções
Texto V:
"Sempre tão lindos. Eu ia fala uma coisa Nossa gente Brincar, novidade,
relaç ão e tudo. Então, parabéns pra nó s forç ado. Os surdos lutam tem direito
claro que sim. Creio que sim sempre. Eles esta estudam continuar dara
forç ado até formatura por isso igual pra mim dar pra vocês pensa bem nisso.
Te amamos para vocês na sempre ..."
8. A Primeira Produção
Texto I:
"Hoje Eu trabalhar manhã Varrer casa, lavar quintal, Ajudar Mãe dona de
casa. Trabalhar muito manhãtarde e noite. Só sexta feira, sábado e domingo.”
A flexão verbal pode ser caracterizada como presente ou ausente em uma
produç ão escrita. Na interlíngua do surdo, no exemplo acima, é possível
notar que há ausência da flexão verbal. Isto deixa evidente a interferência
linguística na produç ão da pessoa surda.
9. Reescrevendo o Trecho Abaixo
Texto I:
-"Hoje Eu trabalhar manhãVarrer casa, lavar quintal (...)”.
- Hoje eu trabalhei, amanhãvarrerei a casa e na quinta lavarei (...)”.
Note-se que a flexão verbal na língua de sinais, no trecho acima, é marcada
pelo adverbio de tempo, algo que deixa claro a interferência da língua
materna na língua-algo. A preferência por essa construç ão reforç a a hipó tese
de que ela estáassociada a estágios iniciais da escrita da língua portuguesa ,
a comportamento de aprendizes com menos tempo de exposiç ão ao
português ou idade avanç ada para o aprendizado de L2.
10. Hipótese da Conservação
Chan-Vianna ( 2008), ao fazer referência aos estudos de Schwartz
(1998) e Craats et al (2000), retrata que nos estágios iniciais do
aprendizado de L2, o aprendiz se guia pela gramática de L1 para
desenvolver a língua-algo, e, posteriormente, a Gramática Universal
(GU) dá possibilidade ao aprendiz para fazer comparação do seu
output e o input da L2, fazendo uma reestruturação da gramática
inicial, caso ele precise.
As ideias supracitadas reforç am mais ainda que o fragmento “Hoje Eu
trabalhar manhã Varrer casa, lavar quintal (...)” é fruto do fenô meno
denominado de interlíngua. No pró ximo slide, para fechar esta questão, trago
brevemente três tempos verbais aplicados ao verbo “Trabalhar” em ambas as
línguas aqui citadas.
11. Tempos Verbais
Quando se deseja especificar as noç ões temporais, acrescentam-se sinais
que informam o tempo presente, passado ou futuro, dentro da sintaxe da
LIBRAS.
-- "Hoje Eu trabalhar manhãVarrer casa, lavar quintal (...)”.
O verbo “trabalhar “,da oraç ão acima , pode ser classificado da seguinte
forma:
a)Eu Trabalhar (passado)
b)Eu Trabalhar ( hoje)
c)Eu Trabalhar (futuro)
a)Eu Trabalhei
b)Eu Trabalho
c)Eu Trabalharei
12. Voltando aos Textos e Fazendo uma Reflexão
No início desta apresentaç ão foi mostrado cinco textos
escrito por pessoas surdas. Embora tenha sido
discutido apenas um deles, é interessante notar que a
questão da interlíngua é claramente observada em
todos eles. Além disso, é importante refletir, a partir do
conceito de interlíngua, o tipo de educaç ão que as
pessoas surdas têm tido nos quarto muros da escola.
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13. Interlíngua e Educação Bilingue
Observando as produç ões textuais dos surdos, podemos salientar que uma
educaç ão bilíngue mais efetiva poderia ajudar a minimizaç ão da interferência
de uma língua na outra. Acontece que em muitas escolas o professor não
utiliza a língua de sinais ou material adequado para o aprendizado do
português como segunda língua. É interessante que no ambiente da sala de
aula o aluno faç a uso da interlíngua na reflexão sobre as duas línguas, mas o
professor precisa ficar incumbido de mediar o processo para que o aluno
seja conduzido a diminuir gradativamente este uso ”. (ALVES et al., 2010)
Desta forma, acreditamos que a interlíngua é um processo natural no
aprendizado de qualquer língua, mas que ela não se torne uma constante na
vida da pessoa surda. Ou seja, que os alunos surdos possam ter uma
educaç ão bilíngue que os ajude a evoluir na escrita da língua portuguesa dia
apó s dia.
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14. Referências
ALVES, C. B.; FERREIRA, J. de P.; DAMÁZIO, M. M. A Educaç ão Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: abordagem
bilíngue na escolarizaç ão de pessoas com surdez. Brasília: Ministério de Educaç ão, Secretaria de Educaç ão Especial; [Fortaleza]:
Universidade Federal do Ceará, 2010.
CHAN-VIANA, A. Português (L2) e Libras (L1) Desenvolvimento de Estruturas de Posse na Interlíngua. In QUADROS, R.
M. (ed.). Sign Languages: spinning and unraveling the past, present and future. TISLR9 Theoretical Issues in Sign
Language Research Conference Florianopolis, Brazil, December 2006. (2008) Editora Arara Azul. Petró polis/RJ. Brazil.
Disponível em: <http://www.editora-arara-azul. com.br/EstudosSurdos.php>